Engenharia de Prototipagem

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  • 7/25/2019 Engenharia de Prototipagem

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

    CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO

    GRACIELE MARCELA ALMEIDA MACEDO

    COMPARAO DE DUAS DIFERENTES TECNOLOGIAS DE PROTOTIPAGEM

    RPIDA NA CONCEPO DE NOVOS PRODUTOS: ESTEREOLITOGRAFIA E

    MODELAGEM POR DEPOSIO DE MATERIAL FUNDIDO (FDM) - UM

    ESTUDO DE CASO

    JUIZ DE FORA

    2010

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    GRACIELE MARCELA ALMEIDA MACEDO

    COMPARAO DE DUAS DIFERENTES TECNOLOGIAS DE PROTOTIPAGEM

    RPIDA NA CONCEPO DE NOVOS PRODUTOS: ESTEREOLITOGRAFIA E

    MODELAGEM POR DEPOSIO DE MATERIAL FUNDIDO (FDM) - UM

    ESTUDO DE CASO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado aFaculdade de Engenharia da UniversidadeFederal de Juiz de Fora, como requisito parcialpara a obteno do ttulo de Engenheiro deProduo.

    Orientador: D. Sc. Marcos Martins Borges

    JUIZ DE FORA2010

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    Macedo, Graciele Marcela Almeida.Comparao de duas diferentes tecnologias de prototipagem rpida

    na concepo de novos produtos : estereolitografia e modelagem pordeposio de material fundido (FDM) um estudo de caso / GracieleMarcela Almeida Macedo. 2010.

    66 f. : il.

    Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia deProduo)Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2010.

    1. Desenvolvimento de produtos (prottipo). I. Ttulo.

    CDU 658.512.2

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    GRACIELE MARCELA ALMEIDA MACEDO

    COMPARAO DE DUAS DIFERENTES TECNOLOGIAS DE PROTOTIPAGEM

    RPIDA NA CONCEPO DE NOVOS PRODUTOS: ESTEREOLITOGRAFIA E

    MODELAGEM POR DEPOSIO DE MATERIAL FUNDIDO (FDM) - UM

    ESTUDO DE CASO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado aFaculdade de Engenharia da UniversidadeFederal de Juiz de Fora, como requisito parcialpara a obteno do ttulo de Engenheiro deProduo.

    Aprovada em 9 de novembro de 2010.

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________________________

    Titulao, Nome (Orientador)

    Instituio

    ___________________________________________________

    Titulao, Nome (Co-Orientador)

    Instituio

    ___________________________________________________

    Titulao, Nome

    Instituio

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por ter me dado fora de vontade para escrever. Agradeo a minha me quesempre me apoiou e me deu todo o suporte que precisei. Aos meus avs por terem me dado aoportunidade de estar onde estou. Agradeo ao Tcio por ter tido toda compreenso com aminha falta de disponibilidade, e por ter me feito muito feliz todo esse tempo.

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    ABSTRACT

    This monograph contains a study in which Rapid Prototyping is presented as an important

    tool for the PDP (Product Development Process). The aim of designing products is to meetclients needs and improve the companys competitiveness in the market. Prototyping helps

    the process of product development once it makes it possible to simulate the product in real

    scale as well as to identify errors in product design. Two Rapid Prototyping process will be

    compared and contrasted here: Stereolithography (SLA) and Fused Deposition Modeling

    (FDM). Two parts with the same geometry made by two distinct technological institutions

    will be used in the comparisons. Finally, the intention here is to identify the better process of

    Rapid Stereotyping used by a company which makes time clocks.

    Keywords: Rapid Prototyping, FDM, SLA.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Utilizao de mtodos e tcnicas no Processo de Desenvolvimento de

    Produto ....................................................................................................................... 15

    Figura 2 Custos de alterao de projeto ao longo do ciclo de Desenvolvimento de

    Produto ....................................................................................................................... 27

    Figura 3 Fases do ciclo de vida do produto ............................................................. 32

    Figura 4 Fatiamento do arquivo STL. ..................................................................... 36

    Figura 5 Fases de desenvolvimento da Prototipagem Rpida ................................. 37

    Figura 6 Esquema bsico de desenvolvimento da Estereolitografia ....................... 39

    Figura 7 Pea desenvolvida a partir de Estereolitografia. ....................................... 40Figura 8 Esquema bsico de desenvolvimento de peas por meio de FDM. .......... 41

    Figura 9 Pea desenvolvida a partir de FDM. ......................................................... 42

    Figura 10 Principais aplicaes dos prottipos executados em PR......................... 45

    Figura 11 Representao da tampa do gabinete do impressor ................................ 56

    Figura 12 Imagem da Viper SLA system. ........................................................ 57

    Figura 13 Pea prototipada pelo Ncleo de Prototipagem Rpida - SENAI........... 58

    Figura 14 FDM Vantage.......................................................................................... 59Figura 15 Imagem da pea prototipada pelo LAMOT (vista frontal e interior). ..... 60

    Figura 16 Peas prototipadas a partir da Estereolitografia e FDM. ....................... 61

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Sntese das etapas do processo de projeto ................................................ 30

    Tabela 2 Tabela comparativa dos processos de Prototipagem Rpida .................... 62

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    SUMRIO

    1. ...................................................................................................................... 13

    1.1 CONSIDERAESINICIAIS ........................................................................................ 15

    1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 16

    1.3 ESCOPODOTRABALHO ............................................................................................. 17

    1.4 FORMULAODEHIPTESES .................................................................................. 17

    1.5 ELABORAODOSOBJETIVOS ................................................................................ 18

    1.6 DEFINIODAMETODOLOGIA ............................................................................... 18

    1.7 ESTRUTURADOTRABALHO ..................................................................................... 20

    2. ...................................................................................................... 21

    2.1 OPROJETO ..................................................................................................................... 21

    2.1.1 ............................................................................................. 21

    2.1.2 ............................................................................................................. 24

    2.1.3 ................................................................................................................... 28

    2.1.4 ................................................. 29

    2.1.5 ................................................................................................. 33

    2.2 PROTOTIPAGEMRPIDA ........................................................................................... 35

    2.3 ESTEREOLITOGRAFIA ......................................................................................................... 39

    2.4 MODELAGEMPORDEPOSIODEMATERIALFUNDIDO .................................. 40

    2.5 COMPARAO ENTRE DUAS METODOLOGIAS DE PR:ESTEREOLITOGRAFIA E FDM.............. 42

    2.6 REALIDADE BRASILEIRA .................................................................................................... 44

    3. ............................................................................................................. 4

    3.1 DESCRIODOPROTOCOLODEPESQUISA .......................................................... 46

    3.2 DESCRIODASUNIDADESDEANLISE ............................................................. 48

    3.2.1 ................................... 48

    3.2.2 ................................................................................................................................ 49

    3.2.3 ........................................................................................................ 51

    3.2.4 ............................................................ 54

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    4. ........................................................................................................................ 0

    4.1 ANLISE COMPARATIVA DOS PROTTIPOS DO ESTUDO DE CASO........................................ 60

    4.2 METODOLOGIA PARA SELEO DA MELHOR TECNOLOGIA................................................. 62

    5. ...................................... 3

    . ....................................................................................................................... 5

    . ..................................................................................................

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    1. INTRODUO

    O mercado vive um perodo de grande avano tecnolgico, que exige que asempresas mantenham alto nvel de flexibilidade e de inovao. As exigncias do mercado

    aliadas ao aumento da concorrncia fizeram com que o ciclo de vida dos produtos diminusse,

    e o desenvolvimento desses se tornasse mais rpido e criterioso. Para Volpato (2007) a

    garantia de sucesso comercial de um produto est associada habilidade da empresa em

    identificar as necessidades dos clientes e imediatamente desenvolver produtos que atendam

    satisfatoriamente a essas necessidades (p.1).

    Atualmente, os ativos mais valiosos de uma empresa so a informao, oconhecimento e, principalmente, a capacidade de atender as necessidades de consumo no

    momento em que elas surgem. A utilizao de tecnologias de informao contribui para a

    integrao dos setores da organizao, por meio do conhecimento dos indivduos e dos

    equipamentos utilizados, promovendo, portanto, resultados positivos no desenvolvimento de

    projetos que envolvem toda a empresa. O sucesso do projeto de um novo produto est

    vinculado eficcia e eficincia de seu processo de desenvolvimento, uma vez que a

    capacidade de projetar com rapidez e qualidade fator decisivo para a sobrevivncia no

    mercado. A integrao e a rapidez nos projetos de desenvolvimento de produtos so

    elementos chaves na avaliao da competitividade das empresas (Selhorst Junior, 2008).

    Alm do aumento das exigncias dos consumidores, a complexidade dos processos

    produtivos atingiu o PDP, uma vez que os produtos se tornaram cada vez mais diversificados

    no que tange o nmero de formas e quantidade de componentes. A diminuio dos erros de

    desenvolvimento, a insero de elementos que garantam a robustez do produto, e por fim, o

    alinhamento dos requisitos dos clientes com as caractersticas do produto so formas de

    garantir o sucesso do PDP (Pizzolito, 2004).

    Nesse cenrio, a tecnologia de Prototipagem Rpida ganha espao, pois permite a

    construo de modelos fsicos dos produtos, que auxiliam a equipe do projeto na avaliao e

    tomada de decises dirigidas em vrias fases antes da concluso do projeto. A transmisso dos

    conceitos do produto a toda equipe e ao Setor de Produo um fator preponderante para que

    o projeto seja concludo.

    A prototipagem rpida tem uma importante participao no projeto de produto, ora

    como forma eficaz de comunicao entre a equipe de projeto e auxlio no processo de deciso,

    ora na antecipao de testes que indicam erros cometidos no projeto ainda nas fases iniciais de

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    desenvolvimento. Assim, a utilizao da prototipagem rpida diminui o tempo de

    desenvolvimento do produto alm de favorecer a antecipao rpida de falhas, reduzindo ou

    eliminando retrabalhos nas solues de projeto. O ganho de tempo pode ser empregadotanto para otimizao do produto, como para a reduo do tempo de lanamento (Netto et al.

    2003).

    Segundo Pizzolito (2004) apud Rosenau (1996), a pesquisa realizada entre membros

    do PDMA (Product Development and Management Association) cujo objetivo era determinar

    o grau de importncia do uso de tcnicas e ferramentas utilizadas nos projetos de

    desenvolvimento de produto, apontou a Prototipagem Rpida como a ferramenta mais

    importante no processo de desenvolvimento de produto, quando comparada a Engenharia

    Simultnea, CAD, FMEA, dentre outras. Entretanto, a utilizao dessa tecnologia ainda

    baixa em relao a ferramentas e tcnicas como CAD e FMEA, fato esse que pode ser

    explicado pelo pouco tempo de lanamento dessa tecnologia no mercado e pela pouca

    disseminao no ambiente das empresas. A Figura 1 mostra a comparao das ferramentas

    utilizadas no desenvolvimento de produtos quanto a sua utilizao nas empresas.

    Este trabalho prope, ento, discutir como a tecnologia de Prototipagem Rpida pode

    ser utilizada em projetos de desenvolvimento de produto, para que o tempo de

    desenvolvimento seja reduzido e a qualidade dos produtos finais seja melhorada. Alm disso,

    esse trabalho visa colaborar com outros projetos de pesquisa que descrevem essa tecnologia,

    uma vez que essa linha de estudos ainda incipiente no pas.

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    Figura 1 Utilizao de mtodos e tcnicas no processo de desenvolvimento de produtoFonte: Toledo, 2008.

    1.1 CONSIDERAES INICIAIS

    Os benefcios do projeto interativo, no qual ocorre a fuso do projeto do produto com

    o projeto do processo que o produz, residem, principalmente, na reduo do tempo de

    atividades do projeto, desde o conceito at a introduo no mercado, ou seja, a reduo do

    tempo de lanamento - TTM (time to market) do produto. A reduo do tempo de lanamento

    do produto aumenta a competitividade da empresa, uma vez que essa tem a oportunidade de

    melhorar o desempenho de seus produtos.

    A identificao e a resoluo de problemas encontrados no incio de um projeto de

    desenvolvimento de produto diminuem os custos e aumentam as chances de implementao

    das solues encontradas, uma vez que esse processo menos oneroso nessa fase. O

    desenvolvimento de produto vem sendo beneficiado pela utilizao de processos de

    Prototipagem Rpida, uma vez que as peas prototipadas permitem avaliao visual dos

    possveis erros de projeto com a simulao do produto em escala real. Alm disso, essas

    representaes do produto permitem uma maior integrao da equipe do projeto, j que

    facilita a comunicao e auxilia no processo de tomada de deciso. Segundo Saura (2003), a

    Prototipagem Rpida se faz vlida pelas inmeras aplicaes nas vrias fases do PDP

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    (Processo de Desenvolvimento de Produto), uma vez que pode ser aplicada para diversas

    finalidades, tais como: aprendizagem, integrao e marcos do projeto.

    Adicionalmente, a taxa de sucesso do PDP pode ser melhorada por meio dautilizao do prottipo, devido ao aumento da confiabilidade das informaes que sero

    obtidas nas anlises dos mesmos. Cada ciclo do projeto, no qual se utiliza a tecnologia de

    prototipagem representa um ganho de experincia e se traduz em novas informaes que sero

    teis no direcionamento correto da equipe para o incremento de melhorias no produto.

    Por fim, com a utilizao da tecnologia de Prototipagem Rpida possvel, numa

    fase mais conclusiva do Projeto de Desenvolvimento do Produto, determinar os meios de

    produo e o processo produtivo pelo qual ir obter-se- o produto, com menor custo e maior

    qualidade.

    Por isso, este trabalho ir analisar a utilizao de Prototipagem Rpida no

    desenvolvimento de produto em uma empresa, e as vantagens de maior qualidade, rapidez e

    menor custo dos projetos desenvolvidos por ela. A comparao entre as duas tecnologias de

    Prototipagem Rpida: FDM (Deposio por Material Fundido) e Estereolitografia - serviro

    para o apontamento das vantagens e desvantagens da utilizao de cada uma dessas

    ferramentas, bem como, para selecionar a melhor tecnologia para o desenvolvimento de um

    produto.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    Por meio da anlise de exemplos de projetos de desenvolvimento de produto,

    observa-se que a representao fsica do objeto a ser fabricado fundamental para a anlise e

    entendimento dos requisitos do mesmo pela equipe do projeto. Por essa razo, foi proposta

    neste estudo a comparao de duas formas de Prototipagem Rpida.

    Este trabalho trata de um estudo de caso baseado na anlise de duas peas de mesma

    geometria, desenvolvidas para um projeto de desenvolvimento de produto de uma empresa

    fabricante de relgios de ponto. Para a concluso do projeto era necessria a realizao de um

    teste integrando todas as partes do equipamento, assim, foram desenvolvidas duas peas, que

    formavam o gabinete do produto, por meio de Prototipagem Rpida. As peas por meio foram

    fabricadas a partir de processos de Estereolitografia e de Deposio por Material Fundido,

    cada uma para uma fase do teste. A partir destes testes e de anlises das prprias peas foi

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    realizado um trabalho de comparao das duas tecnologias de PR, bem como a

    contextualizao dessa tecnologia nos projetos de desenvolvimento de produto.

    O trabalho ganha importncia no cenrio acadmico atual, pois trata de um assuntoainda pouco abordado pelos projetos de pesquisa. Este tema ainda incipiente no pas, tanto

    pelo fato de ser uma tecnologia nova no mercado, quanto pelo alto custo das mquinas e da

    prpria fabricao dos prottipos, o que inviabiliza a rpida disseminao desses processos

    nas organizaes.

    1.3 ESCOPO DO TRABALHO

    Este estudo envolver uma empresa fabricante de relgios de ponto, localizada na

    cidade Juiz de Fora/MG. A empresa, recentemente, passou por um processo de reformulao

    de sua linha de produtos, utilizando no projeto de desenvolvimento dos novos relgios os dois

    tipos de Prototipagem Rpida estudadas neste trabalho.

    Por meio de realizao de testes e de anlises das prprias peas pde-se estabelecer

    parmetros de comparao entre a Estereolitografia e a FDM. Este trabalho ir apresentar,

    portanto, os resultados destes testes e anlises e determinar qual das tecnologias apresentou

    maior funcionalidade para esse projeto. Alm disso, ser abordada a utilizao de todas as

    tecnologias de Prototipagem Rpida em projetos de Desenvolvimento de Produto.

    1.4 FORMULAO DE HIPTESES

    Neste trabalho pretende-se mostrar a importncia da Prototipagem Rpida como

    ferramenta no processo de desenvolvimento de produto. A obteno de prottipos tornou-se

    mais rpida e fcil com a evoluo das tecnologias de PR, permitindo assim um maior uso dos

    mesmos e a conseqente melhora nos projetos de PDP.

    O surgimento dessa tecnologia pode ser considerado um marco na manufatura de

    prottipos, uma vez que transformou uma tarefa demorada e especializada em uma atividade

    rpida, e que contribui para a qualidade do produto final como um todo.

    Por fim, este estudo apresenta as peas prototipadas como um prottipo funcional, ou

    seja, um prottipo mais elaborado do produto, que permite a realizao de testes e

    demonstraes formais em condies reais de utilizao.

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    1.5 ELABORAO DOS OBJETIVOS

    Para a compreenso do objetivo desse trabalho necessrio a definio dos termos

    Projeto, Desenvolvimento de Produto e Prototipagem Rpida. Projeto pode ser caracterizado

    por um conjunto de atividades realizadas para a soluo de problemas, definidas por meio de

    um processo de planejamento e busca de informaes que suportam a tomada de deciso.

    Segundo Volpato (2007), o processo de desenvolvimento de produto pode ser entendido como

    um conjunto de procedimentos, que se utiliza de ferramentas adequadas, para buscar dentre

    vrias solues aquela que atenda as necessidades do cliente, contemplando todos os

    requisitos determinados por estes. A Prototipagem Rpida, por sua vez, pode ser caracterizada

    como uma dessas ferramentas de apoio ao desenvolvimento de produto, uma vez que permite

    a observao e a avaliao dos produtos a serem projetados.

    Com base nessas definies, o objetivo dessa pesquisa caracterizar a tecnologia de

    Prototipagem Rpida como principal ferramenta de Desenvolvimento do Produto em projetos

    realizados com essa finalidade. Alm disso, este trabalho ir comparar duas formas de

    Prototipagem Rpida: FDM e Esteriolitografia, a fim de identificar o melhor processo de

    prototipagem, baseado nas peas prototipadas para o projeto da nova linha de produtos da

    empresa fabricante de relgios de ponto.

    Para que o objetivo seja atingido ser caracterizado o cenrio do desenvolvimento de

    produtos, bem como a utilizao das tecnologias de Prototipagem Rpida e a realizao do

    projeto propriamente dito. Sero avaliadas, ainda, duas peas de mesma geometria segundo as

    seguintes variveis: forma, custo, tempo de execuo, nvel de preciso de detalhes e

    utilizao do prottipo. Este estudo contribuir para o conhecimento de duas das mais

    modernas tcnicas de fabricao de prottipos utilizados pelas indstrias.

    1.6 DEFINIO DA METODOLOGIA

    A principal etapa de elaborao de um trabalho a determinao das ferramentas de

    pesquisa a serem utilizadas. Sendo assim, faz-se necessrio o estabelecimento das tcnicas

    mais adequadas ao tipo de investigao empregado. Partindo dessa definio, este trabalho

    ter como caracterstica uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada e carter

    exploratrio, de acordo com as orientaes metodolgicas do Estudo de Caso.

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    A pesquisa qualitativa tem como objetivo a observao, a descrio, e principalmente,

    a interpretao de um fenmeno que se observa. Alm disso, esse tipo de abordagem no

    busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, no emprega modelos estatsticos. O foco dapesquisa qualitativa amplo e resultado do contato direto do pesquisador com o objeto de

    estudo.

    Objetivando comparar duas formas de Prototipagem Rpida por meio de um estudo

    de caso em uma empresa de pequeno porte foram estabelecidas as seguintes fases de

    desenvolvimento do trabalho:

    1. Pesquisa bibliogrfica preliminar: anlise do tema e verificao de

    viabilidade de desenvolvimento do estudo;

    2. Definio do problema;

    3. Pesquisa bibliogrfica;

    4. Experimentao:

    a. Seleo de dois processos de prototipagem rpida;

    b. Seleo de uma pea fabricada por cada um dos processos de

    prototipagem rpida;

    5. Anlise comparativa entre os dois processos de prototipagem rpida, por

    meio das seguintes variveis:

    a. Tempo de fabricao;

    b. Custo de fabricao;

    c. Adequao do processo a geometria da pea;

    d. Qualidade.

    O trabalho foi desenvolvido em uma indstria eletrnica focada no desenvolvimento

    de solues tecnolgicas para o mercado de gesto de pessoas, tendo como base uma linha de

    relgios de ponto informatizados desenvolvida com tecnologia nacional, situada na cidade de

    Juiz de Fora. Essa empresa foi selecionada pelo fato de seu setor de Pesquisa e

    Desenvolvimento ser destaque em territrio nacional pelo lanamento de solues inovadoras

    nesse nicho de mercado. O setor de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) da empresa

    responsvel pelo desenvolvimento de novos produtos, pesquisa de novas tecnologias a serem

    aplicadas na empresa e desenvolvimento de softwares para a utilizao em conjunto com os

    relgios de ponto.

    A partir de uma Portaria lanada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego teve de seriniciado um projeto de desenvolvimento de novos modelos da linha de produtos da empresa, a

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    fim de que esses se adequassem as normas que a disciplinavam a partir de seu lanamento o

    registro eletrnico de ponto. Na etapa de projeto detalhada foram utilizadas duas tecnologias

    de Prototipagem Rpida para a construo de duas peas do gabinete do equipamento para arealizao de testes de integrao do produto como um todo (firmware e hardware).

    Nesse sentido, esse trabalho foi conduzido por meio de testes e anlises, com base

    nos parmetros de comparao estabelecidos previamente, das peas prototipadas. Foi

    selecionada uma pea de cada tecnologia de Prototipagem Rpida (Estereolitografia e FDM),

    e realizados testes de integrao de outras partes do hardware do equipamento, bem como

    anlise visual e de documentao do projeto de cada uma das peas. Aps a comparao,

    foram elaboradas tabelas com os resultados obtidos, que sero apresentados no decorrer desse

    trabalho.

    1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

    No captulo I foi desenvolvida a introduo e a contextualizao da tecnologia de

    Prototipagem Rpida no processo de desenvolvimento de produto. Alm disso, foi aplicada a

    justificativa do trabalho, apresentado o objetivo, bem como o delineamento do estudo de caso

    e da metodologia a ser aplicada no desenvolvimento do estudo.

    No captulo II foi realizada uma reviso de literatura, na qual foi realizada uma

    contextualizao dos prottipos em projetos de produto. Foram abordados, tambm, os

    principais tipos de Prototipagem Rpida, as vantagens e desvantagens dessa tecnologia, e por

    fim foi realizada uma comparao inicial entre as tecnologias.

    No captulo III foi apresentado o estudo de caso sobre a utilizao da Prototipagem

    Rpida no desenvolvimento de novos produtos da linha de registradores de ponto na indstria

    eletrnica.

    No captulo IV foram apresentados os resultados obtidos na anlise comparativa das

    duas peas manufaturadas por meio de Estereolitografia e FDM.

    No captulo V foram feitas as consideraes finais e sugestes para trabalhos futuros.

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    2. REVISO DE LITERATURA

    Este captulo apresenta as consideraes gerais relacionadas a projeto, focando,principalmente, no desenvolvimento de produtos. As consideraes so a respeito do contexto

    histrico do projeto de produto e de sua conceituao. A seguir o texto foca no ciclo de

    desenvolvimento de produto com referencial em uma metodologia atual e utilizao de

    conceitos e procedimentos usuais, com o objetivo de estruturar requisitos para um bom

    projeto.

    Por fim, sero apresentadas tecnologias de prototipagem rpida: a estereolitografia e a

    deposio por material fundido, apresentando inicialmente um contexto da prototipagemrpida no processo de desenvolvimento de produto, a fim de compreender melhor como

    acontecem e com que finalidade h o desenvolvimento destas

    A discusso proposta pretende estabelecer o entendimento aprofundado no que se

    refere aplicao da metodologia e tecnologias apresentadas no desenvolvimento de

    produtos.

    2.1 O PROJETO

    2.1.1 O PROJETO ATRAVS DO TEMPO

    As atividades projetuais so bastante antigas, apesar de ser difcil apurar com

    preciso quando esta surgiu. Pode-se considerar que o ser humano projeta e constri artefatos

    desde a inveno de ferramentas com pedra lascada at os modernos sistemas de transporte a

    pelo menos cinco mil anos. Todos estes tipos de objetos representam o resultado final de um

    longo e freqentemente complexo processo de projeto (Borges, 2004). Entretanto, valeressaltar que a atividade de projetar nesse contexto no estava relacionada com os projetos de

    produto que conhecemos hoje: a concepo passava diretamente para os materiais a serem

    processados, sem representaes prvias do produto.

    As sociedades romanas e chinesas j planejavam e produziam seus artefatos,

    dividindo as tarefas de acordo com as habilidades dos artesos (Oliveira, 2001). Esse sistema

    proporcionava volumes grandes de produo, mas baixa padronizao dos bens produzidos,

    ao contrrio do que se verifica na produo industrial atualmente. Antes da era industrial,

    projetar estava intimamente ligado a obras de arte e artesanato.

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    Com o advento da Revoluo industrial comearam a aparecer as primeiras prticas

    consagradas de projeto, que padronizaram a soluo a determinados problemas. Alm disso,

    surgiram novas mquinas, que possibilitaram a padronizao e intercambialidade de peasconstituintes dos produtos, delimitando, assim, a fronteira entre a produo artesanal e

    industrial. Aps a Primeira Guerra Mundial surgiu um novo sistema de produo,

    caracterizado pela produo em massa, baseada nas tcnicas de Henry Ford.

    De acordo com Rozenfeld (2006), os princpios da administrao cientfica, de

    diviso de tarefas e da estruturao funcional das organizaes moldaram o surgimento da

    funo de desenvolvimento de produto nas organizaes. Esse modelo de desenvolvimento

    seqencial, pois define as informaes sobre o produto em uma ordem lgica de uma rea

    funcional a outra. Entretanto, no havia uma interao forte entre as reas desenvolvedoras do

    projeto durante ou aps a execuo das atividades. No existia uma formalizao do

    gerenciamento das reas, o que gerava cultura e padres prprios de cada uma das reas.

    Como conseqncia dessa falta de vnculo entre as partes integrantes do projeto

    surge necessidade de se criar um meio confivel de comunicao entre as reas. Um marco

    importante para o desenvolvimento de produto foi a proposio e difuso de Metodologias de

    Projeto. A proposta era desenvolver uma seqncia de etapas considerada mais racional para

    as atividades projetuais.

    Nesse contexto surge tambm o incio do desenvolvimento das linguagens de projeto,

    que seriam capazes de descrever o artefato a ser projetado e unificar as definies do produto

    para todas as partes integrantes do projeto.

    A atividade de projetar se transformou em elemento estratgico em termos de

    qualidade e de produtividade, no decorrer do sculo XX, quando conhecimentos cientficos

    foram incorporados ao projeto e mtodos foram utilizados na soluo de problemas, bem

    como na produo dos bens. Estas mudanas proporcionaram a fragmentao dos

    conhecimentos do produto e a falta de uma viso compartilhada do seu ciclo de vida. Se na

    produo artesanal, o mestre arteso possua uma viso geral e sistmica em relao ao

    produto que este manufaturava, na produo em massa o operrio necessita apenas de um

    fragmento deste conhecimento, ou seja, apenas o entendimento necessrio para a execuo de

    procedimentos bem mais simples.

    A complexidade e o dinamismo dos ambientes econmicos, tecnolgicos, e sociais

    foram aumentando ao longo dos anos, com destaque para o crescimento da variedade dosprodutos e para a valorizao dos prazos de entrega e custos. A intensificao das exigncias

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    do mercado consumidor levou a diversas proposies a respeito do desenvolvimento de

    produto, as quais geraram profundas transformaes na gesto do desenvolvimento dos

    produtos.O movimento da Engenharia Simultnea, iniciado no contexto descrito anteriormente,

    mudou a estrutura organizacional do desenvolvimento de projeto, criando equipes

    multifuncionais. As equipes multifuncionais promoviam uma integrao maior entre as reas

    do projeto e promoviam a diminuio de custos e tempo, bem como o aumento de qualidade.

    Foi nesse momento que tcnicas como QFD (Desdobramento da Funo Qualidade), FMEA

    (Anlise dos Modos de Falha e Seus Efeitos), e a Anlise de Valor foram sistematizadas e

    usadas em conjunto no desenvolvimento de produtos. Outra contribuio foi o alinhamento

    entre as atividades de projeto e o Planejamento Estratgico da empresa, que permitiu uma

    forma sistemtica de desenvolvimento de produtos que compartilhe de componentes chaves,

    mas cujas caractersticas e funes atendam um segmento especfico de mercado. Isso permite

    atender melhor os clientes, dentro de um custo de projeto e manufatura vivel.

    Somente no final da dcada de 90 que as primeiras definies de desenvolvimento

    de produto como processo surgiram e foram difundidas nas empresas como mtodo de

    excelncia no desenvolvimento de produtos. Dessas definies pode-se citar a Stage-Gates,

    Engenharia Simultnea e Funil, que comungam vrias caractersticas semelhantes e

    influenciaram uma s outras. Juntas, podem ser denominadas de Desenvolvimento Integrado

    do Produto, que uma evoluo do desenvolvimento seqencial. Segundo Rozenfeld (2006),

    algumas vantagens competitivas obtidas so a maior capacidade de projetar e produzir uma

    maior variedade de produtos, atingindo diferentes nichos de mercado e obtendo uma maior

    taxa de renovao de produtos, tornando as empresas competitivas frente ao mercado.

    Na atualidade, a atividade de projeto est intimamente relacionada estratgia de

    inovao tecnolgica traada em cada organizao, sendo considerada como um fator de bom

    desempenho empresarial. As empresas vinculam seu sucesso no mercado maneira como

    projetam seus produtos e de sua habilidade de se organizar para atender aos consumidores,

    processando e aprendendo com a anlise do ciclo de desenvolvimento de seus produtos. Tem

    sido crescente a preocupao das empresas com seus modelos de desenvolvimento e gesto de

    projetos, alm da prpria avaliao do nvel de maturidade em que estes modelos de gesto se

    encontram.

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    2.1.2 CONCEITO DE PROJETO

    As principais mudanas organizacionais e as iniciativas para gerar vantagens

    competitivas tm sido executadas, em sua maior parte, por meio de projetos organizacionais.

    O PMI (Project Management Institute, 2004) define projeto como um esforo temporrio

    empreendido para criar um produto, servio ou resultado nico. Ento, para que um conjunto

    de atividades seja considerado um projeto necessrio que sejam definidas as datas para seu

    incio e seu trmino. Alm disso, um projeto tambm precisa gerar algo nico, ou seja,

    necessrio que haja a transformao de uma situao existente em uma nova situao. A

    definio de que um projeto uma atividade que produz a descrio de um artefato que ainda

    no existe de modo a viabilizar sua manufatura uma das mais difundidas atualmente.Entretanto, no h uma definio satisfatria para projeto, mesmo que seja delimitado o seu

    campo de atuao. O que existe um senso comum a respeito das atividades projetuais.

    Projetar exige uma grande quantidade de conhecimentos tcitos, os quais s so

    adquiridos por meio da prtica. A gerao de idias depende do desenvolvimento de

    habilidades, associada experincia dentro do domnio do objeto a ser projetado. Do ponto de

    vista do trabalho, projetar uma atividade intelectual, criativa, que requer conhecimentos em

    reas multidisciplinares, alm de conhecimento do campo a ser trabalhado. Alm disso,projetar um processo de otimizao de requisitos que variam em funo do tempo, com

    objetivos predeterminados e condicionantes em partes conflitantes.

    Segundo Pahl (2005), o projeto participa de forma significativa do ciclo de vida do

    produto. O ciclo se inicia por uma demanda do mercado, comeando pelo planejamento do

    produto e, aps a sua utilizao, terminando na reciclagem ou descarte. Caso o

    desenvolvimento no seja destinado para um produto completo, mas para apenas um

    subconjunto, os limites dos requisitos ser ainda mais estreito, exigindo, assim, que a relao

    com as demais reas envolvidas no projeto seja ainda mais bem definida.

    De modo geral, pode-se caracterizar o desenvolvimento de produto como um

    conjunto de atividades por meio das quais busca-se, a partir das necessidades dos

    consumidores e das restries tecnolgicas impostas pelo contexto, bem como a posio

    estratgica da organizao, elaborar os requisitos de projeto de um produto e de seu processo

    de produo, para que a manufatura seja capaz de produzi-lo. (Rozenfeld, 2006)

    Nas organizaes orientadas por projetos de produto, a responsabilidade de

    desenvolvimento e de subseqente produo compete a diferentes setores da empresa. A

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    subdiviso de tarefas exige que estas sejam formuladas, bem como uma coordenao, muitas

    vezes realizadas por um gerente de projetos, seja definida.

    Segundo Borges (2004), o principal problema envolvido na atividade projetual serefere a como explicitar e representar as solues desenvolvidas pela equipe do projeto, bem

    como a decodificao dessas informaes para a estruturao de especificaes ainda

    incompletas do projeto. Dentro dessa linha de abordagem, destacam-se algumas propostas que

    definem que projeto :

    Um processo de tomada de deciso;

    Uma atividade de resoluo de problema;

    Um processo de planejamento e busca;

    Um processo de satisfao de restries.

    Segundo a abordagem para a conceituao de projetos originada pela Sociologia,

    projeto um processo de construo coletiva de um objeto viabilizado pela organizao que a

    sustenta. Nessa vertente, a atividade projetual pode ser considerada como um processo

    interativo e paralelo as demais atividades. Alm disso, pode-se destacar que nessa abordagem

    a identificao das diversas tarefas do projeto constituindo o todo, define as fronteiras entre as

    diversas etapas do projeto.

    Podem-se citar quatro aspectos referentes ao processo de desenvolvimento de um

    projeto, que se apresentam com uma importncia significativa tanto para um melhor

    entendimento da atividade projetual em si, quanto para contribuir para a estruturao de

    ambientes colaborativos ao projeto. So os seguintes aspectos:

    Organizao: A escolha da estrutura organizacional do projeto depende das

    caractersticas do projeto e de restries externas a ele, como uma poltica organizacional j

    existente. A organizao das atividades definida pela estrutura do objeto que se forma ao

    longo do desenvolvimento do projeto. A identificao de todas as tarefas a serem

    desempenhadas delimita as fronteiras do escopo do projeto e estabelece as relaes entre os

    envolvidos no mesmo. Alm disso, o estabelecimento de subprojetos pode ser feito segundo

    os critrios que melhor se adequarem ao projeto; entretanto o mais importante a elaborao

    de uma interface clara entre os subprojetos, que determina o sucesso do projeto como um

    todo.

    Contextos: O contexto em que esto inseridos os projetos descreve o ambiente em

    que o projeto opera. Sua observao fundamental, j que o gerenciamento das atividades dodia-a-dia necessrio, mas no o suficiente para o sucesso do projeto. Porquanto, deve-se

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    levar em considerao padres e regulamentos, bem como questes pertinentes a situao

    cultural da empresa em que est sendo desenvolvido o projeto. O contexto tambm pode ser

    definido como o universo de competncias da equipe do projeto, bem como os modelosutilizados para as representaes projetuais. Os envolvidos no projeto (stakeholders)

    implementam solues segundo seus universos de especializao, agregando parte de seu

    conhecimento as atividades do projeto. Assim, cada participante da equipe do projeto deve

    criar interfaces de correlao com os demais contextos do projeto.

    Condicionantes: Os condicionantes de um projeto so as premissas e as restries

    que norteiam suas diversas partes constituintes. Premissas so fatores que devem ser

    considerados verdadeiros para fins de planejamento e oferecem um grau de risco caso no

    sejam atendidas. J as restries so os fatores que afetam diretamente o desempenho do

    projeto e a maneira com que uma atividade ser executada. As restries podem ser diversas,

    variando desde restries tecnolgicas at restries de custo, desempenho ou processamento.

    Convm ressaltar que tanto premissas como restries, alm de serem expostas no Termo de

    Incio, tambm devem ser descritas na Declarao de Escopo do Projeto ou em um documento

    especfico, tornando-se assim, parte integrante do projeto.

    Discurso: O discurso de um projeto pode ser entendido como a linguagem utilizada

    pela equipe do projeto para a integrao de informaes dos diversos subprojetos. Deve-se

    estabelecer uma linguagem padro para cada projeto segundo o contexto em que ele est

    inserido e os elementos constituintes do projeto.

    Os projetos se caracterizam precisamente pela falta de rotina, ou seja, pela

    presena do inesperado. Um dos motivos da presena da incerteza vem do fato de os projetos

    serem progressivamente elaborados, isto , em suas fases iniciais no existem as

    especificaes detalhadas no nvel necessrio, e medida que o projeto desenvolvido

    informaes incrementais so adicionadas ao projeto. Normalmente, considera-se que as

    escolhas de alternativas ocorridas no incio do ciclo de desenvolvimento so responsveis por

    aproximadamente 85% dos custos do produto final. Ou seja, exatamente no momento de

    maior incerteza sobre o produto e suas especificaes que a maior parte das decises so

    tomadas.

    Deve ser considerado, tambm, que o risco de ajustes no projeto deve ser mitigado

    nas fases seguintes, uma vez que o custo de modificaes aumenta ao longo do ciclo de

    desenvolvimento do produto. Segundo Saura (2003), o gerenciamento das incertezas numprocesso de desenvolvimento de produto, onde as decises de maior impacto so

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    necessariamente tomadas,

    com o projeto. A variao

    observada na Figura 2, naprojeto.

    Figura 2 Custos de

    Por mais que se pdo desenvolvimento, semp

    uma deciso tomada nas fa

    para se efetivar as mudan

    Assim, defini-se

    gerenciamento de incertez

    controle do atendimento d

    Segundo o PMI (que no podem ser execut

    conseqncia de uma nece

    avano tecnolgico, ou um

    Quanto maior for

    informaes entre todos

    especialmente nos casos e

    planejamento do gerencia

    atividades mais importante

    especificaes tcnicas e o

    u seja, nas fases iniciais permite que sejam

    dos custos nos projetos de desenvolviment

    qual exibido o crescimento dos gastos

    alterao de projeto ao longo do ciclo de desenvolvimFonte: VOLPATO, 2007 (Adaptado).

    rocure tomar as melhore decises e acertarre ocorrero mudanas no projeto. O custo d

    ses iniciais aumenta ao longo do desenvolvi

    s solicitadas, as definies anteriores so inv

    que o segredo para o sucesso das d

    s. A mitigao das dvidas por meio de inf

    s requisitos favorecem o bom desenvolvime

    004), os projetos surgem quando uma organdas dentro de seus limites operacionais nor

    sidade estratgica identificada, tais como: u

    a demanda de mercado.

    o projeto, mais difcil ser para compartil

    os membros da equipe e as parte interes

    que mais de uma pessoa trabalha na mes

    ento da documentao gerada ao decorrer

    s da gesto de projetos. Entretanto, as repr

    s documentos em geral no encerram o proj

    27

    inimizados os gastos

    de produtos pode ser

    o longo das fases do

    ento de produto

    s definies no incioe uma modificao de

    ento do projeto, pois,

    alidadas.

    cises tomadas o

    ormaes confiveis e

    to de produto.

    izao demanda aesmais. Essas aes so

    a demanda legal, um

    ar sem transtornos as

    sadas. Isso se aplica

    a entrega. Por isso, o

    do projeto uma das

    sentaes grficas, as

    eto, so apenas partes

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    ou artefatos do objeto da atividade projetual, caracterizando um dos meios que estruturam o

    processo (Oliveira, 2001).

    Sendo assim, as atividades desempenhadas e o projeto em si, devem contemplar nos o produto resultante do processo, mas tambm o prprio processo e a estrutura

    organizacional mobilizada para o desempenho do mesmo, bem com as interfaces criadas entre

    os subprojetos. Neste sentido, a atividade projetual s existe quando considerado o todo; a

    rede que este processo coletivo capaz de mobilizar.

    Pode-se verificar que as organizaes que conseguem aumentar sua participao no

    mercado, com a conquista de novos clientes, precisaram integrar, em algum momento, as

    novas habilidades e metodologias de projeto. Estudos recentes comprovam que a

    incorporao de novas estratgias e atividades de projetos mais amplas e baseadas em

    Tecnologia de Informao possibilita aumento da capacidade competitiva das empresas. Cabe

    ressaltar ainda que o aumento da interao das empresas com os clientes, o que permite

    incorporao de sugestes aos produtos desenvolvidos, promove o atendimento das

    necessidades dos clientes de uma maneira mais direta.

    2.1.3 TIPOS DE PROJETOS

    O projeto de desenvolvimento de produtos pode ser classificado segundo o seucarter inovador, isto , segundo o grau de mudana que o projeto representa em relao a

    projetos anteriores. A maioria dos projetos, no entanto, no tem contedo inovador no

    muda o conceito original do produto, so apenas melhorias que vo se agregando ao produto,

    constituindo o que se chama de projeto incremental.

    Abaixo esto citados os trs tipos de projeto dos vrios existentes, podendo haver

    superposio das classes, a saber: (Naveiro, 2001)

    Projeto radical ou original:Criao de um novo produto, nova categoria, ounova famlia de produtos completamente diferentes dos demais, envolvendo

    mudanas significativas. Nesse tipo de projeto so incorporados novas

    tecnologias e materiais, eles tambm requerem um processo de manufatura

    inovador;

    Projeto adaptativo ou incremental: Consiste na modificao de

    componentes ou de partes do produto, mantendo o conceito original. uma

    tarefa estruturada, pois as principais variveis do problema j esto definidase as solues j esto definidas. Esses projetos incluem reduo de custos de

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    produtos e requerem menos recursos, pois partem de produtos j existentes,

    estendendo a sua aplicabilidade e ciclo de vida;

    Projeto Variante: Trata-se de casos onde se faz uma modificao detamanho ou do arranjo j existente para criar um novo produto. So alteraes

    significantes no projeto sem a introduo de tecnologia ou de materiais, mas

    representando um novo sistema de solues para o cliente.

    A importncia da classificao dos projetos est na possibilidade de se planejar

    estrategicamente e de forma conjunta todos os projetos de desenvolvimento, os quais possuem

    necessidade de recursos especficos. Com isso, pode-se priorizar os projetos e adequar a

    quantidade de recursos disponveis a cada um dos projetos a serem executados.

    2.1.4 ETAPAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

    A competitividade do mercado exige que as empresas desenvolvam novos produtos

    que sejam capazes de atender seguimentos especficos de mercado, que incorporem

    tecnologias diversas, que sejam capazes de se integrar a outros produtos e usos e que por fim

    se adqem a novos padres e restries legais. Segundo Rozenfeld (2006), o lanamento

    eficaz de novos produtos bem como a melhoria da qualidade daqueles j existentes compe o

    escopo do PDP (Processo de Desenvolvimento de Produto) e so relevantes para a capacidade

    competitiva das empresas.

    Na tabela 1, pode-se observar um recorte do ciclo de desenvolvimento total dos

    produtos. Considera-se que j existe a demanda pelo desenvolvimento do produto e depois de

    constatada essa, o planejamento da produo realizado integrado a este desenvolvimento.

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    Etapa Descrio

    Especificao do problema Verificao das necessidades de usurios. Exame

    das possibilidades de realizao.

    Estruturao do problema Decomposio do problema global em

    subproblemas.

    Gerao de alternativas Proposio de solues globais para o problema

    proposto inicialmente. Proposio de solues para

    os subproblemas identificados anteriormente.

    Seleo de alternativa Uso de metodologias para escolha da alternativa de

    soluo mais adequada para os problemas

    identificados.

    Detalhamento do projeto Elaborao da documentao final, detalhamento

    dos componentes, planejamento da produo, entre

    outros aspectos.

    Tabela 1 Sntese das etapas do processo de projetoFonte: Borges, 2004

    A primeira etapa de problematizao, ou seja, os pontos duvidosos so esclarecidos,

    os requisitos e as restries so formulados e por fim, um plano de trabalho estabelecido.

    Esta etapa diminui o grau de indefinio do projeto, bem como define um cronograma a ser

    seguido. Na estruturao do problema so organizadas as funes do produto e so

    identificados os princpios de soluo para cada funo. Uma vez confrontados requisitos e

    restries, parte-se para a terceira etapa, na qual definida a concepo preliminar do produto

    e o arranjo esquemtico de suas partes constituintes. Entretanto, o objeto ainda no tem corpo,

    e os conceitos gerados so representados por esboos. Na etapa de seleo da alternativa as

    representaes tomam corpo e recebem dimenses. Nessa etapa tambm so definidos os

    materiais a serem utilizados e determinam-se os processos de manufatura. Por fim, na etapade detalhamento e documentao final so feitos os desenhos e listas de montagem e

    estabelecido o planejamento do processo produtivo.

    Ressalta-se que dentre os autores citados nesse texto verifica-se a nfase em um ou

    outro aspecto referente a projetos e, que pesquisas mais atuais frisam a no seqencialidade

    das abordagens metodolgicas, isto , o processo de desenvolvimento de produto se d por

    uma aproximao varivel do problema, em que a explicao e a estruturao do problema

    inicial so estabelecidas ao mesmo tempo em que solues so estudadas (Borges, 2004).Entretanto, nesse estudo ser elucidada, tambm, a abordagem de Rozenfeld (2006), que se

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    caracteriza por uma seqncia de fases a serem seguidas para a concluso do desenvolvimento

    do produto.

    Para Rozenfeld (2006), o projeto de desenvolvimento de produto pode ser separadoem dois momentos distintos: o de design e desenvolvimento do produto e o do projeto

    propriamente dito. Caracteriza a etapa de design o estabelecimento de conceito do produto, a

    definio de suas aplicaes e usurios, e por fim a definio de seus processos produtivos.

    Tambm prevista nessa etapa a construo de prottipos e a realizao de testes com estes

    modelos. Com a tecnologia disponvel atualmente possvel construir um prottipo rpido

    com todas as funcionalidades do objeto real em apenas algumas horas. A etapa de projeto

    caracterizada, por sua vez, pela definio dos meios e prazos para a construo do produto.

    Alm disso, compreende a especificao completa dos materiais a serem utilizados, da forma

    geomtrica e das tolerncias, bem como a complementao da documentao.

    O projeto conceitual do produto pode ser descrito pelas atividades da equipe do

    projeto do produto relacionadas com a busca e seleo de solues para o problema do

    produto. O conceito do produto representado por esboo, diagrama, prottipo simples ou at

    mesmo um conjunto de clculos. Segundo Ferreira (2008), o objetivo dessa etapa convergir

    idias e conceitos para um produto especfico que ir ao encontro de uma necessidade do

    mercado e que seja economicamente vivel.

    O passo seguinte a definio dos componentes do produto e das funes que cada

    um deles exercer. A definio de modelos funcionais permite que os produtos sejam

    representados por meio de suas funcionalidades, tanto aquelas realizadas pelo produto em sua

    interao com o meio externo, quanto s funes internas desempenhadas por suas partes. De

    uma maneira geral, funes descrevem as capacidades desejadas ou necessrias que tornaro

    um produto capaz de desempenhar seus objetivos e especificaes (Rozenfeld, 2006).

    O projeto do processo de fabricao e montagem pode ser caracterizado, de uma

    forma simplificada, pelo estudo das formas de se manufaturar um produto. So utilizados

    como fonte de informao, o esboo e modelos do produto, conhecimento da linha de

    montagem, estimativas de custos, tempos de produo e volumes a serem produzidos. O

    planejamento do processo no ocorre de forma linear, uma vez que existe uma

    interdependncia das informaes obtidas e das demais varveis que aqui no foram citadas.

    No ser elucidada a interdependncia dessas informaes, pois essa definio complexa e

    especfica de cada processo.

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    Ainda de acordo com Rozenfeld (2006), o plano de projeto de um produto dever

    agrupar informaes para a execuo do projeto, tais como a definio das atividades a serem

    desenvolvidas, os recursos necessrios e a melhor forma de integrao entre eles. Um projetode desenvolvimento de produto deve ser planejado para se adequar ao tempo propcio ao

    lanamento do produto, pois atrasos na execuo podem acarretar a perda de oportunidades de

    mercado, tornando o projeto invivel.

    Apresentadas essas definies pode-se entender que existem vrias etapas para o

    processo de desenvolvimento de produto, e o que determina o trmino de uma fase e o incio

    de outra a entrega de resultados (deliverables). A avaliao dos resultados entregues serve

    como anlise do andamento do projeto, antecipando problemas e gerando aprendizado para a

    equipe. Para facilitar o entendimento das fases e de seus resultados, as fases foram

    organizadas segundo o esquema mostrado na Figura 3.

    Figura 3 Fases do ciclo de vida do produtoFonte: Rozenfeld, 2006 (Adaptado)

    Por esse modelo, entende-se que as tecnologias de Prototipagem Rpida (PR) esto

    inseridas nas fases pelas quais passam um projeto de desenvolvimento de produto, e que pode

    ser caracterizada como fator determinante para a transformao do conceito selecionado na

    fase de projeto conceitual em produto propriamente dito. As tecnologias de PR podem ser

    utilizadas tanto nas fases de conceituao do produto quanto nas fases de anlise e preparaoda produo do produto planejado.

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    De acordo com Naveiro (2001), a necessidade de reduzir o tempo de lanamento de

    um produto no mercado a preos competitivos e com a qualidade exigida faz com que as

    empresas agilizem a sua atividade de projeto, obrigando-as a adotar novas tecnologias emtodos de gesto que possibilitem o desenvolvimento simultneo do projeto ao invs de

    seqencial. A Engenharia Simultnea, na qual as atividades de desenvolvimento de projeto

    passam a ser realizadas em paralelo sempre que possvel, vem ao encontro das necessidades

    das organizaes.

    A Engenharia Simultnea quebra os conceitos existentes na empresas, que

    consideravam o modelo seqencial o mais adequado. Nessa prtica as tarefas so superpostas,

    fazendo com que atividades que antes eram executadas em seqncia, sejam agora executadas

    em paralelo.

    Alm disso, a Engenharia Simultnea viabilizada pela estruturao de equipes

    multifuncionais auxiliadas pelas tecnologias existentes que facilitam o trabalho. As

    tecnologias aplicadas no projeto auxiliam as equipes no que tange a viabilizao da

    representao da evoluo dos artefatos, bem como a disponibilizao do projeto para que

    esse seja trabalhado a distncia.

    Por fim, a prtica da engenharia simultnea conduz uma reduo do tempo de

    execuo do projeto, e ao mesmo tempo evita que o projeto tenha que ser retrabalhado, uma

    vez que impes um padro de maior eficincia no desenvolvimento de atividades. As etapas

    sendo executadas em paralelo permitem uma converso de informaes, o que promove uma

    otimizao do processo de projetar.

    2.1.5 REPRESENTAO DO PROJETO

    Segundo Borges (2004), a linguagem visual e de forma mais abrangente os meios

    visuais como auxlio s idias deve ser considerado como indissocivel do processo deprojetar objetos.As representaes abrangem desde descries mais amplas do artefato por

    meio de esboos e perspectivas, at desenhos mais detalhados que fornecero instrues

    precisas para a montagem do produto.

    Alguns autores defendem que a utilizao de esboos nas fases iniciais do projeto

    atua como extenso da memria dos projetistas e auxiliam, principalmente, na tarefa de

    explicao do problema levantado aos demais envolvidos no projeto. A representao deve

    assumir uma forma compreensvel de maneira que seja possvel manufaturar o bem a partir deseu desenho detalhado. O meio mais utilizado para atender essa necessidade a representao

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    34

    grfica, que pode ser um desenho tcnico elaborado pelo projetista de maneira manual ou por

    meio de softwares especializados.

    No a inteno desta pesquisa uma discusso aprofundada em torno destes aspectos.Para os objetivos da presente pesquisa, a afirmao de Cross (2000) de que a aprendizagem na

    elaborao e interpretao destas representaes se apresenta como uma parte

    significativamente importante dos processos de projeto de desenvolvimento de produto se

    mostra adequada.

    Cada tipo de representao estruturado a partir de um conjunto de conceitos que

    organizam as informaes necessrias de forma a possibilitar sua comunicao. Nesse sentido

    o projetista deve adequar o tipo de representao aos seus objetivos, com base em critrios

    relacionados ao tipo e a quantidade de informao que se pretende demonstrar com esse

    registro. O desenho utilizado de maneira abrangente pela equipe do projeto como

    instrumento de criao, desenvolvimento, refinamento e comunicao das idias.

    Nesta direo, Borges (2004) apud Ullman (1992) prope quatro diferentes tipos de

    linguagem utilizados por projetistas para a descrio e argumentao de tpicos especficos

    no processo de projeto de produto:

    Semntica: representao verbal ou textual de um artefato;

    Grfica: representao do artefato por meio de sua expresso grfica ou a

    representao da geometria do objeto por meio do desenho.

    Analtica: descrio das funes do artefato, alm de sua forma, por meio de equaes,

    regras e procedimentos.

    Fsica: representao do objeto por meio de modelos fsicos ou o prprio objeto em si.

    Segundo Volpato (2007), as ferramentas de design, como modelos, mock-ups,

    prottipos, anlises e representaes do uso, atuam como lembretes para nossa observao e

    avaliao de sistemas e produtos a serem projetados, construdos e utilizados. Por meio de

    representaes d-se aos envolvidos no projeto a possibilidade de se expressar e compreender

    as restries e possibilidades em jogo no projeto. Por fim, a representao se torna um

    artifcio importante graas sua capacidade de simulao.

    Alm disso, ao longo do processo de projeto existe um refinamento dessas

    representaes, ou seja, um esboo simples de um determinado componente melhorado at a

    sua representao em desenhos tcnicos que obedecem a normas e padres tcnicos

    conhecidos pela equipe do projeto.

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    Porquanto, so relevantes os avanos em tecnologias digitais para a modelagem

    tridimensional e as possibilidades de construo imediata de modelos fsicos a partir de

    arquivos digitais. A prototipagem rpida se configura como uma destas tecnologias epossibilita testes de usabilidade do produto que proporcionam importantes informaes para a

    concluso do projeto.

    Um prottipo deve ser um elemento tangvel criado como aproximao do produto

    final. Os testes de desempenho e redesenho do prottipo prosseguem at que este apresente

    um desempenho satisfatrio. Alm disso, os prottipos so uma excelente forma de se

    apresentar o novo produto aos clientes potenciais e a equipe do projeto. O prottipo de um

    produto torna-se parte essencial no processo de desenvolvimento quando permite que a

    anlise de sua forma e funcionalidade seja feita numa fase anterior a fabricao do

    ferramental definitivo para a produo. (Volpato, 2007)

    Por fim pode-se citar que os campos de aplicao dessa tecnologia esto ampliando-

    se medida que aumenta o nmero de profissionais e empresas que tomam conhecimento e

    utilizam os prottipos rpidos no processo de desenvolvimento de produto.

    2.2 PROTOTIPAGEM RPIDA

    O desenvolvimento de produto vem sendo apoiado, atualmente, pela evoluo de

    tecnologias de Prototipagem Rpida (PR), que possuem a capacidade de reduzir o tempo e o

    custo dos projetos, garantindo a rpida concepo, produo e lanamento do produto no

    mercado.

    A utilizao de tecnologias como a PR pode ser determinante e estratgica para a

    sobrevivncia da empresa no mercado, uma vez que a intensificao da concorrncia aliada

    complexidade dos produtos fabricados tem exigido que as empresas adqem o seu processo

    de desenvolvimento de produto. De acordo com Volpato (2007), as alteraes realizadas no

    PDP envolvem tanto aspectos de gesto, como tambm de emprego de ferramentas e novas

    tecnologias de apoio a projeto, anlise, simulao e otimizao dos componentes fabricados.

    Essa afirmao corrobora com o fato do crescimento da utilizao da Prototipagem Rpida

    nos projetos de desenvolvimento de produto nas empresas.

    A Prototipagem Rpida pode ser definida como um processo de fabricao que

    utiliza a adio do material utilizado em forma de camadas planas sucessivas, ou seja, tem seuprocesso produtivo baseado na manufatura por camadas, conforme ilustrado na Figura 4.

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    Segundo Gorni (2001), o termo prototipagem rpida designa um conjunto de tecnologias

    usadas para a fabricao de objetos fsicos diretamente a partir de fontes de dados gerados por

    sistemas de projeto auxiliado por computador.

    Figura 4 Fatiamento do arquivo STL.Fonte: UTFPR, www.nufer.citec.ct.utfpr.edu.br/O_QUE_E_PROTOTIPAGEM.html (Acessado em:

    07/06/2010)

    Os processos de Prototipagem Rpida podem ser classificados segundo o estado ou a

    forma inicial da matria-prima utilizada na fabricao. Sendo assim, podem-se classificar as

    tecnologias de PR em processos baseados em lquido, slido e p. Conforme Volpato (2007)

    tem-se a seguinte classificao:

    Baseados em Lquidos: Nessa categoria, encontra-se a Estereolitografia, que

    se caracteriza pela polimerizao de uma resina lquida por um laser Ultra-

    Violeta; e a Impresso a Jato de Tinta, na qual ocorre um jateamento de

    resina lquida por um cabeote tipo jato de tinta e posterior cura pela

    exposio a uma luz Ultra-Violeta; entre outros. Baseados em Slido: Nesse processo o material pode estar na forma de

    filamento ou lmina. Alguns desses processos fundem o material, antes de

    sua deposio, como o FDM Deposio por Material Fundido, enquanto

    outros somente recortam uma lmina do material adicionado, como no caso

    da Manufatura Laminar de Objetos.

    Baseados em P: Pode ser utilizado laser para o seu processamento como no

    exemplo da Sinterizao Seletiva a Laser, ou um aglutinote aplicado por umcabeote tipo jato de tinta, utilizado na Impresso Tridimensional.

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    Geralmente, os sis

    de operao, englobadas e

    O ciclo dessas etapas podenecessrio. Essa seqncia

    Pr-Oper

    entre o pr

    design e

    dados geo

    3D e conv

    ir gerar o

    Processa

    propiciar a

    modelo 3

    prototipag

    de Materi

    Posteriorm

    reproduzid

    Ps-Proce

    processo d

    Figura

    temas de prototipagem rpida apresentam u

    pr-operao, processamento propriament

    ser observado na Figura 5 e pode ser girado enumerada a seguir de maneira simplificad

    o:chamamos de fase de pr-operao aq

    jeto 3D realizado no CAD, SolidWorks ,

    processamento propriamente dito, inclui

    tricos. Nela esto compreendidas as eta

    rso dos dados para o formato (STL) comp

    modelo fsico.

    ento: a fase de controle de gerao do ob

    fabricao do modelo fsico. De acordo co

    STL verificado, posicionado, orientad

    m rpida como a Estereolitografia e a Mod

    l Fundido, so adicionadas estruturas de

    ente, inicia-se a etapa de fabricao, onde ca

    a, construindo o objeto por inteiro.

    samento: na fase denominada prepara

    cura, remoo da estrutura de suporte e lim

    5 Fases de desenvolvimento da Prototipagem RpidFonte: Volpato, 2007 (Adaptado).

    37

    a seqncia de etapas

    e dito e ps-operao.

    quantas vezes se fizera:

    ela que atua como elo

    ou outro software de

    do a preparao dos

    as de modelagem em

    atvel ao processo que

    eto tem como funo

    Netto et al. (2003), o

    e, em processos de

    lagem por Deposio

    suporte s camadas.

    da uma das camadas

    o do modelo, h o

    peza da pea.

    a

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    38

    Segundo Mello (2006), a utilizao da prototipagem rpida como ferramenta de

    apoio de projetos de produto apresenta os seguintes pontos fortes com relao a outras

    ferramentas: Capacidade de produzir formas tridimensionais complexas e detalhadas;

    Possibilidade de sua instalao em ambientes no industriais;

    Reduo substancial de tempo de desenvolvimento, em razo da diminuio

    do retrabalho e;

    Melhoria da manufaturabilidade, pelo fato de o prottipo auxiliar a revelar

    erros de projeto, antevendo possveis deficincias que o processo de

    manufatura poder apresentar.Entretanto, a PR ainda apresenta restries e deficincias como processo de

    fabricao, pois uma tecnologia nova no mercado. Podem-se citar as seguintes desvantagens:

    Os equipamentos ainda tm limitao de volume na produo do prottipo

    (at 500 mm3);

    O nmero de materiais disponveis para a prototipagem rpida com adio de

    materiais ainda limitado;

    Em virtude da natureza termoqumica desses processos, observam-se,

    algumas das vezes, distores, empenamento e inchamento dos prottipos;

    (VOLPATO, 2007)

    A preciso e o acabamento superficial so inferiores aos das peas obtidas

    por processo de usinagem, pois o fato das peas serem construdas por meio

    de adio de camadas planas cria um efeito de escada em regies inclinadas

    e curvas; (VOLPATO, 2007)

    A qualidade final da superfcie do prottipo rpido gerado, normalmente,

    necessita de acabamentos secundrios, tais como limpeza e cura.

    Para Aguliar Junior (2008), os prottipos provem aos designers e engenheiros uma

    pea rpida para se ver, encaixar, testar funes e perceber a possibilidade de produo deste

    produto. Uma das grandes contribuies que a prototipagem rpida traz para o

    desenvolvimento de produtos justamente a construo de prottipos que muitas vezes no

    so possveis de se fazer de maneira seriada. Isso faz com que cresa o nvel de percepo da

    equipe do projeto daquilo que possvel ou no de se produzir e analisar e diminuir a

    complexidade do produto a fim de viabilizar sua produo.

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    Essas consideraes so importantes na medida em que essa pesquisa visa comparar

    as duas tecnologias de prototipagem rpida Estereolitografia e FDM e sua utilizao no

    processo de desenvolvimento de produto.

    2.3 ESTEREOLITOGRAFIA

    A Estereolitografia foi a primeira tecnologia de Prototipagem Rpida apresentada ao

    mercado. O equipamento de Estereolitografia utiliza uma resina fotocurvel lquida para a

    construo do prottipo por meio de superposio de camadas. De acordo com o desenho

    criado em CAD, os raios laser UV solidificam a resina polimrica, camada a camada dos

    contornos do objeto pretendido at completar a formao da pea (Selhorst Junior, 2008).

    Conforme pode ser observado no esquema da Figura 6, a resina fotocurvel

    inserida num recipiente que contm uma plataforma mergulhada que se desloca para baixo a

    cada camada construda. A plataforma inicialmente coberta por uma fina camada de resina

    (aproximadamente 0,15 mm). O equipamento j possui as informaes relativas a geometria

    da primeira camada, ento, o feixe de laser movimentado por meio de um conjunto ptico

    que reproduz a geometria 2D obtida no fatiamento da pea representada no sistema CAD.

    Quando a resina exposta ao laser, esta se polimeriza mudando do estado lquido para o

    slido formando, assim, uma camada. O processo repetido at que todas as camadas do

    objeto tenham sido formadas.

    Figura 6 Esquema bsico de desenvolvimento da EstereolitografiaFonte: BEAL, 2002

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    Por fim, ao se retirar a pea ainda em estado verde da mquina, realizada a

    limpeza com solvente para que seja retirada dos resduos de resina no curada. Logo aps, so

    removidos os suportes e iniciado um processo de cura do prottipo num forno de radiaoultravioleta, que proporciona a cura total da resina.

    As formas geomtricas que possuem partes desconectadas requerem estrutura de

    suportes para evitar que essas se deformem ou se desprendam do objeto e flutuem na resina

    lquida.

    Pode-se apresentar como vantagens da utilizao dessa tecnologia de Prototipagem

    Rpida a preciso e a elevada qualidade superficial, sendo considerada uma das melhores

    entre os processos de prototipagem. Entretanto, h ainda algumas deficincias nesse processo,

    pois o nmero de materiais que podem ser utilizados est restrito a resinas polimricas, e

    necessrio um processo de ps-cura com a pea aps a retirada da mesma da mquina de

    Estereolitografia.

    Na Figura 7 pode ser observado um exemplo de pea construda por meio desse

    processo.

    Figura 7 Pea desenvolvida a partir de Estereolitografia.Fonte: http://express.redeyeondemand.com/SLA.aspx (Acesso em: 17/02/2010)

    2.4 MODELAGEM POR DEPOSIO DE MATERIAL FUNDIDO

    Modelagem por Deposio de Material Fundido o segundo processo mais utilizado

    para a construo de prottipos rpidos e, ao contrrio da Estereolitografia no utiliza laser

    durante o processo. Os prottipos so fabricados por meio da extruso e deposio controlada

    de filamentos de termoplsticos. Para a fabricao dos prottipos por meio desse processo de

    PR utilizado como material principal o ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno), que um

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    material termoplstico rgido e leve. Conforme exibido na Figura 8, a cabea de extruso se

    movimenta nos eixos X-Y, enquanto a plataforma se movimenta no eixo Z. O cabeote recebe

    continuamente o material na forma de um fio, aquecendo-o at o ponto semi-lquido oupastoso. Quando o filamento fino de material extrudado entra em contato com o material da

    superfcie da pea, ele se solidifica e adere camada anterior. Nesse momento o suporte

    movimentado para baixo no eixo Z num valor igual a espessura da camada a ser depositada, o

    processo repetido at a pea esteja completamente formada.

    Diversos materiais esto disponveis para o desenvolvimento desse processo,

    inclusive cera para aplicao em processo de cera perdida. O ABS oferece boa resistncia e

    o material mais utilizado por essa tecnologia, entretanto, materiais como policarbonato e

    polifenilsulfona apresentam melhor resistncia temperatura e esto sendo inseridos nesse

    processo.

    A tecnologia de FDM no requer processos de ps-cura dos materiais e pode ser

    utilizada em ambientes silenciosos, uma vez que no apresenta rudos durante o processo de

    construo dos prottipos. Ainda preciso melhorar a preciso do processo, que no muito

    alta e a velocidade do processo, que limitada pela taxa de fluxo do material na cabea de

    extruso por um bico. Pode-se observar as caractersticas visuais de um prottipo originado de

    um processo de FDM na Figura 9.

    Figura 8 Esquema bsico de desenvolvimento de peas por meio de FDM.Fonte: http://www.custompartnet.com/wu/fused-deposition-modeling (Acesso em: 29/05/2010)

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    Figura 9 Pea desenvolvida a partir de FDM.Fonte: http://express.redeyeondemand.com/SLA.aspx (Acesso em: 17/02/2010)

    2.5 COMPARAO ENTRE DUAS METODOLOGIAS DE PR:ESTEREOLITOGRAFIA E FDM

    Para identificar qual o melhor processo de prototipagem rpida devem ser utilizados

    alguns critrios de comparao. Como principais indicadores de avaliao podem ser citados:

    custo, tempo de desenvolvimento e qualidade.

    Segundo Capuano (2000), esto atreladas ao critrio de qualidade, as seguintes

    caractersticas especficas: estanqueidade (tcnica de inspeo no destrutiva que permite

    medir a quantidade de material vazando), fidelidade geomtrica e aparncia. Com relao ao

    critrio custo, avaliam-se os requisitos despesa de aquisio do equipamento e,

    principalmente, custo mdio de um prottipo. E por fim, com relao ao critrio tempo so

    avaliados o tempo mdio de construo do prottipo e o tempo mdio total de processamento.

    A utilizao dos processos de prototipagem rpida para o desenvolvimento de

    produtos vem se mostrando bastante satisfatria, uma vez que a aparncia final do modelo

    muito semelhante a do produto final. Essa aparncia pode ser justificada pela construo dos

    prottipos em um bloco nico dispensando a utilizao de emendas. Algumas vezes so

    identificadas distores pequenas nas peas desenvolvidas por meio da PR, possivelmente

    ocasionadas pela espessura das camadas na construo dos prottipos. Para a tomada de

    deciso da tecnologia de prototipagem rpida a ser utilizada deve-se avaliar a eficincia desta

    para cada produto especfico.

    Para Saura (2003), h uma regra geral de fatores a serem analisados para se escolher

    o tipo de tecnologia que mais se adqe ao prottipo a ser fabricado:

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    1. Fatores Tecnolgicos: Se referem qualidade do prottipo e como ele

    atende as demandas e ao desempenho necessrio:

    a. Propriedade das matrias-primas: busca-se o melhor conjunto material, aplicao e tecnologia;

    b. Preciso: depende da tecnologia empregada no processo, da

    competncia do tcnico em relao ao posicionamento das peas, da

    exposio ao ambiente e da necessidade de trabalhos de acabamento;

    c. Estabilidade: capacidade de o prottipo manter suas dimenses ao

    longo de sua vida;

    d. Ps-processamento: o ideal seria a no existncia de trabalhos

    posteriores a execuo da PR. Se for inevitvel, deve-se buscar o de

    melhor trabalhabilidade;

    e. Resistncia ao ambiente: os prottipos devem ter o mnimo de

    resistncia a condies ambientais adversas tais como temperatura

    elevada, vapores, produtos qumicos dentre outros;

    f. Estrutura de suporte: a existncia de suportes que estabilizem e dem

    apoio ao fabrico de prottipo indesejado por envolver duas

    atividades a mais no processo uma anterior a execuo que a

    criao geomtrica deles e, uma posterior a prototipagem que a

    retirada dos mesmos.

    2. Fatores de uso: Analisa a utilizao a que se destina o prottipo. As

    vantagens e desvantagens do processo na tica do usurio/cliente.

    a. Visual: utilizao como demonstrao do produto a ser fabricado aos

    demais integrantes da equipe do projeto;

    b. Funcional, forma e adequabilidade: permitir a deteco de erros de

    projeto na fase inicial deste, poupando tempo e custos com projetos

    ineficazes.

    Por fim, pretende-se nesse trabalho realizar a anlise das peas prototipadas e

    comparar os dois processos de tecnologia de Prototipagem rpida por meio de um tabela

    comparativo, com os parmetros estabelecidos previamente.

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    2.6 REALIDADE BRASILEIRA

    Em pases em desenvolvimento como o Brasil as atividades de desenvolvimento de

    produtos se concentram, na maioria das vezes, na realizao de adaptaes e melhorias de

    produtos existentes, ou seja, os projetos e os produtos so adequados de acordo com as

    necessidades do mercado local, com a estrutura de fornecedores existente e por fim, pelos

    processos produtivos disponveis.

    No Brasil, em muitos setores industriais, a tendncia em termos de desenvolvimento

    de produto no sentido de consolidar uma competncia local para adaptar projetos

    mundialmente atuais para o mercado local.

    De acordo com Rozenfeld (2006), o pas necessita exportar produtos de maior valor

    agregado, em vez de matrias-primas e produtos semi-processados. Isso exige uma maior

    capacitao e esforo concentrado na rea de desenvolvimento de produtos, para dispor, ao

    mercado local, produtos nacionais com padres semelhantes aos importados, alm de

    capacitar o pas a exportar produtos de padro internacional.

    Para que esse objetivo seja atingido necessrio que haja a capacitao do corpo

    tcnico e gerencial das organizaes brasileiras que esto voltadas para os projetos de

    produto. Tambm necessrio que as empresas no Brasil promovam a participao

    colaborativa, integrada e sincronizada de vrias empresas no propsito do xito do processo

    de desenvolvimento.

    Este ambiente promove o aumento da qualidade do produto e a diminuio do custo

    e do tempo do ciclo de desenvolvimento do projeto do produto. Alm disso, problemas tardios

    na operao da cadeia de suprimentos podem ser diminudos.

    No Brasil, este ainda o paradigma da engenharia atual. O ambiente colaborativo

    entre empresas para o desenvolvimento de produtos est sendo desenvolvido a partir deutilizao de mtodos como:

    Engenharia Simultnea;

    Prototipagem Virtual;

    Testes pr-produo;

    Gerenciamento da Qualidade Total;

    Prototipagem Rpida Fsica, o alvo deste estudo.

    Segundo Selhorst Junior (2008), no Brasil, principalmente entre as pequenasempresas produtoras e prestadoras de servios de desenvolvimento de produtos, os prottipos

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    so executados pelos segu

    anlises objetivas, dimen

    semiticas, mas em proporO levantamento d

    (2003) revelou as principai

    observado no grfico a seg

    Figura 10

    Por fim, constata-

    efetuar desenvolvimentos

    produto final com compo

    que mesmo que a tecnolo

    muitas atividades de desen

    que fazem parte das respo

    aperfeioadas nas empresa

    11%

    28%

    5%

    intes propsitos, alm dos que j foram ex

    sionais e funcionais, at anlises mais

    es diferentes em sua utilizao.usurios de prototipagem Rpida no Brasil

    s aplicaes dos prottipos em prototipagem

    ir:

    Principais aplicaes dos prottipos executados emFonte: Saura (2003)

    e que a tendncia para o futuro das empresa

    no contexto de sua competncia central

    entes terceirizados (outsourcing). Portanto,

    ia e a concepo dos produtos venham de

    olvimento que esto inseridas no escopo do

    sabilidades de empresas locais, e que por i

    brasileiras.

    16%

    11%

    27%

    2%

    45

    ostos: percepo para

    subjetivas, formais e

    apresentado por Saura

    rpida, como pode ser

    PR

    s brasileiras somente

    de complementar o

    importante ressaltar

    fora do pas, existem

    projeto dos produtos e

    so ainda precisam ser

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    46

    3. DESENVOLVIMENTO

    3.1 DESCRIO DO PROTOCOLO DE PESQUISA

    A pesquisa uma atividade questionadora, crtica e construtiva que sofre

    interferncia da realidade. Inicia-se esta atividade com um problema que no se tem

    informaes para solucionar, e se estabelece um conjunto de propostas para se encontrar as

    repostas para esse problema. Para que a investigao atinja seus objetivos necessrio que

    sejam adotados mtodos cientficos ao longo de seu desenvolvimento.

    Para Bryman (1989), o desenvolvimento de uma pesquisa cientfica pode ter duas

    abordagens: a quantitativa e a qualitativa. A pesquisa quantitativa considera a traduo em

    nmeros de informaes para que estas possam ser classificadas e analisadas. Para tanto, so

    utilizados mtodos e recursos estatsticos como a mdia, o desvio padro, coeficiente de

    correlao, etc. Entretanto, a pesquisa qualitativa considera a interpretao dos fenmenos e a

    atribuio de significados ao mesmo. O processo e seu significado so os focos principais

    dessa abordagem.

    Na pesquisa quantitativa o foco o isolamento das causas e efeitos, a medio e a

    quantificao de fenmenos e por fim a formulao de leis gerais. As condies sob as quais

    os fenmenos so testados so controladas ao extremo. Os estudos so realizados de maneira

    a excluir ao mximo a influncia do pesquisador.

    Segundo Toulmin (1990), a pesquisa qualitativa apresenta alguns aspectos essenciais:

    tendncia a formulao de teorias, realizao de estudos empricos e na manifestao da

    necessidade de dispor os problemas a serem estudados e as solues a serem desenvolvidas

    dentro de seu contexto e de descrev-los a partir dele.

    Trs grupos classificam a pesquisa quanto aos seus objetivos: estudos exploratrios,

    estudos descritivos e estudos explicativos. Este trabalho tem objetivo de carter exploratrio,

    uma vez que visa proporcionar maior esclarecimento sobre o problema com vista a torn-lo

    explcito. Envolve levantamento de literatura j escrita sobre o assunto e anlise de exemplos

    que estimulam a compreenso, assumindo, assim, as formas de Pesquisa Bibliogrfica e

    Estudo de Caso.

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    Os estudos de caso so usados para vivenciar um momento atual e tem sido muito

    empregado nos trabalhos realizados. Segundo Gil (2002), algumas etapas podem ser seguidas

    na aplicao de um estudo de caso: Formulao do problema, que a base da pesquisa e requer profunda reflexo

    das vrias fontes bibliogrficas utilizadas;

    Definio da unidade-caso, que se refere a um caso base de um determinado

    contexto;

    Elaborao do protocolo, que aumenta a confiabilidade do caso, pois define

    como ser realizada a coleta de dados e sua aplicao;

    Coleta de dados, que utiliza de entrevistas, documentos e demais meios para

    adquirir as informaes desejadas referentes ao assunto;

    Anlise dos dados, que separa os dados coletados em informaes teis e no

    teis, estruturando as mesmas em formato de relatrio.

    A reviso de literatura mostra ser possvel definir uma metodologia para a

    abordagem terica deste trabalho, sob a forma de um estudo de caso, no qual ser analisada

    qual das duas tecnologias de prototipagem rpida apresentadas deve ser aplicada para

    diferentes complexidades geomtricas definidas ao longo da pesquisa por meio da anlise de

    duas peas.

    Com base no texto introdutrio desta dissertao, conclu-se que o problema

    formulado para esta pesquisa : o desenvolvimento de produtos com a rapidez e a qualidade

    exigidas pelo mercado atual. Ainda com base na introduo pode-se dizer que a principal

    hiptese levantada pelo autor e relacionada ao problema a contribuio das tecnologias de

    prototipagem rpida no desenvolvimento de produtos de maneira a facilitar a avaliao do

    projeto e atender s necessidades de consumo no tempo em que elas ocorrem. Essa hiptese

    confirmada por meio da pesquisa exploratria, tanto bibliogrfica quanto de estudo de caso.

    Com base no problema e na hiptese levantada foram desenvolvidos o plano de

    pesquisa e a reviso de literatura propriamente dita. Esta reviso foi feita por meio de

    levantamento de referncias sobre o assunto, busca de fontes, leitura do material, organizao

    da seqncia a ser adotada na elaborao do trabalho e a redao do texto. Foram pesquisados

    temas relacionados a projetos e seu gerenciamento, desenvolvimento de produtos e

    prototipagem rpida.

  • 7/25/2019 Engenharia de Prototipagem

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    Este estudo de caso tem seu direcionamento em demonstrar qual o melhor processo

    de prototipagem rpida dever ser aplicado na confeco de peas prototipadas, tendo em

    vista parmetros como a geometria, as aplicaes, o nvel de detalhe, os custos e a qualidade.Visando comparar os parmetros utilizados na moldagem por injeo utilizando-se

    ferramental disponvel no mercado para as tecnologias de prototipagem rpida

    Estereolitrografia e FDM foi realizado o estudo de caso. Foram construdas duas peas, cada

    uma por meio de um processo, que foram utilizados para testes de integrao do produto e

    para o ensaio de trao.

    No captulo I desse estudo, j foram citadas a definio do problema (especificada no

    incio desse captulo) e a definio da unidade-caso (indstria eletrnica atuante em Juiz de

    Fora MG).

    3.2 DESCRIO DAS UNIDADES DE ANLISE

    3.2.1 MERCADO ATUAL DA INDSTRIA FABRICANTE DE RELGIO DE PONTO

    O controle eletrnico de ponto, previsto no artigo 74, pargrafo 2 da Consolidao

    das Leis do Trabalho (CLT), amplamente utilizado pelas empresas brasileiras. Do ponto devista empresarial esse tipo de sistema apresenta evidentes vantagens frente aos mtodos

    manuais, pois facilita a aferio da jornada dos trabalhadores, e aumenta a velocidade de

    transmisso das informaes para os sistemas de folha de pagamento.

    Dada a falta de regulamentao sobre o tema, a tecnologia utilizada na elaborao

    dos sistemas controladores de ponto foi colocada em questo pelo Ministrio do Emprego e

    Trabalho que considerou que o modelo utilizado pelas empresas poderia servir para esconder

    ou mascarar operaes fraudulentas na marcao dos horrios, como alterao de registros de

    horas trabalhadas.

    O mercado atual de controle ponto sofreu grande transformao desde a publicao

    da norma regulamentadora para registro de ponto eletrnico estabelecida pelo M.T.E.. A

    Portaria N 1.510, de 21 de agosto de 2009, que foi resolvida pelo Ministrio d