Engenharia e Cidades Sustentaveis

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As cidades sustentáveis já são uma realidade. Apesar do termo sustentabilidade só ter surgido em 1980, apenas recentemente ele, de fato, vem ganhando espaço. Juntamente com a Engenharia, o objetivo de uma cidade sustentável é claro: crescer de maneira esperta com a menor interferência possível na natureza.

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSECTC TCE TECMetodologia Cientfica Aplicada EngenhariaProfessora: Maria Andria de Jesus Sarmento

Engenharia e Cidades Sustentveis

As cidades sustentveis j so uma realidade. Apesar do termo sustentabilidade s ter surgido em 1980, apenas recentemente ele, de fato, vem ganhando espao. Juntamente com a Engenharia, o objetivo de uma cidade sustentvel claro: crescer de maneira esperta com a menor interferncia possvel na natureza.

Alunos:Ana Carolina Custdio de Andrade Mat.: 213037072Caio Romano de Paula Antunes Mat.: 213037123Laura de Aquino Ribeiro Mat.: 213037086Matheus Csar da Silva Souza Mat.: 213038132Rafaela da Silva Guimares Mat.: 213037091Renan Brando Rodrigues Mat.: 213037093Wanessa Sales Coelho Mat.: 213037113Turma: B1

Niteri RJ1 Semestre de 2014

Ana Carolina Custdio de AndradeCaio Romano de Paula AntunesLaura de Aquino RibeiroMatheus Csar da Silva SouzaRafaela da Silva GuimaresRenan Brando RodriguesWanessa Sales Coelho

Engenharia e Cidades SustentveisAs cidades sustentveis j so uma realidade. Apesar do termo sustentabilidade s ter surgido em 1980, apenas recentemente ele, de fato, vem ganhando espao. Juntamente com a Engenharia, o objetivo de uma cidade sustentvel claro: crescer de maneira esperta com a menor interferncia possvel na natureza.

Trabalho submetido ao Departamento de Engenharia Civil, como parte dos requisitos necessrios para aprovao na disciplina Metodologia Cientfica da Universidade Federal Fluminense.

Professora Responsvel: Maria Andria de Jesus Sarmento

Niteri RJ1 semestre de 2014 ResumoSegundo dados da Organizao das Naes Unidas (ONU), entre 2007 e 2050, o nmero de habitantes nas cidades do planeta ter um aumento de 3,1 bilhes de pessoas. Esta migrao trar consigo uma carga cada vez maior sobre a infraestrutura, os servios governamentais, os recursos naturais, o clima e muitos outros aspectos fundamentais para a qualidade de vida nas reas urbanas.H 30 anos a Organizao das Naes Unidas convocou a primeira conferncia mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento, aConferncia as Naes Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Sucia, em junho de 1972 e a ltima, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. Os pases passam, ento, a debater, principalmente, maneiras pelas quais os programas voltados ao desenvolvimento econmico, ao bem-estar social e proteo ambiental podem ser organizados em esforos conjuntos, que correspondam efetivamente s aspiraes do desenvolvimento sustentvel.Para que seja possvel a discusso em torno da expresso desenvolvimento sustentvel e todas as prerrogativas associadas a ela, vale destacar a importncia da educao voltada para o desenvolvimento sustentvel, criando-se a Educao para o Desenvolvimento Sustentvel (EDS), uma viso da educao que busca equilibrar o bem-estar humano e econmico com as tradies culturais e o respeito aos recursos naturais do planeta. Aumenta, ento, a conscincia de que no possvel humanidade permanecer com o atual modelo de desenvolvimento. Temos de criar a transio para um desenvolvimento sustentvel, que integre as dimenses social, ambiental e tica, baseado em uma economia que seja includente, verde e responsvel. A necessidade de expandir as pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias verdes cresce e, nesse aspecto, uma nova necessidade na rea de engenharia surge rapidamente, o que seria a aplicao da engenharia para atenuar os problemas trazidos pelas mudanas climticas. Como consequncia, aumenta-se o nmero de estudos e de investimentos por parte de empresas e governos a cerca de possveis medidas e tecnologias sustentveis, a procura de uma melhor qualidade de vida para os habitantes do meio urbano, partindo-se do uso de fontes renovveis de energia, do replanejamento o uso da mobilidade urbana e da gesto inteligente de resduos. Desse modo, governos ao redor do mundo fazem uso de tais tecnologias e de novas engenharias, ambiental e de energia, para a criao e adaptao de cidades para que elas adotem prticas menos danosas ao meio ambiente.Transformar uma cidade em sustentvel est longe de ser uma tarefa fcil, mas tambm no impossvel. Temos a nvel mundialMalm na Sucia, Copenhague na Dinamarca, Reykjavk na Islndia e Masdar em Abu Dhabi e no Brasil as cidades de Joo Pessoa na Paraba, Londrina e Curitiba no Paran, e Paragominas no Par; cidades que podem at no serem ecologicamente perfeitas, mas so exemplos de que possvel diminuir o impacto ambiental de um centro em urbano optando por um planejamento que inclua o verde em sua paisagem e preze por formas mais sustentveis de organizao. Com o desenvolvimento do mercado verde conveniente haver uma regulamentao para que haja a legitimidade do conceito de sustentabilidade na indstria e empreendimentos da construo civil. Entram ento as certificaes como as internacionais LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e a BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), e a nacional AQUA (Alta Qualidade Ambiental), que visam avaliar o desempenho ambiental de um empreendimento imobilirio.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentvel, Engenharia, Tecnologia, Impactos Socioeconmicos, Investimento.

SUMRIO1. Introduo..............................................................................................................................72. Objetivo..................................................................................................................................83. Cidades Sustentveis.............................................................................................................93.1. Energia Sustentvel......................................................................................................93.1.1. Energia Renovvel para Ambiente Urbano................................................93.1.1.1. Energia Elica..............................................................................103.1.1.2. Energia Solar................................................................................113.1.1.3. Energia Hidrulica.......................................................................123.1.1.4. Biomassa.......................................................................................133.1.2. Eficincia Energtica em Construes Existentes....................................143.1.3. Engenharia de Energia...............................................................................143.2. Resduos......................................................................................................................153.2.1. Transporte de Resduos..............................................................................153.2.2. Gesto Integrada de Resduos....................................................................173.2.2.1. Reduo na Fonte.........................................................................173.2.2.2. Reciclagem....................................................................................183.2.2.3. Incinerao...................................................................................193.2.2.4. Aterro Sanitrio...........................................................................203.3. Mobilidade Urbana....................................................................................................213.3.1. Infraestrutura para Bicicletas....................................................................223.3.2. Corredores de nibus e nibus de Baixa-Presso..................................253.3.3. Txis Verdes............................................................................................263.4. Cidades com Prticas Sustentveis no Mundo........................................................273.4.1. Malm, Sucia.............................................................................................273.4.2. Copenhague, Dinamarca............................................................................293.4.3. Reykjavik, Islndia.....................................................................................313.4.4. Masdar, Abu Dhabi.....................................................................................323.5. Cidades com Prticas Sustentveis no Brasil..........................................................343.5.1. Joo Pessoa, Paraba...................................................................................343.5.2. Londrina, Paran........................................................................................353.5.3. Curitiba, Paran..........................................................................................373.5.4. Rio Branco, Acre.........................................................................................373.5.5. Paragominas, Par......................................................................................373.5.6. Parazinho, Rio Grande do Norte...............................................................383.5.7. So Paulo, So Paulo...................................................................................393.5.8. Bzios, Rio de Janeiro................................................................................394. Regulamentao do Setor Sustentvel..............................................................................414.1. Certificao LEED.....................................................................................................414.2. Certificao BREEAM..............................................................................................434.2.1. Vantagens de um Certificado BREEAM..................................................444.2.2. Principais Diferenciais BREEAM.............................................................444.3. Certificao Aqua......................................................................................................454.3.1. Classificaes para o Aqua.........................................................................455. Desenvolvimento Sustentvel.............................................................................................475.1. O Papel das Engenharias no Desenvolvimento Sustentvel...................................475.2. Educao para o Desenvolvimento Sustentvel......................................................495.2.1. Compromissos Internacionais e o Papel da UNESCO............................515.3. Conferncias de Desenvolvimento Sustentvel.......................................................515.3.1. Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente........................525.3.2. ECO-92.........................................................................................................535.3.3. Protocolo de Kyoto e Cpula do Clima e Aquecimento Global..............555.3.3.1. As Etapas do Protocolo de Kyoto...............................................565.3.4. Conveno da Desertificao.....................................................................575.3.5. Rio +10.........................................................................................................585.3.6. Rio +20.........................................................................................................596. Concluso.............................................................................................................................60Referncias Bibliogrficas......................................................................................................62

1 Introduo A urbanizao mundial um fenmeno recente e que at a Primeira Revoluo Industrial ocorreu de maneira lenta. Apesar das cidades existirem desde a Antiguidade, somente na primeira dcada do sculo XXI registra-se a maioria da populao presente no meio urbano.A partir da Revoluo Industrial, o nvel de interferncia das sociedades sobre os elementos naturais aumentou demasiadamente. O grau de degradao do planeta tornou-se cada vez maior gerando problemas em diferentes escalas geogrficas. A humanidade passa, ento, a refletir sobre os problemas ambientais e a procurar tecnologias para melhorar a qualidade de vida presente e futura. Surge ento, nesse momento, a Engenharia sustentvel.O termo sustentvel abrange muitas prerrogativas alm da ambiental. Ademais do progresso econmico, a integrao entre as dimenses social e institucional a essencial para o que chamamos de sustentabilidade. Apesar do termo engenharia sustentvel, esse ramo est presente em todas as engenharias, sem exceo. O funcionamento de uma cidade sustentvel vai muito alm de obras sustentveis. Como diz o termo, a cidade precisa sustentar-se. Desse modo, a importncia da disposio lixo coletado at uma grande construo e produo de energia pensando na conciliao dos interesses econmicos e do cuidado com o meio ambiente.

2 Objetivo O objetivo desse trabalho mostrar as diversas metas que precisamos atingir para tornar uma cidade em sustentvel. Como essa prtica est presente em todo o mundo, falamos da engenharia sustentvel a nvel mundial, incluindo cidades brasileiras e cidades internacionais, como Copenhague na Dinamarca. Temas como energia, mobilidade e disposio de resduos foram abordados, e dentro de cada tpico aprofundamos o assunto e mostramos algumas tendncias atuais. Alm disso, ao falarmos sobre sustentabilidade, no podemos nos esquecer da regulamentao no setor sustentvel, conferncias mundiais sobre desenvolvimento sustentvel e o compromisso da sociedade com o meio ambiente. Dessa forma, tentamos ser o mais abrangente possvel sem perder a essncia do tema: Engenharia e Cidades Sustentveis.

3 Cidades SustentveisA Revoluo Industrial, no sculo XIX, proporcionou novas possibilidades de trabalho e comrcio. Essas mudanas atraram as populaes da zona rural para as cidades, iniciando o processo da urbanizao. Em um perodo posterior, a Revoluo Verde gerou um aumento na produtividade e uma reduo nas necessidades de mo-de-obra no campo, intensificando ainda mais o fluxo campo-metrpole.Conforme aumentaram as migraes da zona rural para a urbana, os preos dos imveis se elevaram, contribuindo para a especulao imobiliria. Como os imveis mais baratos so, em geral, mais distantes do centro, a populao passa a morar cada vez mais distante de seu trabalho, intensificando a locomoo diria e acarretando problemas de mobilidade urbana, elevado consumo de combustvel, acidentes e poluio. H tambm elevada poluio da gua e do ar devido instalao de indstrias e da falta de fiscalizao. Ainda, h uma elevada produo de lixo.Como se observa, a grande concentrao da populao mundial nas cidades, especialmente das metrpoles, tem provocado muitos problemas para o meio ambiente e para a populao. Esses impactos recentes esto motivando um crescente estudo e investimento de empresas e governos a cerca de medidas sustentveis que resultem em melhor qualidade de vida para os habitantes do meio urbano.Dessa forma, surgiu um novo conceito: tecnologia verde, na qual a cincia e a pesquisa aliam desenvolvimento tecnolgico e preservao do meio ambiente. As cidades sustentveis so cidades que implementam polticas pblicas relacionadas tecnologia verde. A preocupao dessa tendncia envolve a utilizao mais eficiente da energia e recursos, e o uso de substncias menos txicas na fabricao. Com essa corrente, foram desenvolvidas novas Engenharias, como a Engenharia Ambiental e Engenharia de Energia.

3.1 Energia Sustentvel3.1.1 Energia Renovvel para Ambiente UrbanoInicialmente, deve-se entender o conceito de energia como a capacidade de produzir trabalho. Quanto maior o grau de acesso a fontes de energticas, maiores sero as possibilidades de desenvolvimento. Produzir significa apropriar-se da energia existente na natureza. Ao longo do processo histrico a fome por energia criou novas fontes, novas tcnicas, entretanto, a fonte bsica dessa energia no mudou. Continua sendo a natureza. Por isso que a energia esta no centro das relaes do homem com a natureza, como elemento fundamental para a existncia da sociedade, principalmente em uma sociedade urbano-industrial baseada no consumo, como a atual.As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos. As energias no renovveis (origem mineral ou fssil) e as energias renovveis (elica, geotrmica, biomassa, solar, entre outras).O petrleo a energia (no renovvel) usada em maior escala. Tem a vantagem de ser de fcil transporte, gerar inmeros subprodutos e ser muito lucrativo. O mundo extremamente dependente desse combustvel fssil. O que indica que o esgotamento desse recurso implicar em graves consequncias econmicas e polticas. Ainda, o uso desse tipo de energia produz emisses de dixido de carbono, substancia qumica relacionada, por uma linha de cientistas, ao aumento da temperatura mdia global.Os fatores anteriormente citados, somados a preocupao dos economistas variao de preo do ouro negro ocorrido na Crise do Petrleo, que motivaram o desenvolvimento de outras formas de energia menos prejudiciais ao ambiente e renovveis.A gerao de energia tem provocado alteraes de grandes dimenses na base ambiental do planeta, o que tem gerado uma conscientizao quanto a necessidade de encontrar outros caminhos energticos alm de evitar o desperdcio. Alm do que, em muitos casos, o custo dessas energias menor do que as tradicionais.

3.1.1.1 Energia Elica a energia cintica contida nas massas de ar em movimento, o seu aproveitamento ocorre pela converso da energia cintica atravs do uso de turbinas elicas, chamadas aerogeradores. Esta uma fonte de energia renovvel, limpa e de baixo custo. Por isso a nvel mundial temos o crescimento do uso dessa fonte.A capacidade de gerao dessa energia est diretamente relacionada ao regime de vento em cada regio. Por isso, se faz necessrio um estudo prvio das condies elicas na rea. Segundo os padres internacionais se aceita como vivel energeticamente reas que apresentem ventos com velocidades superiores a 8 m/s.

Figura 1 Fonte: Jornal GGNNo mundo, a Europa se destaca pelo uso da energia elica, principalmente a Alemanha e a Espanha. Nos ltimos anos, a China foi o pas que mais investiu nessa energia, alcanando a quinta posio mundial. No Brasil, a energia elica poderia apresentar uma boa alternativa complementando a sua energia principal, a hidreltrica. Tendo em vista que os anos mais secos costumam ser os com mais ventos. Todavia, o pas no aproveita nem um dcimo de seu potencial. De todas as regies, o Nordeste apresenta o melhor regime de ventos. A grande desvantagem dessa fonte a inconstncia no regime de ventos, o que obriga a utilizao de outra fonte energtica como principal. O som e a poluio visual causados pelas torres, a possibilidades de interferncias eletromagnticas tambm so apontados como pontos negativos dessa fonte. Ainda, se no houver um estudo ecolgico do local onde foi implantada, as turbinas podem ser instaladas indevidamente na rota de aves, matando a fauna aviria local.

3.1.1.2 Energia SolarO Sol sempre foi aproveitado como fonte de energia, mas de forma primitiva. Nos dias atuais atravs de novas tecnologias (trmica, fotovoltaica e qumica) a energia do Sol tem sido mais amplamente utilizada. A grande vantagem o fato de ser uma fonte inesgotvel, renovvel, limpa e gratuita.A energia solar uma opo boa, principalmente para os pases de clima tropical. O Brasil um pas com alta incidncia de radiao solar, principalmente no Norte e no Nordeste, em funo da proximidade com o Equador. Entretanto, essa fonte apresenta alguns problemas que limitam sua utilizao: o custo de implementao alto e os aparelhos de captao so pouco eficientes, de forma que necessitam utilizar grandes reas. Assim, a colocao de clulas fotovoltaicas fica restrita a telhados, o que torna uma fonte de carter complementar. Figura 2 Fonte: G1 Globo

3.1.1.3 Energia HidrulicaA utilizao de gua para a gerao de energia permite que a hidroeletricidade apresente um baixo custo KW/h. Todavia, os custos de implantao so bastante elevados. Para que uma usina hidreltrica tenha uma relao custo/beneficio ideal, faz-se necessrio a construo de barragem em uma rea de relativo declive j que quanto maior a altura da gua, maior ser a presso nas turbinas, gerando mais energia e comprometendo menos o meio ambiente, visto que a rea alagada ser menor. Entre as maiores hidreltricas do mundo, esto as usinas de Trs Gargantas (China), Itaipu (Brasil) e o Assuan (Egito). A usina de Trs Gargantas foi construda entre 2003 e 2009 e causou um prejuzo ambiental e social imenso. Milhes de pessoas que habitavam prximo a rea de construo da barragem tiveram que ser removidas, alm do comprometimento do curso do rio, assim como a fauna e a flora que dele dependem. Por outro lado, a navegao no rio em que a hidreltrica foi construda melhorou. Tambm houve uma melhoria no sistema de controle de enchentes e uma imensa produo de energia, gerao de emprego e renda regional. Figura 3 Fonte: Forte.Jor

3.1.1.4 Biomassa A biomassa, do ponto de vista energtico, o nome dado matria orgnica passvel de ser utilizada para a gerao de energia. Ela abrange tanto os biocombustveis como a bioenergia.Esta pode ser obtida da biomassa nova (estrume, restos de rao e outros dejetos) e da biomassa velha (madeiras e palhas). A primeira principalmente utilizada para gerar eletricidade a partir do biogs, acumulado em um gasmetro. A segunda serve para gerar energia trmica, a partir da queima desses materiais.Na Regio Oeste do Paran, a gerao de eletricidade a partir da biomassa nova encontra uma cenria bastante favorvel dada a forte produo agropecuria local e suas caractersticas fundirias (80% das propriedades tm menos de 30 hectares).A economia regional especializou-se na converso de protena vegetal em protena animal, ou seja, os produtores plantam soja e milho que so utilizados como rao para alimentar sunos, gado bovino e aves. H uma extensa rede de produo integrada, normalmente organizada na forma de cooperativas, que vai desde o plantio de gros industrializao das carnes em frigorficos.

3.1.2 Eficincia Energtica em Construes ExistentesUma construo sustentvel visa obter uma edificao que agrida da menor maneira possvel o meio ambiente. E, para tal, so citadas algumas prticas eficientes, como:1- Maximizao da luz natural, atravs do uso de uma grande rea envidraada e transparente. Para melhor eficincia, uso de vidros de alto desempenho que reduzem o ganho de carga trmica dos ambientes internos, diminuindo, assim, a demanda pelo uso de lmpadas e tambm de ar condicionado e ventilador.2- Luminrias eficientes, que consumam uma baixa densidade de potncia por ambiente. Priorizando a iluminao em LED, que reduz em 90% o consumo energtico e no produz calor.3- Uso de placas solares para produo de energia e aquecimento da gua.4- Telhado verde para melhorar as condies trmicas no interior da residncia, alm de melhorar a umidade relativa do are nas reas prxima e reduzir impactos de ilhas de calor.

3.1.3 Engenharia de EnergiaO mundo vive um grande dilema devido ao crescente avano ligado a maior demanda nosetor energtico, as reservas naturais tem se tornadas cada vez menores. Como se a diminuio dos recursos naturais no bastasse, h tambm ocrescimento da populaomundial, que induz significativamente na necessidade deenergia, gerando grandes preocupaes ligadas a poluio e impacto ao meio ambiente. Desta forma, os governos e as organizaes no governamentais (conhecidas como ONGs) que prezam pela preservao do meio ambiente, fazem projetos e leis para harmonizar o avano energtico,a fim de explorar seu potencial da melhor forma possvel. Ainda, o protocolo deKyoto limitou o uso de alguns tipos de combustveis e incentivou o uso deenergias renovveise limpas. Assim, o Brasil e o mundo sentem a necessidade de um profissional capacitado a realizaranlises de energiae criar novas maneiras de produo.A partir deste contexto e dilema, surge o curso de Engenharia de Energiafocado em buscar a capacitao profissional, aliando agerao de energia e a preocupao com o meio ambiente.OEngenheiro de Energiatrabalha em diversos aspectos ligados a energia, desta sua obteno, at mesmo nas formas de aplicao. Oprofissional de energia pesquisa e esquematiza estratgias para o setor energtico. Assim, h tambm a preocupao da melhor forma de utilizao dos recursos no setor, o que necessita de anlise das diversas regies do pas, a fim de garantir os recursos da melhor forma possvel. Alm disso, coordena programas que buscam definir o uso sustentvel e otimizado da energia, a fim de reduzir tambm o desperdcio.

3.2 Resduos Reaproveitamento de resduos significa transformar materiais descartados em novos produtos. Geralmente resduos so plsticos, vidros, papeis, metal e entulhos da construo civil.

3.2.1 Transporte de ResduosA NBR 13221 especifica os requisitos para o transporte terrestre de resduos, de modo a evitar danos ao meio ambiente e a proteger a sade pblica. Essa norma se aplica ao transporte terrestre de resduos perigosos, conforme classificados no Anexo da Resoluo n 420 da ANTT, inclusive aqueles materiais que possam ser reaproveitados, reciclados e/ou reprocessados. Especifica os requisitos para o transporte terrestre de resduos, de modo a minimizar danos ao meio ambiente e a proteger a sade pblica; conforme classificados nas instrues complementares do Regulamento para o Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos (RTPP), aprovado pelo Decreto 96.044, inclusive aqueles que possam ser reaproveitados, reciclados e/ou reprocessados, e os provenientes de acidentes. Pode ser aplicada tambm aos resduos perigosos segundo a definio da Conveno da Basileia (Decreto 875 1993 e Resoluo Conama 23.1996).A norma define segregao como a separao total entre o compartimento da carga e o habitculo do condutor, por meio de uma barreira fsica que impea o contato e a contaminao entre as pessoas e a carga. O transporte deve ser feito por meio de veculo e/ou equipamento adequado, obedecendo as regulamentaes pertinentes. O estado de conservao do equipamento de transporte deve ser tal que, durante o transporte, no permita vazamento ou derramamento do resduo. O resduo, durante o transporte, deve estar protegido de intempries, assim como deve estar devidamente acondicionado para evitar o seu espalhamento na via pblica ou via frrea. fundamental que os resduos no podem ser transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou objetos destinados ao uso elou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinadas a estes fins. O transporte de resduos deve atender a legislao ambiental especfica (federal, estadual ou municipal), quando existente, bem como deve ser acompanhado de documento de controle ambiental previsto pelo rgo competente, devendo informar o tipo de acondicionamento, como a granel, continer, tambores, tanque, bombonas, fardos, sacos, etc.Os veculos de coleta e transporte de resduo podem ser de dois tipos: compactadoras: no Brasil so utilizados equipamentos compactadores de carregamento traseiro ou lateral; sem compactao: conhecidas como ba ou prefeitura, com fechamento na carroceria por meio de portas corredias. Um bom veculo de coleta de lixo domiciliar deve possuir as seguintes caractersticas: no permitir derramamento do lixo ou do chorume na via pblica; apresentar taxa de compactao de pelo menos 3:1, ou seja, cada 3m de resduos ficaro reduzidos, por compactao, a 1m; apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis, ou seja, no mximo a 1,20 m de altura em relao ao solo; possibilitar esvaziamento simultneo de pelo menos dois recipientes por vez; e possuir carregamento traseiro, de preferncia, dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores; apresentar descarga rpida do lixo no destino (no mximo em trs minutos); possuir compartimento de carregamento com capacidade para no mnimo 1,5m; possuir capacidade adequada de manobra e de vencer aclives; possibilitar basculamento de contineres de diversos tipos; distribuir adequadamente a carga no chassi do caminho; apresentar capacidade adequada para o menor nmero de viagens ao destino, nas condies de cada rea.

3.2.2 Gesto Integrada de ResduosAGesto Integrada de Resduos Slidos um conjunto de metodologias com vista a reduo no s da produo e eliminao deresduos, como do melhor acompanhamento durante todo o seuciclo produtivo.Tem como finalidade reduzir a produo de resduos na origem, gerir a produo dos mesmos no sentido de atingir um equilbrio entre a necessidade de produo de resduos, e o seuimpacto ambiental. uma gesto transversal a todo o ciclo.

3.2.2.1 Reduo na FonteReduzir a produo de resduos na origem um dos pontos fundamentais de uma boa estratgia de Gesto Integrada de Resduos Slidos. Equilibrar as reais necessidades, com a produo de resduos menos nocivos, assim como evitar o recurso a materiais de difcil aproveitamento ou valorizao, um dos pontos essenciais. Asindstriasso incentivadas a aumentar a sua eficincia, reduzindo assim, gastos desnecessrios, e no ciclo de consumo domstico, so integrados novos conceitos como o reuso dematrias-primas, evitando assim no s uma excessiva produo de novos resduos, como diminuindo a quantidade produzida neste ciclo.Com a reduo economizam-serecursos naturais. Em ltima anlise, menos materiais devero ser reciclados ou enviados paraaterros sanitriosou instalaes de combusto de resduos, aumentando assim o perodo de vida das instalaes finais de deposio de resduos, a diminuio das necessidades de incinerao, a poupana de matria prima e de energia e do custo de tratamento de resduos.A indstria tem incentivos econmicos para a prtica de reduo na fonte. Quando as empresas fabricam os produtos com menos embalagem, esto a comprar menos matrias-primas. A diminuio dos custos de produo pode significar uma maior margem de lucro, podendo, dessa forma, apresentar produtos mais baratos, aumentando assim as potenciais vendas.Os consumidores podem igualmente colaborar com a reduo de resduos, comprando produtos em maior quantidade, com menos embalagens ou embalagens reutilizveis.

3.2.2.2 Reciclagem Conceitualmente, a reciclagem um processo de transformao aplicado a materiais que podem voltar ao estado original, convertendo-se em produtos iguais em todas as suas caractersticas, sendo um conceito diferente do dereutilizao. A reutilizao consiste no reaproveitamento de um determinado material j beneficiado em outro, com caractersticas diferentes.Em alguns casos, o reaproveitamento no possvel indefinidamente, pois ocorre a degradao das caractersticas do material a cada novo processo. Isso ocorre com o papel, por exemplo, cujas fibras de celulose vo se encurtando a cada novo processo.J na reciclagem do alumnio e metais de modo geral, as propriedades fsicas e qumicas se mantm e o processo de reciclagem pode ser repetido indefinidamente.Nomeio-ambiente, tanto a reciclagem, como areutilizaopodem reduzir a acumulao progressiva deresduos, evitando a produo de novos materiais, como, por exemplo, opapel, que exigiria o corte de maisrvores, com emisses de gases comometanoegs carbnico, consumo deenergia, agresses aosolo,aregua, entre outros tantos fatores negativos.No aspecto econmico a reciclagem contribui para o uso mais racional dosrecursos naturaise a reposio daqueles recursos que so passveis de reaproveitamento.No mbito social, a reciclagem no s proporciona melhorqualidade de vidapara as pessoas, atravs das melhorias ambientais, como tambm tem gerado muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas mais pobres.Coleta seletivaourecolha seletiva o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que so possveis de seremreciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estesmateriais reciclveispodemos citar os diversos tipos de papis, plsticos, metais e vidros.A separao na fonte evita a contaminao dos materiais reaproveitveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.Para iniciar um processo de coleta seletiva preciso avaliar, quantitativamente e qualitativamente, o perfil dos resduos slidos gerados em determinadomunicpioou localidade, a fim de estruturar melhor o processo de coleta. Com as tecnologias atuais apenas uma nfima parte dosresduos urbanosno so passiveis de reaproveitamento, sendo direcionados para unidades de eliminao dos mesmos, normalmente os aterros sanitrios. Felizmente, a maior parte dos mesmos pode ser destinada ao reaproveitamento, quer sejareciclagemou outros tipos de reaproveitamento. A coleta seletiva, ou recolha seletiva tem como objetivo a separao dosresduosurbanos pelas suas propriedades e pelo destino que lhes pode ser dado, com o intuito de tornar mais fcil e eficiente a sua recuperao. Assim, pretende-se resolver os problemas de acumulao de lixo nos centros urbanos, e reintegrar os mesmos no ciclo industrial, o que traz vantagens ambientais e econmicas. Os pontos onde so depositados para a recolha so denominados de lixes, ou ecopontos. Estes podem oferecer vrios tipos de coletores, de acordo com as especificidades dos resduos da zona e das respostas de tratamento existentes pela entidade que procede ao seu encaminhamento para os centros de valorizao.

3.2.2.3 IncineraoIncinerao a queima dolixoem fornos eusinasprprias. Apresenta a vantagem de reduzir bastante o volume deresduos. Alm disso, destri osmicrorganismosque causamdoenas, contidos principalmente nolixo hospitalareindustrial.Depois da queima, resta um material que pode ser encaminhado paraaterros sanitriosou mesmoreciclado. recomendada a reutilizao racionalizada dos materiais queimados para a confeco deborracha,cermicaeartesanato.No entanto, certos resduos liberam gases txicos aos serem queimados. Nesses casos, para evitar apoluio do ar, necessrio instalar filtrose equipamentos especiais o que torna o processo mais caro.Deste processo resultam como produtos finais aenergia trmica (que transformada emenergia eltricaouvapor), guas residuais, gases, cinzaseescrias. Os gases resultantes da incinerao tm de sofrer um tratamento posterior, uma vez que so compostos por substncias consideradas txicas.Um incinerador gera tambm emisses dedixido de carbono, agente causador doefeito estufa. Como parte do processo, fazem-se necessrios equipamentos de limpeza de gases, tais comoprecipitadores ciclnicosde partculas,precipitadores eletrostticose lavadores de gases.Oefluentegerado pelo arrefecimento das escrias e pela lavagem dos gases ter de sofrer um tratamento adequado uma vez que, de acordo com a legislao daUnio Europeia, considerado umresduo perigoso. Com a queima dos resduos, possvel aproveitarenergia trmica gerada transformando-a em energia eltrica que ser posteriormente "comprada" pela Rede Nacional de Distribuio. Por estes motivos, havendo assim valorizao do resduo, a Incinerao surge imediatamente acima da deposio ematerrocontrolado, segundo a Hierarquia de Gesto de Resduos.

3.2.2.4 Aterro SanitrioAterro sanitrio um espao destinado deposio final de resduos slidos gerados pela atividade humana. Nele so dispostosresduosdomsticos, comerciais, de servios de sade, daindstriade construo, e tambm resduos slidos retirados doesgoto.A base do aterro sanitrio deve ser constituda por um sistema de drenagem dechorumeacima de uma camada impermevel depolietilenode alta densidade - P.E.A.D., sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de material lquido para o solo, evitando assim a contaminao de lenis freticos. O chorume deve ser tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor poluio ao meio ambiente.Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta dobiogs, que constitudo pormetano,gs carbnico (CO2) e gua (vapor), entre outros, e formado pela decomposio dos resduos. Este efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser queimados na atmosfera ou aproveitados para gerao de energia. No caso de pases em desenvolvimento, como o Brasil, a utilizao do biogs pode ter como recompensa financeira a compensao porcrditos de carbonoou CERs doMecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme previsto noProtocolo de Kyoto.Sua cobertura constituda por um sistema de drenagem de guas pluviais, que no permita a infiltrao de guas de chuva para o interior do aterro. No Brasil, usa-se normalmente uma camada de argila compactada.Um aterro sanitrio deve tambm possuir um sistema demonitoramento ambiental(topogrfico e hidrogeolgico) e ptio de estocagem de materiais. Para aterros que recebem resduos de populaes acima de 30 mil habitantes, desejvel tambm muro ou cerca limtrofe, sistema de controle de entrada de resduos (ex. balana rodoviria), guarita de entrada, prdio administrativo, oficina e borracharia.Quando atinge o limite de capacidade de armazenagem, o aterro alvo de um processo de monitorizao especifico, e se reunidas as condies, pode albergar um espao verde ou mesmo um parque de lazer, eliminando assim o efeito esttico negativo.Existem critrios de distncia mnima de um aterro sanitrio e um curso de gua, uma regio populosa e assim por diante. No Brasil, recomenda-se que a distncia mnima de um aterro sanitrio para um curso de gua deve ser de 200m.

3.3 Mobilidade UrbanaMobilidade o grande desafio das cidades contemporneas, em todas as partes do mundo. A opo pelo automvel - que parecia ser a resposta eficiente do sculo 20 necessidade de circulao - levou paralisia do trnsito, com desperdcio de tempo e combustvel, alm dos problemas ambientais de poluio atmosfrica e de ocupao do espao pblico. No Brasil, a frota de automveis e motocicletas teve crescimento de at 400% nos ltimos dez anos.Mobilidade urbana sustentvel envolve a implantao de sistemas sobre trilhos, como metrs, trens e bondes modernos (VLTs), nibus "limpos", com integrao a ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade. E solues inovadoras, como os telefricos de Medellin (Colmbia), ou sistemas de bicicletas pblicas, como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogot, Boston e vrias outras cidades mundiais.Por fim, a mobilidade urbana tambm demanda caladas confortveis, niveladas, sem buracos e obstculos, porque um tero das viagens realizadas nas cidades brasileiras feita a p ou em cadeiras de rodas.Somente a requalificao dos transportes pblicos poder reduzir o ronco dos motores e permitir que as ruas deixem de serem "vias" de passagem e voltem a ser locais de convivncia.

Figura 4 - Fonte: Mobilize Brasil

3.3.1 Infraestrutura para BicicletasOplanejamento cicloviriobaseia-se na premissa de incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte em uma cidade ou regio. O enfoque vai alm das ciclovias e visa enxergar o uso da bicicleta dentro do contexto urbano existente para atender as necessidades reais dos ciclistas. O bom planejamento ciclovirio necessita de segurana viria para circulao bem como de infraestrutura adequada de estacionamento para bicicletas.Cinco exigncias podem resumir a questo de maneira bastante direta na execuo de qualquer projeto de ciclovia ou que simplesmente vise o incentivo ao uso da bicicleta. So eles:1. Segurana ViriaTodo o planejamento e desenho da infraestrutura cicloviria tem de ser pensando em conjunto. Redes virias, pisos de qualidade e cruzamentos que no gerem riscos. Tudo deve garantir deslocamentos seguros para todos os usurios, sejam ou no ciclistas.2. Rotas diretas/rapidezNesse caso tudo dever ser pensado com o objetivo de minimizar o tempo e o esforo necessrio para os deslocamentos por bicicleta. Como a gua segue sempre o caminho mais curto e rpido, assim devem ser as rotas ciclovirias de qualidade.3. CoernciaSer coerente implica em manter no s uma unidade visual em relao a sinalizao e pisos, mas tambm em rotas completas e fceis de serem seguidas.4. ConfortoPara que mais pessoas utilizem a bicicleta com meio de transporte, o fato das vias serem confortveis certamente representa um fator fundamental. Atingir esse objetivo primordial requer poucas paradas, piso de qualidade, largura adequada, proteo das intempries sempre que possvel e que o ciclista nunca seja forado a desmontar da bicicleta durante seu deslocamento.5. AtratividadeA atratividade requer um grande esforo no planejamento, mas certamente a mais fcil de visualizar como necessria. Quem no usa a bicicleta como meio de transporte se sentir convidado a faz-lo quanto mais atrativa for a infraestrutura. Para isso, deve-se pensar em rotas que cruzem ambientes diversificados, agradveis, que no coincidam com vias arteriais de trnsito motorizado e por fim, que no sejam zonas inseguras em relao criminalidade.Existem 4 tipos de infraestrutura, so elas:1. Ciclovia um espao segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que h uma separao fsica isolando os ciclistas dos demais veculos. Amaioria das ciclovias de orla de praia so exemplos de vias segregadas.Essa separao pode ser atravs de mureta, meio fio, grade, blocos de concreto ou outro tipo de isolamento fixo. A ciclovia indicada para avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do trfego rpido e intenso.2. Ciclofaixa quando h apenas uma faixa pintada no cho, sem separao fsica de qualquer tipo (inclusive cones ou cavaletes). Pode haver olhos de gato ou no mximo os taches do tipo tartaruga, como os que separam as faixas de nibus.Indicada para vias onde o trnsito motorizado menos veloz, a ciclofaixa muito mais barata que a ciclovia, pois utiliza a estrutura viria existente.3. CiclorrotaDe uso mais recente, o termociclorrota(ouciclo-rota) significa umcaminho, sinalizado ou no, que represente a rota recomendada para o ciclista chegar onde deseja. Representa efetivamente um trajeto, no uma faixa da via ou um trecho segregado, embora parte ou toda a rota possa passar por ciclofaixas e ciclovias.4. Ciclovia OperacionalFaixa exclusiva instalada temporariamente e operada por agentes de trnsito durante eventos, isolada do trfego dos demais veculos por elementos canalizadores removveis, como cones, cavaletes, grades mveis, fitas, etc.As Ciclofaixas de Lazer, montadas aos domingos em vrias cidades, so tecnicamenteciclovias operacionais, j que so temporrias e tm sua estrutura removida aps o trmino do evento semanal.3.3.2 Corredores de nibus e nibus de Baixa-EmissoQuando se prioriza o transporte pblico no espao urbano, especialmente por meio de nibus que so mais abrangentes em termos geogrficos , democratiza-se esse espao. Um veculo que atende mais passageiros, podendo transportar de 80 a 100 pessoas com um comprimento mdio de 13 metros, merece mais ateno e velocidade que os automveis particulares, que levam em mdia duas pessoas ocupando cinco metros de comprimento.Tornando o transporte pblico mais eficiente, especialmente com corredores de nibus, possvel operar o sistema com tarifas mais baixas. Aliados, ainda, utilizao de veculos eltricos ou hbridos, os corredores so contribuio preciosa sustentabilidade ligada mobilidade urbana. De modo geral, a pessoa que usa o transporte coletivo ocupa menos espao nas cidades e polui menos, pois divide um mesmo veculo com outras dezenas.Boa parte de quem usa nibus no tem condies de possuir um carro de passeio ou outra forma de deslocamento. Essas pessoas, geralmente de baixa renda, no podem acabar proporcionalmente pagando mais caro para se deslocar do que um dono do carro. Em relao ao transporte por nibus, os melhores resultados so observados no sistema BRT, sigla em ingls para Bus Rapid Transit. Ele no apenas um corredor de nibus, mas um sistema operacional que apresenta maior fluidez e velocidade, especialmente por tirar os veculos dos congestionamentos.

Figura 5 Fonte: G1 Globo

Em resumo, corredores de nibus ajudam a democratizar o espao pblico, aumentam a velocidade do transporte coletivo e diminuem os custos de operao, beneficiando classes de mdia e baixa renda, sendo tambm indutores de justia econmico-social. Basta vontade poltica de investir em transporte pblico, especialmente em corredores de nibus BRT, sempre levando em conta a realidade econmica de qualquer municpio.Os veculos movidos eletricidade e biodiesel, chamados hibribus, reduzem 90% a emisso de poluentes, na comparao com os nibus que circulam atualmente, e 35% o consumo de combustvel. Alm disso, o hibribus mais silencioso, no emite rudos em cerca de 30% do tempo de operao. O modelo fabricado na unidade da montadoraVolvoem Curitiba, a primeira a produzir o hibribus fora daSucia, sede mundial da marca.

3.3.3 Taxis VerdesTxis desempenham um papel fundamental no transporte pblico das cidades. Mas como qualquer veculo comum, movido combustvel fssil, contribui para a poluio do ar e para emisso de gases efeito estufa. Cientes deste efeito negativo, um nmero cada vez maior de cidades tm includo as frotas de txis em seus programas de combate ao aquecimento global.

Figura 6 Fonte: iG Carros

Carros com propulso eltrica ou hbrida so praticamente extraterrestres ruas do Brasil, j que no h incentivo tributrio algum para impulsionar a venda desse tipo de veculo por aqui, ao contrrio do que j feito em outros pases. Por isso, de acordo com as fabricantes, to difcil trazer esses modelos, apesar do relativo sucesso que fazem em outros mercados. Mas quem quer ter um gostinho de como andar em um veculo desses dispe de uma opo bem interessante: Nissan e Toyota firmaram parcerias com prefeituras e empresas de txis para colocar seus carros movidos a energias mais limpas nas ruas. Os modelos Nissan Leaf e Toyota Prius rodam nas capitais So Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ e so bastante disputados entre os clientes. Londres, sede dos Jogos Olmpicos de 2012, pretende substituir os icnicos Black Cabs por modelos similares por fora, mas muito mais ecolgicos sob o cap. Enquanto os atuais so movidos a diesel, fonte significativa de poluio, os novos tm emisso zero de gases nocivos atmosfera, liberando apenas gua pelo escapamento.So Francisco, na Califrnia, lanou em 2007 um programa de incentivo para que as companhias de txis adquirissem carros menos poluentes ou com tecnologia limpa. Na poca, eram disponibilizados at dois mil dlares por proprietrio de txi. Entre outras medidas que ajudaram na renovao da frota, a principal foi adotada pelo Aeroporto Internacional da cidade que dava privilgios aos txis verdes de passaram na frente da fila de carros para pegar passageiro. Ento quem no tinha veculo limpo era obrigado a enfrentar fila.Atualmente, 78% da frota de So Francisco (de 1,5 mil carros) composta por txis hbridos ou movidos a clulas combustveis a gs natural comprimido (GNC). E no s o meio ambiente que se deu bem a. Com carros verdes, os taxistas reduziram em 50% os gastos com combustvel diariamente, conta Johanna Partin, diretora do Programa de Iniciativas pelo Clima de So Francisco. A cidade tambm pretende lanar at o ano que vem um sistema inovador de txis eltricos com estaes de troca de baterias. Sero 61 txis e 4 estaes para troca das baterias.

3.4 Cidades com Prticas Sustentveis no Mundo3.4.1 Malm, SuciaCapital da provncia de Skane, Malm conta com 600.000 habitantes em sua rea metropolitana e a terceira maior cidade da Sucia. Malm passa por uma transio de cidade industrial para cidade do conhecimento. Durante 150 anos Malm viveu constante expanso devido construo da linha ferroviria do sul da Sucia (1850-1870) e inaugurao do porto Kockums em 1840, um dos maiores estaleiros navais do mundo, que impulsionaram a indstria local. Na dcada de 1970, a Sucia sofreu uma severa recesso que atingiu principalmente o setor industrial e a cidade estava praticamente falida. Graas a diversos projetos governamentais em anos recentes, a cidade comeou a sua recuperao; indstrias antigas foram substitudas por prdios empresariais e casas residenciais, investimentos em tecnologia foram feitos e programas de treinamento de alto calibre foram criados.Com objetivo de acelerar o desenvolvimento de programas de investimento locais e a transformao da sociedade local em sustentvel, o governo sueco atribuiu cidade 7.2 bilhes de coroas suecas equivalente a aproximadamente 2,4 bilhes de reais no perodo de 1998-2003. Desde a dcada de 1990, Malm vem trabalhando ativamente em sua Agenda 21 Local, resposta a Agenda 21 Global adotada em 1992 na Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) realizada no Rio de Janeiro, que apresenta objetivos de longo prazo para o desenvolvimento sustentvel da cidade. A A21L uma plataforma que contm planos de ao baseados nos objetivos, a serem atingidos at 2020, criados pelo parlamento e governo da Sucia para garantir a qualidade do meio ambiente dos suecos; so esses 15 no total e incluem qualidade do ar, impacto ambiental reduzido e qualidade da gua subterrnea. A forte liderana do governo sueco orienta, ento, a poltica sustentvel de Malm.Muitos projetos premiados para reconstruir instalaes industriais e comerciais abandonadas esto sendo aplicados s cidades que tm um plano abrangente para tratar a contaminao do solo e uma estratgia ativa para garantir uma elevada percentagem de superfcies que permanecem no vedadas.Em 2003, o Departamento de Parques e Ruas se juntou com o Departamento de Planejamento e com o Departamento de Lazer e criou o Green Plan que aumentou de 2% para 33% a rea verde acessvel na rea urbana e estabeleceu a criao de 10.000 m de vegetao telhado verde para evitar inundaes na rea.A transformao da cidade evidente no distrito Porto Ocidental, onde pode ser encontrado o quarteiro Bo01, uma combinao de planejamento urbano e instalaes energicamente eficientes.

A Agenda 21 Local um instrumento de planejamento de polticas pblicas que envolve tanto a sociedade civil quanto o governo em um processo amplo e participativo de consulta sobre os problemas ambientais, sociais e econmicos locais e o debate sobre solues para esses problemas atravs da identificao e implementao de aes concretas que visem ao desenvolvimento sustentvel local.Os prdios foram construdos para ter 100% da sua fonte energtica provinda de energia renovvel, recebendo a energia do sol, do vento e possuindo uma bomba de calor que extrai calor de um aqufero local, o que facilita o armazenamento sazonal de calor e gua fria no subsolo feito de estrato de calcrio.O quarteiro Bo01 foi o primeiro a usar um fator de espao verde local para promover a biodiversidade, incorporando a vegetao local, bem como a gua da chuva atravs do gerenciamento de guas pluviais com ligao com o mar.Porto Ocidental possui diferentes sistemas de separao de resduos, a coleta sistemas de vcuo, todas as cozinhas das residncias locais possuem trituradores de resduos instalados e alimentos desperdiados so armazenados em tanques para produo de biogs e transportados.O distrito incorpora um sistema de transporte eficiente, com nibus que ligam diferentes reas a cada cinco minutos; nos pontos de nibus h um recurso em tempo real que exibe em quanto tempo o prximo nibus vai chegar. Ciclovias so acessveis j que a cidade de Malm possui mais de 420 km delas, e um novo sistema tem sido desenvolvido para reduzir o nmero de lugares de estacionamento substituindo-os por uma linha para o fluxo de carro com mais de um passageiro.Malm um exemplo mundial de cidade sustentvel e possui muitos objetivos ambiciosos para o futuro, dentre eles fazer todas as atividades da cidade serem neutras ao clima at 2020, ou seja, reduzir ao mximo a emisso de gases estufa. A cidade tambm tem um plano, a ser completado at 2030, para garantir que toda a cidade tenha 100% da sua fonte de energia proveniente de fontes renovveis, desenvolvendo a energia elica j que as condies do vento so extremamente favorveis na cidade.

3.4.2 Copenhague, DinamarcaCopenhague tem uma populao urbana de mais de 1,2 milhes de habitantes, a capital da Dinamarca e a cidade mais populosa do pas.Criar uma sociedade verde e sustentvel um dos principais objetivos da Dinamarca. Mais de 20% da energia da Dinamarca j vem de energia renovvel, e a meta chegar a 100% em 2050, sendo o pas lder mundial quando se trata de desenvolvimento de novas tecnologias na rea. Devido poltica do pas, a capital Copenhague foi, em 2014, vencedora do prmio europeu European Green Capital Award e tem o objetivo de se tornar a primeira cidade do mundo neutra ao clima at 2025. Com base num plano de ao estratgico municipal em que 50 iniciativas so descritas e cada uma delas atende uma meta de mdio prazo de reduo da emisso de CO-2 em 20% at 2015, diversas aes foram realizadas entre elas: a limpeza do porto que transformou reas urbanas em mais atraentes, com melhor qualidade de vida o que levou a melhoria da vida empresarial local e criou empregos; e o aumento da mobilidade atravs do transporte integrado e solues de ciclismo.Copenhague mundialmente famosa pela sua cultura de bicicleta, essa provinda da cultura do ciclismo dinamarquesa. A cidade possui cerca de 400 km de ciclovias, e 40% da populao economicamente ativa da capital usa a bicicleta como meio de transporte para o trabalho.A rota Copenhague-Albertslund recm-inaugurada a primeira de uma rede planejada, que quando concluda ser composta por 26 super ciclovias, cobrindo um total de 300 km. A rede vai aumentar o nmero de ciclovias na Grande Copenhague em 15% e est previsto para reduzir a despesa pblica de 40,3 milhes de euros por ano graas melhoria da sade.Em Julho de 2013 foi inaugurado o novo complexo da Cidade da ONU em Copenhague, que constitui o ponto central das oito organizaes das Naes Unidas com sede em Copenhague, cuja obra satisfez uma srie de critrios ambientais. Estes incluram o uso de materiais de construo sustentveis, reduzindo o desperdcio e minimizando o impacto sobre os ecossistemas circundantes, alm da promoo da qualidade do ar interior e da utilizao inteligente de gua.O prdio recebeu o Prmio Green Building da Comisso Europeia em 2012, e, recentemente, tornou-se o primeiro complexo das Naes Unidas a receber o certificado de platina com LEED (Liderana em Energia e Design Ambiental).Durante a sua construo, toda madeira utilizada foi provinda de florestas geridas de forma sustentvel localizadas num raio de 800 quilmetros do local de construo para reduzir as emisses de gases estufa provenientes dos transportes.Nas suas operaes do dia-a-dia, a Cidade da ONU limita a quantidade de energia tradicional usada para aquecimento, arrefecimento, iluminao e ventilao. A captao de gua da chuva anual quase suficiente para lavar seus banheiros uma mdia de 5.300 vezes por dia durante um ano inteiro. Essa reutilizao da gua da chuva, alm de torneiras de baixo fluxo e vasos sanitrios de baixo desperdcio, contribuiu para uma reduo de mais de 60% do consumo total de gua em banheiros, cozinhas e chuveiros do edifcio.Formas inovadoras de regulao da temperatura interior do edifcio foram utilizadas e incluem bombeamento de gua fria do mar para uso em sistema de refrigerao. No telhado, 1.400 painis solares geram eletricidade para Cidade da ONU, enquanto a energia elica representa mais de 35% da energia adicional comprada fora da grade. No total, o edifcio e os 1.200 empregados que trabalham dentro dele utilizam menos da metade da energia que um prdio de escritrios de porte semelhante utilizaria.A cidade est trabalhando com empresas, universidades e outras organizaes para desenvolver o crescimento verde, proporcionando empregos locais e emprego sustentvel. Autoridades dizem que do momento at 2025, o investimento direto da cidade nos esforos para diminuir a emisso de carbono atingir cerca de 472 milhes de dlares enquanto os investidores privados fornecero aproximadamente 4.780 bilhes de dlares.

3.4.3 Reykjavik, IslndiaReykjavk, capital da Islndia, em termos de emisses de CO2 uma das cidades mais limpas do mundo. Devido a sua localizao geolgica, a cidade conta com a energia geotrmica de fontes termais subterrneas para gerar eletricidade e calor de 95% de todos os edifcios da cidade. Entre 1994 e 2006, 110 milhes de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos graas a tal fonte energtica, e atualmente deixam de emitir at 4 milhes de toneladas do gs anualmente.Atualmente, a empresa local Reykjavk Energy atende cerca de 170 mil pessoas, trazendo-as 63 milhes de metros cbicos de gua quente para uso trmico anualmente. A calefao responsvel por 85% do uso dessa gua, banho e lavagem cai para 15%. A categoria de "aquecimento ambiente" inclui o aquecimento de casas, piscinas, algumas estufas, estradas e caladas em que a neve fica acumula.Reykjavk ambiciosa quando se trata de proteger a qualidade do ar na cidade. Os nveis de poluio para as PM10, oznio e NO2 esto muito baixos dos valores-limite; mesmo assim, um plano de ao da Qualidade do Ar foi elaborado e aprovado em Maro de 2009. O plano fornece medidas de curto prazo, previses, um sistema de alerta e medidas de mitigao a serem tomadas em caso de excesso desses gases. Alm disso, planos e campanhas importantes foram feitas para estimular a reduo das emisses de gases poluentes do transporte; estes incluem reduo do uso de pneus com pregos, a introduo de carros e nibus movidos a metano e fontes mais limpas, bem como a promoo do transporte pblico e de bicicleta. Reykjavk tem como objetivo reduzir as emisses de gases de efeito estufa na cidade em 35% at 2020. Dentro da estratgia da poltica seis campos chaves so definidos em relao s questes climticas: o sequestro de carbono, transportes, gesto de resduos, operaes ambientalmente saudveis, indstria e agricultura.A cidade tambm tem uma excelente reputao quando se trata de compras sustentveis, com um projeto de limpeza verde que um exemplo de muitas iniciativas. Como resultado de tais, os custos de limpeza da cidade caram para metade. A cota de mercado para materiais de limpeza com rtulo ecolgico na Islndia tambm aumentou substancialmente, com o uso de detergente reduzido em 65%.

3.4.4 Masdar, Abu DhabiMasdar, primeira cidade carbono-zero do mundo, est sendo construda em Abu Dhabi e ser lar de 40.000 pessoas at 2025, de 1.000 empresas e de uma universidade. Est localizada nos Emirados rabes Unidos, um pas rico em petrleo o que possibilitou o alto investimento na construo da cidade.Em 2008, Masdar comeou a ser construda com o propsito de desenvolver a eco-cidade mais sustentvel do mundo. Projetada pelos arquitetos britnicos da empresa Foster and Partners, e financiada pelo governante de Abu Dhabi, o xeque Khalifa bin Zayed Al Nahyan, o projeto e a sua construo custaro entre 10 bilhes (US $15 bilhes) e 20 bilhes (US $30 bilhes).Atravs de investimentos inteligentes, Masdar um exemplo de como as cidades podem acomodar a rpida urbanizao e reduzir drasticamente energia, gua e resduos. A cidade, que combina antigas tcnicas de arquitetura rabe com tecnologia moderna, capta ventos predominantes criando um clima mais ameno e sendo mais confortvel durante as altas temperaturas do vero. Aproveitando os raios do sol, Masdar usa energia limpa gerada no local a partir de energia solar no ltimo piso e uma das maiores instalaes fotovoltaicas no Oriente Mdio.Toda a comunidade alimentada por um campo de 22 hectares com 87.777 painis solares alm dos instalados nos telhados dos edifcios. Os carros foram substitudos por uma srie de veculos eltricos que transportam residentes em torno do local. O design das paredes dos edifcios (almofadas de ar limitam a radiao de calor) tem ajudado a reduzir a demanda de ar condicionado em 55%. No h interruptores de luz ou torneiras manuais nos prdios de Masdar, apenas sensores de movimento que cortaram o consumo de eletricidade em 51%, e o uso de gua em 55%.Nas ruas estreitas da cidade h uma diferena notvel entre o microclima agradvel aqui, em comparao com o resto do pas. Uma combinao de estilos de construo rabes tradicionais com a mais recente tecnologia projetada para fazer as pessoas passarem mais tempo ao ar livre. As ruas agem como tneis de vento, com uma brisa agradvel soprando atravs deles, os prdios so construdos prximos uns aos outros para que haja mais sombra nas ruas e uma torre elica de 45 metros de altura suga o ar de cima e empurra uma brisa fresca atravs de ruas de Masdar.Como parte de uma parceria estratgica de longo prazo entre Masdar e Siemens para desenvolver e utilizar tecnologias energticas eficientes, o novo edifcio projetado com superviso da Siemens Real Estate. O prdio atende a altos requisitos de arquitetura, eficincia e equipamentos de energia, potencialmente resultando em uma reduo de 45% no consumo de energia (comparados com o padro ASHRAE reconhecido internacionalmente) e uma reduo de 50% no consumo de gua (em comparao com LEED de linha de base).

ASHRAE(American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers), uma sociedade tecnologia de construo com mais de 54.000 membros mundialmente, que desenvolve padres para ambos os seus membros e profissionais envolvidos com os processos de refrigerao e design e manuteno de ambientes internos.Desenhado por Sheppard Robson, o edifcio foi vencedor de diversos prmios como o MIPIM Architectural Review Future Projects Awards na categoria de escritrios e o Middle East Architects Awards 2012 que foi o primeiro prmio para Projeto Comercial do Ano e para Projeto Sustentvel do Ano. O Edifcio Siemens define o padro em engenharia sustentvel, proporcionando um 20.000 m de escritrios, e o primeiro edifcio certificado LEED Platinum, em Abu Dhabi.A cidade tem um longo caminho a percorrer antes que consiga-se o que seus fundadores esperavam em 2006 quando comeou a ser planejada. Naquela poca, Masdar foi imaginada pelo governo dos Emirados como a maior liquidao de carbono zero do mundo, com 5.95km; haveria moinhos de vento que produziriam energia eltrica no local, e legumes cultivados em seus arredores. Seria um viveiro de empresas, com 1.500 novos negcios verdes e startups formadas por 10 mil novos funcionrios, acrescentando dois por cento para o PIB de Abu Dhabi. Em 2010, a data de concluso foi que era para 2016 foi adiada para 2025.

3.5 Cidades com Prticas Sustentveis no BrasilAs cidades sustentveis so aquelas que adotam uma srie de prticas eficientes voltadas para a melhoria da qualidade de vida da populao e desenvolvimento econmico, sempre de uma maneira onde a natureza seja priorizada. Embora no podemos encontrar uma cidade que seja 100% sustentvel, vrias delas j praticam aes sustentveis em diversas reas.

3.5.1 Joo Pessoa, Paraba A prefeitura de Joo Pessoa promoveu a preservao de reas verdes, a arborizao urbana e a recuperao de reas degradadas, utilizando as mudas de rvores nativas produzidas no Viveiro Municipal.A cidade foi a primeira a produzir um Plano Municipal de Conservao e Recuperao da Mata Atlntica, no final de 2010, estabelecendo um marco regulatrio das aes ambientais no Brasil, ao municipalizar a preservao do bioma, tornando referncia nacional. Por consequncia, a poltica de preservao ambiental foi consolidada com a aprovao da Lei 12.101/11, que instituiu o Sistema Municipal de reas Protegidas de Joo Pessoa, tratando da criao, implementao e gesto de reas protegidas (unidades de conservao e parques municipais).O Plano Municipal de Conservao e Recuperao da Mata Atlntica de Joo Pessoa foi estabelecido em cinco fases: Pesquisa bibliogrfica e cartogrfica. Estabelecimento de critrios de escolha das dez reas prioritrias e definio parmetros de classificao das reas degradadas. Trabalhos orientados de campo, atualizando os dados cartogrficos e ainda pesquisa terrestre para reconhecimento dos problemas e potencialidades de cada rea. Anlise das informaes para produo de um relatrio tcnico-cientfico. Comparaes entre as bases cartogrficas do Plano de Municipal de Conservao e Recuperao da Mata Atlntica com o Macrozoneamento do Plano Diretor e das reas de risco elaboradas pela Coordenadoria Municipal da Defesa Civil.O Plano tem como objetivo estabelecer as diretrizes para a gesto municipal de meio ambiente e integrar projetos e aes em consonncia com as leis e cdigos urbansticos e ambientais vigentes.

3.5.2 Londrina, ParanNo estado do Paran, Londrina um exemplo de conscincia sustentvel. O projeto de reciclagem da cidade estimula as pessoas no s a realizarem o descarte correto do lixo, mas tambm a economizar nas compras de alimentos.A ideia promover a incluso social, gerar trabalho e renda, permitir melhorias das condies de vida dos catadores e contribuir para a preservao ambiental.Todos os dias, os trabalhadores da reciclagem de Londrina passam de casa em casa recolhendo plsticos, papel e tudo o que pode ser transformado. O que lixo para alguns, renda para eles. A cidade gera 400 toneladas de resduos domiciliares por dia, 35% so reciclveis. Cerca de 520 pessoas vivem exclusivamente da coleta desse material, e agora a prefeitura props a criao de uma cooperativa formal para os trabalhadores. A ideia contratar o servio para que cada um possa ser registrado atravs da cooperativa e garantir direitos trabalhistas, como a aposentadoria.O principal mrito do projeto londrinense a insero social atravs do resgate da dignidade de quem trabalha na atividade.Outro projeto da cidade foi o projeto Cesta Verde, uma parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento com a Companhia Municipal de Trnsito e Urbanizao (CMTU). Por meio do programa, a populao troca lixo reciclvel por alimentos orgnicos. Todas as sextas-feiras, os bairros preestabelecidos recebem equipes da Secretaria e da CMTU e, a cada dois quilos de lixo reciclvel entregue, oferecido um quilo de alimento sem agrotxicos.Com isso a populao da cidade passou a separar o material reciclvel na prpria fonte. Dessa forma, diferenciado o papel do catador de resduos comuns e aqueles de material reciclvel. Os catadores de reciclvel passam a se responsabilizar pela coleta, separao e venda dos resduos, com autonomia prpria para suas atividades.A cidade j recebeu prmios nacionais e internacionais, como o selo Amigo do Catador. Criado pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais Reciclveis, o selo reconhece os locais que tiveram destaque na contribuio com os catadores e suas organizaes. No mbito internacional, Londrina foi convidada a apresentar seu modelo de gesto de reciclagem em congressos na Frana.

3.5.3 Curitiba, ParanEla a cidade mais sustentvel do Brasil. Seu eficiente transporte pblico utilizado por 70% da populao e, se consideradas somente as metrpoles verdes, ou seja, centros urbanos de grande porte, Curitibas perde para Copenhague no ndice de menor emisso de dixido de carbono per capita e para Vancouver no quesito produo de energia renovvel. A cidade possui ainda um bom programa de conservao da biodiversidade e de reflorestamento de espcies nativas e tem uma rea verde de51 metros quadrados por habitante.Outro aspecto sustentvel sua poltica de integrao do uso do solo ao transporte; o pioneirismo na implantao dos nibus em canaletas exclusivas, que originaram o sistema dos BRTs (Bus Rapid Transit), os investimentos em infraestrutura na preparao para uma "cidade verde" e o programa Cmbio Verde, de troca de materiais reciclveis por alimentos, como prtica de sucesso.

3.5.4 Rio Branco, AcreRio Branco uma cidade exemplo de como a vontade poltica e os investimentos direcionados podem favorecer o uso da bicicleta na cidade com segurana. O planejamento da cidade foi realizado baseado no diagnostico da situao da mobilidade na cidade, da modelagem dos transportes e da elaborao e avaliao de diferentes cenrios de demanda e oferta.Atualmente, a cidade possui uma das maiores redes ciclovirias per capita do pas, com cerca de 160 quilmetros de vias ciclveis projetadas e mais de 110 quilmetros de vias (ciclovias e ciclofaixas) j em funcionamento para um total de 305 mil habitantes.E o principal uso da bicicleta como meio de transporte.A partir da, a populao se apropriou da cidade, ocupando os espaos pblicos. O grande ponto da cidade de Rio Branco foi que a mesma comeou a investir em infraestrutura, antes de ter problemas com a mobilidade.

3.5.5 Paragominas, ParH alguns anos, o municpio era considerado sinnimo de desmatamento, mas com o projeto Municpio Verde a situao mudou e Paragominas virou exemplo de sustentabilidade na prtica.O municpio j foi a cidade com maior concentrao de serralherias do mundo, e dessa forma era uma das cidades que mais desmatava a Floresta Amaznica. Aps uma ao do IBAMA junto a Policia Federal, onde foram multados e fechados vrios estabelecimentos, a cidade mudou e se tornou exemplo de preservao da natureza. A cidade de Paragominas foi a primeira, ao lado de Lucas do Rio Verde (MT), a implantar o projeto Municpio Verde, lanado pelo governo federal entre 2007 e 2008, para municpios da Amaznia. O prefeito da cidade conseguiu a assinatura de 51 entidades locais para o Pacto pelo Desmatamento Zero, o qual acabou com o desmatamento, implantou a educao ambiental para 30 mil alunos das escolas e regularizou terras do municpio.O maior desafio foi gerar riqueza sem desmatar, a partir de frmulas criativas de utilizao das reas disponveis e garantir o desenvolvimento local sustentvel. At 2008, a cidade j tinha perdido 43% de sua rea de floresta por conta das atividades locais que provocavam o desmatamento.Com este Pacto, a cidade conta com um programa de reflorestamento que planta cerca de 10 mil rvores por ano, por meio de processos de produo sustentvel (socialmente justo, sem o uso de trabalho escravo ou infantil e sem recursos provenientes do desmatamento). A partir de sua implementao, Paragominas foi o primeiro municpio brasileiro a sair da lista do Ministrio do Meio Ambiente dos municpios que mais desmatam na Amaznia e se tornou tambm o primeiro municpio na Amaznia a ser um Municpio Verde.

3.5.6 Parazinho, Rio Grande do NorteA cidade, localizada na regio do Mato Grande no Rio Grande do Norte, passa a contar com 16 parques elicos j construdos e mais seis em construo. a cidade numero um em potncia elica no estado do Rio Grande do Norte, estado que futuramente ter sua prpria matriz energtica, sendo ela altamente sustentvel.

3.5.7 So Paulo, So PauloPor maior que seja o ndice de poluio da maior cidade, ela tambm uma das que mais tenta reverter a situao. A rede Nossa So Paulo promove aes para estimular o desenvolvimento sustentvel e uma democracia mais participativa na cidade. J partiram iniciativas como a campanha Voc no Parlamento, em parceria com a Cmara Municipal, que convoca a populao a enumerar as prioridades na sade, educao, trnsito, entre outros temas, e, assim, pautar o trabalho dos vereadores.O movimento tambm criou oProjeto Cidades Sustentveis, para mobilizar os pr-candidatos a prefeitos a adotarem medidas de desenvolvimento sustentvel em cidade de todo o Pas. Esses candidatos, depois de eleitos, devem prestar contas com base em indicadores de resultado como, por exemplo: ampliao das reas verdes na cidade, erradicao da misria e pobreza, despoluio de rios, garantia de educao para jovens e crianas, coleta seletiva de lixo, reduo da poluio do ar, implantao de ciclovias e priorizao do transporte pblico.

3.5.8 Bzios, Rio de JaneiroA Bzios do sculo XXI, porm, pretende ser uma das cidades mais inteligentes do mundo. Uma distribuidora de energia, esta investindo pesado na cidade, essa ao da distribuidora tem como objetivo principal diminuir o desperdcio e aumentar a eficincia no consumo de energia, dessa forma, tornando Bzios a primeira cidade inteligente da Amrica Latina.A cidade foi escolhida por ter um consumo de energia per capita muito acima da mdia do Brasil. Embora a cidade possua 3 mil habitantes, esto cadastrados mais de 10 mil clientes no sistema de energia da cidade.Para se tornar uma cidade inteligente, Bzios passou a buscar meios de diminuir a degradao do meio ambiente. Esses meios foram: A instalao lmpadas LED em ruas da cidade com microgerao elica e outros pontos de luz telecomandados. As lmpadas LED, que so 80% mais econmicas do que as tradicionais e at 20 vezes mais resistentes, alm de ter manuteno mais baixa, cuja eficincia e reduo de consumo esto sendo testadas e monitoradas. A utilizao de chuveiros eficientes. A bomba que succiona a gua doce do subsolo para uma ducha refrescante depois do banho de mar movida a energia solar. A placa fotovoltaica que est em cima movimenta, faz acionar a bomba. No h rudo, s o da gua. Ao todo, 12 chuveiros movidos a energia solar vo refrescar os banhistas sem rudo ou poluio. A nova gerao de medidores de luz digitais que a maioria dos brasileiros s conhecer daqui a alguns anos j realidade em Bzios, novos medidores de luz j foram instalados na cidade. O equipamento conhecido como medidor inteligente. Os principais benefcios para o cliente so a gerao distribuda e a possibilidade de gerar a prpria energia. Essa energia excedente pode ser injetada na rede e o consumidor receber crdito por essa energia. Foi lanado o Programa Sustentvel de Troca de Resduos por Bnus de Energia, que realiza a troca de leo de cozinha e/ou reciclveis por bnus debitados na conta de luz, com equivalncia em reais. Tambm existe um incentivo na rea da mobilidade, ao uso de bicicletas e carros eltricos, que sero testados nas frotas de txis e hotis. Carros eltricos j esto sendo testados na frota de acompanhamento do sistema de energia da cidade. Alm disso, visitantes e moradores j tm acesso a uma rede de wi-fi gratuita na Rua das Pedras e de um posto de coleta de lixo reciclvel do projeto Ecoampla.

Figura 7 - Fonte: NPI BrasilCom essas medidas, a cidade pretende ficar conhecida no apenas pelas suas belezas naturais e tambm por ser uma cidade inteligente.

4 Regulamentao do Setor Sustentvel

4.1 Certificao LEEDA certificao LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) um sistema internacional de certificao e orientao ambiental para edificaes, com o objetivo de incentivar a transformao dos projetos, obra e a operao das edificaes, com foco na sustentabilidade, o LEED orienta e atesta o comprometimento de uma edificao com osprincpios da sustentabilidade para a construo civil, antes, durante e depois de suas obras. um sistema de pontos que permite determinar o grau de sustentabilidade do empreendimento, classificando-o em diferentes nveis.Figura 8 - Fonte: Valemam

No Brasil est presente desde 2007 e hoje considerada a principal certificao do pas relacionada s construes sustentveis. Em 2012 o Brasil alcanou o 4 lugar no ranking dos pases com maior nmero de construes sustentveis com mais de 50 prdios certificados e mais de 500 em processo de certificao, atrs apenas de pases como os Estados Unidos, Emirados rabes Unidos e da China.Na certificao LEED no avaliado apenas o quanto um empreendimento aproveita de seus recursos naturais ou o quanto diminuem o impacto ambiental, com o uso de energia solar e ventilao natural. A certificao LEED tambm recomenda a viabilidade econmica do empreendimento e se ele socialmente justo e contribui para o crescimento de todas as pessoas envolvidas. Ao todo, so sete dimenses avaliadas nas obras: espao sustentvel, eficincia do uso da gua, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovao e processos e crditos de prioridade regional.Os edifcios que recebem a certificao LEED tambm so conhecidos como green buildings, termo em ingls que em uma traduo livre significa prdios verdes. A sustentabilidade a palavra de ordem e os edifcios ecologicamente corretos so a resposta do mercado imobilirio para aumentar a eficincia dos recursos e reduzir os impactos socioambientais. Especialistas da rea estimam que os green buildings podem oferecer uma economia de at 30% no valor do condomnio, graas a redues no consumo de energia, gua e no custo com manuteno e reformas do edifcio. uma prdio LEED, consegue reduzir significativamente o impactos negativos ao meio ambiente.No Brasil existem oito selos: LEED NC, para novas construes ou grandes projetos de renovao; LEED ND, para projetos de desenvolvimento de bairro; LEED CS, para projetos na envoltria e parte central do edifcio; LEED Retail NC e CI, para lojas de varejo; LEED Healthcare, para unidades de sade; LEED EB_OM, para projetos de manuteno de edifcios j existentes; LEEDSchools, para escolas e LEED CI, para projetos de interior ou edifcios comerciais.Cada quesito tem um peso diferente na avaliao, a categoria eficincia energtica, vale 37 pontos, enquanto a categoria de qualidade dos ambientes internos vale 17 pontos. O empreendimento avaliado pode conseguir at 110 pontos, para receber a certificao LEED, preciso ter pontuao superior a 40. Quanto maior a pontuao da edificao, melhor ser o nvel do selo conquistado. Existem quatro tipos: Selo LEED, conferido a empreendimentos que tiveram mais de 40 pontos; Selo LEED Silver, para edificaes com mais de 50 pontos; Selo LEED Gold, para empreendimentos com pontuao superior a 60 e Selo LEED Platinum, para edificaes que conquistaram mais de 80 pontos.

4.2 Certificao BREEAMBREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method.BREEAM um processo sistemtico que visa avaliar o desempenho ambiental de um empreendimento imobilirio. Desenvolvido em 1990 e atualizado regularmente elevando os seus requisitos,avalia edifcioscom base em critrios relacionados ao bem-estar ambiental,atribuindo-lhes uma pontuao. Os resultados finais de avaliao variam entre aprovado, bom, muito bom, ptimo e excelente. Ela define o padro para melhores prticas em construo sustentvel e tornou-se referncia para descrever desempenho ambiental de edifcios. A certificao BREEAManalisa durante as fases de concepo e construo, at 10 aspectos do impacte ambiental da construo:1. Gesto da construo;2. Consumo de Energia;3. Consumo de gua;4. Contaminao;5. Materiais;6. Sade e Bem-estar;7. Transporte;8. Gesto de Resduos;9. Uso do terreno e ecologia;10. Inovao.

4.2.1 Vantagens de um Certificado BREEAM um esquema de avaliao independente, reconhecido internacionalmente e adaptado s melhores prticas e novas tendncias na construo europeia. Oferece reconhecimento no mercado de edifcios com baixo impacto ambiental e a inspirao para encontrar solues inovadoras que minimizem o impacto;Tambm oferece referncias mais rigorosas do que as normativas e uma ferramenta para reduzir custos operacionais e melhorar as condies de trabalho.O BREEAM pontua performances de edifcios que geram benefcios ambientais, de conforto e sade para pessoas a partir do conceito de preveno de impactos no planeta, agrupando nas seguintes reas de critrios ambientais: Energia eficincia energtica e dixido de carbono Gerenciamento poltica de gerenciamento da obra Sade e Bem-estar como som, luz e qualidade do ar Transporte CO2 e localizao relacionados a transporte gua consumo e eficincia das edificaes Materiais impactos incorporados nos materiais, incluindo ciclo de vida e CO2 Resduos eficincia dos recursos usados para construo e gerenciamento dos seus descartes Uso da terra pegada ecolgica dos edifcios e terrenos Poluio controle de poluio do ar exterior e guas Ecologia valor ecolgico e preservao do terreno

4.2.2 Principais Diferenciais BREEAMA certificao se adapta as condies e regulamentaes locais, gera e desenvolve diversos standards tcnicos com rigorosa qualidade suportados por pesquisas de evidencias, que garantem a reduo de impactos ambientais, perdas, otimizao de processos e custos operacionais do imvel.Usa sistema de pontuao claro, transparente e fcil de entender, capacita equipes de projetos envolvidas no processo de certificao a aprimorar sua experincia e conhecimentos de aspectos ambientais da sustentabilidade. Valoriza o imvel pelo crescente reconhecimento da respeitabilidade desta metodologia para edifcios de baixo impacto ambiental, e seu diferencial em relao s demais.

4.3 Certificao Aqua o sistema de certificao adaptado exclusivamente realidade brasileira pela Fundao Vanzolin. O processo de certificao AQUA, Alta Qualidade Ambiental foi lanado em 2008.Algumas de suas principais caractersticas: Avaliao atravs dos instrumentos Sistema de Gesto do Empreendimento (SGE) e Perfil de Qualidade Ambiental do Edifcio (QAE), distribudos em 14 categorias.Certificado emitido por fase: Programa Concepo (Projetos) Realizao (Obra) Sustentabilidade industrial4.3.1 Classificaes para o AQUAO certificado AQUA tem trs classificaes: bom, superior ou excelente.Para obter uma certificao AQUA, o projeto deve conseguir classificar no mnimo trs categorias em nvel excelente e no mais do que sete categorias em nvel bom. As preocupaes com os impactos ambientais gerados pelos edifcios, durante as fases de planejamento e construo, ou durante a operao, so cada vez maiores. J existem vrios selos internacionais para verificar os recursos consumidos, as emisses de carbono e os resduos gerados pelas edificaes, bem como o conforto e a sade das pessoas que convivem ali. Para isso, feita uma avaliao sobre o grau de sustentabilidade dos edifcios, baseada em critrios especficos de cada selo.O AQUA o primeiro selo que levou em conta as especificidades do Brasil para elaborar seus 14 critrios - que avaliam a gesto ambiental das obras e as especificidades tcnicas e arquitetnicas. So eles: eco-construo canteiro de obras com baixo impacto ambiental, relao do edifcio com o seu entorno e escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos; gesto da energia, da gua, dos resduos de uso e operao do edifcio e manuteno; conforto higrotrmico, acstico, visual e olfativo; e qualidade do ar e gua.

5 Desenvolvimento SustentvelA expresso Desenvolvimento Sustentvel vem sendo utilizada de diversas formas, na promoo do que se espera ser uma grande evoluo da humanidade. H alguns anos atrs esta expresso, alm das prerrogativas associadas a ela, foi determinada por meio de diversas reunies dos grupos de estudo no mbito das Universidades e mesmo dos organismos da ONU. Uma comisso denominada Comisso de Brundtland foi criada, no intuito de formar grupos tcnico/cientficos que promovessem a compreenso dos efeitos da acelerada deteriorao do meio ambiente e do esgotamento dos recursos naturais. Um relatrio final foi publicado pela Oxford University em 1987, intitulado Our Common Future. Deste documento surge o que se pode chamar da definio mais completa e ampla de Desenvolvimento Sustentvel, que trata exatamente da garantia de manter o desenvolvimento sem que se cause incapacidade de recursos para a perpetuao das prximas geraes. Esta definio apoiada, segundo o relatrio, em outros dois conceitos chave. Um deles trata as necessidades bsicas para sobrevivncia, priorizando polticas para os pases mais pobres. O outro trata das limitaes impostas ao crescimento das naes em geral, associadas principalmente ao estado de desenvolvimento tecnolgico e de organizao social em que se encontram.

5.1 O Papel das Engenharias no Desenvolvimento SustentvelA abrangncia das engenharias em todo o mundo possibilita solucionar desde os pequenos at os grandes problemas, e ao mesmo tempo produz conhecimento que perpetua e prove solues durante muitos anos, ou mesmo dcadas. Nesse aspecto, uma nova necessidade na rea de engenharia surge rapidamente, o que seria a aplicao da engenharia para atenuar os problemas trazidos pelas mudanas climticas. So Paulo, por exemplo, teve aprovada recentemente a lei de mudanas climticas, assim como a cidade do Rio de Janeiro. Ambas tero metas de reduo de emisses, o que abrir inmeras oportunidades nas diversas reas de engenharia, alm do aumento de projetos nos moldes dos selos internacionais de gesto energtica, e das solues de equipamentos e sistemas eficientes em consumo de energia.Os acordos para reduo das emisses de poluentes so, portanto, polticas de suma importncia, uma vez que tem a premissa bsica de associar valor reduo das emisses de poluentes ao redor do globo. Neste caso cabe avaliar os inmeros projetos propostos UNFCCC para a compensao das emisses no mbito de protocolo de Kyoto. Estes projetos so escritos por grupos de engenheiros, pesquisadores, cientistas, todos com vasta experincia terica e prtica. Alm destes, participam profissionais das indstrias de grande porte, que so os maiores emissores de poluentes, e que por sua vez precisam compensar estas emisses e contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias. Se dermos uma olhada na lista de projetos protocolados na UNFCCC, encontraremos inmeros deles associados s questes de troca de combustveis em plantas industriais, troca de caldeiras em processos de calor, eficincia em processos agrcolas, de Produo de Papel, Extrao de Madeira, nos Modais de Transporte, na Produo de Alimentos, entre outros.Com toda essa evoluo nos conceitos de produo e consumo, principalmente com foco para a eficincia nos processos e na reduo das emisses, latente que os engenheiros possuem posio de destaque no Desenvolvimento Sustentvel. Todas as modalidades de engenharia, alm de economia e das inmeras outras, so extremamente importantes para a compreenso destes novos conceitos j conhecidos e aplicados mundialmente. A Engenharia promove a ferramenta para o desenvolvimento econmico, como cincia produtora de conhecimento e de inovao tecnolgica, que so fundamentais para tal crescimento. Ela prov solues para as necessidades bsicas de todos os seres humanos como, por exemplo: gua, saneamento, habitao e energia, de forma a proteger a cultura e a diversidade natural. funo da Engenharia aliviar os endmicos e aflitivos problemas que afetam as comunidades em desenvolvimento.Para um engenheiro, o Desenvolvimento Sustentvel praticamente intrnseco funo uma vez que ele concebe, projeta, cria e inova em diversos segmentos, sempre com a viso de longo prazo. Um bom exemplo sem duvida o das grandes obras hidreltricas, como a barragem de Itaipu, que foi reconhecida poca como grande obra da engenharia moderna, e at hoje prove grande parte de nossa energia, e orgulha a ns brasileiros com o titulo de maior Hidreltrica do mundo em capacidade de gerao anual.Para as indstrias e empresas que empregam engenheiros, o Desenvolvimento Sustentvel um objetivo fundamental a ser perseguido, tendo em vista as novas exigncias do mercado globalizado. Certamente as chances de uma empresa prosperar so cada vez menores se ela no leva em conta os aspectos sustentveis na sua corporao, e nestes aspectos devem estar bem claras as questes sociais, ambientais e econmicas, sendo que cabe aos engenheiros interpretar as inovaes e garantir a correta aplicao daquilo que tange suas reas de atuao.

5.2 Educao para o Desenvolvimento SustentvelA Educao, em todas as suas formas, pode moldar o mundo de amanh, instrumentalizando indivduos e sociedades com as habilidades, perspectivas, conhecimento e valores para se viver e trabalhar de maneira sustentvel. Educao para o Desenvolvimento Sustentvel (EDS) uma viso da educao que busca equilibrar o bem-estar humano e econmico com as tradies culturais e o respeito aos recursos naturais do planeta. A EDS utiliza mtodos educacionais transdisciplinares para desenvolver uma tica para a educao permanente; promove o respeito s necessidades humanas compatveis com o uso sustentvel dos recursos naturais e com as necessidades do planeta; e nutre o senso de solidariedade global.A partir do momento em que o desenvolvimento sustentvel foi pela primeira vez apoiado pela Assembleia Geral das Naes Unidas em 1987, o conceito de educao para o desenvolvimento sustentvel foi tambm explorado. A Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento no Rio de Janeiro (Rio-92) uniu representantes de governos, organizaes internacionais e no-governamentais e sociedade civil para discutir os desafios do prximo sculo e adotar um plano global de ao para enfrent-los. O plano de ao, conhecido como Agenda 21, forneceu uma srie de princpios para auxiliar Governos e outras instituies na implementao de polticas e programas para o desenvolvimento sustentvel. O captulo 36 da Agenda 21 afirma que a educao essencial no rumo ao desenvolvimento sustentvel. Seguindo a Rio-92, a Comisso para o Desenvolvimento Sustentvel indicou a UNESCO para ser o organismo coordenador do captulo 36, responsvel por acelerar as reformas na educao e coordenar as atividades dos parceiros. A UNESCO foi tambm encarregada de fornecer apoio tcnico e profissional aos Estados Membros, desenvolvendo currculos experimentais e material de treinamento; e disseminar polticas, programas e prticas inovadoras para a Educao para o Desenvolvimento Sustentvel.So quatro grandes premissas da Educao para o Desenvolvimento Sustentvel. A promoo e melhoria da Educao Bsica a primeira delas. O acesso educao bsica ainda um problema para muitos especialmente meninas e adultos analfabetos. Aumentar simplesmente a alfabetizao bsica, como no ensino atual, no desenvolver significativamente sociedades sustentveis. Ao contrrio, a educao bsica deve focar na comunho de conhecimento, habilidades, valores e perspectivas que encorajem e apoiem os cidados a levarem vidas sustentveis.A reorientao da Educao existente em todos os nveis em direo ao Desenvolvimento Sustentvel outra. Repensar e revisar a educao desde a creche at a universidade para incluir mais princpios, habilidades, perspectivas e valores relacionados sustentabilidade em cada uma das trs esferas social, ambiental e econmica importante para as sociedades atuais e futuras.A Educao para o Desenvolvimento Sustentvel tambm busca desenvolver entendimento pblico e conscincia da sustentabilidade. Avanos na direo de sociedades mais sustentveis requerem uma populao que seja ciente dos objetivos das sociedades sustentveis e que tenha conhecimento e habilidades para contribuir com esses objetivos. Cidados conscientes do voto e consumidores informados podem auxiliar comunidades e governos a adotar medidas para a sustentabilidade e caminhar em direo a sociedades mais sustentveis.E a ltima, a premissa do treinamento. Todos os setores trabalhistas podem contribuir para a sustentabilidade local, regional e nacional. O desenvolvimento de programas de treinamento especializado para garantir que todos os setores tenham o conhecimento e habilidades necessrios para realizar seu trabalho de for