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1 ISSN 2317-661X Vol. 11 – Num. 03 – Novembro 2016 www.revistascire.com.br ENSINO DE GEOMORFOLOGIA E LIVRO DIDÁTICO: UMA CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO MEIO EM AMBIENTE SEMIÁRIDO¹ Ana Gizeuda Alves Cabral²; Ronildo Alcântara Pereira³ 1 Parte do Trabalho de Conclusão de Curso (Tcc) da autora 2 Graduada em Geografia Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA. [email protected] 3 Professor orientador Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA. [email protected] RESUMO: O livro didático adotado pela escola pública Manoel Honorato Sobrinho, Coxixola, PB, não aborda os aspectos geomorfológicos do município. O fato merece uma reflexão, considerando que estes são fatores preponderantes para se conhecer os limites e vicissitudes da área. O município se situa no Cariri Ocidental da Paraíba e seu relevo apresenta predomínio de áreas planas. O clima representa uma forte barreira à produção e compromete a conservação ambiental. Em decorrência, existe a necessidade do conhecimento prévio das características que cercam a ambiência, para que se possa produzir e conservar. Procedeu-se a aplicação de um questionário com os discentes, como forma de solucionar o problema. Dos alunos pesquisados, 80% disse desconhecer o conteúdo de geomorfologia local e outros aspectos a ela relacionados. Assim, este trabalho visou contribuir com o processo ensino/aprendizado, mostrando a relevância da ligação entre as informações obtidas em sala de aula e o conhecimento de campo. Palavras-Chave: Aspectos geomorfológicos. Ensino de Geografia. Produção do espaço. ABSTRACT: The textbook adopted by the public school Manoel Honorato Sobrinho, Coxixola, PB, does not address the geomorphological aspects of the county. The fact is noteworthy, considering that these are important factors for the knowing of the limits and vicissitudes of the area. The county is located on the West Cariri of Paraíba and its topography shows the predominance of plain areas. The climate is a strong barrier to production and compromises the environmental conservation. As a result, exists the necessity of prior knowledge of the characteristics that surround ambience, so that can be possible the production and conservation. It was proceeded the application of a questionnaire with the students with the intention to solve the problem. Of the students surveyed, 80% told not knowing the contents of local geomorphology and other aspects related to it. Thus, this study intends to contribute to the teaching / learning process, showing the relevance of the link between the information obtained in the classroom and field knowledge. Keywords: Geomorphological aspects. Geomorphology teaching. Space production. INTRODUÇÃO O estudo da geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais. Como componente disciplinar da temática geográfica, a geomorfologia constitui importante subsídio para a apropriação racional do relevo, como recurso ou suporte, considerando a conversão das propriedades geoecológicas em sócio reprodutoras e em suporte e recurso do homem. Segundo Cassete (2005), seu objeto de estudo é a superfície da crosta terrestre, apresentando uma forma específica de análise que se refere ao modelado. A análise incorpora

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ENSINO DE GEOMORFOLOGIA E LIVRO DIDÁTICO: UMA

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO MEIO EM AMBIENTE

SEMIÁRIDO¹

Ana Gizeuda Alves Cabral²; Ronildo Alcântara Pereira³

1 Parte do Trabalho de Conclusão de Curso (Tcc) da autora 2 Graduada em Geografia – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. [email protected]

3Professor orientador – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. [email protected]

RESUMO: O livro didático adotado pela escola pública Manoel Honorato Sobrinho, Coxixola, PB, não aborda

os aspectos geomorfológicos do município. O fato merece uma reflexão, considerando que estes são fatores

preponderantes para se conhecer os limites e vicissitudes da área. O município se situa no Cariri Ocidental da

Paraíba e seu relevo apresenta predomínio de áreas planas. O clima representa uma forte barreira à produção e

compromete a conservação ambiental. Em decorrência, existe a necessidade do conhecimento prévio das

características que cercam a ambiência, para que se possa produzir e conservar. Procedeu-se a aplicação de um

questionário com os discentes, como forma de solucionar o problema. Dos alunos pesquisados, 80% disse

desconhecer o conteúdo de geomorfologia local e outros aspectos a ela relacionados. Assim, este trabalho visou

contribuir com o processo ensino/aprendizado, mostrando a relevância da ligação entre as informações obtidas

em sala de aula e o conhecimento de campo.

Palavras-Chave: Aspectos geomorfológicos. Ensino de Geografia. Produção do espaço.

ABSTRACT: The textbook adopted by the public school Manoel Honorato Sobrinho, Coxixola, PB, does not

address the geomorphological aspects of the county. The fact is noteworthy, considering that these are important

factors for the knowing of the limits and vicissitudes of the area. The county is located on the West Cariri of

Paraíba and its topography shows the predominance of plain areas. The climate is a strong barrier to production

and compromises the environmental conservation. As a result, exists the necessity of prior knowledge of the

characteristics that surround ambience, so that can be possible the production and conservation. It was proceeded

the application of a questionnaire with the students with the intention to solve the problem. Of the students

surveyed, 80% told not knowing the contents of local geomorphology and other aspects related to it. Thus, this

study intends to contribute to the teaching / learning process, showing the relevance of the link between the

information obtained in the classroom and field knowledge.

Keywords: Geomorphological aspects. Geomorphology teaching. Space production.

INTRODUÇÃO

O estudo da geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por

objetivo analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais.

Como componente disciplinar da temática geográfica, a geomorfologia constitui importante

subsídio para a apropriação racional do relevo, como recurso ou suporte, considerando a

conversão das propriedades geoecológicas em sócio reprodutoras e em suporte e recurso do

homem.

Segundo Cassete (2005), seu objeto de estudo é a superfície da crosta terrestre,

apresentando uma forma específica de análise que se refere ao modelado. A análise incorpora

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o necessário conhecimento do jogo de forças antagônicas, sistematizadas pelas atividades

tectogenéticas (endógenas) e mecanismos morfoclimáticos (exógenos), responsáveis pelas

formas resultantes.

Sabe-se que os estudos geomorfológicos objetivam a analise das diversas formas do

relevo em seus diferentes campos do conhecimento geográfico. A complexidade dos

ambientes naturais, bem como das alterações causada pelo o homem ao meio.

Essas alterações vêm se intensificando e interferindo na paisagem, criando novas

situações ao construir e reordenar os espaços físicos devido a suas novas instalações de

cidades, estradas, atividades agrícolas, barragens, retificações de canais fluviais, dentre outros

aspectos relacionado ao desenvolvimento desordenado e não planejado e da ocupação com o

mau uso das terras, incrementando a degradação da cobertura vegetal, cujos desmatamentos

aceleram erosão e o assoreamento dos solos (CASSETE, 2005).

Todas de ordem natural, impulsionados pelas alterações causadas pelo homem no

ambiente natural alteram o equilíbrio da natureza, vindo a provocar grandes problemas para a

sociedade e são detectadas pelas modificações da paisagem.

Esta categoria de análise, admitida como terceiro nível de abordagem tem por objetivo

compreender a ação dos processos morfodinâmicos atuais, inserindo-se na análise, o homem

como sujeito modificador. A presença humana normalmente tem respondido pela aceleração

dos processos morfogenético, como as formações denominadas de tectogênicas, abreviando a

atividade evolutiva do modelado (GUERRA e BOTELHO, 2001).

Mesmo a ação indireta do homem, ao eliminar a interface representada pela cobertura

vegetal, altera de forma substancial as relações entre as forças de ação e de reação da

formação superficial, gerando desequilíbrios morfológicos ou impactos geoambientais como

os movimentos de massa, voçorocamento, assoreamento, dentre outros, chegando a resultados

catastróficos, a exemplo dos deslizamentos em áreas topograficamente movimentadas.

Dentro dessa perspectiva fica evidente a importância do entendimento da dinâmica das

unidades de paisagem, onde as formas do relevo se inserem como um dos componentes de

muita importância e torna-se necessário entender o significado da aplicação do conhecimento

geomorfológico ao se implantar qualquer atividade antrópica de vulto na superfície terrestre.

A importância da sistematização do relevo é, segundo inúmeros autores, entre os

quais: Ab’Saber (1960) Jatobá e Lins (2004) e Cassete (2005) a chave para se entender o

papel que esta categoria representa para a produção do espaço. Este tema, segundo estes

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autores é difundido nas escolas, conjuntamente ao conteúdo de Geografia e muitas vezes,

aplicado por profissionais despreparados para ministrar o assunto de forma didática, contando

com uma forte colaboração do livro escolar, não raramente omisso ao assunto ou desfocado

do contexto devido a grande diversidade de cada ambiente.

Como resultado há enorme dificuldade na aprendizagem conceitual do relevo no

ensino escolar, notadamente na utilização e na compreensão imprecisa da terminologia da

Geomorfologia, bem como na sua aplicação de forma isolada e quase sempre sem os pré-

requisitos necessários para a compreensão conceitual. Ou, então, o relevo não é mencionado

quando se trabalha com outros conteúdos, ficando, portanto aparentemente excluído na

interação com outros componentes do espaço geográfico (CARVALHO, 1999).

Outro aspecto a ser considerado se refere à atenção conferida por muitos geógrafos aos

aspectos ambientais e à dinâmica da natureza, pois muitos professores que lecionam a

disciplina se consideram despreparados para abordar temas específicos da área de Geografia

Física. Parte dessa situação pode ser justificada pela trajetória do pensamento geográfico

brasileiro nas últimas décadas, mas também pelo desuso da (in) formação continuada.

No entanto, a partir da década de 1970, houve mudanças nas prioridades de temas

curriculares na Geografia podendo-se atestar uma verdadeira cisão entre as alas físicas e

humanas da Geografia. O reflexo desta problemática no espaço escolar foi à consolidação de

propostas curriculares de Geografia para os níveis fundamental e médio em que a abordagem

é essencialmente socioeconômica e política (TRANHAQUI et al., 2010). Assim, os

fenômenos naturais são apresentados de modo simplificado e desarticulado aos processos

socioeconômicos minimizando a possibilidade de desenvolver abordagens que possam levar à

integração entre sociedade e natureza.

Contudo, por imposição do contexto social foi preciso mudar. Nos anos 1990, no

Brasil, multiplicaram-se os movimentos e organizações em defesa do meio ambiente. Cresceu

a pressão pela compreensão da dinâmica natural e suas relações com os modelos de

desenvolvimento ditado pelo paradigma social dominante. Todavia, a introdução de questões

ambientais em currículos e livros didáticos muitas vezes não levou a uma compreensão mais

aprofundada dos processos ambientais, não permitindo um aprofundamento a cerca dos

processos ambientais juntamente a uma análise crítica da realidade (TRANHAQUI et al.,

2010).

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No caso particular do espaço em análise este problema tende a ser um pouco mais

complexo, pois a ele converge, além das questões anteriormente exposta, a falta de material

didático de referência, específico ao Semiárido, dificultando ainda mais uma abordagem a

contendo dos conteúdos relacionados ao modelado em escala local. Em vista da temática

aludida, este trabalho tem como objetivo caracterizar o domínio moforclimático no qual o

município de Coxixola PB se assenta e analisar, à luz do conteúdo do didático, a forma como

assunto é abordado na escola pública de ensino médio do município.

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DOS DOMINIOS MORFOCLIMÁTICOS NA

CONFIGURAÇÃO DO RELEVO

A noção mais plausível que se tem de relevo refere-se ao acidente geográfico, como

uma revanche da natureza. No entanto, entender a conformação do relevo em qualquer escala

espacial parece ser um imperativo, pois este entendimento serve tanto as atividades do

cotidiano, ou até mesmo a fins menos nobre, como é o caso das conquistas bélicas.

A preocupação com as relações processuais responsáveis pela evolução do relevo cada

vez mais ganha destaque ao se constituir em importante subsídio ao ordenamento territorial,

comprovado através de estudos relativos aos riscos urbanos ou de natureza geoambiental.

Neste sentido, destacam-se os trabalhos relacionados às formações superficiais, que inserem a

geomorfologia num contexto multidisciplinar, aumentando sua crescente tendência para se

colocar mais próxima às ciências ambientais (CASSETI, 2005).

Os estudos Geomorfológicos segundo Ab’Sáber (2003), devem ser realizados em três

níveis de tratamento: compartimentação geomorfológica, estruturação superficial da paisagem

e fisiologia da paisagem.

O primeiro nível volta-se á caracterização e descrição do modelado e do relevo

identificados nos diversos compartimentos geomorfológicos investigados. O segundo nível

busca obter informações sobre a estrutura superficial da paisagem dos diversos

compartimentos delimitados. O terceiro nível engloba os estudos dos processos

morfoclimáticos e pedogenéticos atuais (JATOBÁ e LINS, 2003).

No caso deste estudo assumi-se que o primeiro nível de abordagem atende aos

propósitos que aqui se destina. Neste estágio de investigação se chega à importância que o

relevo assume aspecto fundamental no processo de ocupação do espaço, fator que inclui as

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propriedades de suporte ou recurso, cujas formas ou modalidades de apropriação respondem

pelo comportamento da paisagem e suas consequências.

Tais domínios espaciais, de feições paisagísticas e ecológicas integradas, ocorrem em

uma espécie de área principal, de certa dimensão e arranjo, em que as condições fisiográficas

e biogeográficas formam um complexo relativamente homogêneo e extensivo, onde haja um

esquema coerente de feições de relevo, tipos de solos, formas de vegetação e condições

climático–hidrológicas se completam (AB’SABER, 2003).

No caso brasileiro, são muitos os estudos que caracterizam as feições

geomorfológicas, das quais, Ab Saber (1960), por exemplo, vai destacar cinco conjuntos de

modelados, muito embora já existam estudos mais detalhados.

Os domínios morfoclimáticos do Brasil

O Brasil, país de grande extensão territorial apresenta uma geografia marcada por

grandes diversidades biogeoclimática. A interação e a interdependência entre os diversos

elementos da paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, fauna) explicam a

existência desses domínios, que podem ser entendidos como uma combinação ou sínteses dos

diversos elementos da natureza, individualizando uma determinada porção do território.

Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características

climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas (Ab’ Saber 2003), que sob a

influência de estudos europeus, estabeleceu uma proposta de entendimento do relevo

brasileiro em Domínios Morfoclimáticos, uma interpretação calcada na influência da

zonalidade climática (AB’SABER,1960), delimitando seis regiões de domínios, conforme a

Figura 1.

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Figura 1 – Mapa dos domínios morfoclimáticos brasileiros.

Fonte: Ab’Saber (2003)

Domínios dos Chapadões Tropicais com duas estações, recobertos por cerrados e

penetrados por florestas galerias; Domínios das Coxilhas Subtropicais Uruguaio – sul-rio-

grandense recobertas por pradarias mistas e Domínios das Terras Baixas Equatoriais

extensivamente florestadas da Amazônia Brasileira; Domínios de planalto Subtropicais,

recobertos por araucárias e pradarias de altitude; e Domínios das Depressões Intermontanas

pontilhadas de inselbergues, dotada de drenagem intermitente e recoberta por caatingas

extensivas.

Para este autor, dos elementos naturais, os que mais influenciam na formação de uma

paisagem natural são o clima e o relevo; eles interferem e condicionam os demais elementos,

embora seja também por eles influenciado. No caso particular das Caatingas, a vegetação é o

elemento mais castigado, que marca mais a paisagem pelas alterações devastadoras

provocadas pelo o homem, estando caracterizado em grande parte do Nordeste semiárido.

Domínios morfoclimáticos da Região Nordeste

Conforme Ab’ Saber (1974), o Nordeste semiárido ocupa uma área equivalente a

aproximadamente 10% do território brasileiro, tendo cerca 850.000Km².

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Para este autor:

“Trata-se de uma região seca, muito quente, de posição subequatorial, com drenagens

extensivamente abertas para o mar, posto que dotadas de acentuada intermitência

sazonal (sic). Por sua vez as terras semiáridas do Nordeste constituem um mosaico de

solos peculiares, sujeito a forte salinização ou concrecionamento cálcio (AB’SABER,

1974, p.4)”.

Ainda de acordo com este autor, trata-se de uma região que apresenta as mais rústicas

paisagens moforlógicas e fitogeográficas do país. Com campos de Inselbergues situados nas

áreas de Milagres (Bahia), Quixadá (Ceará), Patos (Paraíba) e Caicó – Pau dos Ferros (Rio

Grande do Norte). Área de fraca decomposição de rochas, com mantos de alteração que

variam de 0 a 3 m, via de regra. Cabeços de rochas, lajedos e “mares de pedras” aflorando ás

vezes no meio das caatingas mais rústicas do interior nordestino.

A primazia dos compartimentos de relevo deste domínio é a participação das

superfícies aplainadas, que esta intimamente ligada à conformação das paisagens do Nordeste

semiárido (AB´SABER, 1969). Neste vasto território, composto por depressões semiáridas,

configurando-se como uma paisagem monótona de largas depressões interplanálticas ou

intermontanas do interior local onde se abriga o bioma Caatinga com toda sua diversidade de

paisagens (AB´SABER, op.cit.).

Sobre as Caatingas, Fernandes (2006, p.146), afirma que:

“As caatingas devem ser consideradas como um tipo vegetacional xérico, com um

quadro Florísticos estacional, ao lado de acentuado tropofitismo quase sempre

acompanhado por estruturas morfológicas representadas por espinhos e acúleos. Pode

haver a participação de Bromeliáceas e Cactáceas”.

Domínios morfoclimáticos das Caatingas

Situado no interior do Nordeste brasileiro, com clima extremo, uma vegetação

adaptada ao clima e solos pouco profundos devidos ás poucas, mas torrenciais chuvas e ao

predomínio do intemperismo físico e assim que se podem caracterizar os domínios das

Caatingas. Segundo Ab’ Saber (1960), a textura dos solos desta área, passa de argilosa para

textura media, outra característica é a diversidade de solos e ambientes, como por exemplo,

entre as sub-regiões sertão e o agreste.

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O domínio abriga em seu território o polígono das secas. Com uma extensão de

aproximadamente 850.000 Km², este domínio compõe-se do Estado do Ceará e partes dos

Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do

Norte e do Piauí, constitui-se de um mosaico de paisagens enormemente diversificado.

Seu relevo caracteriza-se pela existência de depressões em áreas abaixo das vizinhas

em quase toda sua extensão, por ser um território antigo e fortemente erodido pela

pediplanação. Limita-se ao Norte no lado oriental, com o planalto da Borborema, e a Chapada

Diamantina ao sul da Bahia.

O Domínio Morfoclimático das Caatingas soma-se aos demais cinco domínios

inscritos no território brasileiro, sendo estes, uma herança de processos fisiográficos e

biológicos e patrimônio coletivo dos povos que historicamente os herdam (AB’SABER,

2003), originados a partir de eventos remotos, posteriormente modificados ou remodelados

por eventos de atuação recente.

Configuração geomorfológica do município de Coxixola

O município de Coxixola se encontra inserido nos Cariris da Paraíba, apresenta uma

extensão de 119 Km² está inserido nos limites do Bioma Caatinga. É uma área marcada por

extremos climáticos, entre secas e enchentes, fato este que afeta o desenvolvimento dos mais

diversos processos, inclusive biológicos, motivando os seres viventes a constantes adaptações.

De acordo com Alves (2007), antigamente acreditava-se que a fisiografia da caatinga

seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata

Atlântica. Esse pensamento sempre produziu à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo,

com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o

início da colonização do Brasil. Entretanto, estudos apontam a caatinga: (i) como rica em

biodiversidade, endemismos e bastante heterogênea; (ii) considerada um bioma extremamente

frágil.

Do ponto de vista da Geomorfologia a área apresenta uma forte predominância de

pediplanização e este aspecto está patente no levantamento realizado pela SRTM (2000),

financiada NASA, o qual revelou cada compartimento do globo na terceira dimensão

geográfica de localização ou simplesmente na altitude de cada lugar, com uma resolução

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espacial de 90m, como mostra o contorno que expõe o modelo de terreno do município de

Coxixola (Figura 2).

Analisando-se a configuração do modelo de terreno do município de Coxixola se pode

notar que a área dispõe de uma razoável diversidade de aspectos geomorfológicos, em que

pese ser um dos de dimensões mais reduzidas do estado da Paraíba.

No centro sul, divisa com os municípios de Caraúbas e Congo encontra-se uma

elevação de aproximados 550 metros de altitude, mas é a oeste, nos limites com Sumé que se

vai encontrar a maior elevação com 600m, representando um dos divisores de água da bacia

do Sucuru, onde o município se insere.

Ao norte e leste do município vão-se encontrar vastas extensões de terrenos

pediplanizados, com declividades médias a planas, que vão variar entre 600 e 450m (Figura

3). Abaixo destas cotas topográficas encontra-se a rede de canais, que segue na direção

nordeste ruma ao encontro dos rios, Sucuru, Serra Branca e Taperoá.

Figura 2 – Localização e Modelo Numérico de Terreno do Município de Coxixola – PB

Fonte: AESA (2006) adaptado

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Figura 3 - Paisagem geomorfológica entre Coxixola e Serra Branca, PB. Créditos da

imagem: Egberto Araújo, 2010.

Fonte: Disponível em <www.flicker.com>

A predominância da vegetação nesta área de caatinga, no município de Coxixola é de

parte arbórea baixa ou arbórea arbustivo, cuja densidade varia de muito rala a semidensa,

mostrando-se mais conservada em pequenas áreas de serra. Entretanto uma vegetação que

vem sofrendo com a ação devastadora do homem e os rigores do clima (Figura 4).

Figura 4 – Vegetação da caatinga em período seco no município de Coxixola -PB.

Fonte: foto dos autores.

A área da unidade municipal é recortada por rios de pequena vazão e o potencial de

água subterrânea é baixo. Os principais cursos d’água são: o Rio Sucuru e os riachos, Grande

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de Coxixola, das Cacimbas e do Beju. O principal corpo de acumulação de água é a Lagoa da

Serrota.

Do ponto de vista geoecológico o IBGE (2010) insere Coxixola na unidade

geoambiental do Planalto da Borborema, formado por maciços e outeiros altos, com altitude

variando entre 500 a 600 metros (ver Figura 3). O relevo é levemente movimentado, com

vales pouco profundos e estreitos dissecados, acarretando nos solos uma fertilidade bastante

variada, com predominância de media para alta, dependendo da declividade. A Figura 5

mostra uma área plana, com solos pouco profundos, pedregosos, evidenciados por uma

clareira.

Figura 5 – Aspecto do solo exposto em Coxixola, na divisa com São Domingos, PB.

Créditos da imagem: Egberto Araújo 2010.

Fonte: Disponível em www.flicker.com.

Como se pode notar a área contém aspectos bastante diversificados e que conota certa

fragilidade ambiental, decorrendo dai uma substancial necessidade em explorá-la de modo

sustentável.

Conforme Cavalcanti (2005), frente à crescente necessidade de compreensão da

realidade atual, onde a questão ambiental toma posição de destaque, a comunidade sociedade

passou a se comportar de maneira diferente, com menos divergência entre as produções

cientificas especificas, nos subcampos acadêmicos físicos e humanos da Geografia, fato que

possibilitará um considerável avanço nos estudos do meio ambiente.

Nunca é demais ressaltar que a Geografia tem por tarefa descrever, analisar e predizer

os acontecimentos terrestres. A descrição, a analise ou predição geográfica, dos fenômenos é

sempre realizada tendo em vista suas coordenadas espaciais e mediante a observação de

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campo. Como o conceito geográfico de espaço coincide com o de toda a Terra, o geógrafo

teve necessidade de recorrer à representação da superfície terrestre para realizar seus estudos

(OLIVEIRA, 1977).

REFERENCIAL METODOLÓGICO

Para atender ao objetivo proposto à elaboração deste estudo, foram utilizados os

seguintes procedimentos: levantamento bibliográfico em fontes primárias e secundárias

pertinentes ao tema; mapas e dados preexistentes e levantamento de campo, através de

observações e estágio supervisionado na escola pública estadual Manoel Honorato Sobrinho,

localizado na zona urbana do município de Coxixola - PB. As aulas foram realizadas na turma

do 2º ano médio noite, da disciplina Geografia. Contou-se com a participação de 32 alunos em

sala de aula.

Nas aulas foi utilizado, o retroprojetor, para amostras de imagens caracterizando o tipo

de vegetação, e do clima do município. Além de livro didático, globo, atlas da Paraíba,

pesquisas na internet e atividade posta ao aluno. Ademais, foi realizada uma pesquisa de

campo, que incluiu entre outras etapas, a aplicação de um questionário aberta para avaliar a

satisfação e o conhecimento dos alunos no que respeita ao tema em exame; uma entrevista

semiestruturada com a professora titular da disciplina, visando angariar subsídios às possíveis

dificuldades em aplicar o conteúdo em questão, bem como um trabalho de observação e

fotográfico dos aspectos do relevo do município.

Área de estudo

Coxixola é um município do estado da Paraíba, localizado na mesorregião da

Borborema e na microrregião do Cariri Ocidental, Nordeste do Brasil. Limita-se ao Norte com

Serra Branca, ao Sul com Caraúbas e Congo, a Leste com São João do Cariri e ao Oeste com

Serra Branca. Criado pela lei 5910 de 1994 e instalada em 1997, a cidade foi inicialmente um

distrito de São João do Cariri e depois de Serra Branca. O município é formado pelo distrito

sede, e é o menos populoso do Estado.

De acordo com o IBGE, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2010

sua população era estimada em 1.771 habitantes, sua área territorial é de 119 km², com uma

densidade demográfica de 14,87 hab./Km².

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A administração publica possui o maior peso na economia municipal seguido da

agropecuária e da agricultura. A relevância econômica do setor administrativo em Coxixola é

confirmada pelo elevado número de pessoas ocupadas no setor. Verifica-se descentralização

administrativa com a formação de conselhos nas áreas de saúde e assistência social.

Informações obtidas através de levantamentos do IBGE 20101.

Ainda segundo dados do IBGE, no ano 2010 o IDH, Índice de Desenvolvimento

Humano da população de Coxixola era de 0, 639, com uma renda per capta de 5. 033, 32. Por

estes dados é possível deduzir que o município em questão, apesar de se localizar em uma, a

priori, considerada mais pobre do estado da Paraíba, apresenta dados econômicos e sociais,

que pouco diferem do restante de outras áreas desta unidade federativa (BRASIL, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com clima, quente e seco, com chuvas de verão, alcança aos índices mais baixos de

precipitação do estado, com média anual de <500 mm. Uma temperatura anual média por

volta de 26ºC e umidade do ar que não ultrapassa os 75% (IBGE3, 2010), não é difícil

imaginar a degradação dos solos, frente à falta de vegetação como anteparo aos efeitos das

primeiras chuvas. Nestas condições é previsível a grande quantidade de material transportado

à calha dos rios fato que interfere diretamente na conformação do relevo, carecendo de

conhecimento e manejo adequado, para a conservação.

De acordo com o atlas da Paraíba 2002, estas condições climáticas são, além de tudo,

agravadas pela irregularidade das chuvas. A falta de água, por períodos bem prolongados,

provoca um desenvolvimento lento dos solos tornando-os rasos e pedregosos. Ademais a má

distribuição das chuvas, aliada a outros fatores são determinantes para o baixo desempenho do

setor produtivo, atingindo diretamente a pecuária e a agricultura do município.

Por isso o município está incluído na área geográfica de abrangência do Semiárido

brasileiro, definido pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação

obedeceu a critérios, como o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca. Como

resultado, o que existe hoje de vegetação no município é a presença de uma caatinga rala

bastante degradada.

3Informações obtidas através de pesquisas e levantamentos do IBGE 2010.

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Aplicação de questionários

Dado a importância que os estudos para o conhecimento do relevo representam para a

ocupação do espaço em quaisquer circunstâncias e ainda, em decorrência das observações

realizadas em sala de aula, recorreu-se a aplicação de um questionário visando conhecer a

opinião dos alunos do 2ª ano do ensino médio a respeito da temática, através de quatro

questões estruturadas.

Sobre abordagem do conteúdo da geomorfologia de Coxixola na grade curricular

Geografia da escola pública os dados coletados apontam que 80% dos entrevistados

responderam que o tema não é abordado na sala de aula e inexiste qualquer ação ou

planejamento de atividades de campo, como forma de compensar esta deficiência. Outro

grupo, que representa 20% relataram que indiretamente o tema era aplicado no conteúdo de

Geografia e que as discussões eram suficientes para elucidar o assunto, conforme o gráfico da

Figura 7.

Figura 7- Percentual das respostas sobre a abordagem do ensino da

geomorfologia na escola publica de Coxixola - PB.

Como se pode observar nos dados do gráfico acima, os aspectos geomorfológicos do

município de Coxixola vêm sendo pouco abordada na escola. É que os alunos sentem

dificuldade por este tema não ser mais discutido no conteúdo da disciplina de Geografia. Este

conteúdo, embora omitido no livro didático, se aplicado de forma paralela, em atividades de

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campo permite aos alunos a compreensão das categorias geográficas de análise espaciais no

âmbito escolar.

Sobre a importância no conhecimento das configurações do revelo para o êxito das

atividades produtivas no âmbito socioeconômico e conservação ambiental foi obtido o

percentual de respostas 100% dos entrevistados, os quais reconhecem, que conhecer as

configurações do relevo é importante para o êxito das atividades mencionadas.

De acordo com os resultados obtidos, na pesquisa com os alunos, no gráfico contido

na Figura 8, a unanimidade afirma que é de fundamental importância conhecer as

configurações geomorfológicas, os solos, o clima e todos os aspectos inerentes do para o êxito

das atividades produtivas e da sustentabilidade. Deste modo, trabalhar melhor esse tema em

aulas de Geografia, ou por vias optativas traz grandes benefícios para o conhecimento dos

alunos na sua vida cotidiana e da coletividade em geral.

Sobre o conhecimento dos tipos de relevo existentes no município de Coxixola de os

alunos responderam de forma até surpreendente, conforme demonstra a (Figura 8), 66,7% dos

entrevistados afirmaram que o tipo de relevo do município de Coxixola PB é acidentado, e

33,3% afirmaram ser plana.

Figura 8 - Conhecimentos dos entrevistados a respeito do tipo de relevo local

33,30%

66,70%

PLANA ACIDENTADA

Faz-se necessário questionar os resultados dos dados do gráfico acima, pois se percebe

que os alunos sentem dificuldades em relação ao relevo de seu município. Por esse tema ser

pouco abordado nas aulas. Cabe a instituição abordar mais estes aspectos nos conteúdos

geográficos da escola, fazendo com que os alunos conheçam melhor as configurações do

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relevo de seu município. Dessa forma os alunos aprendem métodos de analises que podem ser

aplicados a outros espaços por eles vividos.

Sobre o conhecimento dos tipos do clima que ocorre no município de Coxixola,

reconhecendo-se que este é um fator fundamental para a formação do modelado de qualquer

recorte territorial, a resposta foi unânime. Pode-se observar que 100% dos entrevistados

relataram que o tipo de clima do município de Coxixola é quente e seco. No entanto, outras

questões relacionadas aos aspectos do clima, tais como estação chuvosa, estação seca, inverno

e verão têm um entendimento confuso e são comumente entendidas de forma equivocada.

Deste modo pode-se concluir que o conhecimento destes aspectos é apreendido de empírica,

visto que o tema ainda é pouco discutido no cotidiano escolar.

Por ocasião da entrevista com o professor titular da disciplina, em que pese o mesmo

estar apto a lecionar, notou-se um acentuado despreparo com respeito ao conteúdo geográfico,

notadamente aquele concernente a Geografia Física, assim como as atividades extra sala de

aula.

Ainda que se considere que a realidade atual e recorrente nas escolas de ensino básico

é (e sempre foi) a questão da capacitação adequada do professor, frente à realidade e ao

contexto de cada escola, ficou notório a falta de comprometimento do sistema de ensino, não

somente na formação continuada dos profissionais, mas também na adoção de livros didáticos

dissociados da realidade do aluno, de modo que estas deficiências se refletem diretamente no

êxito processo ensino/aprendizagem, segundo professor.

Diz o professor:

“Como resultado deste descompasso entre a Geografia acadêmica oferecida ao

professor em formação e a Geografia escolar chega-se ao desestímulo, que ante as

suas próprias limitações e o conteúdo pouco interessante do livro didático, passa a

reger suas aulas de modo monótono, levando o aluno ao total desinteresse e ao enfado,

frente a pouca identidade com o conteúdo veiculado”.

No final da entrevista ficou patente que o professor não se sente motivado, nem parece

se sentir preparado a dinamizar suas aulas, de modo a motivar e mobilizar o aluno, através de

seminários, observações e aulas de campo, a fim de propiciar ao aluno o conhecimento

espacial de seu entorno, favorecendo a associação entre o, contudo teórico e as

especificidades locais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho procurou enfocar a importância de se ensinar a Geomorfologia, dentro

do conteúdo da Geografia escolar, do município de Coxixola, como forma de destacar, através

de sua dinâmica a contextualização dos aspectos da área, promovendo ações dinâmicas em

atividades extra sala de aula.

Na pesquisa pode-se observar que este tema é pouco abordado na escola e este aspecto

é confirmado pelas informações levantadas através de questionários aplicados aos alunos.

Pode-se constatar que a área do município de Coxixola contém aspectos bastante

diversificados com relação ao seu relevo, uma predominância de áreas planas a mediamente

onduladas e é dissecada por uma rede de canais de densidade considerável, aspectos que

favorecem a conservação, mas que são desconhecidas pelos alunos, que poderiam ser

ensinados a difundir as práticas de manejo, contribuindo com para o equilíbrio do meio.

As respostas retrataram a ausência destes estudos e confirmaram o desconhecimento

dos alunos em relação ao relevo e ao clima de sua localidade, realidade esta que cabe uma

reflexão: como esperar que o aluno de hoje, produtor rural do futuro estruture o espaço, de

modo a conservar os recursos existentes, se a escola nos dias atuais não lhe dar o devido

suporte? Uma maneira de mudar tal realidade pode estar na melhor preparação do professor,

na adequação dos conteúdos do livro didático, acompanhadas de transformações da atual

utilização do livro didático na sala de aula, sem atividades complementares que o associe ao

contexto local.

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