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Web-Revista SOCIODIALETO www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras UEMS/Campo Grande Mestrado em Letras UEMS / Campo Grande ISSN: 2178-1486 Volume 4 Número 11 Novembro 2013 178 ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E FORMAÇÃO NAS VOZES DE FUTUROS PROFESSORES Michelle de Sousa Bahury (IFMA) 1 [email protected] RESUMO: Este artigo teve por objetivo ponderar e discutir a formação docente dos alunos do Curso de Letras com habilitação em língua inglesa pela Universidade Federal do Maranhão a partir de entrevista semiestruturada com 20 alunos do nono período concludentes da disciplina de estágio curricular obrigatório e análise do Plano Político Pedagógico. Os relatos coletados serviram de informações para compreender a realidade acadêmica e assim como os graduandos se veem enquanto profissionais que atuarão no mercado de trabalho. As discussões direcionam para o fato de que os anos na academia não foram o bastante para o desenvolvimento das competências que o profissional de inglês necessita, uma vez que se gradua com resultados pouco acima do esperado. Os maiores problemas situam-se na insuficiente capacidade da competência comunicativa de língua estrangeira onde há um desequilíbrio entre o que se estuda e o que se aplica. Essa dificuldade pode ser explicada pelo fato de o curso ser de dupla habilitação, o que acaba por propor mais estudos na área de língua portuguesa em detrimento de língua inglesa, pouco empenho por parte de alguns professores em ministrar aulas na língua estrangeira em que estão formando seus alunos e um currículo que propõe discussões superficiais acerca de Linguística Aplicada de língua inglesa. Os dados somados à fundamentação teórica conduziram a constatação de que à formação do futuro professor deve ser dada prioridade, pois a continuação do tipo de educação que recebe é normalmente repassado aos seus alunos, portanto, que seja de qualidade. PALAVRAS-CHAVE: Formação do professor; Curso de Letras; Professor de Inglês; Linguística Aplicada; Mercado de trabalho. ABSTRACT: This paper aims to analyze and discuss the teacher education of the students of letras course specializing in English at the Federal University of Maranhão from semi structured interview with 20 graduating ones of the ninth period of the mandatory curriculum training, the professor supervisor of its discipline and the review of the Pedagogical and Political Program. The reports provide information to understand the academicals reality and how academic undergraduates see themselves as professionals who will work in the labor Market. The discussions point toward the fact that the time spent at the university was not enough to develop the skills that the English teacher needs, once graduated himself with a non-satisfactory result. The main problems lie in the insufficient capacity of communicative competence in a foreign language where there is imbalance between what is studied and what is applied. This difficulty may be explained by the fact that the course offers dual qualification, which ultimately proposes further studies in the Portuguese area than in English one, lack of commitment by some professors in teaching using the English language and a curriculum that does not offer deep discussions about Applied Linguistics of that language. The collected data and the theoretical findings led to a confirmation that the future teacher education must have priority, as a continuation of the type of education that the graduating student have is usually passed on their students, so it must be of good quality. KEYWORDS: Teacher education; Letras Course; English teacher; Applied Linguistics; Labor market. 1 Professora do Instituto Federal do Maranhão - IFMA

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ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E FORMAÇÃO NAS VOZES DE

FUTUROS PROFESSORES

Michelle de Sousa Bahury (IFMA)1

[email protected]

RESUMO: Este artigo teve por objetivo ponderar e discutir a formação docente dos alunos do Curso de

Letras com habilitação em língua inglesa pela Universidade Federal do Maranhão a partir de entrevista

semiestruturada com 20 alunos do nono período concludentes da disciplina de estágio curricular

obrigatório e análise do Plano Político Pedagógico. Os relatos coletados serviram de informações para

compreender a realidade acadêmica e assim como os graduandos se veem enquanto profissionais que

atuarão no mercado de trabalho. As discussões direcionam para o fato de que os anos na academia não

foram o bastante para o desenvolvimento das competências que o profissional de inglês necessita, uma

vez que se gradua com resultados pouco acima do esperado. Os maiores problemas situam-se na

insuficiente capacidade da competência comunicativa de língua estrangeira onde há um desequilíbrio

entre o que se estuda e o que se aplica. Essa dificuldade pode ser explicada pelo fato de o curso ser de

dupla habilitação, o que acaba por propor mais estudos na área de língua portuguesa em detrimento de

língua inglesa, pouco empenho por parte de alguns professores em ministrar aulas na língua estrangeira

em que estão formando seus alunos e um currículo que propõe discussões superficiais acerca de

Linguística Aplicada de língua inglesa. Os dados somados à fundamentação teórica conduziram a

constatação de que à formação do futuro professor deve ser dada prioridade, pois a continuação do tipo de

educação que recebe é normalmente repassado aos seus alunos, portanto, que seja de qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Formação do professor; Curso de Letras; Professor de Inglês; Linguística

Aplicada; Mercado de trabalho.

ABSTRACT: This paper aims to analyze and discuss the teacher education of the students of letras

course specializing in English at the Federal University of Maranhão from semi structured interview with

20 graduating ones of the ninth period of the mandatory curriculum training, the professor – supervisor of

its discipline and the review of the Pedagogical and Political Program. The reports provide information to

understand the academicals reality and how academic undergraduates see themselves as professionals

who will work in the labor Market. The discussions point toward the fact that the time spent at the

university was not enough to develop the skills that the English teacher needs, once graduated himself

with a non-satisfactory result. The main problems lie in the insufficient capacity of communicative

competence in a foreign language where there is imbalance between what is studied and what is applied.

This difficulty may be explained by the fact that the course offers dual qualification, which ultimately

proposes further studies in the Portuguese area than in English one, lack of commitment by some

professors in teaching using the English language and a curriculum that does not offer deep discussions

about Applied Linguistics of that language. The collected data and the theoretical findings led to a

confirmation that the future teacher education must have priority, as a continuation of the type of

education that the graduating student have is usually passed on their students, so it must be of good

quality.

KEYWORDS: Teacher education; Letras Course; English teacher; Applied Linguistics; Labor market.

1 Professora do Instituto Federal do Maranhão - IFMA

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1 Introdução

Discussões acerca da formação docente têm-se feito presentes diante da

sociedade atual para qual, em tese, deveria estar direcionada, assim como as requisições

da Lei de Diretrizes e Bases, dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Orientações

Curriculares para o Ensino Médio que suscitam questionamentos sobre como essa

formação tem sido gerida nas mais diversas instituições formadoras. Logo, pesquisas

feitas por diferentes pesquisadores (Almeida Filho, 1998; Lopes, 1999; Vieira-Abrahão,

2000/2001; Celani, 2003) assinalam que essa formação possui restrições de ordem

teórica - metodológica que merecem ser debatidas e ponderadas.

A qualidade de educação que se fornece na academia está diretamente ligada ao

tipo de imagem que o aluno irá (des) construir sobre seu curso. A discussão que se faz

presente entre os graduandos aborda a qualidade da formação acadêmica, como essa

implicará no preparo profissional docente e como professor de línguas. Assim, são

frequentes indagações como: Você apresenta o perfil docente que o mercado exige?

Você se sente um profissional qualificado? O Curso de Letras cumpriu seu papel no

processo acadêmico?

Com o intuito de conhecer o perfil de professor de língua inglesa que chega ao

mercado de trabalho docente, adotaremos um olhar analítico sobre o que o Plano

Politico Pedagógico (PPP) do Curso de Letras Português / Inglês da Universidade

Federal do Maranhão (UFMA) propõe e relatos de alunos do 9° período do referido

curso para averiguar se e /ou quais objetivos foram alcançados durante o processo

formativo.

2 Globalização e língua inglesa

Viver em um mundo globalizado significa dizer que os povos estão se

relacionando de uma forma cada vez mais próxima e, para isso necessitam de uma

língua que seja comum a todos para fins de desenvolvimento econômico, político e

cultural. Tem-se percebido a redução de fronteiras, tempo e espaço, porque a tecnologia

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pode proporcionar conhecimento de mundo sem que as pessoas estejam presentes

fisicamente em outro tempo ou espaço. Assim, o intercâmbio de informações propicia a

disseminação de um conhecimento mais democrático, pois se torna acessível à todos.

Segundo Robbins (1981) esse fenômeno chama-se “transnacionalização” de

nossa vida cultural e econômica. O que favorece troca de conhecimentos entre povos

geograficamente distantes, mas próximos pelo fator língua, auxiliado pela tecnologia.

Por outro lado, o fato de se reconhecer a importância de se falar uma língua comum,

provoca outro fenômeno que é a “desterritorialização” das pessoas que se tornam

falantes de uma língua que não é a sua de origem, ou seja, no caso do inglês, o número

de falantes não nativos no mundo já supera o de nativos (Grigoletto, 2013).

Com o intuito de vencer principalmente as barreiras econômicas, linguísticas,

culturais e tecnológicas, o efeito da globalização tem acelerado o processo de troca de

informações por meio de uma língua global. Para Crystal (2003) uma língua só se torna

global por uma grande razão: o poderio de seu povo, especialmente político e militar e,

portanto, atualmente esta língua tem sido a inglesa.

Sendo assim, um dos resultados do efeito globalizador foi a “obrigação” de

dominar a língua inglesa, que passou a fazer parte do currículo escolar para atender a

uma exigência atual. Para Magalhães Junior (2007, p. 69): “confessar desconhecimento

de uma língua como o inglês é admitir publicamente uma forma contemporânea de

analfabetismo e expor-se a amargura de algumas oportunidades perdidas.

Expressar-se em língua inglesa é fazer parte de um mundo maior, em outras

palavras, é ter acesso à educação de qualidade e consequentemente a chance de obter

empregos melhores que podem se traduzir em promoção profissional e pecuniária.

Para Magalhães Junior (2007) saber uma língua estrangeira no Brasil se deve

mais a status que a erudição. Segundo ele, essa postura está arraigada à herança colonial

que aquele país herdou e que o faz atribuir o conhecimento de uma língua estrangeira à

vaidade. Em nível mundial, Giddens (2001) aponta para outra consequência da

“globalização” que foi o fato de diminuir o perfil elitista de se estudar uma língua

estrangeira tão presente no século 19, pois graças a esse fenômeno o mercado foi aberto

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para materiais de ensino e estudo dessa língua, embora ainda fosse repleto de frases

descontextualizadas.

Nunca se precisou tanto negociar com pessoas de idiomas diferentes, assim

como viajar e disseminar o uso de idiomas distintos, o que tem provocado a urgência do

uso da língua global. Utilizando-se dos conceitos de Bourdie (2004), essa aceitação da

obrigação de ser falante ou pelo menos comunicar-se em língua inglesa deságua em

uma “violência simbólica” que se traduz por silenciosamente representar a necessidade

que a sociedade impõe que seja resolvida.

Concordamos com Bourdie (2004) no quesito de que nem parece que é

violência, pois não se trata de coerção física, mas de questão econômica principalmente.

E, em um mundo cada vez mais capitalista, não se pode esquecer que conforme

explicitado anteriormente, a posição de uma língua como global reflete a posição de seu

país diante do mundo dos negócios.

Yano (2009) corrobora com a ideia acima quando afirma que quanto mais

pessoas precisarem interagir entre si, maior a necessidade de aquisição de língua

inglesa. Neste cenário, torna-se necessário que os cursos de formação de professores

precisam apresentar uma postura positiva quanto à globalização atrelando o ensino da

língua aos seus novos sentidos.

3 Professores de Línguas em Formação

Diante do reconhecimento da importância de se dominar o uso de língua inglesa,

voltam-se os olhos para a qualidade de ensino dessa língua que futuros professores têm

recebido. Sendo assim, ficam os Cursos de Letras, responsáveis em fornecer mão de

obra qualificada para um mercado de trabalho cada vez mais carente de profissionais

bem preparados.

Situações como essa tem feito surgir questionamentos acerca de como esse

professor de língua estrangeira tem sido preparado na academia no que tange as

propostas de ensino planejadas e as de fato concretizadas, assim como suas reais

contribuições para o constructo do conhecimento docente.

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3.1 O Curso de Letras da UFMA

O Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) é proveniente

da antiga Faculdade de Filosofia da cidade de São Luís através do decreto 32.606/53 em

23 de abril de 1953, sendo então reconhecido pelo decreto 39.663, de 28 de julho de

1956. Como se pode ver, o Curso de Letras é um dos mais antigos da UFMA, e apesar

disso, poucas mudanças foram implementadas em sua estrutura curricular.

Em se tratando de mudança, podemos citar que a primeira grande modificação

ocorrida se deu quando da extinção da modalidade bacharelado para dar lugar ao Curso

de Letras Modernas, a fim de ofertar a modalidade licenciatura, que desde então está em

vigor. Outra alteração relevante ocorreu devido ao parecer CNE/CES n° 223/2006, que

citava a incoerência da existência de habilitações, o que proporcionou, desde 2011, a

mudança de habilitações para Cursos: Letras Português / Inglês, Letras Português /

Espanhol, Letras Português / Francês (Brasil, 2006).

O ideário de reforma do currículo deve ser pautado na formação de profissionais

capazes de acolher, criticar diferentes manifestações culturais responsáveis pela

constituição de identidades culturais e profissionais variadas assim como reconhecer as

diferentes formas de saber e tornarem-se críticos perante a elas. Posturas como essas

vão de encontro ao que por vezes se vê nas universidades brasileiras onde há ausência

de ponderações, análises e críticas dos conhecimentos que visem mudanças

substanciosas que refere-se ao papel do aluno em formação.

Um currículo pautado na formação deve estar atrelado ao que Ribeiro (2003, p.

3) afirma “[...] treinamento é com a empresa, formação é com a universidade.”

Treinamento diz respeito a um ensino míope que “educa” através de uma

operacionalização de conhecimentos que parecem ser de simples prática e utilização. A

formação precisa ser algo mais profundo e que capacite o então aluno a saber lidar

inclusive com as possíveis situações adversas tanto no campo educacional, social

quanto político para que assim se possa dizer que de fato um cidadão foi formado.

Universidade e empresa são instituições com objetivos diferentes, portanto necessitam

utilizar meios de promoção de seus objetivos principais de modo distinto, pois os

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conceitos de treinamento e produtividade são alheios à universidade que se destina a

formar a partir da geração de conhecimentos.

Assim, todo processo de discussão sobre currículo traz consigo divergência de

opiniões e esperanças. A divergência se dá pelo fato de que as pessoas envolvidas neste

processo apresentam visões de mundo alicerçados em histórias de vida distintas, e ainda

assim, durante as discussões há de se levar em conta as esperanças de implementações

de ações inovadoras que possam conduzir com qualidade a formação de futuros

professores.

Moreira (2003, p. 16) assevera que um “[...] currículo deve ser concebido como

um território contestado, como um campo de conflitos no qual diferentes grupos e

agentes lutam pela oficialização e pelo prestígio de seus conhecimentos, significados e

habilidades, métodos, crenças e valores.” Um espaço precisa ser reservado aos egressos

que devem deixar de ser passivos e assumirem o papel ativo de se pronunciarem como

construtores de conhecimentos. Logo é esperado que muitas divergências farão parte

deste processo de “construção” e que chegar em um consenso sobre como reformar o

currículo parece ser tarefa complexa, uma vez que o resultado se constituirá de pontos

de vista diversificados de um contrato transitório. Para tanto, o diálogo entre os

pesquisadores (professores) poderá render bons frutos que servirão de controle de

qualidade dos itens constantes do currículo que está sendo reformado.

De acordo com o texto do Plano Político Pedagógico (PPP) do Curso de Letras

da UFMA “o conceito de currículo, portanto, deve ser ampliado para que possa, de fato,

ser concebido como construção cultural que promova a aquisição do saber de maneira

articulada” (Universidade Federal do Maranhão, 2010, p. 7).

Na UFMA podemos encontrar três Cursos de Letras, conforme explicitado

anteriormente, sendo que essa pesquisa se limitará ao estudo do currículo do curso de

Letras Português / Inglês. Assim o currículo:

Articula-se em torno de conteúdos ligados à área dos estudos linguísticos e

literários, destinados a aquisição de competências e habilidades necessárias

ao exercício da profissão, compreendendo os de núcleos básicos, os de

formação profissional e os de formação pedagógica, em consonância com a

Resolução CNE / CES n° 18 de 13 de março de 2002 (Universidade Federal

do Maranhão, 2010, p. 12).

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3.2 O Projeto Político e Pedagógico

As competências e habilidades inseridas no PPP de Letras que levam em

consideração as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Letras apontam

para qual deve ser a base para a formação docente – um profissional de visão holística

que corresponda aos anseios do mercado de trabalho. É partindo desse princípio que o

documento em questão objetiva que o graduando vivencie uma formação sólida que os

habilitem a atuar interdisciplinarmente em outras áreas. Para tal, propõe (Universidade

Federal do Maranhão, 2010, p. 12):

a) Domínio do uso da língua portuguesa e/ou de língua inglesa, nas suas

manifestações oral e escrita, em termos de recepção e produção de textos;

b) Reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como fenômeno

psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político e ideológico;

c) Visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas investigações

linguísticas e literárias, que fundamentam sua formação profissional;

d) Preparação profissional atualizada, voltada para a dinâmica do mercado

de trabalho já existente na região e com capacidade de desenvolver novos

mercados;

e) Percepção de diferentes contextos interculturais, para que possa atuar em

tais contextos com competência, responsabilidade e consciência crítica;

f) Utilização dos recursos de informática e de materiais de apoio

inovadores;

g) Domínio dos conteúdos básicos que são objeto dos processos de ensino e

aprendizagem no ensino fundamental e médio;

h) Domínio dos métodos e técnicas pedagógicas que permitam a

transposição dos conhecimentos para os diferentes níveis de

ensino.

i)

De acordo com a perspectiva acima, é que o Curso de Letras se fundamenta em

definir seus objetivos (Universidade Federal do Maranhão, 2010, p. 7):

a) Geral

Formar profissionais aptos a atuar inter e trans disciplinarmente na área de

Letras e em áreas afins, buscando, continuamente, o aprimoramento de sua

profissão.

b) Específicos

Capacitar o alunado do Curso de Letras, de modo a possibilitar-lhe uma

formação competente, para resolução de problemas, tomada de decisões e

liderança.

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Propiciar uma fundamentação consistente, na área de Letras, para que o

Licenciado possa lidar, de forma crítica e reflexiva, com as linguagens,

especialmente a verbal, oral e escrita, e possa atuar inter e trans

disciplinarmente, no contexto em que se insere.

Possibilitar a formação específica do Licenciado em Letras, tanto em Língua

Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa quanto em Língua Inglesa.

E do perfil Profissional:

a) satisfazer as exigências da sociedade contemporânea, no que diz respeito a

sua atuação no mercado de trabalho;

b) ser capaz de manusear, de forma crítica, as diferentes linguagens,

sobretudo nos contextos oral e escrito, de forma a assimilar dialeticamente os

valores culturais; além de ter consciência das variedades linguísticas e

culturais.

c) saber utilizar estratégias de solução de problemas bem como as novas

teconologias, no contexto da diversidade/heterogeneidade do conhecimento,

com vistas a atender as novas demandas sociais.

d) ser capaz de refletir analítica e criticamente sobre a linguagem como

fenômeno linguístico-literários, à luz de diferentes teorias.

e) estar apto a promover a articulação intrínseca entre o ensino, a pesquisa e a

extensão, de modo a compreender sua formação profissional como um

processo contínuo, autônomo e permanente.

f) ser capaz de atuar no campo da interdisciplinaridade, promovendo diálogo

constante entre áreas afins, não perdendo de vista o compromisso

indispensável com a ética, com a responsabilidade social e educacional

(Universidade Federal do Maranhão, 2010, p. 10).

As competências e habilidades mencionadas nos levam a crer que a

interdisciplinaridade e a visão de conjunto deve ser uma constante na academia. Isso

pode ser traduzido em uma formação acadêmica bem equilibrada entre teoria e prática.

Assim as atividades referentes à parte teórica objetivam que o graduando tenha

desenvolvido

[...] capacidade para resolver problemas, tomar decisões, demonstrar

liderança, trabalhar em equipe e saber articular e articular-se com a

multiplicidade de saberes que compõem a sua formação, tendo sempre em

vista o compromisso com a ética, com a responsabilidade social e

educacional e com a sua atuação como profissional de letras (Universidade

Federal do Maranhão, 2010, p. 11-12).

Já no que se refere à prática, o PPP de Letras garante ao licenciando,

principalmente domínio do uso da língua portuguesa e/ou de língua inglesa, nas

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manifestações oral e escrita, em termos de recepção e produção de textos, preparação

profissional atualizada, voltada para a dinâmica do mercado de trabalho, domínio dos

conteúdos básicos, objetos dos processos de ensino e aprendizagem no ensino

fundamental e médio, domínio dos métodos e técnicos pedagógicos que permitam a

transposição dos conhecimentos para os mais diferentes níveis de ensino.

Ainda há que se considerar que um currículo comprometido com uma sólida

formação deve estar atrelado a uma visão flexível que atenda o processo interdisciplinar

de conhecimento científico e do manejo profissional garantido por meio de atividades

complementares que se ligam como: ensino, pesquisa e extensão (participação em

eventos, projetos de pesquisa, monitoria, organização de evento científico, publicações,

projetos e cursos de extensão) e que além de contabilizar como carga horária

contribuam para a formação do profissional.

Em suma, flexibilizar o currículo possibilita que a adequação entre teoria e

prática resulte em um professor que conheça seu papel transformador de realidade e

assuma a responsabilidade de investir em sua formação continuada.

3.3 Práticas pedagógicas

Nessa conjuntura, há um item de grande valor no processo formador que diz

respeito a teoria e a prática: o estágio. De acordo com o PPP de Letras, a prática de

ensino dá-se em forma de estágio supervisionado conforme o parecer n° 28, de 2 de

outubro de 2001 e Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 20022, é concebida

como eixo articulador e integrador das relações entre teoria e prática (Universidade

Federal do Maranhão, 2010).

Deste modo, o futuro profissional precisa fazer parte de um processo de

construção do conhecimento que deve mediar os saberes científicos e os contextos em

que foram produzidos. Assim, é no estágio que a identidade profissional inicia o seu

delineamento, pois é nele que o graduando vislumbra de modo concreto a vivencia com

2 Tal Parecer e Resolução propõem 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,

vivenciadas ao longo do curso, e 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do

início da segunda metade do curso.

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a realidade que lhe espera. Essa aproximação do aluno com a sala de aula propicia o

reconhecimento de que “essencialmente, a educação é uma prática, mas uma prática

intencionalizada pela teoria” (Pimenta; Lima, 2011, p. 17).

As Práticas Pedagógicas têm em vista a capacitação do licenciando fornecendo

maior possibilidade de contato com a escola. O Curso de Letras da UFMA tem a

duração de nove períodos e as práticas estão divididas em disciplinas que farão parte de

sua vida estudantil a partir do 3º período, estendendo-se até o 6º período do Curso,

conforme discriminação a seguir:

a) Diagnóstico da comunidade escolar (3° período/ 90h): neste período os alunos

deverão visitar uma escola-campo de ensino fundamental e médio, assim

como conhecer seu histórico, o local onde se inserem e os profissionais que

nelas atuam a fim de conhecer a realidade escolar mais de perto.

b) Organização do trabalho pedagógico (4° período/ 120h): nesta etapa o aluno

deverá analisar o PPP da escola escolhida para o estágio no que tange sua

filosofia, objetivo geral, sua concepção curricular e princípios metodológicos.

c) Aproximação com a realidade (5° período/ 120h): Neste período o aluno

investigará as reais necessidades da escola-campo com base em sua área de

conhecimento. É nesse momento que pesquisa, análise e reflexão deverão ser

aliadas para a produção de um relatório a respeito da atividade realizada e

posteriormente compartilhado com todos os atores pertencentes ao processo

educativo deste contexto.

d) Intervenção na realidade escolar (6° período/ 90h): esta etapa reúne todos os

processos desenvolvidos anteriormente, ou seja, como resultado de um

processo de análise e reflexão, o aluno neste momento deverá elaborar um

projeto de atuação direcionado para as necessidades da escola campo (ensino

fundamental ou médio). Em seguida, como parte de um processo avaliativo, o

graduando ainda deverá redigir um relatório para compartilhar em meio

acadêmico.

Consolidado o processo acima, o graduando é então direcionado para o estágio

curricular obrigatório. O mesmo é realizado nos 7° e 8° períodos, o qual no primeiro

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momento, o aluno deverá cumprir 45 (quarenta e cinco) horas de prática docente de

língua inglesa e 90 (noventa) horas de língua portuguesa no ensino fundamental. O

segundo momento, é composto por 90 (noventa) horas de língua inglesa e 180 (cento e

oitenta) horas de língua portuguesa no ensino médio.

As tabelas 1 a 3 e quadro 1 mostram como a organização curricular é distribuída:

Primeiramente tem-se o Núcleo de Fundamentação de Formação Básica (tabela 1) que é

comum aos três cursos a fim de que ambiente o aluno para cursar as disciplinas do então

Núcleo de Fundamentação Profissional, que por sua vez desdobra-se em torno da

Formação Específica (tabela 2) e Pedagógica (tabela 3) que dão suporte teórico e prático

a formação dos futuros professores e, por fim, as atividades complementares (quadro 1)

que visam a articulação do tripé cientifico conhecido como ensino, pesquisa e extensão.

3.3.1 Núcleo de Fundamentação de Formação Básica

De acordo com o que apresenta a tabela 1, o futuro professor tem seu primeiro

contato com disciplinas de língua inglesa visando desenvolvimento de habilidades

linguísticas – ouvir, falar, ler e escrever, de fonética e fonologia para reconhecimento de

aspectos fônicos e fonológicos, Teoria da Literatura com ênfase nos estudos de gêneros

e crítica literária, latim abordando a sintaxe latina em comparação com a de língua

materna e língua portuguesa com estudos iniciais sobre as concepções de língua e

linguagem.

Tabela 1 - Núcleo de fundamentação de formação básica

Disciplinas C H Créditos

Pré-requisitos T P

Introdução à Pesquisa 60 2 1 -

Língua Inglesa – Interação Comunicativa I 60 4 - -

Língua Inglesa – Interação Comunicativa II 60 4 - Int. Comun. I

LIBRAS 60 2 1 -

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Fundamentos de Tradução 30 2 - Int. Comun. II

Língua Portuguesa I 60 4 - -

Língua Portuguesa II 60 4 - L. Port. I

Linguística I 60 4 - -

Linguística II 60 4 - Linguística I

Teoria da Literatura I 60 4 - -

Teoria da Literatura II 60 4 - Teoria da Literatura I

Latim I 60 4 - -

Latim II 60 4 - Latim I

Filologia 60 4 - Latim II

Total 810 50 02

3.3.2 Núcleo de Fundamentação de Formação Específica

Em se tratando da tabelas 2, que aborda a formação específica, podemos

observar que esses núcleos cuidam do desenvolvimento profissional do futuro professor

tanto em relação à preparação de língua portuguesa e inglesa quanto à questão didática.

Daí a necessidade de o currículo do Curso de Letras equilibrar disciplinas dessas duas

vertentes.

Tabela 2 - Núcleo de fundamentação de formação profissional: formação específica

Disciplinas C H Créditos

Pré-requisitos T P E

Estudos Literários Maranhenses 60 4 - T. da Lit. I e II

Língua Inglesa – Interação

Comunicativa III 60 4 - Int.Com. II

Língua Inglesa – Interação

Comunicativa IV 60 4 - Int.Com. III

Língua Portuguesa III 60 4 - L. Portuguesa II

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Língua Portuguesa IV 60 4 - L. Portuguesa III

Língua Portuguesa V 60 4 - L. Portuguesa IV

Linguística III 60 4 - Linguística II

Linguística IV 60 4 - Linguística III

Linguística V 60 4 - Linguística IV

Linguística VI 60 4 - Linguística V

Tópicos Especiais em Linguística 30 2 - Linguística VI

Literatura de Língua Portuguesa –

Prosa I 60 4 - T. da Lit. I e II

Literatura de Língua Portuguesa –

Prosa II 60 4 - L.L.P.– Prosa I

Literatura de Língua Portuguesa –

Prosa III 60 4 - L.L.P.– Prosa II

Literatura de Língua Portuguesa –

Poesia I 60 4 - T. da Lit. I e II

Literatura de Língua Portuguesa –

Poesia II 60 4 - L.L.P.– Poesia I

Literatura de Língua Portuguesa –

Teatro 60 4 - T. da Lit. I e II

Literatura Infantil e Juvenil 60 4 - T. da Lit. I e II

Língua Inglesa – Fonética e

Fonologia 60 4 - Int.Com.I,I,II,IV

Língua Inglesa – Morfossintaxe 60 4 - Int.Com.I,I,II,IV

Língua Inglesa – Língua, Cultura e

Identidade 30 2 - Int.Com.I,I,II,IV

Literatura de Língua Inglesa –

Prosa I 60 4 - T. da Lit. I e II

Literatura de Língua Inglesa –

Prosa II 60 4 - L.L.E.- Prosa I

Literatura de Língua Inglesa – 60 4 - T. da Lit. I e II

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Poesia I

Literatura de Língua Inglesa –

Poesia II 60 4 - L.L.E.- Poesia I

Literatura de Língua Inglesa –

Teatro 60 4 - T. da Lit. I e II

Eletiva I 30 2 -

Eletiva II 30 2 -

Estágio Supervisionado 405 - 9 Prát. Pedagógicas

Total 1965 104 - 9

3.3.2 Núcleo de Fundamentação de Formação Profissional: formação pedagógica

O Curso de Letras Português / Inglês da UFMA visa formar profissionais

preparados para atuação no magistério, e por isso propicia a integração de diferentes

áreas de conhecimento. Nessa linha de pensamento, é mister citar que a prática de

ensino, sob a forma de estágio supervisionado, é componente curricular obrigatório da

formação do aluno de Licenciatura. A formação se caracteriza, portanto, como prática e

teórica, pois conforme Pimenta e Lima (2011, p. 35) “o exercício de qualquer profissão

é prático, no sentido de que se trata de aprender a fazer ‘algo’ ou ‘ação’”.

Em um curso de formação de professores, como o de letras, entendemos que as

disciplinas devem apresentar um cunho tanto teórico quanto prático, contribuindo para o

futuro professor seguir com visão analítica, crítica e capaz de propor outros olhares à

luz da pesquisa. Assim, de acordo com o PPP de Letras desde o início do Curso, a

prática permeará a formação dos licenciandos em Letras Português/Inglês, contando

com o auxílio de Práticas Pedagógicas e o Estágio curricular obrigatório.

3.3.2.1 Atividades complementares

É interessante propor uma análise quanto ao currículo do Curso de Letras

português / inglês da UFMA, pois o mesmo é definido a partir de disciplinas de estudos

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de língua portuguesa. Entre o Núcleo de Fundamentação de Formação Básica e

Específica, excluindo-se apenas as disciplinas de Introdução à pesquisa, língua

brasileira de sinais (LIBRAS), Eletivas I e II e estágio supervisionado, podemos notar

que há 13 disciplinas referentes aos estudos de língua inglesa e literatura estrangeira

distribuídas da seguinte forma: 11 delas têm carga horária de 60 h e duas com 30h. Do

outro lado, temos 24 disciplinas referentes aos estudos da língua portuguesa, literaturas

maranhense, portuguesa e brasileira organizadas em torno de 24 disciplinas de 60 horas

e uma de 30. Sendo assim, temos a seguinte conta: 720 h de estudos de língua inglesa

perante 1470 de língua portuguesa (tabela 2).

Tabela 3 - Núcleo de Fundamentação de Formação Profissional: formação pedagógica

Disciplinas C H Créditos

Pré-requisitos T P

Informática aplicada à Educação 30 _ 1 -

Organização da Educação Brasileira 60 4 - -

Psicologia da Educação 60 4 - -

Didática 60 4 - -

PP-Diagnóstico da Comunidade

Escolar 90 - 3 -

PP-Organização do Trabalho

Pedagógico 120 - 4 Diag. da Com. Escolar

PP- Aproximação com a Prática 120 - 4 Org. do Trab. Pedagógico

PP- Intervenção na Realidade Escolar 90 - 3 Aproximação com a Prática

Total 630 12 15 -

O Núcleo acima apresentado mostra como é feita a distribuição das disciplinas

que visam ao exercício da prática docente, logo, o eixo investe em disciplinas voltadas

exclusivamente às práticas pedagógicas. Abaixo, visualizamos a tabela 1 que

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complementa o ideário de uma formação direcionada à cientificidade, a fim de que haja

garantia da continuidade da pesquisa.

Quadro 1 - Atividades complementares: integração ensino, pesquisa e extensão

Área Atividades CH

Máxima

Ensino

Monitoria 80

Disciplinas Eletivas 30

Pesquisa

Participação em eventos científicos - ouvinte (local) 30

Participação em eventos científicos - ouvinte (nacional) 25

Participação em eventos científicos - ouvinte (internacional) 35

Participação em eventos científicos – apres. de trabalho (local) 100

Participação em eventos científicos–apres. de trabalho (nacional) 105

Participação em eventos científicos-apres. trabalho

(internacional)

100

Participação em eventos científicos-monitoria 50

Participação em Projetos de Pesquisa e ou Grupos de Pesquisa 100

Relatório de Pesquisa 80

Participação em Comissão organizadora de eventos científicos 20

Publicações Científicas de (resumo) 30

Publicações Científicas (artigo completo) 50

Extensão

Participação em Projetos de Extensão 100

Participação em Cursos de Extensão 12

Relatório de Atividades de extensão 80

Um dos objetivos das Diretrizes Curriculares do Curso de Letras assim como do

ensino superior é vislumbrar a articulação do ensino, pesquisa e extensão. Tal princípio

educacional deve respeitar o contexto do Projeto Político Pedagógico do Curso de

Letras da Universidade Federal do Maranhão (2010) a fim de que esteja proposto nas

ementas seja recebido pelo aluno de modo crítico e gerado novos conhecimentos.

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É digno que a instituição universidade estimule seu alunado a ter espírito de

pesquisa, ofertando-lhe o exercício do método investigativo, condição essa, primordial

para sua formação. Assumir uma postura de questionar e se questionar torna o professor

capaz de agir perante situações – problema in-loco e não apenas problemas criados por

outros sujeitos em circunstância distinta.

Ainda é papel da academia apresentar outro pilar da educação superior: a

extensão, que fomenta no aluno a compreensão da realidade em que está inserido

contribuindo para o aprimoramento da vida humana em sociedade. Assim, o Curso de

Letras da UFMA aposta na extensão porque a entende como uma formação

contextualizada dos anseios da sociedade contemporânea. Por isso, concordamos com

Severino (2007, p. 24) quando afirma: “Na universidade, ensino, pesquisa, extensão

efetivamente se articulam, mas a partir da pesquisa, ou seja: só se aprende, só se ensina,

pesquisando; só se presta serviços à comunidade, se tais serviços nascerem da

pesquisa.”

Assim, seguindo a deliberação do MEC é exigido do aluno de letras, a

integralização de 200h de atividades complementares além de sua grade curricular

regular. No entanto, Paiva (2005, p. 80) salienta que:

O currículo, nas novas diretrizes, não é mais entendido como a soma de

disciplinas em uma grade curricular. Apesar de não descartar as disciplinas

convencionais, o novo texto legal introduz o conceito de atividade curricular,

abrindo a possibilidade para que o graduando possa contemplar seus créditos

com atividades, tais como iniciação científica, atividades de extensão,

participação em eventos, etc. A articulação entre ensino, pesquisa e extensão

é condição necessária para a implementação de um currículo flexível.

Essa obrigatoriedade do cumprimento das atividades extracurriculares tornou

alunos já com espírito investigador em intelectuais assíduos em eventos científicos, mas

outros não compreenderam a proposta do MEC e julgaram essa formação complementar

como uma exigência que não operou mudanças em sua postura.

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4 O Mercado de Trabalho Docente

Diante das deficiências já conhecidas do ofício docente, há de se discutir acerca

de sua formação e ingresso no mercado de trabalho. De um lado, vê-se a diminuição das

matrículas em vários cursos de licenciatura, e o Curso de Letras não é exceção, somado

a baixa remuneração do magistério que tem contribuído para seu caráter de atividade

complementar de renda.

Assim os Cursos de Letras podem representar o caminho mais rápido para

aqueles que desejam um diploma universitário e inserção no mercado de trabalho, o que

não quer dizer que esse futuro professor tenha preparo suficiente para sua função,

tampouco estudado por amor a profissão.

Assim sendo, egressos dos Cursos de Letras do Brasil comungam de uma

insatisfação com a qualidade de sua formação no que se refere ao processo ensino-

aprendizagem e preparação profissional frente às exigências do mercado de trabalho.

Ainda há que se citar sobre a condição de realização dos estágios supervisionados

quanto ao manejo da relação teoria e prática, onde se concebe que é no exercício da

teoria que se estabelece a prática (Pimenta; Lima, 2011).

Aliás, a própria escolha de ser professor no Brasil não acompanha o desejo

natural de querer sê-lo. Há de se considerar que do número de alunos ingressantes nos

Cursos de Letras, várias foram as razões para tal escolha: vocação, falta de opção ou

complementação financeira a partir da rápida empregabilidade dada aos cursos do

magistério.

Essa situação torna-se muito grave para aqueles que dependerão da formação

desses profissionais, que em sua maioria, não estão dispostos a militar pela educação,

por isso Gatti (2009, p. 475) afirma: “Não se coloca as consequências de uma formação

fragmentada e precária de um professor para uma sociedade tão complexa, para atuação

tão complexa [...] e que não é valorizada devidamente”.

Torna-se urgente discutir a reconfiguração da formação de professores das

licenciaturas, com destaque aos aspectos relacionados às lacunas formativas dos Cursos

de Letras em geral que são inexistência- de um perfil docente a ser formado, pouca

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carga horária alocada ao ensino de língua inglesa e de Linguística Aplicada dessa

língua.

5 Professores Formadores e Suas Vozes

A partir do que foi apresentado quanto aos objetivos traçados para os

graduandos em Letras na UFMA, é importante trazer para esta discussão as vozes

desses futuros profissionais em forma de relatos e proceder à análise deste outro lado da

moeda.

Para a realização deste trabalho vinculou-se à necessidade de uma análise

científica que de acordo com Minayo (1993, p. 23) deve se fundar em “[...] uma atitude

e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsicamente

inacabado e permanente.” E é com essa visão que pretendeu-se desenvolver uma

pesquisa exploratória e descritiva a qual aquela se explica pelo intuito de se obter dados

sobre o fenômeno em tese e maior contato com a problemática levantada; e a última

pelo uso da descrição das particularidades do fenômeno pesquisado com o auxílio de

pesquisa bibliográfica e aplicação de entrevista semistruturada.

Para tal, entrevistamos 20 alunos de um total de 24 pertencentes ao último

período do Curso de Letras com habilitação em língua inglesa. Desse total, 16 eram do

sexo feminino e 4 do masculino na faixa etária entre 22 a 26 anos.

5.1 As vozes dos futuros professores

Iniciemos essa discussão com alguns relatos - onde para manter-se o anonimato

dos pesquisados, optou-se por nomes fictícios - sobre o que motivou sua escolha pelo

Curso de Letras (habilitação língua inglesa) da Universidade Federal do Maranhão

(UFMA), ingressantes do ano de 2009.1:

Bom... o Curso de letras nunca foi minha primeira opção... NA VIDA. Mas o

que me motivou a fazer o Curso de letras foi pelo inglês. Eu queria muito

aprender inglês e eu achava que entrando na universidade eu teria esse

suporte maior ... a parte que eu gosto de lecionar seria inglês até porque na

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universidade no decorrer do... tempo a gente foi ver que a gente não dá

gramática no Curso de letras, então é muito complicado sair daqui e ir para

uma sala de aula (Maria).

Bom... em parte foi influência da família porque tem muitas pessoas

formadas em letras na minha família inclusive a minha mãe. [...] eu já

frequentava um curso de inglês e sabia que teria mais oportunidade de

trabalho no mercado com o conhecimento dessa língua (Joana).

Quando eu pensei no Curso de letras eu pensei em ser professora de inglês.

Sempre gostei de ler livros de literatura mas quis fazer letras para aprender

inglês (Vanessa).

[...] sempre gostei de português e inglês, então decidi fazer letras. Pensava

em fazer outro curso concomitante, mas gostei tanto de letras que nem

vestibular fiz mais (Pedro).

Primeiramente foi a língua estrangeira, pois desde criança eu estudo e sempre

tive o inglês e o espanhol como línguas estrangeiras. Mas quando cheguei ao

ensino médio eu gostava muito da língua inglesa e por isso eu optei por

escolher o curso de letras (Mariana).

As opiniões apresentadas evidenciam o que a maioria dos alunos esperavam ao

ingressar no Curso de Letras da UFMA. Eles afirmam que essa opção é feita a partir de

sua afinidade com a língua inglesa. Por isso, acreditam que uma vez constituintes de um

curso de preparação de professores, poderiam adquirir muito mais conhecimentos

específicos ao ensino da língua estrangeira em questão.

Imaginavam também que o conhecimento que obtinham de língua inglesa,

normalmente adquirido em cursos de idiomas em período anterior ao ingresso à

Universidade, fosse ser expandido a partir de práticas que visassem ao desenvolvimento

das habilidades de leitura, audição, escrita e fala. Considerando que o processo de

admissão desses alunos se deu em modelos de prova em que exigiam conhecimento

básico de língua inglesa, supõe que se foram aprovados é porque conseguiram

evidenciar domínio do nível de conhecimento exigido. Assim, esperava-se que as

disciplinas de língua e literatura estrangeira partissem desse princípio e desafiassem os

alunos com um nível mais avançado de ensino e aprendizagem de idiomas. Vejamos

alguns relatos quanto a contribuição do Curso de Letras no que se fere ao ensino de

língua inglesa:

Bom... acho que o Curso de letras dependendo muito eh::: da disciplina. Uns

puxam mais outros menos e... eu acredito que a aquisição foi mais ou

menos...não foi o que eu esperava. De fato não foi o que eu esperava. Mas até

que é bom, né?....os primeiros períodos você pensas que vai realmente

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aprender a falar a língua aí depois entram outras disciplinas que você fica um

pouquinho perdido pelo domínio da língua que você não tem (Maria).

Eu tive um avanço devido ao curso de inglês que eu fazia fora, mas não por

causa das cadeiras da UFMA. As cadeiras da UFMA por partirem do nível

inicial mesmo, elas não chegam ao nível avançado. Chegam ao máximo até o

intermediário. Assim em 4 ou 5 anos é impossível chegar no nível avançado

(Joana).

Na verdade, o curso não me levou a proficiência, mas eu aprendi bastante no

curso. Não falo das disciplinas elementares como Inglês I, II etc., mas falo

das literaturas. Eu já tinha uma base de inglês antes de fazer o curso então

descobri a literatura (Pedro).

Então o que estaria levando esses alunos a não desenvolverem domínio de língua

inglesa esperado conforme expresso no PPP de Letras?

Alguns alunos apontam como parte dessa responsabilidade o fato de o curso ser

de dupla habilitação. Segundo eles, há mais disciplinas e ênfase nos estudos

concernentes ao ensino de Língua materna enquanto que o de língua estrangeira fica

com carga horária inferior e com um tratamento menos diferenciado:

É bem evidente que o Curso tem muitos projetos de pesquisa, porém a

minoria é na área de língua estrangeira [...]. Na minha opinião deveriam

desintegrar as habilitações. Ou fazia português ou inglês. Porque quando a

gente estuda apenas uma língua podemos ser um profissional melhor

formado. Cursos conjugados fazem a gente sair sem saber nem uma nem

outra (Mariana).

Essa possível alternativa de separar em dois cursos distintos, um de língua

materna e um de língua estrangeira, também já foi ventilado por Gimenez e Furtoso

(2008) quando mencionava que “a noção de que a formação em língua estrangeira na

habilitação dupla é supérflua e acessória”. O excesso de disciplinas de língua

portuguesa na formação do professor de língua estrangeira é igualmente discutido por

Paiva (2005, p. 360):

Os projetos pedagógicos em vigor nas licenciaturas duplas continuam

privilegiando os conteúdos em língua portuguesa, ficando a língua

estrangeira com pouquíssimo espaço na grade curricular. As literaturas,

espaço essencial para que o aprendiz tenha um input autêntico, experiência

estética e imersão na outra cultura, ficam relegadas, geralmente, a duas

disciplinas de 30 ou 60 horas. Conteúdos de formação do professor de língua

estrangeira são, geralmente, ignorados, e é raro o curso que oferece

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atividades curriculares que estimulem reflexões sobre a aquisição, ensino e

aprendizagem de língua estrangeira.

Diante das entrevistas até então realizadas, foi possível constatar, certa

displicência de alguns docentes de língua inglesa que sequer ministravam aulas na

língua-alvo, o que acarretou em um ensino de idiomas que não atendeu às expectativas

dos alunos na aquisição de conhecimentos de língua estrangeira.

Durante todo o curso, a disciplina de fonética e fonologia foi a mais citada pelos

entrevistados como a que mais contribuiu com a formação docente pelo fato de ela ter

sido a primeira experiência de uma disciplina totalmente ministrada em língua inglesa.

Esse fato reflete a complexidade do problema de alunos que serão professores dessa

língua e que só tiveram contato mais substancial na Universidade quando chegaram

pouco mais da metade do curso.

Eu aprendi muito mais com as disciplinas de fonética e literatura estrangeira

porque foram as primeiras em que o professor falava inglês com a gente o

tempo inteiro. Mesmo com minhas dificuldades eu estava tentando falar,

escrever... (Maria).

Foi morfossintaxe e fonética de língua inglesa. Na disciplina de

morfossintaxe demos nossa primeira aula toda em inglês e fonética apesar de

ter sido curta estudamos mais os sons do inglês, aperfeiçoamos a pronúncia

de palavras que eram mais difíceis (Joana).

Essa deficiência da formação inicial parece acompanhar grande número de

alunos insatisfeitos com sua futura profissão que têm a consciência de que precisam de

um espaço para uma formação continuada de qualidade que os motivem a continuar

caminhando na jornada educacional e de alunos “formados” que se sentem inseguros

para ministrar aulas na língua em que estudaram para serem os educadores.

Esses acontecimentos constituem-se em um ciclo que vai do professor de Letras

recém-saído da academia ao mercado de trabalho, que parece não estar preparado às

exigências da atualidade e segue reproduzindo a figura transmissora de conhecimentos

do professor que teve. Isso se reflete em um ensino de língua inglesa muito mais

alicerçado a partir de explicações pela língua materna que pela língua inglesa, disciplina

que diferencia o professor desse idioma dos demais (Lima, 2010).

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O estágio é outro fator relevante constituinte dessa realidade. A preparação dos

alunos para este momento se dá ao longo do curso a partir de disciplinas conhecidas

como práticas pedagógicas que proporcionam uma aproximação do discente com a

escola, preparando-o para o que há de vir. Mesmo com essa preparação, as reclamações

quanto às práticas comungam de uma mesma deficiência: a quantidade de aulas exigidas

no estágio supervisionado de língua inglesa é inferior ao de língua materna contrariando

o que Pimenta e Lima (2011, p. 35) afirmam: “que o exercício de qualquer profissão é

prático, no sentido de que se trata de aprender a fazer ‘algo’ ou ‘ação’”. Mas, será

conferido ao aluno com dupla habilitação um diploma que o habilitará igualmente para

ministrar tanto língua materna quanto estrangeira. Abaixo, comprovamos como foi a

experiência de estágio para alguns dos entrevistados e as dificuldades encontradas:

As práticas pedagógicas me ajudaram muito, pois participei de projetos de

iniciação à docência então eu já tinha contato com a sala de aula, escola e

alunos, então isso já tinha quebrado bastante as barreiras do medo e do

nervosismo que era de língua portuguesa. Então, em língua inglesa foi

basicamente a mesma coisa só que como o ensino fundamental e médio

público não é tão exigente. Era bem fácil dominar a sala, os alunos tinham

pouco conhecimento então a gente tinha sempre que dar aquela base e isso

foi conseguido através dos projetos que participei. [...] as dificuldades foram

maiores no ensino médio, pois a escola não tinha recursos, as aulas eram á

noite e alunos adultos que já tinham filhos não tinham tempo pra estudar. Por

conta disso, toda aula era quase o mesmo assunto.... não consegui avançar

porque os alunos não acompanhavam (Mariana).

As práticas pedagógicas não me ajudaram... não sei dizer o que faltou pois

pra mim a gente aprende a ser professor na prática... só dando aula que se

aprende. Acho que não foi um problema da UFMA mas um problema geral.

Não se aprende a dar aula por técnica... dizendo o que pode e não pode

fazer...a gente aprende no convívio da prática docente. [...] não encontrei

dificuldades em termos da prática docente pois eu já era professor e pra mim

foi bem tranquilo mas como o estágio é em escola pública sabemos que não

teremos recursos, as salas lotadas e no ensino médio os problemas foram

maiores porque as aulas eram noturnas. Meus alunos do 3° ano do ensino

médio não sabiam Verbo to be, os pronomes básicos... foi crítico (Pedro).

No estágio.... na escola não demos nenhuma aula em língua inglesa só de

língua portuguesa. Se eu não fizesse parte do Núcleo (Núcleo de língua

inglesa do Curso de Letras - Nucli), nunca teria lecionado em inglês. Aqui é

bem tranquilo. As turmas são pequenas, temos recursos e os alunos são bem

interessados (Maria).

É preocupante um aluno sair de um curso de formação de professores com

habilitação em língua inglesa e não ter experimentado ministrar aulas durante o estágio,

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período de extremo valor para aquele que se forma e que irá formar “assim propomos

que o estágio, em seus fundamentos teóricos e práticos, seja esse espaço de diálogo e de

lições, de descobrir caminhos, de superar os obstáculos e construir um jeito de caminhar

na educação de modo a favorecer resultados de melhores aprendizagens dos alunos”

(Pimenta; Lima, 2011).

Práticas assim fazem com que o tripé ensino, pesquisa e extensão exista com

harmonia na habilitação em língua materna, frustrando o aluno que quer se

profissionalizar em docência de língua inglesa. Realidade como esta leva a concluir que

o referido curso não está dando a contrapartida de objetivos avaliados como mínimos

para uma consistente formação profissional, embasamento pedagógico e de

conhecimentos de linguística aplicada à língua estrangeira.

Diante do exposto, licenciandos que acreditam não estar bem preparados para

serem professores de língua inglesa sentem-se mais confortáveis no ensino público

diante do parco conhecimento que o alunado demonstra acerca de disciplinas referentes

as linguagens e consequentemente pouca exigência será atribuída a eles. A diferença em

ser professor no setor público e privado é apontado por parte dos entrevistados no que

se refere a sua preparação profissional especialmente na fluência do idioma. A partir de

suas respostas sobre qual perfil de professor de língua inglesa o mercado de trabalho

docente tem exigido, podemos enxergar suas aflições e reflexões:

O mercado precisa de um profissional que estudou a língua como

pesquisador, mas infelizmente contrata uma pessoa disposta a ganhar pouco e

que pouco conhece sobre o funcionamento da língua que vai ensinar. Em

alguns casos nem precisa ser formado. Eu tenho perfil de pesquisadora

(Joana).

Se for um curso de inglês vão querer alguém fluente. Quem te exige pouco é

porque vão te pagar pouco [...] eu ainda não tenho perfil para dar aula de

inglês mais avançado (Maria).

Um curso de inglês vai pedir um professor que além de saber dar aula e ser

dinâmico que seja fluente. Já a escola pública tem que saber ensinar a

gramática. [...] eu ainda não tenho perfil para trabalhar no ensino particular.

Acabei me identificando mais com o ensino de língua portuguesa (Mariana).

É razoável entender que um professor não sairá pronto da academia, pois ainda

há muito o que descobrir e amadurecer enquanto a sua formação continuada mas a

insegurança em se assumir enquanto profissionais de Letras deve-se também à pouca

valorização que já visualizaram durante o tempo em que permaneceram em formação.

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Há um desencanto da docência, e isso não se limita aos muros da UFMA, mas algo que

entorna grande parte do Brasil. Perante essa problemática, os entrevistados relataram

sobre como são vistos os profissionais formados pela universidade em questão:

A sociedade ainda vê muito bem quem sai da UFMA... devem acreditar quem

estudou na Federal se esforçou mais do que nas privadas (Joana).

Somos muito bem recebidos pois sempre acreditam que quem estudou na

UFMA tem know-how. Olharam UFMA no meu currículo e eu nem fiz

prova, só uma entrevista e logo me chamaram (Pedro).

Acredito que por causa do nome as pessoas pensam que quem sai da UFMA

sabe inglês e português muito bem. Isso é errado, pois a maioria decide

apenas trabalhar com português (Mariana).

Ora, se a Universidade continua sendo bem vista pela sociedade, estariam os

licenciados tão despreparados para atuar no mercado de trabalho?

Ao serem absorvidos pelo mercado, grande parte dos alunos procuram se

aprofundar cada vez mais na área em que foram formados. Afinal de contas, carregam

consigo um diploma que atesta que são preparados para ensinar determinada disciplina.

Os que de fato decidem permanecer na docência continuarão em busca de formação

continuada a fim de imprimir qualidade ao seu trabalho. Infelizmente, o número de

professores de língua inglesa com este perfil é bem reduzido o que acarreta, em alguns

casos, dificuldade de algumas instituições de contratação de novos professores.

6 Considerações finais

Neste artigo, a formação de professores de língua inglesa é central em uma

discussão que parte do que a academia propõe no PPP do Curso de Letras e o que de

fato acontece na prática. O distanciamento do que se prega e o que os graduandos

vivenciam é discrepante mediante as reflexões que foram sugeridas ao logo deste

trabalho oriundas de alguns relatos.

É sabido que o processo de formação docente não se encerra na graduação, pois

sua história como um professor profissional se dará durante todo seu processo de

atuação não só em sala de aula, mas em quaisquer atividades relacionadas à educação.

Cabe agora sugerir que o diálogo entre os alunos, professores, coordenadores e

demais atores envolvidos seja alargado e que os anseios por melhorias do currículo

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chega até os responsáveis em (re)estruturar em prol de atender os objetivos plasmados

no PPP de Letras.

É digno que os graduandos tirem melhor proveito de todas as etapas de sua

formação e principalmente seja plantado neles o desejo de serem conhecedores da

língua que vão ensinar a ponto de serem pesquisadores e não meros usuários. Esse

ambiente de pesquisa precisa ser criado com mais projetos da área de língua inglesa,

uma vez que já fora inclusive abordado a sua importância no cenário mundial, como

pode então existir tão poucos projetos?

O currículo do Curso de Letras apresenta-se com grande parte de suas

disciplinas voltadas para língua portuguesa, portanto as que são especificamente de

inglês devem ser muito bem aproveitadas. As exigências por aulas de melhor qualidade

devem partir também dos alunos em relação aos professores que têm na universidade,

ou será que aqueles que ministram aulas de inglês em língua materna não se empenham

mais por saberem que estão no ensino público que pouco exige?

Ainda assim, fazer uma pesquisa deste cunho é apostar que a educação tem seu

papel a cumprir em busca de um ensino que opere mudanças substanciais desde a base.

Precisamos formar profissionais reflexivos, pesquisadores e motivados no ofício

docente.

Os relatos ora apresentados serviram para explicitar que os graduandos são

conscientes de que precisam de mudanças. É nesta conjuntura que a formação

continuada exerce seu papel de propiciar ao professor várias maneiras de resolver uma

mesma problemática indo ao encontro do que o PPP aposta: integrar saberes a partir de

uma visão holística.

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Recebido Para Publicação em 30 de outubro de 2013.

Aprovado Para Publicação em 23 de novembro de 2013.