Ensino de Línguas na Contemporaneidade Professora Dra. Maria Helena Vieira Abrahão
description
Transcript of Ensino de Línguas na Contemporaneidade Professora Dra. Maria Helena Vieira Abrahão
Ensino de Línguas na ContemporaneidadeProfessora Dra. Maria Helena Vieira AbrahãoDiscentes: Lívia e Ludmila
A perspectiva do Pós Método
Crítica à busca por uma método ideal e às limitações constatadas de uma pedagogia baseada em métodos;
Proposta: pedagogia baseada em princípios (BROWN, 2002); pedagogia do pós-método (KUMARAVADIVELU, 2006).
A busca por uma método ideal e as limitações do método
Limitações:
São muito prescritivos;
Normalmente os métodos se distinguem facilmente ao tratar dos primeiros estágios de aprendizagem, mas se tornam semelhantes quando fazem alusão aos estágios mais avançados (BROWN, 2002);
Pontos positivos:
Segundo LARSEN-FREEMAN (2000) o conhecimento acerca dos métodos permitem que façamos escolhas informadas e não condicionadas, afinal, não podemos nos reduzir a um grupo de vítimas de imposições ideológicas, incapazes de gerenciar o processo de ensino e de aprendizagem;
Limitações:
A busca por um método ideal, validado empiricamente, reduz a complexidade das relações em sala de aula;
Métodos não estão isentos de ideologias, interesses políticos, etc. (BROWN, 2002).
Pontos positivos:
Métodos podem servir a uma expansão de repertório de técnicas, e podem ajudar os professores a questionar e transformar o processo de ensino e aprendizagem (LARSEN-FREEMAN, 2000).
Abordagem: uma racionalização teórica que subsidia as ações em sala de aula. Um corpo cumulativo de saberes e princípios que habilitam o professor a fazer o diagnostico das necessidades dos alunos, tratar as necessidades dos alunos com técnicas pedagógicas, e avaliar o resultado das produções advindas desse tratamento; (adaptação, p. 11)
Abordagem unificada, ao invés de mais um método;
Abordagem baseada em princípios flexíveis e dinâmicos (not “set in stone”).
Automaticidade; Aprendizagem
significativa; Antecipação por
recompensa; Motivação intrínseca; Investimento estratégico
individual; Ego linguístico (uma 2ª
identidade); Auto-confiança; Tomada de riscos; Conexão língua-cultura; O efeito da língua nativa; Interlíngua; Competência
comunicativa.
Um corpo de construtos em ensino de línguas que deve ser considerado.
Diagnosis: avaliação situacional que deve anteceder o fechamento do currículo;
Treatment: intervenção, processo complexo que deve considerar uma série de princípios, como baixar filtro afetivo, desenvolver auto-confiança dos aprendizes, etc.;
Assessment: avaliação formativa, ligada as ações de diagnóstico e intervenção.
“Um horizonte de retrospecção” (AUROUX, S. , 1992) .
Segundo o autor, a organização proposta por Richards e Rodgers (2001) , que, de certa forma, faz alusão às postulações de Antony (1963), propõe separação muito estanque entre os conceitos de abordagem, design e procedimento e entre os sujeitos por trás de tais “domínios”. (KUMARAVADIVELU, 2006, p. 86-87)
O significado do método;
O mito do método;
A morte do método.
Método: noção de um especialista derivada da compreensão de teorias da linguagem, de ensino e de aprendizagem de línguas, ou seja, construto, conceitualizações elaboradas por especialistas do ramo, cujos reflexos são perceptíveis em materiais didáticos, currículos e nas recomendações de atuação em sala de aula.
Novo método: prováveis variações de métodos anteriores.
Mito nº 1: existência de um método ideal, esperando por ser descoberto;
Mito nº 2: o método constitui-se de princípios organizacionais para o ensino e a aprendizagem de línguas;
Mito nº 3: é universal e atemporal;
Os métodos estão fundamentados em conceitos idealizados para contextos idealizados;
Método: a top-down plan, que induz à massificação de professores e alunos pela desconsideração dos saberes locais sobre ensino e aprendizagem dos professores e das expectativas de aprendizagem dos alunos;
Separação estanque entre o papel do teórico e o do professore (aquele que executa);
Método e ideologia: marginalização em 4 dimensões que se inter-relacionam (scholastic, linguistic, cultural, economic).
Alwright e Brow: perda de significado do método:
•O método é concebido para que se veja diferenças, onde a percepção de similaridades seriam mais relevantes; •Métodos que são diferentes em princípios abstratos, engendram efeitos poucos distintos em sala de aula;•Homogeneização dos alunos;•Dispende uma energia que poderia estar sendo melhor aplicada em outros âmbitos da realidade de sala de aula.
(KUMARAVADIVELO, 2006, P.168.)
A formação de uma pedagogia do pós-método.
“My scholarly exploration, then, is motivated by a desire to understand the language classroom not just in its linguistic complexities but also in all its historical, political, social and cultural ones.”
(KUMARAVADIVELU.http://linguistics.sjsu.edu/~kumar/Background.htm. Acesso em: 12/04/2009, 14:36).
Particularidade: ênfase em exigências locais e experiências/ saberes locais;
Praticidade: diz respeito ás relações que se estabelecem entre teoria e prática e a habilidade do professor de monitorar sua própria ação pedagógica;
Possibilidade: transformação , potencialidade dos alunos, seus saberes, suas identidades socioculturais.
O papel do aprendiz na pedagogia do pós-método
O papel do professor na pedagogia do pós-método
O papel do formador de professores na pedagogia do pós-método
Autonomia: emancipação.
Não se restringe a aprender a aprender, a buscar ferramentas para alcançar metas imediatas de aprendizagem, mas refere-se a uma ação libertária, em busca da emancipação.
Sugestões: desenvolvimento de perfil etnográfico, busca por identidade, formação de comunidades de aprendizado e inclusão digital.
“Teacher’s autonomy is so central that it can be seen as defining the heart of postmethod pedagogy”.
(KUMARAVADIVELU, 2006, p.178)
“A tarefa do formador de professores no pós-método é criar condições para professores prospectivos adquirirem a autoridade e a autonomia necessárias que os irá habilitar a refletir e dar forma às suas próprias experiências pedagógicas e, em casos especiais, transformar tais experiências” (182).
Formação: construção dialógica (Bakhtin, 1981, apud Kumaravadivelu, 2006, p. 182).
Macro e microestratégias
Stern: • Estratégia (ação
intencional) X Técnica (ação procedimental)
• Dimensões “intralingual” e “crosslingual”;
• Dimensão analítica X experimental;
• Dimensão: implícito X explícito (finais opostos de um mesmo continuum).
Quadro tridimensional de Stern e Quadro de prática exploratória de Alwright
Alwright:
“think globally, act locally, think locally” (198)
Experiência com professores do Rio de Janeiro (1991);
Macroestratégias: “planos gerais derivados de conhecimentos teóricos, empíricos, e pedagógicos”; “princípios norteadores derivados de conhecimentos teóricos, empíricos e esperienciais em ensino e aprendizagem de L2”; ou seja, são diretrizes flexíveis que mudarão conforme os saberes acerca do assunto em questão evoluírem.
Microestratégias: são procedimentos de sala de aula desenhados para a realização de objetivos pertencentes a uma macroestratégia em particular, são influenciados pelo contexto bem como pelas necessidades, desejos e lacunas de aprendizagem* (deficiências) de seus alunos.
O autor sugere, através de dois exemplos (cap. 9), que o professor pode fazer uso de materiais facilmente disponibilizados em revistas, jornais, livros, TV e Internet para desenvolver microestratégias a fim de alcançar objetivos de uma determinada macroestratégia.
Os professores podem também variar o nível de desafio dessas microestratégias. Podem, inclusive, envolver seus alunos no processo de tomar decisões no desenvolvimento e implementação delas.
Barreiras pedagógicas e ideológicas
Mudança = desafios e oportunidades
Mudança para o Pós método = mudança de atitudes e crenças + criar e manter condições favoráveis à mudança.
“Uma abordagem equilibrada buscaestabelecer um diálogo entre as barreiras
queinibem a mudança e os fatores que ajudam asuperar essas barreiras”. (Kahaney, 1993)
Não apenas mudanças de atitudes e de crenças, mas também a criação e a manutenção de condições favoráveis a efetiação da mudança.
Pedagógicas:formação baseada em modelos de transmissão;
Ideológicas: marginalização, aut-marginalização, são barreiras mais complexas e mais difíceis de se transpor!
Críticas aos “transmission models” Ineficientes (dependem de conhecimento recebido do formador de professores para influenciar o comportamento do professor, não encorajando-os a construir suas próprias versões do ato de ensinar.
Ignoram o fato de que os professores possam já ter construído suas próprias teorias de ensino/aprendizagem baseadas em suas experiências na sala de aula. (Freeman, 1991)
Improdutivo - (teórico X prático) – maioria dos professores acredita que é papel do teórico fornecer conhecimento pedagógico apropriado e habilidades necessárias para o sucesso do ensino na sala de aula.
Para mudar esse cenário, é necessário criar, segundo Diamond (1993), um “Transformative teacher education program” – cuja meta central é que os professores possam facilmente formar e reformar suas próprias teorias e relações pedagógicas e que possam ser capazes de imaginar e tentar alternativas.
Processo de marginalização do ensino da língua inglesa.
(Western knowledge X local knowledge) Prática de auto-marginalização. (Aceitação da superioridade de Western methods em relação a local practices e a crença de que falantes nativos são superiores aos falantes não – nativos.)
Desenvolvimentos recentes que podem ajudar a lidar com os efeitos prejudiciais das barreiras ao pós método e, eventualmente, superá-los.
Tentativa de legitimar o local knowledge (Canagarajah, 2004)
Rápida expansão, recentemente, de pesquisas de profissionais (TESOL) que oferecem idéias para superar as barreiras já mencionadas: (Breen and Littlejohn, 2000; Brumfit, 2001; Colombeck, 2002; Edge, 2002; Clarke, 2003)
BROWN, H. D. English Language Teaching in the Postmethod Era: Toward Better Diagnosis, Treatment, and Assessment. In: RICHARDS, J. C. ;RENANDIA, W.A. Methodology in Language Teaching: na Anthology by Current Practice. Cambridge: CUP, 2002.
LARSEN-FREEMAN, D. On the Appropriateness of Language Teaching Methods in Language and Development. S/f. 2000.
KUMARAVADIVELU, B. Understanding Language Teaching from Method to Postmethod. Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, Publishers, 2006.