Ensino superior no brasil
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Instituto Internacional para a Educação
Superior na América Latina e no Caribe
IESALC – UNESCO – Caracas
Maria Susana Arrosa Soares
Coordenadora
Disciplina: Organização da Educação Brasileira
Docente: Antônio Lima
Discentes: Ana Emília Ataíde
Thiago Barros
1808 – Chegada da família real ao Brasil, criação da Escola de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro.
Em vez de universidade, Salvador passou a sediar o Curso de Cirurgia, anatomia e Obstetrícia. Com a transferência da Corte para o Rio de Janeiro, foram criados, nessa cidade, uma Escola de Cirurgia, além de Academias Militares e a Escola de Belas Artes, bem como o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional e o Jardim Botânico.
Faculdade de Medicina de Salvador Terreiro de Jesus - Pelourinho
Em 1827, dois cursos de Direito: um em Olinda,
na região nordeste, e outro em São Paulo, no sudeste. Além desses cursos, a Escola de Minas foi criada na cidade de Ouro Preto.
Faculdade de Direito de São Paulo
Faculdade de Direito de Olinda- Pernambuco
Primeira Escola Artística de Ouro Preto – Minas Gerais
Mesmo no século XIX, a partir da Proclamação da Independência, há um crescimento de escolas superiores no país, mas sempre no modelo de unidades desconexas e voltadas para a formação profissional. Algumas tentativas de criar a primeira universidade no Brasil surgiram, como o projeto de 1843 que visava criar a Universidade de Pedro ll; o de 1847 para a criação do Visconde de Goiânia; entre outras.
A influência do ideário positivista, no grupo de oficias que proclamaram a República, foi um fator que contribuiu, sobremaneira, para o atraso na criação de universidades no Brasil. Como a instituição medieval adaptava as necessidades do Velho Continente, a universidade era considerada, pelos lideres políticos da Primeira Republica (1989 – 1930), uma instituição ultrapassada e anacrônica para as necessidades do Novo Mundo. Em função disso, eram francamente favoráveis a criação de cursos laicos de orientação técnica profissionalizante.
1915 – Foi criado o vestibular 1916 – Criada a Associação Brasileira de Ciências (ABC)
1920 – Fundada a primeira Universidade no Rio de Janeiro
1924 – Criada a Associação Brasileira de Educação (ABE)
1930 – Criação do Ministério de Educação e Saúde
1931 - Criação do Estatuto das Universidades Brasileiras
A primeira universidade brasileira foi criada em 1920, data próxima das comemorações do Centenário da Independência (1922). Resultado do decreto n° 14.343, a Universidade do Rio de Janeiro reunia, administrativamente, faculdades profissionais pré-existentes sem, contudo, oferecer uma alternativa diversa do sistema: ela era mais voltada ao ensino do que á pesquisa, elitista, conservando a orientação profissional dos seus cursos e a autonomia das faculdades.
A Universidade do Rio de Janeiro reunia os cursos superiores da cidade, a saber: a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito – que surgira a partir da fusão da Faculdade Livre de Direito e da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais.
O presidente Getulio Vargas (1930-45), criou o Ministério de Educação e Saúde. Em 1931, com Francisco Campos, seu primeiro titular, foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras, que vigorou até 1961: a universidade poderia ser oficial, ou seja, pública (federal, estadual ou municipal)ou livre, isto é, particular; deveria, também, incluir três dos seguintes cursos: Direito, Medicina, Engenharia, educação, Ciências e Letras. Essas faculdades seriam ligadas, por meio de uma reitoria, por vínculos administrativos, mantendo, no entanto, a sua autonomia jurídica.
Durante a Nova Republica, foram criadas 22
universidades federais, constituindo-se o sistema de
universidades públicas federais. Cada unidade da
federação passou a contar em suas respectivas capitais,
com uma universidade publica federal. Durante esse
mesmo período, foram, também, criadas 9
universidades religiosas, 8 católicas e 1 presbiteriana.
Concomitantemente a esse processo de integração,
ocorreu uma expressiva expansão das matrículas
acentuando-se, com isso, a mobilização dos
universitários, que tiveram, na criação da UNE (União
Nacional dos Estudantes), em 1938, um elemento
importante para a sua organização.
1934 – Nasce a Universidade de São Paulo (USP)
1938 – Criação da União Nacional dos Estudantes (UNE)
1946 – Criação da primeira universidade católica brasileira
1951 – São criados a coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq)
Em 1935, Anísio Teixeira, então diretor de
instrução do Distrito Federal, criou, através de um
Decreto Municipal, a Universidade do Distrito Federal
voltada, especialmente, á renovação e ampliação da
cultura e aos estudos desinteressados. Mesmo
enfrentando escassez de recursos econômicos, as
atividades de pesquisa foram estimuladas com o
aproveitamento de laboratórios já existentes e o apoio
de professores simpáticos á iniciativa. Em janeiro de
1939, menos de quatro anos depois, foi extinta, por
decreto presidencial. Seus cursos foram transferidos
para a Universidade do Brasil, nome que foi dado a
Universidade do Rio de Janeiro.
1961 – Promulgado a primeira Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
E Universidade de Brasília (UNB)
1964 – Golpe Militar
1968 - É aprovada a Lei da Reforma
Universitária
1988 – Promulgado Constituição
Federal Brasileira
Em 1946, com o Decreto n° 8.681, de 15/3/46, surgiu à primeira universidade católica do Brasil. No ano seguinte, foi-lhe outorgado, pela Santa Fé, o titulo de Pontifícia.
Similar a outras congêneres no mundo, ela introduziu em seus currículos, a frequência ao curso de cultura religiosa e tornou-se referencia para a criação de outras universidades católicas no país.
Pontifícia Universidade Católica
Em 1961, após um período de 14 anos de tramitação no Congresso Nacional, foi promulgada a Lei n° 4.4024, a primeira LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira). Mesmo possibilitando certa flexibilidade na sua implementação, na pratica, essa lei reforçou o modelo tradicional de instituições de ensino superior vigente no país. Em termos organizacionais, deixou ilesas a cátedra vitalícia, as faculdades isoladas e a universidade composta por simples justaposição de escolas profissionais: além disso, manteve maior preocupação com o ensino, sem focalizar o desenvolvimento da pesquisa.
Ao conceder expressiva autoridade ao Conselho Federal de Educação, com poder para autorizar e fiscalizar novos cursos de graduação e deliberar sobre o currículo mínimo de cada curso superior, a nova Lei fortaleceu a centralização do sistema de educação superior. Como novidade, assegurou a representação estudantil nos colegiados, não especificando, no entanto, a respectiva proporção.
Como a pressão pelo aumento de vagas tornava-se cada vez mais forte, logo após 1968, ocorreu uma expansão do setor privado, que criou inúmeras faculdades isoladas, nas regiões onde havia maior demanda, ou seja, na periferia das grandes metrópoles e nas cidades de porte médio do interior dos estados mais desenvolvidos.
Essa expansão do sistema ocorreu com a aquiescência do governo e, no ano de 1980, mais da metade dos alunos de terceiro grau estava matriculada em estabelecimentos isolados de ensino superior, sendo 86% em faculdades privadas.
No ano 1981, o Brasil contava com 65 universidades, sete delas com mais de 20.000 alunos. Nesse mesmo ano, o número de estabelecimentos isolados de ensino superior excedia a oitocentos, duzentos e cinquenta dos quais com menos de 300 alunos. As novas faculdades isoladas não eram locus de atividades de pesquisa, dedicando-se, exclusivamente, ao ensino.
As principais transformações das últimas décadas em relação a educação superior são:
Com o crescimento do ensino médio, o número de matriculados no ensino superior consequentemente aumenta, pela demanda de alunos que estão inseridos no mercado de trabalho e buscam melhorar sua qualificação com a garantia de oportunidades profissionais, obtendo um título de nível superior;
Houve uma atualização da lei com a nova LDBN/96, pertinente à educação superior;
Criação de um novo Conselho Nacional de Educação e sua respectiva Câmara de Educação Superior;
Houve também a implantação e aprimoramento do
processo de avaliação no sistema de educação
superior, com a criação do Exame Nacional de Cursos,
avaliando as condições de ofertas institucionais,
juntamente com a avaliação da pós-graduação que
possibilita mensurar a eficiência e produtividade do
sistema.
Com o processo de diversificação institucional tanto
em termo de natureza e/ou dependência
administrativa, como também quanto aos perfis
organizacionais e vocações acadêmicas, criou novas
perspectivas profissionais para os estudantes.
A consolidação do sistema nacional de pós-graduação stricto sensu.
A pesquisa foi estimula pelos órgão mediante a concessão de bolsas de formação e de pesquisa, especialmente nas instituições de ensino superior federais, experimentou grande avanço e significativo crescimento na produção científica, oferecendo uma valiosa contribuição à qualificação de recursos humanos.
Fortaleceu-se o complexo nacional de C&T com base na criação de Fundos Setoriais que financiam as atividades no setor, como também a introdução de dois sistemas de coleta e disseminação de dados relativos à produção científica e tecnológica, quais sejam, o Diretório dos Grupos de Pesquisa/CNPq e o Currículum Lattes.
Portal de Periódicos da CAPES ampliou e democratizou o acesso à informação científica, pelos estudantes, docentes e pesquisadores.
Aumentou a inserção internacional dos pesquisadores
brasileiros: as bolsas para realização de cursos de pós-
graduação, estágios e intercâmbio acadêmico,
concedidas pelos órgãos de fomento (CAPES e CNPq),
criaram as condições favoráveis para que a pesquisa e
os pesquisadores brasileiros se tornassem mais
conhecidos, integrando-os às redes mundiais de
pesquisadores e aumentando a cooperação
internacional.
A expansão do número de instituições de ensino
superior, que oferecem cursos a distância, alargou o
acesso de um expressivo número de pessoas de todas
as regiões do país a um amplo leque de cursos de
formação e atualização.
Aumentou a oferta e a diversificação de atividades
de extensão, nas instituições de ensino superior,
tanto privadas como públicas, que abriram novas
oportunidades de socialização com os resultados
das pesquisas e nos estudos nelas desenvolvidos.
Com o acesso rápido à internet, as instituições de
ensino superior por meio da Rede Nacional de
Pesquisa, possibilitou a incorporação, no
desenvolvimento de suas atividades cientificas e
administrativas, das novas tecnologias da
informação.
Para Schwartzman, ocorreu uma revolução silenciosa com o ensino superior do Brasil no decorrer da década de 90, sobretudo, após o período de estagnação e crise, nos anos 80. Todavia, segundo este, deverá enfrentar, nos próximos anos, quatro grandes desafios: a expansão, a diferenciação, a qualificação e o financiamento do sistema.
A expansão advém com a articulação entre o público e o privado, facilitando o acesso de diferentes grupos ao ensino superior. Isso ocorre com a reestruturação das relações entre o Estado e os sistema de educação superior, e não sendo presidida por uma lógica de mercado.
Na diferenciação é preciso articular e regulamentar a
oferta educacional, refletida na crescente
diversificação do sistema de ensino superior. “Os
novos perfis das instituições (universidades
especializadas, centros universitários, institutos
superiores de educação e centros de educação
tecnológica); os novos cursos /programas (cursos
sequenciais e mestrados profissionalizantes); assim
como as novas modalidades de ensino (educação à
distância) deverão merecer acompanhamento e
avaliação como forma de garantir o seu
aprimoramento e difusão”.
No tocante à qualificação, expõe-se no relatório a importância de qualificar os docentes de instituições de ensino superior. Observou, nesse sentido, com “vistas à titulação de seus professores, o que refletiu-se em uma modificação do perfil do corpo docente das instituições de ensino superior, especialmente as públicas. Entretanto, muito deve-se avançar nessa direção”. Igualmente, se faz necessário melhorar a relação ingressantes/concluintes (calouros e veteranos), como também a relação professor/aluno (docente e discente), tanto nas instituições públicas e como nas privadas.
Nessa perspectiva, deve-se adotar uma adequada
estrutura de financiamento, considerando as exigências
de um ensino de qualidade, a disponibilidade de
recursos públicos e as precárias condições
socioeconômicas de uma expressiva parcela da
população. Para a autora, essa função “caberá ao
Estado numa fração fundamental da responsabilidade
(direta ou indireta) de obter o financiamento do
processo de transformação e expansão no âmbito do
ensino superior”.
É preciso que haja a racionalização no uso dos recursos
e o esforço de maximização dos resultados; uma ação
mais articulada junto à iniciativa privada com a qual já
existem muitas parcerias com excelentes resultados;
Em suma, a autora propõe a implementação de uma política que tenha como alvo o conjunto do sistema, atentando para esse sistema multifacetado, composto de “instituição públicas e privadas, com diferentes formatos organizacionais, múltiplos papeis e funções locais, regionais, nacionais e internacionais”.
Se exige por parte dos atores sociais e políticos que tomem providências para haver a consolidação da universidade no cenário nacional e concomitantemente no internacional.
74%
15%
9% 2%
Matriculas no Ensino Superior
Privada Federal Estadual Municipal
88%
5% 4% 3%
Instituições de Ensino Superior
Privada Estadual Federal Minicipal
6.379.299
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Evolução de Matriculas no Ensino
Superior
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
200
1
200
2
200
3
200
4
200
5
200
6
200
7
200
8
200
9
201
0
Privada 2.091 2.434 2.460 3.009 3.321 3.632 3.914 4.255 4.430 4.736
Municipal 79.25 104.4 126.5 132.0 136.6 141.3 143.9 144.4 118.2 103.5
Estadual 360.5 437.9 465.9 489.5 514.7 502.8 550.0 710.1 566.2 601.1
Federal 504.7 543.5 583.6 592.7 595.3 607.1 641.0 698.3 839.3 938.6
Matriculas no Ensino Superior
85%
15%
Modalidade de Ensino
Presencial A Distância
80%
10%
8% 2%
Concluentes
Privado Federal Estadual Municipal
54%
15%
31%
Universidades Centro Universitarios
Faculdades
FIM
MUITO OBRIGADO!!!