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Entre a Cruz e a Espada: A escravidão indígena no Brasil Colonial

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Entre a Cruz e

a Espada: A

escravidão

indígena no

Brasil Colonial

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O grande desastre biológico

As epidemias do século XV foram o maior desastre biológico da história em extensão, matando um número maior do que a Peste na Eufrásia, mas é impossível ter dados precisos.

As estimativas de ocupação das Américas pré-colombiana vão de 8 a 112 milhões, com uma estimativa consensual entre 50 e 54 milhões por todo o continente, grande parte concentrada nos impérios Inca e Asteca

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Estimulando as rivalidades

O grande fator europeu de domínio das Américas

foi a tática de estímulo de rivalidades regionais

para enfraquecimento de grandes tribos, como

vimos na aula passada.

O primeiro período da colonização do Brasil foi de

negociação, mas o enfraquecimento de fortes

lideranças indígenas levou a uma fase de

perseguição e escravidão.

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Entre a cruz e a espada

Os índios ficavam entre a fuga para o interior e a adaptação à escravidão ou ao aldeamento.

Os Bandeirantes: grupos de caçadores de escravos indígenas, eram exploradores de territórios e seguiram as trilhas indígenas em direção ao interior.

Os Jesuítas: a ordem católica organizava as aldeias indígenas em missões que buscavam aculturar os índios às práticas cristãs.

Embora sejam apresentados como antagonistas bandeirantes e jesuítas tiveram papel fundamental na expansão do território brasileiro e consolidação do poder português.

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Manuel da Nóbrega pregando

aos indígenas (Benedito Calixto)

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Bandeirantes de Jean Baptist

Debret, 1830

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Os Bandeirantes

Durante muito tempo a historiografia retratava as

bandeiras como formadas por descendentes de

europeus, mas os dados do período mostram

que a grande maioria dos participantes era de

caboclos ou índios escravizados.

Tipos de Bandeira: Prospectoras e Apresadoras.

A mais ambiciosa das bandeiras foi a de Antonio

Raposo Tavares que chegou a contar com 900

caboclos e 2000 índios escravizados. Ao final

apenas 67 pessoas retornaram a São Paulo

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Mapa das Bandeiras, séc. XVII

e XVIII

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As missões jesuíticas no século XVI

e XVII O período de Nóbrega e Anchieta (1550-1590):

Período marcado pela intensificação da presença missionária.

Missões volantes: com ou sem apoio militar os padres visitavam lideranças indígenas em busca de conversão.

1573: Primeira peregrinação jesuítica ao morro da Penha (ES)

A partir de 1600 se intensifica o modelo de aldeamento. O aldeamento proporcionava segurança contra incursões bandeirantes e facilitava o trabalho de conversão.

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Convento de Nossa Senhora

da Penha ES

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Método evangelizador

Sincretismo no momento de aprendizado da

língua.

Foco nas crianças.

Ocupação do tempo dos indígenas, adequação

a um modelo de tempo europeu (escatológico).

Adequação dos indígenas ao sistema de

trabalho europeu.

Criação de contingentes de batalha dispostos a

enfrentar outras tribos e quilombos

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Relações entre africanos e

indígenas

As relações entre africanos e índios no período colonial são pouco estudadas.

Em geral o clima era hostil, na medida em que os portugueses mediavam rivalidades entre os grupos.

Ocorrem aproximações como na Batalha dos Guararapes.

Santidade de Jaguaribe: movimento sincrético indígena que recusava práticas portuguesas.

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A Batalha dos Guararapes

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Henrique Dias e Felipe Poti

(Camarão)

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A Confederação dos Cariris

A região do Cariri

1683-1713

1683: O governo geral brasileiro aprova o envio

de tropas paulistas para a região do Cariri, mas

os bandeirantes são derrotados e acabam

espalhando a revolta.

1713: A Guerra dos Bárbaros: liderados por João

de Barros Braga, uma tropa de ordenança que

promove um massacre indiscriminado

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A revolta de Mandu Ladino

(1712-1719)

Nascido no Piaui era um índio Arani

que aos doze anos ficou órfão de pai e

mãe e acabou em um convento

capuchinho.

No convento viu a destuição de

imagens de seus deuses e fugiu.

Acabou tornando-se escravo vaqueiro.

Com a descoberta do ouro nas Minas

Gerais a demanda por carne e animais

para transporte aumenta, gerando a

expulsão de índios para a criação de

gado.

Mandu se revolta e assassina um dos

pecuaristas da região.

Os aranis foram massacrados e Mandu

assassinado.

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O fim das missões Jesuíticas

As missões jesuíticas entraram em seu

ciclo final no século XVII:

Sentimento anticlero fomentado pelo

pensamento iluminista.

A Guerra Guaranítica (1750-1756)

1758: O Marquês de Pombal bane de

modo definitivo os Jesuítas das colônias.