Entrevista ao Jornal AUDIENCIA

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DIRETOR: JOAQUIM FERREIRA LEITE - SUBDIRETORA: JOANA VASCONCELOS - ANO X - Nº386 - 17 DE DEZEMBRO DE 2013 - 1€ IVA INCLUIDO PUB Conheça mais três restaurantes a concurso PÁG. 20,21 E 22 FUTEBOL PÁGINA 24 E 25 Serzedo goleia S. Pedro da Cova Rio Tinto soma terceira derrota consecutiva Valadares aproxima-se da liderança ESPECIAL NATAL PÁG. 4 A 8 Novo executivo desvenda projetos e ambições para os próximos quatro anos ESPECIAL CANIDELO PÁGINA 10 A 12 Joaquim Leite despede-se dos santa marinhenses ESPECIAL SANTA MARINHA PÁGINA 16 E 17 Carlos Brás admite que executivo irá mudar imagem do concelho ESPECIAL GONDOMAR PÁGINA 18 E 19 FC Gaia deixa adeptos em êxtase ao vencer o FC Porto B ANDEBOL PÁGINA 29 VILA NOVA DE GAIA PÁGINA 3 Miguel Macedo inaugura nova esquadra da PSP em Valadares

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Page 1: Entrevista ao Jornal AUDIENCIA

DIRETOR: JOAQUIM FERREIRA LEITE - SUBDIRETORA: JOANA VASCONCELOS - ANO X - Nº386 - 17 DE DEZEMBRO DE 2013 - 1€ IVA INCLUIDO

PUB

Conheça mais três restaurantes a concurso

PÁG. 20,21 E 22

FUTEBOL PÁGINA 24 E 25

Serzedo goleia S. Pedro da CovaRio Tinto soma terceira derrota consecutiva

Valadares aproxima-se

da liderançaPUB

S. Paio de Oleiros tem o maior presépio S. Paio de Oleiros tem o maior presépio S. Paio de Oleiros tem o maior presépio

em movimento do Mundoem movimento do Mundoem movimento do Mundo

ESPECIAL NATAL PÁG. 4 A 8

Novo executivo desvenda projetos e ambições para os próximos quatro anos

ESPECIAL CANIDELO PÁGINA 10 A 12

Joaquim Leite despede-se dos santa marinhensesESPECIAL SANTA MARINHA PÁGINA 16 E 17

Carlos Brás admite que

executivo irá mudar imagem do concelho

ESPECIAL GONDOMAR PÁGINA 18 E 19

FC Gaia deixa adeptos em êxtase ao vencer o FC Porto BANDEBOL PÁGINA 29

VILA NOVA DE GAIA PÁGINA 3

Miguel Macedo inaugura nova esquadra da PSP em Valadares

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18 17 DE DEZEMBRO 2013 ESPECIAL GONDOMAR

CARLOS BRÁS ANALISA O ARRANQUE DESTE MANDATO NA CÂMARA DE GONDOMAR

“Mudaremos a imagem de Gondomar”

Em entrevista ao AUDIÊNCIA na qualidade de vereador da Comunicação da Câmara Municipal de Gondomar, Carlos Brás, também responsável pelos Pelouros do Desenvolvimen-to Económico, Empreendedorismo, Turismo, Património, Finanças e Contabilidade, fala do começo de um mandato que marca uma mudança de ciclo político em Gondomar. Os problemas financeiros, o potencial económico do concelho, os projetos em curso e as prioridades para 2014 foram, entre vários outros, os temas abordados, numa entrevista em que o vereador vincou uma certeza: a vontade de mudar a imagem do concelho.

Por Daniela Dias [email protected]

Como considera ter sido o ar-ranque deste mandato?• Foi um arranque um pouco atribulado porque no dia ante-rior à tomada de posse � zemos uma reunião com o executivo que ainda estava em funções e fomos confrontados com uma situação pendente, que caiu no nosso mandato, que tem a ver com uma decisão do Tribu-nal Arbitral relacionada com a concessão do parque de esta-cionamento junto ao Mercado da Areosa. Esse facto marcou a nossa entrada porque estamos a falar de 4 milhões e 570 mil euros mais juros.

Que pode chegar a 10% do orçamento da Câmara.• Exato. Já estávamos à espera que aparecessem algumas si-tuações mais delicadas ao nível

� nanceiro, mas de nenhuma com um impacto tão grande.Quais foram as áreas prioritá-rias neste início de mandato?Desde logo começamos a es-tabelecer uma política de pro-ximidade, procurando estar junto dos problemas, das po-pulações e envolver os atores locais, nomeadamente os pre-sidentes de Junta, na resolução dos problemas e na identi� ca-ção das soluções. Uma das pri-meiras medidas que tomamos, que tem a ver com os nossos compromissos eleitorais e com aquilo que foi a nossa postura enquanto oposição nos últimos oito anos, foi a aprovação da redução do Imposto Munici-pal sobre Imóveis (IMI). Esta redução teve um critério fun-damental: a coesão territorial e social. O IMI baixou, mas

baixou mais nas freguesias do Alto Concelho, menos urba-nas, porque entendemos que essa parte do território tem menos infraestruturas e maior di� culdade de acessos a servi-ços e bens do que a população urbana. O IMI, além de instru-mento de receita, funcionou aqui como um instrumento de combate às assimetrias e desi-gualdades que existem neste concelho.

Quais foram as medidas que se seguiram e quais são as próximas, ou seja, a curto prazo o que é que a Câmara de Gondomar tem planeado fazer?• Quanto a mim, a priorida-de será encontrar um modelo de gestão e um envolvimento dos atores do ramo da ourive-saria para a gestão do Parque de Negócios e de Ourivesaria

de Gondomar, onde já estão executados 9 milhões de euros e que será entregue à Câmara pelo empreiteiro ainda este mês. A prioridade é dar um im-pulso no desenvolvimento eco-nómico de uma forma geral e à ourivesaria em particular. Que-remos envolver todos os atores ligados à ourivesaria: os artí� -ces da � ligrana, os produtores de ourivesaria, os comercian-tes, a CINDOR…criando uma rede para dinamização daquele espaço que representa para eles a oportunidade de darem um salto qualitativo. Vai estar lá sediada a Polícia Municipal, oferecendo a percepção de se-gurança, sendo que o edifício também está bem equipado com dispositivos de vigilância. Penso que este Parque oferece um conjunto de oportunidades que os ourives de Gondomar não podem desperdiçar.

“Queremos criar a marca Gondomar

é D’Ouro”Na última reunião do Execu-tivo foi abordada a questão da ligação da A43/IC29 à Ro-tunda dos Sete Caminhos, o que também desempenha um papel ao nível do desenvolvi-mento económico.• É uma ligação de toda a im-portância e faremos todos os esforços para que ela seja céle-re porque é uma acessibilidade que vai servir o Parque Tecno-lógico e de Ourivesaria de Gon-domar.

É também responsável pelo Pelouro do Turismo. Qual é o potencial de Gondomar neste âmbito?• O turismo é uma área que re-

putamos como fulcral mas que nunca foi explorada. Temos o Rio Douro, que eu considero o principal ativo turístico de Gondomar: há que potenciar o turismo � uvial. Queremos criar a marca Gondomar é D’Ouro, que já está registada. Gondomar é Douro e é de ouro. Queremos mudar a imagem de Gondo-mar. Estamos apostados nisso que também faz parte da nossa estratégia para atrair turismo. Gondomar tem um imenso património natural, arquitectó-nico e imaterial: tradições, cul-tura, artes, saberes … é preciso criar o produto “Gondomar”, aproveitando o crescimento que o Porto tem tido ao nível do turismo, canalizando parte desse turismo para Gondomar.

Na última reunião do execu-tivo foram adjudicadas obras nos pavilhões gimnodespor-

Carlos Brás no Cais da Lixa, local que considera fundamental para o desenvolvimento turístico de Gondomar.

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1917 DE DEZEMBRO 2013ESPECIAL GONDOMAR ESPECIAL GONDOMAR

tivos da EB2,3 de Gondomar e de Rio Tinto. Qual é a im-portância que a educação vai ter neste mandato e que papel desempenham estas interven-ções neste mandato?• A área da educação também nos proporcionou algumas sur-presas: temos centros escolares com muitas lacunas… Relativa-mente à educação o que posso dizer é que para este executivo, sendo socialista, a educação e a escola assumem um papel ful-cral. Tudo o que seja obras de melhorias de condições físicas e pedagógicas para os alunos são de toda a importância para nós. Além desse tema, foi também a reunião de Câmara a questão da contratação de professores. Estamos preocupados em que as crianças tenham ativida-des extracurriculares, porque achamos que a ocupação dos tempos livres das mesmas re-presentam uma melhoria das condições de vida para os pais e agregados familiares.

Já falamos do desenvolvimen-to económico, do turismo e da educação.Que outras áreas vão ter a atenção da Câmara de Gondomar durante este mandato?• Queremos cumprir o nosso programa eleitoral com as con-dições � nanceiras que temos, mas será importante que exista descentralização. Entendemos que o poder local, as Juntas de Freguesia, pode gerir melhor os dinheiros públicos, em algu-mas áreas, do que a Câmara. O crescimento económico é fun-damental. Não podemos criar emprego, mas podemos ser um agente facilitador do investi-mento privado que pode criar emprego em Gondomar. Que-remos atrair empresas e criar benefícios para quem se quiser instalar, desde que crie emprego líquido, isto é, desde que no � -nal do ano a entidade empresa-rial tenha mais funcionários do que tinha no início. Temos uma expectativa e ambição também ao nível da manutenção dos apoios sociais. Eventualmente, serão reforçados alguns desses apoios uma vez que a situação económica das pessoas não é a mais favorável.

De que forma poderão ser re-forçados os apoios sociais?• Haverá uma reformulação do programa DAR que está em vigor e ao qual queremos dar uma outra componente, possi-bilitando maior apoio às famí-lias. Ele está voltado para as ca-rências alimentares, mas hoje as carências vão muito mais longe:

temos famílias com di� culdade em pagar rendas, com meses em atraso no pagamento da água ou da luz, etc. A responsável pelo Pelouro da Ação Social, a dou-tora Cláudia Vieira, irá levar a cabo esse projeto. A ação social é muito importante para nós: tentaremos aumentar a verba a ela dedicada, recorrendo a tudo que seja � nanciamento externo para apoio social. A consolida-ção � nanceira é outro aspeto. Fruto das circunstâncias legais, esta Câmara vai também redu-zir o passivo que encontrou.

“Vamos fazer uma avaliação que nos vai permitir ter uma perspetiva externa e real daquela que é a situação � nanceira do município”Como é que caracterizaria as contas de Gondomar neste momento?• As contas de Gondomar têm duas vertentes: as expressas nos documentos e relatórios de contas, a parte visível, mas depois temos uma outra parte mais preocupante que é a que pode resultar de várias ações ju-diciais que estão em curso e que se podem vir a revelar extrema-mente onerosas. Existem tam-bém as concessões que podem implicar um esforço � nanceiro acrescido. A Câmara foi cele-brando contratos de concessão de serviços como a água, a re-colha de lixos, os parques de estacionamento, entre outros. Estas concessões, que no nosso entender foram mal desenha-das, vão obrigar a que haja ree-quilíbrio � nanceiro. No caso da água terá de haver um reequilí-brio que signi� cará um aumen-to da tarifa, o que não é uma responsabilidade nossa. Nós lu-taremos sempre para defender os interesses das populações. A taxa interna de rentabilidade � -nanceira que têm esses serviços tem de ser garantida de acordo com os contratos celebrados.

De quantos milhões é a dívida que estamos a falar?• De cerca de 130 milhões de euros. Está em causa uma auditoria às contas da Câmara?• Sim, já está em curso. Vou fa-zer a entrega do serviço a uma empresa “com nome na praça”. Mais do que uma auditoria é uma avaliação da situação geral da Câmara: ao nível da contra-

tação de serviços, de recursos humanos, das dívidas, das re-lações com bancos e fornece-dores… Vamos fazer uma ava-liação que nos vai permitir ter uma perspetiva externa e real daquela que é a situação � nan-ceira do município.

De que forma é que este exe-cutivo vai lidar com este pas-sivo?• A gestão deste passivo é para nós fundamental: a ação de um executivo não se pode medir em metros quadrados de constru-ção. Entendemos que a fase da construção está ultrapassada e que agora temos de nos concen-trar noutras áreas. Estou seguro de que no � nal do mandato teremos uma dívida abaixo dos 100 milhões de euros. Quere-mos deixar um menor encargo às gerações futuras.

Quais foram as primeiras grandes di� culdades deste executivo após a tomada de posse, excetuando o caso do estacionamento da Areosa? No dia a dia, qual foi o maior desa� o?• Sentimos desde logo uma di� -culdade ao nível da organização dos serviços. A Câmara Muni-cipal de Gondomar é uma insti-tuição grande e descentralizada: com vários serviços espalhados pelo município. Uma das gran-des di� culdades é restruturar isso. Sentimos que há uma dispersão de serviços que preju-dica o andamento da atividade normal do município. Neste momento estamos a fazer obras de reformulação em alguns ga-binetes da Câmara para que os sete vereadores possam � car no piso 1, próximos uns dos outros e do presidente, em comunica-ção permanente.

Como é que acha que está a funcionar a agregação de freguesias nestes primeiros meses?• Parece-me que está a funcio-nar bem, uma vez que não tem havido reporte de grandes di� -culdades. A lei 75/2013 obriga a celebrar acordos de execução com as Juntas tem alguns me-canismos estanques que impe-dem que esses sejam � exíveis: queremos delegar mas como há competências novas tem sido difícil avaliar exatamente quais são os meios económicos ou recursos materiais e huma-nos que a Câmara deve colocar ao dispor de cada Junta para o desenvolvimento dessas com-petências. Estamos num pro-cesso de negociação com todas as freguesias no sentido de em

conjunto encontrar uma solu-ção para este problema.

Como é que gostava de ver Gondomar daqui a 3 anos e alguns meses, no � m do man-dato?• Gostava de ver Gondomar com uma imagem diferente: desligada dos tribunais. Gos-tava que os gondomarenses recuperassem a dignidade e o orgulho que foram sendo per-didos ao longo do tempo. Gos-tava que Gondomar tivesse um tecido empresarial dinâmico e que houvesse crescimento eco-nómico. Gostava que Gondo-mar utilizasse o imenso capital humano que existe no conce-lho: o desemprego no concelho é constituído por pessoas com quali� cações elevadas. Gostava de ver um nível de desempre-go mais baixo e gostava que a juventude tivesse uma maior identi� cação e envolvimen-to com a autarquia. Acredito que teremos uma gestão mais transparente e próxima dos gondomarenses. Passamos na Câmara o tempo indispen-sável: o resto é passado nas ruas, junto das pessoas e dos problemas. Gostava de deixar um Gondomar mais solidário e com uma maior dinamização do movimento associativo, que tem em Gondomar uma ex-pressão muito grande.

O que é que os gondomaren-ses podem esperar do muni-cípio já em 2014? • 2014 será o nosso ano zero: vamos adaptar o nosso progra-ma ao orçamento e às possibi-lidades municipais. Os Gon-domarenses podem esperar um orçamento pequeno mais exequível.

ESTE CUPÃO APRESENTADO NA BILHETEIRA DÁ DIREITO A UM BILHETE NA COMPRA DE OUTRO