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Entrevista à Silvia Bruin, da InTech

1 – Você possui uma vasta experiência na área de ensino sobre instrumentação, sistemas e automação. Fale um pouco sobre a sua formação e o seu trabalho como educador.

Silvia, tudo começa quando minha mãe define que eu ia fazer engenharia eletrônica no ITA. Nem sabia direito o que era eletrônica e diziam que nunca iria entrar no ITA, porque não tinha dinheiro para o cursinho e devia trabalhar para sobreviver. Na terceira tentativa, entrei no ITA, onde recebi o apelido de Tekinfim ou Tek e este é o motivo do nome da minha empresa atual. O ITA foi meu escudo, armadura e espada na minha futura batalha da engenharia. Na área de Instrumentação e Controle, no ITA aprendi a tal de transformada de Laplace, que nunca mais usei, porém aprendi a pensar certo e até hoje o faço. E principalmente aprendi a ser ético (no ITA não havia cola, nem lista de presença). No ITA, o professor que mais me impressionou pela clareza, simplicidade e competência foi Leônidas Hegenberg, professor de Lógica, e que ainda escrevia com as duas mãos. Para sobreviver, como aluno de engenharia tive a primeira experiência pedagógica, ensinando Química na Escola Técnica Everardo Passos, em São José dos Campos. No último ano de Engenharia Eletrônica fiz estagio na General Motors (GM) na área de Instrumentação e Medição. Depois de formado, comecei a fazer pós graduação no ITA, para fazer chover no Nordeste (não ria, mas era verdade). Por medo de andar de Bandeirantes para ir à Barreira do Inferno e por não acreditar muito nos objetivos e por receber uma ótima oferta de trabalho no nordeste, abandonei a pós-graduação e me tornei nordestino. Fui trabalhar nas Industrias Reunidas Francisco Matarazzo, na montagem de Instrumentação de uma planta moderna (na época) de polimerização contínua. Trabalhei com engenheiros alemães, onde vi como se devem seguir normas técnicas. Depois entrei na Foxboro, de saudosa memória e maior empresa de funcionários distribuídos de controle. Lá, tive o privilégio de trabalhar com Maurício Kurcgant, que foi meu guru, pois ainda o considero uma das pessoas mais inteligentes, competentes e bem humoradas que convivi. Em 1973, fiz o primeiro curso da ISA (quando me tornei membro) em Foxboro, nos Estados Unidos. Era um curso básico de Instrumentação, mas com toda boa infra-estrutura americana e enfoque chão de fábrica, mas ministrado numa língua então estranha. Embora fosse o gerente regional da Foxboro no Nordeste e indo morar em Salvador, por causa do pólo petroquímico de Camaçari, já escrevia meus artigos de Congresso (garantia de participação) e já ministrava os primeiros cursos na área. Aprofundei-me em assuntos de

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aplicação imediata: proteção contra explosão em áreas classificadas, medição de vazão e um tal de SPEC 200. Fiz várias cursos ainda nos Estados Unidos e também na Argentina, antes da Foxboro ter que sair do Brasil, por causa da Secretaria Especial da Informática. Com permissão da Foxboro, em 1974, fiz concurso e me tornei professor de Matemática na UFBA, pois queria aprender equações diferenciais. Depois, ensinei Eletrônica na Politécnica da USP e finalmente fui ensinar Instrumentação e Controle no Centec (atual Cefet). Minhas apostilas eram pirateadas pelo pessoal de engenharia, Escola Técnica e vizinhanças, provavelmente por causa do preço subsidiado e não pela qualidade. Também nesta época comecei a ministrar os cursos de Instrumentação, Controle e Automação nos cursos de Engenharia de Petróleo, na Petrobras. Assim, quando saí da Foxboro e da sua sucessora SPEX, em 1987, era natural criar uma empresa de Treinamento e Consultoria, cujo nome já estava escolhido desde 1964: Tek Treinamento e Consultoria Ltda. Era o que eu gostava de fazer e onde já havia acumulado um bom capital social e uma boa rede de alunos e conhecidos. Alem destes assuntos técnicos, também tivemos experiência de ensinar xadrez a meninos da periferia de Salvador, BA, quando um alemão (difícil encontrar um brasileiro com esta mentalidade) fornecia a merenda para atrair os meninos e Daniel Góis e nós ministrávamos aulas de xadrez. Aí vimos que a inteligência não é apanágio de cor, classe social ou idade. Porém, a aula preparada com maior carinho foi sobre Beethoven e sua música, em um curso de extensão universitária sobre Metodologia de Ensino Superior, com Ana Carolina, onde descobri que era detalhista demais, teimoso, convencido, pernóstico e narcisista e até hoje procuro dominar estes defeitos evidentes.

2 – Em razão dessa experiência, como você avalia hoje a capacitação dos engenheiros de instrumentação e automação e a necessidade de cursos de formação e especialização?

Com a proliferação de escolas e faculdades no Brasil, embora a quantidade tenha aumentado a qualidade caiu muito, tanto nas escolas técnicas como nas universidades. E conseguiram acabar com uma coisa excelente, que eram as Escolas Técnicas Federais (ou mudar totalmente o enfoque). Hoje, o sonho de qualquer colégio brasileiro é virar faculdade. Hoje, nas faculdades brasileiras, privadas (que só visam lucro) e públicas (totalmente abandonadas), se oferece o ensino bancário, que deforma a criatividade do professor e dos alunos. A que mais conheço é a UFBA. Mesmo com um especialista de nossa área (instrumentista) e idealista como diretor, o doutor (este realmente é) Caiuby Alves, a faculdade de engenharia está quase abandonada, sem infra-estrutura e falida. Como exigir de alunos respeito às instalações se o próprio Poder Público revela absoluta desconsideração à coisa pública. Como exigir seriedade e motivação dos alunos se os professores e funcionários, num sincronismo espantoso, estão sempre em greve e ausente da sala. Professor tem a obrigação de dar suas aulas, em condições favoráveis, higiênicas, espaciais, estéticas e científicas (laboratórios). Mas as condições reais são tão perversas que constituem um desrespeito à universidade e uma ofensa aos professores, funcionários e alunos. Meu filho faz engenharia elétrica na UFBA, mas nem ele sabe quando vai se formar e em que ano letivo está. Na universidade particular não há pesquisa e, para mim, não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Tem que se pesquisar para conhecer o que ainda não se conhece ou conhece errado. É o que Paulo Freire chama de saber de pura experiência feito. Na universidade pública há alguma pesquisa, mas ela está totalmente dissociada da realidade. Aliás, como o formando não consegue emprego logo que acaba a escola, ele vai continuar estudando, enrolando, fazendo mestrado ou doutorado até conseguir um emprego, ou então virar um professor. Quem nunca visitou uma indústria, que nunca calçou uma bota de biqueira ou colocou um capacete, quem nunca praticou um trabalho não pode ensinar certo.

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3 – Qual é a sua opinião sobre os cursos de formação de profissionais da área de instrumentação, sistemas e automação, tanto os de nível técnico como os de nível superior?

Atualmente, vivo de ministrar cursos (90%) e fazer consultorias (10%). 90% do meu trabalho estão voltados para a Petrobras. Petrobras é algo abstrato e o que conta são as pessoas com quem você faz a interface. Tive também a sorte e o privilégio de encontrar engenheiros corretos, Nereu De Rossi e José Erasmo, que deixaram substituir as transformadas de Laplace e Fourier por uma linguagem acessível, que me valorizaram e me deram condições materiais e de infra-estrutura para ministrar os melhores cursos sobre o assunto, no Brasil. Tenho também os melhores alunos possíveis: inteligentes (Andréa Conceição, saindo fora do clube do Bolinha), motivados (todos), brilhantes (Cezar Siqueira), instigantes (Durval Florêncio), inquietos (Ivan Ivanovs), curiosos (Lívio Pezzano). Por causa da globalização e da falta de empregos convencionais, hoje o melhor emprego no Brasil certamente é o da Petrobras, como engenheiro ou como técnico. Nestes cursos de Engenharia de Petróleo da Petrobras há engenheiros de todo o Brasil, com excelente formação acadêmica (mestrandos e doutorandos). Há até especialistas em Automação e numa tal de Mecatrônica, que seria um Frankenstein de Mecânica (parada no tempo) e Eletrônica (única área que o homem evoluiu). Porém, percebe-se pelas conversas dos intervalos e pelo desempenho, que eles aprenderam muita coisa sem nenhuma utilidade prática, no curso convencional da faculdade. Como o meu curso enfatiza o pensar certo, eles não se saem tão bem, pois estavam acostumados a fazer contas de convolução.

4 – Com você avalia os cursos de reciclagem ministrados por instituições, por exemplo, como a ISA, e qual é a sua importância?

Hoje, há dificuldades de se ter turmas fechadas em cursos na empresa, pois os quadros de funcionários estão muito enxutos e por isso a solução é colocar um ou dois funcionários em cursos abertos, como os da ISA. Os cursos de reciclagem são fundamentais para complementar e principalmente consertar, atualizar e validar o curso tradicional. Na década de 70 havia muitas empresas de treinamento no Brasil, por causa da criação dos pólos petroquímicos de Camaçari e Triunfo e implantações de industriais de papel em São Paulo e Bahia. Estas firmas desapareceram. Hoje, restam o IBP e ISA. Como os instrutores da ISA possuem larga experiência profissional (Jimmy Aliperti, Pedro Cohn, Vitor Finkel, Augusto Pereira, Cláudio Makarovsky), os cursos são excelentes para os treinandos. Há dois tipos de alunos nestes cursos: o empregado recém admitido (chamado de borracha) e o antigo. O antigo tem pouca escolaridade, porém tem uma grande experiência de trabalho prático. Ele sabe muita coisa, de modo desordenado e até errado. É competente no seu trabalho, porém ainda precisa de curso. Quando ainda não acomodado ou pensando na aposentadoria, ele é um excelente aluno, pois ainda tem a capacidade de fazer as perguntas certas e pode estar incerto de suas certezas. O aluno novato tem melhor escolaridade, é mais inquieto e curioso, mas ainda não sabe o que aprender. Um é prático e outro, teórico. O prático faz tudo, mas não explica nada e o teórico explica tudo, mas não sabe fazer nada. É para estes dois tipos de treinandos que os instrutores da ISA são importantes, com sua capacidade de orientar, comparar, duvidar e pensar certo. Eles apontam um caminho para os treinandos e espera-se que eles o sigam.

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5 – A tecnologia no setor de instrumentação, sistemas e automação evoluiu rapidamente nos últimos dez anos. Na sua opinião, o que se oferece em termos de formação e informação ao profissional que acompanhou (ou não) essa rápida evolução? Os currículos básicos são suficientes?

A tecnologia evoluiu muito, principalmente a Eletrônica. Porém, aprender a tecnologia é fácil. Ser treinando é mais fácil que ser formado. A formação começa pela base, pelos fundamentos, pelo preparo científico, correto e ético. Como alguém poderá trabalhar bem, se na escola ele colou, ele fraudou, um único aluno faz o trabalho para todo o grupo assinar? Hoje, saber informática é considerado o conhecimento curinga para todas as outras áreas, inclusive na Automação e Instrumentação. Saber eletrônica é conhecer a teoria de amplificadores operacionais, mas as escolas ensinam as tabelas verdade das portas lógicas e chamam isso de eletrônica. Realmente, o que falta hoje é a volta aos fundamentos, aos conceitos básicos. Nesta mentalidade de se fazer tudo muito rápido, o atalho deixou os fundamentos de fora.

6 – Onde estão os principais obstáculos quanto ao conhecimento (preparo) dos profissionais que participam dos cursos que você ministra: em conceitos básicos ou em novas tecnologias? Porque isto acontece?

Para aprender se requer três parâmetros: inteligência, base e interesse. Inteligentes, nascemos praticamente iguais. Há pessoas que desenvolveram a inteligência mais que outros, por causa do ambiente e da filosofia de vida. A base é o mais demorado de se trabalhar. Quem vem de mais longe vai ter que andar mais para chegar ao mesmo ponto que outro que vem de mais perto. Mas todos podem chegar lá. O interesse é primordial, pois sem ele não há nada. E é justamente o interesse que tem que ser trabalhado pelo instrutor. O instrutor tem que trabalhar modos, caminhos e métodos para motivar o aluno. Aprender vem antes de ensinar. E só aprende quem quer. O instrutor deve programar o aluno, mas para aprender.

7 – Você acredita que o setor já passa ou passará por uma deficiência de profissionais capacitados para atuarem nas indústrias usuárias? Qual é a solução?

Há uns cinco ou dez atrás a Engenharia foi desprezada. Vários engenheiros com uma grande bagagem técnica se preparam para prestar concurso para entrar na Polícia Federal ou no Ministério Público, pois o salário e a carreira eram melhores. Vários engenheiros também viraram advogados, para prestar concurso e virar funcionário público, com o futuro garantido (mesmo sem malas e mensalões). Como conseqüência, hoje há uma deficiência ou carência de engenheiros, principalmente na área de Automação, que é mais especializada e requer mais tempo de formação. Aliás, este fenômeno parece não ser apenas brasileiro, mas também americano. Silvia, a solução é controle. Toda vez que há um distúrbio em um processo que estava estável, há uma acomodação no novo patamar com overshoot e undershoot (a gente teria que fazer uma curva mostrando uma oscilação decrescente ou constante). Daqui uns cinco anos haverá engenheiros demais, pois agora há engenheiro de menos.

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8 – Como você avalia a situação do mercado de trabalho, especialmente no aspecto de formação dos profissionais a serem absorvidos, para os próximos dez anos?

Vivemos no Brasil, que anda em zig-zag. Como há cinco anos era ruim ser engenheiro e hoje é bom, o futuro dependerá do ciclo de crescimento do Brasil e principalmente do mundo, pois o Brasil é periférico na globalização e temos pequeno poder de decisão. O conceito de emprego mudou muito e hoje há poucos empregos convencionais. Quando terminei o ITA, no final dos anos 60, podia escolher trabalhar na Petrobras, IBM, CVRD, Telesp, Telebahia, Telepar (e muitas outras Teles), Brahma, Antártica, GM, Volkswagem, Ford, pólos petroquímicos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia. Hoje, exceto Petrobras que está recuperando o tempo perdido, quando ficou uns dez anos sem contratar ninguém, poucas empresas tem programas consistentes de formação de profissionais para seus quadros.

9 – Como educador, qual é a sua sugestão/dica ao técnico de instrumentação ou ao engenheiro de automação que acabam de sair dos bancos escolares? Qual é a melhor estratégia para ser um bom profissional?

Para ser bom profissional deve-se ser competente e ético. A formação de um profissional, em qualquer área, deve ser contínua e permanente. Se formar requer forma, estilo, conteúdo, vibração e alegria. Deve se ter formação científica, correção ética, coerência temática e responsabilidade social (esta é a bola da vez). Deve-se gostar do que se faz, para fazer sempre bem. A formação deve começar por uma boa e sólida base. Ser curioso e inquieto para aprender. Ter humildade para perguntar o que não se sabe e ser franco se não entender e não deixar ninguém lhe enrolar. Se alguém não entender, certamente não foi bem explicado; perguntar de novo. Não acredito neste paradigma: “ele sabe, mas não sabe ensinar”. Acho (embora isto seja da Rosa de Luxemburg) que quem domina um assunto fala de modo claro e simples; quem fala de modo complicado ou não sabe do assunto ou tem interesse em falar de modo confuso. Em Instrumentação ou Automação, especializar-se em algo, preferivelmente difícil, para que todos associem a especialidade a seu nome. Exemplos clássicos: Pedro Cohn e analítica, Gerard Delmée e vazão, Jimmy Aliperti e sistemas digitais, José Pinheiro e medição na Petrobras, Peter Strimber e área classificada, são nomes e palavras chave associadas.

10 – Por que as empresas não têm programas consistentes de treinamento?

Fora a Petrobras, não conheço (pode até haver) nenhuma outra empresa que treine seus funcionários de modo consistente, coerente e contínuo. Os quadros enxutos de funcionários não permitem cursos fechados dentro da empresa. As firmas terceirizadas teoricamente (só teoricamente) deveriam ter especialistas, que os gerentes acham que não precisam de treinamento. Raramente uma firma terceirizada prestadora de serviço faz treinamento, pois ela precisa faturar. Quando realizei um dos raros cursos para firma terceirizada, ele foi ministrado no sábado e domingo, para que os funcionários não deixassem de trabalhar e faturar.

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11 – Por que suas aulas têm tanto sucesso e são bem avaliadas na ISA e na Petrobras?

Minhas aulas são diferentes, atípicas, pois tem até nus artísticos. Outro dia encontrei uma engenheira que perguntou: “você não deu uma palestra sobre medição de gás, que tinha uma mulher pelada?”. Sim, era minha palestra, há três anos atrás, em Natal, RN. Encontro alunos que lembram de aulas de 10 a 15 anos atrás. Meus cursos começam e acabam com um teste, típico de 50 questões de múltipla escolha, que servem para mostrar o curso ao aluno, para verificar se a turma é homogênea, para avaliar o crescimento individual do treinando. Procuro dialogar e não polemizar. Estou sempre fazendo perguntas, brincadeiras, de modo que minhas aulas sejam alegres, divertidas e ... responsáveis. Responsabilidade significa cumprir horário proposto, realizar o programa combinado. Os de mal com a vida que me perdoem, mas o bom humor é fundamental. E o riso não deixa dormir. Por isso, meus alunos cansam, mas não dormem, durante as aulas, por causa da metodologia. Cansam porque pensam muito e não dormem porque riem muito. Até os 30 anos, ensinei para aprender, até os 40 ensinei o que sabia e depois dos 50, ensino o que precisa. Meus cursos têm conteúdo prático, objetivo, simples. Quem me ajudou muito nesta área, de programa e enfoque de curso foi o David Livingstone, quando ainda na Fafen, Camaçari, BA, quando sentávamos juntos e fazíamos programas e enfoques claros e diretos. E como ministro mais de 30 cursos por ano, eles estão continuamente sendo alterados, em função de avaliações dos alunos. Outro bom ajudante foi Lívio Pezzano (o que mostra que a Instrumentação pode ser genética pois seu pai e irmãos são ótimos instrumentistas) da Oxiteno. Com sua rebeldia quase revolucionária e sem os vícios acadêmicos, Lívio Pezzano, me forneceu boa orientação para programas de cursos. Embora seja um engenheiro P.S. (puro e simples) já ministrei cursos de pós graduação na Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Universidade Tiradentes, Aracaju, SE e na Universidade Petrobras.

12 – Comentários (ou outras perguntas) que julgar conveniente para o enriquecimento da entrevista.

Ensino tudo que sei nas aulas, pratico tudo que ensino nas consultorias e pergunto tudo que não sei. Respeito todos os outros saberes, mesmo os diferentes e novos. Somente quem pensa certo, e frequentemente pensa errado, é quem pode ensinar a pensar certo e fazer certo.

Silvia, é assim que venho tentando ser um bom profissional, um mestre, como os alunos me chamam e eu gosto, assumindo minhas responsabilidades e convicções, aberto ao saber, acreditando na teoria e a praticando, sensível à estética educativa e sempre com ética, marcando minha presença no tempo para não ficar velho, assumindo minhas limitações que são muitas e me esforçando sempre em superá-las e que não escondo, por causa do respeito que tenho aos meus alunos e a mim mesmo.

Macaé, RJ, 19 setembro 2005