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O CRESCIMENTO DO SETOR E O DESENVOLVIMENTO NO ESTADO TURISMO GUIA DE GESTÃO O momento de parar MEIO AMBIENTE Compromisso sustentável Entrevista MANUEL TRON FALA SOBRE TRIBUTOS NO MUNDO E A REALIDADE DA AMÉRICA LATINA BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 67 / NOVEMBRO 2010 F E C O M É R C I O - R S

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o crescimento do setor e o desenvolvimento no estado

turismo

guia de gestão

o momento de parar

meio ambiente

compromisso sustentável

entrevista manUel tron fala sobre tribUtos no mUndo e a realidade da américa latina

bens&serViÇosrevista da Federação do Comércio de bens e de serviços do estado do rio grande do sul – número 67 / noVembro 2010

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Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

Presidente: Zildo De Marchi

vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Renato Turk Faria, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco e Micelli Vieira

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edgar Christian Tardio Serrano, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.

conselho Fiscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.

deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.

conselho editorial: Derly Cunha Fialho, Ivo José Zaffari, Luiz Antônio Baptistella, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi.

assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro e Simone Barañano.

coordenação editorial: Simone Barañano

edição: Fernanda Reche (MTb 9474)

rePortaGem: Francine Desoux, Luísa Kalil e Patrícia Campello

colaboração: Antonio Oliveira Santos, Edgar Vasques, José Renato de Miranda e Priscilla Ávila revisão: Flávio Dotti Cesa

edição de arte: Silvio Ribeiro

Fotos de caPa: Adriano Daka, Divulgação/Setur Torres, Fabiano Mazzotti/Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves, Goldemberg Fonseca de Almeida, Ivo Gonçalves/Arquivo PMPA, Rita Souza, Solange Brum/Setur

tiraGem: 25,5 mil exemplares

imPressão: Pallotti

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08meio ambiente 12guia de gestão 14

17entrevista 18centrais de negócios 24turismo 26saiba mais 32farmácias 34cliente oculto

glossário 39sesc

senac

tendências 44visão tributária 47visão trabalhista 48mais & menos 49negócios 50

36

4042

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67

&sErVIÇosbens

0512

comPromisso além do ambiente de trabalho

Práticas sustentáveis são visadas por diferentes

setores do mercado. Entenda sua importância e saiba

como aplicá-las no seu empreedimento meio ambiente

14guia de gestão

PreParado Para deixar o trono

O que deve ser priorizado na hora de o

empreendedor planejar sua aposentadoria?

Confira a opinião de especialistas

18

em discussão, o sistema tributário

O advogado mexicano Manuel Tron, presidente da International

Fiscal Association (IFA), fala sobre questões tributárias globais e

especificidades do Brasil entrevista

26um setor em exPansão

Como o Rio Grande do Sul vem se

destacando no cenário nacional e

quais ações têm contribuído para este

desenvolvimento

Turismo

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6706A G E N D A novembro / dezembro

17 a 23/12concertos de natal, com

fafá de belém e orquestra unisinos

Em Porto Alegre (17), São Leopoldo (18), Bom Princípio (19), Caxias do Sul (22) e Pelotas (23). Informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc

17/11 a 27/11turnê bebeto alves

Turnê do espetáculo Bebeto Alves em 3D em alguns municípios: Passo Fundo (17), Ijuí (18), Santa Rosa (19), Arroio Grande (21), Caxias do Sul (23), Farroupilha (24) e Porto Alegre (25 a 27). Informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc

18/11Gerenciamento de conflitos

Na data, acontece o minicurso Gerenciamento de conflitos, no auditório da Facad, em Porto Alegre, a partir das 18h. Uma segunda edição da atividade está prevista para o dia 25 de novembro. Mais informações pelo telefone (51) 3212-4444

19/11soldado cidadão

Ocorre a formatura Soldado Cidadão, no auditório do Senac Rio Grande, às 10h. Informações: (53) 3231-2355

26/11 a 11/12vocal sem batuta

Turnê do espetáculo Vocal Sem Batuta, em Taquara (26/11), Gravataí (27/11), Feliz (28/11) e Caxias do Sul (10 e 11/12). Informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc

28/11minimaratona

Final estadual do Circuito Sesc de Minimaratona, em Porto Alegre. Informações no site www.sesc-rs.com.br/minimaratona

29/11Workshop saúde e beleza

O Senac São Leopoldo promove o workshop Saúde e beleza das mãos e pés. Informações: (51) 3590-3060

29/11 a 5/12sonora brasil sesc

No período, ocorre a Sonora Brasil Sesc, com turnê do Conjunto GYN Câmera (GO), em Porto Alegre (29/11), São Leopoldo (30/11), Montenegro (1°/12), Santa Cruz do Sul (2/12), Santa Maria (3/12), Ibirubá (4/12) e Passo Fundo (5/12). Informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc

de 22/11 a 26/11prevenção de acidente do trabalho

Período de realização da 2ª Semana interna de prevenção de acidente do trabalho, no CCMAR, em Rio Grande. Informações: (53) 3231-2355

22/11 a 25/11maturidade ativa

Dias para acompanhar a 7ª Convenção Estadual dos Clubes Sesc Maturidade Ativa, em Torres. Informações junto às Unidades Operacionais do Sesc

10 A 08/12NAtAl em cordAs

Acontece a turnê do espetáculo Natal em Cordas, com Marcello Caminha, em

Tramandaí (1o), Farroupilha (2), Bom Jesus (3), Bento Gonçalves (4),

Erechim (5), Caraziho (7) e Santa Rosa (8). Informações no site www.sesc-rs.

com.br/artesesc

alessandra rosa/divulGação sesc

1o/12saúde preventiva

Lançamento da Unidade Sesc de Saúde Preventiva em Catuípe

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS

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O turismo é um setor em franco desen-volvimento. Além de agregar valor cul-tural, traz consigo boas oportunidades de negócio. Empresários dos mais diversos setores podem encontrar benefícios nes-te segmento, uma vez que ele contribui para a ampliação dos horizontes.

No Rio Grande do Sul, entidades como a Fecomércio-RS veem no Turismo um importante aliado da economia gaúcha. Por isso, contamos com o Conselho de Turismo, o qual reúne os principais re-presentantes deste cenário no Estado, para acompanhar e auxiliar na qualifi-cação e capacitação do setor.

O trabalho realizado pelo Conselho se fortalece com o respaldo de importan-tes braços da Fecomércio-RS: o Sesc e o Senac. Com focos diferenciados, porém complementares, os dois serviços são igualmente responsáveis pelos bons re-sultados que temos colhido ultimamen-te. A cada verão, o Sesc realiza o pro-jeto Temporada de Férias, que oferece oportunidades de viagens e passeios ex-clusivos aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, assim como à comunidade em geral. Somente este ano, mais de 22 mil pessoas utilizaram este serviço. Já a qualificação do setor

fica por conta do Senac, que oferece anualmente uma série de cursos na área de Hotelaria e Turismo, disponíveis em todas as unidades presentes no Estado.

Com a expectativa para a Copa de 2014, e sendo Porto Alegre uma das cidades que receberão os jogos durante o mundial, o turismo gaúcho já está de-finindo suas estratégias. Antes mesmo do evento, a capital está se transfor-mando, à medida que vem ganhando atenção especial de organizações do setor público, privado e do governo. De mãos dadas, trabalharemos para que o Estado se desenvolva como importan-te destino turístico não apenas daqui a quatro anos, mas já a partir de agora. E que permaneça sempre.

De olho no futuro próximo

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Cheques à porta das lojas de confecções O mercado de confecções responde por

50% das operações de cheques, conforme

análise da empresa OKGarante, divisão da

Rede CheckOK. Na opinião de Antonio

Afonso, executivo da OKGarante, isso

acontece porque “o segmento, tanto

masculino quanto feminino, tem maior

presença no mercado varejista.

Além disso, o ticket médio neste nicho

pode ser 50% menor, em comparação a

outras áreas, como material de construção

e supermercados”.

Empresas internacionais de olho no Brasil O estudo BDO Ambition 2010: oportunidades globais, realizado pela rede

BDO, aponta que o Brasil teve um progresso expressivo na relação dos

principais destinos para a expansão internacional de empresas de médio

porte. De décima colocada, a região brasileira passou para a terceira posi-

ção. A pesquisa identificou que o país, na comparação entre as iniciativas

de expansão dos últimos cinco anos e os projetos para os próximos dois

anos, saltou de 7% para 14% das citações, respectivamente. Os Estados

Unidos, por exemplo, recuaram de 15% para 14% na mesma compara-

ção; a China (que lidera o ranking) evoluiu de 30% para 32%, e a Índia (se-

gunda colocada) passou de 16% para 20%. “A análise mostra que o país é

um dos mais lembrados quando projetos são traçados. Claro que temos

alguns problemas a resolver internamente, como a questão tributária, ou

a necessidade de investir ainda mais em infraestrutura para atender às

demandas do crescimento. Mas, ao final, percebemos que hoje adquirimos

um lugar de real destaque no mercado global”, afirma Eduardo Pocetti,

CEO da BDO no Brasil. Participaram do levantamento 237 líderes em-

presariais de companhias de médio porte da Alemanha, Austrália, Brasil,

Canadá, China, Estados Unidos, Índia, Holanda, Rússia e Reino Unido.

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2010 aquecido para o setor de brinquedos

Mais carrinhos, bonecas e jogos na mão da

criançada fazem a festa dos fabricantes de

produtos do gênero. A Associação Brasileira

da Indústria de Brinquedos (Abrinq) come-

mora a produção de 1 bilhão dos artigos

infantis no país de 2003 até agora. O presi-

dente da Abrinq, Synésio Batista da Costa,

estima que a indústria brasileira deve faturar

R$ 5 bilhões em 2010. “Esperamos um ex-

celente Natal”, ressaltou Costa. O segmento

conta com 406 fábricas, 26 mil empregados

e 15 mil pontos de distribuição no âmbito

nacional para atender um público estimado

de 55 milhões de crianças brasileiras (com

idade não superior a 14 anos), além dos

mercados da Argentina, Uruguai, Paraguai,

Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela,

Estados Unidos e Europa. Segundo ele, o

nicho referente a bonecos e bonecas é o

principal entre os brinquedos, representando

41% da fatia total do faturamento do setor.

Costa também destacou que o consumidor

mirim do Brasil só está atrás dos chineses e

dos japoneses na capacidade de influenciar

os pais em suas compras.

Nova sede do Senac em Gravataí será inaugurada no próximo anoO presidente do Sistema Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, anunciou

a aquisição e reforma do prédio que servirá de nova sede para o

Senac-RS em Gravataí. A inauguração das instalações deve acontecer no

segundo semestre de 2011. A mudança resultará na duplicação da área

disponível para cursos de qualificação, ampliando a capacidade de aten-

dimento em âmbito municipal. O espaço físico, que hoje é de 850m2,

passará para 1.835m2. O investimento no projeto estrutural ficará em

torno de R$ 4 milhões.

A entidade ainda realiza pesquisas para levantar outros segmentos que

necessitam de cursos de capacitação. Atualmente, a unidade gravataiense

oferece oportunidades nas áreas de Beleza, Saúde (Técnico em Segu-

rança do Trabalho), Informática, Gestão e Comércio. “Trata-se de uma

cidade voltada ao progresso e que não para de crescer. Portanto, o novo

empreendimento no município irá dinamizar as suas potencialidades”,

comenta Zildo De Marchi. A prefeita de Gravataí, Rita Sanco, afirma que a

iniciativa do Sistema Fecomércio-

RS vai ajudar a suprir a crescente

demanda que a localidade tem

por mão de obra qualificada.

“O poder público não tem

condições de atender a todas as

necessidades, por isso saudamos

aqueles que, como o Senac, agem

pelo bem da cidade”, destaca.

Feira de Oportunidades recebe mais de 40 mil pessoasO Sistema Fecomércio-RS realizou, no dia 20 de outubro, a 5ª Feira de Oportunidades do Senac-

RS. Com o tema Educação para o trabalho. E para a vida, o evento ocorreu simultaneamente em

46 municípios do Estado, onde foram ministradas mais de 200 atividades, entre palestras, oficinas,

workshops e ações de orientação profissional. Pelo evento circularam cerca de 40 mil pessoas. Os

alimentos e as peças de roupa arrecadadas serão destinados ao Mesa Brasil, programa do Sesc-RS.

Todas as unidades do Senac-RS de Porto Alegre trabalharam juntas para promover uma progra-

mação especial no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público e à Praça 15 de Novembro.

Ao longo do dia, a comunidade conferiu serviços gratuitos de cabeleireiro, massagem, manicure,

medição de pressão, além de oficinas com dicas de nutrição, informática, idiomas e orientação profissional. Realizada

duas vezes por ano, a Feira de Oportunidades já figura como uma das mais importantes ações de incentivo à qualificação

profissional no Rio Grande do Sul. “É compromisso do Sistema Fecomércio-RS oportunizar o acesso à educação e ao

aperfeiçoamento profissional para o mercado de trabalho. Temos convicção de que esta iniciativa é fundamental para o

desenvolvimento de novos e bons profissionais”, afirma o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Zildo De Marchi.

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Isenção de IPI até dezembroProrrogação de incentivos fiscais com

os dias contados. A isenção de IPI para

caminhões e tratores termina em 31 de

dezembro de 2010. No caso de veículos

comerciais leves, como caminhonetes e

picapes, será mantida a alíquota reduzida

de 4% até o fim do ano. Para a Federa-

ção Nacional da Distribuição de Veículos

Automotores (Fenabrave), o setor em geral

deverá emplacar 5,1 milhões de unidades no

ano, num crescimento de 8,05%, percentual

um pouco acima dos 7,82% da estimativa

divulgada no mês de junho. Os emplaca-

mentos de automóveis e comerciais leves

alcançarão 3,2 milhões de itens comerciali-

zados, numa alta de 6,4%. Já os caminhões

contabilizarão 155.596 mil unidades, numa

evolução de 42,56%, enquanto as vendas de

ônibus crescerão 25,01%, num total de 28,2

mil unidades. As motocicletas registrarão

aumento de 8,54%, totalizando 1,7 milhão

de unidades. De acordo com Sérgio Reze,

presidente da entidade, “as perspectivas são

positivas, mas dependerá do próximo gover-

no, que deverá manter não só o crescimen-

to do país, com responsabilidade fiscal, mas

também o controle da inflação”.

Cerca de 1,2 mil competidores naOlimpíada Comerciária Sesc

Balanço positivo da 30ª Olimpíada Comerciária Sesc. A disputa aconteceu

entre os dias 14 e 15 de novembro, reunindo cerca de 1,2 mil atletas ama-

dores de 80 municípios do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no Sesc

Campestre. A abertura contou com a presença da ex-jogadora de vôlei

da Seleção Brasileira, Ana Moser, medalha de bronze em Atlanta, no ano

de 1996, que falou da importância

deste tipo de iniciativa: “Esporte

é saúde, participação, convivência,

um dos meios sociais mais significa-

tivos, sendo um excelente caminho

para o desenvolvimento pessoal”.

Incremento de 19% no setor de vendas diretas O volume de comercializações atingiu R$ 18,56 bilhões no acumulado de

janeiro a setembro de 2010, informa o balanço da Associação Brasileira de

Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). No último trimestre, o montante de

negócios do setor alcançou cifras na ordem de R$ 6,8 bilhões – índice 15,3%

maior do que o apurado no mesmo período de 2009. O estudo ainda detec-

tou alta de 5,6% em relação a indicadores de produtividade, bem como no

número de revendedores ativos, que saltou de 2,4 milhões para 2,7 milhões,

significando um incremento percentual de 12,6%. Paulo Quaglia, presidente da

ABEVD, salienta que os dados traduzem a solidez e a importância da atividade

para a economia do Brasil. “Sem falar que o aumento constante no número de

revendedores cadastrados revela que as vendas diretas cumprem um importante

papel social em geração de renda”, completa. O segmento também passa por

uma mudança no perfil dos seus profissionais, sendo uma carreira atrativa para

estudantes, aposentados e profissionais liberais. O país é o terceiro no ranking

mundial das vendas diretas, atrás apenas de Estados Unidos e Japão.

Caro e burocráticoO Brasil é líder absoluto no quesito impostos. Difícil de empreender, complicado de entender tantas

contribuições a pagar e regras para seguir. De acordo com recente estudo da Receita Federal, a carga

tributária brasileira ultrapassa os dígitos registrados no Japão, Suíça, Estados Unidos e Canadá. A com-

paração considerou números apurados, em 2008, dos países membros da Organização para a Coo-

peração e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apontaram que os tributos pesaram no bolso

do contribuinte, durante 2010, cerca de 34,41%. Um valor e tanto se confrontado com os percentuais

em solo japonês (17,6%), mexicano (20,4%) e estadunidense (26,9%). Fora a alta incidência tributária,

o território brasileiro é considerado um dos piores lugares do mundo para se constituir uma empresa,

segundo a Doing Business, pesquisa que investiga as regulamentações que melhoram ou pioram as atividades empresariais. O país ocupa

a 129ª posição no que mede a facilidade para tocar um negócio, em um ranking com 183 diferentes nacionalidades.

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Mesa Brasil promove Encontros das Redes de Solidariedade

Nos meses de novembro e dezembro acontecem

os Encontros das Redes de Solidariedade Mesa Bra-

sil Sesc. Os eventos, que são realizados nas cidades

em que contam com sede do programa, têm como

objetivo divulgar um balanço das atividades pro-

movidas durante todo o ano. Empresas doadoras e

instituições receptoras, assim como a coordenação

estadual, imprensa e autoridades locais prestigiam os

Encontros das Redes de Solidariedade.

Em novembro, o evento aconteceu nas seguintes cidades:

Cachoeira do Sul, Lajeado, Santa Maria e Rio Grande, no

dia 30. Já em dezembro, no dia 1º, será a vez da Rede

de Solidariedade Mesa Brasil de Porto Alegre e região

metropolitana se reunir. O Programa Mesa Brasil Sesc

consiste em uma rede permanente de solidariedade que

tem como missão promover ações educativas de estímulo

ao desenvolvimento das comunidades e coletar alimentos

para instituições cadastradas. Outras informações podem

ser obtidas no site www.sesc-rs.com.br/mesabrasil.

Como viabilizar férias coletivasO final de ano chega e o varejo começa a pensar

em como ficará o expediente no período. As

férias coletivas aparecem como uma alternativa.

Priscila Soares, diretora jurídica e de Recursos

Humanos da Trevisan Outsourcing, explica que

os dias de descanso são concedidos, de forma

simultânea, a todos os colaboradores de uma

mesma empresa, ou apenas aos funcionários

de determinados setores de uma organização,

independentemente de terem sido completados

ou não os respectivos períodos aquisitivos. Mas,

para isso, é preciso ficar atento a alguns detalhes,

como: comunicar ao órgão local do Ministério

do Trabalho e Emprego, com antecedência

mínima de 30 dias, as datas de início e fim das

férias; precisar os departamentos abrangidos

pela medida; enviar, no prazo de 30 dias,

cópia da aludida comunicação aos sindicatos

representativos da respectiva categoria profissional

e providenciar a afixação de aviso sobre a adoção

do regime nos locais do trabalho.

Pequenos negócios registram desempenho expressivo

Panorama otimista. É o que prevê a sondagem conjuntural do

Sebrae-RS feita com 600 micro e pequenas empresas gaúchas.

No terceiro trimestre de 2010, a percepção dos empresários

sobre o aumento das vendas obteve o melhor resultado da série

iniciada no primeiro trimestre de 2009. Para 86% dos entrevista-

dos, o desempenho de comercialização no seu setor de atuação

manteve-se estável ou teve uma elevação. Apenas 14% aponta-

ram uma diminuição. Os percentuais positivos sinalizam para um

fechamento de ano igualmente bom, já que o Natal movimenta

as vendas no comércio. Somado a estes fatores, a expectativa de

uma exitosa safra de grãos, do crescimento do turismo e da esta-

bilidade dos principais indicadores econômicos também é encara-

da como catalisadora dos negócios varejistas. Contudo, o aumento

da disputa por uma fatia deste mercado cada vez mais aquecido é

uma questão levantada pelos entrevistados: 40% dos pesquisados

acreditam que a concorrência cresceu, contra 36% que apresenta-

vam a mesma opinião no trimestre anterior. No quesito inadim-

plência, 63% responderam que ela permaneceu estável.

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Até 31 de dezembro para pagar dívidas do ICMS O governo do Estado prorrogou o prazo de

adesão ao Ajustar RS para 31 de dezembro.

Pelo programa, dívidas de ICMS vencidas até

dezembro de 2009 podem ser pagas com 60%

de desconto nos valores relativos a juros e cor-

reção monetária e parcelamento em até 120

meses. Os pagamentos à vista contam com um

desconto de até 50% sobre o valor da multa,

que vai diminuindo conforme o número de

parcelas utilizadas para regularizar o débito.

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eio AmbienteM

Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6712

compromisso com o meio am-biente é responsabilidade de todos. No comércio de bens e serviços não pode-ria ser diferente. Empreender de forma sustentável é um importante desafio para o mercado hoje, pois constitui um passo fundamental para crescer como negócio e fidelizar clientes.

No dia 2 de agosto deste ano, foi sancionada a Lei de Resíduos Sólidos, que prevê, entre outras ações, a regu-lamentação da destinação final destes

resíduos e seu tratamento, que passa a ser obrigação de quem os gera. De acordo com o coordenador do Con-selho de Sustentabilidade da Feco-mércio-RS, Joarez Venço, a crescente conscientização por parte dos clientes exigiu que o comércio adotasse mais fortemente práticas sustentáveis. “Exis-te uma preocupação do segmento de comércio e serviços em atender a esta lei, inclusive praticando a reciclagem de papel, papelão, embalagens, coleta

O

Entre as obrigações do comércio, práticas sustentáveis que contribuem para o meio

ambiente são cada vez mais valorizadas pelos clientes. O tratamento de resíduos sólidos,

água e esgoto é um dos fatores que compõem a lista de tarefas

seletiva e recolhimento de lâmpadas, entre outras práticas.” Como forma de conscientizar colaboradores e demais funcionários de uma empresa sobre es-tes cuidados, ele afirma que o primeiro passo é envolver os colaboradores em comitês e grupos de sustentabilidade, para tratar de diversos temas, como o uso consciente da água. Também dire-tor-presidente da Renova, especializada em higienização para o setor industrial, Venço mantém na rotina da empresa uma reunião mensal entre integrantes de diversos setores, em que são criadas alternativas que contribuam no pro-cesso de sustentabilidade da Renova, como a substituição de copos plásticos por canecas e a utilização de água de reuso nos sanitários.

Além dos resíduos sólidos, existe um fator de igual importância, e que vem chamando a atenção de empresários de diferentes setores: o tratamento de água e esgoto. De acordo com o engenheiro sanitarista e diretor da Gran Brasil Am-

além do ambiente de trabalhoCompromisso

Venço mantém reunião mensal com colaboradores

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cessidade de consumo racional da água nas atividades diárias são essenciais. Em 2002, a Renova construiu um complexo de tratamento de efluentes líquidos, pro-jetado para atender uma capacidade diá-ria de tratamento de 400 m3 através de uma premissa básica em que os efluentes gerados pelos processos de higienização sejam tratados após se priorizar o reuso interno dos mesmos. “A prática do reuso de efluentes, além de otimizar os pro-cessos de produção na lavanderia, con-tribui para o reaproveitamento de mais de 45% da água tratada, que deixa de ser captada das reservas dos mananciais, com promoção da redução dos impactos gerados”, explica Venço.

biental, Álvaro Tadeu de Marco, apesar da preocupação com o tema, tanto o co-mércio quanto o setor de serviços ainda precisam percorrer um longo caminho em direção a um pensamento ambiental-mente correto. “Por uma série de fatores, que vão desde a cultura corporativa até as dificuldades financeiras em função de altas cargas tributárias, o empresariado acaba priorizando ações de retorno mais imediato, e deixa iniciativas essenciais para o bom funcionamento dos negócios e a melhora da imagem do empreendi-mento para segundo plano.”

Ele afirma que, além de ser uma exi-gência legal, o comércio tem papel fun-damental no tratamento de efluentes, na medida em que contribui para o desen-volvimento econômico e social. “Além disso, precisa ser um exemplo e inspira-ção para as comunidades”, acrescenta.

Entre as ações que podem ser reali-zadas pelo comércio para contribuir no tratamento de efluentes, Marco sugere políticas de reuso de água e campanhas de conscientização para clientes, parcei-ros e fornecedores. “É importante tam-bém mostrar ao público tudo o que é feito

nesse sentido, pois, além de incentivar novas iniciativas na área, o estabeleci-mento melhorará sua imagem junto ao consumidor.” Segundo o engenheiro sa-nitarista, o diálogo com os colaboradores de uma empresa deve incluir o estabele-cimento de uma cultura de consciência ambiental, mostrando os benefícios e o retorno a ser gerado não apenas para o negócio, mas para o meio ambiente e so-ciedade em geral. “A água é um dos bens mais preciosos da humanidade. Além de racionalizar seu uso, é essencial o cuidado para acabar com a poluição, o tratamento de efluentes e o reuso em edificações.”

De acordo com Joarez Venço, a pre-servação dos recursos hídricos e a ne-

confira algumas dicas de práticas sustentáveis para o comércio:Seja claro sobre o compromisso de sua empresa com o meio ambiente. Isso

pode ajudar a melhorar a imagem do estabelecimento junto ao consumidor

Invista em campanhas de conscientização

Mantenha o diálogo sobre o tema com sua equipe de colaboradores, novas

ideias podem ser criadas a partir deste hábito

Projetos de reciclagem podem gerar oportunidade de novos negócios na área,

como, por exemplo, o recolhimento das lâmpadas

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O processo de aposentadoria do empresário pode ser uma das etapas mais complexas

da trajetória profissional. Deixar o negócio que foi construído ao longo de anos exige

planejamento prático e psicológico

os 45 anos, Beatriz Ayete Gil, sócia-proprietária da Casa de Fer-ragens, de Porto Alegre, nem pensa em parar. “Daqui a dez anos terei 55 anos, e hoje uma pessoa com essa idade está muito bem para trabalhar, tem experiên-cia. Pode reservar momentos a mais para o seu lazer, mas está altamente produ-tiva, não dá para pensar em aposenta-doria. Não consigo pensar nisso com o sentido antigo da palavra, de se retirar e dizer que vai parar.”

A Casa de Ferragens, há 11 anos no mercado, começou com Marcelo Camiansky – que antes de abrir o seu negócio já fazia parte do segmento de ferragens, através de uma empresa fami-liar. Dois anos depois, Beatriz, que além de sócia é esposa, passou a atuar ao lado de Camiansky. A experiência de Beatriz como empreendedora veio antes da Casa de Ferragens, quando trabalhava no ramo

alimentício. “Quem é profissional autô-nomo, empresário, pensa em como será a aposentadoria todo o tempo. Sabemos que devemos nos preparar, ter um bom fluxo de caixa para manter a empresa saudável. A matemática é muito simples: jamais gastar o que se ganha; em hipótese alguma”, alerta a empresária.

Para Simone Bracht, psicóloga e sócia-diretora do Instituto Ciclos, o momento ideal para se pensar em apo-sentadoria é quando se começa o negó-cio. “Quando escolhemos uma carreira já deveríamos pensar em como ela vai se desenvolver no todo, inclusive na aposentadoria. As pessoas não pensam em que idade irão se aposentar, nem se irão se aposentar.” No entanto, Simo-ne considera que o ideal é que se co-mece a refletir sobre o assunto aos 40 anos, imaginando que a idade média de aposentadoria seja 65. É importan-te, ressalta a psicóloga, pensar que a aposentadoria não é só o benefício do INSS, mas principalmente o dia em que se para de trabalhar.

Fernando da Costa, diretor de Ope-rações da Human Brasil, acredita que o momento ideal depende de cada caso. “Há empresários que trabalham até os

para deixar o tronoPreParado

Fernando da Costa: planejamento é essencial

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80 anos e outros que programam parar com 55 ou 60 anos, depende muito do perfil. Mas em geral a média de idade em que se começa a pensar em um pla-no de transição para deixar o negócio ou vendê-lo é 60 anos.” Segundo Cos-ta, normalmente os empresários bem-sucedidos, que conseguiram construir um patrimônio sólido, costumam dei-xar a sua atividade quando realmente não conseguem mais trabalhar, pois são tão motivados por aquilo que criaram.

TraNSiçãOAposentar-se, para um empresário,

não significa o fim da empresa: para isso é preciso pensar qual será o futuro do empreendedor e do negócio. As alter-nativas mais comuns são três: sucessão

familiar, contratação de um profissional do mercado – em alguns casos, diretores da própria empresa – ou vender o em-preendimento.

“Muitas vezes o empresário não tem sucessores qualificados ou preparados o suficiente para assumir o controle dos negócios, este é um problema bastante comum.” Dessa forma, é preciso prepa-rar essas pessoas para assumir uma po-sição de liderança ou ajudar a empresa em um plano de sucessão onde se busca profissionais no mercado, de manei-ra que assumam posições estratégicas. Neste processo de transição, Costa su-gere a criação de um conselho de dire-tores em que mesmo aposentado ou em fase de transição para a aposentadoria o empreendedor se torne uma espécie

de conselheiro dos gestores que vão assumir o negócio. “É como um padri-nho dos gestores, que atua com funções mais estratégicas.”

O diretor de Operações da Human Brasil acrescenta que pode ser uma boa opção vender o próprio negócio. “Ve-mos alguns casos em que no processo de transição optam por vender para uma empresa maior ou internacional, que contrata esse empreendedor como um consultor por um determinado pe-ríodo – em média de dois a cinco anos – em que ele transfere as informações para os novos donos.”

PlaNEjamENTOA aposentadoria não necessaria-

mente vai significar parar de trabalhar;

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uia de GestãoG16

pode-se optar por continuar traba-lhando, às vezes em outra atividade. “O mais importante do planejamento deste momento da vida é pensar se o empresário vai continuar fazendo o que já faz ou se vai querer diminuir a carga horária, e nesse caso, quem vai assumir o seu lugar”, analisa Simone.

De acordo com a psicóloga, se o empresário começar a pensar isso aos 40 anos, ele terá 20 anos para progra-mar quem vai assumir a sua posição, vai treinar alguém para isso e ele mes-mo vai se preparar para ficar fora do trabalho. “O empresário, em geral, é muito envolvido e, por isso, é mais di-fícil se desvincular.”

Costa ressalta a importância do planejamento e do cumprimento dos pla nos. “Se for feito um planejamento de aposentadoria adequado, ele será o maior beneficiado. E aqueles que defi-nem plano de aposentadoria e acabam não se desvencilhando do negócio, é como se não tivessem se aposentado.” Nesse aspecto, o empresário deve ter em mente que será necessário não

só treinar um sucessor, mas também funcionários e a si mesmo. “Conforme for delegando funções, ele precisará aceitar que a empresa vai mudar um pouco com a sua saída. Os funcioná-rios também precisam saber se o em-presário vai continuar se envolvendo, como será a rotina, qual vai ser o vín-culo, se ele vai continuar mandando, quais vão ser as responsabilidades do empresário que está se aposentando e dos outros.”

ExPEcTaTivaS PESSOaiS“Não quero me aposentar nun-

ca.” Esta frase não é incomum. Para a sócia do Instituto Ciclos, o principal erro da aposentadoria é a negação, “não queremos pensar nela porque está muito associada com envelhecer, com perda de autonomia. Entende-mos que a aposentadoria é uma etapa da carreira, não o fim, e por essa razão precisa ser planejada como o restante da carreira”.

Simone ressalta que existem mui-tos especialistas em sucessão, mas eles

trabalham a entrada de uma pessoa – a passagem do trabalho –, e não prepa-ram aquele que está saindo para ficar sem a tarefa. “O empresário tem algo muito importante, o poder. Quan-do ele se aposenta é o item que mais causa sofrimento, porque ele perde o poder. Ele vai para dentro de casa e lá também mandam a mulher, os filhos.”

Não existe um tempo ideal entre a decisão e a saída efetiva, depende de cada pessoa, da satisfação que ela tem com a vida profissional. Em mé-dia, as mulheres têm mais contenta-mento com a aposentadoria do que os homens, elas planejam essa etapa. Os homens têm mais dificuldades de se flexibilizar e pensar em outras ativi-dades que não seja trabalho. Fernando da Costa, da Human Brasil, comenta que uma das grandes dificuldades é a falta de vontade de realmente se apo-sentar. “É uma situação complicada, pois uma vez iniciado esse projeto, o empresário se sente em uma posição de inutilidade, e assim ele dá um passo para a frente e dois para trás. A partir do momento em que ele de fato deci-dir parar, ele deve dar início ao plano de transição.”

Para a psicóloga, é importante não fazer isso sozinho, pensar com o apoio de profissionais – consultores de finanças, psicólogos – e da família. É preciso discutir esta decisão com a família, que não está habituada à pre-sença do empresário em casa. “Se aos 40 anos já começo a pensar nisso, vou conversar com a família e ver o que eles pensam. A partir de uma conver-sa, o formato desta aposentadoria co-meça a se construir.”

respostas essenciaisPreparar-se para o momento de deixar a empresa não é nada fácil; além

de questões práticas, como as financeiras, é preciso considerar também as

psicológicas. Para conquistar uma transição satisfatória é importante responder a

algumas perguntas.

com que idade quero parar?

Quero parar integralmente ou parcialmente?

O que farei com meu tempo livre?

Terei outra atividade remunerada ou procurarei opções de trabalho voluntário?

vou viver só da aposentadoria ou a empresa vai continuar me pagando algo?

Qual será minha participação em casa e com a família?

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Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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Na medida em que vão se aprofundando os estudos demográficos referentes às mudan-ças que estão ocorrendo na estrutura etária da população brasileira, torna-se mais evidente a necessidade de se proceder a uma reforma no sistema nacional da previdência social.

A percepção desses problemas levou o pre-sidente Lula a baixar o Decreto nº 6.019/07, criando o Fórum Nacional da Previdência So-cial, no qual foi feito um amplo diagnóstico do sistema previdenciário, acompanhado das su-gestões oferecidas ao Governo, na expectativa do encaminhamento de uma solução viável.

Impõe-se, de imediato, uma nítida sepa-ração entre trabalhadores urbanos e rurais. Segundo os dados divulgados pelo ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, no primeiro semestre deste ano, o setor urbano registrou um superávit de R$ 3,1 bilhões, en-quanto no setor rural houve um déficit de R$ 20,3 bilhões, resultado de uma arrecadação de R$ 2,2 bilhões, contra o pagamento de benefí-cios de R$ 22,5 bilhões. Registre-se que o supe-rávit do setor urbano poderia ser muito maior se fossem revogados os privilégios inexplicáveis de alguns grupos, como o dos exportadores, das entidades filantrópicas e clubes de futebol, cujos empregados são beneficiários de todas as vantagens de aposentadorias e pensões.

A primeira medida a ser adotada tem de ser a separação entre as contas da previdên-

cia urbana e as da previdência rural. A previ-dência urbana tem de ser sustentada apenas pelas contribuições de empregados e empre-gadores, enquanto a rural tem de ser custe-ada por verbas orçamentárias, integradas às despesas relativas à assistência social.

Outras medidas ainda terão de ser adota-das, em função do aumento da expectativa de vida dos brasileiros, ao mesmo tempo em que se proceda à equiparação entre as condições estabelecidas para homens e mulheres, entre trabalhadores urbanos e rurais. A idade míni-ma para aposentadoria e o tempo mínimo de contribuição terão de ser aumentados para os novos integrantes, respeitados os direitos ad-quiridos dos trabalhadores que já se encontram no mercado de trabalho. Enquanto isso não ocorre, terá de ser mantido o fator previden-ciário. Nesse contexto, insere-se a implemen-tação dos fundos previstos nos artigos 249 e 250 da Constituição, especialmente o fundo destinado aos servidores públicos.

Esses fundos terão de ser geridos, à se-melhança do FGTS, por comitês gestores tripartites, tendo a Caixa Econômica como agente operador, possibilitando a criação do regime de capitalização, com contas indivi-dualizadas para cada segurado, à semelhança do que ocorre com os Fundos de Previdência Privada. Essas são as diretrizes que deverão nortear uma efetiva reforma da previdência.

I deias para uma reforma

“A primeira medida a ser adotada tem de ser a separação entre as contas da

previdência urbana e as da previdência rural.”

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Como o senhor avalia o atual cenário da tributação internacional?

MaNueL Hoje o tema de tributação inter-nacional se centra, fundamentalmente, na necessidade de transparência, de intercâmbio de informação, de encer-rar com paraísos fiscais, de fazer com que os países não sintam uma erosão na sua base em função da unificação internacional. Há um esforço concen-trado, guiado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco-nômico (OCDE) em âmbito mundial,

Em discussão, o sistema

TribuTáriO

E N T R E V I S T A

para conseguir acordos, intercâmbio de informação, para fazer com que os contribuintes reconheçam seus capitais em todo o mundo. Isto, claramente, provocou muitas tensões, e vimos programas em todo o mundo – desde Estados Unidos, Inglaterra e México – para permitir a regularização, pois após a crise todos os governos tiveram problemas, necessitando de muito mais recursos e não sabem onde buscá-los.

Na sua opinião, qual país tem o melhor sistema tributário? Por quais motivos?

MaNueL É uma pergunta muito difícil, porque cada país é diferente e depende muito da sua estrutura econômica, social e sua própria dinâmica. Hoje a tendência nos países com sucesso na captação e com bom crescimento tem sido a redução do imposto às empresas. Vemos, por exemplo, que os países da OCDE tinham uma taxa média de imposto das empresas de cerca de 40% há 20 anos; atualmente é, em média, 26%. Foi uma baixa importante, enquanto o imposto de valor agregado cresceu, o imposto do

o advogado mexicano Manuel Tron, especialista em tributação internacional pela Escola de

Direito da universidade de Wisconsin, nos EuA, esteve em Porto Alegre, em novembro,

para o 21° Simpósio Nacional de Estudos Tributários. o atual presidente da International

Fiscal Association (IFA), responsável pela análise dos tratados de Comércio Exterior dos

EuA, também atua como professor universitário e é autor de diversos livros. Em entrevista

à revista Bens & Serviços, Tron fala sobre o sistema tributário brasileiro e internacional

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entrevista

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consumo ficou mais importante, e a OCDE recomenda: baixar as taxas de impostos às empresas e ter um imposto ao consumo e aos patrimônios improdutivos (riqueza pessoal) como alternativas. Cada país é diferente. Creio que o importante é ter um sistema, ao mesmo tempo, mais sensível e mais geral de aplicação. Mas normalmente

depende tanto da estrutura própria e da indústria e atividade econômica. É muito difícil escolher o melhor.

Quais as principais preocupações da inter-national Fiscal association (iFa) atualmente?

MaNueL Temos preocupações próprias in-ternas, de crescimento, de atrair talentos

jovens – os jovens são muito importantes para nós, são o futuro –, também consi-deramos importante uma estratégia de regionalização. Criamos, há dois meses, o primeiro comitê regional da América Latina da International Fiscal Associa-tion, com 11 países latino-americanos. A IFA é uma associação neutra no sentido de que não tomamos parte de nenhum dos lados, pois temos como membros profissionais do setor privado, diretores de empresas, acadêmicos, juízes, oficiais do governo e organismos internacionais. Isso nos permite ser um fórum ideal de discussão, mas sem tomar partido. Nossa preocupação hoje é ter um fórum aberto de discussão sobre um tema muito importante, que é a nova relação entre as autoridades fiscais e os contribuintes. É um assunto que as autoridades têm insistido muito em redefinir o que a OCDE tem chamado de “fortalecer o relacionamento”. É um dos temas principais para prover uma discussão de melhor nível e fazer com que se avance nesse tema.

Sendo o maior país da américa Latina, em que o sistema fiscal do brasil difere dos demais vizinhos latino-americanos?

MaNueL É diferente e me dá a impressão que é particularmente complexo enten-der que o Brasil é igual a muitos outros países latino-americanos; tem uma estrutura política com governo federal, estatal, municipalidades. De acordo com sua constituição, tem muitos concor-rentes de tributação, o que faz com que seja complicado entender, vistos de fora, os detalhes e as partes sutis do sistema brasileiro. Outros países são diferentes,

“É SEMPRE DESEjáVEl uM SISTEMA MAIS SIMPlES,

PoIS PERMITE quE o CoNTRIBuINTE PoSSA CuMPRIR

MAIS FACIlMENTE.”

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alguns mais básicos, menos avançados, mas a impressão que tenho é que o siste-ma brasileiro está em evolução em dire-ção a algo novo, algo distinto, parece um sistema complexo. É sempre desejável um sistema mais simples, pois permite que o contribuinte possa cumprir mais facilmente.

um estudo do instituto brasileiro de Plane-jamento Tributário revelou que no brasil são editadas 46 normas tributárias por dia útil. Como o senhor avalia isso?

MaNueL É muito complicado não somente de entender e de aplicar para o contri-buinte a que essa norma se refere, pois, para alguns todas as normas lhes dirão respeito. Administrar essa quantidade de normas, supervisionar seu cumprimento e conseguir uma aplicação lógica é um problema terrível para a administração tributária. É muito complicado e, certa-mente, quanto mais normas são publi-cadas, mais problemas e dúvidas surgem para os dois lados, e isso nunca é bom.

Qual o assunto mais debatido no âmbito do direito fiscal atualmente?

MaNueL Atualmente há um grande debate sobre a validez da planificação fiscal, se as empresas devem planificar ou buscar uma poupança fiscal ou se isso deve ser considerado um abuso e deve ser proibido. Os tribunais estão começando em todo mundo – isso acontece no México, acontece no Brasil – a entender a lei fiscal de uma maneira diferente. No lugar de fazer uma aplica-ção estrita do conteúdo de cada norma tributária, estão buscando cada vez

“ADMINISTRAR ESSA quANTIDADE DE NoRMAS,

SuPERVISIoNAR SEu CuMPRIMENTo E CoNSEguIR uMA

APlICAção lógICA É uM PRoBlEMA TERRíVEl PARA A

ADMINISTRAção TRIBuTáRIA.”

mais as razões de negócios, de acordo com o que diz a autoridade tributária, para evitar que artificialmente se evite o pagamento de tributos. Isso cria uma grande tensão porque as empresas creem firmemente que têm o direito de planejar as estratégias e os governos creem que não. Este é o tema que mais tem gerado conflitos no mundo.

de que forma o sistema fiscal latino-americano se diferencia de regiões mais desenvolvidas, como estados unidos e união europeia?

MaNueL Estamos falando de três mundos completamente diferentes. Os Estados Unidos descansam fundamentalmente no imposto sobre a renda. Nos países europeus, o peso da tributação caiu em direção aos impostos indiretos, impostos de valor agregado; enquanto na América Latina seguimos buscando um pouco do imposto sobre valor agre-gado, outro pouco sobre os consumos especiais; um pouco sobre a renda, ou-tro pouco sobre as transações financei-ras, como se seguíssemos sem definir um rumo claro dos dois. Os EUA não

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entrevista

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“oS PRINCíPIoS DE uMA BoA gESTão

FINANCEIRA VAlEM TANTo NA ESFERA PúBlICA quANTo

No SEToR PRIVADo.”

têm um imposto de valor agregado, têm impostos sobre as vendas, do tipo estatal; a Europa tem impostos total-mente cognados, federais, de consumo geral, de valor agregado, onde baixa o imposto de renda.

O que é aplicado nestas regiões poderia funcionar em países latino-americanos?

MaNueL Creio que alguns países europeus – em particular o caso da Holanda, que fez um esforço muito

importante para melhorar seu sistema tributário, reunindo comitês de es-tudos e, entre eles, trocando infor-mações – estão buscando um sistema fiscal solidário e esse é um conceito interessante: um sistema fiscal que entenda que quando um país cresce, crescem os consumidores, os ricos, os empresários, os comerciantes. Crescem todos. Essa parte do esforço solidário, do esforço de todos, parece importantíssima para ser aplicada na América Latina, porque seguimos tendo muitos grupos que por ações históricas, políticas ou sociais, se sentem no privilégio e pensam que eles não teriam por que contribuir ou colaborar enquanto outros o teriam que fazer. É importante transmitir esse conceito de solidariedade tributária.

Há semelhanças entre o sistema fiscal mexicano e brasileiro? Quais?

MaNueL Creio que não existem muitas, são sistemas diferentes. No México há um imposto federal unificado de consumo, de valor agregado, e há um acordo especí-fico que não permite que as entidades dos estados ou municípios cobrem esse tipo de imposto voltado ao consumo. No que diz respeito ao imposto sobre a renda, as taxas são um pouco mais baixas, mas mais ou menos parecidas entre México e Brasil. O México des-cansa mais em impostos especiais, como o imposto sobre o tabaco, o petróleo, bebidas energéticas, sobre o álcool, que são produtos que têm impostos altíssi-mos, de 130, 140, 150%. E a diferença é que no Brasil a maioria dos impostos é cobrada nas transações financeiras.

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O que o brasil poderia aproveitar do México, como exemplo, neste cenário? e o México, pode levar algum exemplo do brasil?

MaNueL Para o Brasil, talvez fosse inte-ressante ver como funciona o imposto sobre o consumo generalizado em nível nacional, federal, em que todos os municípios e estados e o governo federal têm participação sobre um mesmo imposto. Se administra um só imposto, de maneira geral, e isso traz benefícios principalmente para as operações de um estado a outro e para a tranquilidade dos contribuintes, talvez isso poderia ser observado. Penso que é possível, mas um pouco mais complicado e naturalmente muito maior e com muitas leis diversas das aplicadas hoje em dia. O México poderia beneficiar-se muito ao buscar um nível parecido com o brasileiro de cumprimento das obrigações fiscais. O México tem um grave problema de eva-são fiscal. As estimativas mais sérias, da Universidade Nacional ou de organismos oficiais, são de que talvez mais de 50% da economia mexicana seja informal e não esteja contribuindo corretamente. É um grave problema.

Por que é tão difícil chegar a um consenso para uma reforma tributária?

MaNueL Porque é o caso mais claro de interesses opostos. As empresas pro-duzem valor, as pessoas geram recur-sos com seu trabalho e os governos querem uma parte disso. E a verdade é que ninguém está contente com isto. Os governos têm funções e que-rem cumpri-las, ter policiamento nas ruas; e os cidadãos querem o dinheiro

em seu bolso e não no do governo, é um problema tradicional.

Na sua opinião, o que deve ser priorizado pelo governo para realizar uma boa reforma tributária?

MaNueL Voltarei ao mesmo tema: acho necessário buscar uma reforma soli-

dária, includente, na qual quem possa contribuir que contribua, quem possa contribuir pouco que contribua com pouco, mas que seja algo, e quem possa contribuir com muito, que contribua com muito, de tal maneira que seja um esforço de todos, porque isso é o que dá coerência e o que permite que amanhã isso seja aplicado e exigido a todos.

“AlguNS PAíSES ESTão BuSCANDo uM SISTEMA

FISCAl SolIDáRIo, quE ENTENDA quE quANDo uM

PAíS CRESCE, CRESCEM ToDoS.”

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entrais de NegóciosC

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ara enfrentar a concorrência, o mer­cado sempre contou com ferramentas que auxiliassem no crescimento do

negócio. O rápido desenvolvimento das cidades e a expansão de algumas empresas exigiram que empreendedo­res de pequeno e médio portes encon­trassem uma nova solução: as centrais de negócios. No Rio Grande do Sul, uma iniciativa do governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvi­mento e dos Assuntos Internacionais (Sedai) resultou em um projeto de re­des de cooperação que está colhendo resultados há dez anos.

Segundo o superintendente do Se­brae­RS, Marcelo Lopes, as redes de cooperação são ferramentas eficazes e constituem “a forma mais eficiente de a pequena empresa conseguir sobrevi­ver”. Além de um maior poder de bar­ganha no momento da compra de pro­dutos, outra oportunidade possível por meio do associativismo é a articulação

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A soluçãopode estar na redeO desafio de acompanhar o ritmo do mercado transformou o investimento na

associação entre empresas em solução para o desenvolvimento e manutenção de um

negócio. Além disso, pode ser uma boa alternativa para aumentar os lucros

em rede para exportação. Para Lopes, o sistema de redes não beneficia mais a um setor que a outro. “Cada segmento tem suas peculiaridades, de onde se irá buscar ter maior vantagem em relação à concorrência. O que vai fazer a dife­rença no processo é o grau de qualida­de que a gestão da rede terá”, avalia. Para isso, ele recomenda investir em capacitações e soluções que permitam aumentar a eficácia das redes. Antes de tudo, porém, é necessário buscar o diálogo entre os integrantes, de forma que seja possível chegar a um consen­so sobre as medidas a serem tomadas. Aliada ao diálogo está a liderança: em uma rede, o perfil do bom líder é aquele que conhece efetivamente o negócio, e possui capacidade de aglutinação e articulação. “A construção das estra­tégias para enfrentar a concorrência Brondani: associativismo é uma alternativa ímpar

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é coletiva. Colocar isso em prática de forma efetiva será o diferencial, e é um pré­requisito para quem vai liderar o processo”, confia Lopes.

Como dica para quem pensa em investir na formação de uma central de negócios, ele sugere que o primeiro passo seja se informar sobre as redes já estabelecidas naquele segmento, e se existe possibilidade de adesão e ex­pansão. “A partir daí o tema central passa a ser conversar com as empre­sas que já participam da rede, saber se elas efetivamente obtiveram os ga­nhos almejados e prometidos quando ingressaram. Ouvir a experiência dos outros é muito importante”, salien­ta o superintendente. “Vejo este tipo de negócio como uma tendência, um processo que vem crescendo. Os ga­nhos principais são a possibilidade de comprar melhor, ter uma relação mais potente com os fornecedores do setor e, por outro lado, explorar o mercado, trabalhar o marketing em parceria”, acrescenta Lopes.

Modelo nAcionAl, exeMplo gAúcho

Com 13 centrais de distribuição, a Âncora Brasil é a maior rede de negó­cios no país no segmento de autopeças. A partir de um grupo formado por 11 empresários em São Paulo, em 1998, a Âncora transformou­se em empresa nacional em 2007. Em Porto Alegre, está presente desde 2002. De acordo com o presidente, Cláudio Brondani, a unificação dos processos permitiu mudanças em toda a parte comercial. “A negociação com os fornecedores e o volume de compras passou a ser nacio­

nal. Hoje a compra é feita para os 13 centros de distribuição do Brasil”. An­tes, cada empresa atuava como uma unidade independente e com grau de autonomia elevado. Porém, com o de­senvolvimento do negócio, a unifica­ção apresentou­se como melhor alter­nativa para enfrentar a concorrência. “Para o tipo de lojas que temos, que são de médio e pequeno portes, o as­sociativismo é alternativa de mercado ímpar para buscar uma solução com velocidade maior em resultados e be­nefícios para o ponto”, explica Bron­dani. O diálogo apontado anterior­mente por Marcelo Lopes ganha força na rede Âncora: todas as questões são amplamente discutidas à mesa entre os dirigentes. “A sinergia do grupo é um elemento que conta muito”, comen­ta o presidente. Assim como Lopes, Cláudio Brondani aposta no associati­vismo como um tendência não apenas no Estado e no Brasil, mas mundial. Hoje a rede Âncora possui 650 pontos de venda em todo o país, sendo 37 no Rio Grande do Sul. A meta é chegar em 2015 com 1.200 lojas.

forçA nA união Fundada no ano 2000 a partir da

união de 11 empresários do segmento de material de construção, a Rede­mac hoje conta com 42 associados, num total de 70 lojas distribuídas em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo o presidente, Aldérico Simio­nato, a organização em rede permite a realização de ações conjuntas, “facili­tando a solução de problemas comuns e viabilizando novas oportunidades de negócios que, isoladamente, seriam

Para Simionato, a organização em rede facilita a solução de problemas

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mais difíceis de realizar”. Para reforçar a identidade da marca e fortalecer a integração entre os empresários, as lo­jas associadas à Redemac adequaram fachada, layout interno e equipe de atendimento aos padrões da rede. “Os lojistas associados passaram a traba­lhar pela rede, contribuindo com suas experiências nas equipes de trabalho, criadas para desenvolver diferentes áreas: marketing, satisfação do asso­ciado, negociação, projetos especiais, financeiro, informações, expansão e manutenção”, diz. Em 2009, a Re­demac lançou um cartão de crédito próprio, em parceria com o banco Itaú e, este ano, foi criada a Redemac Dis­tribuidora, uma empresa cujo trabalho de consolidação e ampliação deve ser continuado em 2011. Além disso, está previsto um crescimento de 22% para o próximo ano, bem como a expansão do número de associados.

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T U MR OI S

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27

TexTo: Luísa KaLiL

uando se fala em turismo, não raro a primeira ideia que vem à mente é uma viagem de férias. Não importa o destino, cruzar fronteiras e conhecer novos horizontes pode ser muito mais que simplesmente viajar: contribui para a nossa formação. Contudo, o turismo está vinculado a possibilidades que vão além de uma temporada de férias. Pode representar uma oportunidade de ne-gócio, um investimento ou mesmo uma alternativa de empreendedorismo.

A ascensão da Classe C e o acesso ao crédito são alguns dos fatores que têm impulsionado o setor. No último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a avaliação do quatriênio 2003-2007 apontou um crescimento de 22% no setor de turismo nacional. No período analisado, as atividades de turismo foram superiores ao crescimento do conjunto da economia brasileira, que registrou um aumento de 19%. A pesquisa, feita em conjunto com o Ministério do Turismo, também apontou que dos R$ 82,7 bilhões gerados pelas atividades características do turismo, os serviços de alimentação foram responsáveis por 35%; o transporte rodoviário, por 21%, e as atividades recreativas, culturais e desportivas, por 17,9%.

Com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do setor em todo o Rio Grande do Sul, o Conselho de Turismo da Fecomércio-RS reúne membros da própria entidade e do trade turístico gaúcho, os quais colocam em evidên-

Um setor em

expansão

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2010

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67

O turismo no Brasil é um mercado cada vez mais em evidência. No Rio

Grande do Sul, entidades, empresas e profissionais da área trabalham

para que o Estado ganhe força no cenário nacional, fazendo com que os

gaúchos viajem mais, tanto por lazer quanto por negócios

27

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urismoT

Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6728

cia os benefícios que cada comunidade pode obter a partir do fluxo turístico. “Nosso trabalho é de esclarecimento”, salienta o coordenador do conselho, Manuel Suarez.

Ele afirma que o turista, em geral, realiza um roteiro dividido nas seguin-tes etapas: visitar as atrações turísticas, gastronomia, compras e, por último, o pernoite, o que significa duplicar o tem-po de permanência em determinada lo-calidade. “Tudo isso leva à geração de novos recursos que não faziam parte do fluxo econômico e financeiro daquela

região. E é através deste fluxo, ainda que incipiente, que se pode crescer até gerar um produto turístico adequado, que permita um volume muito maior de visitação”, acrescenta o coordena-dor. Ao conselho também cabe fazer uma conjugação entre o turismo corpo-rativo ou de negócios – o mais presen-te no interior do Estado – e o turismo propriamente dito, que é o de visitação, cultural e de eventos. Além de poten-cializar estas ações, o conselho auxilia as empresas a modernizarem suas insta-lações de hotéis, no intuito de aprimo-

rar os serviços que elas têm a oferecer. Ao valorizar as festas regionais, a orga-nização e o número de visitantes nes-tes eventos cresce, o que influenciará o fluxo de visitantes para o ano seguinte. Já o turismo de negócios abrange des-de o representante comercial que viaja intermunicipalmente até o executivo de uma empresa que visita filiais ou deseja instalar um nova empresa em deter-minada região. No Estado, a cidade de Rio Grande tem sido alvo deste tipo de turismo, em função de novos negócios que estão nascendo na região. Já no caso do turismo cultural, cidades fronteiriças como Santana do Livramento, Jaguarão e Chuí ganham considerável movimento no final de ano devido aos freeshops.

O Conselho também conta com dois importantes braços: o Sesc e o Senac (veja quadro nas págs. 29 e 30). O Sesc responde ao segmento do turismo social, enquanto o Senac abrange a capacita-ção dos serviços de hotelaria e gastro-nomia. “Quando solicitado, o conselho faz visitas às regiões para oportunizar ao empresário hoteleiro, ou que esteja vin-

Hotel sesc Torres é o preferido das famílias nas férias de verão

Hotel sesc Campestre, em porto alegre, terá projeto especial em 2011

Hotel sesc Gramado recebe turistas o ano inteiro

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 29

culado ao turismo, o que ele pode fazer para modernizar e ampliar suas instala-ções, como ele pode aproveitar melhor o fluxo turístico. Nós também fazemos a divulgação de todos os eventos regio-nais, através dos sindicatos locais, para que todo o trade turístico fique sabendo o que tem de atividade turística para vi-sitar no Estado”, afirma Suarez.

AGêNcIAS X INTERNETEntre os feitos da era digital, o co-

mércio eletrônico também chegou ao setor de turismo com a oferta de passa-gens de avião pela internet, com suges-tões de preço e opções de pagamento mais acessíveis. Para a diretora da agên-cia Portosul Turismo, Susana Castro, apesar do aumento da comercialização de passagens pela internet, a orientação e o atendimento dados pelas agências de turismo são essenciais. “A internet é, sem dúvidas, uma ferramenta ágil e en-volvente, mas na hora de enfrentar pro-blemas, você não tem com quem falar e recorrer por ajuda”, destaca, alertando para que o cliente sempre tome cuidado com a qualidade da agência escolhida, procurando empresas certificadas por entidades reconhecidas no setor, como a International Air Transport Association (Iata), por exemplo. “Uma tarifa super-vantajosa na internet pode ser extrema-mente cara por outros motivos. Orien-tações sobre vistos, seguros de viagens, dicas e esclarecimentos sobre as tarifas são alguns dos auxílios que as agências podem dar, sem cobrar nenhum custo extra por isso”, complementa.

De acordo com Susana, a estabili-dade do dólar e do euro tem feito com que os gaúchos procurem, cada vez mais,

Força na capacitaçãoO Senac-RS atua como importante braço do conselho de Turismo da

Fecomércio-RS no que diz respeito a qualificação e capacitação do setor

no Estado. A entidade oferece em suas sedes diferentes cursos na área de

Turismo e Hotelaria, desde a graduação até especializações. confira abaixo

quais são e onde encontrar os cursos:

Agente de Viagem Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889

Camareira em Meios de Hospedagem Senac comunidade – Fone: (51) 3211-3579Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Senac Tramandaí – Fone: (51) 3661-5674

Cerimonial e Protocolo Senac Bagé – Fone: (53) 3242-7233Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Senac São Luiz Gonzaga – Fone: (55) 3352-7398

Curso de Extensão: Capacitação de Consultores para o Setor de Serviços Faculdade de Tecnologia Senac-RS – Fone: (51) 3022-1044

Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria Faculdade de Tecnologia Senac-RS – Fone: (51) 3022-1044

Decoração para Festas Senac Novo Hamburgo – Fone: (51) 3594-6133

Especialização em Gestão de Eventos e Hotelaria Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-6918

Monitor de Recreação Senac Torres – Fone: (51) 3626-3906

Organizador de Eventos Senac Bento Gonçalves – Fone: (54) 3452-4200Senac comunidade – Fone: (51) 3211-3579Senac Farroupilha – Fone: (54) 3268-3500Senac Novo Hamburgo – Fone: (51) 3594-6133Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Senac Torres – Fone: (51) 3626-3906

Planejamento e Custos de Cardápios para Restaurantes Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Recepcionista de Eventos

Senac Bagé – Fone: (53) 3242-7233Senac cachoeira do Sul – Fone: (51) 3722-3187Senac comunidade – Fone: (51) 3211-3579Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Senac Santa cruz do Sul – Fone: (51) 3715 9335Senac Santana do Livramento – Fone: (55) 3244-4253

Recepcionista em Meios de Hospedagem Senac comunidade – Fone: (51) 3211-3579Senac São Leopoldo – Fone: (51) 3590-3060Senac Torres – Fone: (51) 3626-3906Senac Uruguaiana – Fone: (55) 3412-3838

Técnico em Guia de Turismo Senac Bagé – Fone: (53) 3242-7233Senac Bento Gonçalves – Fone: (54) 3452-4200Senac Pelotas – Fone: (53) 3225-8889Senac cachoeira do Sul – Fone: (51) 3722-3187

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6730

viagens ao exterior e também cruzeiros marítimos. Entre o perfil dos passagei-ros, destaque para a terceira idade. “São pessoas com maior disponibilidade de tempo, melhor poder financeiro e, na maioria dos casos, estão de bem com a vida”, resume. Com o aumento do poder aquisitivo das classes C e D, a participa-ção das mesmas no roteiro de viagens também aumentou. “Cada classe viaja dentro de suas possibilidades, há lugar para todos”, enfatiza Susana.

cONEXãO RS/BRASILDe acordo com a presidente da As-

sociação Brasileira de Agências de Via-gens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), Rita Vasconcelos, o turismo é um setor em amplo desenvolvimento no Estado, em especial na capital. Eventos como o Natal Luz, em Gramado, e o Festival In-ternacional de Balonismo, em Torres, são exemplos de cidades que já entraram para o calendário oficial de turismo no Brasil. Assim como Susana Castro, ela acredita

para o turista argentino e uruguaio em di-reção ao litoral norte e de Santa Catari-na. “Hoje, graças ao empenho da inicia-tiva privada, entidades e secretarias de turismo, este papel está sendo revertido e conseguindo manter uma permanên-cia de ocupação maior na cidade”, expli-ca Rita. Ela afirma que, nos últimos 15 anos, houve um aumento considerável de leitos em todo o Rio Grande do Sul, bem como o crescimento do setor de gas-tronomia. Porto Alegre também dispõe do Ônibus Turismo, serviço utilizado nas

que os gaúchos têm se aventurado mais no exterior, como resultado da desva-lorização do dólar e do euro. Europa e Estados Unidos estão entre os destinos mais procurados, mas cartões-postais bra-sileiros não ficam de fora. Rio de Janeiro, Salvador, Natal, Fortaleza e Recife são al-guns dos mais requisitados entre os gaú-chos. No Estado, região da Serra e Vale dos Vinhedos são os preferidos.

No caso de Porto Alegre, a Capital foi, durante muitos anos, considerada apenas cidade dormitório, servindo de passagem

Temporada 2011No intuito de promover e oportunizar o

acesso ao turismo social no Rio Grande

do Sul, o Sesc realiza anualmente o

programa Temporada de Férias, em que

pacotes de ofertas são elaborados em

conjunto com hotéis conveniados, possi-

bilitando à comunidade a oportunidade

de programar suas férias. Somente este

ano, mais de 22 mil pessoas já utilizaram

o serviço. Na edição 2010-2011, lançada

no último dia 20 de outubro, participam

38 hotéis conveniados, além dos três

hotéis do Sesc no Estado: o campes-

tre, em Porto Alegre; em Gramado e

Torres. A expectativa é de que sejam

disponibilizados 15 mil pacotes e 105

mil diárias aos empregados

do setor terciário e à comunidade

gaúcha em geral.

Um dos diferenciais desta edição é o

projeto Férias imperdíveis na Capital dos gaúchos, que tem como destino a cidade

de Porto Alegre. com saída de diferentes

regiões do Estado, as excursões incluem

transporte de ida e volta, hospedagem e

pensão completa (café da manhã, almoço

e jantar) no Hotel Sesc campestre, além

de city tour e espetáculo teatral.

Outros passeios que já fazem parte das

atrações do programa Temporada de

Férias são o O outro lado da Estrada do Mar e Riquezas culturais da Serra gaúcha e Porto Alegre histórica, através

dos quais os turistas podem escolher

entre diferentes regiões, como o

Itaimbezinho, Torres e Arroio do

Sal. O projeto está disponível nas

39 Unidades Operacionais do Sesc

e nos 21 balcões Sesc/Senac no Rio

Grande do Sul. Ao todo, são 41 hotéis

conveniados, sendo 26 no Estado e

nove em Santa catarina.

Com suas paisagens naturais e clima europeu, a serra gaúcha é um dos cartões-postais no estado

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 31

principais cidades no mundo todo. So-bre o Rio Grande do Sul, ela não escon-de: “Temos muitos destinos e rotas ainda em desenvolvimento”. Contudo, o Esta-do é o 3º destino turístico de negócios no país, recebendo mesmo congressos internacionais. “Com a oportunidade de Porto Alegre ser uma das subsedes para a Copa de 2014, acreditamos que iremos conseguir mudar um pouco este perfil e fazer com que a Capital e demais cidades gaúchas façam parte do mapa turístico do Brasil”, confia. Para isso, a Abav-RS tem trabalhado, junto a outras entidades do setor, em programas desenvolvidos pelas secretarias de turismo municipal

e estadual, de olho na qualificação do setor para o mais importante evento do futebol mundial.

DEMOcRATIzAçãO

A globalização permitiu que as pes-soas se conectassem através de redes. Para sobreviver à acirrada concorrência e a um mercado cada vez mais digital, foi necessário que os mais diversos se-tores da economia brasileira soubessem se adaptar à plataforma virtual. No caso do turismo, companhias aéreas, agências de turismo e hotéis passaram a oferecer serviços de reserva e compra online, o que também resultou em uma

democratização do turismo. Com maior acesso à informação e mais alternativas de pagamentos, inclusive com taxas promocionais mais baratas, mais pesso-as puderam realizar o sonho de viajar. De acordo com Manuel Suarez, as ven-das pela internet têm crescido muito nos últimos anos, e cada vez mais ho-téis oferecem o serviço de reserva onli-ne em seus sites. “Hoje, qualquer turis-ta pode fazer sua reserva, sua compra e deixar todo o pacote delineado dentro do sistema. Isso vai dar uma alavanca-da muito grande para a hotelaria e para o turismo. O caminho é esse: facilitar a comercialização.”

Para Rita Vasconcelos, o maior número de companhias aéreas, hotéis e demais serviços gera concorrência, resultando em melhores tarifas e be-neficiando o consumidor. “Sem contar as amplas formas de financiamento”, acrescenta. Ela afirma que a internet pode ser uma excelente ferramenta de apoio para as agências do setor, mas não substitui o atendimento personali-zado de uma agência de viagens. “Prin-cipalmente para orientar o consumidor a escolher melhor o produto entre as inúmeras ofertas existentes.”

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rita vasconcelos confia na qualificação para 2014

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aiba maisS

Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6732

g e s t ã oi m a g i n a s ó !

[

Informação com queijo Que queijo cai bem

com macarrona-

da, todo mundo

concorda. Mas

quando o perecível

sai da cozinha e vai

direto para as mãos

dos profissionais de

marketing, o alimento assume um papel que não se

restringe a satisfazer o paladar dos consumidores.

A Virgin Media, empresa britânica de serviços para

TV, internet e telefonia, atribuiu uma outra função

ao popular derivado do leite, utilizando-o para

fabricar um outdoor de 20 metros quadrados. Para

lançar sua nova campanha, a organização produziu

a peça publicitária com 110 kg de mais de dez tipos

de queijos locais. O trabalho foi desenvolvido por

uma artista plástica (especialista em queijos Pru-

dence Staine), em um período de oito dias, com

a ajuda de mais 13 pessoas. A pergunta que fica:

será que depois de amargar com as intempéries do

tempo (sol e chuva), o Prudence Staine gigante não

começa a “exalar” propaganda negativa?

Perfil comportamental em 10 minutosComo encontrar o profissional ideal e desenvolver os pratas da casa?

A pergunta é uma constante no meio corporativo. Para encontrar respostas

e implantar soluções, as empresas buscam técnicas capazes de contribuir

com o processo seletivo, além de viabilizar a capacitação de talentos da

equipe funcional. Uma das ferramentas que mais se destaca no mundo nos

departamentos de recursos humanos é o DISC, sendo utilizado por mais

de 45 milhões de pessoas de diferentes países e traduzida (e validada) em

mais de 25 idiomas. Ele emite, por exemplo, em menos de 10 minutos, o

perfil comportamental detalhado de um candidato a emprego. Após a apli-

cação, o mecanismo gera um relatório com mais de 60 páginas, apontando

pontos como forças e oportunidades, fatores motivadores, ambiente prefe-

rido, resposta diante de conflitos, tendências e necessidades, entre outros.

• Dominância – Comportamento orientado à ação, rápida solução de

problemas, tomada de decisões e assumir riscos.

• Influência – Comportamento orientado para pessoas, relações

interpessoais, com tendência a utilizar táticas de persuasão.

• Estabilidade – Comportamento orientado à colaboração, manter o

equilíbrio e a harmonia em um ambiente seguro.

• Cautela – Comportamento orientado à investigação de dados e

informação, à precisão e à qualidade do desempenho próprio e alheio.

O que ele permiteO DISC possibilita compreender rapidamente preferências de compor-

tamento no trabalho, por meio de quatro tendências básicas:

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t r a b a l h o

Programas de trainee na mira dos jovens Sair da faculdade empregado é um sonho para o jovem recém-formado – desejo que se justifica pelas

taxas de desemprego neste segmento etário. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar

(PNAD), o índice de desemprego no Brasil alcança 8,3%, sendo que 16,6% dos desempregados estão

no grupo de pessoas com idades de 18 a 24 anos. Por isso, os programas de trainees são uma referência

para estudantes universitários. Para 46% dos acadêmicos, ser um trainee é fundamental. O percentual

resulta de uma pesquisa da agência Namosca, que colheu as informações com 729 estudantes das principais universidades do país.

Dos entrevistados, de 18 a 25 anos, 65% objetivam atuar em uma organização sólida, de marca bem conceituada. Os programas,

destinados a recém-graduados, têm três anos de duração, incluindo treinamentos, cursos e salários que podem chegar a R$ 4 mil.

morguefile.com

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 33

negócios

o n l i n e

t r i b u t o s

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Empresas interligadas com as redes sociais Uma pesquisa do Instituto Brasileiro

de Inteligência de Mercado (Ibramerc)

aponta que 65% das empresas apostam

nas redes sociais. No entanto, apenas

7% consideram as novas mídias

imprescindíveis para os seus negócios.

A maioria (47,9%) encara a adesão às

comunidades online como uma iniciativa

desejável. “Apesar de as redes sociais

estarem num patamar de alta utilização

pelas empresas, elas ainda são vistas

como um canal complementar. Ou seja,

todos entendem como um meio de

comunicação muito importante, mas

não fundamental. Boa parte dos adeptos

ainda está em fase de teste, buscando

entender como isso realmente pode

agregar ao seu negócio”, acrescenta

Richard Lowenthal, diretor-executivo do

Ibramerc. As vedetes entre as empresas

são: Twitter (84%), YouTube (62%) e

Facebook (61%).

mais

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Fusões e aquisições em alta no BrasilNos nove primeiros meses de 2010, houve um crescimento de 68% no número

de fusões e aquisições no país. Conforme pesquisa da KPMG, foram realizadas

531 operações. Do total, as negociações lideradas por empresas do Brasil

representaram 61%, seguindo a seguinte classificação: 244 domésticas (brasileira

comprando brasileira), 52 CB2 (brasileira comprando estrangeira no exterior)

e 27 CB3 (brasileira adquirindo estrangeira sediada no Brasil). Ao analisar por

tipo de negócio, a KPMG observou que se destacaram no terceiro trimestre os

setores de tecnologia da informação, alimentos, bebidas e fumo, prestadoras de

serviços, instituições de ensino, instituições financeiras e varejo, além do segmento

imobiliário e de metalurgia e siderurgia.

Empresas aprovam a NF-e A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) conquistou uma parcela expressiva de empresários no Brasil. Pesquisa da WK Sistemas, da cidade

catarinense de Blumenau, respondida por 691 empresas de 23 estados brasileiros, constatou que 90% são a favor da implantação do

documento online. O estudo ainda apontou que a maior parte das organizações (74%) prefere utilizar sistemas de NF-e desenvolvi-

dos por empreendimentos especializados neste setor, enquanto que 26% optam por fazer sistemas internamente. Do montante dos

entrevistados, 50% já estão obrigadas a implantar a NF-e, 23% figuram na lista dos que deverão usá-la no futuro, 26% não serão obri-

gadas e 10% não informaram. Para Estanislau Mário Balzan, diretor de Marketing da WK, o resultado não surpreendeu. “De um modo

geral, a Nota Fiscal Eletrônica é bem vista pelas empresas. De um lado, essa aprovação se dá pela agilidade nas transações comerciais.

De outro, a tributação eletrônica beneficia os negócios que agem dentro da lei, pois dificulta a ação de sonegadores”, assinala.

Mais spam no mercadoJunto às milhares de correspondências online que chegam diariamente aparece

outro tanto de lixo virtual. Inconveniente e perigoso, o chamado spam aumentou a

sua incidência entre os usuários de e-mails do país. Nos últimos 12 meses, conforme

pesquisa da Inova Tecnologia, ocorreu um incremento na quantidade de mensagens

do gênero recebidas por 41% dos participantes da entrevista. As redes sociais deram

uma mãozinha e se incorporaram às estratégias

dos spammers. Nada menos que 73,5% dos

brasileiros afirmam receber spam relacionado

às ditas páginas de relacionamento da web.

Metade dos usuários afirmam ter dificuldade

de identificar o conteúdo indesejado, levando

alguns a responder inadvertidamente àqueles

de caráter malicioso e, consequentemente,

a abrir margem para vírus e fraudes diversas,

inclusive financeiras.

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armáciasF

Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6734

m pouco mais de um ano duas re-soluções publicadas pela Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa) trou-xeram mudanças ao setor de farmácias. A RDC 44, de agosto de 2009, aborda as Boas Práticas Farmacêuticas para o con-trole sanitário do funcionamento, dispen-sação e comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Já a norma 44, de outubro de 2010, dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos.

Segundo Paulo Roberto Kopschina, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Rio Grande do Sul (Sinprofar-RS), as adaptações geradas pela resolução do ano passado já foram feitas, enquanto as novidades impostas pela RDC 44/2010 estão em andamento. Em relação à nor-ma mais recente, Kopschina explica que o texto fala sobre a proibição da venda de antibióticos sem prescrição médica.

O tema entrou em discussão em 2009, quando houve uma consulta pública. Naquele momento foi examinada a possibilidade – desejada pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa – de os anti-bióticos passarem a ser controlados, ou seja, para adquiri-los seria preciso ter receita médica, retida pelas farmácias e lançada em um controle especial.

Recentemente o assunto voltou a de-bate, desta vez na mídia, devido à ocor-rência de superbactérias em hospitais. “O uso de antibióticos de forma indiscrimi-nada acaba aumentando a possibilidade de essas superbactérias virarem epidemia. Hoje essas substâncias antimicrobianas estão causando muitos problemas na saúde pública, principalmente dentro dos hospitais, como a infecção hospitalar”, elucida o presidente do Sinprofar-RS.

Noventa e três princípios ativos pas-sam a ser controlados no dia 28 de novem-bro. A partir desta data, para a compra de antibióticos cuja substância está entre

E

AdAptAçõesno setor farmacêuticoResoluções publicadas pela Anvisa determinaram mudanças de diferentes âmbitos nas

farmácias e drogarias brasileiras. Duas das normas abordam desde as Boas Práticas

Farmacêuticas à obrigação de retenção de receita para a venda de antimicrobianos

as 93 estipuladas, é necessário ter receita especial em duas vias e a farmácia e/ou drogaria terá que reter esta receita. “Não somos contra, mas estamos alertando o governo federal sobre os problemas que virão desta RDC: queremos ter o mesmo benefício que teve a indústria, que rece-beu 180 dias para colocar em prática esta nova determinação – nós temos 30 dias. O justo seria termos o mesmo prazo.”

Leonor Moura, farmacêutica do Apo -io Técnico Farmacêutico da Panvel, afir-ma que desde a publicação da norma, em 25 de outubro, a rede começou a se preparar. “Já passamos orientação para as lojas separarem os produtos e fazerem um agrupamento de todos os itens em uma mesma prateleira, para que haja um con-trole mais eficaz.” Leonor ressalta que até agora ainda não surgiram dificuldades na aplicação da resolução. “A determinação é importante porque irá controlar o consu-mo desses remédios, pois existia mesmo a compra indiscriminada de antibióticos.”

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 35

BoAs práticAsA RDC 44/2009 estabeleceu os crité-

rios e condições mínimas para o cumpri-mento das Boas Práticas Farmacêuticas. O texto de dez páginas aborda questões como infraestrutura, capacitação de profissionais, aquisição, recebimento, armazenamento e exposição de produ-tos. Fala também sobre documentações e serviços farmacêuticos.

De acordo com Leonor, da Panvel, uma das grandes mudanças foi a retira-da dos medicamentos isentos de tarja – aqueles que não precisam de prescrição médica – da frente das lojas. A norma restringiu o número de produtos que fi-cam à frente do balcão, de fácil acesso aos consumidores. “Fizemos a mudança de layout nas lojas e deixamos na frente somente os medicamentos que a RDC permite, como os fitoterápicos, dermato-

Lúci

a Si

mon

lógicos e os medicamentos de notificação simplificada.” Esta orientação, analisa a farmacêutica, mudou bastante o formato anterior das lojas.

Outra novidade estipulada pela nor-ma e que, conforme Leonor, merece destaque é o aumento do número de ser-viços farmacêuticos que as lojas podem fazer, como a medição de glicose capilar, parâmetros fisiológicos (pressão e tempe-ratura), colocação de brincos e aplicação de medicamentos injetáveis. A resolução, no artigo 68, dispõe ainda sobre a aten-ção farmacêutica domiciliar.

A RDC 44/2009 determinou que só podem ser comercializados em farmácias produtos que visam à saúde. “A resolu-ção fez com que todas as empresas do segmento trabalhem com os mesmos ti-pos de produtos, deu um alinhamento ao setor”, argumenta Leonor. Segundo ela,

a Panvel encara as duas normas de for-ma positiva. “Existia uma concorrência desleal, porque algumas empresas traba-lhavam com diferentes produtos. É bom também por bloquear a automedicação irresponsável.”

As farmácias e drogarias tiveram o prazo de seis meses – a partir de agosto do ano passado – para promover as ade-quações necessárias ao cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas. O descum-primento da RDC nº 44/09 configura infração à legislação sanitária federal, es-tando o estabelecimento sujeito ao paga-mento de multas, cujo valor pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. As penalida-des incluem ainda apreensão ou interdição de mercadorias e até o cancelamento do alvará de funcionamento do estabeleci-mento comercial, sem prejuízo das respon-sabilidades civil e penal cabíveis.

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liente OcultoC

Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 6736

ma espécie de Sherlock Hol-mes. Assim atua o chamado Cliente Oculto. Ele entra no universo de quem consome, a fim de entender comporta-mentos, anseios e o que o varejo pre-

cisa para qualificar o seu atendimento. Trata-se de incumbir alguém do papel de shopper com a missão de esmiuçar as boas práticas e identificar as ruins. De-pois de ter a mensuração de resultados

U

Ferramenta para avaliar pontos como o atendimento e contribuir como matéria-prima

na elaboração de um projeto de melhorias, a técnica Cliente Oculto já foi incorporada

por empresas gaúchas preocupadas em qualificar os seus processos

nas mãos, o varejista pode elaborar um plano de ação para suprir necessidades pontuais. Uma estratégia com contri-buições importantes em uma conjun-tura balizada pela excelência em que conhecer o público consumidor nun-ca é demais.

Suzana Carvalho, psicóloga e dire-tora da Rhode e Carvalho Diagnóstico e Pesquisa, explica que Cliente Oculto é uma técnica de pesquisa com viés qua-litativo e quantitativo. A mesma leva em conta a percepção de uma pessoa que se “infiltra” entre o público consu-midor, vivencia todos os momentos da venda de um produto ou serviço. São avaliadas, por exemplo, questões como a forma que a equipe procede ao atender e se o grupo cumpre o treinamento pro-posto pelo lojista. Todo o trabalho é pré-combinado com a empresa contratante e procura não retratar a opinião pessoal

os mistérios do consumidor Solução Para

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Para Flávio Conrad, presidente da Restaura Jeans , o resultado da técnica é visto nas vendas

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 37

Após preparar as ferramentas da pesquisa, capacitar a equipe, estipular objetivos e ir a campo, o próximo passo refere-se à elaboração de um relatório com o diagnóstico dos acertos e falhas para que o gestor consiga deliberar ini-ciativas de progresso para o seu negócio. Em razão da sua relevância na adoção de medidas em âmbito organizacional, os dados levantados quantificam e não apenas qualificam. “Isso impede que se retratem impressões parciais. Ao julgar o critério simpatia, o conceito varia de pessoa para pessoa. Para alguns, signifi-ca olhar e sorrir. Há quem pense dife-rente”, complementa Suzana.

Vaga Para inVeStigadorComo selecionar este “investiga-

dor” que circulará pelo comércio em busca de respostas para as dúvidas do varejo e prestadores de serviços? É fundamental ter formação acadêmica? Conforme a consultora, tudo depende da atividade econômica que se objetiva

do profissional encarregado de executar o estudo. Em outras palavras, os resulta-dos apresentados são norteados por fatos e relatos presenciados. “É uma das úni-cas metodologias em que se vê o dentro e o fora do empreendimento”, ressalta.

o que focar?Para dar um caráter menos subje-

tivo, a jornada do “cliente misterioso”

deve ser conduzida por um check-list, composto por itens a serem acurados durante o processo. Geralmente esta re-lação acontece em cima de um padrão já estabelecido pelo varejista. Quando não há um parâmetro, a consultoria chamada para encarar a empreitada define um modelo para não correr o ris-co de sair sem direção e, consequente-mente, evitar análises discrepantes.

Misteriosas, mas preciosasAs avaliações do cliente oculto servem para

qualquer atividade econômica que requeira

o contato entre cliente e fornecedor. Mas

para que elas servem?

Para desenvolver pesquisa de satisfação

Realizar benchmarking com

concorrentes (comparação de padrões

de atendimento)

Reforço e verificação dos resultados

de campanhas promocionais (examinar

o merchandising, ou seja, as ações e

recursos usados em pontos de venda

para influenciar a decisão de compra)

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liente OcultoC

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apreciar. “No caso de um supermerca-do, pode ser qualquer pessoa, desde que ela tenha um mínimo de instrução. Se é para comprar um carro de luxo, o perfil do cliente oculto deve fechar com o de alguém que de fato dispõe de potencial para a tal aquisição”, exemplifica.

Com sede em Porto Alegre, a Rho-de e Carvalho Diagnóstico e Pesquisa recruta clientes ocultos em variadas re-giões do país através de currículos, en-trevistas ao vivo ou por telefone. “Fa-zemos testes, qualificação de pessoal e repassamos as instruções referentes ao check-list. Solicitamos a apresentação do cartão da loja para comprovar que os profissionais selecionados estiveram no dia e na hora alegada, conferindo segurança aos procedimentos.”

na PráticaAlguns empreendimentos gaúchos

já incorporaram a ideia. A Barriga Ver-de, rede varejista voltada para o seg-mento de confecção bebê e infantil, aderiu à proposta, utilizando “deteti-ves” para captar aquilo que os gesto-res não têm condições de observar. A empresa conta com o respaldo de uma consultoria e os pontos avaliados foram determinados a partir do seu padrão de atendimento. Cada unidade recebe três visitas de clientes ocultos por ano. Mensalmente são encaminhados para os franqueados os dados computados pela pesquisa correspondente ao seu estabelecimento. “O gerente expõe os resultados à equipe com o propósito de promover planos de melhorias naque-les tópicos que ficaram abaixo da média definida. As experiências positivas são compartilhadas e premiadas com brin-

des”, afirma Flórence Diedrich, da área de Valor Humano da companhia.

A Restaura Jeans em 2008 imple-mentou o método para elevar os níveis de qualidade no atendimento. De quatro em quatro meses, os clientes ocultos vi-sitam as franquias e investigam 15 itens. “No início, os franqueados se mostraram desconfiados. Mas explicamos que a ini-ciativa não visava a supervisionar, mas a conhecer o que necessitávamos fazer para melhorar”, enfatiza Flávio Con-rad, diretor-presidente da organização, com mais de 200 lojas, entre franquias e pontos licenciados, espalhados por 11 estados brasileiros. Os números revelam que a estratégia deu certo. Na primeira aplicação, houve 68% de aprovação dos quesitos avaliados, e, no ano passado, 80%. Um crescimento percentual que sinaliza o êxito do projeto. “Percebemos um incremento nas vendas. Há casos de

loja que mudou todo o conceito baseado na pesquisa, com um aumento de 35% no faturamento.”

ação SiStematizadaSuzana Carvalho, da Rhode e Car-

valho Diagnóstico e Pesquisa, acon-selha os empresários interessados em apostar na metodologia a mantê-la sis-tematicamente. A periodicidade per-mite ver se ocorreu ou não evolução. É um movimento contínuo que deve ser aperfeiçoado. Outra dica é que em-presas com filiais, na medida do pos-sível, estendam a ação para todas as unidades, aproveitando na totalidade as informações colhidas. Isso porque o cliente oculto não se restringe a uma simulação, pois revela uma situação real. “Sem dúvida, é uma ferramenta maravilhosa para o desenvolvimento de treinamentos”, conclui.

Por onde começarNão dá para sair sem um norte. Aplicar a técnica de pesquisa do Cliente Oculto

exige que se trace um caminho de referência para desenvolver o processo de

forma eficaz e ágil. Vale cumprir quatro fases distribuídas nas seguintes etapas:

Preparação: Levantar os objetivos da pesquisa, definir os processos de

atendimento a serem avaliados, identificar os momentos da verdade e os

atributos dos clientes para cada processo, desenhar os ciclos de serviço

(processo de atendimento), preparar o roteiro de avaliação e selecionar e

preparar a equipe de avaliadores

aplicação: utilização do serviço, exercitando o atendimento (avaliação dos

processos pelo Cliente Oculto)

Relatório: Elaborar o relatório de cada avaliação realizada pelo Cliente Oculto

e apresentar os indicadores de satisfação e nível de qualidade dos serviços,

entre outros quesitos avaliados

Plano de melhorias: Apresentação do relatório consolidado, planejamento

de ações, acompanhamento da implantação de melhorias e treinamento do

pessoal de atendimento

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lossárioG

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esenvolvido de forma inte-grada entre a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda dos Estados – a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2006, de 10/11/2006 –, e coordenado pelo Encontro Nacional de Coordenadores e Administrado-res Tributários Estaduais (Encat), o projeto Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) tem como objetivo a alteração do sistema de emissão de conhecimento de transporte em pa-pel – utilizado atualmente – por uma versão eletrônica, que possui validade jurídica para todos os fins.

A alteração do modelo atual, que inclui serviços de transporte interes-tadual e intermunicipal, garantirá a redução de custos, simplificação das obrigações acessórias dos contribuintes e permitirá ao Fisco o acompanhamen-to em tempo real das operações comer-ciais. O documento, que é emitido e armazenado eletronicamente, se refere à prestação de serviço de transporte de

cargas e a validade jurídica é garantida por meio da assinatura digital do emi-tente e autorização de uso.

O CT-e foi instituído pelo Ajuste SINIEF 09/07, de 25/10/2007, que au-torizou a substituição dos documentos fiscais: Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas (modelo 8); Co-nhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas (modelo 9); Conhecimento Aéreo (modelo 10); Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas (modelo 11); Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas (modelo 27); Nota Fiscal de Servi-ço de Transporte (modelo 7), quan-do utilizada em transporte de cargas. O CT-e também poderá ser utilizado como documento fiscal eletrônico no transporte dutoviário e, futuramente, nos transportes multimodais.

Rio GRande do SulImplantado no ambiente de pro-

dução em março de 2009 pelas em-

d

tRanSpoRte de cargas com fisco tecnológico

presas TNT Mercúrio e Transporta-dora Americana, o propósito inicial era familiarizar as demais empresas com algumas das características e funcionalidades do projeto. Desde então, o Estado ultrapassou a marca de 1 milhão de documentos emitidos; apenas em agosto foram lançados 100 mil. Além de atender os contribuintes gaúchos, a Sefaz Virtual acolhe ain-da outros 12 estados. Mais informa-ções em www.cte.fazenda.gov.br ou em www.sefaz.rs.gov.br

Com o propósito de garantir mais eficiência e menos custos aos controles fiscais,

tem sido adotado no país o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), uma

espécie de Nota Fiscal Eletrônica do transporte interestadual e intermunicipal

Brasil tecnológicoNo país, os seguintes estados já

possuem CT-e:

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Minas Gerais

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

São Paulo

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á cinco anos a santista Caroli-na Furriela voltou sua atenção exclusiva aos esportes. Hoje, aos 20, vive a prática esportiva 24 horas por dia. Com tanta dedicação, o resultado não poderia ter menos êxito. Em 2009 ela participou da etapa gaúcha do Circuito Nacional – Sesc Triathlon e saiu vencedora na categoria Elite. “Fechei o ano com ouro. Foi mui-

to especial, inclusive porque a Sandra Soldan estava presente – uma das três maiores triatletas brasileiras, ficou com a medalha de prata na competição”, co-memora Carolina.

O primeiro esporte de Carolina foi a natação, praticada ainda em São Paulo. Depois das primeiras provas de natação, começou a correr e passou a disputar as

H

TriaThlon Etapa gaúcha do Circuito Nacional – Sesc Triathlon acontece no dia 12 de

dezembro em Tramandaí. Dividida em seis categorias, a competição garante uma

das maiores premiações da modalidade no país

provas de biathlon. “Em seguida com-prei a bicicleta e passei a me dedicar ao triathlon.” Aos 17 anos a jovem come-çou a competir como profissional e atu-almente é uma promessa para os jogos Olímpicos do Rio 2016. Há cinco meses Carolina se mudou para Campinas para focar toda a sua atenção nos treinos e, aliado a isso, vem participando de provas internacionais para ganhar experiência.

Frank Silvestrin, que ficou em terceiro lugar na categoria Elite na etapa gaúcha do ano passado, também tem no esporte suas horas de trabalho e lazer. Na última edição, Silvestrin alcançou seu melhor resultado nas provas do Sesc. “Nunca tive muita sorte nessas competições, sem-pre acontece algum imprevisto. Mas ano passado deu tudo certo.”

Antes de passar para o profissional, em 2007, Silvestrin foi campeão Co-merciário em Porto Alegre. O atleta, que está em 17º lugar no Ranking Bra-sileiro de Triathlon, se aproximou do esporte em 1998 por incentivo de um

nacional no litoral do Rio Grande

Frank Silvestrin tem boas expectativas para a prova

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 41

professor da escola. “Praticava natação quando criança, depois comecei a par-ticipar das provas de corrida do colégio e já gostava de bicicleta”, explica.

Competindo como amador, Frank Silvestrin foi vencendo competições até entrar para a Elite. Em 2005 ganhou a competição estadual, foi por três vezes campeão gaúcho e eleito nos últimos dois anos como melhor atleta gaúcho. Hoje, aos 28 anos, quando não está treinando ele atua como professor de educação fí-sica e treinador da maior equipe de Tria-thlon do Estado. “Isso faz com que meu lado atleta não fique tão pesado. Tenho uma paixão muito grande pelo esporte e vivo isso diariamente.”

CirCuiTo naCionalA etapa gaúcha do Circuito Nacio-

nal – Sesc Triathlon acontece em Tra-mandaí no dia 12 de dezembro. Este é o segundo ano em que a prova é realizada no município. Na natação, os atletas da categoria faixa etária percorrerão 1 km, e os do grupo de elite, 1,5 km. Já no ci-clismo, os participantes por faixa etária devem cumprir um percurso de 20 km e os da Elite, 40 km. Na corrida, o trajeto será de 5 km para os concorrentes por faixa etária e de 10 km para a Elite. A premiação varia de R$ 500 a R$ 5 mil, conforme a categoria.

Silvestrin destaca que durante a prova do ano passado os competidores sofreram com o vento forte na etapa final. “O ciclismo é na beira-mar”, elu-cida. Para ele, o ciclismo pode fazer a diferença nesta prova, enquanto o calor na corrida pode definir o resultado. “A natação é fácil e boa.” Já Carolina Fur-riela, a campeã de 2009, destaca a na-

tação. “Quem sai bem consegue chegar a uma boa colocação.” Ambos têm boas expectativas para a prova deste ano.

As inscrições podem ser feitas nas Unidades Operacionais do Sesc-RS de todo o Estado e encerram-se no dia 7 de dezembro. A confirmação será fei-ta após o envio do comprovante de pagamento com o respectivo nome do atleta, cópia do CPF, via fax, no prazo máximo de um dia útil. Não havendo

o envio do comprovante de pagamento bancário, sua inscrição será automati-camente cancelada. Os valores variam de isento para pessoas portadoras de deficiências a R$ 100 para Elite. Inicial-mente serão aceitas as 500 primeiras inscrições; na ficha deve ser anexada cópia do CPF (em caso de menor que não possua CPF, anexar CPF dos pais). Outras informações podem ser obtidas no site www.sesc-rs.com.br/triathlon.

CategoriasA etapa gaúcha do Circuito Nacional – Sesc Triathlon, que acontece em

Tramandaí, no dia 12 de dezembro, engloba as seguintes categorias:

1. Elite: Masculino e feminino, a partir de 16 anos de idade, categoria única.

2. Faixa Etária: Masculino: 16/17 -18/19 - 20/24 - 25/29 - 30/34 - 35/39 - 40/44 -

45/49 - 50/54 - 55/59 - 60 anos em diante. Mountain Bike: 16/19 - 20/29 - 30/39 -

40 anos em diante./Feminino: 16/17 -18/19 - 20/24 - 25/29 - 30/34 - 35/39 - 40/44

- 45/49 – 50/59 - 60 anos em diante. Mountain Bike: 16/24 e 25 anos em diante.

3. Revezamento livre: 14 anos ou mais, masculino e feminino

4. Comerciários e dependentes: Masculino: 16/19 - 20/29 - 30/39 - 40 anos em

diante./ Feminino: 16/24 e 25 anos em diante.

5. Revezamento comerciário: 14 anos ou mais, masculino e feminino

6. Pessoa portadora de deficiências (PPD): 16 anos ou mais, masculino e feminino

Carolina Furriel dedica tempo integral ao Triathlon

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pesar de ser temporada de férias, o verão também pode ser um pe-ríodo intenso de estudo. Isso porque os meses de dezembro e janeiro, em geral, são os escolhidos pelas Instituições de Ensino Superior em todo o país para a realização de provas do vestibular. Con-quistar uma vaga em um curso superior não é apenas resultado de muita dedi-cação, mas também a garantia de um futuro melhor.

O processo seletivo 2011/1 do Senac já está com as inscrições abertas. Até o dia 3 de dezembro, os candidatos podem se inscrever nas seguintes áreas de ensi-no: Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Produção Cultural e Design e Gestão e Negócio. A prova úni-ca de redação acontece no dia 5 de de-zembro, das 14h às 17h. Através do site (www.senacrs.com.br/vestibular), os fu-turos alunos podem conferir, entre outras

A

vestibular para garantir a carreira

informações, dicas para a redação, como estrutura e expressão linguística.

Ao todo, serão 1.110 vagas para os nove cursos superiores da entidade no Estado. Além de Porto Alegre, a prova também acontece nas Faculdades Senac de Pelotas e Passo Fundo. A primeira disponibiliza 350 vagas para os cursos superiores de Tecnologia em Marketing; Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Redes de Computadores e Processos Ge-renciais. Em Passo Fundo, serão 50 vagas para o curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Outra ca-racterística do vestibular Senac é a soli-dariedade. O valor arrecadado a partir da taxa de inscrição (R$ 15) será revertido para o programa Mesa Brasil do Sesc-RS.

De acordo com a gerente do Ensino Superior do Senac-RS, Fabiane Francis-cone, o fato de ser uma prova unificada é um dos diferenciais do vestibular Senac. Em Porto Alegre, Pelotas ou Passo Fundo, os candidatos escolhem um entre os três temas de redação propostos. Até o início

As Faculdades do Senac-RS estão com as inscrições abertas para o processo seletivo

2011/1. Os candidatos têm até o dia 3 de dezembro para escolher entre os cursos que

levam ao futuro profissional. A prova será realizada no dia 5 de dezembro

Jeangrei Veiga pensa em investir na pós-graduação

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de novembro, a seleção já contava com 914 inscritos. O curso mais procurado é o de Análise e Desenvolvimento de Siste-mas. “Por ser um curso relacionado à área de Informática e Tecnologia da Infor-mação, é um segmento com constante demanda de profissionais. Mais de 90% dos alunos conseguem oportunidade de emprego ainda durante o curso”, afirma Fabiane. Ela também destaca a impor-tância dos cursos de tecnologia. “São cursos de menor duração, porém igual-mente reconhecidos. Os cursos tecnó-logos também são cursos de graduação, e o mercado tem absorvido com muita satisfação estes profissionais.”

Em Porto Alegre, a Faculdade de Tecnologia Senac-RS oferece sete cursos superiores: Análise e Desen-volvimento de Sistemas; Marketing; Hotelaria; Gestão Financeira; Gestão de Recursos Humanos; Redes de Com-putadores e Design em Moda, os quais representam 610 vagas, com turmas nos turnos da manhã, tarde e noite. Já na Faculdade Senac-RS, também na ca-pital, são disponibilizadas 100 vagas – 50 matutinas e 50 noturnas – para o curso de bacharelado em Administração. Dio-go Freitas Batista, 23 anos, está entre os candidatos inscritos para esse curso. “Já havia começado em outra faculdade, mas nunca concluí. Vi no Senac uma nova oportunidade”, afirma, lembrando que a sede da Faculdade está localizada próxima ao trabalho. Há cinco anos no setor administrativo da Livraria Pauli-nas, ele pretende agregar conhecimento na área comercial.

A lista dos candidatos aprovados no vestibular será divulgada no dia 6 de dezembro, a partir das 8h. Mais

informações sobre o processo seletivo podem ser encontradas no site www.se-nacrs.com.br/vestibular ou diretamente nas Faculdades.

experiências e recordações

Para a supervisora do cartão Hiper-card, Cláudia Natalí Leite Bandeira, o profissional deve estar sempre atualiza-do com o cenário em que atua. Ex-aluna do curso de Marketing da Faculdade de Tecnologia do Senac Pelotas, ela deci-diu participar da seleção através da in-dicação de um amigo. “O processo do vestibular foi tranquilo, mas no decor-rer do curso aprendi o que realmente estava sendo cobrado pelas empresas, proporcionando-me maturidade e de-senvolvimento tanto profissional como pessoal”, ressalta Cláudia. No intuito de acompanhar o ritmo do mercado, ela optou por dar continuidade aos es-tudos. Hoje, Cláudia é aluna do curso de pós-graduação em Gestão Integrada do Capital Intelectual, também na Fa-culdade de Tecnologia Senac Pelotas.

Em Passo Fundo, o coordenador de Equipes de Desenvolvimento de Soft-ware, Jeangrei Emanuelli Veiga, guarda com carinho a experiência do vestibular. “Lembro até hoje meu nome em sétimo lugar, entre os quase 55 selecionados.” Um dos atrativos para a realização da prova foi a grade curricular do curso, destacada por Veiga como “de acordo com a realidade atual do mercado de tra-balho”. Ex-aluno do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Facul-dade de Tecnologia Senac Passo Fundo, ele também escolheu o Senac para pós-graduação. Em 2009, concluiu o curso de Análise e Desenvolvimento de Aplica-ções Corporativas Orientados a Objetos e hoje está na segunda pós-graduação, em Gerenciamento de Projetos.

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nfluenciado diretamente pelos hábi-tos dos consumidores, o varejo não é um conceito fixo; para atender aos anseios e necessidades de clientes que mudam quase tão rápido como a velocidade da luz é preciso praticamente prever o futuro. Para colocar mais informações à disposição do mercado, empresas se dedicam a detalhar as tendências para o varejo mundial. Um destes estudos é o Retail Future Report, que integra o LS:N Global Trend Briefing Dossiers, do portal The Future Laboratory. No Brasil, o portal é representado pela Voltage.

Para Paulo Al-Assal, diretor-geral da Voltage, o levantamento é um im-portante instrumento para nortear in-vestimentos na construção e gestão de marcas, garantindo um entendimento mais próximo aos anseios e aspirações do consumidor. Na prática, as informa-ções apontadas pelo estudo demons-

tram que o mercado está em uma fase de transição. Contudo, algumas ques-tões que vêm sendo discutidas há um

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Para onde caminha o varejo mundial? As respostas para uma pergunta tão complexa

são importantes inclusive para definir pontos práticos, como os investimentos das

empresas. Conhecer detalhes deste rumo pode ser decisivo

ou dois anos seguem em pauta, como o crescimento do gigante chinês e os res-quícios da crise econômica de 2008.

Em relação à China, o dossiê apon-ta que grandes companhias europeias e norte-americanas estão cientes da ex-pansão do país asiático e, por isso, estão fazendo grandes investimentos ao abrir lojas por lá. De certa forma, o Brasil já se beneficia desta realidade por meio da importação de produtos chineses e exportação de matérias-primas. No en-tanto, na opinião de Al-Assal, o Brasil ainda está limitado à questão dos pro-dutos baratos da China. “Ainda não conhecemos o que eles têm a oferecer ao mundo em termos de produtos com valores agregados mais altos, como cos-méticos e moda. Empresas como Car-refour, Tommy Hilfiger e Walmart já estão expandindo para lá. Por que não alguma marca brasileira?”

a um novo varejo mundialEm dirEção

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Paulo al-assal, diretor-geral da voltage, ressalta 18 macrotendências

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 45

perarem”. Para isso, o papel da classe média é fundamental. “O que vimos nos países do BRIC foi o crescimento dessas classes médias e um aumento significativo no consumo, já que a es-tabilidade relativa permitiu um melhor planejamento familiar.”

rumosO Retail Future Report detalha

uma série de mudanças que vem ocor-rendo no varejo mundial; delas, con-forme o diretor-geral da Voltage, 18 ma-crotendências (veja quadro na página 46) merecem destaque. A busca pela con-veniência, por exemplo, é ressaltada. “A conveniência é um dos pontos mais

Enquanto no Brasil a crise econômi-ca de 2008 é um assunto praticamente enterrado, na Europa o tema ainda re-percute e de forma bastante amarga. O que se vê hoje é a recuperação de uma crise de proporções gigantescas, princi-palmente nos países europeus e nos Es-tados Unidos. “O varejo mostra sinais de recuperação na maioria deles, porém ainda estamos com uma luz amarela de alerta; não acho que tudo tenha passa-do”, alerta o diretor-geral da Voltage.

Uma preocupação bastante desta-cada no estudo se refere à situação fi-nanceira dos PIIGS – Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Estes países possuem as finanças públicas mais fracas

do velho continente, devendo para ou-tras nações. Diante da impossibilidade de pagar seus débitos com os vizinhos, toda a Europa entraria em colapso. O Brasil, por outro lado, junto aos outros países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), vai continuar em franco cresci-mento inclusive em índices de consu-mo, devido, principalmente, à ascensão das classes médias que aumentaram seu poder de consumo.

Al-Assal acredita que chegou a vez dos países em desenvolvimento, “mas é preciso cautela, pois nossas economias dependem muito dos países desenvol-vidos, ou seja, cresceremos ainda mais se as economias desses países se recu-

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endênciasT

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importantes desse relatório. As pessoas estão cansadas de tantos estímulos, tan-tas escolhas, trânsito, falta de tempo. Por isso, a praticidade e a conveniência são fundamentais hoje em dia. Temos que, como marcas, facilitar a vida das pessoas, e não complicar!”, alerta.

Nesta onda de conveniência, as lo-jas gigantes devem dar, cada vez mais, espaço às pequenas. “Os hipermercados virarão lojas de bairro ou pelo menos te-rão que se repensar, pois ninguém tem mais tempo para fazer compras como se fazia antigamente.”

A transparência e ética aparecem como tendências, associadas, em parte, à questão da sustentabilidade, tema que deve seguir com força. “Esse assunto terá ainda mais relevância para a Geração D, que vem em seguida a Y. A geração Y é muito discurso e pouca prática, já a D é nativa deste conceito de sustentabili-dade. O varejo terá que se adaptar ou correrá sérios riscos.”

Outro termo presente no estudo é: glocalisation. Segundo Al-Assal, gloca-lisation é um neologismo que mostra a tendência de empresas internacionais

pensarem localmente. “Por exemplo, o McDonald’s tem um hambúrguer espe-cial na Itália, um outro para a Índia e para o Canadá e assim por diante. Essa tendência é resultado da preocupação das pessoas com suas próprias comuni-dades, cidades e países. A Whole Foods Market tem um programa de incentivo aos produtores locais que mostra a pre-ocupação com essa tendências também. Existem muitos exemplos.”

A internet aparece como uma preo-cupação e, ao mesmo tempo, uma solu-ção. Nos EUA, o m-commerce vai cres-cer US$ 8,6 bilhões até 2014. Produtos vendidos via mobile crescerão 28% em 2010 de acordo com Mobile Entertain-ment Forum. O futuro do varejo também inclui transparência total, ética e os 3 Cs – Conversação, Colaboração e Criação –, que serão fundamentais para qual-quer marca. O mix entre o e-commerce e varejo físico (E-tailing e In-tailing) é o caminho mais certeiro a se seguir. Neste cenário, as empresas que mais devem se destacar nos próximos anos, de acordo com Al-Assal, são aquelas que usarem os 3 Cs e os 4 Es – Educação, Entreteni-mento, Eventos e Experiências.

BrasilO relatório destaca a participação

brasileira no mercado internacional. De acordo com o levantamento, de todas as economias em desenvolvimen-to, o Brasil é indiscutivelmente a mais excitante. A estabilidade do governo, a falta de surpresas no ambiente dos negócios e a força da classe média são algumas das razões. “Do ponto de vista do varejo, o país está ‘pegando fogo’, de acordo com a Delloite.”

o varejo de amanhãDe acordo com o levantamento elaborado pela The Future Laboratory, para a

próxima década o varejo mundial deve sofrer a influência de 18 macrotendências.

Consumidores buscando valores e valor agregado ou Alto Custo/Benefício

Brandstanding: Transparência e Ética

Praticidade

Conveniência

Etiquetas RFID: mais informação aos consumidores

Varejo Multicanal

Pre-tailing: testar antes de comprar, conhecimento antes da compra

App-tailing: uso criativo dos aplicativos para o varejo

E-tail e In-tail: mix entre o e-commerce e o varejo físico. Consumidores ainda não

confiam tanto apenas na internet e continuam buscando a experiência da compra

Edu-tail-ment: os 4 Es do varejo: Educação, Entretenimento, Eventos e Experiências

Glocalisation: multinacionais, mas com cultura local

3Cs: Conversação, Colaboração e Criação

Vasstige Consumption: frugalismo, alto custo/benefício e alto valor agregado.

m-commerce: mobile money market

Social Media Retailing/Blogtailing: uso das mídias sociais também pelo varejo

Magtailing: varejo deixa de lado os catálogos e se torna criador de conteúdo

Upmarket Vending: máquinas de vendas de produtos diferenciados e luxuosos

Super Service Culture: foco no serviço

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Rafael PandolfoConsultor tributarista da Fecomércio-RS

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Rafael PandolfoConsultor tributarista da Fecomércio-RS

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Aladim encontrou uma lâmpada mágica e dela saiu um gênio, que lhe concedeu três desejos. Pensei em solicitar que os pedidos pudessem ser subscritos pela Fecomércio-RS, mas desisti, por constatar que os mesmos, fe-lizmente, encontram-se contemplados pelo excelente Programa de Governo elaborado pela Unidade Popular.

Assim, para facilitar a difícil transformação dos projetos em realidade, tomo a liberdade de concretizar esses pleitos, atrelando-os ao respectivo ponto do Projeto de Governo apre-sentado à sociedade: I – simplificar e reduzir a carga tributária das micro e pequenas: a) o atual modelo de substituição tributária no RS penaliza as pequenas e microempresas, pois utiliza um instrumento de recolhimento ante-cipado (ICMS) que desconsidera o regime tri-butário das mesmas (Simples). A Fecomércio-RS, com a chancela das demais federações, empreendeu grande esforço na elaboração de um modelo para solucionar esse proble-ma, mas o assunto, infelizmente, foi tangen-ciado pelo último governo. b) diferencial de alíquota: o RS exige o recolhimento do di-ferencial de alíquota (ICMS) nas operações

interestaduais, mesmo nas mercadorias des-tinadas a optantes pelo Simples. Ao contrá-rio dos demais contribuintes (regime geral), que aproveitam o valor pago como crédito, para os pequenos contribuintes esse imposto vira custo, dificultando a concorrência com os grandes; II – aperfei çoar instrumentos de cobrança do estoque da dívida ativa: o Es-tado possui um esqueleto junto à sociedade (precatórios) e é titular de outro (estoque de dívida ativa).

O Programa Ajustar teve como grande mérito o reconhecimento do escandaloso des-compasso entre a Selic e os índices utilizados para atualização de débitos fiscais. Uma medi-da inteligente seria o lançamento de um pro-grama prevendo a compensação de parte dos débitos fiscais (correção e multa) com preca-tórios, parcelando-se o saldo remanescente.

O Estado ganharia três vezes: recuperaria um imposto “perdido” (principal), eliminaria uma obrigação futura (precatório) e liberaria a Procuradoria para que a mesma dedicasse mais tempo aos sonegadores. Enfim, deixemos Aladim entretido com as 1001 noites e vamos às mudanças de que o Rio Grande precisa.

A ladim e a lâmpada

“O Programa Ajustar teve como grande mérito o reconhecimento do

escandaloso descompasso entre a Selic e os índices utilizados para

atualização de débitos fiscais.”

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Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS

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Quando da eleição do presidente Lula para o seu primeiro mandato, era grande a expec-tativa da sociedade em torno das reclamadas reformas trabalhista e sindical. A classe empre-sarial, que há anos empunhava a bandeira da reforma trabalhista e que aplaudiu a proposta de flexibilização de direitos à época do governo FHC, demonstrava apreensão com os rumos que a questão trabalhista seguiria em um go-verno de trabalhadores, fortemente influencia-do pelo movimento sindical operário.

A criação do Fórum Nacional do Trabalho parecia uma forma de chancelar, através do carimbo da sociedade, propostas que seriam construídas conjuntamente pelas bancadas de trabalhadores e do governo, sem que a opinião empresarial fosse respeitada. Com o passar do tempo, as conclusões do Fórum viraram fuma-ça, a pressão empresarial e de trabalhadores pela reforma trabalhista diminuiu e a participa-ção das centrais na contribuição sindical aca-bou por sepultar as iniciativas de discussão de uma reforma sindical.

Com a eleição de um novo presidente, especulações sobre eventuais reformas, inclu-sive a trabalhista e sindical, voltarão a ocupar manchetes de jornais. Não nos parece que o

assunto será prioritário no novo governo, inde-pendentemente do novo inquilino do Planalto. As questões sindicais e trabalhistas continua-rão sendo tratadas de forma pontual. Nesta agenda, o movimento sindical empresarial do comércio deve priorizar a regulamentação da contribuição assistencial dos sindicatos econô-micos, fixada em assembleia geral e de natureza universal, atingindo, assim, todas as empresas, independentemente de serem ou não associa-dos, do porte, regime de tributação e condição de empregador.

Neste passo, pequenas modificações serão produzidas, sem que se tenha coragem de en-frentar a matéria de frente, com a necessária alteração do nosso modelo de proteção laboral. Precisamos construir um modelo equilibrado de relações trabalhistas e sindicais que prote-ja os trabalhadores e a empresa, valorando o exercício da liberdade de contratação indivi-dual e coletiva. Paralelamente impõe-se com-bater a precarização do trabalho decorrente da informalidade, com geração de novos e bons empregos através da desoneração da folha de pagamento, tendo como objetivo a inclusão e a proteção social do trabalhador. Terão os novos governantes coragem de mudar?

N ovo governo e as reformas trabalhista e sindical

“Precisamos construir um modelo equilibrado de relações trabalhistas e

sindicais que proteja os trabalhadores e a empresa, valorando o exercício da

liberdade de contratação individual e coletiva.”

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Bens & Serviços / Novembro 2010 / Edição 67 49

Mais Menos&EmprEEndEdorEs individuaisO Rio Grande do Sul formalizou

Empreendedores Individuais em quatro

dias, entre 18 e 21 de outubro.

Turismo aquEcido

de turistas estrangeiros deverão

desembarcar no Brasil até 2014, segundo

previsões do Instituto Brasileiro de

Turismo (Embratur).

décimo TErcEiroNa intenção de compras com o

décimo terceiro,

dos consumidores brasileiros pretendem

investir em eletroeletrônicos e

eletroportáteis, demonstra uma pesquisa

da Associação Nacional dos

Executivos de Finanças, Administração e

Contabilidade (Anefac).

dia das criançasEm 2010, as vendas para o Dia das

Crianças cresceram

na comparação com o ano

passado, conforme o Indicador

Serasa Experian.

nEgócios rEaisAs redes sociais influenciam as

decisões de compras de

dos internautas brasileiros, revela estudo

do Ibope Mídia, em uma pesquisa

que ouviu 8.561 entrevistados, em 11

capitais do país.

sEgmEnTo popular Em ascEnsãoAs classes C e D representam um

potencial de consumo de

aponta levantamento feito pelo Instituto

Data Popular.

políTicas EnErgéTicasEstudo da Agência Internacional de

Energia, divulgado no mês de novembro,

indicou que até 2030 chegarão a

os investimentos para mudar as políticas

energéticas e evitar danos irreparáveis ao

clima do planeta.

ranking do dEsEnvolvimEnToNo ranking mundial do desenvolvimento

(IDH), o índice brasileiro coloca o país na

posição, levando em conta

indicadores de desempenho em saúde,

educação e rendimento.

1.652

8 milhões

57%

12%,

25%

R$ 834 milhões,

US$ 11,6 trilhões

73ª

safra gordaA safra de grãos 2010/2011, em

fase de plantio, está projetada

para contabilizar

milhões de toneladas, segundo

estimativa da Companhia Nacional

de Abastecimento (Conab).

148,82

185

milhõEs dE brasilEirosO Brasil tem mais de

milhões de habitantes e a população

do Rio Grande do Sul já contabiliza

10,5 milhões de gaúchos, de acordo

com o levantamento do Censo 2010

até 31 de outubro.

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José Renato de Miranda Consultor da Fecomércio-RJ e do Sebrae-RJ

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A diferença entre empresa familiar e não-familiar não está só na força da emoção, mas também na ocupação diária das pessoas. São dois ambientes que absorvem praticamente todo o tempo das pessoas. Quando não estão nestes dois ambientes, volta e meia surgem assuntos ou fatos a eles ligados.

Numa empresa não familiar, os dois am-bientes existem separados, há interligação só nos bastidores. Na familiar, a ligação é dire-ta, constante, existe mistura quase total das vidas nos mesmos lugares. Na empresa não familiar há soma, na familiar há multiplica-ção de encontros, sentimentos, pensamentos e metas. Nela, entra o segundo e fortíssimo aspecto: esta multiplicada mistura é tempe-rada por ingredientes que geram oscilantes ações e reações dentro do ser humano: afe-to-dinheiro-poder-vaidade-profissão.

Nos setores varejista e de autopostos, pa-rentes se falam num corpo a corpo diário entre eles, equipes e clientes, sem distâncias ou divi-sórias, e com problemáticos períodos de falta de movimento. As relações ficam abertas, um entra no espaço do outro mesmo sem querer. Vale lembrar dos setores de origens mais sau-dosistas, como transporte coletivo, oficinas de veículos, gráficas, que nasceram de empreen-dedores intuitivos, de pouca formação educa-

cional, com notáveis jornadas de muito suor e longos expedientes, que se apaixonaram pelo que criaram – e não poderia ser diferente.

Empresa familiar tem inúmeras vantagens em cima dos concorrentes. Dos 300 grandes grupos brasileiros, 265 são familiares; entre pequenas e médias empresas, 85%. O suces-so começa quando os parentes afirmam: “Va-mos dar um rumo nas relações familiares na nossa empresa!”.

Enquanto não houver esta incisiva deci-são, será perder tempo, dinheiro e aumentar conflitos. A contratação de consultor, pra-ticada pela maioria das empresas familiares vitoriosas, será desperdício total. Por outro lado, se ocorrer a decisão de dar um rumo, titulares ganharão qualidade de vida e suces-sores garantia de futuro. Com tempo, crité-rio, deve-se elaborar programa de entrada para os novos e de saída para os antigos. Não é tarefa simples, daí a importância do consul-tor para ajuste da gestão e das relações.

Na empresa familiar, quando não se toma uma decisão a tempo, o dinheiro é mal gasto e, lá na frente, a família terá que se desfa-zer de bens para pagar dívidas da empresa. Consciência, decisões pra valer, estas têm a ver com a saúde, o bolso, o orgulho e o cora-ção de cada um.

V amos dar um rumo na nossa empresa familiar

“Na empresa familiar, quando não se toma uma decisão a tempo, o dinheiro é mal

gasto e a família terá que se desfazer de bens para pagar dívidas da empresa.”

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