Entrevista Vereadora Bianca Sampaio ao Jornal do Interior

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7 1º a 7 de junho de 2012 www.jornaldointerior.info [email protected] > Entrevista Entrevista ANUNCIE NO JORNAL DO INTERIOR [email protected] (24) 3355-0060 e confira toda semana a versão digital em www.jornaldointerior.info Bianca Diniz: “Idoso e criança tem que ser tratados com prioridade” Lutar a favor das mulheres. Esta é uma das principais bandei- ras de Bianca Diniz, 40, anos, que é vereadora de Porto Real, professo- ra e técnica em biblio- teconomia. Casada com o empresário No- rival Diniz e mãe de três filhos, foi eleita ao legislativo nas eleições de 2008 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e, desde então, se engajou na luta em defesa dos direitos das mulheres, principalmente no mu- nicípio de Porto Real. Atualmente é a presi- dente da legenda na ci- dade e membro do dire- tório estadual. Nesta entrevista ex- clusiva, a vereadora fa- la sobre o trabalho na luta pelos direitos das mulheres e sobre a Lei do estupro. JORNAL DO INTERIOR - BIANCA DINIZ - ção muito positiva. Acredito que somos multiplicadoras e encontros como esses são de grande valorização para a de- mocracia brasileira. Foram discutidos vários temas, como “Saúde da Mu- lher”, “Violência Doméstica”, “Participação da mulher na política”, “A Mulher no mer- cado de trabalho”, dentre ou- tros relacionados às questões de gênero. Esses temas foram abordados em mesas te- máticas que complemen- tou nossa capacitação. E respondendo a sua per- gunta, o Centro de Refe- rência da Mulher é uma proposta que te- nho defendido des- de o primeiro ano do meu manda- to e quero Re- centemente a senhora partici- pou de um encontro nacional do PSDB Mulher, qual sua ava- liação desse evento? Quais os temas mais impor- tantes que foram discutidos, e o que se pretende fazer, pelo menos em Porto Real para que essas propostas sejam co- locadas em prática? Uma avalia- que Porto Real o coloque em prática. A violência domésti- ca tem crescido e temos que criar ações/projetos preven- tivos e de acolhimento para essas mulheres. É um espaço onde realiza sistemática às mulheres. Elas são encaminhadas para psicólogas, advogadas e as- sistentes sociais capacitadas e preparadas para promover o atendimento integrado des- sas mulheres em situação vul- nerável de violência. Essas mulheres terão acolhimento, amparo e serão tratadas com respeito e carinho. Terão um atendimento digno. Tenho ido a vários bair- ros de Porto Real, levo infor- mações sobre a violência do- méstica, que é uma crescen- te, não só no município, mas em todo o país, falo sobre a Lei Maria da Penha, a saúde da mulher, enfim, levo e tro- co experiências. Com esses encontros eu tenho aprendi- do muito com essas mulhe- res, sofridas, marcadas pela dor e pelo silêncio e total- mente desamparadas, preci- sando de ajuda. Nos mo- mentos pós-agressão à mulher necessita de ca- rinho e atenção. Tenho notado o crescimento da par- ticipação dos ho- mens e isso é muito importante para esse trabalho de conscientização. O que seria esse Centro de Re- ferência da mulher? A senhora tem dado algumas palestras, quais são os temas abordados e para qual publico ela é destinada? No dia 18 de maio entrou em vigor a Lei nº 12.650, conhe- cida como Lei Joanna Mara- nhão, que alte- ra as regras sobre a pres- crição de crimes co- mo pedofi- lia, estupro e o atentado violento ao pudor pratica- dos contra crianças e ado- lescentes, o tempo de prescri- ção passa a ser contado após a vítima completar 18 anos. Qual sua avaliação sobre es- sas mudanças? O que você pensa sobre a vio- lência contra criança e ado- lescente? Quanto aos idosos, o que acha que ainda tem que ser feito? A coragem de Joanna Ma- ranhão e Xuxa são as vozes sofridas dessas crianças que carregam traumas irrepará- veis. Acredito que o apoio da família e o amor são impres- cindíveis para que essa cri- ança seja resgatada para re- tornar a uma condição de vi- da digna. A Lei será mais uma ferramenta contra a pe- dofilia e a impunidade. Nosso país tem uma rea- lidade cruel, acredito que es- sa responsabilidade é de to- dos nós, sociedade civil e esta- do. Quando uma criança é ví- tima de violência sexual a fa- lha não é somente do gover- no, essa falha é minha e sua, ou seja, toda a sociedade, po- is é dever de todos zelar pelo bem-estar delas. Vamos fa- zer nossa parte, junto com as famílias, sociedade civil e Go- verno, criar políticas públi- cas de resultados, impedin- do, enquanto há tempo, que outros anjos sejam aliciados por monstros e que a cruel- dade e abuso sejam afasta- dos dos nossos lares. Idoso e criança tem que ser tratados com prioridade. O idoso tem história especial, sem deixar de ser jovem e nun- ca perder a vontade de viver. A sociedade ás vezes é cruel, mas acredito que temos pes- soas generosas que cuidam dos nossos idosos com carinho e amor e que contribuem para que eles tenham uma melhor qualidade de vida. Espero que o município invista muito ma- is em ações sociais que aten- dam e cuidem dos nossos ido- sos. Essas pessoas precisam de mais atenção. Sou uma mulher abenço- ada, Deus tem me proporcio- nado o caminho do bem, Ele tem sido generoso comigo e com minha família, só tenho a agradecer a Deus pela fa- mília que tenho. Escolhi o ca- minho da vida pública para contribuir, transformar e me- lhorar a vida do próximo. Reconheço que vivemos num período político contur- bado e vergonhoso, tenho re- fletido bastante nos últimos dias sobre o meu papel, a mi- nha contribuição de maneira positiva e cheguei ao enten- dimento de que é possível sim, conciliar a atividade po- lítica séria, ter sensibilidade social, ser dona de casa, mãe e esposa. E para ter um re- sultado positivo nesse proje- to preciso de uma equipe, mi- nha família junto comigo é essencial, é minha base sóli- da, meu porto seguro. Estão em andamento, muitas reuniões e muitos apo- ios. Existem bons nomes pa- ra prefeito. Porto Real está em pleno desenvolvimento econômico e necessita de ges- tão e administração para dar continuidade na projeção da cidade, e digo sempre que não podemos perder nossa qualidade de vida, por isso precisamos de planejamento. E o próximo prefeito terá que estar preparado para esse de- safio, administrar com res- ponsabilidade e competência, ser o melhor para Porto Real. Espero que a população seja respeitada e que as pes- quisas, ou seja, a vontade do povo prevaleça. A democra- cia tem que ser respeitada. Sua família o apoia em seus projetos políticos? Como está a expectativa para as eleições para prefeito em outubro próximo? “... acredito que essa responsabilidade é de todos nós , sociedade civil e estado...”

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7 1º a 7 de junho de 2012 www.jornaldointerior.info

[email protected]>EntrevistaEntrevistaANUNCIE NO JORNAL DO INTERIOR

[email protected](24) 3355-0060

e confira toda semana a versão digital em www.jornaldointerior.info

Bianca Diniz: “Idoso e criança tem que sertratados com prioridade”Lutar a favor das

mulheres. Esta é uma das principais bandei-ras de Bianca Diniz, 40, anos, que é vereadora de Porto Real, professo-ra e técnica em biblio-teconomia. Casada com o empresário No-rival Diniz e mãe de três filhos, foi eleita ao legislativo nas eleições de 2008 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e,

desde então, se engajou na luta em defesa dos direitos das mulheres, principalmente no mu-nicípio de Porto Real. Atualmente é a presi-dente da legenda na ci-dade e membro do dire-tório estadual.

Nesta entrevista ex-clusiva, a vereadora fa-la sobre o trabalho na luta pelos direitos das mulheres e sobre a Lei do estupro.

JORNAL DO INTERIOR -

BIANCA DINIZ - ção muito positiva. Acredito que somos multiplicadoras e encontros como esses são de grande valorização para a de-mocracia brasileira.

Foram discutidos vários temas, como “Saúde da Mu-lher”, “Violência Doméstica”, “Participação da mulher na política”, “A Mulher no mer-cado de trabalho”, dentre ou-tros relacionados às questões de gênero.

Esses temas foram abordados em mesas te-máticas que complemen-tou nossa capacitação. E respondendo a sua per-

gunta, o Centro de Refe-rência da Mulher é

uma proposta que te-nho defendido des-de o primeiro ano

do meu manda-to e quero

Re-centemente a senhora partici-pou de um encontro nacional do PSDB Mulher, qual sua ava-liação desse evento?

Quais os temas mais impor-tantes que foram discutidos, e o que se pretende fazer, pelo menos em Porto Real para que essas propostas sejam co-locadas em prática?

Uma avalia-

que Porto Real o coloque em prática. A violência domésti-ca tem crescido e temos que criar ações/projetos preven-tivos e de acolhimento para essas mulheres.

É um espaço onde realiza sistemática às mulheres. Elas são encaminhadas para psicólogas, advogadas e as-sistentes sociais capacitadas e preparadas para promover o atendimento integrado des-sas mulheres em situação vul-nerável de violência. Essas mulheres terão acolhimento, amparo e serão tratadas com respeito e carinho. Terão um atendimento digno.

Tenho ido a vários bair-ros de Porto Real, levo infor-mações sobre a violência do-méstica, que é uma crescen-te, não só no município, mas em todo o país, falo sobre a Lei Maria da Penha, a saúde da mulher, enfim, levo e tro-co experiências. Com esses encontros eu tenho aprendi-do muito com essas mulhe-res, sofridas, marcadas pela dor e pelo silêncio e total-mente desamparadas, preci-

sando de ajuda. Nos mo-mentos pós-agressão à mulher necessita de ca-rinho e atenção.

Tenho notado o crescimento da par-ticipação dos ho-mens e isso é muito importante para esse trabalho de conscientização.

O que seria esse Centro de Re-ferência da mulher?

A senhora tem dado algumas palestras, quais são os temas abordados e para qual publico ela é destinada?

No dia 18 de maio entrou em vigor a Lei nº 12.650, conhe-cida como Lei Joanna Mara-nhão, que alte-ra as regras sobre a pres-crição de crimes co-mo pedofi-

lia, estupro e o atentado

violento ao pudor pratica-dos contra crianças e ado-lescentes, o tempo de prescri-ção passa a ser contado após a vítima completar 18 anos. Qual sua avaliação sobre es-sas mudanças?

O que você pensa sobre a vio-lência contra criança e ado-lescente?

Quanto aos idosos, o que acha que ainda tem que ser feito?

A coragem de Joanna Ma-ranhão e Xuxa são as vozes sofridas dessas crianças que carregam traumas irrepará-veis. Acredito que o apoio da família e o amor são impres-cindíveis para que essa cri-ança seja resgatada para re-tornar a uma condição de vi-da digna. A Lei será mais uma ferramenta contra a pe-dofilia e a impunidade.

Nosso país tem uma rea-lidade cruel, acredito que es-sa responsabilidade é de to-

dos nós, sociedade civil e esta-do. Quando uma criança é ví-tima de violência sexual a fa-lha não é somente do gover-no, essa falha é minha e sua, ou seja, toda a sociedade, po-is é dever de todos zelar pelo bem-estar delas. Vamos fa-zer nossa parte, junto com as famílias, sociedade civil e Go-verno, criar políticas públi-cas de resultados, impedin-do, enquanto há tempo, que outros anjos sejam aliciados por monstros e que a cruel-dade e abuso sejam afasta-dos dos nossos lares.

Idoso e criança tem que ser tratados com prioridade. O idoso tem história especial, sem deixar de ser jovem e nun-ca perder a vontade de viver. A sociedade ás vezes é cruel, mas acredito que temos pes-soas generosas que cuidam dos nossos idosos com carinho e amor e que contribuem para que eles tenham uma melhor qualidade de vida. Espero que o município invista muito ma-is em ações sociais que aten-

dam e cuidem dos nossos ido-sos. Essas pessoas precisam de mais atenção.

Sou uma mulher abenço-ada, Deus tem me proporcio-nado o caminho do bem, Ele tem sido generoso comigo e com minha família, só tenho a agradecer a Deus pela fa-mília que tenho. Escolhi o ca-minho da vida pública para contribuir, transformar e me-lhorar a vida do próximo.

Reconheço que vivemos num período político contur-bado e vergonhoso, tenho re-fletido bastante nos últimos dias sobre o meu papel, a mi-nha contribuição de maneira positiva e cheguei ao enten-dimento de que é possível sim, conciliar a atividade po-

lítica séria, ter sensibilidade social, ser dona de casa, mãe e esposa. E para ter um re-sultado positivo nesse proje-to preciso de uma equipe, mi-nha família junto comigo é essencial, é minha base sóli-da, meu porto seguro.

Estão em andamento, muitas reuniões e muitos apo-ios. Existem bons nomes pa-ra prefeito. Porto Real está em pleno desenvolvimento econômico e necessita de ges-tão e administração para dar continuidade na projeção da cidade, e digo sempre que não podemos perder nossa qualidade de vida, por isso precisamos de planejamento. E o próximo prefeito terá que estar preparado para esse de-safio, administrar com res-ponsabilidade e competência, ser o melhor para Porto Real.

Espero que a população seja respeitada e que as pes-quisas, ou seja, a vontade do povo prevaleça. A democra-cia tem que ser respeitada.

Sua família o apoia em seus projetos políticos?

Como está a expectativa para as eleições para prefeito em outubro próximo?

“...acredito que essaresponsabilidade é de todos nós,

sociedade civil e estado...”