ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 2
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO – UNITRI
CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM ESTÉTICA
Bianca C. D’Aléssio de Freitas
Maria Clara Nose
Luellen Borges
Sinara de Carvalho
Pâmella Guedes
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
UBERLÂNDIA
2012
Bianca C. D’Aléssio de Freitas
Maria Clara Nose
Luellen Borges
Sinara de Carvalho
Pâmella Guedes
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Trabalho apresentado como parte da avaliação referente ao 2º período do Curso de Graduação Tecnológica em Estética, do Centro Universitário do Triângulo, da turma M1, produzido na disciplina de Nutrição, sob a orientação da Prof.ª Thaísa Alvim Sousa Pasquini
UBERLÂNDIA
2012
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo biológico complexo, contínuo que se
caracteriza por alterações celulares e moleculares, com diminuição progressiva da
capacidade de homeostase do organismo, senescência e/ou morte celular. É
variável de um indivíduo para outro, de órgão para órgão. O envelhecimento é
considerado como um mecanismo de prevenção contra o câncer, uma vez que o
DNA genômico é continuamente danificado por fatores nocivos ambientais e pelo
metabolismo oxidativo interno, e a capacidade de reparação desses danos vai se
deteriorando com a idade. Se não reparado adequadamente, o dano acumulativo ao
DNA interfere na divisão e funções celulares, levando a falhas homeostáticas, assim
como desencadeia mutações nas células em divisão e, eventualmente, o
aparecimento do câncer.
Também é considerado um processo normal, individual e gradativo, que
caracteriza uma etapa da vida onde ocorrem modificações fisiológicas, bioquímicas
e psicológicas em consequência da ação do tempo. É uma fase onde ocorrem
manifestações somáticas no ciclo natural da vida, pois se caracteriza pela perda
progressiva da capacidade de adaptação e de reserva do organismo diante das
mudanças que irão influenciar de maneira decisiva na vida do idoso.
O cuidado com a saúde, o conhecimento do processo de envelhecimento, a
prevenção precoce através do uso de filtro solar e a prática de atividades físicas,
farão com que a pessoa chegue com tranquilidade à terceira idade. O controle das
doenças representa um resultado bastante favorável, principalmente no que se
refere às doenças degenerativas com perda de massa óssea.
Devido ao processo natural do envelhecimento estar associado a
importantes alterações estruturais e funcionais, é importante uma maior atenção nos
cuidados primários relacionados à saúde, especialmente em relação às quedas. A
prática de exercício físico regular é uma forma de prevenir tais acidentes, uma vez
que garante uma melhor condição psicofísica do indivíduo e, consequentemente,
redução das quedas e suas complicações tardias.
DESENVOLVIMENTO
Sobre o envelhecimento cutâneo
Embora existam diferentes radicais livres e espécies relativas de oxigênio, e
o tipo de reações nas quais eles participam seja determinado por sua reatividade, de
maneira geral pose-se dizer que atuam como bases (abstraindo átomos de
hidrogênio), como nucleófilos (substituindo ou grupos) e como radicais propriamente
ditos (adicionando-se a sistemas insaturados).
Na pele, os principais efeitos da ação das ERO estão relacionados ao
envelhecimento, como a perda de elasticidade e a capacidade de retenção de água,
o que gera aumento na rugosidade e perda de maciez e viço.
Contudo, a pele também possui sistemas de defesa contra radicais livres, de
forma quem, enquanto houver uma situação de balanço entre a produção de radicais
livres e os sistemas de defesa, os efeitos nocivos dos primeiros poderão ser
evitados.
Embora o envelhecimento possa ser acelerado pela ação da radiação UV,
fatores intrínsecos como hereditariedade, raça, hormônios e patologias ao lado de
fatores extrínsecos, como umidade ambiente, temperatura e poluição, também são
determinantes para a conservação ou não da pele.
Teorias do envelhecimento
As mudanças funcionais que ocorrem com o avanço da idade são atribuídas
a vários fatores, como defeitos genéticos, meio ambiente, surgimento de doenças e
expressão de genes do envelhecimento, ou gerontogenes.
Do ponto de vista evolutivo, o envelhecimento é um produto da seleção
natural que ocorre nas espécies capazes de reprodução sexual. A força da seleção
natural sobre a sobrevivência da população diminui drasticamente na fase
reprodutiva. Dessa forma, traços hereditários são selecionados na idade reprodutiva
com base nas suas propriedades em termos de melhoria da sobrevivência da
população. Segundo a teoria evolucionista, o envelhecimento resulta da expressão
de genes causadores de efeitos deletérios na fase tardia da vida, sem oposição da
seleção natural.
O processo de envelhecimento não é determinado por um programa
genético, pois não existem genes que estabelecem como e quando envelhecer. Há,
sim, genes variantes cuja expressão favorece a longevidade ou reduz a duração de
vida.
Várias teorias foram propostas para explicar o processo do envelhecimento.
A mais abrangente, e mais amplamente aceita cientificamente na atualidade, é a
teoria do envelhecimento pelos radicais livres.
Segundo a teoria, o envelhecimento e as doenças degenerativas a ele
associadas, resulta de alterações moleculares e lesões celulares desencadeadas
por radicais livres envolvidos em praticamente todas as doenças típicas da idade,
como a arteriosclerose, as doenças coronárias, a catarata, o câncer, a hipertensão,
as doenças neurodegenerativas e outras.
Algumas novas teorias sobre o envelhecimento, como a do encurtamento
dos telômeros (extremidades dos cromossomos) e a do envelhecimento
mitocondrial, admitem que as perdas funcionais que ocorrem durante o
envelhecimento seriam decorrentes da formação de lesões no DNA.
De acordo com a literatura científica recente, o encurtamento dos telômeros
é uma consequência da formação de quebras nas extremidades da cadeia do DNA,
induzidas preferencialmente pelos radicais livres. Portanto, essa teoria pode ser
focalizada como um novo modelo de mecanismo do envelhecimento por radicais
livres.
O envelhecimento das mitocôndrias, as organelas responsáveis pelos
processos de respiração e produção de energia nas células, podem ser também
explicadas com base na produção de lesões oxidativas no DNA mitocondrial por
radicais livres. A quantidade de peróxido de hidrogênio gerado nas mitocôndrias
aumenta com a idade. Isso significa que há maior probabilidade de produção de
lesões oxidativas nas mitocôndrias com o aumento da idade.
Alterações da estrutura da pele durante o envelhecimento
Tipo e
AlteraçãoEnvelhecimento Fisiológico
Envelhecimento Actínico ou
Fotoenvelhecimento
Epiderme
Renovação e proteção menores;
Diminui coesão entre as células superficiais
(desidratação);
Diminui número de melanócitos e células de
langerhans (alteração imunidade cutânea);
Hipertrofia de glândulas sebáceas, porém com
menos produção de sebo que torna a pele
ressecada e com poros dilatados.
Fica mais espessaÀs vezes aparecem
lesões pré-cancerosas.
Anomalias na distribuição de melanina
(discromias)
Derme
AtrofiaRedução do número de fibloblastos e sua
capacidade de sínteseAlteração da estrutura do
colágeno;
Diminuição das glicosaminoglicanas;
Fibras elásticas diminuídas e modificadas
(fragmentação);
Rarefação dos vasos sanguíneos;
Diminuição da comunicação celular o que reduz
processo de reparação.
Fibras elásticas se tornam mais espessas,
numerosas e anormais (elastose solar).
Fibras de colágeno delgadas,
fragmentadas e alteradas.
Taxa de glicosaminoglicanas está
alterada.
Diminui a síntese e colágeno.
Aumenta a degradação do colágeno.
Aumento da produção de metaloproteinas
(colagenase, gelatinase e estromelisina)
Junção
dermo-
epidérmica
Ela se achata devido à diminuição de fibras que
fixam a lâmina basal;
Redução da adesividade entre derme e
epiderme diminuindo as trocas e a nutrição;
Alargamento das malhas de Rmd (rede
microdepressionária de superfície ou
microrelevo cutâneo).
Causas do envelhecimento
A degeneração senil ocorre de preferência sobre regiões do tegumento que
se acham expostas às intempéries, como por exemplo a face, o pescoço, dorso das
mãos e antebraço. A pele se pregueia, enruga, fica flácida e hiperpigmentada,
provocando o agravamento ou exagero dos sulcos e pregas naturais das regiões
comprometidas. A estas mudanças clínicas, histológicas e funcionais da pele de
pessoas idosas cronicamente expostas ao sol, dá-se o nome de fotoenvelhecimento.
Outro fator responsável pelo envelhecimento preços está no excesso da
mímica. De fato, certos indivíduos faze uso exagerado e indevido de alguns grupos
musculares isolados da face. Como consequência desta solicitação constatne, as
fibras elásticas cedo se desgastam, enrugando ou pregueando a pele. O estudo das
causas do envelhecimento é um campo no qual existem muitas teorias, tantas
quanto os investigadores. Foram levantadas várias teorias a respeito do processo
que envolve o envelhecimento, e é provável que algumas delas encerrem parte da
verdade. Não obstante, as
causas e a natureza
íntima do fenômeno
permanecem obscuras.
Figura 1 – Agentes causadores do envelhecimento cutâneo.
Fonte: http://www.beauteglamour.net/2009/04
O órgão humano que mais revela o envelhecimento é a pele, sendo também
o mais acessível ao estudo dos processos que levam ao envelhecimento. O
processo de envelhecimento se dá de forma gradual. Esse fenômeno fisiológico não
poupa qualquer tipo de tecido. O colágeno, componente fundamental do tecido
conjuntivo torna-se gradualmente mais rígido, e a elastina, outro componente do
mesmo tecido, vai perdendo a sua elasticidade natural devido à redução do número
de fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo. O declínio das
funções do tecido conjuntivo faz com que as camada de gordura sobre a pele não
consigam manter-se uniformes e a degeneração das fibras elásticas aliada à menor
velocidade de troca e oxigenação dos tecidos provoca a desidratação da pele dando
como resultado as rugas.
As linhas de tensão fornecem a base para o enrugamento da pele. Elas
ocorrem no corpo todo, mas só quando a pele perde a sua elasticidade, com o
avançar dos anos, é que elas formam rugas permanentes. A função dessas linhas é
fornecer à pele certo grau de extensibilidade em direções correspondentes às
demandas naturais da região.
Feixes de tecido fibroso entremeado com fibras elásticas asseguram o
elemento extensível na maior parte do corpo, mas em certas áreas, como no rosto,
as fibras musculares estão ligadas diretamente à pele. As rugas pronunciadas
devem-se usualmente à atividade muscular. Algumas rugas são congênitas,
enquanto outras particularmente do rosto, são adquiridas, ou pelo menos
exacerbadas, por uma vida inteira de atividade muscular associada a certas
expressões faciais.
Nos últimos 40 anos ocorreram muitos progressos na compreensão dos
mecanismos do envelhecimento. A senescência e/ou apoptose são processos com
papel fundamental no envelhecimento celular. Existem muitas evidências de que
esses são influenciados pelo dano causado ao DNA por agressões internas e
externas. A perda das células e da sua capacidade proliferativa, dois processos que
caracterizam o envelhecimento, parecem representar uma estratégia revolucionária
na prevenção de desenvolvimento do câncer.
Os co-fatores ambientais mais importantes para o envelhecimento precoce
da pele são o sol e o fumo. Divide-se o envelhecimento cutâneo em: intrínseco ou
cronológico e extrínseco ou fotoenvelhecimento, pois é relacionado diretamente à
exposição solar crônica e descontrolada. Porém, atualmente se sabe que os
mecanismos celulares e moleculares são os mesmos. Portanto, o
fotoenvelhecimento nada mais é que a superposição dos efeitos biológicos da
radiação ultravioleta A e B (UVA, UVB) sobre o envelhecimento intrínseco.
1. Envelhecimento intrínseco: é o natural, inevitável, comum a todas as
pessoas, relacionado a fatores genéticos, cumulativo, caracterizado por atrofia da
pele e rugas finas, por afetar principalmente as fibras elásticas dérmicas, levando à
elastose da derme reticular.
2. Fotoenvelhecimento ou envelhecimento extrínseco: depende da relação
entre o fototipo e a exposição à radiação solar, com elastose na derme reticular
superficial; é também cumulativo, mas pode ser evitado; caracteriza-se por rugas
profundas, pele espessada, amarelada, seca, melanoses, telangiectasias,
poiquilodermia, queratoses actínicas e maior ocorrência de câncer de pele;
corresponde a 85% das rugas presentes na pele envelhecida.
Figura 2 – Envelhecimento intrínseco versus extrínseco
Fonte: http://dermatologia.net/novo/base/estetica/est_fotoenv.shtml
3. Aspectos clínicos relacionados ao fumo: pele seca, atrófica, rugas
profundas, o escore para pele envelhecida é maior nos brancos e tabagistas.
A luz solar e a pele
A luz solar é composta por ondas eletromagnéticas com diferentes níveis de
energia, indo do infravermelho, composto de ondas menos energéticas (maior
comprimento de onda), até o ultravioleta C, com ondas mais energéticas e de menor
comprimento. Ao alcançarem a pele, essas radiações penetram diferentemente,
interagindo então como células da epiderme e da derme e dando origem a
processos degenerativos.
Podem ocorrer através da ação direta sobre as estruturas celulares ou
através de reações que envolvem agentes fotossensibilizantes, denominadas
reações fotodinâmicas dos tipos 1 ou 2.
No caso das reações fotodinâmicas do tipo 1, a molécula fotossensibilizante
sofre excitação pela absorção da radiação e sua espécie excitada é responsável
pelos danos observados. Na reação fotodinâmica do tipo 2, o agente
fotossensibilizante sofre excitação e transfere a energia de seu estado excitado para
o oxigênio que, agora como oxigênio singlete, será o responsável pelos danos
decorrentes.
Os danos provocados por reações fotodinâmicas do tipo 1 podem ser muito
graves, como no caso da porfiria, em que se tem um fotossensibilizante endógeno
livre, ou no caso de manifestações alérgicas ou foto tóxicas induzidas por
medicamentos e cosméticos. Indivíduos com pouca e nenhuma proteção natural
podem apresentar processos de alterações na produção de pigmentos (discromias)
e envelhecimento precoce, além de maior incidência de tumores malignos de pele.
Podem-se também observar outros tipos de lesões, muito mais significativas
que as aparentes sardas e rugas precoces: alguns indivíduos, em condições
determinadas por genética, não possuem um sistema reparo de DNA eficiente.
De acordo com as manifestações observadas, atribuem-se diferentes
graduações de foto envelhecimento:
Nível 1 :
Alterações epidérmicas de pigmentação
Alterações de textura
Nível 2:
Alterações epidérmicas e dérmicas
Queratose actínica e seborréica
Rugas
Nível 3:
Rugas severas
Coloração amarelada
Comedões e poros dilatados
Lesões malignas
Figura 3 – Penetração dos raios do sol nas camadas da pele
Fonte: http://velejar.wordpress.com/2009/12/20/414/
Nesses processos de envelhecimento cutâneo ocorre uma alteração nas
estruturas subcutâneas que determinam modificações nas propriedades
biomecânicas da pele; os principais parâmetros utilizados para a determinação do
grau de envelhecimento são a rugosidade e a elasticidade do tecido analisado.
A análise de cortes histológicos da pele aponta para interessantes relações
entre a exposição solar e o envelhecimento.
Alterações visuais – Afinamento da pele, formação de rugas.
Alterações estruturais
Epiderme:
Afinamento (sendo a epiderme mais fina na porção mais funda da ruga) –
pode ser observado pela diminuição no número de camadas da epiderme.
Diminuição da filagrina (proteína de alto peso molecular, rica em histidina,
que compõe os grânulos de querato-hialina, sendo a principal fonte dos aminoácidos
que compõem o NMF) e da transglutaminase (conecta as proteínas da matriz
macrocelular que compõem o envelope celular dos queratinócitos estratificados).
Junção dermoepidérmica:
Diminuição do colágeno 7, o principal componente de ancoragem das fibrilas
e responsável pela manutenção da estrutura papilar.
Diminuição de colágeno 4 , que forma uma rede organizada responsável
pela estabilidade mecânica do tecido usada como molde para novas moléculas na
regeneração tecidual.
Derme e hipoderme:
Atrofia – redução dos teores de colágeno, glucosaminoglicanas (moléculas
que consolidam s fibras de colágeno e participam da hidratação) e tecido adiposo na
hipoderme. Observam-se também hipertrofia do tecido elástico e desaparecimento
das fibras oxitalânicas.
No fotoenvelhecimento observa-se ainda a hiperplasia do tecido elástico
(elastose actínica), com aspectos característicos, pois a radiação UV provoca ainda
alterações na expressão de colágeno 7, aumentando sua produção nos fibroblastos
e reduzindo sua produção nos queratinócitos.
A importância do DNA mitocondrial no envelhecimento reside na sua maior
vulnerabilidade ao ataque dos radicais livres, em comparação com o DNA nuclear, o
que o torna um alvo mais susceptível a lesões oxidantes. Sob essa perspectiva o
envelhecimento seria, em última análise, conseqüência de um processo de oxidação
celular generalizado.
Radicais livres e envelhecimento
Radicais livres são átomos ou moléculas contendo um ou mais elétrons
desemparelhados, que possuem vida independente. São representados por um
radical (R) com um ponto, que representa o elétron desemparelhado. Os radicais
livres de maior relevância biológica são os radicais livres de oxigênio, assim
chamados por terem o elétron desemparelhado localizado no átomo de oxigênio.
São formados em todas as células aeróbicas, isto é, que dependem do oxigênio
para sua sobrevivência.
Figura 4 – Processo de oxidação da pele
Fonte: http://luxurylab.com.br/2010/06/28/pele-jovem-por-mais-tempo/
Os radicais livres aparecem desde o primeiro instante depois do nascimento,
cada vez que respiramos. Mas agressões – a já mencionada radiação, os poluentes,
o estresse, a ingestão de toxinas – podem multiplicar sua quantidade no corpo.
O que caracteriza um radical livre é o número impar de elétrons, aquelas
partículas do átomo que ficam girando em torno do seu núcleo como planeta ao
redor do sol.
Elétrons, de modo geral, só estão bem se têm um par. Quando isso não
acontece – como no caso do radical livre, em que uma partícula fica girando
sozinha, a molécula vai roubar um elétron do primeiro que encontrar pela frente,
para formar uma dupla. Pode sequestrá-lo da membrana celular, por exemplo. Ou
pior: do núcleo, onde ficam os genes. Depois de ter sido muito atacada, a célula fica
velha ou doente, daí o envelhecimento ou câncer poderá se manifestar.
Figura 5 – Estrutura de uma célula
com um radical livre atuante
Fonte: http://erickville.blogspot.com.br/2009/06/radicais-livres.html
Há coisas que você pode fazer para aumentar a produção de radicais livres
e outras para limitá-las. Entre as que
aumentam a formação dos radicais livres
podemos incluir: Fumar, poluição do meio
ambiente, álcool, radiação – a exposição
excessiva à luz do sol – churrascos e
carnes defumadas, alimentos maturados e
fermentados, drogas usadas na
quimioterapia, uma alta ingestão de gorduras saturadas e hidrogenadas, estresse e
alguns hormônios (o excesso de exercícios físicos também aumenta os radicais
livres).
Uma alimentação balanceada rica em alimentos de baixo valor calórico é
importante para diminuir a produção de radicais livres e as frutas e verduras estão
em primeiro lugar nessa lista de alimentos.
As fases da vida
Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre
mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo multicelular
costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase
reprodutiva e a senescência, ou envelhecimento.
O envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares, que
resultam em perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo com um
todo. Essa tendência faz parte do processo de evolução de todos os organismos
multicelulares. Assim, o desenvolvimento, a reprodução e o envelhecimento são
etapas naturais da vida de cada espécie e ocorrem de forma sequencial e
interdependente: o início da senescência é dependente da fase reprodutiva que, por
sua vez, é dependente do desenvolvimento.
A velocidade de declínio das funções fisiológicas é exponencial, isto é, a
ocorrência de perdas funcionais é acelerada com o aumento da idade. Há um efeito
cumulativo de alterações funcionais, com degeneração progressiva dos mecanismos
que regulam as respostas celulares e orgânicas ás agressões externas, levando ao
desequilíbrio do organismo como um todo.
A tendência normal do organismo de manter a estabilidade interna,
ajustando processos metabólicos e fisiológicos em resposta ás agressões, é
chamada de homeostase. Quando a homeostase é perdida, a adaptabilidade do
indivíduo ao estresse interno e externo decresce e aumenta à susceptibilidade a
doença. A morte ocorre em algum momento da senescência, quando o organismo
não consegue mais restabelecer o equilíbrio funcional. Fatores inerentes ao
processo do envelhecimento determinam um limite na duração da vida de todas as
espécies animais.
O conhecimento molecular das alterações funcionais que ocorrem com o
avanço de idade é fundamental para que se possa compreender o processo do
envelhecimento e definir intervenções estratégicas para aumentar a expectativa de
vida e as chances de viver com qualidade a fase da senescência. A ciência que
estuda o envelhecimento, sob seus múltiplos aspectos, é chama gerontologia (geron
= velho).
A questão crucial que se coloca hoje para a pesquisa biomédica não é
meramente conseguir adiar o envelhecimento e aumentar o tempo de vida humana,
mas sim prolongar a vida com qualidade.
A nutrição antienvelhecimento
A nutrição tem impacto importante sobre o retardo do envelhecimento
cutâneo. Dentre os nutrientes que apresentam a capacidade de minimizar esse
fenômeno natural, destacam-se vitaminas lipossolúveis (A, D, E) e hidrossolúveis
(C); e os minerais: selênio, magnésio e zinco.
Sabe-se que existe uma correlação entre os efeitos acumulativos do
aumento de radicais livres durante toda a vida e o envelhecimento, portanto,
carências nutricionais podem acelerar o processo fisiológico do envelhecimento,
principalmente o cutâneo.
É importante ressaltar que a simples reposição dessas substâncias não terá
o efeito desejado se não forem associadas a uma alimentação balanceada, horas
adequadas de sono, exercícios físicos moderados e em um cenário o menos
agressivo possível. Pelo contrário, alguns antioxidantes, quando isolados e em
excesso podem inclusive produzir mais radicais livres, favorecendo o próprio
processo de envelhecimento.
Além de vitaminas e oligoelementos, alguns alimentos, devido a sua
composição, também apresentam propriedades terapêuticas. Exemplo bem
documentado é o óleo de linhaça, composto da combinação de várias moléculas,
como ácido alfalinolênico, oleico e linoleico, além de ácidos ômega 6, que lhe
conferem propriedades moduladoras da inflamação e formação de barreira cutânea,
também sendo estudado na cardiologia.
O ácido alfalinolênico é ácido ômega 3 que, juntamente com o acido ômega
6, atua decisivamente na manutenção da barreira cutânea e diferenciação dos
estratos córneos. Há também algumas evidências de que sua utilização interferiria
na expressão da proteína p53, auxiliando na prevenção da fotocarcinogênese.
Embora a pele contenha seu próprio sistema enzimático antioxidante, com a
idade verifica-se perda progressiva de sua efetividade. A suplementação com
luteína, um carotenoide, demonstrou reduzir a inflamação UV mediada em modelo
animal.
O tocoferol, por sua vez, potente antioxidante, é capaz de atenuar a
inflamação por inibir a cicloxigenase 2 (COX-2), importante mediador da inflamação
UV induzida. O caroteno oral também pode aumentar a expressão do procolágeno,
em doses de até 30mg/dia. A associação de antioxidantes, como o tocoferol, o
betacaroteno e carotenoides, e óleo de linhaça foi observada na pele humana, em
estudo com grupo-controle, com melhora significativa da rugosidade em relação ao
controle. O licopeno, assim como a luteína, encontra grande evidência de literatura
como antioxiante. No Brasil, são ambos aprovados como alimentos funcionais por
suas propriedades antioxidantes, por via oral. O uso desses compostos como
fotoprotetores sistêmicos, reduzindo o dano oxidativo UV induzido, encontra várias
evidências na literatura.
Efeitos dos micronutrientes sobre a pele:
Vitamina A : Presente no fígado, gema de ovo, iogurte, leite e derivados.
Auxilia na síntese de novos tecidos; auxilia no tratamento de abscessos,
furúnculos, acne e queda de cabelos. Quando isolada, e em quantidades
aumentadas (suplementação) pode exercer efeito tóxico.
Betacaroteno : Presente na abóbora, agrião, batata doce, brócolis, cenoura,
couve, damasco, espinafre. Funções semelhantes à vitamina A, porém sem
exercer efeito tóxico.
Vitamina C : Presente no abacaxi, acerola, agrião, caju, goiaba, laranja, limão,
morango, salsão, pimentão, tangerina, tomate. Protege a pele da ação dos
raios ultravioletas; preserva a estrutura dos fibroblastos e do colágeno.
Vitamina E : Presente na castanha do Brasil, óleo de coco extra virgem,
cereais integrais, germe de trigo, pães integrais, repolho. Protege a
membrana celular e potencializa a ação da vitamina C; reduz cicatrizes.
Magnésio : Presente nas nozes, leguminosas, milho, cenoura, frutos do mar.
Potencializa a troca de substâncias entre as células; atua na formação de
tecidos; participa do trabalho muscular.
Selênio : Presente em grãos integrais, peixes, castanha do Brasil. Protege as
células dos radicais livres; evita a flacidez tecidual e o envelhecimento da pele
causado pelo sol.
Zinco : Presente em carnes vermelhas, algas, ostras, leite e derivados, e
grãos. Potencializa a ação das enzimas que combatem os radicais livres;
estimula o sistema imunológico; favorece a renovação celular.
Flavonóides : Presentes em vegetais, abacaxi, morangos, nozes, chás (verde
e preto) e vinho tinto --> Aciona antioxidantes mais ativos (quercetina,
luteolina, ácido elágico) e capazes de sequestrar os radicais livres.
Sabe-se que os nutrientes desempenham fator fundamental em diversos
aspectos do nosso organismo, mas seus efeitos nos processos de envelhecimento
têm sido cada vez mais investigados e comprovados.
A suplementação dos mesmos é importante, dependendo de cada caso e
pode sim ser utilizada, mas vale lembrar que nutrientes isolados não possuem a
mesma ação dos alimentos, onde diversos nutrientes atuam em sinergismo para
determinada ação. Além disso, é necessário ficar atento, antioxidantes isolados,
dependendo da quantidade, acabam sempre desempenhando um papel.
Medicina Preventiva Anti-aging
Esta é uma nova especialização mundial que entra para detectar, prevenir,
curar ou reverter o processo do envelhecimento, e as consequentes doenças
relacionadas, como o aumento do peso, por exemplo. É uma nova e profunda
quebra de paradigma na maneira de se tratar as doenças humanas. Um dos
benefícios dos tratamentos da Medicina Preventiva Anti-Aging é a promoção do
emagrecimento saudável, através do equilíbrio geral do corpo e do sistema nervoso.
Exames de sangue para detectar baixos níveis de determinados hormônios
ou excesso deles, colesterol alto, análise dos hormônios da tireóide, o testosterona,
estrogênio, melatonina, quantidade de nutrientes no sistema sanguíneo, tudo isso
faz parte do dia-a-dia da medicina preventiva anti-aging, baseada especificamente
na detecção precoce de doenças, prevenção do envelhecimento e tratamentos de
emagrecimento, bem estar e rejuvenescimento.
De acordo com especialistas, 90% das doenças em adultos são
consequência do processo de degeneração causado pelo envelhecimento. Isso
inclui tanto as condições estéticas como aumento de peso, rugas e sulcos, como
doenças do coração, cânceres, diabetes, obesidade, stress crônico, pressão alta,
osteoporose, doenças autoimunes, glaucoma e o Alzheimer. E é aí que entra a
Medicina Preventiva Anti-Aging e os tratamentos oferecidos em clínicas como a
RenuLife, uma das pioneiras no Brasil, filiada ao The New York Institute for
Preventive Medicine e ao Salerno Center, do famoso Dr. John Salerno, de Nova
York, especialista que trabalhou com o famoso do Dr. Atkins (Atkins Center). Nos
EUA, a prática já é reconhecida e utilizada por um público que acredita que a
prevenção é o melhor remédio.
Tudo começa a partir dos trinta anos, quando homens e mulheres passam a
sentir dificuldade em perder peso, diminuem a disposição e energia para se
exercitar, perdem a capacidade funcional corporal e a imunidade. “Todos nós
sabemos que é realmente muito difícil manter a linha e a aparência jovem, sem os
exercícios físicos. Porém, com o passar do tempo, é preciso um empurrãozinho na
energia para seguir um programa de emagrecimento e é exatamente isso que a
Medicina Preventiva Anti-Aging faz”, defende apresentadora Solange Frazão, uma
das adeptas a nova especialização médica.
Top 10 Dieta Anti-aging
As regras gerais da dieta Anti-aging são: baixo consumo de colorias e
gorduras saturadas, consumo de produtos integrais, óleo de peixe, frutas frescas e
vegetais; diminuir o consumo de sal e açúcar. Além disso, existem alguns alimentos
importantes a serem incluídos em uma dieta saudável. Estar 5-10% abaixo do peso
ideal é uma boa meta para um peso anti-idade.
Abacate
Boa fonte de vitamina E e gordura monoinsaturada, que ajuda a reduzir os níveis de colesterol ruim e pode manter a pele saudável e prevenir o envelhecimento precoce. Vitamina E também previne os calores repentinos da menopausa. Também é rico em potássio que previne a retenção de líquidos e controla a pressão arterial.
Frutas Vermelhas
Todas as frutas vermelhas como mirtilho, amoras e uvas vermelhas contém fito químicos conhecidos como flavonóides, poderosos antioxidantes que protegem o corpo contra os estragos causados pelos radicais livres, causadores do envelhecimento.
Brócolis e Couve-flor
A família de vegetais de caule inclui o repolho, a couve-flor, brócolis, couve de Bruxelas, nabo, rabanete. Esses vegetais ajudam o corpo a lutar contra toxinas. O consumo deve ser de 100 g de qualquer um dos vegetais diariamente. Se possível, o melhor é comê-los crus ou levemente cozidos, para manter as enzimas importantes do alimento.
Alho
Diversas pesquisas mostram que comer um dente de alho por dia (cru ou cozido) ajuda a proteger o corpo contra o câncer e as doenças cardíacas. Um dos estudos, de 1994, realizado em Iowa, EUA, com 41,837 mulheres, de idades entre 55 e 69, mostraram que aquelas que consumiram alho pelo menos uma vez por semana, eram 50% menos sujeitas a desenvolver câncer de cólon. Outro estudo, de Tasgore Medical College, na Índia, sugeriu que alho diminui os níveis de colesterol e o afinamento do sangue, com redução significativa de risco de doenças cardíacas.
Gengibre e Cúrcuma
Estas raízes condimentadas podem promover uma melhora no sistema digestivo e circulatório. Gengibre pode aliviar as dores reumáticas e a cúrcuma, conforme estudos recentes, protege o corpo contra o câncer de esôfago.
Sementes Oleaginosas
A castanha do Pará, nozes e amêndoas são boas fontes de minerais. Embora sejam calóricos, são ricos em potássio, magnésio, ferro, zinco, cobre e selênio. Adicioná-los em saladas e receitas diversas, pode contribuir para o bom funcionamento digestivo e do sistema imunológico, melhorando o aspecto da pele. Dica: não coma sementes envelhecidas ou rançosas, pois podem conter alto índice de radicais livres.
Soja
Mulheres na menopausa podem encontrar na soja uma maneira de manter os níveis de estrogênio. A Soja contribui para aliviar os sintomas indesejados desta fase, tais como as ondas de calor, além de protegê-las do mal de Alzheimer, osteoporose e doenças cardíacas. Dica: procure por produtos de soja fermentados, de fácil digestão e com maiores propriedades nutricionais. Fique atento também se o produto foi geneticamente modificado.
Macarrão e arroz
integral
Os carboidratos complexos são boa fonte de energia durante o dia e devem ser incluídos na dieta. Produtos integrais como o macarrão e o arroz são excelentes fontes de energia e de fibras, além de conter duas vezes mais ferro do que o não integral. Arroz negro também é uma boa fonte de carboidratos, com alta concentração de fibras e vitamina B.
Melancia
Tanto o fruto, que contém vitamina A, B e C, quanto à semente, que contém selênio, gorduras essenciais, zinco e vitamina E, são nutritivas, sendo indicado processá-los juntos em um suco. A melancia protege o corpo contra a ação dos radicais livres e o envelhecimento precoce.
Água
Beber pelo menos 8 copos de água todos os dias é o melhor caminho para se manter saudável, perder peso e se manter jovem. A Água ajuda na hidratação e a se livrar das toxinas. Dica: não espere ter sede para tomar água, já que a sensação diminui com a idade. Beba líquidos como sucos de frutas, de vegetais, vitaminas com leite desnatado, água com gás e chás. Também é possível ter os benefícios dos líquidos através da gelatina, sopas, picles, alface e tomates.
Cientistas da USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) desenvolveram
uma escala para medir os níveis de antioxidantes de vários alimentos. A escala se
chama ORAC, que quer dizer Oxygen Radical Absorbance Capacity (Capacidade de
absorção do oxigênio do radicais livres).
Eles descobriram que uma pequena quantidade de “Super alimentos” têm 20
vezes mais poder antioxidante do que outros alimentos. É recomendado o consumo
de alimentos que contenham pelo menos 3.000 unidades ORAC por dia, ou seja, 1/2
xícara de morangos, por exemplo, contém 1.540 unidades.
Veja a pontuação de alguns alimentos:
Alimentos Pontuação ORAC
Cacau Puro 13,000
Ameixas 5,770
Mirtilho 2400
Amoras 2,036
Morangos 1,540
Espinafre 1,260
Pirâmide de alimentos anti-aging
http://www.toquefeminino.com.br/v2/beleza/402-anti-aging-no-
emagrecimento-saudavel
No esquema da pirâmide alimentar tradicional, as gorduras ficam no topo da
pirâmide: significa que devem ser ingeridas nas menores quantidades diárias.
Luciana Aun, médica cirurgiã e autora de "Segredos do
Antienvelhecimento" defende que, ao envelhecer, a pessoa mude essa proporção.
Ela propõe uma mudança na tradicional pirâmide alimentar, que indica as
proporções de consumo diário para cada grupo de nutrientes.
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1084102-medica-propoe-
mudanca-alimentar-para-retardar-envelhecimento.shtml
“Gorduras boas, especialmente as ricas em ômega 3, facilitam a fabricação
e o transporte de hormônios, sem causar inflamação”, diz.
A ação anti-inflamatória do ômega 3 já foi comprovada. E as gorduras são
mesmo importantes para o trabalho hormonal. Mas os argumentos não são
suficientes para aumentar o consumo do nutriente, na opinião do cardiologista e
nutrólogo Daniel Magnoni, do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia.
“As gorduras não podem passar de 35% do total de alimentos consumidos
ao dia. Demais, até mesmo gordura boa faz mal.”
O problema, segundo o cardiologista, é que o nutriente altamente calórico
(um grama tem nove calorias) aumenta também gordurinhas que ninguém considera
do bem, como aquelas ao redor da cintura.
As consequências não são só estéticas: os pneuzinhos também aumentam o
risco de doenças cardiovasculares.
ANTIOXIDANTES
Outro ponto da dieta antienvelhecimento proposta por Aun é aumentar a
reserva de antioxidantes, substâncias que combatem os radicais livres, moléculas
relacionadas aos processos degenerativos do organismo.
Para melhorar o aproveitamento dos antioxidantes fornecidos pelos
alimentos, a médica sugere que eles sejam consumidos em forma líquida pelas
pessoas mais velhas, para facilitar o trabalho de digestão.
E lembrar que, para envelhecer bem, o corpo não quer só comida. “Não
adianta comer tudo certinho se você vive estressado ou deprimido”, diz Aun, que
também colocou a atividade física e a meditação em sua pirâmide.
Envelhecimento cutâneo e o papel dos cosmecêuticos
Cosmecêutico é um termo ainda não reconhecido pelas agências
regulatórias de drogas; constituem uma classe de produtos tópicos situados,
segundo seu mecanismo de ação, entre os cosméticos e os produtos farmacêuticos
(medicamentos). A indústria cosmética os define como produtos cosméticos que
proporcionam benefícios “semelhantes” aos dos medicamentos.
Os dermatologistas devem conhecê-los, pois podem ser úteis como
coadjuvantes ao tratamento clínico medicamentoso, no preparo da pele para
procedimentos e na manutenção de resultados.
A crítica ao grande número de produtos cosmecêuticos colocados
constantemente no mercado, o que vai de encontro à ansiosa busca pelas
“novidades”, é o marketing agressivo antes de estudos clínicos controlados. É
necessário ter em mente que “nem sempre o novo é o melhor” e que há
necessidade, diante das novidades, de procurar referências e analisar com crítica e
cuidado os resultados publicados.
Dúvidas e controvérsias sobre alguns cosmecêuticos, em relação ao
princípio ativo ou ao produto final:
1. Mecanismos de ação hipotéticos para uso clínico, existência só de estudos in
vitro ou estudos clínicos abertos, ou seja, não controlados; porém, são ativos
considerados promissores, desde que presentes em concentrações adequadas,
como a genisteína, peptídios, niacinamida, botânicos antioxidantes, entre outros.
2. Estabilidade e disponibilidade das substâncias da produção até a pele – é o
caso das moléculas sensíveis à luz e ao oxigênio que, na dependência da
embalagem e como foram manipuladas, poderão não atingir o tecido alvo em forma
biologicamente ativa. Exemplos: retinol, vitamina C.
3. Formas sem ou com menor efeito biológico – exemplos: retinil palmitato como
retinol, ascorbil ou ascorbato como vitamina C, que deve estar na forma de L-ácido
ascórbico.
4. Produtos já disponíveis com ativos promissores, porém em concentração
muito inferior à demonstrada nos estudos in vitro para ter eficácia ou concentração
não revelada – exemplos: retinol, vitamina C, fator de crescimento TGF-β1.
5. Penetração duvidosa através da camada córnea, devido ao peso molecular
elevado – exemplos: coenzima Q10 ou ubiquinona ou idebenona, ácido alfa-lipóico.
6. Ensaios clínicos realizados com o produto final que contém associação de
ativos novos com outros de eficácia comprovada – exemplos: madecassoside ou
TGF-β1 associados ao L-ácido ascórbico.
7. Diferentes hipóteses para o mecanismo de ação que, portanto, permanece
desconhecido – exemplo: DMAE ou dimetilaminoetanol que atuaria sobre os
músculos dérmicos, diminuindo a sua contração ou bloquearia a acetilcolina livre,
não neuronal, na pele, que deve ser um citotransmissor na regulação das funções
celulares ou teria receptores nos fibroblastos.
8. Mecanismos de ação hipotéticos, sem qualquer tipo de estudo específico –
exemplo: neurocosméticos.
Prevenir e tratar
O tratamento do envelhecimento cutâneo passa pela observação dos fatores
envolvidos no seu desenvolvimento, como envelhecimento cronológico,
fotoenvelhecimento, flacidez, linhas de expressão.
Na prevenção do fotoenvelhecimento o filtro solar de amplo espectro,
utilizado a longo prazo, diminui o número de manchas, rugas leves e previne o
aparecimento de queratoses e câncer de pele. Sabe-se hoje que seu uso precoce e
continuado evita o dano cumulativo e previne o envelhecimento actínico.
A tretinoína continua sendo o tratamento tópico mais conhecido e embasado
para o fotoenvelhecimento, agindo nas diversas camadas da pele. Isso ocorre
porque a tretinoína ou ácido retinóico promove uma compactação da camada
córnea, a proliferação da camada espinhosa, uma diminuição da atipia celular e
normalização do número e da atividade dos melanócitos. Atua também na derme
promovendo o aumento do colágeno tipo VII, angiogênese, aumento a síntese de
colágeno e diminuição da massa elastótica.
Muitos princípios ativos vêm sendo empregados para diminuir os efeitos do
tempo na pele. As vitaminas antioxidantes, como a vitamina C e a vitamina E, são
benéficas tanto por via sistêmica como tópica e além do efeito antioxidante
apresentam ação fotoprotetora discreta, que, somada aos benefícios dos filtros
solares, melhora também a formação de colágenos. Outra classe de princípios
ativos muito úteis no tratamento do envelhecimento da pele é a dos fitoestrógenos.
Normalmente utiliza-se a isoflavona e o extrato glicólico de soja que ajudam a suprir
a falta de hormônio feminino na pele. Estas formulações agem melhorando a
hidratação e a elasticidade da pele, pelo seu efeito hidratante, antioxidante e
renovador celular.
Além disso, o cobre, oligoelemento essencial para o organismo, também
vem sendo empregado no combate ao envelhecimento. Age estimulando a atividade
dos fibroblastos e a produção de colágenos, confere maior firmeza a elasticidade à
pele, suavizando as rugas.
Todos estes princípios ativos citados são utilizados, para o tratamento
tópico, sob a forma de géis, cremes e loções. No entanto, há outras alternativas
mais invasivas e muito efetivas no tratamento do envelhecimento cutâneo, como os
peelings.
Os peelings químicos são capazes de remover parte da pele, de acordo com
a profundidade com que são realizados, promovendo uma renovação e regeneração
da mesma. Quanto mais profundo for o peeling, mais efetivo contra o
fotoenvelhecimento. Em casos de rugas profundas e elastose solar,
os peelings profundos, como o fenol e o resurfacing com laser de CO2, são mais
indicados. A recuperação no tratamento com esses peelings são mais demoradas,
porém eles são os mais profundos e os que garantem um rejuvenescimento cutâneo
marcante e duradouro.
Outra opção muito utilizada para correção de sulcos é o preenchimento
cutâneo, no qual são utilizados diversos preenchedores, principalmente à base de
ácido hialurônico.
Não se pode esquecer as várias técnicas de cirurgia plástica, como o lifting e
a blefaroplastia, capazes de atenuar rugas e eliminar sobras de pele e flacidez.
Tratar o envelhecimento é um desafio, porém, a cada dia, torna-se mais presente no
dia-a-dia das pessoas, sejam elas homens ou mulheres e dos médicos
dermatologistas e geriatras, já que, na maioria dos casos, o objetivo da maioria de
seus pacientes é a atenuação e o retardamento da velhice.
Sabendo-se do papel do sol no envelhecimento da pele, qualquer tratamento
de rejuvenescimento obrigatoriamente começa com filtro solar. Como regra “básica”
devemos preferir os filtros com FPS 30 ou maior, que protejam contra os raios UVA
e UVB.
Os antioxidantes podem ser usados para a prevenção do envelhecimento
cutâneo. O envelhecimento celular cutâneo pode ser prevenido através do consumo
e absorção de nutrientes antioxidantes. Estes podem agir diretamente na
neutralização da ação dos radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por
fontes exógenas, evitando a perda da integridade celular que favorecem o
envelhecimento cutâneo. Fontes antioxidantes: vitaminas A, C e E, os carotenóides,
flavonóides e o selênio e seu potencial antioxidante na prevenção do
envelhecimento da pele. Trabalhos evidenciam que os antioxidantes não atuam
sozinhos, mas agem sinergicamente. A alimentação rica em frutas e hortaliças pode
garantir o consumo de antioxidantes para prevenção do envelhecimento cutâneo. O
consumo de nutrientes antioxidantes em suplementos orais podem ser eficazes,
desde que considere-se a biodisponibilidade e que não atinja o limiar pró-oxidante.
CONCLUSÃO
Existem muitas classes de ativos antienvelhecimento que podem ser
incorporados aos cosmecêuticos, com possibilidade de benefício clínico, tais como:
vitaminas, minerais, botânicos, peptídios e fatores de crescimento. No entanto, são
pouquíssimos os estudos clínicos controlados.
Alguns alimentos podem ter valor terapêutico na abordagem do
fotoenvelhecimento. Vitaminas e compostos naturais possuem, em uso oral,
propriedades terapêuticas sobre os sinais de fotoenvelhecimento. Este estudo
demonstrou que a associação de óleo de linhaça,licopeno,carotenoides ,vitamina
E,zinco e selênio possivelmente melhoram os sinais de envelhecimento não
somente por mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, mas também por
aumento da colagênese.
De qualquer forma, esses produtos podem ser úteis e parecem não causar
efeitos adversos. Portanto, os cosmecêuticos constituem um enorme campo aberto
à pesquisa clínica que deveria ser uma exigência dos dermatologistas antes de
adotá-los nas suas prescrições.
Para prevenir o envelhecimento cutâneo precoce é preciso impedir a
penetração das radiações UVA e B, através de manutenção da barreira cutânea com
higiene e hidratação adequadas e fotoproteção, pelo uso diário e contínuo de filtros
solares de amplo espectro (UVA e B), associado a medidas complementares, como
uso de chapéu, roupas e uma real mudança de comportamento em relação à
exposição ao sol. É sabido que o modo mais eficaz de combater o
fotoenvelhecimento é a prevenção contra o dano causado pela radiação UV A e B.
Também neutralizar radicais livres, com o uso de antioxidantes tópicos e sistêmicos,
aumentar a síntese do colágeno e elastina dérmicos: pelo tratamento clínico tópico
(drogas, cosmecêuticos e cosméticos) e, se possível, sistêmico, seguidos pela
utilização dos procedimentos cosmiátricos e eduzir a glicação do colágeno: pelo uso
de produtos tópicos, de eficácia ainda não suficientemente comprovadas, uma vez
que não existem estudos clínicos controlados publicados.
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