Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

53
Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan Prof. Fernando Pestana Aula 00 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53 AULA 00: DEMONSTRATIVA SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA 1- Apresentação 01 2- Conteúdo Programático do Curso Completo 03 3- Sumário Detalhado + Aula (confira!) 03 4- Questões com Gabarito Comentado 24 Apresentação Salve, salve, meus alunos inquietos! Grande satisfação é estar em uma equipe que preza a excelência em materiais didáticos voltados para pessoas que aspiram a um cargo público de alto nível. Fui convidado pelos coordenadores do Estratégia Concursos para elaborar uma obra que irá revolucionar o que há de melhor em cursos em PDF. Você está tendo a oportunidade de ter contato com um material realmente inédito voltado para TRT/MG, preparada por uma banca “tranquila” (minha humilde opinião irônica), mas, normalmente, gramatiqueira. Na prova de Português que você irá fazer, normalmente há um texto só, com 7 a 15 questões relativas a ele. Isso ocorre porque a CONSULPLAN trabalha com uma gramática textual, ou seja, conhecimentos gramaticais aplicados à produção e compreensão de um texto. Mas fique calmo, não há mistérios. Se você souber bem a gramática da Língua Portuguesa... só alegria. À medida que eu começar a explanação, verá que a prova é bem elaborada. Entretanto, não duvide de que você vai sair deste curso na “ponta dos cascos”! Vou fazer de tudo para que a vaga seja sua! Quero que, em Gramática e Interpretação, você fique tão seguro quanto eu, professor de Língua portuguesa. Não guardarei nenhum segredo de que você precisa tomar conhecimento para adquirir confiança suficiente em acertar as questões da CONSULPLAN. Confie em mim! Resumindo: é só felicidade! Você não precisará ter trabalho algum de cavoucar as provas nem de fazer mirabolantes organizações de estudo. Farei tudo isso por você. Seu trabalho será apenas ler com calma as questões comentadas, afinal estamos aqui para isto: fazer você enxergar o que cai realmente na sua prova. Não pense que sairá formado em Letras daqui, mas garanto que nada na prova de Português será surpresa para você. Consequentemente, se você fizer sua parte, os cobiçados $$$$$$ estarão em suas mãos.

description

portugues

Transcript of Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Page 1: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53

AULA 00: DEMONSTRATIVA

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA 1- Apresentação 01 2- Conteúdo Programático do Curso Completo 03 3- Sumário Detalhado + Aula (confira!) 03 4- Questões com Gabarito Comentado 24

Apresentação

Salve, salve, meus alunos inquietos! Grande satisfação é estar em uma equipe que preza a excelência em materiais didáticos voltados para pessoas que aspiram a um cargo público de alto nível. Fui convidado pelos coordenadores do Estratégia Concursos para elaborar uma obra que irá revolucionar o que há de melhor em cursos em PDF. Você está tendo a oportunidade de ter contato com um material realmente inédito voltado para TRT/MG, preparada por uma banca “tranquila” (minha humilde opinião irônica), mas, normalmente, gramatiqueira. Na prova de Português que você irá fazer, normalmente há um texto só, com 7 a 15 questões relativas a ele. Isso ocorre porque a CONSULPLAN trabalha com uma gramática textual, ou seja, conhecimentos gramaticais aplicados à produção e compreensão de um texto. Mas fique calmo, não há mistérios. Se você souber bem a gramática da Língua Portuguesa... só alegria. ☺

À medida que eu começar a explanação, verá que a prova é bem elaborada. Entretanto, não duvide de que você vai sair deste curso na “ponta dos cascos”! Vou fazer de tudo para que a vaga seja sua! Quero que, em Gramática e Interpretação, você fique tão seguro quanto eu, professor de Língua portuguesa. Não guardarei nenhum segredo de que você precisa tomar conhecimento para adquirir confiança suficiente em acertar as questões da CONSULPLAN. Confie em mim! Resumindo: é só felicidade! Você não precisará ter trabalho algum de cavoucar as provas nem de fazer mirabolantes organizações de estudo. Farei tudo isso por você. Seu trabalho será apenas ler com calma as questões comentadas, afinal estamos aqui para isto: fazer você enxergar o que cai realmente na sua prova. Não pense que sairá formado em Letras daqui, mas garanto que nada na prova de Português será surpresa para você. Consequentemente, se você fizer sua parte, os cobiçados $$$$$$ estarão em suas mãos.

Page 2: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 53

Enfim... Foi publicado no dia 25/10 o edital do concurso para

Analista Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), cujas provas serão realizadas em 14/04/2013. Contempla 46 (quarenta e seis) vagas para Analista Judiciário com remuneração inicial de R$ 6.611,39. Para consultar o edital, acesse

http://www.consulplanmg.com/Edital_Abertura_Inscricoes.pdf Adoro ser portador de boas notícias. E como estou “pipocando” de felicidade e sei que você também está, só tenho uma coisa a lhe dizer: ESTUDE, ESTUDE MUITO ESTE MATERIAL COMPLETO! Dessa vez, a vaga é sua, e ela não vai mais escapar. Mentalize isso! Meu/minha nobre, fiquei tão empolgado com tudo isso que nem me apresentei ainda (rs). Bem, vamos lá: meu nome é Fernando Pestana, mas todos me conhecem mesmo como Pestana só. Fique à vontade, chamem-me do que quiser, só não vale xingar, hein! Sou formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Português-Literaturas. Leciono desde os 18 anos de idade, ou seja, há mais de 10 anos. Quando me perguntam o que faço da vida, costumo dizer que estudo a Língua Portuguesa, pois sou um aficionado pelas gramáticas normativas e descritivas — tenho mais de 50 gramáticas (desde antiquíssimas (de Julio Ribeiro - 1910) a novíssimas (de José Carlos de Azeredo - 2010)). O que mais posso dizer de mim? No Rio de Janeiro, leciono nos principais cursos pré-militares, pré-vestibulares e de concursos públicos, além de ser professor do site parceiro do Estratégia: www.euvoupassar.com.br. Estudei com os grandes mestres e mestras da UFRJ, além de ter feito a prova (e passado!) para o curso de pós-graduação no Liceu Literário Português, com o ilustre mestre Evanildo Bechara. Bem... assim como domino o corriqueiro conteúdo das provas elaboradas pelas principais bancas de concursos públicos (CESGRANRIO, CESPE/UnB, FCC, ESAF, FGV, FUJB/UFRJ, VUNESP...), conheço igualmente o das provas preparadas pela CONSULPLAN, as quais apresentam questões objetivas de julgamento baseadas em textos, normalmente, dissertativos — argumentativos ou expositivos. Os enunciados são extremamente objetivos e os conhecimentos gramaticais têm maior relevo que a intelecção (compreensão textual). Fica ligado!!!

Bem, já estou ficando inquieto, e vou terminando aqui a apresentação, dizendo que minha função na Terra é ajudá-lo a conseguir o que quer.

Para demais informações, conte comigo:

[email protected]

Page 3: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 53

Conteúdo Programático

Veja como ficou (fiquei ansioso... acabei me antecipando... rs): Aula 00 (15/11/2012): Compreensão e Interpretação de Textos/Tipologia Textual/Coesão e Coerência Aula 01 (30/11/2012): Ortografia e Semântica. Aula 02 (15/12/2012): Morfologia I. Aula 03 (28/12/2012): Morfologia II. Aula 04 (12/01/2013): Sintaxe da oração e do período. Aula 05 (26/01/2013): Pontuação. Aula 06 (07/02/2013): Concordância. Aula 07 (21/02/2013): Regência e Crase. Aula 08 (08/03/2013): Reescritura e Domínio do Registro Culto.

Relax, pois vou pontuar exatamente aquilo de que você precisa ao longo deste curso. Serei mais amplo num e noutro momento, mas sempre chamando a atenção para o que realmente importa. Espero com grande ansiedade que você, depois destas aulas, consiga a sua tão almejada vaga, pois, parafraseando nada mais, nada menos que Paulo Freire, “nossa etérea missão é não desistir de ensinar, uma vez que, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”.

Sumário Detalhado + Aula 1- O que é um texto?...................................................................04 2- Tipos de texto (Tipologia textual)...........................................05 3- Coesão e coerência do texto....................................................09 4- O que é compreender e o que é interpretar?...........................15 5- Exemplo de análise de um texto..............................................22 6- Questões com gabarito comentado.........................................25

Page 4: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 53

O que é um texto? Segundo Platão e Fiorin, “não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo frases que se constrói um texto”. Esta assertiva desses consagrados professores marca como uma epígrafe este tópico 1, pois um texto nunca é um emaranhado de frases. Um texto é, quando não só uma frase, um conjunto de frases que “dialogam” entre si, estabelecendo determinadas relações de sentido. Em um texto, o todo é o que importa, e não suas partes, pois frases soltas podem gerar interpretações equivocadas. Imagine o seguinte diálogo: — Que nota você daria para este material? — Dez... Se o diálogo parasse aqui, poderíamos dizer que o Pestana ficaria feliz, certo? Afinal, o segundo falante atribui nota máxima a este material. Não obstante, o texto do segundo falante ainda não está terminado (agora o diálogo completo): — Que nota você daria para este material? — Dez... quilômetros por hora. E agora? O Pestana fica triste, ora (rs). Aqui podemos entender que meu material é tão ruim, tão lento que dá sono. Em outras palavras, se tomássemos isoladamente o texto “Dez...” chegaríamos a uma conclusão diferente da que chegamos agora, pois as partes de um texto, mesmo que curto, se completam. Por isso, o melhor leitor de um texto é aquele que não se apega a frases soltas dentro de um texto, mas que observa o contexto (o entorno do texto). Não há texto que possa ser bem lido e compreendido sem que se considerem também as questões extralinguísticas, as quais cerceiam o discurso do autor do texto, a saber: sua visão de mundo, seu contexto histórico e social. Um texto precisa ter textualidade, que é o conjunto de características que constituem um texto. Em outras palavras, ele precisa ter início, meio e fim. Precisa apresentar uma certa lógica para que atinja seu objetivo. Elementos linguísticos precisam colaborar para que a comunicação seja estabelecida, afinal todo autor escreve com a intenção de ser lido e compreendido. Perceber que existem parágrafos separando

Page 5: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 53

ideias que se relacionam já é um bom começo para dominar a leitura de um texto. Eu mesmo, Pestana, quando leio um texto pretensioso, divido minha leitura pelos parágrafos e faço pequenos resumos do que consta do parágrafo. Recomendo o mesmo! Mais à frente irei dar valiosas dicas baseadas no que ensina o professor Evanildo Bechara a quem se presta a analisar textos. Você já vai chegar lá!

Tipos de texto (Tipologia textual) Para entendermos mais sobre ‘o que é um texto’ e consequentemente compreendê-lo bem, precisamos ter contato com diferentes tipos de texto, ou modos de organização do discurso; daí este tópico. A tipologia textual é a forma como um texto se apresenta e se organiza. Com tranquilidade, acompanhe os tipos e os exemplos: Descrição – tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, uma sensação, um objeto, um movimento, etc. Características:

• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função caracterizadora.

• Há descrição objetiva e subjetiva, com o tempo estático, parado.

• Normalmente usam-se verbos de ligação.

• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.

Ex.: "Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio.” Narração/Relato – modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens; toda narração tem um enredo ou intriga – é o

Page 6: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 53

encadeamento, a sucessão dos fatos, o conflito que se desenvolve, podendo ser linear ou não. Carcaterísticas:

• O tempo verbal predominante é o passado. • Alguns textos de gênero narrativo: piada, fábula, parábola, epístola

(carta com relatos), conto, novela, epopéia, crônica (literatura com jornalismo), romance.

• Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo), com quem

ocorreu (personagem), como ocorreu (conflito/clímax), quando/onde ocorreu (tempo/espaço), por que ocorreu (o enredo) são “questões respondidas” neste tipo de texto;

• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da história) ou

de 3ª pessoa (não participa da história).

• Normalmente aparece em texto em prosa.

• Existem tipos de discurso (direto, indireto e indireto livre) na narração*.

Ex.: “Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.” * Tipos de discurso Discurso direto: fala do personagem marcada pelo travessão ou aspas, antecedida por verbo elocutivo e dois-pontos. Ex.: O aluno perguntou: “Professor, o que é intertextualidade?” Discurso indireto: o narrador narra aquilo que foi falado pelo personagem. Ex.: O aluno perguntou ao professor o que era intertextualidade. Discurso indireto livre: fala do personagem sem marcas do discurso direto. Ex.: O aluno estava com uma intrigante pergunta na cabeça. O que é intertextualidade? O professor percebeu sua cara de dúvida e interpelou-o.

Dissertação (expositiva ou argumentativa (!!!)) – a expositiva trabalha o assunto de maneira atemporal com o objetivo de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate; a

Page 7: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 53

argumentativa — é um estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias, apresentada de forma lógica, com razoável grau de objetividade e total coerência a fim de defender um ponto de vista e convencer o interlocutor; um simples artigo de opinião ou uma apreciação crítica de cinema ou de música, por exemplo, exigem a elaboração de um texto argumentativo bem estruturado, segundo um esquema lógico. Características:

• Presença de estrutura básica: apresentação da ideia principal (tese); argumentos (estratégias argumentativas comuns: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato-exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com sugestão/solução).

• Principais gêneros textuais: redação de concursos, artigos de

opinião, cartas de leitor, discursos de defesa/acusação, resenhas, relatórios, textos comerciais (publicitários)...

• Utiliza verbos na 1ª (normalmente nas argumentações informais) e

na 3ª pessoa do presente do indicativo (argumentações formais) para indicar uma atemporalidade e um caráter de verdade no que está sendo dito.

• Linguagem cuidada: com estruturas lexicais e sintáticas claras,

simples e adequadas ao registro culto.

• Normalmente uso de estruturas impessoais, de nominalizações e modalidades de possibilidade, certeza ou probabilidade, em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Às vezes, usam-se elementos de primeira pessoa como recurso retórico para envolver o leitor no pensamento do autor do texto.

Ex.: A maioria dos problemas existentes em um país em desenvolvimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente administração política (tese), porque a força governamental certamente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais — por negligência de nossos representantes — vêm aterrorizando as grandes metrópoles (tópico frasal). Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da população, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o caos se estabelece; o povo tem de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão).

Page 8: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 53

Injunção - indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor; chamado também de Instrucional, é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos, nas leis jurídicas. Características:

• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, no imperativo; há também o uso do futuro do presente (10 mandamentos e leis diversas).

• Este tipo de texto é encontrado em horóscopos, receitas de bolo,

discursos de autoridades, manual de instruções, livros de auto-ajuda, leis, etc.

• Marcas de interocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª pessoa

ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas, etc. Ex.: Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleitoral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais. / Seção IV - Da Contingência na Votação - Art. 58. Na hipótese de falha na urna, em qualquer momento da votação, o presidente da mesa receptora de votos, à vista dos fiscais presentes, deverá desligar e religar a urna, digitando o código de reinício da votação. Maravilha? Fique despreocupado com a quantidade de informações, pois há muitas questões comentadas mais à frente para te ajudar a internalizar as informações expostas acima.

Coesão e Coerência do texto Bem, até aqui entendemos o que é um texto, conhecemos os tipos de texto e suas características. Agora, precisamos ir mais a fundo. Explico o porquê. Para que entendamos bem um texto, existe a premente necessidade de percebermos que, se ele é um conjunto de frases que se relacionam, mantendo um sentido harmonioso, isso se deve ao fato de que há nele a famosa coesão — tão massificada nas provas de concursos variados, e não menos diferente nas da Consulplan. A coesão textual é um conceito que trata da ligação entre as partes do texto através de elementos da língua que normalmente se relacionam a outros dentro do texto ou que relacionam orações dentro do texto. Sem ela não é possível entender plenamente um texto.

Page 9: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 53

Percebeu a importância da “coisa”?! É isso, meu/minha nobre. Quer entender isso melhor? Venha comigo (vamos ver alguns elementos de coesão na prática analisando o parágrafo anterior): “Bem, até aqui entendemos o que é um texto, conhecemos os tipos de texto e suas características. Agora, precisamos ir mais a fundo. Explico o porquê. Para que (nós) entendamos bem um texto, existe a premente necessidade de percebermos que, se ele é um conjunto de frases que se relacionam, mantendo um sentido harmonioso, isso se deve ao fato de que há nele a famosa coesão — tão massificada nas provas de concursos variados, e não menos diferente nas da Consulplan.” Comentários:

• Até aqui: indica que houve um texto anterior ligado a este. • Suas: liga-se à palavra texto. • Agora: indica que o texto irá continuar. • Para que: indica uma relação de finalidade. • (Nós): há uma elipse do pronome (omissão do nós); percebemos

isso pela terminação da forma verbal ‘entendamos’. • Que: este elemento conecta o verbo ‘percebermos’ (quem percebe,

percebe alguma coisa) ao seu complemento posterior. • Que: substitui a palavra anterior ‘frases’ • Isso: retoma toda a ideia anterior (se ele é... sentido harmonioso). • (N)ele: retoma a palavra texto • (N)as: retoma ‘provas’

Eu acho que você está começando a se dar conta de que um texto é muito mais do que uma porção de frases. Certo?

Muitos me perguntam: “Pestana, qual é a diferença entre coesão e

coerência?” A resposta é muito simples, e o melhor a responder isto é o mestre Bechara: “Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.” Agora minha humilde contribuição: enquanto a coesão está para os elementos conectores de ideias no texto, a coerência está para a harmonia interna do texto, o sentido. Muitos professores infelizmente ensinam ainda que não há coerência sem coesão. Não obstante, só para citar um exemplo, não haveria coerência, apesar de haver coesão se disséssemos: “Os jornalistas se comprometem a divulgar artigos políticos de maneira polida e imparcial, no entanto eles comumente afligem a opinião daqueles que se empenham em ter um cerne ou um ponto de vista menos fundamentalista.”

Page 10: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 53

Depois de realçados os elementos coesivos, do que o texto fala mesmo? O ‘no entanto’ estabelece uma relação de oposição com o quê? Com o fato de os artigos ou os jornalistas afligirem a opinião de quem? Dos leitores, dos jornalistas ou dos artigos políticos? Percebe que há uma confusão, que gera uma incompreensão do texto? Logo, podemos dizer que não houve coerência, assim como nossa namorada (ou namorado) nos diz: “Você é muito incoerente. Fala que odeia trabalhar, mas vive fazendo hora extra.” Acho que eu já ouvi isso (rs). A incoerência está ligada à ausência de sentido no texto, e o contrário é verdadeiro. Cabe ressaltar também o seguinte: pode haver coerência sem coesão. Quer ver? Veja um exemplo de bilhete na geladeira: “Saí. Praia. Futebol. Volto à noite. Morto. Não espere nada de mim. Bj!” Sabemos que ela vai falar muito no ouvido dele, não? Não briguem comigo, alunas, vocês não têm culpa (rs). Bem — depois do comentário machista — quero que você perceba que não houve nenhum elemento conectando as frases; realmente não houve coesão, mas houve total coerência, pois as frases mantêm relações de sentido bem típicas de um homem cara de pau (do ponto de vista da mulher). A incoesão, ausência de elementos coesivos, não prejudicou o sentido do texto, ou seja, a coerência. Faço questão de desenvolver o assunto coesão lexical, pois é quase certo que haverá uma questão disso na prova do seu concurso. Acompanhem os tipos de coesão, segundo o potente professor da UFRJ Agostinho Dias Carneiro, em seu livro Redação em construção, e segundo o grande Evanildo Bechara, em sua Gramática Moderna:

� Coesão Referencial • ocorre quando se usam pronomes (pessoais, possessivos,

indefinidos, interrogativos, demonstrativos e relativos), numerais, advérbios, verbos vicários (fazer e ser substituem outros verbos), substantivos (ou expressões substantivas), elipse (omissão de um termo; no exemplo, coloco um !) e abreviações, para substituir elementos dentro do texto;

• o objetivo deste tipo de coesão é evitar a repetição, portanto se um

elemento faz referência a outro anterior, dizemos que ele tem valor anafórico; se um elemento faz referência a um posterior, dizemos que ele tem valor catafórico.

Ex.: João é estudioso, por isso ele consegue boas notas. Ele é um cara muito esforçado, por isso todos adoram o João.

Page 11: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 53

O estudo é algo primordial, e eu o levo muito a sério. A aluna quer muito a vaga. Sua determinação é invejável.

João e Pedro passaram, mas nenhum vai ficar. Ela e ele se classificaram, mas quem ficou realmente feliz? Só isto me interessa: a aprovação. O professor que me ajudou a passar foi o Pestana. João e Pedro passaram, mas só o primeiro se classificou. Maria sempre agiu assim: vigorosa e inteligentemente. Nos EUA há muito preconceito. Nunca moraria lá. O professor titular explicou bem, o substituto fez o mesmo. Ficamos satisfeitos aqui, mas não foi como esperávamos. Celso Cunha é excelente. O gramático foi ótimo linguista. Pelé foi grande! O melhor jogador do mundo merece a glória. O Estratégia preza a excelência e ! conta com ótimos mestres. Fernando Henrique Cardoso privatizou tudo; FHC vacilou.

� Coesão Recorrencial • ocorre quando se usa a repetição (reiteração) de vocábulos, o

paralelismo sintático (repetição de estrutura sintática semelhante) e a paráfrase (repetição de conteúdo semântico semelhante, introduzido por ou seja, isto é, quer dizer...)

Ex.: Nós precisamos estudar mais. Estudar Português é primordial. Bom mesmo é passar no concurso, ganhar bem e ser feliz. Ela não compareceu à prova, ou seja, perdeu a chance.

� Coesão Sequencial • ocorre quando se usam conjunções, locuções conjuntivas,

preposições, locuções prepositivas ou simplesmente chamados de operadores argumentativos/discursivos que normalmente conectam orações dentro do texto, dando sequência à leitura, estabelecendo determinadas relações de sentido e concatenando as ideias dentro dele; segue uma lista abaixo:

Operadores argumentativos/discursivos

• Com ideia de soma, acréscimo, adição: e, nem (=e não), não

só/apenas/somente... mas/como/senão (também, ainda)..., tanto... quanto/como, além de, além disso, também, ainda... Ex.: A alegria prolonga a vida e dá saúde. Não relaxe nem esmoreça. O amor não só faz bem, como alimenta.

Page 12: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 53

Obs.: O e pode ter os seguintes valores semânticos também: adversidade ou consequência. Ex.: A chuva foi intensa e a cidade ficou inundada.

Nós acordamos cedo, e chegamos atrasados.

• Com ideia de oposição, contraste, adversidade, compensação, concessão: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, só que, ainda que, mesmo (que), apesar de, em detrimento de, a despeito de, conquanto, se bem que, por mais/menos/melhor/pior/maior/menor que, sem que, quando, agora, ao contrário... Ex.: Trabalho muito, mas ganho pouco. Embora fume, não traga.

Eles vieram de carro, quando/agora — cá entre nós — poderiam ter vindo a pé.

Obs.: A expressão coesiva sem que pode indicar uma relação de concessão (oposição), condição ou modo: Ex.: Saiu sem que se despedisse. (modo) Sem que estudasse, passou. (concessão)

Sem que estude, não passará. (condição)

• Com ideia de alternância, exclusão, inclusão (raro): ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já, umas vezes...outras vezes, talvez...talvez, seja...seja... Ex.: Flamengo ou Vasco ganhará o Brasileirão. O Flamengo ou o Vasco têm chances de vencer este ano.

Quer consiga uma vaga este ano, quer não, nunca desistirei. • Com ideia de conclusão, consequência: logo, portanto, por isso, por

conseguinte, então, assim, em vista disso, sendo assim, pois (depois do verbo), de modo/forma/maneira/sorte que... Ex.: Você ajudou; terá, pois, nossa gratidão.

O carro quebrou, assim não pudemos chegar. Não gostava de estudar de modo que o fazia à força.

Obs.: Se antes do que vierem as palavras tão/tanto/tamanho/tal, ele iniciará uma ideia de consequência: Faziam um barulho tão grande que não havia possibilidade de conversa.

• Com ideia de explicação, motivo, razão, causa: porque, que, porquanto, senão, pois (antes do verbo), visto que/como, uma vez

Page 13: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 53

que, já que, dado que, posto que, em virtude de, devido a, por motivo/causa/razão de, graças a, em decorrência de, como... Ex.: Não chore, porque (pois) será pior. (explicação) Comecei a estudar visto que aspiro a um cargo público. Em virtude de uma crise financeira, as fábricas faliram.

• Com ideia de comparação, analogia: (do) que (após mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual/ como (após tal), como/ quanto (após tanto, tão), como (= igual a), assim como, como se, feito... Ex.: Viva o dia como se fosse o último. O filho nasceu tal qual o pai.

Ele age feito um louco às vezes.

• Com ideia de condição, hipótese: se, caso, contanto que, exceto se, desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a não ser que, exceto se... Ex.: Exceto se eu tiver o documento, poderei te ajudar.

Ele ajuda desde que façamos a nossa parte. Se eu pudesse voltar atrás, faria tudo diferente.

• Com ideia de acordo, conformidade: conforme, consoante, segundo,

como (= conforme), que... Ex.: Consoante eu saiba, ela é casada.

Essa notícia, conforme já anunciamos, é falsa. Cada um colhe como semeia.

• Com ideia de tempo: quando, logo que, depois que, antes que,

sempre que, desde que, até que, assim que, enquanto, mal, apenas... Ex.: Enquanto há vida, há esperança.

Mal abri a boca, mandou fechá-la. Até que eu consiga a minha vaga, não desistirei.

• Com ideia de objetivo, finalidade, propósito, intenção: para, para que, a fim de que, porque (=para que), com o objetivo/intuito/escopo/fito de (que)... Ex.: Viaje à janela com o fito de que aprecie a paisagem.

Estou estudando para que eu melhore nossa vida. Orai porque não entreis em tentação.

• Com ideia de proporcionalidade, simultaneidade, concomitância de

fatos: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais/ menos/menor/maior/melhor/pior...

Page 14: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 53

Ex.: Quanto mais conheço os homens, mais estimo os cachorros.

As plantas crescem à medida que as regamos. Fico mais inteligente ao passo que estudo.

• Com ideia de prioridade, relevância, ordem: primeiramente,

precipuamente, em primeiro lugar, primeiro, antes de mais nada, acima de tudo, sobretudo, por último...

Ex.: Antes de mais nada, quero apresentar dois argumentos:... Redizer é dizer, sobretudo quando o assunto é Amazônia. Primeiramente, preciso destacar a visão deles.

• Com ideia de resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim,

dessa maneira, em resumo, recapitulando...

Ex.: O Brasil, infelizmente, é cercado de corruptos, pessoas incapazes de exercer a administração de um país como o nosso, tão equipado de qualidades naturais, as quais, se bem usadas, alavancariam nossa economia, tornando-nos grande potência mundial. Enfim, precisamos de novas pessoas no poder, e éticas, sobretudo.

• Com ideia de esclarecimento, exemplificação ou retificação: ou seja,

isto é, vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou melhor, ou antes, na realidade, aliás, por exemplo...

Ex.: A pena para quem casa é de prisão perpétua. Pois o juiz, ou melhor, o padre sempre finaliza a sentença dizendo: “até que a morte os separe”.

• Com ideia de contraposição: de um lado... de/por outro lado...

Ex.: De um lado, esse carnaval; do outro, a fome total.

• Com ideia de inclusão: inclusive, ainda, mesmo, até, também...

Ex.: Até eles poderiam me trair, mas você?!

Você deve estar pensando assim: “Poxa, Pestana, eu preciso saber tudo isso?” A resposta é seca e de amigo (nem sempre amigo — amigo mesmo — fala aquilo que é bom escutar, certo?): SIM! Mãos à obra!

E aqui acaba minha missão com a coesão (rimou) e coerência. Este “arsenal” de informações, que, a princípio, tangencia a estratégia de uma boa leitura e compreensão de um texto, vai ser muito útil. Não perca o próximo tópico!

Page 15: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 53

Ah! E antes que pense que sou mau com você, continue sua leitura, feliz, e depois me diga se não valeu a pena ter lido tudo isso. Caem muitas questões sobre isso na sua prova; principalmente no capítulo de conjunção você vai ver tais conectivos. Vai gravando!!!

O que é compreender e o que é interpretar? Já reparou que a banca põe no conteúdo programático Compreensão e Interpretação de Texto? Aí, meus alunos vêm a mim e lançam um direto no queixo: “Pestana, qual é a diferença entre compreensão e interpretação?” Minha resposta é basicamente esta: “Meu camarada (ou minha queridinha (sem ironia)), compreender é ter a habilidade de perceber o significado de algo, analisar o que realmente está escrito; aplicando à leitura de um texto, significa resumir objetivamente pedaço por pedaço dele, coletando dados claros para sua síntese. Já interpretar significa dar sentido a, deduzir de maneira lógica, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê nas entrelinhas do texto.” A Consulplan não vai exigir de você a diferença, então relaxe. Basicamente, chega-se à compreensão de um texto analisando-o de maneira objetiva, sempre parafraseando-o para facilitar a leitura. Se você não sabe o que é parafrasear, digo: é dizer o mesmo com outras palavras: Ex.: Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo (Voltaire)

Caso não houvesse Criador, teríamos a necessidade de projetá-lo. (paráfrase do Pestana) Percebeu? É assim que você irá proceder se quiser compreender um

texto! Cada professor tem um método de ensino para que o aluno consiga ter uma boa leitura e, por conseguinte, acerte questões, vulgarmente, chamadas de interpretação de texto. Eu também tenho a minha maneira de compreender/interpretar. Daqui a pouco eu falo do meu método; antes, porém, preciso falar mais sobre “o que é interpretar”.

Faço questão de abrir um adendo agora. Tenho grande predileção

pela paráfrase ou, na sua prova, a reescrita de textos, pois através dela exercitamos nossa capacidade intelectiva (compreensão). Mas só veremos isso bem mesmo na última aula do curso. Aguarde... Como sou ansioso, vou mostrar só um pedacinho do que vem por aí...

Na reescrita de textos devemos levar em conta o seguinte: existem

diferentes maneiras de dizer a mesma “coisa”, portanto temos de nos ater não a todas as maneiras, mas tão somente às que o concurso que irá fazer exige!

Page 16: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 53

Observe abaixo os tipos de reescrita mais comuns:

� Síntese É a capacidade de dizer com poucas palavras, de produzir um texto de maneira concisa, sem o uso de estruturas muito longas e descritivas. A verborragia, ou seja, o uso de muitas palavras para expressar poucas ideias se opõe radicalmente à síntese. Enquanto a síntese busca a precisão, a brevidade e a objetividade, a prolixidade (dizer com muitas palavras o que poderia ser dito brevemente) torna o texto enfadonho. É óbvio que temos de usar o bom senso em algumas situações, pois se alguém pede para discursarmos em um casamento, não diremos apenas: “Obrigado por tudo!”. Ser muito sintético às vezes não cabe. Bem, a síntese se dá, na prática, através da retirada de elementos de importância secundária, chamados de elementos determinantes, caracterizadores ou especificadores, como (normalmente) artigos, pronomes, numerais, adjetivos, locuções adjetivas, orações adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, etc. Fica-se com os elementos essenciais que dão sentido ao texto. Chega de papo, que eu já não estou sendo sintético (rs): Ex.: A Via Láctea sempre foi motivo de interpretações particulares. Era

imaginada como o caminho para casa de Zeus/Júpiter. Os povos nórdicos, por sua vez, acreditavam que a Via Láctea era o caminho seguido pelas almas para o céu. Já os índios primitivos criam que a Via Láctea era o caminho que os espíritos percorriam até as suas aldeias, no Sol.

Síntese (mais de 30 palavras foram retiradas): Vários povos, ao longo

das eras, apresentam suas crenças singulares a respeito da Via Láctea.

� Ampliações A ampliação é o avesso da síntese. Veja o exemplo de modo que automaticamente perceberá o avesso (exemplo adaptado de Dad Squarisi no Correio Braziliense, 2 de fevereiro de 2003): Ex.: Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o

sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado. Primeira ampliação: O açúcar, quando ainda não submetido à refinação

e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

Page 17: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 53

Segunda ampliação: A sacarose, extraída da cana-de-açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

� Uso de Conectivos Abordei exaustivamente o assunto nas páginas anteriores. Este assunto é megapowerultraimportante!!! Confira! De qualquer maneira, segue mais uma forma de reescrita: Ex.: Percebendo que os outros abusavam do Dito, não deixava mais

que o irmão ficasse isolado. Uso de conectivo: Percebeu que os outros abusavam do Dito, por isso não deixava mais que o irmão ficasse isolado.

� Discurso direto e indireto Na narração, o narrador expõe a fala da personagem de duas maneiras: dando voz à própria personagem ou reproduzindo com sua voz a fala da personagem. Na dissertação também encontramos estes discursos quando o locutor do texto, normalmente, parafraseia a citação de alguém. No Discurso Direto (DD) há a presença de alguns elementos básicos (normalmente todos aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala da personagem), dois-pontos, aspas ou travessão marcando a própria fala. No Discurso Indireto (DI) o narrador usa uma estrutura de oração subordinada substantiva, iniciada pela conjunção ‘que’. Ex.: O professor pediu aos alunos: “Fiquem quietos”. (DD) O professor pediu-lhes que ficassem quietos. (DI) Obs.: Existem regras para a passagem do discurso direto para o indireto (os vocábulos do discurso direto têm de ficar depois do ‘que’):

DIRETO - Enunciado em primeira pessoa: Disse o detento: "Eu não confio mais na Justiça"

Page 18: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 53

INDIRETO - Enunciado em terceira pessoa: O detento disse [que ele não confiava mais na Justiça]

DIRETO - Verbo no presente do indicativo: "Eu não confio mais na Justiça" INDIRETO - Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: Ele disse [que não confiava mais na Justiça]

DIRETO - Verbo no pretérito perfeito: "Eu não roubei nada" INDIRETO - Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no pretérito mais-que-perfeito: Ele disse [que não tinha/havia roubado (ou roubara) nada]

DIRETO - Verbo no futuro do presente: "Faremos justiça de qualquer maneira" INDIRETO - Verbo no futuro do pretérito: Declararam [que fariam justiça de qualquer maneira]

DIRETO - Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo: "Saia da delegacia", ordenou o delegado ao promotor INDIRETO - Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O delegado ordenou ao promotor [que saísse da delegacia]

DIRETO - Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1ª pessoa; por exemplo, este, esta, isto, esse, essa, isso: "A esta hora não responderei nada", disse ele. INDIRETO - Pronomes de 3ª pessoa; por exemplo, aquele, aquela, aquilo: Ele disse [que àquela hora não responderia nada à imprensa]

DIRETO - Advérbio aqui e cá: "Daqui eu não saio tão cedo", disse ele INDIRETO - Advérbio ali e lá: Ele disse [que dali não sairia tão cedo]

Pronto. Aí estão alguns tipos de reescrita que podem aparecer na

prova. A reescrita é fundamental para treinarmos a compreensão. Faça bastantes questões sobre este assunto. Apresentarei algumas mais à frente.

A interpretação está muito ligada ao subentendido, ou seja, ao que está nas entrelinhas (não vamos entrar aqui no mérito de pressuposto e subentendido (conceitos diferentes que dizem respeito à semântica, mas que não são exigidos do candidato tal sapiência)). Estamos aqui para passar na prova da Consulplan, não é um curso da Faculdade de Letras em PDF, certo? Então, vem comigo!

Eu estava falando que a interpretação trabalha com o que se pode

deduzir de um texto. Veja estas duas piadas — elas são ótimas para que você entenda interpretação, afinal você só ri de uma se conseguir interpretá-la, ver o subentendido. Tente deduzir as ideias contidas nelas (depois confira meus comentários):

Page 19: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 53

— Como é que chama um bandido armado até os dentes? — Eu o chamaria de senhor. ........... — O que o senhor fazia no emprego anterior? — Era funcionário público. — Ok... o senhor pode contar até dez? — Claro. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... valete, dama, rei...

KKKKKKKKKKK!!! Se você não riu, ignore minha gargalhada. Comentários:

Para que haja o riso na primeira piada, é preciso que a interpretação aconteça da seguinte maneira: o perguntador esperava outra resposta, como “meliante”, “perigoso”, “delinquente”, “marginal”, etc., mas inusitadamente o interlocutor quebra a sua expectativa e diz: “Eu o chamaria de senhor”, ou seja, o tratamento dado a um bandido fortemente armado deve ser polido, cortês para que o assaltado não sofra nenhuma represália. Já o humor da segunda piada está centrado em um conhecimento de mundo, mais propriamente a uma opinião preconceituosa sobre funcionários públicos, a saber: o trabalho deles é um lazer; percebemos isso através das palavras que remetem ao jogo de baralho. Em suma, a interpretação depende do subentendido, do conhecimento de mundo. A compreensão depende do que está claramente percebido na leitura de um texto. Quando alguém pergunta se entendemos este ou aquele texto, só dizemos sim caso tenha ficado percebida a ideia principal e as principais características do texto lido. Podemos não saber tudo dele, mas conseguimos sintetizá-lo. Veja o texto abaixo:

“Portanto, o ideal é pensarmos o corpo como objeto da educação, ou seja, é reconhecer que o conhecimento emerge do corpo a partir das experiências vividas. Experiências, essas, que estão relacionadas tanto com a autonomia do corpo quanto com a sua dependência ao meio, a cultura e a sociedade em que vive. Nesse contexto, consideramos que, na própria ação, já há cognição, uma vez que a aprendizagem emerge do corpo a partir das suas relações com o entorno (...) A gestualidade ou os cuidados com o corpo podem e devem ser tematizados nas diferentes práticas educativas, inseridos nas grades curriculares e viabilizados por diferentes disciplinas. O desafio está para os educadores e, principalmente, para os educadores físicos, em desmitificar o culto ao corpo perfeito, dando subsídios para se pensar

Page 20: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 53

num corpo que contenha significações que singularizam o sujeito, que permitam a intercomunicação com a singularidade do outro indivíduo, sendo considerada base para a construção do conhecimento.”

(Fragmento conclusivo do artigo Corpo objeto: um olhar das ciências sociais sobre o corpo na contemporaneidade, de José Florentino e Fátima Rejane Ayres Florentino, na internet, em

http://www.efdeportes.com/efd113/o-corpo-na-contemporaneidade.htm)

Podemos entender do texto que, para os autores, o corpo deve ser pensado em suas singularidades e em sua capacidade de interação, pois eles pensam em um corpo “que contenha significações que singularizam o sujeito”, mas que “permitam a intercomunicação com a singularidade do outro indivíduo”. Rejeitam o culto ao corpo e admitem que dele tratem “diferentes disciplinas” (não apenas Educação Física).

O bom desse papo todo de interpretação e compreensão é que na prova, a banca está realmente preocupada em nivelar os que têm uma boa capacidade intelectiva, por isso faço questão de revelar meu método de boa leitura de um texto, de modo que você, amigo, se sinta confortável para fazer uma questão de interpretação. Meu método é este (devo muito ao Bechara):

• Leia o texto despretensiosamente uma primeira vez, como se quisesse apenas se inteirar do assunto; uma segunda vez, para confirmar sua primeira percepção sobre como ele foi articulado: narração, descrição, dissertação...

• Na segunda vez, sem muita pressa, resuma cada parágrafo,

buscando sempre a ideia mais importante dele. • Não deixe de sublinhar o tópico frasal (a frase mais importante) de

cada parágrafo. • Como normalmente os textos das provas da Consulplan são

dissertativo-argumentativos, observe as estratégias de argumentação do texto: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato-exemplo, enumeração...

• Mais do que isso, observe entre cada par de parágrafos se há entre

eles alguma relação de esclarecimento, resumo, explicação, exemplificação, descrição, enumeração, oposição, conclusão... (estude os elementos coesivos sequenciais para este fim)

• Importante: se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, vá

direto ao(s) parágrafo(s) de introdução ou conclusão do texto; sempre há uma reiteração do conteúdo principal do texto.

Page 21: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 53

• Nunca se esqueça de observar atentamente os vocábulos que estabelecem coesão referencial e sequencial.

• O texto é um todo, portanto não se fixe nas partes dele, note

sempre o contexto, o entorno. • Não queira adivinhar o que o autor quis dizer, mas apegue-se tão

somente ao texto, nunca extrapole. • E o 10º mandamento: MARQUE A QUESTÃO CERTA!

Meu caro aluno, como você já percebeu, não consigo ensinar sem

descontrair, afinal de contas, a descontração é a grande arma do negócio. Fazer uma prova despretensiosamente é a melhor arma do candidato. Eu falei despretensioso, não desconcentrado! Desconcentrado nunca! A despretensão tira de você aquele peso nas costas de fazer uma prova difícil. Meu amigo, seja feliz!

O próximo tópico, antes de irmos para as questões comentadas,

trata da análise de um texto; vale muito a pena ser lido, ainda mais que fui eu o autor (rs)!

Exemplo de análise de um texto

Um semiparadoxo chamado reality show

Como se não bastasse a teatralização manipuladora das novelas brasileiras — exibidas de segunda a sábado! —, a população brasileira passou a conviver, a partir do início de 2002, com uma nova forma de nocivo controle mental que vai ao ar de segunda a segunda — durante alguns meses — com um curto intervalo entre um programa e outro: o Big Brother Brasil, um reality show “globalizado”. Por outro lado, o despertar do fascínio é criado pela mídia e sustentado por pessoas influentes, de discurso garboso, na sociedade, de modo que nos acabamos sabotando. E A Fazenda vem correndo por fora.

Desde então, as ruas ficam muito desertas nas noites de quinta-

feira, e mais abandonadas ainda nas imperdíveis e emocionantes terças-feiras. Não podemos perder “quem vai ser o líder” ou “quem vai ao paredão”, certo? Além de tal aprisionamento em frente à TV, os espectadores ainda acreditam que podem participar deste programa, já que uma babá recebeu meio milhão de reais e, no ano seguinte, um homossexual levou para casa o dobro da quantia. Agora você pode ganhar R$1.500.000,00! Mais do que este grande mote, há um fascínio pelo show. “O que torna o programa um sucesso se deve ao fato de que

Page 22: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 53

há uma necessidade inerente do homem do voyeurismo”, diz o sexólogo Carlos Motta Noblat.

Não satisfeito, desde o primeiro ano, o centro de pesquisas VOX

GENERALIS vem apresentando precisos números que corroboram o garantido sucesso no nosso intelectualmente atrasado país: assustadores 65% da população assistem assiduamente aos famosos ‘paredões’. Dá para acreditar como a cultura da futilidade é tão popular? Assim como Chacrinha era um “estouro” na audiência, nos anos 80, o novo Chacrinha ressurge com nova roupagem atraindo os olhares alheios para mulheres seminuas — quiçá nuinhas da silva! Ainda nos resta alguma dúvida de que tal reality show vai perpetuar-se ao longo de bons anos pela frente? Pasmem: há um contrato deste “câncer” até 2014.

Por outro lado, quem não gosta de “dar uma espiadinha”, como diz

Bial? Se o próprio Jô Soares postou no twitter: “BBB = desliga a TV”, é porque ele sentiu aquele comichão do homem em investigar a vida alheia. O que se deduz é que o homem se vê no lugar do outro e tem a sensação de que está sendo representado por um brother da casa. Dessa forma, a indústria do espetáculo vem recrutando os ingênuos telespectadores, que se submetem às mais patéticas situações para gravarem seus DVDs e concorrerem a uma vaga no programa. Inclusive nós já nos devemos ter perguntado: “E se eu...?”

De qualquer modo, fico com o que diz meu bom senso: o programa

é nocivo, pois desperta no homem muita baixaria e vilania. E não é falso moralismo, mas porque é simplesmente patético ver que, com a oscilação da audiência, o diretor tenta de tudo: paredão quádruplo com direito a duas eliminações de uma só vez; construção de uma casa de vidro num famoso shopping carioca para dar a chance de um dos cinco primeiros eliminados retornarem ao programa; a intervenção de Pedro Bial (coitado!) apelando para os participantes “curtirem a vida dentro da casa”, etc. O BBB 11 entrou para a história como um dos programas mais abjetos e desprezíveis da televisão brasileira. Espere para ver o BBB 12, 13, 14...

Fernando J. V. Pestana

E aí?! 1) Leu o texto despretensiosamente (este é o primeiro mandamento)? 2) Percebeu que este texto é dissertativo-argumentativo (ainda o primeiro mandamento)? 3) Resumiu cada parágrafo (segundo mandamento)? 4) Sublinhou os tópicos frasais de cada parágrafo (terceiro mandamento)? 5) Observou as estratégias argumentativas nos parágrafos de desenvolvimento (quarto mandamento)? 6) Percebeu as relações entre os parágrafos (quinto mandamento)? 7) Consultou os parágrafos de introdução e de conclusão para ver se as ideias principais são reiteradas (sexto mandamento)? 8) Observou os vocábulos que estabelecem coesão no texto (sétimo mandamento (ver abaixo))? 9) Leu

Page 23: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 53

o texto como um todo sem extrapolar as ideias dele (últimos mandamentos)? Se você fez tudo isso, meu caro, qualquer questão de prova é sua! Corra para o abraço! Antes, porém, veja se meus comentários, que respondem as perguntas, se conformam à sua tarefa de análise textual à base do meu método: 1 e 2) O texto é dissertativo-argumentativo, pois discorre sobre um assunto de forma metódica e abrangente, expondo um ponto de vista, uma tese defendida com argumentos. 3) No 1º §, fica clara a tese do autor, em que ele vê negativamente o reality show, mas contrapõe sua visão com o tom atrativo do programa. No 2º §, fala-se de algumas características do programa e de como o público o interpreta segundo uma autoridade. No 3º §, estratégias argumentativas de dados estatísticos e comparação corroboram o sucesso do programa. No 4º §, há a sugestão, contrapondo a visão geral negativa do autor de que sentimo-nos de certa forma atraídos pelo espetáculo. No 5º §, a conclusão sintetiza a visão central negativa sobre a atração televisiva. 4) No 1º §, o primeiro período é a frase mais importante. No 2º §, o penúltimo período. No 3º §, o penúltimo período. No 4º §, o primeiro ou o terceiro período concorrem. 5º §, o primeiro e o último período concorrem. 5) No 2º §, as estratégias argumentativas usadas para ratificar a tese do autor são: causa-efeito e argumento de autoridade/citação de autoridade. No 3º §, dados estatísticos, comparação e pergunta retórica. No 4º §, exemplificação. No 5º §, enumeração. 6) Entre o 1º § e o 2º §, há uma relação temporal relacionada à atração televisiva. Entre o 2º § e o 3º §, há a continuação de apresentação de estratégias de argumentação. Entre o 3º § e o 4º §, há uma contraposição (falseada, pois o autor quer espezinhar o programa). Entre o 4º § e o 5º §, há uma retomada para a real visão do autor sobre o assunto. 7) As ideias são reiteradas, pois o 1º §, fica clara a tese do autor, em que ele vê negativamente o reality show; no 5º §, a conclusão sintetiza a visão central negativa sobre a atração televisiva. 8) Destaquei todos os elementos coesivos mais relevantes no próprio texto. Percebeu? Tente perceber a relação que eles têm no texto, consultando o tópico de coesão. Quero que você perceba que ocorreu coesão recorrencial especialmente no último parágrafo, em forma de paralelismo. Confira em Coesão Recorrencial, no tópico 3!

Page 24: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 53

Candidato, é chegada a hora. Depois de tudo isso por que passamos, queria dizer a você que logo abaixo estão as questões, comentadas, sobre o assunto de hoje. Fique ligado nos enunciados em que se diz “infere-se, podemos inferir, depreende-se, podemos depreender” (isso quer dizer deduzir, concluir, compreender).

Observe-as com calma e sem muita pretensão, pois a Consulplan não nos deve assustar; estamos preparados para ela! Venha o que vier!

Questões com Gabarito Comentado Meu/minha nobre, estamos chegando à reta final desta aula. Espero

que você tenha aproveitado bastante a teoria e a internalizado bastante, pois agora é o momento de você testar seus conhecimentos adquiridos acima. Caso tenha alguma dúvida, recorra ao conteúdo acima sem titubear. Não se preocupe, estou aqui para ajudar. Portanto, farei comentários sobre os gabaritos da melhor maneira. Primeiro vêm as questões; em separado vêm os comentários em seguida. Bem no estilo carioquês: “Vambora, maluco!” CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTA (CFN) – 2011 TEXTO: Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi sumária: “Não”. O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E

Page 25: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 53

concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um “vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora, movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei que nada sei”. Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão. Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas, questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais sabichonas) não sabe do que está falando. (José Francisco Botelho. Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010 / com adaptações) 01) Analise as afirmativas a seguir: I. As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de Sócrates contra a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino. II. Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que transformaria sua vida. III. Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”. IV. Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este era incapaz de reconhecer a própria ignorância. Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias registradas nas afirmativas: A) I, II, IV B) I, III, IV C) II, III, IV

Page 26: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 53

D) II, IV E) I, II, III, IV 02) Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) e “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§), as expressões destacadas são, respectivamente, exemplos de: A) Denotação, conotação, conotação. B) Denotação, denotação, conotação. C) Denotação, denotação, denotação. D) Conotação, conotação, conotação. E) Conotação, denotação, denotação. 03) NÃO haverá alteração do sentido do texto caso se substitua: A) “A resposta foi sumária” (1º§) por A resposta foi breve, rápida. B) “vagabundo loquaz” (2º§) por vagabundo incansável. C) “a autoproclamada sabedoria do sujeito” (2º§) por a sabedoria anunciada pelo próprio sujeito. D) “bordão” (2º§) por frase que se repete muito. E) “Para sua tarefa audaz” (3º§) por Para sua tarefa audaciosa. 04) Os termos destacados constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias anteriormente registrados, EXCETO: A) “Para isso, existiam os oráculos” (1º§) B) “Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio.” (2º§) C) “Só sei que nada sei” (2º§) D) “Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica” (3º§) E) “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§) 05)Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “Após muito meditar sobre as palavras do oráculo” (2º§), “então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância” (2º§), “A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria” (2º§), e “Mas havia grandes diferenças entre a dialética de zócrates e a de seus antigos mestres” (3º§). As expressões destacadas indicam, respectivamente, ideia de: A) Tempo, tempo, conclusão, conclusão, adversidade. B) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adversidade. C) Tempo, tempo, conclusão, tempo, adversidade. D) Consequência, tempo, tempo, conclusão, adversidade. E) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adição

Page 27: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 53

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE PORTO ALEGRE (DMAE) – 2011

O que é ser verde? Nossa civilização atingiu o apogeu. As descobertas científicas e novas tecnologias nos permitem ter e fazer coisas impensáveis há três ou quatro gerações. Nas últimas três décadas, a Ciência avançou mais que em toda a História anterior. Além dos novos produtos, também temos a chance de retardar o envelhecimento e ganhar mais qualidade de vida. No entanto, tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente. Ao mesmo tempo em que conseguimos superar a maioria das dificuldades que ameaçava nossos ancestrais, promovemos com esse esforço uma das maiores crises ambientais do planeta. Nosso estilo de vida fez a Terra adoecer e evidenciou os problemas de relacionamento que sempre marcaram a espécie humana. Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande “bola de neve”, incontrolável e extremamente poluída. Afinal, são seis bilhões de pessoas no planeta. Se cada um de nós jogar um único saquinho plástico em rios, mares, campos ou florestas, estaremos causando um problema terrível ao ecossistema. O que dizer, então, do lixo produzido todos os dias? Do nosso consumo inconsequente de eletricidade ou das emissões dos veículos? É preciso, mais do que nunca, ser verde. Mas o que é, exatamente, tal conceito? À medida que a consciência das pessoas se amplia com relação aos problemas ambientais provocados pela sociedade, muitas empresas lançam o slogan: “Somos verdes”. No entanto, é mais fácil dizer que se é verde do que realmente sê-lo. Alguns se agarram na tese de que é preciso desenvolver tecnologias limpas, mas se esquecem de que o drama da desigualdade humana é um dos precursores dos problemas ecológicos atuais. Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos atos individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de abrir mão de nosso estilo de vida. O conceito está diretamente ligado à reciclagem e ao não-desperdício. Ser verde é adotar as tecnologias disponíveis para economizar água e eletricidade – uso de lâmpadas frias ou de painéis solares – ou que reduzam as emissões de CO2 dos veículos – tecnologia flex ou o uso de kits de gás natural veicular (GNV).

Page 28: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 53

Ser verde é consumir com consciência. Aqui, vale uma ressalva: isso não significa consumir menos, mas refletir sobre a real necessidade de se adquirir um bem e, depois, só comprá-lo de empresas que atuam com responsabilidade social e ecológica, mesmo que tais produtos sejam um pouco mais caros. Ser verde vai além do consumo. O adepto também deve levar o debate sobre a questão ambiental a todos os círculos dos quais participa. Além disso, é fundamental que escolha seus representantes no Congresso com base no compromisso deles com a preservação da natureza, ou seja, exercendo sua cidadania ambiental. (Cláudio Blanc – Revista Aquecimento Global – Coleção Especial – Editora On Line, Ano 1. nº.2) 06) Segundo o texto “ser verde” constitui uma ação que parte do A) trato para o concreto. B) manual para o tecnológico. C) particular para o coletivo. D) conceitual para o teórico. E) coletivo para o particular. 07) “Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande ‘bola de neve’, incontrolável e extremamente poluída.” No excerto anterior, há um exemplo de A) registro coloquial quanto ao nível de formalismo. B) linguagem padrão e pejorativa. C) inadequação na flexão do tempo verbal composto. D) termos ambíguos que causam dificuldade de entendimento. E) variação linguística de cunho regional. 08) Segundo o texto A) a humanidade atingiu o ponto máximo de desenvolvimento que não permite mais nenhuma evolução sem que o meio ambiente não seja afetado. B) a preocupação em ser politicamente correto em relação à natureza é assunto prioritário das autoridades e depois do cidadão comum. C) o conceito de ser verde está nas ações conscientes de cada cidadão em seu dia a dia sem esperar que o outro se comprometa em agir da mesma forma. D) o conceito de ser verde vai além das ações individuais, mas somente a ação governamental pode resultar em mudanças eficazes no meio ambiente.

Page 29: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 53

E) a atitude individual é o primeiro passo para que a espécie humana possa voltar a ter uma vida harmoniosa na Terra, mas requer responsabilidade social. 09) “No entanto, tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente.” A palavra ou expressão que NÃO pode substituir “no entanto” é A) contudo. B) entretanto. C) não obstante. D) porém. E) por conseguinte. CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR – 2011

Os cabeças-sujas e seu mundinho A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual

estágio da civilização. Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que está se tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em um tempo em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos pela janela do carro quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar o maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não despertava na audiência nenhuma reação especial, além de um “vai ser perna de pau assim na China”. Chegou à idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de macacão com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana estampada nas costas precisam trabalhar e, por isso, vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O zeitgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não impele mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos sem que isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que contraria a ideia tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os mananciais de água limpa, as porções de terra não contaminadas e as golfadas de ar puro. E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente. Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente lotariam cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio

Page 30: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 53

Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”. O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por serviçais que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira que ia atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas necessidades no meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I, e ainda hoje presente. Foi com a instauração da República que o Estado assumiu, de forma sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo, mas isso não significou, nem de longe, nenhuma mudança de mentalidade por parte dos brasileiros. Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo que cabe a terceiros – jamais a si mesmo. Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a montanha de lixo nas ruas deixada por cada um deles. Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um intenso processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a severas punições em forma de multa. “A concepção do bem público como algo valoroso nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano. (Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações) 10) Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta: A) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido. B) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. C) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de atraso. D) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas com a limpeza pública. E) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo. 11) De acordo com o texto, é correto afirmar que: A) Infere-se do texto que desde Dom João VI, o Estado assumiu a responsabilidade com a limpeza pública. B) Considerar o bem público como algo de valor não é espontâneo, depende do empenho do estado e das famílias. C) O brasileiro está na mesma situação que os países desenvolvidos quanto ao lixo deixado nas ruas. D) Cuidar do lixo, para o brasileiro, é responsabilidade de cada indivíduo.

Page 31: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 53

E) Depreende-se do texto que só a atual geração de adultos foi educada para não sujar os espaços públicos. CONSULPLAN – ADVOGADO DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO/GO – 2011

Arca de histórias Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do interior

do Pará. (Paula Nadal, de Acará, PA) Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, transformando a vida das 42 famílias que moram lá. Dez meses depois, uma nova revolução marcou a história do vilarejo: a chegada de 280 livros enviados pelo Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O acervo inclui literatura infantil, juvenil e clássica, além de obras técnicas e didáticas. Antes disso, encontrar um material de leitura era coisa rara, assim como ler histórias. Hoje isso mudou. Quem cuida desse acervo é uma voluntária, dona Carmen Nogueira de Sousa, ex-professora da única escola local e escolhida pela comunidade para gerenciar os empréstimos e conservar as obras. Na verdade, os livros ficam guardados na sala da casa dela, dividindo espaço com uma televisão e algumas cadeiras. As portas estão sempre abertas e a busca por leituras é constante. Na tarde em que lá estive, enquanto passava ao vivo na TV um jogo da Copa do Mundo de Futebol, algumas crianças entraram e nem deram bola para a partida. Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis. Dona Carmen conta que esses títulos são os campeões de procura, já que as crianças são as principais leitoras. Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros. “Elas chegam a competir para saber quem lê mais e até trocam indicações literárias”, conta Carmen, que foi responsável por alfabetizar no passado muitos dos leitores de todas as idades que hoje procuram a sua casa. (Nova Escola. Novembro 2010 – nº. 237 / fragmento) 12) Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acordo com a função que se deseja enfatizar. A respeito do texto “Arca de histórias”, é correto afirmar que, predominantemente: A) A intenção é transmitir informações sobre o assunto tratado. B) O objetivo é persuadir, convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor, claramente explicitado no texto. C) O texto visa a uma interação verbal entre autor e leitor, através de uma abordagem bastante coloquial.

Page 32: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 53

D) A intenção é enfatizar a seleção e a disposição de palavras no texto. E) O texto comunica sentimentos e emoções centrados na expressão do “eu”. 13) Quanto ao trecho “Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, ...” considerando-se a preservação da coesão e coerência textuais, pode-se afirmar que: A) O vocábulo “só” poderia ser suprimido sem que houvesse prejuízo de sentido no texto. B) O vocábulo “só” modifica a informação a respeito da localização dada no início do período. C) O uso do vocábulo “só” demonstra que a instalação da energia elétrica em outubro de 2006 é vista como algo prejudicial à Comunidade Quilombola Jacaré-Quara. D) O uso do vocábulo “só” indica o “atraso” em relação à instalação de energia elétrica. E) O vocábulo “só” não pode ser retirado do período, pois exerce a função de sujeito da oração. 14) A oração “Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros.” poderia ser re-escrita da seguinte forma sem que haja prejuízo de sentido considerando a coesão e correção linguística: A) Até mesmo aos ainda não alfabetizados, que pegam os livros. B) Até mesmo aquelas ainda não alfabetizadas pegam livros. C) Até que as ainda não alfabetizadas pegam livros. D) Embora as ainda não alfabetizadas peguem livros. E) Apesar de que as ainda não alfabetizadas pegam livros. TEXTO II: É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem d’agora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes lógicas! – de que emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só aparentemente! – às vezes chegados à memória vindos do esquecimento, que é outra função ativa dessa mesma memória. (Pedro Nava, Baú de Ossos) 15) Depreende-se da argumentação do texto a respeito dos fatos da infância que:

Page 33: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 53

A) É importante que haja uma memória cronológica dos mesmos. B) Não é possível estabelecer uma ordem cronológica porque em sua maioria são lembranças ruins. C) Os fatos da infância são, em sua maioria, esquecidos. D) Há lembranças apenas dos fatos mais recentes, menos traumáticos. E) A memória não estabelece uma sequência dos fatos na ordem em que aconteceram, ela segue uma ordem que está ligada à afetividade diante deles. 16) No 1º período do texto, o vocábulo “porque” tem a função de introduzir uma: A) Conclusão. B) Causa. C) Comparação. D) Condição. E) Alternância. 17) Considerando-se as relações de coesão do texto, assinale a opção em que o 2º elemento faz referência ao 1º: A) os fatos da infância – aqueles B) tempo afora – d’agora C) carga – os outros D) carga – miúdos fatos E) abismos do esquecimento – eles CONSULPLAN- ADMINISTRADOR DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO/RO- 2012

Pai patrão Quando a democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C., os atenienses fizeram questão de traçar uma linha nítida entre as esferas públicas e privadas. O poder do estado terminava onde começava a privacidade do lar. No âmbito doméstico, reinava a vontade do patriarca que tinha o poder de determinar os direitos e deveres de seus filhos, mulher e escravos. Para os gregos não havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da condução da polis. A política era a maneira civilizada de decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão. O cidadão revelava sua grandeza de espírito e sua importância para a comunidade no debate de ideias, na defesa de proposições e nas vitórias no âmbito público. Um homem que levasse uma vida exclusivamente privada não passava de um insignificante animal doméstico, incapaz de participar da elaboração das decisões políticas que afetavam os destinos da nação. Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com a interferência do Estado na privacidade do cidadão. A sociedade moderna

Page 34: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 53

sequestrou a intimidade do indivíduo. É inimaginável uma atividade pública ou privada que não seja regulamentada por lei, por estatuto ou por norma. Se o governo não cria regras, a universidade as inventa ou o grêmio esportivo as impõe. A maioria das organizações privadas atua como uma grande estatal, que determina como seus membros devem agir, pensar e se comportar. O estado moderno erradicou a fronteira entre o público e o privado. Os assuntos públicos são tratados como questões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de interesse público. (D’ávila, Luiz Felipe. In: República) 18) Todas as afirmativas estão corretas sobre os objetivos do primeiro parágrafo do texto, EXCETO: A) Recuperar informações sobre a natureza histórica do assunto tratado. B) Informar o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento textual. C) Apresentar conjunto de dados indispensáveis para o acompanhamento da discussão. D) Elaborar um raciocínio analítico pertinente. E) Relacionar fatos relacionados à compreensão do assunto. 19) Analise as afirmativas. I. A interferência do estado na vida do cidadão nos remonta a tempos antigos. II. Em relação ao controle sobre a vida do cidadão, o papel do estado permanece inalterado. III. A autonomia do cidadão em relação ao Estado é uma característica da sociedade grega. IV. Na sociedade moderna a fronteira entre o público e o privado não é respeitada. Em relação ao texto, as afirmativas pertinentes são A) I, II B) I, III C) I, II, III D) I, IV E) III, IV 20) De acordo com o texto, assinale a alternativa que constitui característica da sociedade moderna. A) A erradicação do poder do Estado. B) A extinção dos limites entre o público e o privado. C) O interesse do cidadão nos assuntos políticos. D) A iniciativa privada é isenta em relação às regras. E) A sociedade é patriarcal.

Page 35: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 53

CONSULPLAN- MÉDICO CIRURGIÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU - 2012

O mundo não é um bufê de festinha infantil Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos concordam com a importância de deixar um planeta melhor para os nossos filhos. E que, exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos. O fato de termos atingido esse consenso, porém, não é motivo para a humanidade bater no peito e acreditar que deu um passo à frente. Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos lotada às vésperas do Dia das Crianças ou a uma festinha de aniversário em bufê infantil, desses que têm floresta com tirolesa, campo de futebol e montanha-russa interna, e você descobrirá que os pais estão dispostos a dar muito mais para suas crias atualmente. O problema de deixar um mundo melhor para os seus filhos é que, como tantos milionários descobrem ao entregar o patrimônio de presente aos herdeiros, isso não garante que também eles serão capazes de repassar a fortuna para a geração seguinte. E, do jeito que andam as coisas, com esta geração de crianças que se entopem de brigadeiro nas festinhas, sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera até o momento do Parabéns a Você, é difícil de acreditar que o plano dê certo. Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico na possibilidade de meus netos receberem dos pais deles um planeta razoável. O que me leva a acreditar que está na hora de inverter um pouco o consenso – a conclusão não é minha, aliás, já ouvi um monte de gente boa defendendo a mesma coisa. Papel e caneta na mão porque aqui vai a nova receita: a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos melhores. O que de certa forma até facilita as coisas: não se trata de entregar tudo de bom no mundo para eles, mas apenas de fazer com que eles entreguem ao mundo o melhor em tudo. Isso não significa formar uma geração de monges altruístas. Pelo contrário, eles têm incontáveis opções de caminhos para produzir coisas boas. Mas precisam saber que algumas regras são imutáveis. As principais: honestidade não tem meio-termo; somos livres para fazer escolhas, mas não para decidir o preço a pagar por elas; você é o principal responsável por suas conquistas e fracassos; os brigadeiros não são infinitos e você está enganado se acha que tem mais direito a eles do que seu coleguinha. Saber que o esforço é o único requisito mínimo ajuda. Agora junte tudo e você verá que alguém por aí claramente se enganou ao formular a famosa ideia do mundo melhor para as criancinhas. Deixar tudo pronto para elas desfrutarem é a maneira mais segura de garantir o fracasso da missão. O verdadeiro objetivo, portanto, não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, mas a responsabilidade de cuidar dele como herança.

Page 36: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 53

Um grande abraço. (Sérgio Gwercman, Diretor de Redação. Superinteressante.

Dezembro de 2011) 21) A expressão “nesta altura do campeonato” denota uma ideia de A) lugar. B) modo. C) tempo. D) oposição. E) conclusão. 22) Tendo em vista a importância e função dos elementos de coesão textual, o termo destacado em “E que, exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos.” refere-se A) ao futuro das novas gerações. B) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente. C) à importância da sustentabilidade em nossos tempos. D) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos. E) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as próximas gerações. 23) Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa ideia de oposição em A) “... atingido esse consenso, porém, não é motivo para a humanidade...” B) “Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos lotada...” C) “... isso não garante que também eles serão capazes de repassar a fortuna...” D) “... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera...” E) “Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico...” 24) Por seus aspectos estruturais, o texto pode ser classificado como A) narrativo. B) injuntivo. C) expositivo. D) dissertativo. E) informativo. 25) A partir de alguns argumentos o autor sustenta sua tese no texto expressando seu ponto de vista. A tese defendida no texto pelo autor está expressa em

Page 37: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 53

A) As conquistas e fracassos da vida infantil. B) A disposição dos pais em suprir toda a demanda dos filhos. C) A sustentabilidade exercida apenas pelas próximas gerações. D) Deixar um planeta melhor: a solução para a preservação do meio ambiente. E) A construção de valores morais e éticos: um caminho para o exercício da sustentabilidade. 26) A principal ideia defendida no texto pode ser ilustrada com o seguinte provérbio popular A) “Filho de peixe, peixinho é.” B) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.” C) “Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és”. D) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” E) “É melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe.” 27) “O verdadeiro objetivo, portanto, não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, mas a responsabilidade de cuidar dele como herança.” Dentre as reescritas do trecho destacado anteriormente, NÃO há prejuízo gramatical ou alteração semântica em A) O verdadeiro objetivo não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, já que é grande a responsabilidade de cuidar dele como herança. B) A responsabilidade de cuidar do mundo como herança é o verdadeiro objetivo, e não entregar a sua chave de presente. C) O verdadeiro objetivo, entretanto, não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, porém a responsabilidade de cuidar dele como herança. D) A responsabilidade de cuidar do mundo, portanto, não é entregar a sua chave de presente, nem seu verdadeiro objetivo. E) A herança de cuidar do mundo é o objetivo, portanto, de entregar sua chave de presente. Texto II Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?

Page 38: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 53

28) A respeito das características textuais dos textos I e II, é correto afirmar que A) são semelhantes quanto à escolha da linguagem utilizada. B) possuem a mesma função comunicativa: persuadir seu interlocutor. C) são idênticos quanto ao conteúdo, pois apresentam os mesmos argumentos. D) indicam textos predominantemente objetivos em que a linguagem é clara e simples. E) narram fatos cotidianos com a finalidade de convencer o leitor sobre um ponto de vista. 29) Relativo à imagem, o questionamento da propaganda faz referência à(ao) A) poluição do meio ambiente. B) personagem “Chapeuzinho Vermelho”. C) slogan do Greenpeace que é registrado no canto direito. D) paisagem repleta de tocos de árvores que foram derrubadas. E) despreocupação da personagem diante do cenário à sua frente.

Page 39: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 53

GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES ACIMA 01) Analise as afirmativas a seguir: I. As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de Sócrates contra a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino. II. Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que transformaria sua vida. III. Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”. IV. Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este era incapaz de reconhecer a própria ignorância. Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias registradas nas afirmativas: A) I, II, IV B) I, III, IV C) II, III, IV D) II, IV E) I, II, III, IV Gabarito: B As afirmativas I, III e IV podem ser verificadas no texto. Veja que o enunciado pede que você vá ao texto e confirme essas passagens. No entanto, a afirmativa II é equivocada, uma vez que considera que Sócrates tenha PRONTAMENTE chegado à conclusão de que mudaria sua vida após ouvir o conceituado oráculo. Contudo não foi sem embaraço,sem hesitação que chegou a tal conclusão. Ao ouvir o elogio, Sócrates teve uma sensação de estranheza, pois não se considerava sábio, mas sim ignorante. Sua conclusão foi fruto de reflexão e investigação.Concorda? Que bom! 02) Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “percebeu que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia” (2º§) e “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§), as expressões destacadas são, respectivamente, exemplos de: A) Denotação, conotação, conotação. B) Denotação, denotação, conotação. C) Denotação, denotação, denotação. D) Conotação, conotação, conotação. E) Conotação, denotação, denotação. Gabarito: D

Page 40: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 53

Coloquei esta questão “surpresa”, já de olho na aula que vem... Briga comigo, não! Vamos lá! Todas as expressões são conotativas,ou seja,trabalham com o sentido figurado, e não com o sentido literal,real.”Aspectos espinhosos da existência” não são cheios de espinho,mas referem-se à aflição humana,ao tormento,sofrimento. A sabedoria que o sujeito proclama como sua é uma “ casca vazia”, ou seja, não é verdadeira,é vazia de verdade. É importante que você perceba que o sentido conotativo abre um “ leque de possibilidades de leitura”. Hehehe, também sei viajar no sentido. Por último, “ destrinchar as respostas” não significa colocar em pedaços , como sugere a formação do verbo,mas sim remete à ação de expor com minúcias. Por essas duas questões,você já percebeu que a prova da CONSULPLAN exige atenção ao contexto!!!! 03) NÃO haverá alteração do sentido do texto caso se substitua: A) “A resposta foi sumária” (1º§) por A resposta foi breve, rápida. B) “vagabundo loquaz” (2º§) por vagabundo incansável. C) “a autoproclamada sabedoria do sujeito” (2º§) por a sabedoria anunciada pelo próprio sujeito. D) “bordão” (2º§) por frase que se repete muito. E) “Para sua tarefa audaz” (3º§) por Para sua tarefa audaciosa. Gabarito: B Na letra B, ao trocar “loquaz” por “ incansável”, altera-se a característica atribuída ao substantivo “vagabundo”, já que “loquaz” significa falador, tagarela e “incansável” é aquele que não se cansa. Essa foi fácil para aqueles que conhecem o sentido dos vocábulos!!!! Depois de tanta leitura e treino,seu vocabulário estará bem mais rico. Garanto! 04) Os termos destacados constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias anteriormente registrados, EXCETO: A) “Para isso, existiam os oráculos” (1º§) B) “Afinal de contas, ele jamais havia se considerado um grande sábio.” (2º§) C) “Só sei que nada sei” (2º§) D) “Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou aquela posição ideológica” (3º§) E) “Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas” (3º§) Gabarito: C Os termos “isso”, “afinal de contas”, “além disso” e “em seguida” remetem a ideias anteriormente expostas, são elementos que apresentam valor anafórico (lembra?). Já o conectivo QUE, na frase da letra C, é uma conjunção integrante, a qual não remete a algo anteriormente citado, ela

Page 41: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 53

introduz, apenas, o complemento do verbo SABER: “que nada sei”. Essa foi relativamente tranquila, hein! 05)Em “Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da existência” (1º§), “Após muito meditar sobre as palavras do oráculo” (2º§), “então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância” (2º§), “A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa sabedoria” (2º§), e “Mas havia grandes diferenças entre a dialética de zócrates e a de seus antigos mestres” (3º§). As expressões destacadas indicam, respectivamente, ideia de: A) Tempo, tempo, conclusão, conclusão, adversidade. B) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adversidade. C) Tempo, tempo, conclusão, tempo, adversidade. D) Consequência, tempo, tempo, conclusão, adversidade. E) Tempo, tempo, tempo, conclusão, adição Gabarito: C Opa,uma questão bem simples se estudados os conectivos e seus valores semânticos. Como são elementos de coesão, são praticamente certos nas provas da CONSULPLAN. “Quando” é uma conjunção tipicamente temporal, muito empregada por nós falantes. “Após”, enquanto advérbio ou preposição, alude à ideia de “depois”, ou seja, um valor também de tempo. “Então” equivale a “assim”, vocábulos muito empregados na conclusão de um texto para fechamento das ideias em debate. “A partir daí” é uma locução que expressa uma continuidade do tempo a partir de certo momento; isso dentro do contexto, claro! Por último, a conjunção “mas”, que,no contexto, corresponde a “porém”, assim,expressa uma oposição ao que foi abordado anteriormente; trata-se de uma conjunção adversativa. 06) Segundo o texto “ser verde” constitui uma ação que parte do A) trato para o concreto. D) conceitual para o teórico. B) manual para o tecnológico. E) coletivo para o particular. C) particular para o coletivo. Gabarito: C Ser verde, segundo o texto, é uma ação que parte do particular para o coletivo. Se cada um (particular) jogar um lixo sequer no meio ambiente, o coletivo será prejudicado. Isso está explícito no texto desde o segundo parágrafo onde se afirma que o estilo pessoal interfere na relação entre os seres humanos. A partir daí, o texto mostra, com frequência, que as pequenas ações individuais tornam-se “bolas de neve”, ou seja, passam a ser enormes as consequências, já que “somos seis bilhões de pessoas no planeta.” Veja, caro aluno, que as respostas estão no texto. E, nessa

Page 42: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 53

questão, os tópicos frasais nos levaram ao gabarito. Espero que você tenha seguido as dicas oferecidas pelo material!!!!! 07) “Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande ‘bola de neve’, incontrolável e extremamente poluída.” No excerto anterior, há um exemplo de A) registro coloquial quanto ao nível de formalismo. B) linguagem padrão e pejorativa. C) inadequação na flexão do tempo verbal composto. D) termos ambíguos que causam dificuldade de entendimento. E) variação linguística de cunho regional. Gabarito: A Dava para fazer, mesmo sem saber tudo, concorda?! (Espero que sim). Pois bem... “Bola de neve”, nesse contexto, é uma expressão do dia a dia, nada formal, empregada em momentos em que pequenas situações tornam-se muito maiores do que se esperava,tomam proporções grandiosas. É muito normal falarmos essa expressão para as dívidas, por exemplo: a pessoa paga o mínimo do cartão de crédito por uns quatro meses, o que acontece? Aquela dívida se acumula e ainda cresce, uma vez que os juros são altíssimos. Assim, dizemos “tornou-se uma bola de neve”, ou seja, cresceu muito. 08) Segundo o texto A) a humanidade atingiu o ponto máximo de desenvolvimento que não permite mais nenhuma evolução sem que o meio ambiente não seja afetado. B) a preocupação em ser politicamente correto em relação à natureza é assunto prioritário das autoridades e depois do cidadão comum. C) o conceito de ser verde está nas ações conscientes de cada cidadão em seu dia a dia sem esperar que o outro se comprometa em agir da mesma forma. D) o conceito de ser verde vai além das ações individuais, mas somente a ação governamental pode resultar em mudanças eficazes no meio ambiente. E) a atitude individual é o primeiro passo para que a espécie humana possa voltar a ter uma vida harmoniosa na Terra, mas requer responsabilidade social. Gabarito: C O enunciado deixa claro que você tem de recorrer ao texto para responder. E, neste, está explícito que ser verde de fato é mais difícil do que se dizer verde. Para ser verde, o cidadão tem de ter a consciência de que suas ações individuais afetam o coletivo ( Já vimos isso!!!! ).O parágrafo “Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos

Page 43: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 53

atos individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de abrir mão de nosso estilo de vida.” comprova o que falamos aqui e confirma o gabarito: letra C. Viu? não fizemos mágica, tiramos do texto !!!!! 09) “No entanto, tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente.” A palavra ou expressão que NÃO pode substituir “no entanto” é a) contudo. B) entretanto. C) não obstante. D) porém. E) por conseguinte. Gabarito: E Opa, mais uma fácil!!!!! Novamente: se estudados os elementos de coesão... Nesse caso, trata-se do estudo das conjunções! “No entanto” é uma locução conjuntiva que apresenta valor de adversidade, oposição, bem como os conectivos: contudo, entretanto, não obstante, porém. Já na letra E, há a locução “por conseguinte” que expressa valor de conclusão ou consequência. 10) Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta: A) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido. B) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. C) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de atraso. D) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas com a limpeza pública. E) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo. Gabarito: C Segundo o texto, o brasileiro não se preocupa com o espaço público. Essa falta de preocupação revela um atraso dessa sociedade. Isso está explícito no terceiro parágrafo quando o autor cita a fala do historiador Marco Antônio Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”. Caro aluno, a resposta estava no texto, como o enunciado sugeriu! Moleza. 11) De acordo com o texto, é correto afirmar que: A) Infere-se do texto que desde Dom João VI, o Estado assumiu a responsabilidade com a limpeza pública.

Page 44: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 53

B) Considerar o bem público como algo de valor não é espontâneo, depende do empenho do estado e das famílias. C) O brasileiro está na mesma situação que os países desenvolvidos quanto ao lixo deixado nas ruas. D) Cuidar do lixo, para o brasileiro, é responsabilidade de cada indivíduo. E) Depreende-se do texto que só a atual geração de adultos foi educada para não sujar os espaços públicos. Gabarito: B A questão completa a ideia da questão anterior. Para que o brasileiro passe a se preocupar com o espaço e bem públicos, o estado e a família precisam se empenhar, não será uma atitude voluntária de um cidadão que não foi ensinado a isso. Pode-se confirmar o que foi falado no último parágrafo, no momento em que o autor cita a fala do filósofo Roberto Romano: “A concepção do bem público como algo valoroso nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado e das famílias”. Essa CONSUPLAN é uma mãe (permita-me a conotação?)!!!!! Volte ao texto, aluno, as respostas estão lá. Sempre! 12) Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acordo com a função que se deseja enfatizar. A respeito do texto “Arca de histórias”, é correto afirmar que, predominantemente: A) A intenção é transmitir informações sobre o assunto tratado. B) O objetivo é persuadir, convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor, claramente explicitado no texto. C) O texto visa a uma interação verbal entre autor e leitor, através de uma abordagem bastante coloquial. D) A intenção é enfatizar a seleção e a disposição de palavras no texto. E) O texto comunica sentimentos e emoções centrados na expressão do “eu”. Gabarito: A Uma das dicas de leitura do texto foi avaliar seu tipo,perceber seus objetivos. O texto em questão é informativo, assim, sua principal intenção é informar ao leitor as mudanças ocorridas na comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, com a chegada do programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras. Isso já fica claro na abertura do texto: “Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do interior do Pará.“ 13) Quanto ao trecho “Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006, ...” considerando-se a preservação da coesão e coerência textuais, pode-se afirmar que: A) O vocábulo “só” poderia ser suprimido sem que houvesse prejuízo de sentido no texto.

Page 45: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 53

B) O vocábulo “só” modifica a informação a respeito da localização dada no início do período. C) O uso do vocábulo “só” demonstra que a instalação da energia elétrica em outubro de 2006 é vista como algo prejudicial à Comunidade Quilombola Jacaré-Quara. D) O uso do vocábulo “só” indica o “atraso” em relação à instalação de energia elétrica. E) O vocábulo “só” não pode ser retirado do período, pois exerce a função de sujeito da oração. Gabarito: D Alguns elementos colocados pelo autor revelam seu posicionamento em relação ao assunto. Nesse caso, ao empregar o vocábulo ”só”, o autor revela o tempo e atribui um juízo de valor a esse tempo, considerado como atrasado, fora da época de acontecer (em 2006 – já época de um Brasil tecnológico - a luz eletrética chega, como novidade, a um local desse país !!!!). 14) A oração “Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam livros.” poderia ser re-escrita da seguinte forma sem que haja prejuízo de sentido considerando a coesão e correção linguística: A) Até mesmo aos ainda não alfabetizados, que pegam os livros. B) Até mesmo aquelas ainda não alfabetizadas pegam livros. C) Até que as ainda não alfabetizadas pegam livros. D) Embora as ainda não alfabetizadas peguem livros. E) Apesar de que as ainda não alfabetizadas pegam livros. Gabarito: B “As ainda não alfebetizadas” são aquelas crianças que ainda ( tempo) não foram alfabetizadas. O texto diz que “até mesmo”, ou seja, inclusive elas pegam os livros. A expressão “até mesmo” fornece a ideia de inclusão. Portanto, a letra B deixa correto e coeso esse sentido. Na letra A, a combinação “aos” altera o sentido da frase inicial, dessa forma, “as ainda não alfabetizadas” deixam de ser o sujeito da ação de pegar os livros para leitura. Na letra C, a expressão “Até que” não revela inclusão, mas sim uma exceção à regra, uma concessão, assim como se verifica nas letras D e E com os conectivos “embora” e “apesar de que”. Mais uma vez, caro aluno, os conectivos nos ajudaram !!!!! Só alegria... 15) Depreende-se da argumentação do texto a respeito dos fatos da infância que: A) É importante que haja uma memória cronológica dos mesmos. B) Não é possível estabelecer uma ordem cronológica porque em sua maioria são lembranças ruins. C) Os fatos da infância são, em sua maioria, esquecidos. D) Há lembranças apenas dos fatos mais recentes, menos traumáticos.

Page 46: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 53

E) A memória não estabelece uma sequência dos fatos na ordem em que aconteceram, ela segue uma ordem que está ligada à afetividade diante deles. Gabarito: E O texto começa com a afirmação de que “É impossível colocar em série exata os fatos da infância“, depois se entende, pelo texto, que essa memória está ligada à afetividade diante desses fatos. Assim, a letra E é a correta. Uma parte dessa questão, matamos pelo que está explícito no texto; outra depreendemos de tudo quanto é abordado para confirmar a ideia inicial. 16) No 1º período do texto, o vocábulo “porque” tem a função de introduzir uma: A) Conclusão. B) Causa. C) Comparação. D) Condição. E) Alternância. Gabarito: B No primeiro período do texto, a conjunção causal é colocada para estabelecer a relação entre a ideia de ser impossível colocar em série exata os fatos da infância e a causa disso: há aqueles que já acontecem permanentes. Posso ser repetitivo? Se conhecidos os conectivos que estabelecem a coesão – sobretudo as conjunções - , a questão se torna mole. Já viu como é previsível essa CONSULPLAN?!? 17) Considerando-se as relações de coesão do texto, assinale a opção em que o 2º elemento faz referência ao 1º: A) os fatos da infância – aqueles D) carga – miúdos fatos B) tempo afora – dagora E) abismos do esquecimento – eles C) carga – os outros Gabarito: A Veja : “É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes“ O pronome aqueles – no masculino plural- evita repetir o elemento anteriormente citado fatos (da infância) e , com este, estabelece a devida concordância. Na letra B, afora não se refere ao tempo atual , d’agora. Na letra C, outros não se refere ao substantivo cargas – nem com este concorda -, mas sim ao substantivo fatos, assim, alude a um termo posterior. Na letra E, o pronome ELES se refere aos miúdos fatos, incolores e quase sem som que logo viram passado remoto. Para essa questão, foi necessário voltar ao texto a cada letra e buscar os elementos a fim de se confirmar a que cada um alude. Mais uma questão de coesão textual !

Page 47: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 53

18) Todas as afirmativas estão corretas sobre os objetivos do primeiro parágrafo do texto, EXCETO: A) Recuperar informações sobre a natureza histórica do assunto tratado. B) Informar o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento textual. C) Apresentar conjunto de dados indispensáveis para o acompanhamento da discussão. D) Elaborar um raciocínio analítico pertinente. E) Relacionar fatos relacionados à compreensão do assunto. Gabarito: D O raciocínio analítico é a capacidade de raciocinar rapidamente através da percepção. Tal raciocínio é muito utilizado pelas empresas no processo de seleção. O pensamento analítico tem o objetivo de explicar as coisas através da decomposição em partes mais simples, que são mais facilmente explicadas ou solucionadas, e uma vez entendidas tornam possível o entendimento do todo. O comportamento do todo é assim explicado pelo comportamento das partes. No primeiro parágrafo, isso não ocorre; há, na verdade, uma recuperação de fatos históricos que informam o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento textual. Tais fatos tornaram-se indispensáveis para o desenrolar da discussão. Sendo assim, todas as sentenças estão corretas,exceto a D, como propõe o enunciado. 19) Analise as afirmativas. I. A interferência do estado na vida do cidadão nos remonta a tempos antigos. II. Em relação ao controle sobre a vida do cidadão, o papel do estado permanece inalterado. III. A autonomia do cidadão em relação ao Estado é uma característica da sociedade grega. IV. Na sociedade moderna a fronteira entre o público e o privado não é respeitada. Em relação ao texto, as afirmativas pertinentes são A) I, II B) I, III C) I, II, III D) I, IV E) III, IV Gabarito: E As afirmativas I e II não são pertinentes, ou seja, não estão corretas. Na I, afirma-se que a interferência do Estado nos leva a tempos antigos. No entanto,o autor afirma que hoje o Estado interfere muito mais na vida do cidadão, antes, o cidadão é que comandava o Estado. Vamos ver isso no texto? “O poder do estado terminava onde começava a privacidade do lar”; “Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com a interferência do Estado na privacidade do cidadão.”; “Para os gregos não havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da condução da polis. A política era a maneira civilizada de

Page 48: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 53

decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão.” Tais passagens do texto também revelam que a afirmativa II está incorreta, uma vez que hoje o Estado tem mais poder na vida das pessoas, o que deixaria Aristóteles horrorizado !!!!! Na afirmativa III, revela-se o porquê de Aristóteles ficar boquiaberto com nossa falta de autonomia, uma vez que a sociedade grega era muito mais autônoma do que as sociedades atuais. A IV também é verdadeira e pode ser comprovada pelo seguinte trecho: “O estado moderno erradicou a fronteira entre o público e o privado. Os assuntos públicos são tratados como questões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de interesse público.” Reitero: não há mágica, tudo está no texto !!!!! Qual é seu trabalho no dia da prova? Voltar a ele para buscar as respostas. 20) De acordo com o texto, assinale a alternativa que constitui característica da sociedade moderna. A) A erradicação do poder do Estado B) A extinção dos limites entre o público e o privado. C) O interesse do cidadão nos assuntos políticos. D) A iniciativa privada é isenta em relação às regras. E) A sociedade é patriarcal. Gabarito: B Vamos começar pelas opções que não podem ser marcadas! Na letra A, fala-se de erradicar o poder do Estado,ou seja, arrancar esse poder pela raiz. Lógico que não é próprio da sociedade moderna em que o Estado tem um poder na vida das pessoas bem maior que na antiguidade: ““Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com a interferência do Estado na privacidade do cidadão.” Na letra C, fala-se do interesse do cidadão nos assuntos políticos. Isso está no texto, mas referente ao cidadão do passado; não ao de hoje: “Para os gregos não havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da condução da polis. A política era a maneira civilizada de decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão.” O trecho “É inimaginável uma atividade pública ou privada que não seja regulamentada por lei, por estatuto ou por norma. Se o governo não cria regras, a universidade as inventa ou o grêmio esportivo as impõe. A maioria das organizações privadas atua como uma grande estatal, que determina como seus membros devem agir, pensar e se comportar.” desmente a alternativa D, a qual prega que a iniciativa privada se isenta de imposição de leis, isto é,não emprega leis. Na alternativa E,fala-se de sociedade patriarcal. No texto,o autor define a sociedade antiga como patriarcal,e não a sociedade moderna: “No âmbito doméstico, reinava a vontade do patriarca que tinha o poder de determinar os direitos e deveres de seus filhos, mulher e escravos.” A única alternativa correta,portanto,é a letra B que se refere à ” extinção dos limites entre o público e o privado.” , o que pode ser comprovado pela passagem: “O estado moderno erradicou a fronteira entre o público e o privado. Os

Page 49: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 53

assuntos públicos são tratados como questões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de interesse público.” Caro aluno, mais uma vez, a CONSULPLAN impõe ao candidato uma busca no texto, não alude a viagens na interpretação, mas exige o que está EXPLÍCITO no texto. Ufa! 21)A expressão “nesta altura do campeonato” denota uma ideia de A) lugar. B) modo. C) tempo. D) oposição. E) conclusão. Gabarito: C Em “Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos concordam com a importância de deixar um planeta melhor para os nossos filhos.” , a expressão “Nesta altura do campeonato” substitui, de maneira mais informal, os famosos “Hoje em dia” ou “ Atualmente”, típicos de início de redação de alunos (sem críticas nem ironias, apenas comentário!). Assim, a expressão denota ideia de TEMPO, como exposto na letra C. 22) Tendo em vista a importância e função dos elementos de coesão textual, o termo destacado em “E que, exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos.” refere-se A) ao futuro das novas gerações. B) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente. C) à importância da sustentabilidade em nossos tempos. D) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos. E) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as próximas gerações. Gabarito: E Isso é um pronome demonstrativo que recupera a citação anterior, portanto, é um elemento que apresenta um valor anafórico. Basta que você, com muita disposição, volte ao texto e perceba que se refere “ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as próximas gerações”, presente na alternativa E. Já está escaldado a essa hora, né?! 23) Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa ideia de oposição em A) “... atingido esse consenso, porém, não é motivo para a humanidade...” B) “Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos lotada...” C) “... isso não garante que também eles serão capazes de repassar a fortuna...” D) “... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera...” E) “Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico...”

Page 50: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 53

Gabarito: A PORÉM, na letra A, é uma conjunção adversativa; denota, assim,uma ideia de oposição ao que foi afirmado anteriormente. Mais uma questão para você notar o quanto é importante estudar os elementos de coesão para “matar as questões” da CONSULPLAN. Nível Tele Tubbie! 24) Por seus aspectos estruturais, o texto pode ser classificado como A) narrativo. B) injuntivo. C) expositivo. D) dissertativo. E) informativo. Gabarito: D Em nosso material, estudamos tipologia textual. Verificamos o seguinte comentário sobre texto dissertativo: “argumentativo — muito frequente nas provas da CONSULPLAN — é um estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias, apresentada de forma lógica, com razoável grau de objetividade e total coerência a fim de defender um ponto de vista e convencer o interlocutor.” No texto em questão, o autor defende a ideia de que os pais se preocupam com o mundo que deixarão para seus filhos, mas se esquecem de se preocupar com os filhos que deixarão para o mundo: “a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos melhores.” Para confirmar suas ideias, posiciona-se de forma pessoal e relata algo, fruto de sua observação: “E, do jeito que andam as coisas, com esta geração de crianças que se entopem de brigadeiro nas festinhas, sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera até o momento do Parabéns a Você, é difícil de acreditar que o plano dê certo. Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico na possibilidade de meus netos receberem dos pais deles um planeta razoável.” Dessa forma, o escritor cria uma tese sobre tal assunto e defende seu ponto de vista, logo, elabora um texto dissertativo. E, se o candidato for bem espertinho,perceberá isso na questão posterior !!!!! Cole da própria prova, querido aluno atento!!!! 25) A partir de alguns argumentos o autor sustenta sua tese no texto expressando seu ponto de vista. A tese defendida no texto pelo autor está expressa em A) As conquistas e fracassos da vida infantil. B) A disposição dos pais em suprir toda a demanda dos filhos. C) A sustentabilidade exercida apenas pelas próximas gerações. D) Deixar um planeta melhor: a solução para a preservação do meio ambiente. E) A construção de valores morais e éticos: um caminho para o exercício da sustentabilidade. Gabarito: E

Page 51: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 53

Quando o autor expõe que ““a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos melhores.”, alude aos valores morais e éticos que se perdem nos dias de hoje. Ele fornece alguns exemplos desses valores quando aborda algumas “ regras imutáveis”. Antes de sua ironia maior, coloca algumas dessas regras: “As principais: honestidade não tem meio-termo; somos livres para fazer escolhas, mas não para decidir o preço a pagar pó relas; você é o principal responsável por suas conquistas e fracassos...”. No começo do texto,ao se referir à sustentabilidade,pensamos que ele falará de meio ambiente; depois entendemos que um dos caminhos para o exercício da sustentabilidade é a construção de valores que estruturem a sociedade e levem esta à evolução. 26) A principal ideia defendida no texto pode ser ilustrada com o seguinte provérbio popular A) “Filho de peixe, peixinho é.” B) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.” C) “Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és”. D) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” E) “É melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe.” Gabarito: A Acabamos de ver que a principal ideia defendida no texto é “A construção de valores morais e éticos”. Para falar disso, o autor relata a educação que os pais modernos dão a seus filhos e vaticina que os progenitores pensam no mundo que deixarão aos filhos, mas não pensam nos filhos que deixarão ao mundo. Assim, faz uma crítica aos valores que o homem tem passado a seus filhos, à educação que tem transmitido. Lógico que as crianças tornam-se um espelho daqueles que as educam, portanto,” filho de peixe, peixinho é.” 27) “O verdadeiro objetivo, portanto, não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, mas a responsabilidade de cuidar dele como herança.” Dentre as reescritas do trecho destacado anteriormente, NÃO há prejuízo gramatical ou alteração semântica em A) O verdadeiro objetivo não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, já que é grande a responsabilidade de cuidar dele como herança. B) A responsabilidade de cuidar do mundo como herança é o verdadeiro objetivo, e não entregar a sua chave de presente. C) O verdadeiro objetivo, entretanto, não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, porém a responsabilidade de cuidar dele como herança. D) A responsabilidade de cuidar do mundo, portanto, não é entregar a sua chave de presente, nem seu verdadeiro objetivo.

Page 52: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 53

E) A herança de cuidar do mundo é o objetivo, portanto, de entregar sua chave de presente. Gabarito: A Na letra A, não há prejuízo na reescritura do trecho, uma vez que se apresenta o fato ( O objetivo não é entregar a chave do mundo à criança como presente , herança) e a causa dele ( É muita responsabilidade cuidar desse mundo)sem alteração. Na letra B, diz-se que o objetivo é a responsabilidade de cuidar do mundo. Sabemos que o objetivo é não entregar a chave do mundo de presente às crianças. Logo, altera-se o objetivo. Na letra C, O objetivo passa a ser a responsabilidade de cuidar do mundo; mais uma vez, altera-se o objetivo. Na letra D, passa-se a definir a responsabilidade de cuidar do mundo, e não o objetivo. Nossa! Confundiram tudo! E, na letra E, o objetivo passa a ser a herança de cuidar do mundo. Em primeiro lugar, o candidato tinha de entender o que era “o verdadeiro objetivo”, depois,teria de ler cada alternativa com atenção.Por isso é tão importante nosso treino de leitura. 28) A respeito das características textuais dos textos I e II, é correto afirmar que A) são semelhantes quanto à escolha da linguagem utilizada. B) possuem a mesma função comunicativa: persuadir seu interlocutor. C) são idênticos quanto ao conteúdo, pois apresentam os mesmos argumentos. D) indicam textos predominantemente objetivos em que a linguagem é clara e simples. E) narram fatos cotidianos com a finalidade de convencer o leitor sobre um ponto de vista. Gabarito: B Tanto no texto I quanto no II, uma ideia é defendida. Os autores acreditam nela e tentam convencer seu leitor da importância que a mesma possui. Veja que se referem ao leitor na tentativa de persuadi-lo, convencê-lo a adotar determinada postura. No texto I: “a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos melhores.”; no texto II: “Você não quer contar esta história para seu filhos, quer?”. Para isso,empregam linguagens diferentes (Opa, a letra A, então, está errada!!!): no I, há somente linguagem verbal (emprego da palavra); no II, há uma linguagem mista, visto que mistura a linguagem verbal à não-verbal (imagens). Os argumentos utilizados são completamente diferentes (o que descarta a letra C), o primeiro texto alude às festas infantis em que crianças mostram um comportamento que vai de encontro à construção de valores morais e éticos; o texto dois apresenta a imagem de uma floresta sem mata, ou seja, expõe um futuro prejudicado pelas ações que destroem a natureza. O texto um não é predominantemente objetivo, uma vez que o autor se coloca no texto,relata sua experiência (há toque de subjetividade nisso!), assim, a

Page 53: Enviando Portugues-p-tremg Aula-00 Aula00consulplan 19377

Língua Portuguesa para TRE/MG Teoria e questões comentadas da Consulplan

Prof. Fernando Pestana – Aula 00

Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 53

letra D não consiste em verdade. Para finalizar, não existe narração de fatos do cotidiano, embora o primeiro texto tenha citado episódios de festas infantis, trata-se de um texto argumentativo, e não narrativo. 29) Relativo à imagem, o questionamento da propaganda faz referência à(ao) A) poluição do meio ambiente. B) personagem “Chapeuzinho Vermelho”. C) slogan do Greenpeace que é registrado no canto direito. D) paisagem repleta de tocos de árvores que foram derrubadas. E) despreocupação da personagem diante do cenário à sua frente. Gabarito: D O enunciado ajuda, e muito! Diz-se relativo à imagem. Nela vemos tocos de árvores que foram derrubadas. Esse cenário é consequência da ação do homem, que deixará um legado destruído a seus herdeiros. O texto interroga ao agente da destruição se é essa a história que pretende narrar a seus pequenos. Simples assim! ---------------------------------------------------------------------------------- Beleza! Ufa! Chegamos ao fim de apenas uma parte de nossa saga. Espero que você tenha gostado de acompanhar a aula superimportante de hoje. Mentalize sempre que a vaga é sua e só depende de você! Sei que é clichê, mas é uma máxima. E, só para piorar (rs), cito duas frases motivadoras (uma bem a minha cara — preciso trabalhar divertindo-me — e a outra para pessoas sérias como você): “E lembrem-se: “O Poder é de vocês!”’ (Capitão Planeta) “Somos donos do nosso destino. Somos capitães da nossa alma!” (Winston Churchill). Grande abraço e até a próxima! Pestana [email protected]