EOObüG · 2019. 11. 9. · the elastic a cyli nder dry friction. Uberlândia, 1 990, 105 pp....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO CONTATO ELÁSTICO ENTRE UM
CILINDRO E UM PLANO, COM ATRITO SECO
EOObüG
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Uberlândia, por SEZIMÁRIA DE FÁTIMA PEREIRA
SARAMAGO, para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Mecânica.
DIRBI - UFU MON 04003/90
1000175444
ORIENTADOR: Prof. Francisco Paulo Lépore Neto, Dr. Eng.
Uberlândia, junho de 1990
AGRADECIMENTOS
- ao Prof. Francisco Paulo Lépore Neto, orientador da
dissertação, pela colaboração e confiança;
- ao Prof. Valder Steffen Júnior, pelo apoio ;
- a João Bosco Saramago, pelo carinho e incentivo em
todos os momentos.
contribuição ao estudo do contato elástico entre um
CILINDRO E UM PLANO, COM ATRITO SECO
SUMÁRIO
. LISTA DE FIGURAS vi
. LISTA DE SÍMBOLOS X
1. INTRODUÇÀO 1
2. MODELO MATEMÁTICO DO CONTATO ELÁSTICO COM ATRITO 6
2.1. Aspectos Mecânicos do Contato com Atrito 6
2.2. Apresentação do Problema 15
2.3. Determinação das Componentes de Deslocamento 17
3. PRINCÍPIO DA MÍNIMA ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
APLICADO AO CONTATO ELÁSTICO 31
3.1. Contato sem Atrito 34
3.2. Contato com Atrito (sem escorregamento) 37
4. MODELO NUMÉRICO PARA A SOLUÇÃO DO PROBLEMA 40
4.1. Metodologia Adotada para a Solução do
Problema 40
4.2. Solução Numérica das Equações de Deslocamento 41
4.3. Solução Numérica para o Funcional 48
4.4. Gradientes do Funcional 55
4.5. Programa de Otimização 72
4.6. Apresentação do Fluxograma 74
4.6.1 Considerações sobre o Fluxograma 75
5. APRESENTAÇãO DE RESULTADOS 78
6. CONCLUSÃO 93
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96
8. ANEXO 1. Revisão de Alguns Conceitos da Teoria
da Elasticidade 100
SARAMAGO, S.F.P., Contri bu i ção ao estudo do contato elásti co
entre um ci1i ndro e um plano, com atrito seco. Uberlândia, 1990,
105 pp.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma contribuição ao estudo do
contato, sem escorregamento, entre corpos elásticos na presença
de atrito seco de Coulomb, com aplicação para o caso de um
cilindro em contato com um plano.
O modelo matemático é obtido pela superposição dos
deslocamentos, gerados pelas tensões normais e tangenciais que
atuam no contato, permitindo definir o funcional da energia
elástica de deformação. Os deslocamentos são determinados pela
aplicação do método de diferenças finitas.
A distribuição de pressão e a área de contato entre os
corpos são determinados numéricamente pela minimização do
funcional, utilizando o método de otimização do multiplicador de
Lagrange aumentado, adotando como variavéis de decisão os
coeficientes de um polinômio de terceiro grau e os limites da
área de contato.
Mecânica do contato, contato com atrito seco, contato cilindro /
Plano
SARAMAGO,S.F. P . ,
contacts between
Contri buti on to the study of
and a plane, with
the elastic
dry friction.a cyli nder
Uberlândia, 1 990, 105 pp.
ABSTRACT
A contri buti on to the study of the slip less contact
between two elastic bodies, using the Coulomb’s dry friction
model, is presented.
The mathematical model for the problem of a cylinder in
contact with a plane is obtained by the superposi tion of the
displacement by the normal and tangential stress acting in the
contact area.
The pressure distribution and boundary of the contact area
are determined by the minimization of the elastic energy
function, by using the Augmented Lagrange Multiplier Optimization
method, adopting the coefficients of a third degree polynomial
and the limits of the contact area as decision variables.
Contact mechanics, dry friction contact, cylinder / plane
contact.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
2.8
DESCRIÇAo
Modelo para o contato bi-dimensional, entre dois
corpos elásticos.
Contato plano, sujeito a deformações assimé
tricas.
Contato plano, sem atrito.
Contato sem atrito, tensões assimétricas.
Contato com atrito, carga normal desprezível.
Contato com atrito, sujeito à carga externa.
Contato sem atrito, cilindro não circular, pu
ramente elástico.
Modelo adotado para o contato entre o cilindro
e o plano semi-infinito.
PAG.
7
9
11
11
12
13
14
16
vi
FIGURA DESCRIÇÃO PAG.
2.9 Representação de alguns pontos e seus desloca
mentos, para o contato de um cilindro e um
18plano.
3.1 Representação do contato entre um cilindro e um
sólido plano semi-infinito. 32
4.1 Divisão da área de contato em áreas infinitési-
mais, retangulares e iguais 42
4.2 Área infinitesimal retangular, sujeita a uma
pressão constante Zr e Xp. 43
4.3 Esquema para a tensão tangencial, separada em
parcelas, para efeito de análise. 50
4.4 Estudo do deslocamento tangencial considerando
separadamente o efeito das tensões atuantes. 53
4.5 Modelo para a distribuição de pressão, segundo
um polinômio de terceiro grau, contato com
atrito. 55
4.6 Fluxograma de blocos que representa o programa
utilizado para a solução numérica do problema. 74
vii
FIGURA DESCRIÇÃO PAG.
5.1 Comparação entre a função de distribuição da
pressão normal calculada analíticamente (curva
elíptica) e numéricamente (curva polinomial), ao
longo da área de contato. 79
5.2 Distribuição da tensão normal e tangencial sobre
a área de contato, para uma carga externa
Zi=6000 N e momento nulo. 81
5.3 Deslocamento normal (w) dos pontos da área de
contato, ao longo do eixo x. (Zi=6000 N, Ca=O) 82
5.4 Deslocamento tangencial (u) dos pontos da área
de contato, ao longo do eixo x, considerando:
(a) com atrito, (b) sem atrito. 83
5.5 Distribuição da tensão normal ao longo da área
de contato, mostrando a influência do momento
externo. (Rm = + 0.9, Zi = 6000 N) 85
5.6 Distribuição da tensão tangencial ao longo da
área de contato, mostrando a influência do
momento externo. (Rm = + 0.9, Zi = 6000 N) 86
viii
FIGURA DESCRIÇÃO PAG.
5.8
5.9
5.10
5.11
Deslocamento normal (w) dos pontos situados no
centro da área de contato, ao longo do eixo x,
sob a influência do momento externo positivo. 88
Deslocamento tangencial (u) dos pontos situados no
centro da área de contato, ao longo do eixo x,
(a) momento positivo, com atrito
(b) momento nulo, sem atrito. 89
Deslocamento normal (w) dos pontos situados no
centro da área de contato, ao longo do eixo x,
sob a influência do momento externo negativo. 90
Deslocamento tangencial (u) dos pontos situados
no centro da área de contato, ao longo do eixo x:
(a) momento negativo, com atrito
(b) momento nulo, sem atrito. 91
Influência da aplicação do momento externo sobre
os limites da área de contato.(Zi=6000 N, f=0.35) 92
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
A,B contornos da superfície de contato [m]
a,-e contornos de uma área infinitesimal [m]
c parâmetro escalar de penalidade *
Ca momento aplicado [Nm]
Cm a x momento máximo [Nm]
Co coeficiente do termo de terceiro grau do
polinômio Zp [N/m5]
Ci coeficiente do termo de segundo grau do
polinômio Zp [N/m4]
C2 coeficiente do termo de primeiro grau do
polinômio Zp[N/m3]
C3 coef. do termo independente do polinômio
Zp[N/m2]
x
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
C s e controle da relação dos módulos de
elasticidade dos materiais em contato *
Cs X controle do sinal da variável x *
di deslocamento total de um ponto do corpo i [m]
ei j componentes de deformação *
E módulo de Young (módulo de elasticidade) [N/m2]
f coeficiente de atrito seco de Coulomb *
( F, G, J ) funções harmônicas do vetor potencial [N]
Fh funcional para o caso com atrito [J ]
g(x) equação da fronteira entre os corpos [m]
g’ (x) derivada da equação da fronteira entre os
corpos *
distância entre os corpos na direção do
eixo z ím]
xi
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
hx distância entre os corpos na direção do
eixo x Em]
H distância entre os corpos na direção do
eixo z, no estado não deformado [m]
Hc entalpia de contato NI
Ii,l2,l3 integrais auxiliares no cálculo dos
deslocamentos Em]
2K módulo de compressão [N/m ]
Kai,Kbi,kci coeficiente que relaciona propriedades
elásticas do material do corpo i [m2/N]
L comprimento do cilindro [m]
2 função Lagrangeana. [J]
nx ,ny número de divisões da área de contato ao
longo do eixo x e do eixo y*
PCi,PCz corpos em contato
xii
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
potência [W]
q(Vd) função de restrição de igualdade [N]
Q quantidade de calor [J]
r distância do ponto onde se calcula o des
locamento ao ponto de aplicação da carga [m]
R distância da imagem óptica do ponto onde
se calcula o deslocamento ao ponto de
aplicação da carga [rn]
Rm relação entre o momento atuante e o
momento máximo *
s(Vd) função de restrição de desigualdade [m]
S Superfície de contato entre dois corpos [m j
(■£,n) vetor unitário local, tangencial e normal
T trabalho realizado pelo sistema [J]
iu,v,w) deslocamentos no ponto (x,y,z) [m]
xiii
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
( Wo , Vo , Wo ) deslocamentos de um ponto da área de
contato Cm]
U deslocamento total na direção x Cm]
Ui energia interna do sistema [JJ
V(X) vetor velocidade local [m/s]
Vd vetor das variavéis de decisão Cm,N/m2]
X abcissa do baricentro da função c (x) n Cm]
(X,y,z) eixos coordenados *
<x’,y’jZ’) eixos auxiliares, sistema referência local *
(Xt,Yi,Z1) forças atuantes no corpo CN]
Xp pressão tangencial na área de contato CN/m2]
Yp pressão longitudinal na área de contato EN/m2]
Zp pressão normal sobre a área de contato [N/m2]
xiv
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
pressão constante, normal e tangencial [N/m2]
y‘^Vd) função quadrática de penalidade [J]
deslocamento total na direção z [m]
dilatação volumétrica [m]
'Pl função logarítmica *
'P 4 função harmônica [m]
^2,'Pa funções harmônicas [N]
cossenos diretores normais à superfície *
componentes de deformação rotacional
constantes de Lamé, fi denominado rigidez
[m]
[N/m2]
vetor dos multiplicadores de Lagrange
direção normal à um plano considerado
razão de Poisson
tensão normal [N/mz]
xv
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNID.
o t
0
tensão tangencial
função de deslocamento potencial
<P raio do cilindro
Qi velocidade angular
CN/m2]
[m]
[m]
[rd/s]
* termos adi mensi onais
xvi
1 . INTRODUÇÃO
Quando dois corpos são pressionados um contra o outro, uma
área de contato será formada entre eles em consequência de suas
propriedades elásticas. Se não existe atrito entre as
superfícies e se os corpos estão sujeitos apenas à carga normal,
tem-se o conhecido problema de contato normal.
Mesmo para os casos mais simples, quando os corpos são
considerados como espaços elásticos semi-infinitos, a solução
analítica do problema é obtida somente quando se considera
superfícies geométricas especiais para ambos os corpos.
O contato normal foi inicialmente estudado por Hertz [1].
Ele calculou, com verificação experimental, a distribuição de
carga agindo sobre a área de contato e também as tensões nos
corpos, utilizando uma função potencial Newtoniana. A solução
analítica foi obtida para superfícies quadráticas, conforme
verificado por Love [2].
Através de uma trabalhosa integração aritmética Fuchs [3]
obteve as tensões nos corpos. Alguns anos depois, Morton e Close
[4], usando funções harmônicas, calcularam as tensões para o
caso de uma esfera pressionada sobre um plano semi-infinito por
carga normal.
2
Em 1930, Thornas e Hoersch [5], transformaram a solução
Hertziana para as tensões, para os casos de corpos com eixos de
simetria, em integrais eliptícas padrão e determinaram a tensão
cisalhante no eixo de simetria. Estes cálculos de tensões foram
verificados experimentalmente.
Independenternente, Belajef [6] calculou as tensões para
qualquer ponto dos espaços semi-infinitos, uti1i zando
coordenadas eli pticas, obtendo uma solução similar aos
resultados, obtidos nos e i xos de simetria, por Thornas e Hoersch.
Solução similar também
problemas de um cilindro e de
foi obtida por Foeppl [7] para os
uma esfera pressionados contra uma
placa plana, e os resultados foram verificados experimentalmente
por fotoelasticidade.
Em 1953, Galin [8] descreveu as soluções obtidas por
vários autores, para as mais diversificadas superfícies, mas
sempre considerando conhecidos os limites do contorno da área de
contato.
O efeito nas tensões, provocado por uma carga tangencial,
não foi considerado pelos pesquisadores até 1939, quando
Lundberg [9] desenvolveu uma teoria geral para o contato
elástico entre dois corpos semi-infinitos. Neste estudo, ele
considera o contato tri-dimensional, assumindo uma distribuição
de pressão semi-elíptica na direção transversal da área de
contato e constante no sentido longitudinal.
Em 1949, Mindlin [101 estudou a distribuição da força
tangencial através da área de contato, quando um corpo escorrega
sobre o outro. Ainda neste ano, Poritsky [11] apresentou uma
3
solução para o mesmo problema, utilizando uma função de Airy.
Todos estes autores também consideram a distribuição de
pressão como sendo conhecida a priori.
A solução do problema inverso, ou seja, o de encontrar a
área de contato e a distribuição de pressão atuante, quando são
conhecidas as superfícies de ambos os corpos, suas propriedades
elásticas e a força compressiva total, somente foi objeto de
estudo alguns anos mais tarde. Kalker [12] provou a unicidade da
solução para este tipo de problema, utilizando a elasticidade
linear. Mais recenternente, [13-16] importantes trabalhos foram
desenvolvidos nesta linha de pesquisa, com a obtenção de
resultados feita através da aplicação de métodos numéricos.
No Brasil, Galeão e outros [17], apresentam um algoritmo
para a resolução do problema de contato sem atrito entre sólidos
deformáveis. 0 método dos elementos finitos foi utilizado na
discretização do problema contínuo, com a apresentação de alguns
exemplos de aplicação.
Uma solução numérica de problemas de contato unilateral
com atrito é dada por Mamiya e outros [18], na qual o modelo,
descrito em termos variacionais, é discretizado via elementos
finitos e a minimização do funcional é feita pelo algoritmo de
Gauss-Seidei, com relaxação e projeção sobre um convexo.
0 objetivo deste trabalho é apresentar uma contribuição ao
estudo do contato entre corpos elásticos, na presença de atrito,
com aplicação para o caso de um cilindro em contato ccm um
plano. A proposta é determinar a área de contato e a
distribuição de pressão atuante, através de técnicas de
4
otimização e de métodos numéricos, com base no princípio de que
a solução é aquela que corresponde a uma energia interna total
mínima.
Os campos de aplicação da mecânica do contato são bastante
diversificados, tendo em vista que uma das formas usuais de
transmissão de forças em sistemas mecânicos é através do contato
entre os corpos elásticos. As aplicações de interesse das áreas
de Dinâmica de Sistemas e de Materiais do Departamento de
Engenharia Mecânica da UFU, são o estudo do contato entre
pneu-solo, roda-trílho e dos mecanismos do fenômeno abrasivo.
A original idade da abordagem deste trabalho pode ser
constatada sob dois aspectos principais. 0 primeiro, é o fato
que assumem-se como variavéis de projeto os coeficientes de um
polinômio de distribuição de pressão, o que torna o programa de
otimização bastante versátil. Outro aspecto interessante é que,
conforme verificado na literatura pesquisada, o processo de
integração das equações normalmente emprega a simplificação de
vários termos, enquanto que neste estudo propõe-se a utilização
de equações completas para o modelo adotado.
O capítulo 2 apresenta o modelo matemático para o problema
do contato entre um cilindro e um plano elásticos e, as equações
para as componentes de deslocamento dos corpos são determinadas.
Através do estudo da energia interna total, no capítulo 3,
obtém-se um funcional cuja minimização permite o cálculo da
solução do problema em termos da pressão e da área de contato.
Desta forma, torna-se possível a obtenção das tensões,
deformações e deslocamentos dos corpos. 0 estudo é desenvolvido
5
em duas etapas: inicialmente considera-se o contato sem a
presença de atrito, e a seguir as equações são desenvolvidas
para o caso do contato com atrito seco, que obedece à formulação
para o atrito seco de Coulomb.
0 modelo numérico utilizado é apresentado no quarto
capítulo. 0 cálculo das componentes de deslocamento é feito por
diferenças finitas, e a otimização do funcional através do
Método do multiplicador de Lagrange Aumentado.
Nos capítulos subsequentes são apresentados alguns casos
estudados e a discussão dos resultados.
Conceitos importantes da teoria da elasticidade, estão
incluidos no Anexo I, com a finalidade de auxiliar futuros
trabalhos nesta mesma linha de pesquisa, bem como a compreensão
das técnicas empregadas na dedução das equações das componentes
de deslocamentos.
2. MODELO MATEMÁTICO DO CONTATO ELÁSTICO COM ATRITO.
2.1 ASPECTOS MECÂNICOS DO CONTATO COM ATRITO
Como uma primeira aproximação para estabelecer a relação
®ntre a força de atrito e a natureza dos materiais em contato, o
atrito é considerado como sendo estritamente um fenônemo de
superfície, que independe da forma dos corpos em contato.
Supõe-se também que a força de atrito é uma resultante das
tensões tangenciais à superfície do corpo, ^(x), e que estas
tensões não dependem da natureza dos materiais em contato.
Seja o modelo físico, apresentado na figura (2.1), que
caracteriza o contato bi-dimensional entre dois corpos elásticos,
PC1 e PC2, em uma condição de equilíbrio, sendo o contorno
definido por B x A. Neste caso, supõe-se que a distribuição
de pressão na direção longitudinal, y, é constante.
No ponto Oi do corpo PCi estão aplicadas as resultantes das
cargas externas, sendo & o momento de atrito e Ai a resultante
da força normal e da força de atrito .
Sobre a fronteira g(*), cuja derivada e dada por g’(x),
a9em as tensões q(x> devidas à ação de PCz sobre PCi, que
apresentam componentes e cr,!íx) ’ segundo um sistema de
7
referência local (t , n).
O equilíbrio dos corpos é traduzido pelas equações
segui ntes:
(x)
(2.1.b)
Ca g’ <x)(2.1.c)
Fig- 2.1o contato bi-dimensional
corpos elásticos.Modelo para
entre dois
(2.1.a)
8
A equação (2.1.a) mostra a força de atrito Xi dada por uma
expressão que considera a componente normal e tangencial da
tensão. Como por definição, uma força de atrito pura integra
somente a componente tangencial da tensão, para que Xi seja uma
força de atrito pura, na equação (2.1.a) o termo de forma deve
verificar a igualdade:
pA
an g’(x) dx = 0 (2.2)J B
Esta condição é cumprida nos seguintes casos:
a) g’(x) = 0 => a fronteira g(x) é plana. Esta é uma
condição muito severa, sendo aplicada somente quando o contato se
dá entre um corpo com baixo módulo de elasticidade e um plano
rígido.
b) cr e g’(x) são funções ortogonais. Esta condição é
cumprida nos contatos Hertzianos puros, uma vez que <?n e g(x) são
funções simétricas em relação ao eixo Oz.
Assim,os efeitos de forma alteram a força de atrito quando
g’(x) # 0, ou quando g(x) e °n não são simétricos em relaçao a
_ . "Qdimetria podem ser: a rugosidade dasOz. As causas desta «ssirneu ia■ inirial dos corpos antes de seremsuperfícies, uma assimetria iniciai o p
deformados ou, provocadas pelas cargas exter
A seguir será examinado alguns casos que servem de modelos
a serem adotados para o estudo do contato de dois corpos:
9
I) Frontei ra plana, deformações assimétricas: Seja o
cilindro deformável infinitamente longo, em rotação em torno de
seu centro Oi, sendo comprimido contra um plano fixo e rígido,
mostrado na Fig.(2.2):
Figura 2.2. - Contato plano, sujeito a deformações assimétricas.
Como a equação da fronteira g<x> é constante, resulta q:
sua derivada g’<x> é nula, portanto as equações (2.1) são dada
por:
Xi = a dx t
K.
ZI = -
fA
a dx n
B
B
Ca ~ - g
10
a dx - x dx ou,
Ca = - (2.4)
onde, x é a abicissa do baricentro da função o (x).
Assim, a potência necessária para o cilindro atingir a
velocidade angular Oi, vale:
$ = - 3a íli ou, + x zi (2.5)P =
mostra a contribuição do efeito de
e do efeito de volume: (x Zi ÍH).
Esta expressão
superfície: (g Xi Qi),
II) Contato plano, sem atrito: Considerando anJx), A e B,
simétricos em relação à Oz, conforme Fig.(2.3), resulta:
Xi = 0, Ca = O (2.6)
Em regime estacionário, a potência necessária para deformar
o cilindro será nula.
11
Figura 2.3. - Contato plano, sem atrito.
III) Contato sem atrito, cr (x) assimétrico:.... ———— n ---------------------- neste caso, a
tensão normal e os 1 imites do contorno A e B, não são simétricos
em relação a o que pode ser verificado na Fig.(2.4),Oz,
portanto:
amia
osa
Figura 2.4. - Contato sem atrito, tensões assimétricas
12
Sendo os efeitos de superfície nulos, a potência é gasta
para vencer o atrito interno.
IV) 0 atrito existe e a carga normal é desprezível: A
Fig.(2.5) representa uma primeira aproximação para o caso de um
cilindro de massa desprezível, com um material muito colante, em
contato com um plano. Como o “ 0, isto leva a:n
Ca = - g(x) Xi , = g(X) Xi Qi (2.8)
A força de atrito é responsável pela deformação do
cilindro, e a potência é consumida para vencer, simultâneamente,
os efeitos de superfície e de volume.
Figura 2.5. Contato com atrito, carga normal desprezível.
13
V) 0 atrito existe, a carga aplicada não é desprezível:
Neste caso, apresentado na Fig.(2.6), as equações para o momento
e a potência necessária são dadas por:
Ca = -g(x) Xi - x Zi
(2.9)
Figura 2 .6. - Contato com atrito, sujeito à carga externa.
Como os limites do contorno, A e B, são total mente
determi nados por Xi e Zi , os dois termos da equação acima não
podem ser estudados separadamente. Sobre o efeito de Xi, a área
de contato se desloca, contribuindo para a existência do
baricentro x.
14
VI) Cilindro não çjrcular, puramente elástico, em contato
sem atrito com um plano rígido: Na Fig.(2.7) tem-se g(x)
assimétrico em relação à Oz e, como o contato é sem atrito e o
material puramente elástico, a potência necessária para arrastar
o cilindro é nula. Logo:
? = - x Zi íh = 0 (2.10)
Como Zi 1 0, Oi * 0, resuta que x - 0, portanto a
distribuição da tensão normal é tal que leva o baricentro a
situai—se sobre o eixo Oz.
Figura 2.7. - Contato sem atrito, cilindro não
circular,puramente elástico
15
2.2 APRESENTAÇãO DO PROBLEMA
A fig.(2.8) apresenta a configuração de dois corpos
elásticos em contato, em uma região cuja superfície é denominada
S. O corpo PCi é definido como um cilindro de raio <p e
comprimento L e, o corpo PC2 como uma região plana semi-infinita.
Sobre o cilindro atua uma força normal Zi e um momento Ca.
Um sistema inercial de coordenadas cartesianas é adotado,
de modo que o eixo z coincide com a normal interna ao corpo PC2 e
o eixo x com a linha de contato. Os limites do contorno são
definidos por B £ x £ A e --L/2 £ y £ L/2.
A pressão exercida pelo corpo PCi sobre o corpo PC2 é uma
função da posição e será decomposta em uma componente normal Zr,
perpendicular à superfície, e uma componente tangencial Xt-1
paralela ao plano de contato.
Aplicando o modelo de atrito seco de Coulomb, a área de
contato é dividida em regiões de escorregamento e de aderência.
Na região de escorregamento, o vetor velocidade local, v(x), da
superfície do corpo PCi em relação à superfície do corpo PCz, é
diferente de zero, sendo a tensão tangencial à força (Xp) igual,
em magnitude, ao produto do coeficiente de atrito cinemático pela
pressão normal 7».
Na área de aderência o escorregamento é nulo e, para um
coeficiente de atrito estático, f, tem-se que:
| Xp | f Zp (2.11)
16
Figura 2.8. - Modelo para o contato entre o cilindro e
o espaço semi-infinito.
17
Corno hipóteses simplificadoras, neste trabalho, será
considerado que:
a) o cilindro se encontra estacionário, portanto Oi é nulo,
b) não existe escorregamento na região do contato,
c) o coeficiente de atrito mantém-se constante na região de
contato e Jxp| f Zp,
d) os corpos são constituídos por materiais elásticos,
homogêneos e isotrópicos,
e) a região de contato é plana,
f) a distribuição de pressão se mantém constante no sentido
longitudinal do contato, independente de y.
2.3 DETERMINAÇÃO DAS COMPONENTES DE DESLOCAMENTO
O problema do contato entre um corpo e um plano, será
formulado à partir do conhecimento das forças que atuam na
superfície de contato. Sua solução consiste na determinação dos
campos de deslocamentos, de tensões e de deformações dos corpos
em contato.
Sejam (x^y^Zj) e (x^y^-z,) pontos simétricos em relação
ao plano de contato, conforme mostrado na fig.(2.9). Estes pontos
distam r e R, respectivamente, de um ponto genérico (x,y,z),
portanto:
18
R = [(x-x3)2 + (y-y^2 + (z^)2]"2
r- [(x-x/ + (y-y1)2 + (z-z^2]172 (2.12)
Fi9.2.9. ~ Representação de alguns pontos e seus des1ocamentos ,
para o contato de um cilindro e um plano.
O deslocamento (u’,v’,w’), no ponto (x^y x,z , que
satisfaz as condições de continuidade e de equilíbrio [2], é dado
por:
19
u’ =dR 1
dx
x+p õzr 1 ----Z ----------------X+3/J ôx dz
+ 2
v' -3R 1 . „ X+JJ _ dZR 1
---------- 4- 2 ---------- 2 -------------dy X+3/J dy dz
ÔR 1 „ X+/J d2 R 1—— + 2 — Z ----------
dz X+3M dx dz(2.13)
As tensões Xp,Yp, Zp, no plano z = 0, podem ser calculadas a
partir dos deslocamentos (uo, v<>,, neste plano, considerando-se
cos (z, p ) -■ -1 :
Xp = -2/Jo2 -1 d r = 2P
dZR 1
dx dz dx dz
Yp « -2/J d r = 2PdzR~x
dy dz dy dz
Zp * -2p (2.14)
Alternativamente, estas tensões podem ser calculadas à
partir dos deslocamentos ( u’ ,v’,w’), sendo expressas por:
20
X’p duo ’
ôzdwo ’ÔX
X+p d2R 1
X + 3/ J ôx ô z
Z’p
z f ■*
duo ' t Ô vo ’ , Ô Wo , n ÔWo ’---------- + ---------- + + 2p ——ÔX ôy ÔZ ôz
)
(2.15)X+3/J ôz2
As equações (2.14) e (2.15), que representam as tensões de
contato, são idênticas, à menos de um fator constante igual a
-(X+ /j )/(X + 3/j) .
O deslocamento ( uo ’’,v© ' ’,wo’’) do ponto (x1,y1,-z1),
simétrico à (x ,yi,z1), é calculado à partir de (uo ’ , vo ’ , wo ’) :
( Uo ’ ’ , Vo ’ ’ , wo ’ ’ ) = -(X + p)/(X + 3p) ( Uo ’ , Vo ’ , JVo ’ ) (2.16)
Quando são especificados os deslocamentos da superfície, o
valor da dilatação, A, do ponto (x^y^z^, conforme Anexo é
dado pela equação:
r o
An(X+3/J)
í d2 r
ôx ôz
-1 -2-1 -2—1, d r , ô r---- U o 4- ---------- v o + ----------
ôy ôz dz‘‘
wo dxdy (2.17)
21
Quando as tensões na superfície são conhecidas, a
ciiiatação, A, é calculada por:
12?r( X+/j )
■» p A
XpJ J ÔX
Ypâc.1
ÔyZp
â^’]dxdy
dz J(2.18)
A dilatação pode ser expressa em termos de funções
A
logarítmicas e harmônicas no espaço considerado, como se segue.
Seja uma função Ti definida por:
Ti = 1n(z + z1 + /?) (2.19)
tal que:
ô'Pi/azi = 1/r para z - 0
e,
-AZ1 = áll = í2.20)dz dz R1
Na superfície z = 0, à partir das equações (2.12) resulta:
a “ 1 dr âfí 1 _ dfí 1 _ a2fi
dx dx ÔX1 az,í,xl
dr"1 32Ti e,dr''1 _ dzVT.
O (2.21 )dy âziô>'i dz dzl
22
Desta forma, define-se uma função 'Fz, harmônica no espaço,
tal que:
'Pa + dx„1
dG + dj
âY1 âz1(2.22.a)
onde,
F
J
j
c*
Xp 'Fi dxdy, G =V.
dxdy e,
Zp Yi dxdy (2.22.b)
A partir da definição da função ’?2 , a dilatação, A, no
ponto (xa,ya,za ), dada pela equação (2.18), resulta:
A 1 8T2 (2.23)
2W(X + P)
Conhecidas as tensões, deseja se obter os deslocamentos.
Observa-se que as funções harmônicas F,
que os valores de Xp, Yp e Zp,
G, J e Tz, são definidas
de formaem z - 0, são iguais a:
Xp=1jm- z t + o
1 32F2 ’
2n dzyyp = 1 i m - —
z *♦ + 01
1 a^G2« dz[
— —2 (2.24)2ir dz^
23
portanto,
como:
a terceira equação de equilíbrio pode ser escrita
r 'i> 2 1 ÔT2 - 0 (2.25)
V w +L 4np
e, a terceira condição de contorno como
Ô?2 -ZPdz
(2.26)
4n'P 4%/j (X+p )
X A + 2 P
1
logo, para zi = °’ tem-se
__a_
ôzi
f1w +
4«M
ÔY2 d 1 ÔJ | ...1 'P 2Z1
ÔZJ dz 4Jt(X+/j)1
Isto leva a obter w, dado pela expressão:
1 dj
4HP 3z1 4?t(X + M)Tz------— z
4n/J
6Y2 (2.27)dz
24
Utilizando o mesmo raciocinio, a primeira equação de
equilibrio é dada por:
(2.28)
e a primeira condições de contorno por:
-P
ç-20- +
%= Xu (2.29)
dlV
X
então, para z1 = 0, obtém-se:
1
4np
1
2nn
1 a2j + x
4np ôx 9z, 4np(X+p)1 1aXj
Resultando u dado pela expressão:
1 ap 1 aj x a?3 1 _ a?2------------------ ---------------- +---------------------------------------z1 2np 8z 471/j ax 47i/j(X+p) ax 4np 3x
(2.30)
onde, ^3 é uma função harmônica com a seguinte propriedade:
25
d^3/dz^ - T?. .
A função ?3 é obtida introduzindo uma função harmônica no
espaço considerado, Y4, dada por:
V4 = (z + zt) ln(z + za + /?) - R (2.31)
tal que:
9^4 _ 9^4
9z 9z 1
ou seja,
(2.32)
onde,
F3 =
J3 =
9F3 +ôx 9y dz1 1 1
(2.33)
Xp T4 dxdy, G3 Yp T4 dxdy,
Zp '1'4 dxdy (2.34)
Ys = 9G3 ,---------- 4- 9 J 3
as funções F3,Q3,J3 e f3 são harmônicas no espaço considerado e,
9F3 - F, 3G3 - G, 9J3 _ ,- J J 9T3= ¥2 (2.35)
âzi dzl 9z 1 9z í.
26
De forma análoga ao raciocínio desenvolvido para a obtenção
do deslocamento u, obtém-se v dado por:
V = _J_+ ------ 1-------- OT2__L2í^X£ (2.36)2Tt/j dz^ 4nn dy 4K/i(X+p) dy 4-np. dy
A partir das equações acima apresentadas, são feitos os
desenvolvimentos necessários, procurando aplicá-las ao problema
proposto.
Para a hipótese de tensões tangenciais nulas na direção y,
ou seja Yp = 0, as funções potenciais dadas por (2.22) e (2.33)
resultam:
xp dx dy + âxi
Zp dx dydVi
(2.37)
Vz -
Neste caso, o campo de deslocamento (u,v,w),
ponto dos corpos em contato, fica determinado
substituição de (2.37) nas equações (2.27), (2.30) e
em qualquer
através da
(2.36):
w - 1
4K/J .
f p n
ff ZPdxdy + . 1o 47i(X+p)V ' 1
p-(X-X1 )XPdxdy _L
^(z+zi+Z?)
ZPdxdy
lR J
-1- zi471/J
(2.38.a)r
p p
y
21
1u = ------2np
■»
XPdxdyR 4n/j J J
-(x-xi )ZPdxdy/?(z+zi+fí)
+4JC/J (X+p)
47T/J
1 +1XZ.XL11 xpdxdy +/?( Z + Z1+/?)
-(x-xi)Z^dxdyR(z+zi + /?)
J
Zl
r5
Vk.
[ (2+21 +/?2~ (*-x '+2R>. XPdxdy +
R3 (z+zi+R) 2
(x-xi)Z^dxdy ](2.38.b)
R3
v - -1 f -(y~y1)Zfdxdy
4KM v J Rfz+zi+R)X
4np(X+p)
r■v
1
-(y-yi)ZPdxdy +R( Z+Zl+R)
I (x-xi)(y-yi) Xpdxdy I
R(z+zi+R ) J
ff (x-xi)(y-yt)(z+zi+2R)
R3 (z+zi + 7?)2
- ----- !— Zip
(y-yi)ZPdxdy ,
4np l
J R3
•)
Xí>dxdy (2.38.C)
>
No plano z = 0,
ponto de aplicação
tem-se r = R, onde r é a
da carga elementar e
distância entre o
o ponto onde o
+0
n
rn
1 X
l u
1
n
JJ
deslocamento é (u, v, »v)>ou seJa
28
Estudando os deslocamentos no plano z = 0, obtém
Xv = --------r p
47rp(X+/j )
(x~xi) (y-yi)X^dxdy 1
4n(X+p)
(y-yi )Zt>dxdy3 r J J
r
„ - X+2IJ í pZt>dxdy
■x1 (x-xiJX^dxdy
■ J47rp(X+p) J J r 4k(X+p) r2
u ~ X+2fÀ f X^dxdy , X* P 2
(x-xi) XPdxdy j
4^/7 (X+p) r A-Ttp (X+/J )J r3
. 1 .k p
(x-xi)Zfdxdy (2.40)I . .1
4tt(X+/j) J v 2r
0 problema proposto considera um estado plano de
deformação, portanto a componente de deslocamento na direção y,
v, é considerada nula. Relacionando as constantes de
Young (E) e com a razão
Lamé (p,X)>.
com o módulo dede Poisson (<?), resulta:
n
1-a2w = ------
«E
f ZPdxdy _ (J_±2JL(1 2S1
J r 2^E
(x-xi)XPdxdy2
r
29
U = 1~2c)
2JtE
r r
(x-xi)Z^dxdy2
r
1-a
7tE
2 > p
V V
XPdxdy +
r
+ £Í_i±£2
nE J
(X-X1)2x^dxdy
3r
(2.41 )
Chamando de,
Ka = 1-a 2
nE
Kb = (1+g)(1-2^)
2ttE
Kc =
KE
(2.42)
As expressões dosdeslocamentos são dadas Por:
u = Kbf f(x-xi )ZPdxdy. + «a
n
IV = Ka
2 r
Zfdxdy Kb J
f dxdy + «c
r
(x-xi )Xi'dxdy
>
f(2<r2<2 )2XPdxdy
3 r
(2.43)
r
30
A solução completa do problema de contato proposto só é
obtida [1], quando são especificadas a área de contato e as
tensões nela atuantes. Nas equações (2.43) não são conhecidos os
limites das integrais nem as tensões Xp e Zp.
As tensões na área de contato devem cumprir a condição de
equilibrio do corpo, quando submetido aos esforços externos Xi,
Zi e Ca, de acordo com as equações (2.4), ou seja:
í
Xi XP dx
Ca = - g Xi (2.44)
A área de contato pode ser determinada considerando que o
equilíbrio estático dos corpos elásticos em contato corresponde a
uma mínima energia de deformação armazenada no sistema.
No caso de ocorrer escorregamento este princípio do mínimo
se aplica à potência dissipada.
Será apresentada a
deformação elástica para a
seguir a. formulação da energia
obtenção da área de contato.
de
3. PRINCÍPIO DA MÍNIMA ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
APLICADA AO CONTATO ELÁSTICO
A solução do problema do contato entre os corpos elásticos
PCi e PC2 depende da determinação da área de contato e do campo
de tensões nela aplicado e, pode ser obtida pela minimização do
funcional associado à energia interna do sistema.
A variação da energia interna (J i do sistema é dada por:
ÔUt = ÔQ + ôT
onde, T é o trabalho realizado e
(3.1)
calor desprendido peloQ é o
sistema. Para o caso adiabático, tem-se ÔQ 0, resultando em
ÔUi = §T.
feitas isoentropicamente eQuando todas as trocas são
condição de equilibrio, a energia interna do sistema é mínima.
na
Em
termos variacionais, tem se:
ÔT = <SUí £ 0,(3.2)
• i, H-a suoerfície dos corpos, submetida a uma Para uma região K aa supertensão total - (> = resultando os deslocamentos d., a
32
variação da energia interna é:
( G 1 k
ÔUi = ST = ôdl + G2 Ô d2 ) d S S; 0 (3.3)
Aplicando sobre Ui uma transformação de Legendre resulta na
definição de entalpia de contato Hc. A condição de equilíbrio é
obtida pela minimização da entalpia de contato, sob condições
auxiliares aplicadas às tensões e deslocamentos, conectadas pelas
leis da elasticidade linear.
As superfícies dos corpos são divididas nas regiões I, II e
III, conforme mostrado na figura (3.1). A distância h?- entre os
corpos, na direção z, é considerada positiva ou nula.
Figura 3.1 - Representação do contato entre um cilindro
e um sólido plano semi-infinito.
33
Na região I não existe o contato entre os corpos, portanto:
-Zp = oi = <72 = 0 ; (3.4)
Na região II os corpos estão engastados e, não podem
ocorrer deslocamentos, assim tem-se que:
<5 di =0 ; (3.5)
Na região III os corpos estão em contato, portanto h* = 0.
A tensão total oi pode ser decomposta em Zpí na direção normal e
Xpí na direção tangencial. Nestas direções tem-se os
deslocamentos wí e uí . Assim o trabalho virtual é dado por.
+ Xp.Ôu.1 i
(3.6)
A formulação para os casos com e sem atrito será
= 0J k = I I
<r 6^ ~
= 0J k > I
apresentada a seguir.
34
3.1. CONTATO SEM ATRITO
Na região III, para o caso sem atrito tem-se:
Xmí = 0 ; -Zi>i = ZP2 = Zp ;
e,
-ôtfl = ÔJV2 ;
logo:
Zf (ÔJVl + ÔIV2)J k=I11
Zp ô/?z dS 0J K=III
(3.7)
A variação total da energia interna do sistema, de acordo
com a equação (3.3), resulta:
(3.8)
onde,Z e hz estão relacionados pelas leis da elasticidade e
obedecem às seguintes condições:
(1) se hz > 0 e como <5/?z arbitrário, resulta Zm = 0
(2) se hz = 0 e Shz 0 (sem penetração), resulta Zp * 0
35
Definindo,
tem-se:
<5U i<5/?z
ZP (3.9)
Aplicando a transformada de Legendre a Ui, resulta a
entalpia de contato Hc:
Hcdef Zp fiz dS - Ui (3.10)
° 11 i
A distância fiz pode ser escrita em função da distância H
entre as superfícies no estado não deformado e da diferença dos
deslocamentos normais M e ivz, determinados pela equação (2.43):
fiz = H + /V
(3.11) W = JVl - H/2
Na região III, usando a elasticidade linear, a energia de
deformação é dada por:
36
Ui 1 Zp W dS(3.12)
2 J k = i i i
Substituindo-se (3.11) c (3.12) em (3.10), resu1ta:
Assim, o principio da entalpia mínima:
min!
sob as condições auxiliares.
Zp £ 0, W dado,
ZP e |/ relacionados Pelasleis da elasticidade.
A minimização da
completa do problema,
em (3-14). conduz à solucào
contato sem a presença deequação dada
para o caso do
atrito.
37
3.2 CONTATO COM ATRITO (SEM ESCORREGAMENTO)
Na região III, para o contato com atrito seco de
tem-se:
Coulomb,
XP1 = XP2 = Xp e»-ZP1 = ZP2 = Zp> logo:
k = I I I
_Zp(Sk'1-í-ôh<2 )dS +
k=m
Xp(6t/i+5u2)dS
J k = i i i
(3.15)
como,
ôh* = Sui 4- Sí72 e,— § |V1 + 5 P/2 , resu1ta
Xp Ôh* dS
k => I I I
%
J= ZP 5/7Z dS +
J k = 111 k = 111
0 (3.16)
De acordo com a equação (3.3), obtém-se:
ÔUi = STJIUIIUIII
(Zp 5/?z + XP SM^jdS 2 0 (3.17)
onde, Zp, Xp,
elasti ci dade.
Ô/7z e Sfix ,1 acionados pelas leis da
38
dada por:
De formaanáloga ao caso sem atrito, aplicando orna
transformada deLegendre a U>, obtém-se a entalpia de contato He
Hc I /7Z ds +
k = I I I
Xp fyx dS - Ui
J k = I I I
(3.18)d e f
Definindo U, como odeslocamento total na direção
tangencial, tem-se:
(/ = l/l + t/2 ® >
Ax = U
(3.19)
sendo ui e uz obtidos à partir das equações (2.43).
Na região III, usando a
deformação é dada por.
elasticidade 1i near, a energia de
que
Uti11zando a
no interior da
hipótese de estado plano de deformação, tem-se
área de contato os deslocamentos longitudinais
39
, ~ _ + | /o as tensões Yp são nulas. Portanto, av são nulos e em y = - L/2 as
K i o oni nãn contribui para a energia de ultima parcela da equação (o.20) n
deformação.Substituindo-se (3.19) e (3.20) em (3.18), tem-se que:
Hc
k=I
H + 2» W) ÜS +
11
Xp U dS +
k=i 11
1
2
De forma
min! Hc
ZPk=I I I
que, o
IV dS------ -2
principio
H + JL. zu2
sob as condições
relacionados pelas leis da
A solução
caso do contato
da aplicação
deslocamentos e
[ Xp U dS (3.21 )
k=i11
da entalpia mínima conduz a:
IvjdS +
Zp 0,auxi1i ares:elasticidade.
H
[xp U dS (3.22)
s
dado, Zp, Xp, IV e U
para opossível
sem atrito, implicando na necessidade
de metooos numéricos para o calculo dos
para a minimização da entalpia de contato.
analíti ca
Hertziano,
deste problema
métodos
só é
4. MODELO NUMÉRICO PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA
4.1.METODOLOGIA ADOTADA PARA A SOLUÇÃO DO PROBLEMA
A solução do problema do contato elástico entre ' um
cilindro, submetido a uma carga externa Zi e momento Ca, sobre
uma região semi-infinita, leva à determinação dos estados de
tensão e deformação nos corpos, que podem ser obtidos a partir do
campo de deslocamentos.
Para o cálculo do campo de deslocamentos através da equação
(2.41), torna-se necessário o conhecimento da área de contato e
do campos de pressões normal e tangencial atuantes no contato,
que devem obedecer à condição de equilíbrio estático dos corpos,
conforme as equações (2.44).
A obtenção da área de contato e do campo depressão é feita
considerando-se que no equilíbrio a energia de deformação
armazenada é mínima. Desta forma, deve-se resolver o problema de
minimização do funcional, dado pela equação (3.22), no domínio
definido pela área de contato, localizada em z = 0, uma vez que
apenas a região III’ contribui para a expressão da energia de
deformação elástica.
A metodologia para a solução do problema compreende as
41
seguintes etapas:
- estimar o campo de pressão normal Zp através de uma
função polinomial de terceiro grau, (a pressão Xp é relacionada
com Zp pelo coeficiente de atrito, considerando a posição do
ponto e o momento aplicado)
- estimar os limites da área de contato A e B, através da
solução analítica de Hertz
minimizar o funcional da entalpia de deformação, adotando
como variavéis de decisão os coeficientes do polinômio e os
limites A e B da área de contato, que estão sujeitos às
restrições impostas pelo problema.
- com a obtenção da di stri bui ção de pressão e a área de
contato entre os corpos, determi nar os deslocamentos, que
permitem a obtenção dos estados de deformação e de tensão.
4.2 SOLUÇÃO NUMÉRICA DAS EQUAÇÕES DE DESLOCAMENTO
Seja a superfície de contato entre o cilindro e o plano,
após a aplicação da força normal Zi e do momento Ca, dada por um
retângulo de dimensões L x AB.
Consideremos que a área de contato está dividida em
(nx x ny) áreas infinitesimais, retangulares e iguais, conforme
mostrado na Figura (4.1).No centro da área infinitesimai será considerado um sistema
42
de referência local, (x’,y’), cuja distância à um ponto qualquer
da área de contato, (x,y), é dada por r.
Figura 4.1Divisão da área de contato em áreas
infinitesimais, retangulares e iguais
Seja a área
que -a x’ a
infinitesimal, representada na Fig.(4.2), tal
e _z £ y. £ t. A pressão nela atuante sera
considerada constante, de forma que Zu - Zu e
43
Figura 4.2. - Área infinitesimal retangular,sujeita a uma
pressão constante Zu e Xu .
Assim os deslocamentos infinitesimais em um ponto (x,y),
devidos a uma pressão constante atuando na área infinitesimal,
obtidos a partir das equações (2.43), valem:
44
e,
________ dx’dy’________
[(x-x’)2+(y-y’)2]1 z2
Kb XP1
ra pl(x-x’ )dx’dy’
a - i (x—x’)2+(y—y ’ )2
Integrando em
dw = Ka Zp
du =
+
Aa
- a
- Kb XP
- a
Kb
Kc
+ Ka
(4.1.b)
y’>
In
resulta que:
r(y+£)+[(x-x’)2+(y+£)2J1/2
(y-^) + [(x-x’)2+(y-^)2]1/2,
arctg —-x-x’
arctg—x-x \
dx’
dx ’ +
(4.2)
razp
K- a
raxp
- a
f
r
arctgx-x ’
- arctgy—-€■
x-x \dx’ +
y+-C y--€
[(x-x’)2+(y+^)2J1/2 Ux-x’)2+(y-£)2— dx’ +1/2
XP(y+£)+[(x-x’)2+(y+l) 1
, , 2 , p.2,1/2(y—€) + [(x-x ) +(y-'w J J
dx ’ (4.3)
45
Definindo •
fa í
li = ln (y+^)+((X-X’)2+(y+f)2]1/2J
- a . (y-^)+[(x-x’)2+(y-Z)2]1/2dx
arctg arctg
13
ry+l
[(x-x’ )2+(y+-€)2]
y-i
[(x-x’ )2+(y~£)2]i/2j(4.4)
Verifica-se que as integrais apresentadas em (4.4) possuem
solução analítica. Através da utilização dos artifícios e
Propriedades do cálculo integral, obtém-se:
li = (x-a)
r 2 z 2 1 ' 2( y—£ ) + ( ( XZâl-jtíyríÈLJ-------
1n — " ‘7 -.2,1/2
t (y+£)+[(x-a) +(y+^) ] j
+ (x+a) lnI (y+-^) + f(x+a)2+(y+Z)2]1/2
l (y-^)+[(x+a)2+(y—f)2]1/2 J
ln
, O „ . 2 -i 1 Z 2í £x2â)±í^LJ^-^;
1 ■/[ (x+a) + [(x+a)2+(y-£) J
+ (y+£) ln_ (X-a) + t(x-a)^<y+Z> ] J
+
+
+
(4.5.a)
46
12 - (x-a)í arctg y+Z-
arctg -—x-a ,
+
f
+ (x+a) arctgy+t _
x+a
■*y—-€
arctg -—x+a „
+
+ (y-Z.) In
+ (y+Z-) m
In
4- (y+^C)
r
k
r
1/2[ (x-a) 2+( y-A}—1
2 o x 2 -i i / 2[(x+a) +(y-^) ■*
2 í> s z t 1 z 2[(x+a) +(y+£LJ——
o „. 2 i / 2[(x-a)z+(y+^) J
j
j
+
A
(4.5.b)
í 7 p x 2 x 1 7 2(x- a) + [ (X7aJ_±írálJ------- --------------~2 p x 2, i / 2 (x+a)+C(x+a) + (y~O
r
k.
j
1/2 1n^a) + [(x±glí±^±^—--------- T /> ' 2,1 / 2(x-a) + [(x-a) +(y^> ] J
Conhecendo-se o
(4.5), os deslocamentos
sâo escritos na seguinte
+
valor das integrais Ii,l2,l3,
infinitesimais dados por (4.2)
forma:
(4.5.c)
dadas em
e (4.3)
d„ = Ka ZP I1 " Kb XP 12
du x Kb ZP 12 + Kaxp ii + Kc 13
(4.6)
47
. dw e du representam os deslocamentosNas equações acima, dK e au _
• H nonto (x y) devido à pressão constante Zp e Xp,infinitesimais do ponto (.x,y
■ finitpsimal retangular (2a x 2atuando em uma area infm
do ponto (x,y), dos deslocamentos totais
áreas infinitesimais de pressão
da superposição dos efeitos,
Para o cálculo
devido a contribuição de todas as
o princípioconstante, utiliza se
tal que:
W'.( k , m )
+= Ka
12(4.7.a)
j )H ( x , y )
) ( x , y )
= Kbnx ny
£
J-lU, . 1( k , m )2u
i = i
12 ( x , y >)
+ K»nx E i = i
nyE
j = 1ii
+( x , y >
(4.7.b)
+ K<=nx e
nyE Xp(i,J>
13 ( x , y >
i = 1 j =1
a = (A+|B|)/2 "«
onde,(4.8.a)
x = |k-i1 2a (4.8.b)
y = |m-j1 (4.8.c)
f. = L/2 ny
4.3 SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA O FUNCIONAL
A solução do problema do contato com atrito entre um
cilindro e um plano, pode ser obtida através da minimização da
entalpia de contato conforme equação (3.22). Como os
deslocamentos são calculados numericamente através das equações
(4.7), deduzidas no itém anterior, o funcional para a procura
numérica do mínimo é dado por:
nxH S + —— k k
nx nyFh £ E 21\
k = 1 2 k = 1 m= 1
. nx ny(4.9)+ ■ 1 E £ sk k , m )
2 k = 1 m = 1
onde,
sk = L (a+|b|) (4.10.a)
nx ny
r 2 2,1/2-<P + [ <P - \ J
(4.10.b)
Seja Csx um controle de sinal da variável tal que:
Csx - + 1.0 para x 2 0
C S X 1.0 , para x < 0(4.11)
49
Consideremos, também, um controle
módulos de elasticidade dos materiaispara a relação entre os
dos corpos em contatodefinido por:
Cse = + 1.0 , para Ei < E2
Cse = - 1.0 , para Ei > E2
Cse = 0.0 , para Ei = E2 (4.12)
Chamando de Cmax o máximo momento que pode ser aplicado
sobre o cilindro sem que ocorra o escorregamento. Através da
equação (2.42), tem-se que:
Cinax — g X1
OU ,
Cm a x <p f Z1 (4.13)
Definindo a relação Rm, entre o momento atuante e o máximo
momento que pode ser aplicado, obtém se que.
Rm = Ca / Cmax (4.14)
é
De acordo com o sistema referencial adotado, a relação Rm é
positiva para um momento aplicado no sentido positivo, ou seja,
no sentido anti-horário. Consequentemente, a relação Rm é
negativa para um momento aplicado no sentido horário.
A tensão tangencial atuante na area de contato pode ser
50
separada, para efeito de análise, em duas parcelas, conforme
mostrado na figura (4.3). Uma delas é gerada pelo diferencial de
deformação tangencial provocado pela carga normal e a outra
devida ao momento aplicado.
- 1 < Rm < 0 0 < Rm < 1
0
y ^Ca
Irr X
í
«•-------- aa----------—
vz vz
Csx 0 csx 0 Csx Q Csx0
-----Xy, f , COMP. TENSÃO TANGENCIAL DEVIDO AO ATRITO f. b. Xy.CQ, COMP. TENSÃO TANGENCIAL DEVIDO AO MOMENTO Ca.
Figura (4.3.) - Esquema para a tensão tangencial, separada
em parcelas, para efeito de análise.
Assim, resulta:
(4.15)Xp = (Cs x + Rm) '
51
Considerando a pressão
deslocamento total do sistema
direção do eixo z, é dado por:
normal Zp sempre positiva, o
elástico cilindro / plano, na
(4.16)
Como a pressão tangencial é gerada pela ação do atrito e do
momento externo e, a pressão normal é sempre positiva, os
deslocamentos dos corpos i=1 e 2 , na direção z, são dados pela
equação (4.7.a) tal que:
= Kalivi ( k , m )
nx nyE E zp
i = 1 j = 1, j ) I 1 ( X , y )
Substituindo (4.17) em (4.16) resulta:
52
k , m )
nx ny(kbl + Kb2) .
nx ny(Csx + Rm) £ E ZP 12 (4.18)( i , j ) ( x , y )
0 deslocamento total do sistema elástico cilindro / plano,
na direção do eixo x, é dado por:
Para a análise do deslocamento tangencial são considerados
os efeitos da força normal, da força de atrito e do momento
aplicado, conforme pode ser verificado na Fig. (4.4).
Assim, após um estudo do sinal do deslocamento para o corpo
PCi, utilizando a equação (4.7.b), obtém-se que:
(Cse Cs x
nx nyCsx Kb1
Rm) Kal 2
+ Kci E E f Zy(i,j >
i - 1
(4.20)
53
Figura (4.4) - Estudo do deslocamento tangencial, sendo o
efeito das tensões atuantes considerando separadamente.
54
Como os deslocamentos tangenciais dos pontos situados sobre
a área de contato são iguais para os dois corpos, ui = uz ,
substituindo (4.20) em (4.19) vem que:
= 2 Csx Kblnx nyr É Zp,
i = 1 j=i (i'J)12
( x , y )
2 (Cse Csx + Rm ) Kalnx X
i = 1
nyÈ f zp
j = 111
(4.21 )
( i , j ) < X , y )
sendo que as integrais 11,12,13, são dadas em (4.5).
Desta forma, substituindo-se (4.10.a), (4.10.b), (4.18) e
(4.21) em (4.9), torna-se possível a minimização do funcional.
O cálculo das equações dos deslocamentos, necessita que
seja adotada uma curva para a distribuição de pressão normal Zp,
e estimados os limites da área de contato A e B.
Os valores iniciais são obtidos a partir da solução
analítica de Hertz, para o caso sem atrito.
55
4.4 GRADIENTE DO FUNCIONAL Fh
A aplicação do programa numérico de otimização à equação
(4.9), necessita de um estudo do gradiente do funcional. O
gradiente possibilita ao programa a análise dos resultados
obtidos e a escolha da nova direção de busca da solução.
Embora este gradiente possa ser calculado numéricamente, a
determinação análitica, desde que possível, reduz os erros de
arredondamento, aumenta a estabilidade e a convergência do
processo de otimização do funcional.
Seja a distribuição de pressão dada por um polinômio de
terceiro grau, com duas raízes coincidentes com os contornos A e
B, conforme Fig.(4.4).
AB
r z
Figura 4.4 - Modelo para a distribuição de pressão, segundo um
polinômio de terceiro grau, contato com atrito.
56
Considerando o polinômio dado por:
Zp - Cox3 + Cix2 + C2X + C3
e escolhendo como variavéis de decisão: A,B,C2 e C3
(4.22)
a solução
proposta para a distribuição de pressão normal é escrita por:
ABC2 + (A+B)C3 3V 4- -AB(A+B)C2 + (AB-ÍA+B)2]C3
(AB)2 (AB)2
+ C2 x + C3 (4.23)
Desta forma, é possível o cálculo numérico do gradiente do
funcional em relação às variavéis de decisão, permitindo que o
Programa de otimização verifique os resultados obtidos.
4.4.1 COMPONENTE DO GRADIENTE DO FUNCIONAL Fh EM
RELAÇAO À VARIÁVEL C2
Esta componente do gradiente é dado pela derivada parcial
da expressão (4.9) em reiação à Cs. A partir das equaçSes
(4.10.a) e (4.10.b) tem-se:
3C2 dC2
(4.24)
assim, esta componente é dada por.
57
dFh
dC2
nx = E
k = 1
azo+
dC2
12
nx ny E E
k = 1 m = 1
ÔZP, k S --- ------dC2
( k , m )
E E s.k = 1 m = 1
nx ny
9C2 2
nx nyv y sLí <-> k
k = lm = 1
âXP, k
âC2U +U( k , m )
nx nyE E skxpk
k = 1 m = 1
9U
3C2( k , m )
Da equação (4.23), tem se.
ÓZP = 1 x3 ___ A±ã x2 + X
ÔC2 AB AB
e, através da equaçào (4.15)
dXk> _ (Csx + Rm ) ac2
f
c1 31 ’
x2
. AB AB+ X
Observando as equaÇÕe (4.5)escreve-se que:
(4.27)
dli
ÔC2
a 12 =
ac2
ai3 =
ac2o
logo, aderivada da equação
(4.18) em relação a C2 resulta:
58
d IV ( k , m ) (Ka 1 + Ka 2 )
dC2
nx E
i = 1
ny Zm, f j £ ( ‘ ’-27 ii
J = i 302
- (kbl + ( X , y )
Kb2 ) .
(Csx + Rn> )nx E
i = 1
ny e
j = lf
azp..( 1 , J '
ÔC212 , , ( X , y )
(4.29)
Assim,vem que:
a iv( k , m ) (Kal+Ka 2)
ÔC2
nxE
i = i j =
nyE i’
1( x , y )
(kbl+Ktz) (C.x + R”)
A+B
AB+x ( i , J >
Da expressão (4.21),
(4.28), resulta:
3X(i , j> „
AB
A+BAB
2 X . .( i ,
+xj) ( i, J )
+
nx nyf E E 12(x, y) i = 1 j = 1
considerando as
X?1.J > +
AB
derivadas parciais
8(7( k , m )
nx nyr 3 _ A±§ x*
AB= 2 Csx Kbl E E 12 x, y > ABÔC2
i = 1 j - 1
r nx ny
- 2 (Cse Cs X + Rm) ‘fE Ei. i j >1
11 ( X , y >
r 3
AB
A+B x2 ---- ~ x( iAB
A±ê j)+ x(i,PAB
nx ny+ Kd f E E I3(x, y)
i = i j = 1
( i > J1
AB4*
(4.31)
59
x tA m Í4 30) e (4.31) em (4.25) Substituindo-se (4.26), (4.27), • ~
, Hn uradiente do funcional Fh em relac o encontra-se a componente do gradi
à variável de decisão C2.
4.4.2 COMPONENTE DO GRADIENTE DO FUNCIONAL Fh EM
RELAÇÃO A VARIÁVEL C3
Estacomponente é obtida através da mesma sequência
desenvolvi da no i térnanterior. Assim, de (4.9) resulta:
dFh
ÔC3
nxE
k = 1Sk
ÔZPk + 1
303
nx ny e r
2 k = 1 m = 15k
az^____ L jy +dC3
1nx
2
ny
k = 1 m = 1Sk Z% dC3
+ 1
2
nx ny
k a 1 m = 1*Pk
ÔC3
1+ —2
ny£
nxE
k - 1 m - 15k
dC3k . m >
(4.32)
Das equações (4.15) q ( 4 • 2 3 ) r tem-se:
dZu (A+B) v3 +
dC3 (AB)2
ab - (A±âl_x 2 >l (AB)
1(4.33)
= (c.x + R->âC3
- AB ~ (Á+Bj—
-
X2 + 1
f s 2 (AB)2AB)
(4.34)
60
Derivando (4.18) em relação C3 obtém-se:
dtf( k , m )
5C3- (Kal + K?2)
nx nyZZ 11
i = 1 j =1( x , y >
AB - (A+B_l_
< (AB)2 '
2 + x( i, j)
+ (A+B)(AB)2
3X ( i , J
+ 1 (kbl + K b2 ) (CsX + Rm) f ■
nx■ Ei = 1 j = 1
nyE I2(x , y} 2 j
+ )
2^- (A+B) _
< (AB)2
AB 2 X , .( i >
+ 1 j )
(4.35)
J
assi m como, da(a. 21 ) resulta:expressão (4.^
dU ( k , m )
ÔC32 CsX
nx nyKb i E E 12 ( x,y >
i = í j = 1
> j )+
rAB
k.
-_JA + B„)_Í.
(AB)2
c
2X(i, J)
+ 1 2 (Cse CsX + ) Kalnx
f £ í = i j =
nyE 11 ( x , y > = í
j )+
+•*
' ab_^1a±bJL 2 + 1X(Í,J) j
>2l (AB)
nx ny+ Kei f E S I3<x,X>
i X 1J =1
)+
, . 2'AB_jLJAt§-^--
. (AB)2
(4.36)
2,X( i , J >
+ 1
7
61
Portanto, com a substituição de (4.33), (4.34), (4.35) e
(4.36) em (4.32), fica determinado DFh/ôC3.
4.4.3 COMPONENTE DO GRADIENTE DO FUNCIONAL Fh EM
RELAÇÃO À VARIÁVEL A
A expressão (4.9) deve agora ser derivada em relação à
variável de decisão A De (4.10.a) e (4.10.b) vem que:
assim,
L
nx ny9
esta componente do
L
nx ny
nx
k = 1
dH,—= 0 ôA
gradiente é escrita como:
. nx ny —£ E 2nx ny k = im= í
(4.37)
+
, nx ny-----— E X U(k,m)2nx ny k=im=i
nx ny
k = 1 m = 1k , m )
nx nyZ E x%
k = 1 m = 1 dA
Utilizando as equações (4.15) e (4.23), calcula-se:
62
dZi>
dA
-ABC2-(A+2B)C3I 3
-1x
aV
( Cs x + Rm ) -ABC2-(A+2B)C3
rAB2C2+(2B2+AB)C3
Da equação (4.18), tem-se:
dtf(. k , m )
d A
'nx ny(Kal + Ka2) £ E
3U í x , y )
dA
.12, >(x , y )
+
2
í ?
| AB Cz+(2B j4-AB)C3
1 a3b2
X3
J
2 X (4.39)
J
(4.40)
dZP.. ..( 1 , J >
i = i j = 1 d Ali ( ,(x,y)
4"nxei=i j=i
ny E
j > j > ”
(Kbl + Kb2)(Cs x +nx ny 8Zp.. z i:—
i = 1 j = 1 9A
j)
nx ny+ Z Z z-u.n
i = 1 j = 1
512, ,( x , y )
ôA
Com o auxílio da expressão (4.8.c),
dA
1
2n* da
3
(4 41 )
escreve-se:
63
3I2< , )
âA1
2nx
dl2< * , y )
da
âl3(x,y)
dA
12nx
âl3 <x , y )
ôa(4.42)
Derivando as equações (4.5) e substituindo nas relações
(4.42), obtém-se:
dA
12nx
f(y+£)+[(x+a)2+(y+£)2]1/2
. (y--€) + £(x+a)2+(y-^)2]1/2 ,
In(y-£)+[(x-a)2+(y-£)2]1/2
. (y+-£) + [ (x-a) 2 + ( y+£) 2]1 7 2 ,
+J(x-a)2+(y-Q2]1/2 [ (x+a) 2 + (y--€)2]1 7 2,
(4.43.a)
aiz < X , y )
dA
12nx
y+Z
x-aarctg arctg y-£
x+a x-a
. y— arctg -— x+a,
(4.43.b)
r 'X
ÔI3,< X , y )
dA
(y+£)2nx
1 +J(x+a)2+(y+>C)2]1/2
1 +[(x-a)2+(y+£)2]1/2,
r s
1 1+ Lízíl2nx
(4.43.c)
64
Aplicando as equações (4.43.a) e (4.43.b) em (4.41),
resulta:
dlY
ôA
(Kal+Ka2)
2nx
nx nyE E zp
i = i j = iIn
(y+t ) +[ (x+a) 2 +(y+-£) ']
<(y--€) + [(x+a)2 + (y-^)2l1/2( k , m )
( i , j )- +
In
2 , » . 2 , 1 / 2(y£)+[(x-a) +(y-£) 1
x 2 , «.2,1/2[(y+£)+[(x-a) +(y+£) J
nx ny(Kal+Ka2) £ E I1(x y)•
1=11=1
r<
-ARC2-í A+2B1C3 3 + )
rAB2Ca+(2B2+AB)C3 2.
( 1 , J >X ( i , j 3 — 2a3b2 J L A B j
r Anx ny
(Kbl+Kb2) (Csx + R"> ) f E E l2(x,y) i = 1 j = 1
AB2C2+(2B2+AB)C3
a3b2
ç-ABC2-(A+2B)C3 3
X . X3_2
( i , 1 )A B J -*
_ (Kbi+KL2)(Csx + Rm)f .2nx
nx ny E E
i = i j»iZp
x+a
y+Z , arctg -— +
x-aarctg
y+£
x+aarctg y-£
x-a( i , j >
+
65
Resta ainda a determinação do diferencial do deslocamento
tangencial total em relação à variável de decisão A.
Utilizando a equação (4.21), tem-se que:
dA
(x,y)
2(Cs e Csx
nx ny £ £
i = 1 j = 1 3A+ Kcln < x , y ) f .
nx ny dzv, . ..( 1 , J )
i = 1 j = 1 d A13 í x , y )
nx ny+ £ £ z»
i = 1 j = i45)(i
As derivadas parciais das integrais li, 12 e Is em relação
à variavél A, são dadas pelas equações (4.43).
A substituição das equações (4.43) em (4.45) determina
a expressão procurada para dU(k,m)/dA, ou seja:
í( k , m )
66
dA
nx ny2 Csx Kbi £ £
í = i j = i
~ABC2-(A+2B)C3^
a3b2
3X.. x + ( i > J >
+
(x, y)12
r ■,AB2C2+(2B2+AB)C3
2
. a3b2X( i,j) + Csx Kbl
nx
nxE
i = 1 J = 1
ny E Zp < í , j )
arctgx-a
+ arctg arctg y~£ +x+a x-a
- arctg y-£ 2 (Cse Csx + Rm)nx
fE í =1 j =
nyV’<->
x+a_
2X, •
( 1 > j> +-ABCz~(A+2B)C3 3--------------- 1 X(i
a3b2
. Kal-r ---2nx
nx ny
i = 1 j = lIn
r(y+£) + [(x+a)2+(y+£)2]"2 +
In
Xy-O + [(x+a)2+(y-£)2]1/2 J
f(y-£) + [ (x-a)2+(y-£)2]i/2
f-ABCz-(A+2B)C3
nx ny+ Kci f £ £ 13
í-ij-i (*'y)
rAB2C2+(2B2+AB)C3
(y+-€) + f (x-a)2+(y+€)2] 1/2
Kci
.46)
nx ny fl E
(y+£)
[(x+a)2+(y+^)2J1/22nx
J
(y-£)
67
Finalmente com a substituição de (4.39),
(4.46) em (4.44) torna-se
gradiente do funcional Fh em
possível calcular
relação à variável
(4 .40), (4.44) e
a componente do
de decisão A, ou
seja ôFn/ôA, para a aplicação do programa de otimização.
4.4.4 COMPONENTE GRADIENTE DO FUNCIONAL Fh EM
relaçAo À VARIÁVEL B
A sequência de desenvolvimento desta componente é a mesma
realizada na secção anteri or, ou seja, através da derivada
parcial da equação (4.9) em relação à B. Considerando as
(4.10.b), obtém-se:
ask L df\ 0 (4.47)9B nx ny ôB
Portanto, esta componente do gradiente é dada por:
nxaph _ _ __ lôB nx ny k=i
nx
E + Jfk- 1 k= ik =
dZi>k L
ôB 2nx ny
nx nyE E +
k = 1 m = 1
. nx ny+ — L E
2 k=lm=lsk
ÔZM ------ - W.
ôB' + ( k , m )
12
nx nyEE sk
k = lm = 1ZP . . +
k ÔB
nx—E2nx ny k = l
ny Em as 1
XPk U + (k,m)1
2
nx ny E E
k = 1 m=1sk
9Xp,------- U +
ÔB (k,m)
+ -12
nx E
k = 1
nyE sk m = 1
duty >x (k,?jk ÔB
(4.48)
68
onde,
azpr 'l
-ABC2-(2A+B)C3 3 X +
r
A2BC2+(2A2+AB)C3
dB . 2 3i A B J a2b3
e,
Cdxt>
dB(Csx + Rm) f ABCz-(2A+B)C3 3
X
a2b3 Jk k
+r y
A2BC2+(2A2+AB)C3
*2
a2b3X (4.50)
Através da expressão (4.8.c) ) observa-se que:
OH, . ôli .
8B dA, para i 1,3 (4.51)
portanto, as equações (4.43) podem ser utilizadas deste que o
sinal seja invertido.
Através de um raciocínio análago ao item anterior, torna se
possível a obtenção dos diterenciais parciais dos deslocamentos
em relação à variável de decisão B, conforme dado pelas seguintes
equações:
69
( k , tn )
ôB
r a-ABC2-(2A+B)C3
. a2b3
3X , . +( i > J )
nx E
A2BC2+(2A2+AB)C3 2X ( i , j )
Csx |< b 1
a2b3 nx
ny E
i = ij = i ( 1 , j )
arctg —■x-a
+ arctg y+£arctg
x+ay--€- ------ +x-a
y-£arctgx+a
^A2BCz+(2A2
a2b3
Kal
2nx
nx ny
1 = 1J = 1
ln
2 (Cse Csx +nx ny
f E Ei\i = u = i <x'y)
+
r *2
X 4- -ABC2-(2A+B)C3 3(í,j)
, 2„3X í i > j )
J A B J -
2-, 1/2ln
(y+•€) + [ (x+a)2+(y+£)2]
/y—£)+[(x+a)2+(y-t)2]1/2 ,
f(y~D + [(x-a)2+(y-l)2]1/2
+.(y+-C) + [(x-a)2+(y+^)2]1/2 JJ
nx ny Kci f E E
i = 1 j = 1
13. (x, y)
~r-ABC2-(2A+B)C3
Ll a2b3
3X . . . .
( i , J )
/•
A2BC2 + (2A24-AB)C3J a2b3 7
2X . . . .
( 1 , J )
-
+
Kci
2nx
nx ny fE E
i = i j = iZP..
( 1 , j >
>
r
X.
_______ (y+l)_______ +
[(x+a)2+(y+^)2J1/2
r
(y+£)
[(x-a)2+(y+^)2J1/2 J
_______ (y-l)_______
. [(x-a)2+(y-^)2]1/2+
(y-£)+2 , p s 2t1/2[(x+a) +(y-^) J y
J
(4.52)7
70
também, tem-se:
( k , m )
3B
(Kal+Ka2)
2nx
nx nyE Ei = 1 j = 1 In
( y+-t) + [ (x+a)2+( y+-€)2]1/2
.(y-£) + [(x+a)2+(y-£)2]1/2- +
«
In(y-£)-i-[ (x-a)2+(y—£)2J1/2
jy+^) + [(x-a)2+(y+^)2f/2
nx ny(Kal+Ka2) £ £ 11
itijti (x^)
rr3
X.. .s +< i > J >
A2BC2+(2A2+AB)C3 2X, . ..í1 > J)
-ABC2-(2A+B)C3
. 2 — 3 l A B
. 2O3< A B J
nx ny-(Kbl+Kb2)(Csx+Rm)f £ £ 12
J * J .4 * *
r-ABC2-(2A+B)C3 3
( i , J )l a2b3 J -
nx ny E E
i = i j = i
arctg
fA2BCz+(2A2+AB)C3
A
a2b3
x2. ,.+ (i, j)
J
(Kbl+Kb2)
2nx(Csx + Rm) f .
+ arctgx-a
y+-€
x+aarctg .■
- arctg1 '
J .
71
Assim,a componente do gradiente do funcional em relação à
variável de decisão B, ôFn/ôB, fica determinado pela substituição
das equações (4.49), (4.50), (4.52) e (4.53) em (4.48).
Com a utilização das expressões determinadas neste itém, as
componentes do vetor gradiente do funcional em relação à todas as
variavéis de decisão podem ser calculados pelo programa de
oti mi zação.
Resumindo, tem-se:
ôFh/ôC2 dado por (4.25)
ôFh/ôC3 dado por (4.32)
ôFh/dA dado por (4.38)
9Fh/8B dado por (4.48).
Deve-se ainda observar, que o funcional dado por (4.9), bem
como seu gradiente, pode ser utilizado para estudar o caso do
contato normal sem atrito.
Considerando nulos, o coeficiente de atrito e a relação dos
momentos (f = Rm = 0), torna-se possível a comparação do modelo
numérico desenvolvido com a solução analítica de Hertz,
permitindo a análise de sua validade.
72
4.5 PROGRAMA DE OTIMIZAÇÃO
Neste trabalho o Método do Muitiplicador de Lagrange
aumentado é utilizado para encontrar o mínimo da função objetivo.
Nenhum método de otimização é universalmente mais eficiente e
preciso do que os outros, porém o método citado tem se mostrado
eficaz e preciso nos casos de otimização de projetos de
engenharia [19].
Em geral um problema de otimização não linear é definido
por:
minimizar F(Vd),
sujeita a si(Vd) s 0 (i = 1,...,£)
e qj (Vd ) = o (j = 1 , . . ■ , m < k)
e mVd. £ Vd i £ MVdj. (i = 1 , . . . , k) (4.54)
onde, F(Vd) é a função objetivo Vd é um vetor com k variavéis de
projeto, s(Vd) é considerado como as •€ funções de restrições de
inigualdade, q(Vd) como as m funções de restrições de igualdade,
mVd e MVd são os limites das variavéis de projeto, chamadas dei i
restrições laterais. As funções de restrição são impostas pelo
projetista.
Para resolver este problema, o Lagrangeano é escrito, para
os casos de restrições de igualdade:
2(Vd,Xi) = F(V.d) + £ Xi q^Vd) (4.55)Í = 1
onde, Xi é um vetor com m multiplicadores de Lagrange.
73
Como o mínimo do Lagrangeano fornece a solução para o
problema de restrições de igualdade, uma função pseudo-objetivo
chamada de Lagrangeano aumentado, é criada utilizando o método da
função de penalidade exterior considerando que restrições de
desigualdade podem ser convertidas em
equivalentes. Ou seja,
restrições de i gualdade
A(Vd,Xi ,c) = 2(Vd,Xi) + | m z> -
E yf(Vd) i = 1
m= F(Vd) + X Xl.1i 5= 1
q.(Vd) + | m ? -E XjVd)i = 1 (4.56)
onde,
c é um parâmetro escalar de penalidade
y(Vd) é uma função quadrática de penalidade, definida por:
y.(Vd) = q.(Vd)1 1
(4.57)
A solução ótima (Vd ,x ) é encontrada alternando a opt op t
resolução de uma série de minimizações sem restrições seguidas de
uma simples atualização dos multiplicadores X. o problema da
minimização sem restrições associa o método da variável métrica
de Davidon-Flether-Powel1 [20] com uma combinação do método da
Secção Áurea [21] e da aproximação polinomial, para a busca
uni-dimensional.
Para o problema proposto neste trabalho, o gradiente da
função objetivo é analíticamente determinado, conforme visto nas
secções anteriores.
74
4.6 APRESENTAÇÃO DO FLUXOGRAMA
6Figura 4Fluxograma de blocos que representa o programa
utilizado para a solução do problema.
75
4.6.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O FLUXOGRAMA:
ARQUIVO DE ENTRADA: Os seguintes dados devem ser fornecidos
ao programa:
Zi - força normal externa (N),
p - raio do cilindro (mm),
L - largura do cilindro (mm),
f — coeficiente de atrito,
nx -- número de divisões ao longo do eixo x,
ny- número de divisões ao longo do eixo y,
Pi -• razão de poisson dos corpos, i = 1,2
Ei ~
o■ módulo de elasticidade dos corpos (N/mm"), * = 1,2
A partir dos dados fornecidos, a subrotina de entrada
calcula o momento máximo, Cmax, que pode ser aplicado sem que
ocorra escorregamento, enviando a mensagem para a tela do
termi nal O valor da relação, Rm, entre o momento aplicado e Cmax
é solicitado assim como o seu sentido.
Os valores dos coeficientes Kaí, Kbí e Kcí, dados através
da equação (2.42), são calculados utilizando as propriedades
elásticas dos materiais.
. A B. C2 e C3, sao imciaiuAs variaveis de decisão, a,
. t ria Mí^rtz para o contato normal . Apartir da solução de Hertz
,. 4. mn^iderados com valor inicialobjetivo e seu gradiente são consioera, . pntrada são acessivéis em qualquer
Todos os dados de encraua. arouivo denominado FDADOS.
do programa através de um d
função
nulo.
parte
76
PROGRAMA PRINCIPAL: Sua função inicial é chamar a subrotina
que cria o arquivo de dados. A seguir todo o processo de
minimização do funcional é controlado pela subrotina de
otimização. Após os cálculos dos valores otimizados, o programa
principal controla a saída dos resultados.
SUBROTINA DE OTIMIZAÇÃO: Desenvolvida pelo grupo de
Dinâmica de Sistemas do Departamento de Eng. Mecânica da UFU,
utiliza o Método do Multiplicador de Lagrange aumentado, conforme
explicado no itém 4.5. Esta subrotina é composta por vários
sub-programas utilizados na otimização, interligados com a
subrotina de cálculo do modelo elástico do contato com atrito.
ARQUIVO DE TRABALHO: A função objetivo, seu gradiente e
as variavéis de decisão, são transmitidos através de um arquivo
denominado FICDAT. Este é o elemento de ligação entre as várias
subrotinas utilizadas para realizar a otimização.
SUBROTINA DE CÁLCULO: Sua finalidade principal é fornecer o
valor da função objetivo e seu gradiente , cada vez que as
variavéis de decisão são atualizadas. O funcional é obtido
programando-se a equação (4.9) e o gradiente pelas equações
(4.25), (4.32), (4.38) e (4.48).
aARQUIVO ATUALIZADO: Várias vezes durante
programa de otimização, as variavéis de decisão,
função objetivo e seu gradiente são modificados.
execução do
assim como a
Sempre que
004003!
77
este fato ocorre, o arquivo de trabalho FICDAT é automaticamente
atuali zado.
INTERRUPÇÃO DO PROGRAMA: O programa é interrompido quando
encontra um mínimo global ou local, ou então quando um número
máximo, pré-fixado, de iterações é atingido.
SAÍDA DE RESULTADOS: O programa principal fornece como
saída: o polinômio de distribuição de pressão normal otimizado e,
os valores calculados para os limites da faixa de contato entre o
cilindro e o plano. De acordo com a opção do usuário, também
podem ser fornecidos, para qualquer ponto da área de contato, o
valor da distribuição de tensão tangencial, Xp, e os
deslocamentos u e w.
5.0. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Os resultados obtidos para o caso do contato entre um
cilindro e um plano, determinados a partir da otimização do
funcional dado pela equação (4.9), são mostrados a seguir.
Em todos os exemplos adotou-se o emprego de 100 pontos
(10 x 10) para a discreti zação da área de contato. Durante os
testes com o programa, verificou-se que um número maior de
pontos implicava em um grande aumento do esforço computacional,
sem melhora significativa dos valores calculados.
O programa foi executado com vários tipos de materiais,
diferentes dimensões para o cilindro, diversas combinações entre
a força e o momento aplicado, sempre mostrando resultados
coerentes.
Para exemplificar os valores obtidos, será apresentado o
caso onde utilizou-se um cilindro de baixo módulo de
elasticidade, com raio 350mm, comprimento 210mm, cujas
propriedades elásticas são dadas por E1= 0,3.10 N/mm e Pr1 = 0,4.
O cilindro está sujeito a uma carga externa Zt=6000 N e
encontra-se apoiado sobre um plano de aço, sendo E2-0,21.10
N/mm2 e crz=0,3. Adotou-se um coeficiente de atrito f = 0,35.
Para verificar a incerteza do método numérico utilizado, a
solução análitica de Hertz para o caso sem atrito (distribuição
79
elíptica da pressão normal), foi comparada com os resultados
obtidos pelo programa (distribuição polinomial). Para os dados
acima, o comprimento da área de contato apresentou um erro
relativo de 1,33 % .A área sob a curva da pressão normal, que
representa a força externa aplicada, apresentou um erro de 1,66%.
A comparação da função de distribuição da pressão normal
pode ser observada na figura (5.1), onde é representado o erro
absoluto entre Zp(x) obtido analíticamente e numéricamente, ao
longo da área de contato.
X (mm)
Figura 5.1. Comparação entre a função de distribuição da
pressão normal calculada analíticamente (curva elíptica) e
numéricamente (curva polinomial), sobre a área de contato.
80
Verifica-se, na figura anterior, que o erro é maior próximo
aos extremos da área de contato. Como a ordem de grandeza das
pressões são muito pequenas nesta região, pouco influem no
cálculo das deformações e tensões dos corpos.
Desta forma, os resultados que serão apresentados a seguir,
foram obtidos adotando-se curvas polinomiais para a distribuição
de pressão normal.
A figura (5.2) mostra as curvas da distribuição de tensão
normal e tangencial sobre a área de contato, quando o cilindro
não está submetido à momento externo, podendo-se analisar apenas
o efeito da presença do atrito entre os corpos.
Considerando este mesmo problema, são comparados os
valores, com e sem atrito, dos deslocamentos dos pontos situados
na área de contato.
Para os pontos situados no centro da área de contato e ao
longo do eixo x, os deslocamentos normais e tangenciais podem ser
observados através das figuras (5.3) e (5.4), respectivamente.
Observa-se que a presença do atrito produz uma pequena
variação na distribuição de pressão normal e provoca o
aparecimento da tensão tangencial, antes nula. O atrito entre os
corpos leva a uma modificação do deslocamento tangencial maior do
que o ocorrido no deslocamento normal, além de gerar uma
assimetria na área de contato.
81
Figura 5.2. - Distribuição da tensão normal (Zp) e
tangencial (Xp) sobre a área de contato, para uma
carga externa Zi = 6000 N e momento nulo.
82
Figura 5.3. - Deslocamento normal (w) dos pontos da área de
contato, ao longo do eixo x. (y=0, Zi=6000 N, Ca=0)
83
Figura 5.4. - Deslocamento tangencial (u) dos pontos da
área de contato, ao longo do eixo x, sendo:
(a) com atrito, (b) sem atrito.
84
As próximas figuras mostram os resultados obtidos, quando
os corpos definidos anteriormente, são submetidos a um momento
externo equivalente a 90% do momento máximo, Oax, que pode ser
aplicado sem que ocorra escorregamento.
Conforme especificado, a carga normal que atua sobre o
cilindro vale Zi = 6000 N e o coeficiente de atrito entre os
corpos f = 0,35.
São apresentados valores para o momento positivo, aplicado
no sentido anti-horário e, para o momento negativo. Estes dados
são comparados com o caso onde o momento externo e o atrito são
nulos, que também foi calculado através do programa desenvolvido,
ambos utilizando curvas polinomiais para a distribuição da
pressão normal.
A Figura (5.5) mostra as curvas de distribuição de tensão
normal sobre a área de contato, para os casos descritos acima.
Verifica-se que o momento externo desloca as curvas em relação ao
modelo sem atrito, de acordo com o seu sentido de aplicação. A
área de contato é alterada, apresentando uma assimetria, que é
função do sentido do momento aplicado.
As tensões tangenciais que atuam sobre a área de contato,
são apresentadas na Figura (5.6). Considerando a presença do
atrito no contato, mas sem momento externo, tem-se uma
distribuição anti-simétrica para a tensão tangencial.
Com a aplicação de um momento positivo, a tensão tangencial
aumenta nos pontos situados em x > 0,sendo reduzida em x < 0.
Para um momento negativo, observa-se o efeito inverso.
85
x (mm)
Figuraa 5.5 - Distribuição da pressão normal (Zp) ao longo
da área de contato, mostrando a influência do
momento externo. (Rm=0.9, Zi=6000 N)
86
Figura 5.6 - Distribuição da tensão tangencial (Xu) ao
longo da área de contato, mostrando a influência do
momento externo. (Rm=0.9, Zi=6000 N)
87
Para o problema proposto, de um cilindro em contato com um
plano, na presença de atrito e sujeito a momento externo, também
foram traçadas as curvas dos deslocamentos dos pontos situados
sobre a área de contato.
Os resultados que serão mostrados a seguir, foram obtidos
com os dados já definidos anteriormente.
0 caso onde o momento aplicado é positivo e equivalente a
90% do momento máximo, é comparado com o contato sem atrito e
momento nulo.
As curvas dos deslocamentos normais e tangenciais são
apresentadas nas Figuras (5.7) e (5.8), sendo que os pontos
considerados estão situados sobre a linha central da área de
contato, ao longo do eixo x.
Análogamente, as Figuras (5.9) e (5.10), mostram os
deslocamentos destes pontos quando o sentido do momento é
invertido, para a mesma relação com o momento máximo.
A presença do momento externo provoca uma pequena
variação nos des 1ocamentos normais e, uma acentuada alteração
nos deslocamentos tangenciais.
Verifica-se, através das curvas traçadas, que assim como
ocorre na distribuição de. tensão tangencial, os deslocamentos
tangenciais se concentram em um dos lados do eixo x, de acordo
com o sentido do momento.
88
Figura 5.7 - Deslocamento normal (w) dos pontos situados no
centro da área de contato, ao longo do eixo x,
sob a influência do momento externo positivo.
89
(a) 2.0 T u (mmxE-02)
F -2.00 o.oc LÕO 2.00
x (mm)
-2.0
Ca>0 . fn0.35
-8.0
F-2.00
(b)
Figura
(a) momento
.8 - Deslocamento tangencial (u) dos pontos da área
de contato, ao longo do eixo x, sendo:
positivo, com atrito, (b) momento nulo, sem atrito.
90
Figura 5.9 - Deslocamento normal (w) dos pontos situados no
centro da àrea de contato, ao longo do eixo x,
sob a influência do momento externo negativo.
91
Figura 5.10 - Deslocamento tangencial (u) dos pontos da área
de contato, ao longo do eixo x, sendo:
(a) momento positivo, com atrito, (b) momento nulo, sem atrito.
92
Uma análise da variação da área de contato, com a aplicação
do momento externo e a presença do atrito, pode ser feita a
partir da Figura (5.11).
Verifica-se que para um momento no sentido anti-horário, a
área de contato se desloca no sentido positivo do eixo x,
ocorrendo um deslocamento oposto com a inversão do sentido do
momento. Desta forma, os extremos da área de contato, A e B, não
são mais simétricos como ocorria no contato hertziano.
Seja Aa a diferença entre o comprimento de contato, A,
calculado numéricamente e analíticamente. Seja AB a variação do
comprimento B. Observa-se que para Rm positivo, a relação AA
cresce enquanto AB decresce. Para Rm negativo a relação, dos
limites da área de contato tem uma variação oposta.
Figura 5.11 - Influência da aplicação do momento externo
sobre os limites da área de contato.(Zi=6000 N, f=0.35)
6. CONCLUSÃO
Este trabalho apresenta uma contribuição ao estudo do
contato entre corpos elásticos, na presença de atrito, com uma
aplicação para o caso de um cilindro submetido a carga normal e
momento externo, apoiado sobre um plano.
0 estudo desenvolvido pode ser apl i cado à análise do
contato entre pneu-solo, consi derado como um modelo
simplificado, onde o pneu é tratado como um cilindro elástico e o
solo como um plano semi-infinito, sob a presença do atrito seco
de Coulomb.
Para o modelo adotado, foram determinadas as equações dos
deslocamentos para quaisquer pontos dos corpos. A obtenção da
distribuição de tensão normal e dos limites da área de contato,
que definem a solução do problema, é feita a partir do princípio
da mínima energia de deformação.
A solução para este problema, mesmo com as hipóteses
simplificadoras adotadas, exige a utilização de técnicas de
otimização aplicadas a um modelo numérico.
O programa de otimização utiliza uma função polinomial para
a distribuição de pressão normal e, as variavéis de decisão são
os limites da área de contato e os coeficientes do polinômio.
94
0 cálculo dos deslocamentos totais de um determinado ponto,
utiliza o principio da superposição dos efeitos das pressões
elementares, que atuam sobre as áreas infinitesimais, que compõem
a área de contato. Os resultados obtidos demonstram que o
tratamento é adequado, pois levam à solução do problema.
O programa em linguagem Fortran-VS, está implementado no
IBM-4341. Para sua utilização o usuário deve atualizar o arquivo
c*e dados com as características dimensionais, propriedades
elásticas dos materiais e, esforços aplicados. 0 programa fornece
como resultados a curva da distribuição de tensão normal e os
limites da área de contato. Também são calculados os valores da
tensão tangencial, deslocamento normal e deslocamento tangencial
em qualquer ponto da área de contato.
Quando os resultados são comparados com a solução análitica
de Hertz, caso sem atrito, verifica-se que o modelo numérico
edotado é consistente, obtendo erros relativos bastante baixos.
para o outro problema estudado, onde o cilindro está submetido a
um momento externo, sem escorregamento e com atrito, não foi
encontrado material disponível que permitisse a comparação dos
resultados.
A área de contato e o campo de tensões nela atuantes,
determinados pelo programa, podem ser utilizados nas equações
(2.38), permitindo a obtenção dos deslocamentos em quaisquer
Pontos dos corpos, ficando determinadas as deformações e tensões
nestes pontos. Para isso, deve—se acrescentar um novo módulo ao
Programa que calcule estas deformações e tensões. Assim, os
resultados podem ser verificados através de métodos
95
experimentais,
Futuras
como por exemplo, técnicas da fotoelasticidade.
dedicadas ao estudo do contato com
forma generalizada,
desenvolvida neste distribuição de tensão
contato dados por uma
pesqui sas
dois corpos de
metodologiaatrito, entre
efetuadas utilizando a
Neste caso, deve-se consider"
bi-dimensional e os limite® da ar®a
uma
de
função de contorno.dePara o tratamento de problemas
_ a utilização escorregamento, sugere se
____ -íí-.a a obtenção de um Potência dissipada,
que permite a o
minimização leva à solução do problema.
podem ser
trabalho.
contato, submetidos ao
do critério da mínima
funcional cuja
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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21 - PIERRE,D.A.; Optimization Theory and Applications,
John Wiley, 1969.
8. ANEXO 1. REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS DA TEORIA DA
ELASTICIDADE
(a)TENSÂO: O estado de tensão de um ponto de um corpo é
determinado quando as tensões em todos os planos que passam por
este ponto são conhecidas. A tensão é estimada como a força por
unidade de área. Se p representa a direção da normal de um plano,
as tensões são especificadas por meio das componentes
retangulares Xp, Yp, Zp, paralelas aos eixos de coodenadas.
Considerando que os cossenos diretores da direção p são:
cos(x,p), cos(y,p), cos(z,p), pode-se escrever as componentes
normais de tensão como,
Xp = Xxcos(x,p) + Xycos(y,p) + Xzcos(z.p)
Yp = Yxcos(x,p) + Yycos(y,p) + Yzcos(z.p)
Zp = Zxcos(x,p) + Zycos(y,p) + Zzcos(z,p)
onde, Yz = Zy, Zx = Xz, Xy = Yx (1)
sendo que, Xx, Yy, Zz, Yz, Zx, Xy, são as "componentes de
tensão".
101
(b) EQUAÇÕES DE EQUÍLIBRIO: Um corpo, submetido à forças,
está em equilíbrio, quando as componentes de tensão satisfazem as
seguintes equações para todos os pontos do corpo:
9Xx 4- axy + azx + Xi = 0 (2.a)dx dy dz
axy + 5Yy + 3Yz + Yi = 0 (2.b)dx dy d z
dZx + d\z + azz + Zi = 0 (2.c)dx dy dz
onde, (Xi,Yi,Zi) são as forças atuantes no corpo.
(c) DESLOCAMENTOS: Se (x,y,z) representa a posição de um
ponto do corpo no estado não tensionado, e (x+u,y+z,z+w)
representa a posição do mesmo ponto do corpo quando sujeito a
ação de forças, então (u, v, w) representa o deslocamento do ponto
e suas componentes são funções de (x,y,z).
(d) DEFORMAÇÕES: A deformação em um ponto (x,y,z), em uma
direção definida pelos seus cossenos diretores dada(a,P,e), é
por:
exx a2 + eyy fi2 + ezz 02 +eyz j30 + ezx 0a + exy ap (3)
onde as "componentes de deformação" são determinadas à partir dos
deslocamentos:
102
ex x » d u
dx
ez z = dw
ôz
ez x = ô u + dw
ôz ÔX
eyy = dYdy
eyz = ô jv + Ô Yôy ÔZ
exy = ô Y + àuÔx ôy
(4)
A deformação rotacional é dada por um vetor de componentes:
2 7x = ô h' - d_ yô y ô z
2 P = ô_Y - d uô x ô y
2 7 y - d U - d w
ô z d X
. (5)
A dilatação volumétrica, A, é definida por:
A = ex x + ey y + ez z = du + ôy + ôjvôx ôy ôz
ou seja,
A = di v (V, »v) (6)
Quando ?x, yY, y?., não são considerados, as componentes do
deslocamento são dadas pela diferencial parcial da função de
deslocamento potencial, 0, tal que:
103
(7)U = d<p V = d<p W = d<pdx ây dz
Uma solução válida para o deslocamento de todos os pontos
da superfície do corpo é dada pela função potencial </> e pelo
vetor potencial (F,G,J), de acordo com a seguinte expressão:
(u, v, w) = grad (<í>) + curl (F,G,J)
O vetor potencial (F,G,J) satisfazam a seguinte equação:
dF , âG , dj----------- -I- ----------- -f- -----------
ôx 8y dz
(8)
(9)= 0
(e) RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO: Em um sólido elástico
ligeiramente tensionado a partir de um estado não tensionado, as
componentes de tensão são funções lineares das componentes de
deformação. Quando o material é isotrópico tem-se que,
Xx = X A + 2 p exx Xy = p exy
Yy = X A + 2 p eyy Yz = p eyz
Zz = XA+ 2 pezz Zx = p Êzx (10)
Resolvendo-se estas equações, obtém-se as componentes de
deformação:
104
exx = ------ [Xx - <r(Yy + Zz)]E
ey z YzE
eyy = ------ [Yy - a(Zz + Xx)]E
ez x 2(1+a)“ '-------------- Zx
E
ezz = —— [Zz - cr(Xx + Yy)J 2(1+a) „exy = —iXyE E
(11)
onde,
p(3X+2/J) ■ .E = ---------------- e o modulo de Young,X-f-/j
xo = ------------ é a razão de Poisson,
2(X+p)
2 UK = X + —- é o módulo de compressão e, X e p são as3
constantes de Lamé ,sendo p a rigidez.
(f) EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO EM TERMOS DO DESLOCAMENTO:
Substituindo-se as equações (4), (6) e (10) em (2), obtém-se:
[ dx dy(12)= 0
onde,
105
Se a rotação é introduzida, resulta:
(7x,yy,yz) 1 rot( u, v, w),2
1
f r dw< dy
2 dz 7>
fdu
S>Z
5IV
dx
A
>
f dy
dx
A
du
ÔyJ>
(13)
Logo, equação (12) resulta em:
(X+2/J)r a
ô_j d_ dx dy dzj
2m rot(7X,7y,72) (Xi,Yi,Zi) 0 (14)