TRABALHADOR NA ORDENHA MANUAL

TRABALHO DECENTE2

CONSELHO DELIBERATIVO DO SENAR

Presidente do Conselho Deliberati vo

Joo Marti ns da Silva Jnior

Secretrio Executi vo

Daniel Klppel Carrara

Chefe do Departamento de Educao Pro ssional e Promoo Social do SENAR

Andra Barbosa Alves

Enti dades Integrantes do Conselho Deliberati vo

Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNA

Confederao dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG

Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA

Ministrio da Educao - MEC

Organizao das Cooperati vas Brasileiras - OCB

Agroindstrias / indicao da Confederao Nacional da Indstria - CNI

APRESENTAO

Queremos que os nossos produtores e trabalhadores rurais tenham conforto e segurana na execuo de suas atividades dirias. Nosso desejo condiz com um dos eixos centrais da Agenda de Trabalho Decente estabelecida pela pela Organizao Internacional (OIT).

Assim, para que os homens e mulheres do campo saibam como prevenir leses e incapacitaes no seu cotidiano de trabalho, criamos o Programa Trabalho Decente - Educao Postural no Campo, que levar informaes sobre a melhor postura e a proteo mais segura para quem trabalha em atividades rurais.

Com este programa, teremos oportunidade de mostrar o que er-

gonomia na atividade rural. Por meio de oficinas, material impresso, vdeo

e udio, vamos promover um amplo aprendizado sobre postura, uso corre-

to de ferramentas e implementos, esforo fsico, movimentos repetitivos e

transporte de cargas, alm de outros temas como organizao do trabalho

e do ambiente, iluminao, rudos e vibraes.

Veja nesta cartilha o que voc precisa saber para planejar com cui-

dado suas atividades, garantindo sempre um bom desempenho, sem arris-

car sua sade e bem-estar.

Bom trabalho!

Servio Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR

Introduo ......................................................................................... 06

Trabalhador na ordenha manual ......................................................... 08

1. Ao conter o animal ......................................................................... 09

2. Ao realizar a ordenha....................................................................... 10

3. Ao encher os gales com leite ......................................................... 10

4. Ao pegar e transportar os gales de leite ......................................... 11

Outras dicas para facilitar o trabalho e preservar sua sade ................ 12

Exercicos de alongamento .................................................................. 14

Bibliografia .......................................................................................... 18

SUMRIO

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A presente carti lha contm informaes de carter preventi vo, uti li-

zando princpios da ergonomia, direcionada aos produtores e trabalhado-

res rurais envolvidos na ati vidade de aplicao de agrotxicos.

Tem por objeti vo apontar cuidados a serem adotados para diminuir

esforos repeti ti vos e posturas incorretas que favoream o surgimento de

leses em diversas partes do corpo, que ocasionam dor e desconforto a

voc, trabalhador.

Prezado trabalhador,

Voc sabia que existe uma rea da cincia que estuda e desenvolve

prti cas e cuidados direcionados a voc?

Essa rea a ergonomia, cincia que estuda o ambiente do trabalho,

veri cando algumas condies como: excesso de calor, ritmo acelerado

nas ati vidades, posturas incorretas, esforos repeti ti vos, e uso inadequado

de equipamentos, dentre outros.

A parti r desses estudos, so realizadas adaptaes que visam melho-

rar a postura na hora de trabalhar, diminuir a exposio ao rudo e evitar os

movimentos repeti ti vos e esforos em excesso que so feitos diariamente

nas diversas funes exercidas no campo.

A postura incorreta pode levar ao cansao dos msculos das costas,

pernas e braos, alm de desconforto e dor nessas regies. Com o tempo,

podem surgir problemas como leses e in amaes.

INTRODUO

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O excesso de rudos pode ocasionar alteraes na audio e at pro-

blemas como dores de ouvido, surdez temporria ou tardia (demora algum

tempo para aparecer) e at mesmo permanente.

Os movimentos repeti ti vos e esforos excessivos acarretam danos

sade. Eles so chamados de LER ou DORT e podem levar a dores nas jun-

tas, msculos e di culdade nos movimentos do corpo.

O excesso de calor faz com que a temperatura do corpo aumente. Na

medida em que o corpo retm o calor, a pessoa comea a perder sua ca-

pacidade de concentrao e, como consequncia, torna-se vulnervel aos

acidentes de trabalho.

En m, estes e outros pontos importantes so analisados pela ergo-

nomia, proporcionando a voc, trabalhador, funcionalidade no trabalho,

maior tempo ati vo, aumento de produti vidade e melhor qualidade de vida,

alm de evitar danos sua sade.

Para a elaborao deste material foi realizado um estudo levando em

considerao o ambiente real de trabalho e todas as ati vidades realizadas

nesta ocupao. Acompanhou-se de forma passiva o modo roti neiro de

realizao das principais ati vidades. Foram observadas as posturas e os

principais esforos realizados na execuo de cada tarefa. A parti r deste

estudo, foi feita uma anlise das informaes, considerando os conceitos

e prti cas da ergonomia, e foram propostas medidas para prevenir danos

sade do trabalhador. Estas informaes e medidas de preveno esto

conti das nesta carti lha.

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TRABALHADOR NA ORDENHA MANUAL

A ordenha o ato de realizar a extrao do leite da teta da vaca, po-

dendo ser realizada de forma manual, quando feita pelo ordenhador, e de

forma mecnica, quando uti lizada ordenhadeira mecnica.

A escolha do ti po de ordenha depende de vrios fatores, dentre eles o

nmero de vacas em lactao, a capacidade de investi mento do produtor, a

disponibilidade de pessoas capacitadas para realizar a ordenha e, por m, o

nvel de produo das vacas.

A forma manual o sistema mais anti go de ordenha e ainda bastante uti -

lizado, principalmente em pequenos rebanhos. O investi mento em equipamen-

tos baixo exigindo consequentemente maior esforo f sico do ordenhador.

O ordenhador tem como principal funo a realizao da ordenha com

os cuidados de higiene exigidos e acompanhamento da qualidade do leite.

E, dentre as responsabilidades, destacam-se: cumprimento dos horrios de

ordenha, preparao das instalaes, acompanhamento da sade das vacas,

realizao da ordenha e acompanhamento da qualidade do leite.

A estrutura para realizar a ordenha manual geralmente bastante sim-

ples, podendo ser feita em um piquete, no curral ou em um galpo. H situa-

es em que as vacas cam soltas, sem nenhum ti po de conteno, e outras

em que as vacas cam presas com correntes ou com canzis. comum peiar

as vacas (amarrar as pernas traseiras) no momento da ordenha manual.

As vacas leiteiras so animais que estabelecem roti nas, sendo necess-

ria a de nio de horrios espec cos para alimentao, descanso e tambm

para a ordenha. bem conhecido, por exemplo, que as vacas leiteiras se

sentem mais confortveis quando a ordenha conduzida com cautela e de

preferncia sempre nos mesmos horrios e pelas mesmas pessoas.

Por tratar-se de uma ati vidade que implica em esforo intenso por

parte do ordenhador, deve ser realizada observando-se alguns cuidados.

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FIQUE LIGADO NAS DICAS ABAIXO! LEMBRE-SE:- Os esforos excessivos e repeti ti vos durante a ordenha manual levaro

a desconforto e dor nos msculos e juntas, braos e punhos. As posturas

incorretas, com o tempo, ocasionaro problemas na coluna, como in ama-

es e leses que podero diminuir a produti vidade e prejudicar sua sade.

- Fazendo de maneira correta, voc poder aumentar a produti vidade, me-

lhorar a qualidade do produto e, ainda, preservar a sade.

- Os esforos excessivos e repeti ti vos durante a ordenha manual levaro

1. Ao conter o animal

CertoErrado

Contenha o animal. Com o auxlio do banquinho e sentado, voc evitar incli-

nar o corpo para frente, forando a coluna.

Mantenha sempre a calma e evite movimentos bruscos.

Faa a conteno, posicionando-se ao lado, e tenha muito cuidado com as

reaes do animal.

Lembre-se sempre de manter a coluna reta.

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2. Ao realizar a ordenha

3. Ao encher os gales com leite

CertoErrado

Coloque o animal em uma plataforma mais alta para que voc no tenha que inclinar o corpo para frente. Na ausncia desse local, SEMPRE USE O BANQUINHO.

Para fazer a ordenha, aproxime-se do animal, sente-se no banquinho e posicione-se com a coluna e cabea retas, mantendo os cotovelos leve-mente dobrados.

Tente fazer pausas de cinco minutos a cada 50 minutos de ordenha. Des-canse e faa, durante este intervalo, exerccios de alongamento.

Se possvel, faa o rodzio de ordenhadores.

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4. Ao pegar e transportar os gales de leite

CertoErrado

Evite abaixar-se inclinando o corpo para frente e dobrando a coluna para pegar os gales no cho.

Coloque os gales em uma superf cie mais alta, assim voc no precisar se abaixar para pegar.

Ao pegar e transportar o galo, aproxime-o do corpo, mantendo a coluna reta e os cotovelos dobrados.

Sempre que possvel, transporte o leite em pequenas quanti dades e em gales menores.

Faa o transporte uti lizando equipamentos que o auxilie, evitando carregar peso por longas distncias.

Evite transportar grandes quanti dades de leite de uma s vez nos baldes.

Coloque os lates/reservatrios em locais mais baixos para que no seja necessrio levantar os braos, forando assim os ombros no momento de despejar o leite.

Uti lize, sempre que possvel, vasilhame menor para o despejo, diminuindo o peso a ser levantado.

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Faa os procedimentos corretos de ordenha, conduza cuidadosamente a vaca para a sala, contenha com cuidado, prenda o banquinho na altura do quadril, higienize as tetas da vaca com soluo iodada antes da ordenha, exa-mine os primeiros jatos de leite e realize a tarefa de forma correta e com uma boa postura.

Tente fazer pausas de cinco minutos a cada 50 minutos de trabalho para des-cansar e realizar os exerccios de alongamento.

Beba bastante gua durante as pausas.

Faa sempre os exerccios de alongamento antes, durante e depois das ati -vidades.

Lembre-se sempre de manter uma boa postura.

Sempre que possvel, faa rodzios de trabalhadores na ordenha.

No carregue peso excessivo de uma s vez.

OUTRAS DICAS PARA FACILITAR O TRABALHO E PRESERVAR SUA SADE:

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Ao agachar para pegar algum peso, dobre os joelhos e no incline o corpo

dobrando a coluna para a frente.

Depois de observadas algumas dicas de postura durante a jornada de

trabalho, veremos alguns exerccios de alongamento que podero ajudar evi-

tando encurtamento dos msculos que endurecem as juntas e causam dor.

Alongar o corpo relaxa os msculos e permite que as juntas sejam lubri cadas

e a postura correta seja manti da mais facilmente, diminuindo assim o esforo

durante o trabalho. Por estas razes, use os alongamentos como uma impor-

tante ferramenta de proteo que proporciona bem estar e sade ao corpo.

ESSES EXERCCIOS DEVEM SER REALIZADOS ANTES, DURANTE (PAUSAS) E DEPOIS DAS ATIVIDADES.

SIGA AS ORIENTAES A SEGUIR SOBRE A FORMA CORRETA DE FAZER OS EXERCCIOS DE ALONGAMENTO:

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EXERCCIOS DE ALONGAMENTO

SIGA AS ORIENTAES A SEGUIR SOBRE A FORMA CORRETA DE FAZER OS EXERCCIOS DE ALONGAMENTO:

No execute todos de uma vez;

Siga as indicaes na ilustrao, escolhendo dois exerccios para cada par-te do corpo, ombro, pescoo, braos, mos, coluna, pernas e ps.

Escolha oito opes para cada dia, que contenham:

- dois exerccios para pescoo;

- dois exerccios para braos, punhos e mos;

- dois exerccios para tronco;

- dois exerccios para pernas e ps.

Oriente-se pelas explicaes das legendas e setas;

Alguns exerccios so mais fceis e outros nem tanto. Escolha aqueles que voc consegue realizar exatamente como mostra a gura.

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Junior, J. R. V. Fisioterapia do Trabalho: Cuidando da Sade Funcional do Trabalha-dor. 1 Edio. Andreoli SP, 2008, 360 pg.

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Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento Instruo Tcnica para o Produtor de Leite. Embrapa MG 2006 2 edio- 01-03p.

Santos, E. F.; Oliveira, K. B.; Santos, G. F.; Monteiro, R. l. Metodologias e Prti cas de Ginsti ca e Cinesioterapia Laboral. 1 Edio. Ergobrasil Jacare SP, 2009,115 p.

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Ulbricht, L. Fatores de Risco Associados Incidncia de Dort entre Ordenhadores em Santa Catarina. Universidade Federal de Santa Catarina. Departamento de En-genharia e Produo. Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo. Tese de Doutorado de Engenharia de Produo - Florianpolis - SC 2003

BIBLIOGRAFIA

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SGAN 601 MDULO K ED. ANTNIO ERNESTO DE SALVO

CEP 70830-021 BRASLIA - DFTEL.: 61 2109 1300 FAX: 61 2109 1326

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