Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

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II CICLO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL 2008 II CICLO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL 2008 EPIDEMIOLOGIA DAS EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS BUCAIS DOENÇAS BUCAIS Profª Dra. EVELYNE PESSOA SORIANO Março - 2008

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II CICLO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL 2008II CICLO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL 2008

EPIDEMIOLOGIA DAS EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS BUCAISDOENÇAS BUCAIS

Profª Dra. EVELYNE PESSOA SORIANO

Março - 2008

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Antigüidade Clássica – Hipócrates Galeno.

John Graunt - estatística vital – mortalidade.

Pierre Louis

Louis Villermé

William Farr

John Snow – cólera.

Louis Pasteur

Semmelweiss

Mendel

Grécia Clássica: epidemia.

Século XIV: epidemiologiaepidemiologia – texto espanhol sobre a peste.

Século XIX: investigações e presença nos livros sobre higiene.

HHIISSTTÓÓRRIICCOO

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EPIDEMIOLOGIA

Grego: Epi = sobre

Demos = povo

Logos = povo

Estudo sobre o povo ou sobre o que afeta o povo/população.

EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA

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Inicialmente:

Relacionada apenas à investigação de doenças e controle de epidemias.

Posteriormente:

“Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, distribuição e os fatores determinantes dos

eventos relacionados com a saúde”.PEREIRA, 2000.

Não mais se refere apenas às doenças, mas sim a diversos fatores, eventos ou agravos que podem repercutir de diferentes maneiras na saúde das

pessoas.

EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA

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EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA

Prática Clínica: informações epidemiológicas decisões para o diagnóstico e orientação do paciente.

Década de 1970: movimento de médicos uso da epidemiologia e estatística no ambiente clínico.

Epidemiologia Clínica: aplicação dos fundamentos epidemiológicos modernos ao diagnóstico e cuidado com o paciente.

Importância: estabelecimentos de protocolos e mudanças nas tomadas de decisão clínica.

Utiliza os diferentes tipos de estudos disponíveis em Epidemiologia.

Busca das melhores evidências.

EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA

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ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

POPULAÇÃO PROBLEMA DESFECHOS ESPERADOS

Observacionais ou de intervenção;

Retrospectivos ou prospectivos;

Analíticos ou descritivos.

EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA

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Revisões sistemáticas e metanálisesRevisões sistemáticas e metanálises

Ensaios clínicos randomizadosEnsaios clínicos randomizados

Estudos de coorte

Relatos e séries de casos

Estudos transversais

Estudos de caso-controle

Opiniões de especialistas

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APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIAAPLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA

• Informar a situação de saúde da população;

• Investigar os fatores que influenciam a situação

de saúde;

• Avaliar o impacto das ações propostas para

alterar a situação encontrada.

(Pereira, 2000)

EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA

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EPIDEMIOLOGIA EM SAÚDE EPIDEMIOLOGIA EM SAÚDE BUCALBUCAL

“A Epidemiologia da Saúde Bucal” (1969) – Walter J. Pelton: primeira sistematização dos conhecimentos sobre a distribuição das doenças bucais;

Frederick S. McKay (década de 30 do século XX) – relação entre a água e a ocorrência de defeitos no esmalte/fluorose;

Final dos anos 40 à década de 1960 – estudo sobre relação açúcar-cárie;

Além da cárie, tem-se estudado outras enfermidades/agravos: doença periodontal, má-oclusão, câncer, traumatismos, fluorose;

Importância para o planejamento, implantação e avaliação de programas de saúde bucal.

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Fatores a ConsiderarFatores a Considerar

IdadeIdadeSexoSexoEtniaEtniaCondição Sócio-econômicaCondição Sócio-econômicaNutrição e DietaNutrição e Dieta

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Fator Sócio-econômicoFator Sócio-econômico

As práticas de higiene bucal, os hábitos dietéticos e odontológicos

são fortemente associados à condição sócio-econômica.

Downer, 1991.Downer, 1991.

Page 12: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Fator Sócio-econômicoFator Sócio-econômico

Acesso à informação Acesso à informação EducaçãoEducaçãoHábitos dietéticosHábitos dietéticosProcedimentos de higieneProcedimentos de higienePreocupação com a saúdePreocupação com a saúde

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SAÚDE BUCALSAÚDE BUCAL

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Acesso aos Serviços Odontológicos no Brasil

• 28 milhões de brasileiros nuncanunca foram ao dentista. Fonte: PNAD/IBGE (2003)

• Em média, cerca de 14% dos adolescentes brasileiros (2,5 milhões) nuncanunca foram ao dentista (SB-Brasil,2003);

• Quase 3% dos adultos nunca foram ao dentista; • Quase 6% dos idosos nunca foram ao dentista;• Desigualdades regionais marcantes.

Situação Atual da Saúde Bucal no BrasilSituação Atual da Saúde Bucal no Brasil

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Perda Dentária

• Mais de 28% dos adultos não possuem nenhum dente funcional em pelo menos uma arcada (inferior ou superior).

Dessas pessoas, 15% ainda não têm prótese total.

• Três a cada quatro idosos não possuem nenhum dente funcional.

Desses, mais de 36% não têm prótese total

Situação Atual da Saúde Bucal no BrasilSituação Atual da Saúde Bucal no Brasil

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Mesma tendência mundial, embora que tardia, de Mesma tendência mundial, embora que tardia, de declínio de cárie na população infantildeclínio de cárie na população infantil

Persistência de altos níveis de edentulismo em Persistência de altos níveis de edentulismo em população adulta e idosapopulação adulta e idosa

Concentração do declínio em área urbana e Concentração do declínio em área urbana e em população com melhores condições de em população com melhores condições de vidavida

““Polarização”Polarização”

Nossa realidade epidemiológica de Nossa realidade epidemiológica de saúde bucal:saúde bucal:

Fonte: Rocalli, 2007.

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Início do projeto Início do projeto no segundo no segundo mandato de FHC e mandato de FHC e conclusão no conclusão no início do governo início do governo LulaLula

Pouca ou Pouca ou nenhuma nenhuma mudança na mudança na política política macroeconômica macroeconômica

Política de Saúde Política de Saúde Bucal priorizada Bucal priorizada no conjunto de no conjunto de políticas públicaspolíticas públicas

Rearticulação da Rearticulação da Coordenação Coordenação Nacional de Saúde Nacional de Saúde BucalBucal

III Conferência III Conferência Nacional de Saúde Nacional de Saúde BucalBucal

Primeiro Primeiro mandato de FHCmandato de FHC

Democracia Democracia representativa representativa aparentemente aparentemente consolidadaconsolidada

Avanço na Avanço na implantação de implantação de uma vertente uma vertente econômica econômica neoliberalneoliberal

Saúde Bucal Saúde Bucal como Área como Área Técnica no Técnica no Ministério da Ministério da SaúdeSaúde

RedemocratizaçRedemocratização do País (Nova ão do País (Nova República)República)

Crescimento e Crescimento e amadurecimento amadurecimento do Movimento do Movimento SanitárioSanitário

VIII Conferência VIII Conferência Nacional de Nacional de SaúdeSaúde

Divisão Nacional Divisão Nacional de Saúde Bucal de Saúde Bucal (DNSB)(DNSB)

Cenário Cenário político-político-sanitáriosanitário

200320031996199619861986Categorias Categorias de Análisede Análise

Principais características dos três levantamentos Principais características dos três levantamentos epidemiológicos realizados no Brasilepidemiológicos realizados no Brasil (Roncalli, 2006)(Roncalli, 2006)

Fonte: Rocalli, 2007.

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Categorias Categorias de Análisede Análise 19861986 19961996 20032003

CaracterísticCaracterísticas as

MetodológicMetodológicasas

Delineamento Delineamento amostral amostral probabilístico probabilístico com com representatividarepresentatividade em nível de em nível macrorregionalmacrorregional

Avaliação de Avaliação de cárie dentária, cárie dentária, doença doença periodontal e periodontal e edentulismoedentulismo

Zona de urbana Zona de urbana de 16 capitaisde 16 capitais

Grupos etários Grupos etários de escolares a de escolares a idososidosos

Modelo amostral Modelo amostral não-não-probabilísticoprobabilístico

Avaliação Avaliação somente de cárie somente de cárie dentária em dentária em escolares de 6 a escolares de 6 a 12 anos12 anos

Zona urbana de Zona urbana de 27 capitais e 27 capitais e Distrito FederalDistrito Federal

Delineamento Delineamento amostral amostral probabilístico probabilístico com com representatividarepresentatividade em nível de em nível macrorregionalmacrorregional

Avaliação de Avaliação de cárie dentária, cárie dentária, doença doença periodontal, periodontal, edentulismo, edentulismo, oclusopatias e oclusopatias e fluorose. fluorose.

Zona urbana e Zona urbana e rural de 250 rural de 250 municípios de municípios de diferentes portes diferentes portes populacionaispopulacionais

Seis grupos Seis grupos etários, de bebês etários, de bebês a idososa idosos

Principais características dos três levantamentos Principais características dos três levantamentos epidemiológicos realizados no Brasilepidemiológicos realizados no Brasil (Roncalli, 2006)(Roncalli, 2006)

Fonte: Rocalli, 2007.

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Categorias Categorias de Análisede Análise 19861986 19961996 20032003

Cenário Cenário EpidemiológicEpidemiológicoo

Alta prevalência Alta prevalência e severidade de e severidade de cárie dentária cárie dentária em escolaresem escolares

Alto índice de Alto índice de edentulismo em edentulismo em adultos e idososadultos e idosos

Desigualdades Desigualdades regionais no regionais no perfil perfil epidemiológicoepidemiológico

Tendência de Tendência de queda na cárie queda na cárie de população de população escolarescolar

Persistência de Persistência de desigualdades desigualdades regionaisregionais

Confirmação na Confirmação na tendência de tendência de declínio na cárie declínio na cárie dentária na dentária na população população escolar (12 anos)escolar (12 anos)

Persistência de Persistência de grandes grandes desigualdades desigualdades regionais. regionais.

Quadro de Quadro de edentulismo edentulismo ainda alarmanteainda alarmante

Surgimento de Surgimento de outras outras necessidades necessidades como as como as oclusopatiasoclusopatias

Principais características dos três levantamentos Principais características dos três levantamentos epidemiológicos realizados no Brasilepidemiológicos realizados no Brasil (Roncalli, 2006)(Roncalli, 2006)

Fonte: Rocalli, 2007.

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EPIDEMIOLOGIA DA EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIECÁRIE

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Evidência indiscutível: doença multifatorial, sacarose-dependente (BÖENECKER, 2004).

Maior consumo de açúcar = maior incidência de cárie (RODRIGUES; SHEIHAM, 2000).

Declínio em todo o mundo, principalmente dos 6 aos 12 anos de idade.

Contudo: ainda bastante presente em indivíduos de menor nível sócioeconômico polarizaçãopolarização.

CÁRIE DENTÁRIACCÁÁRRIIEE DDEENNTTÁÁRRIIAA

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3,064,89 1,311,69

1,971,92

2,604,19

1,301,60

2,29

2,70

1980-20001970-1980

CPO-D aos 12 anos, por Região (OMS)CPO-D aos 12 anos, por Região (OMS)

Page 23: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

27,79

20,13

6,17

2,78

25,8013,22

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

12 15 a 19 35 a 44 65 a 74

CP

O-D

Cárie Dentária (SBBrasil)Medida pelo índice CPO (dentes cariados,

perdidos ou obturados)

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Fonte: Projeto SB Brasil- Condições da saúde bucal da população brasileira. 2002-2003

Idade

18 a 36 meses

5 anos

12 anos

15 a 19 anos

Macrorregião Norte Nordeste SudesteCentro-Oeste Sul BRASIL

ceo = 0

ceo > = 0

CPO > = 0

CPO = 0

ceo = 0

ceo > = 0

CPO > = 0

CPO = 0

68.17

31.83

75.85

24.15

35.04

64.96

89.50

10.50

73.09

26.91

72.48

27.52

34.92

65.08

89.89

10.11

79.29

20.71

72.87

27.03

41.73

58.27

90.36

09.64

73.47

26.53

63.61

36.96

43.35

56.65

87.92

12.08

76.77

23.23

62.42

37.58

44.92

55.08

87.25

12.75

73.15

26.85

68.92

31.08

40.62

59.37

88.94

12.06

%%%%%%

Distribuição, em números percentuais, da prevalência de cárie Distribuição, em números percentuais, da prevalência de cárie medida pelo CPO/ceo, segundo grupo etário e macro região. medida pelo CPO/ceo, segundo grupo etário e macro região.

Brasil 2003.Brasil 2003.

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12 anos

15 a 19 anos

Macrorregião Cariado Obt/cariado Obturado PerdidoCPOD

Norte

Nordeste

Sudeste

Centro oeste

75.52

71.47

42.17

52.22

BRASIL 58.27

1.60

1.88

3.04

3.16

2.52

14.38

18.81

52.17

40.82

32.73

3.13

3.19

2.30

3.16

2,78

Sul 48.05 2.60 44.59 2.31

Norte

Nordeste

Sudeste

Centro oeste

55.86

52.37

28.96

35.58

BRASIL 42.14

2.61

2.84

2.86

4.16

3.08

19.54

26.66

59.26

49.64

40.64

21.82

18.14

8.75

10.62

14.42

6.14

6.34

5.94

6.97

6.17

Sul 30.68 3.12 57.02 9.19 5.77

11.50

7.84

3.04

3.80

6.47

4.76

% % % %

Composição percentual do índice CPO-D na faixa etária de 12 Composição percentual do índice CPO-D na faixa etária de 12 anos e dos 15 aos 19 anos, segundo macrorregião. Brasil 2003. anos e dos 15 aos 19 anos, segundo macrorregião. Brasil 2003.

Fonte: Projeto SB Brasil- Condições da saúde bucal da população brasileira. 2002-2003

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Índice CPOD aos 12 anos: 1986 a Índice CPOD aos 12 anos: 1986 a 2003 (Brasil)2003 (Brasil)

6,7

4,8

3,12,78

0

1

2

3

4

5

6

7

8

1986 1993 1996 2003

Ano

CP

OD

Page 27: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Médias do CPO-D aos 12 anos e distribuição Médias do CPO-D aos 12 anos e distribuição dos componentes de 1986 a 2003. Brasildos componentes de 1986 a 2003. Brasil

Fonte: Ministério da Saúde, 1988, 1996, 2003

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

1986 1993 1996 2003

Extraído

Ext. Indic.

Obturado

Cariado

6,7

4,8

3,12,8

Page 28: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Médias de CPO-D aosMédias de CPO-D aos 12 anos12 anos no Brasil em 2003 no Brasil em 2003 de acordo com macrorregiãode acordo com macrorregião

Fonte: Ministério da Saúde, 2003

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

BRASIL

Perdido

Obturado

Obt/CariadoCariado 2,78

3,16

2,312,30

3,193,13

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Saúde Bucal Metas da OMS para o ano 2000 e os dados do SB

Brasil

IDADEIDADE META DA OMS META DA OMS PARA 2000PARA 2000

SB BrasilSB Brasil

20032003

55 50% ceo = zero50% ceo = zero 40%40%

1212 CPO-D CPO-D << 3,0 3,0 CPO-D = 2,78CPO-D = 2,78

1818 80 % com todos os dentes80 % com todos os dentes 55%55%

35-4435-44 75% com 20 ou mais dentes75% com 20 ou mais dentes 54%54%

65-7465-74 50% com 20 ou mais dentes50% com 20 ou mais dentes 10%10%

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RECIFE: LEVANTAMENTOS EPIDEMIOLÓGICOS

Recife: 1973, 1980, 1986, 1993, 1996 e 2003.

Tendências da experiência de cárie (12 anos):

10,7

7,68,9

6,1

2,92,0

0

2

4

6

8

10

12

1973 1980 1986 1993 1996 2003

CPOD

Fonte: SORIANO, 2008.

Page 32: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Preocupações Apontadas Preocupações Apontadas no SB Brasilno SB Brasil

O declínio da cárie dentária na população O declínio da cárie dentária na população infantil está ocorrendo de forma desigual infantil está ocorrendo de forma desigual na população brasileira.na população brasileira.

As crianças do Norte e Nordeste do País As crianças do Norte e Nordeste do País apresentaram os maiores números de apresentaram os maiores números de dentes cariados não tratados.dentes cariados não tratados.

Page 33: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Crianças de 12 anos que vivem no Nordeste em municípios com até 5 mil habitantes, estudam em escola pública, vivem na zona rural e são negras ou pardas, têm CPO-D médio de 3,48.3,48.

Na outra ponta, crianças que vivem Na outra ponta, crianças que vivem na região Sul, em municípios com na região Sul, em municípios com mais de 100 mil habitantes, mais de 100 mil habitantes, estudam em escola privada da zona estudam em escola privada da zona urbana e são brancas apresentam urbana e são brancas apresentam um CPO-D cinco vezes menor um CPO-D cinco vezes menor (0,70).(0,70).

Fonte: Roncalli et al, 2004

O retrato da O retrato da desigualdadedesigualdade

Page 34: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Declínio da cárie dentária:Declínio da cárie dentária:O USO DO FLÚOR

O CDC recentemente anunciou a fluoretação da água de abastecimento como uma das dez maiores medidas de saúde pública do século XX.

Foi claramente demonstrado que o uso de dentifrícios fluoretados reduziu a incidência de cárie em crianças nos últimos 30 anos.

PERSSON; HILDEBRAND, 2007.

Page 35: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Base de dados Cochrane:

O uso de flúor tópico sob a forma de verniz,,gel, soluções e, principalmente, dentifrícios, tem sido

utilizado como uma intervenção contra a cárie dentária há cerca de três décadas.

Conclusões dos autores:

Os benefícios dos fluoretos tópicos têm sido firmemente estabelecidos por um grande número de evidências observadas a partir de ensaios clínicos

randomizados.

FLÚOR: A EVIDÊNCIA

MARINHO; SHEIHAM; HIGGINS; LOGAN. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2003

Page 36: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

EPIDEMIOLOGIA DA EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA PERIODONTALDOENÇA PERIODONTAL

Page 37: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

DOENÇA PERIODONTAL

Afeta os tecidos de proteção e sustentação.

Fatores locais:

• Determinantes: microorganismos e biofilme dentário

• Predisponentes: cálculo dentário

• Modificadores: traumatismos oclusais e hábitos parafuncionais

• Iatrogênicos: contornos de restaurações, término cervical de preparos

• Outros: higiene bucal traumática

Fatores sistêmicos:

• Doenças

• Puberdade

• GravidezGUEDES-PINTO, 2006

Page 38: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

MODELO DE PROGRESSÃO CONTÍNUA

PERIODONTITE

GENGIVITE

PERDA DE INSERÇÃO

PERDA DE SUPORTE ÓSSEO

MODELO DE SURTOMODELO DE SURTO: NEM TODA GENGIVITE PROGRIDE PARA PERIODONTITE.

Page 39: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

A criança e o adolescente, assim como os adultos e idosos, também são susceptíveis à doença periodontal.

A gengivite leve é comum em crianças mas poucas delas apresentam perda de suporte ósseo e perda de inserção à sondagem (SHEIHAM, 2004).

SB Brasil (2003):

DOENÇA PERIODONTAL

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Estudos atuais em Periodontia têm gerado evidências no sentido de indicar os problemas periodontais como fatores associados a situações como, por exemplo,

problemas cardiovasculares, problemas relacionados à gestação e baixo peso da criança ao nascer.

(Khader YS, Ta'ani Q. Periodontal diseases and the risk of preterm birth and low birth weight: a meta-analysis. J Periodontol 2005; 76:161–165).

Muitos profissionais ainda perpetuam apenas o modelo de progressão contínua da doença periodontal, realizando procedimentos que, muitas vezes, podem vir a piorar ou mesmo

gerar um problema periodontal para o indivíduo.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Page 41: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Controle e a prevenção da inflamação gengival e de biofilme dental em excesso.

Uso de dentifrícios com triclosan, para redução de biofilme e da gengivite (NIEDERMAN, 2005).

Incentivo aos cuidados de higienização oral como parte dos hábitos de higiene geral.

Escovação: algumas escovas elétricas com movimentos de rotação e oscilação possibilitam uma ação significativa na redução de biofilme e gengivite, embora modesta, quando comparada com a escovação manual (NIERDERMAN, 2003).

Cuidados nutricionais.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Page 42: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Número e porcentagem de pessoas, segundo o maior grau Número e porcentagem de pessoas, segundo o maior grau de condição periodontal observado no indivíduo, idade e de condição periodontal observado no indivíduo, idade e

macrorregião. Brasil, 2003.macrorregião. Brasil, 2003.

Page 43: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA DA MÁ OCLUSÃODA MÁ OCLUSÃO

Page 44: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Conjunto de variações dentárias.

Fatores: hereditários ou congênitos; intrínsecos ou extrínsecos.

• Micrognatia

• Displasia cleidocraniana

• Trissomia do 23 (Síndrome de Down)

• Traumatismos no momento do nascimento

• Hábitos deletérios

Pode gerar problemas estéticos, mastigatórios e fonéticos de maior ou menor impacto para a saúde.

Apinhamentos - Mordida aberta – mordida cruzada – sobremordida - overjet.

MÁ OCLUSÃO

Page 45: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

IOTN: Índice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico

IO: Índice Oclusal.

PAR: Índice de Avaliação de Resultados.

DAI: Índice Estético Dentário – avalia componentes estéticos e clínicos conjuntamente. Foi utilizado no SB Brasil.

SB Brasil (2003):

• Má oclusão moderada/severa aos 5 anos: 14%

• Má oclusão severa/incapacitante aos 12 anos: 21%

• Má oclusão severa dos 15 aos 19 anos: 19%.

Page 46: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

Fonte: SB Brasil, 2003.

Page 47: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

EPIDEMIOLOGIA DO EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER BUCALCÂNCER BUCAL

Page 48: Epidemiol Doencas Bucais 3 Cro2008

- No mundo (2000):

As mortes por neoplasias correspondem a 12% dos aproximados 56 milhões de óbitos em todo o mundo.

- No Brasil:

As neoplasias responderam pela terceira causa de óbitos em 2000.

O câncer de boca e o de faringe figuram entre os mais importantes tipos de tumores (principalmente o carcinoma epidermóide - 94 a 96% dos casos);

- incidência

- custo econômico

- conseqüências para o paciente(OMS, 2003; OPAS, 2002; BRASIL, 2004; apus Peres; Boing, 2005)

Câncer BucalCâncer Bucal

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O câncer de boca é o

sexto em freqüência no

ranking de tumores

malignos mais incidentes

em todos os registros de

câncer na população.

Câncer BucalCâncer Bucal

http://www.odontosites.com.br/Orientando/cancerbucal.htm

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Câncer Bucal noCâncer Bucal noBrasilBrasil

• 4º lugar entre os tipos de câncer mais incidentes no sexo masculino e 7º no sexo feminino.

• Incidência de 13,25 casos para cada 100 mil indivíduos.

Fonte: Roncalli, 2007.

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Fatores AssociadosFatores Associados

Tabagismo;Tabagismo;Etilismo;Etilismo;Alimentação;Alimentação;Condições sócio-econômicas;Condições sócio-econômicas;Exposições ocupacionais;Exposições ocupacionais;Higiene bucal;Higiene bucal;Condições dentárias;Condições dentárias;HPV.HPV.

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““O homem é do tamanho do seu O homem é do tamanho do seu sonho”.sonho”.

Fernando PessoaFernando Pessoa