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Journal Health NPEPS. 2019 jul-dez; 4(2):200-214. ISSN 2526-1010 200 http://dx.doi.org/10.30681/252610103633 ARTIGO ORIGINAL Epidemiologia da sífilis congênita e materna em um hospital público do município de Carapicuíba – SP Epidemiology of congenital and maternal syphilis in a public hospital in Carapicuíba – SP Epidemiología de la sífilis congénita y materna en un hospital público en Carapicuíba – SP Deise Moreira 1 RESUMO Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico das mães e recém-nascidos com sífilis congênita no setor de neonatologia de um hospital público. Método: trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado em um hospital da periferia de Carapicuíba – SP, incluindo as gestantes e bebês com sífilis congênita atendidos no período de janeiro a dezembro de 2017, que foram avaliados por meio da observação de dados disponíveis no sistema informatizado do hospital. Resultados: o tratamento de escolha para a maioria dos casos foi a penicilina cristalina, considerada a estratégia mais comum para remissão da referida condição clínica. A amostra foi constituída em sua maioria por mulheres jovens, pardas e de baixa escolaridade, que haviam realizado os exames pré-natais, mas sem tratamento concomitante do parceiro. Grande parte dos recém nascidos apresentaram resultados positivos quando realizado sorologia para sifilis, embora poucos tenham exibido alterações liquóricas ou outras complicações. Conclusão: este trabalho chama a atenção para a necessidade de criação de campanhas que visem fornecer informações às mães sobre a importância da prevenção da sífilis materna, o que resultaria, por sua vez, em uma possível redução do número de casos de sífilis congênita, bem como de suas consequências. Descritores: Pediatria; Sífilis Congênita; Epidemiologia; Gestão em Saúde. ABSTRACT Objective: to evaluate the epidemiological profile of mothers and newborns with congenital syphilis in the neonatology sector of a public hospital. Method: this is a 1 Médica. Especialista em Pediatria. Médica Pediatra no Hospital Israelita Albert Einstein. São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-5003-9542 Autor principal – Endereço para correspondência: Rua Hermínio Toda, 212 – São Paulo, SP, CEP 013091-511. Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.

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http://dx.doi.org/10.30681/252610103633 ARTIGO ORIGINAL

Epidemiologia da sífilis congênita e materna em um hospital público do

município de Carapicuíba – SP

Epidemiology of congenital and maternal syphilis in a public hospital in Carapicuíba – SP

Epidemiología de la sífilis congénita y materna en un hospital público en

Carapicuíba – SP

Deise Moreira1 RESUMO Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico das mães e recém-nascidos com sífilis congênita no setor de neonatologia de um hospital público. Método: trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado em um hospital da periferia de Carapicuíba – SP, incluindo as gestantes e bebês com sífilis congênita atendidos no período de janeiro a dezembro de 2017, que foram avaliados por meio da observação de dados disponíveis no sistema informatizado do hospital. Resultados: o tratamento de escolha para a maioria dos casos foi a penicilina cristalina, considerada a estratégia mais comum para remissão da referida condição clínica. A amostra foi constituída em sua maioria por mulheres jovens, pardas e de baixa escolaridade, que haviam realizado os exames pré-natais, mas sem tratamento concomitante do parceiro. Grande parte dos recém nascidos apresentaram resultados positivos quando realizado sorologia para sifilis, embora poucos tenham exibido alterações liquóricas ou outras complicações. Conclusão: este trabalho chama a atenção para a necessidade de criação de campanhas que visem fornecer informações às mães sobre a importância da prevenção da sífilis materna, o que resultaria, por sua vez, em uma possível redução do número de casos de sífilis congênita, bem como de suas consequências. Descritores: Pediatria; Sífilis Congênita; Epidemiologia; Gestão em Saúde. ABSTRACT Objective: to evaluate the epidemiological profile of mothers and newborns with congenital syphilis in the neonatology sector of a public hospital. Method: this is a

1Médica. Especialista em Pediatria. Médica Pediatra no Hospital Israelita Albert Einstein. São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-5003-9542 Autor principal – Endereço para correspondência: Rua Hermínio Toda, 212 – São Paulo, SP, CEP 013091-511.

Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição

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meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.

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descriptive and quantitative study conducted in a hospital in the outskirts of Carapicuíba - SP, including pregnant women and infants with congenital syphilis treated from January to December 2017, which were assessed by observing data already available in the computerized Hospital system. Results: the treatment of choice for most cases was crystalline penicillin, considered the most common strategy for remission of the referred clinical condition. The sample consisted mostly of young, brown and low-educated women, who had undergone prenatal examinations but without concomitant treatment of the partner. Most newborns tested positive for syphilis serology, although few had cerebrospinal fluid abnormalities or other complications. Conclusion: this paper draws attention to the need of campaigns creation to provide mothers with information about the importance of prevention of maternal syphilis, which would in turn result in a possible reduction in the number of congenital syphilis cases, as well as of its consequences. Descriptors: Pediatrics; Congenital syphilis; Epidemiology; Management in Health. RESUMEN Objetivo: evaluar el perfil epidemiológico de madres y recién nacidos con sífilis congénita en el sector de neonatología de un hospital público. Método: este es un estudio descriptivo y cuantitativo realizado en un hospital en las afueras de Carapicuíba - SP, que incluye mujeres embarazadas y bebés con sífilis congénita tratados de enero a diciembre de 2017, que se evaluaron observando los datos ya Disponible en el sistema informatizado del hospital. Resultados: el tratamiento de elección en la mayoría de los casos fue la penicilina cristalina, considerada la estrategia más común para la remisión de la condición clínica referida. La muestra consistió principalmente en mujeres jóvenes, morenas y con poca educación, que se habían sometido a exámenes prenatales pero sin tratamiento concomitante de la pareja. La mayoría de los recién nacidos dieron positivo a la serología para sífilis, aunque pocos presentaron anomalías del líquido cefalorraquídeo u otras complicaciones. Conclusión: este artículo llama la atención sobre la necesidad de crear campañas para brindar información a las madres sobre la importancia de la prevención de la sífilis materna, lo que a su vez resultaría en una posible reducción en el número de casos de sífilis congénita. a partir de sus consecuencias. Descriptores: Pediatría; Sífilis Congénita; epidemiología; Gestión de la Salud.

INTRODUÇÃO

Já em 1954, o trabalho

clássico de Nabarro1 chamava a

atenção para o fato de que a sífilis

congênita tratava-se de uma doença

bastante grave, especialmente para os

jovens, mas que todavia poderia ser

facilmente evitada. Embora a

incidência de sífilis congênita precoce

já se mostrasse em queda,

principalmente em decorrência da

melhoria dos cuidados pré-natais, o

autor ressaltava o fato de que a sífilis

congênita em crianças mais velhas, à

época, ainda era considerada um

importante problema de saúde

pública1. Dados recentes afirmam que

a prevalência de sífilis diminuiu

globalmente nas últimas três décadas.

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Todavia, ainda existem grandes

diferenças em relação à referida

prevalência, que se mantém elevada

especialmente no continente

africano2.

Como dito, a sífilis congênita

é uma doença evitável, justificando a

adoção de tolerância zero para sua

ocorrência, visto que a confirmação

de apenas um único caso já

representa falha grave do sistema

público de saúde. Os profissionais de

saúde são orientados no tocante à

prevenção da sífilis congênita e suas

complicações, que incluem

prematuridade e mortalidade

neonatal, dentre outras complicações.

A Organização Mundial de Saúde

(OMS) estima que, em todo o mundo,

cerca de 1,5 a 1,85 milhões de

mulheres grávidas são infectadas pela

sífilis anualmente, e metade traz à luz

bebês com desfechos adversos3. Nos

Estados Unidos, de 1999 a 2013, a

mortalidade neonatal secundária por

sífilis congênita foi de 12/1.000

nascidos vivos, com taxa de letalidade

de 6,5%. A principal causa dessa

mortalidade está associada à redução

dos cuidados pré-natais,

especialmente até a 31ª semana de

gestação3.

No Brasil, segundo o Sistema

de Informações de Agravos de

Notificação (SINAN), 37.436 casos de

sífilis materna e 20.474 de sífilis

congênita foram relatados em 2016.

Entre 2010 e 2016, a taxa de detecção

em gestantes aumentou de 3,7 para

12,4 casos por cada 1.000 nascidos

vivos, o que por sua vez levou ao

aumento progressivo da taxa de sífilis

congênita no referido período de 2,4

para 6,8 casos para cada 1.000

nascidos vivos4.

O aumento da incidência de

sífilis está associado a vários fatores,

dentre eles a falta de educação

relacionada à saúde sexual e

reprodutiva, além das dificuldades

encontradas por pacientes que não

possuem seguro-saúde, que por sua

constituem a maioria dos casos.

Ainda, as dificuldades relacionadas à

obtenção da medicação necessária

contribuem para dificultar o

rastreamento e o tratamento de

mulheres grávidas sifilíticas5.

Estudo brasileiro associou a

incidência de sífilis a diversos fatores,

como por exemplo, o menor número

de avaliações sorológicas, menor

número de consultas, pré-natal com

início tardio, aumento do risco para

nascimento de bebês prematuros e a

cor da pele (neste caso em especial,

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cor negra). A mortalidade no período

fetal foi maior na vigência de sífilis

congênita (seis vezes maior), e que

recém-nascidos (RN) positivos para a

sífilis foram internados mais vezes do

que aqueles não-sifilíticos6.

Diante do fato de que a sífilis

congênita ainda é considerada uma

doença de importância em saúde

pública não somente no Brasil,

entende-se que a avaliação do perfil

de mães e de recém-nascidos com

sífilis congênita pode contribuir para a

identificação precoce e instituição do

tratamento com brevidade. Por sua

vez, essa identificação poderá, no

futuro, reduzir a incidência da doença

e, consequentemente, os gastos com

o tratamento. A partir disso, o

objetivo do presente estudo foi

avaliar o perfil epidemiológico das

mães e recém-nascidos com sífilis

congênita no setor de neonatologia de

um hospital público.

MÉTODO

Trata-se de estudo

retrospectivo, descritivo, e de

abordagem quantitativa. A amostra

populacional foi constituída por mães

de recém-nascidos com sífilis

congênita atendidos no setor de

pediatria do Hospital Geral de

Carapicuíba – SP, no período de

janeiro a dezembro de 2017.

Com base em dados

secundários disponíveis no sistema

informatizado do próprio Hospital,

foram coletados dados relativos à

idade, cor/etnia, escolaridade,

realização de pré-natal, diagnóstico

de sífilis materna, resultados dos

testes treponêmico e não-

treponêmico, o esquema de

tratamento, e se o parceiro foi

tratado. Em relação aos recém-

nascidos, foram coletados os

resultados dos seguintes exames:

teste treponêmico (teste rápido,

realizado quando a gestante é

internada, no momento da admissão),

teste não treponêmico no sangue

periférico (também conhecido com

VDRL ou Venereal Disease Research

Laboratory) e no líquor, titulação

ascendente, evidências de Treponema

pallidum, presença de alterações

liquóricas, alterações nos ossos

longos, diagnóstico clínico, icterícia,

anemia, esplenomegalia,

osteocondrite, hepatomegalia, lesões

cutâneas e pseudoartrose, além do

esquema de tratamento e a evolução

do caso. Os recém-nascidos foram

divididos de acordo com o esquema de

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tratamento empregado, constituindo

os grupos CRISTALINA (que receberam

a penicilina G cristalina), PROCAÍNA

(que receberam penicilina G

procaína), BENZATINICA (que

receberam penicilina G benzatina), e

OUTRO (que receberam tratamentos

diferentes dos qur foram citados).

As variáveis numéricas foram

apresentadas na seção de resultados

por medida de tendência central

seguida de sua respectiva medida de

dispersão, sendo estas a média ou a

mediana, e o desvio-padrão ou valores

mínimo e máximo, dependendo da

distribuição dos dados, se paramétrica

ou não paramétrica, respectivamente.

Variáveis categóricas foram

apresentadas por suas frequências

absoluta e relativa ao total da

amostra.

Esta pesquisa respeitou as

diretrizes previstas na resolução

466/2012 do Conselho Nacional de

Saúde quanto aos aspectos legais

relacionados a trabalhos científicos

que se utilizam de informações

provenientes de seres humanos.

RESULTADOS

A amostra do estudo foi

constituída por 91 casos de sífilis

congênita ocorridos no ano de 2017,

que foram divididos em cinco grupos,

levando em consideração o esquema

de tratamento utilizado. O grupo

CRISTALINA foi constituído por 54

casos que receberam a penicilina G

cristalina (100.000 a 150.000

UI/Kg/dia) durante 10 dias,

totalizando 59% da amostra. O grupo

PROCAINA foi constituído por 7 recém-

nascidos (RN) (8% da amostra total)

cujo esquema de tratamento utilizou

penicilina G procaína (50.000

UI/Kg/dia) durante 10 dias. O grupo

BENZATINICA foi constituído pelos 25

RN (27% da amostra total) que

receberam penicilina G benzatina

(50.000 UI/Kg/dia). O grupo OUTRO,

constituído por 5 RN (6% da amostra

total) recebeu um esquema de

tratamento não especificado e

diferente dos esquemas apresentados

nos outros grupos.

Estes dados demonstram que

mais da metade dos RN receberam a

penicilina G cristalina (100.000 a

150.000 UI/Kg/dia) durante 10 dias.

Figura 1 - Distribuição dos RN nos grupos do estudo.

54

7

25

5

0

20

40

60

CRIST PROC BENZA OUTRO

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Variáveis maternas

Com relação a média de idade

das gestantes, esta foi de 23,85 ± 5,34

anos no grupo CRISTALINA, 23,86 ±

5,31 anos no grupo PROCAINA, 22,76 ±

7,39 anos no grupo BENZATINA e de

23,14 ± 6,51 anos no grupo OUTROS

(Figura 2). Nota-se que o grupo cujos

RN receberam benzatinica, possuía a

menor média de idade.

Figura 2 - Distribuição da faixa etária das gestantes (em anos).

Quanto à cor/etnia, no grupo

CRISTALINA, 8 gestantes eram brancas

(16%), 1 negra (2%), 43 pardas (80%),

e 1 não foi declarada (2%). No grupo

PROCAINA, 3 eram brancas (43%) e 4

pardas (57%). No grupo BENZATINA, 2

brancas (9%), 1 negra (4,5%) e 22

pardas (88%). No grupo OUTROS, 1

branca (20%) e 4 pardas (80%). (Figura

3). Em todos os grupos a cor/etnia

parda foi a mais frequente entre as

gestantes.

Figura 3 - Distribuição das gestantes nos grupos do estudo com relação à cor/etnia.

Na avaliação da escolaridade, no

grupo CRISTALINA, prevaleceu

gestantes com o ensino médio

incompleto e ensino médio completo

(11% ambas). Em 33 prontuários a

informação sobre a escolaridade não

estava disponível (61%). No grupo

PROCAINA, a maioria possuía o ensino

fundamental completo (14%) ou

ensino médio incompleto (14%). Em

quatro prontuários não existiam

informações sobre a escolaridade

(58%). No grupo BENZATINA, duas

gestantes possuíam o ensino

fundamental incompleto (8%) e duas

possuíam o ensino médio incompleto

(8%). Em 21 prontuários a informação

sobre a escolaridade não havia sido

registrada (84%). No grupo OUTROS,

três gestantes possuíam ensino médio

incompleto (60%) e duas possuíam

ensino médio completo (40%) (Figura

4).

23,85 23,86

22,76

23,14

22,20

22,40

22,60

22,80

23,00

23,20

23,40

23,60

23,80

24,00

CRIST PROC BENZA OUTRO

16%

43%

9%

20%

2% 0%5%

0%

80%

57%

88%

80%

2% 0% 0% 0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

CRIST PROC BENZA OUTRO

Brancos Negros Pardos Não declarada

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Quando avaliada a realização

dos exames pré-natais, esta ocorreu

em 67 gestantes (74% da amostra

total). No grupo CRISTALINA os

exames pré-natais foram realizados

em 36 gestantes (67%), no grupo PROC

em 5 (71%), no grupo BENZATINA em

22 (88%), e no grupo OUTROS em 4

(80%).

Figura 4 - Distribuição das gestantes nos grupos do estudo com relação à escolaridade.

Na avaliação do momento do

diagnóstico de sífilis materna, este

ocorreu durante o pré-natal em 61

gestantes (67%), no momento do parto

ou curetagem em 24 (26%), e após o

parto em 6 (7%). Nos cinco grupos

avaliados, a maioria dos diagnósticos

foram realizados no decorrer dos

exames pré-natais.

Quanto ao resultado do teste

não treponêmico (VDRL) no momento

do parto ou da curetagem, este foi

reagente em 89 gestantes (98% da

amostra), sendo negativo em apenas 2

gestantes do grupo BENZA.

Figura 5 - Percentual de gestantes em cada grupo que realizaram exames pré-natais.

Já quanto ao resultado do

teste treponêmico (teste rápido)

também no momento do

parto/curetagem, este foi reagente

em 79 gestantes (87%), não reagente

em 2 (2%), não realizado em 7 (8%), e

em 3 prontuários a informação não

estava disponível (3%).

Em relação à avaliação do

esquema terapêutico, este foi

considerado adequado em 54

gestantes (59%) e inadequado em 7

(8%). Em 25 gestantes o tratamento

não foi realizado (27%) e em 5

gestantes a informação sobre o

esquema terapêutico trouxe a

informação “ignorado”.

Variáveis relacionadas aos RN

2%0% 0% 0%

2%0% 0% 0%

6%

0%

8%

0%

6%

14%

0% 0%

11%14%

8%

60%

11%

0% 0%

40%

61%58%

84%

0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

CRIST PROC BENZA OUTROS

Analfabetas EB completo EF incompleto

EF completo EM incompleto EM completo

ES superior NI

67%71%

88%

80%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

CRIST PROC BENZA OUTRO

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Na avaliação do resultado do

teste não treponêmico no sangue

periférico (VDRL), este foi reagente

em 76 casos (84%), não reagente em

13 (14%), não realizado em 1 (1%), e

em 1 caso (1%) a informação não

estava disponível no prontuário.

Avaliando os resultados do

teste não treponêmico liquórico, este

foi reagente em 5 casos (5,5%), não

reagente em 82 (90%), e em 4 casos o

teste não foi realizado (4,5%).

Quanto à titulação

ascendente, esta foi negativa em 84

casos (92%), não realizada em 6 (7%) e

não informada em 1 caso (1%).

Já na avaliação da presença

de Treponema pallidum, o resultado

foi negativo em 84 casos (92%) e o

exame não foi realizado em 7 (8%).

Nenhum paciente apresentou

diagnóstico confirmado de

neurossífilis.

Quando avaliadas as

alterações liquóricas, estas estavam

presentes em 5 casos (5,5%), ausentes

em 85 (93,5%) e 1 caso a avaliação

não foi realizada (1%).

Alterações dos ossos longos,

pseudoartrose, esplenomegalia ou

osteocondrite não foram identificados

em nenhum dos prontuários

observados no decorrer do presente

levantamento. Quanto ao diagnóstico

clínico direto e indireto, e específico

para a sífilis congênita, este foi

sintomático em 28 casos (31%) e

assintomático em 63 (69%).

Icterícia esteve presente em

28 casos (31%), anemia em 1 caso

(1%), hepatomegalia em 2 casos (2%),

e lesões cutâneas também em 2 casos

(2%).

Por fim, quando avaliada a

evolução do caso, todos os pacientes

permaneceram vivos, sem registro de

óbitos por sífilis congênita, por outras

causas, ou mesmo abortos.

Quando aplicado o teste de

correlação de Pearson para avaliar se

alguma das variáveis coletadas se

correlacionava com o esquema

adotado para tratamento, apenas a

variável “tratamento do parceiro”

apresentou uma leve correlação

negativa com o tipo de tratamento

instituído (r = -0,47).

DISCUSSÃO

No presente estudo, mais da

metade dos casos de sífilis congênita

foram tratados com a penicilina

cristalina. Segundo Avelleira e

Bottino7, este é considerado o

tratamento mais comum para a sífilis,

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incluindo-se a neurossífilis, visto que

o medicamento é capaz, inclusive, de

atravessar a barreira

hematoencefálica. Para os autores,

levando em consideração

especialmente o diagnóstico de

neurosífilis, a dose recomendada varia

de 3 a 4.000.000 UI, por via

endovenosa, de quatro em quatro

horas, no total de 18 a

24.000.000UI/dia por um período de

10 a 14 dias7.

Para RN que apresentem

sintomas associados à alterações

hematológicas, radiológicas ou

sorológicas, além de RN cujo

resultado do VDRL for maior do que o

resultado materno, assim como

naqueles onde o VDRL é menor ou

igual ao materno, mas a possibilidade

de perda do seguimento clínico é

iminente, a penicilina G cristalina na

dose de 50.000 UI/Kg, por via

endovenosa, de 12 em 12 horas nos

primeiros 7 dias de vida, e de 8 em 8

horas até completar 10 dias de vida,

ou por penicilina G procaína 50.000

UI/Kg, dose única diária, são os

esquemas terapêuticos indicados8.

A maioria das mães de

crianças com sífilis congênita era

jovem, com menos de 25 anos de

idade em média. Este achado é

bastante próximo daquele observado

por Barbosa et al9, que ao estudar 388

gestantes portadoras de sífilis no

estado do Piauí, identificou mulheres

com idades entre 20 e 39 anos, e

praticamente mesmos dados de

estudo de âmbito nacional6, que

apresentou média de idade de 25,7

anos. Uma das explicações para a

maior frequência de mulheres jovens

portadoras de sífilis gestacional deve-

se ao fato de que o uso de

preservativos nas relações sexuais é

menor nessa faixa etária da

população9.

No presente estudo

predominaram as gestantes de

cor/etnia parda. Estes dados refletem

aqueles observados por Domingues et

al6, que também identificou maior

frequência da doença entre mulheres

pardas e negras, podendo ser

explicado pela miscigenação presente

no Brasil10.

A grande maioria das

gestantes avaliadas apresentava baixa

escolaridade. No estudo de Domingues

et al6, foi identificado que há uma

relação inversamente proporcional

entre a escolaridade da mulher e a

frequência de sífilis, ou seja, quanto

menor a escolaridade, maior a

frequência da doença. Para os

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autores, a baixa escolaridade está

associada a um risco de até 3,2 vezes

maior de contrair a sífilis. Segundo

Droomers e Westert11, a baixa

escolaridade está diretamente

relacionada à baixa renda familiar,

que por sua vez também está

relacionada ao menor acesso à

informação e aos serviços de saúde.

Apenas uma minoria de

gestantes não realizou os exames pré-

natais, o que assemelhasse a outro

estudos6,9. Este dado reflete a

melhoria no atendimento às

gestantes, proposta pelo Ministério da

Saúde, embora ainda nota-se algumas

desigualdades tanto no acesso ao

serviço quanto aos cuidados

prestados.

O maior número de

diagnósticos de sífilis materna ocorreu

no pré-natal. Para Saraceni e Leal12, a

investigação da sífilis deve

efetivamente ser realizada pela

atenção primária, por ser o melhor

cenário para acolhimento,

diagnóstico, terapêutica e

acompanhamento.

O teste treponêmico (teste

rápido) foi reagente na grande

maioria das gestantes avaliadas.

Segundo Andrade13, a realização desse

teste se mostra de suma importância

para diagnóstico da sífilis, uma vez

que, serve para eliminar a

possibilidade de ocorrência de falso-

negativos oriundos do teste não-

treponêmico, bastante comuns no

início da doença, quando os casos de

sífilis são latentes, assim como na

sífilis que efetivamente ocorre mais

tardiamente.

Cerca de metade das

gestantes estudadas recebeu esquema

terapêutico considerado adequado.

Porém, o tratamento do parceiro foi

realizado com pequena parcela onde a

sífilis foi diagnosticada nas gestantes.

Estudo de França et al14, realizado

com 113 casos notificados de sífilis

gestacional, também identificou que

em mais de 80% dos casos o parceiro

não aderiu ao tratamento.

Para Mesquita et al15, a

adesão do parceiro ao tratamento é

uma das maiores dificuldades

encontradas para o controle da sífilis.

Para Schraiber et al16, o autocuidado

e a nução aos tratamentos por parte

dos homens ainda são baixos e

envolvem aspectos de cunho social

ligados à cultura masculina.

Quanto ao resultado do teste

treponêmico (teste rápido) nos RN,

este foi positivo na maioria dos casos.

Este resultado é semelhante ao

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Moreira D. Epidemiologia da sífilis congênita e materna...

Journal Health NPEPS. 2019 jul-dez; 4(2):200-214. 210

observado por Nonato et al17, que em

estudo realizado com 353 gestantes e

seus recém-nascidos na cidade de

Belo Horizonte (MG), também

observou resultados positivos para o

teste treponêmico na grande maioria

dos bebês. Os testes treponêmicos são

muito importantes no diagnóstico da

sífilis congênita, já que podem

apresentar resultados positivos bem

mais cedo do que os testes não

treponêmicos, sendo mais sensíveis

tanto no diagnóstico da sífilis primária

quanto da terciária18.

Mesmo não tendo sido

realizado o teste treponêmico após 18

meses, visto que esta pesquisa incluiu

na amostra apenas recém-nascidos,

vale lembrar que a realização do

referido exame é importante em

todos os indivíduos com menos de 13

anos de idade e que tenham

apresentado quaisquer evidências

sorológicas anteriores para a sífilis19.

Nesse sentido, seria interessante que

os recém-nascidos participantes deste

estudo retornassem ao Serviço após

completarem 18 meses de idade para

realização do teste citado.

Na avaliação das alterações

liquóricas, estas estavam presentes

em pouquíssimos casos. Quanto às

evidências de Treponema pallidum, o

resultado foi negativo na grande

maioria dos RN. Avaliando os

resultados do teste não treponêmico

liquórico, este foi reagente apenas em

alguns poucos casos. Este resultado

também se assemelhou com estudo

realizado por Gonçalves e Silva20.

Estes autores, ao avaliar incidência de

sífilis congênita no estado de Santa

Catarina, identificaram que os

resultados do teste treponêmico

liquórico também foram negativos na

grande maioria dos RN incluídos na

amostra, embora apenas metade dos

110 casos tenham realizado o teste.

Na grande maioria dos casos

avaliados, a titulação ascendente foi

negativa. Embora no estudo de

Gonçalves e Silva 20, citado

anteriormente, mais da metade dos

RN não tenham realizado também o

exame de titulação ascendente,

aqueles que realizaram apresentaram

resultado negativo, o que se

assemelhou aos resultados desta

pesquisa. O teste de titulação

ascendente se mostra importante,

pois caso o resultado do RN se mostre

maior do que o resultado materno, ou

mesmo na presença de alterações

clínicas, uma análise liquórica mais

apurada, assim como a radiografia dos

ossos longos e o hemograma

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Moreira D. Epidemiologia da sífilis congênita e materna...

Journal Health NPEPS. 2019 jul-dez; 4(2):200-214. 211

completo, devem ser realizados

visando adequar a conduta e a tomada

da melhor decisão clínica por parte da

equipe médica21.

Alterações dos ossos longos,

pseudoartrose, esplenomegalia ou

osteocondrite não foram identificados

em nenhum dos prontuários

observados no decorrer do presente

levantamento. Quanto ao diagnóstico

clínico, este foi assintomático na

maioria (69%) dos casos. Ainda, neste

trabalho, nenhum óbito foi

contabilizado. Alguns sintomas e

sinais patognomonicos ou não do

diagnostico de Sifilis Congenita com a

Icterícia que ocorreu em

aproximadamente 30% da amostra,

hepatomegalia e lesões cutâneas

foram positivas em apenas alguns

poucos RN (1-2%). Em sua revisão da

literatura, Albuquerque et al22 citam a

icterícia associada a alterações

hepáticas como um dos principais

achados clínicos que acompanham os

RN sifilíticos.

A despeito do fato de que

estes achados foram raros na amostra

do presente estudo, chama-se atenção

de pesquisadores23 e do corpo clínico

sobre a importância da investigação

dos referidos fatores, visando

diagnosticá-los e tratá-los, quando

presentes, o mais precocemente

possível.

CONCLUSÃO

Neste estudo, o tratamento de

escolha para a maioria dos casos de

sífilis congênita foi penicilina

cristalina, considerada a estratégia

mais comum, sendo o tratamento de

eleição por ser mais barato, eficaz e

rápido para remissão da referida

condição clínica. A amostra de

sifilíticas foi constituída em sua

maioria por mulheres jovens, pardas e

de baixa escolaridade. A grande

maioria havia realizado os exames

pré-natais, embora sem

acompanhamento do parceiro.

Grande parte dos RN

estudados (84%) apresentou resultados

positivos quando realizado o teste

treponêmico, embora poucos tenham

apresentado alterações liquóricas ou

outras complicações associadas à

sífilis. Como nenhum óbito foi anotado

no presente estudo, entende-se que a

equipe clínica do hospital avaliado

tem obtido sucesso no diagnóstico

precoce e tratamento adequado da

sífilis congênita. Todavia, chama-se a

atenção para a necessidade de criação

de campanhas que visem fornecer

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Journal Health NPEPS. 2019 jul-dez; 4(2):200-214. 212

informações às mães sobre a

importância da prevenção da sífilis

materna, o que resultaria, por sua

vez, em uma possível redução do

número de casos de sífilis congênita,

bem como de suas consequências.

Dentre as principais limitações

deste estudo, destacam-se a

utilização de uma amostra de

conveniência, além da avaliação dos

resultados em um único serviço.

Sugerem-se novos estudos,

envolvendo um período de

acompanhamento maior, e com a

comparação dos resultados obtidos

com aqueles observados por outros

serviços, visando avaliar se os bons

indicadores observados no presente

trabalho poderão se repetir quando

avaliados em maior escala.

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Conflito de interesses: Os autores declaram não haver

conflito de interesses.

Participação dos autores: Concepção: Moreira D.

Desenvolvimento: Moreira D.

Redação e revisão: Moreira D.

Como citar este artigo: Moreira D. Epidemiologia da sífilis

congênita e materna em um hospital público do município de Carapicuíba - SP. J Health NPEPS. 2019; 4(2):200-214.

Submissão: 07/05/2019 Aceito: 11/10/2019

Publicado: 01/12/2019