Epilepsia - Perguntas Mais Frequentes

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  Perguntas mais freqüentes sobre epilepsia  - INFORMAÇÕES BÁSICAS -   O que significa epilepsia? A palavra epilepsia é derivada do grego, no qual significa uma condição de tornar-se dominado, apanhado ou atacado. O povo usava-a por acreditar que as crises eram causadas por um demônio. Assim a epilepsia tornou-se uma doença sagrada. Esta é a base para os mitos e medos que cercam a epilepsia, e que influenciam as atitudes populares no sentido de dificultar ainda mais o alcance de uma vida normal para os  portadores. A palavra epilepsia não significa mais do que uma tendência para ter crises. Epilepsia é uma condição neurológica que de tempo em tempo produz breves distúrbios nas funções elétricas cerebrais normais. A função cerebral normal é garantida por milhões de  pequenas cargas elétricas passando entre células nervosas no cérebro e em todas as partes do corpo. Quando alguém tem epilepsia, este padrão normal pode ser interrompido por surtos intermitentes de energia elétrica muito mais intensa do que o habitual. Isto pode afetar a consciência da pessoa e provocar movimentos corporais ou sensações por curtos  períodos de tempo. Estas mudanças fisiológicas são chamadas de crises epilépticas. Por isso a epilepsia é por vezes chamada de desordem convulsiva. Os surtos não habituais de energia podem ocorrer em apenas uma área do cérebro (crises parciais), ou podem afetar células nervosas através de todo cérebro (crises generalizadas). A função cerebral normal não pode retornar até que o surto elétrico desapareça. Condições cerebrais que produzem estes episódios podem estar presentes desde o nascimento, ou podem se desenvolver mais tarde devido a traumatismos, infecções, anormalidades estruturais, exposição a agentes tóxicos, ou por razões que ainda não são bem entendidas. Algumas doenças ou traumatismos severos podem afetar o cérebro a ponto de produzir uma crise isolada. Quando as crises continuam a ocorrer por razões desconhecidas ou por um problema subjacente que não pode ser resolvido a condição é denominada epilepsia. A epilepsia afeta  pessoas de todas as idades, todas nacionalidades e todas as raças. A epilepsia pode também ocorrer em animais, incluindo cães, gatos, coelhos e camundongos.  A epilepsia é uma doença?  A epilepsia não é uma doença. Ela é um sinal ou sintoma de uma desordem neurológica subjacente.  O que é uma crise? O cérebro é um órgão altamente complexo e sensitivo. Ele regula e controla todas nossas ações. Ele controla movimentos, sensações, pensamentos e emoções. Ele é o sítio da memória e regula os mecanismos involuntários do corpo, tais como os do coração e pulmões. As células cerebrais trabalham em conjunto, comunicando-se por meio de sinais elétricos. Ocasionalmente ocorre uma descarga elétrica anormal de um grupo de células e o resultado é uma crise. O tipo de crise depende da região do cérebro onde ocorre a descarga.  Qual a diferença entre crises e epilepsia ?  Crises são sintoma de epilepsia. Epilepsia é a tendência subjacente do cérebro para produzir surtos súbitos de energia elétrica que desarranja outras funções cerebrais. Ter uma crise isolada não significa necessariamente que uma pessoa tem epilepsia. Febre alta, traumatismo de crânio severo, falta de oxigênio são fatores que podem afetar o cérebro a ponto de causar crise isolada. A epilepsia, por outro lado, é uma condição subjacente (ou dano cerebral permanente) que afeta o delicado

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  • Perguntas mais freqentes sobre epilepsia

    - INFORMAES BSICAS -

    O que significa epilepsia? A palavra epilepsia derivada do grego, no qual significa uma condio de tornar-se dominado, apanhado ou atacado. O povo usava-a por acreditar que as crises eram causadas por um demnio. Assim a epilepsia tornou-se uma doena sagrada. Esta a base para os mitos e medos que cercam a epilepsia, e que influenciam as atitudes populares no sentido de dificultar ainda mais o alcance de uma vida normal para os portadores. A palavra epilepsia no significa mais do que uma tendncia para ter crises. Epilepsia uma condio neurolgica que de tempo em tempo produz breves distrbios nas funes eltricas cerebrais normais. A funo cerebral normal garantida por milhes de pequenas cargas eltricas passando entre clulas nervosas no crebro e em todas as partes do corpo. Quando algum tem epilepsia, este padro normal pode ser interrompido por surtos intermitentes de energia eltrica muito mais intensa do que o habitual. Isto pode afetar a conscincia da pessoa e provocar movimentos corporais ou sensaes por curtos perodos de tempo. Estas mudanas fisiolgicas so chamadas de crises epilpticas. Por isso a epilepsia por vezes chamada de desordem convulsiva. Os surtos no habituais de energia podem ocorrer em apenas uma rea do crebro (crises parciais), ou podem afetar clulas nervosas atravs de todo crebro (crises generalizadas). A funo cerebral normal no pode retornar at que o surto eltrico desaparea. Condies cerebrais que produzem estes episdios podem estar presentes desde o nascimento, ou podem se desenvolver mais tarde devido a traumatismos, infeces, anormalidades estruturais, exposio a agentes txicos, ou por razes que ainda no so bem entendidas. Algumas doenas ou traumatismos severos podem afetar o crebro a ponto de produzir uma crise isolada. Quando as crises continuam a ocorrer por razes desconhecidas ou por um problema subjacente que no pode ser resolvido a condio denominada epilepsia. A epilepsia afeta pessoas de todas as idades, todas nacionalidades e todas as raas. A epilepsia pode tambm ocorrer em animais, incluindo ces, gatos, coelhos e camundongos. A epilepsia uma doena? A epilepsia no uma doena. Ela um sinal ou sintoma de uma desordem neurolgica subjacente. O que uma crise? O crebro um rgo altamente complexo e sensitivo. Ele regula e controla todas nossas aes. Ele controla movimentos, sensaes, pensamentos e emoes. Ele o stio da memria e regula os mecanismos involuntrios do corpo, tais como os do corao e pulmes. As clulas cerebrais trabalham em conjunto, comunicando-se por meio de sinais eltricos. Ocasionalmente ocorre uma descarga eltrica anormal de um grupo de clulas e o resultado uma crise. O tipo de crise depende da regio do crebro onde ocorre a descarga. Qual a diferena entre crises e epilepsia ? Crises so sintoma de epilepsia. Epilepsia a tendncia subjacente do crebro para produzir surtos sbitos de energia eltrica que desarranja outras funes cerebrais. Ter uma crise isolada no significa necessariamente que uma pessoa tem epilepsia. Febre alta, traumatismo de crnio severo, falta de oxignio so fatores que podem afetar o crebro a ponto de causar crise isolada. A epilepsia, por outro lado, uma condio subjacente (ou dano cerebral permanente) que afeta o delicado

  • sistema que governa a distribuio da energia eltrica no crebro, tornando-o suscetvel a crises recorrentes. O que uma "aura"? Antes do comeo de uma crise algumas pessoas experimentam uma sensao ou aviso chamado "aura". A aura pode ocorrer com antecedncia tal que possibilita pessoa tomar medidas preventivas quanto a possveis leses provocadas pelas crises. O tipo de aura varia de pessoa para pessoa. Algumas sentem uma mudana na temperatura corporal, outras tm uma sensao de tenso ou ansiedade. Em alguns casos a aura epilptica pode manifestar-se como um som musical, um gosto estranho ou um curioso e particular odor. Se a pessoa consegue fazer uma boa descrio da sua aura isso pode ajudar o mdico a descobrir em que regio do crebro ocorre a descarga inicial. Uma aura pode ocorrer sem ser seguida por uma crise e, em alguns casos, ela mesma pode ser classificada como sendo um tipo de "crise parcial simples". Quando foi descoberta a epilepsia? A epilepsia a desordem neurolgica mais antigamente conhecida. Ela mencionada h mais de 2000 anos A.C.. Referncias podem ser encontradas em antigos textos gregos e na Bblia. Contudo somente a partir do sculo XIX passou a ser seriamente estudada. Sir Charles Locock foi o primeiro a introduzir um sedativo que ajudava no controle das crises, em 1857. Em 1870, John Hughlings Jackson identificou o crtex cerebral como sendo a parte envolvida na epilepsia. Em 1929 Hans Berger demonstrou que os impulsos eltricos do crebro humano podiam ser registrados, estabelecendo as bases da eletroencefalografia clnica. E se tiver ocorrido apenas uma crise? Quando uma criana ou adulto nunca teve uma crise antes, a primeira crise deve ser cuidadosamente seguida por uma avaliao neurolgica rigorosa que ajudar o mdico a decidir quando prescrever drogas para preveno de crises ou quando esperar eventual repetio da crise. O fator mais importante na deciso de usar drogas a probabilidade de novas crises. Os mdicos utilizam testes diagnsticos e cuidadosa avaliao da prpria crise para determinar o grau de probabilidade para ocorrncia de novas crises no futuro. Idade, histria familiar e possveis causas da crise so fatores sempre considerados. Variveis no propriamente mdicas, tais como perda da licena para dirigir veculos automotores e problemas com o impacto sobre a profisso podem entrar na deciso. O que fazer quando suspeitar de uma desordem convulsiva? Se voc pensa que tem ou que algum que voc ama tem crises importante discutir com seu mdico o que est acontecendo. Anote com que freqncia ocorrem os episdios no habituais, a hora do dia em que acontecem e que forma assumem. Dando ao mdico estas informaes voc estar ajudando muito para que ele possa determinar se o que voc est vendo pode ser um tipo de epilepsia.

    - PESSOAS COM EPILEPSIA -

    Que tipo de pessoa tem epilepsia? Virtualmente, sob circunstncias favorveis qualquer um pode ter uma crise. Cada um de ns tem um limiar cerebral convulsivo que nos torna mais ou menos resistentes a crises. As crises podem ter vrias causas, incluindo traumatismo cerebral, doena cerebral, envenenamento ou ictus cerebral. Esses fatores no so exclusivos para qualquer faixa etria, sexo ou raa.

  • Quantas pessoas tm epilepsia? A epilepsia bem mais comum do que muitos imaginam. Estimativas atuais indicam que mais de 1% da populao teve ou ter alguma forma de epilepsia durante sua vida. A epilepsia maior em alguma idade particular? A epilepsia pode atingir qualquer um em qualquer idade. Contudo, a maior parte das pessoas que desenvolvem crises durante seus primeiros anos de vida tendem a apresentar uma reduo na intensidade e freqncia de suas crises na medida em que envelhecem. Em alguns casos a epilepsia pode desaparecer por completo. Metade dos casos desenvolve-se antes dos 10 anos. A epilepsia mais freqente em alguma cultura? Sim. Na Tanznia 4% da populao apresenta severas desordens convulsivas. Neste caso uma predisposio gentica para baixos limiares convulsivos conhecida. No Canad 1-2% da populao tem epilepsia.

    - TIPOS DE CRISES -

    Existe mais de um tipo de crises? As crises epilpticas ocorrem com grande variedade e sua freqncia e forma variam bastante de pessoa para pessoa. Mesmo assim, com os modernos mtodos de tratamento a maioria dos casos podem ser completamente controlados. Em virtude da existncia de tantas nuances na epilepsia e de to diferentes tipos de crises, um sistema especfico de classificao foi promovido pela Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE). A Classificao Internacional de Crises Epilpticas foi adotada pela comunidade mdica e est gradualmente substituindo termos ultrapassados como "grande mal" e "pequeno mal". A nova classificao descreve dois grupos principais de crises: "parciais" e "generalizadas". Ela divide cada uma destas categorias em subcategorias, incluindo crises: parcial simples, parcial complexa, ausncia, tnico-clnica e outros tipos. Qual a diferena entre crises parciais e generalizadas? A distino entre crises parciais e crises generalizadas o elemento mais importante da nova classificao. Se a descarga eltrica excessiva no crebro est limitada a uma rea, a crise parcial. Se todo o crebro est envolvido, a crise generalizada. Ao todo existem mais de 30 diferentes tipos de crises. Como decorrncia disto, a nova classificao subdivide as epilepsias parciais e generalizadas em diferentes categorias. O que so crises parciais? Crises parciais (antes denominadas crises focais) com sintomatologia elementar so chamadas de crises parciais simples. Durante esse tipo de crise o paciente pode experimentar uma gama de sensaes estranhas ou no usuais, movimentos bruscos de uma parte do corpo, distores auditivas ou visuais, desconforto estomacal ou sensao de medo. A conscincia no sofre prejuzo. Se seguida por outro tipo de crise pode ser referida como "aura". O que so crises parciais complexas? Crises parciais complexas (antes conhecidas como epilepsia psicomotora ou do lobo temporal) so caracterizadas por atos motores complicados envolvendo prejuzo da conscincia. Durante a crise o paciente parece entorpecido e confuso. Podem ser observadas condutas como andar a esmo, resmungar, virar a cabea, manipular a roupa. Usualmente esses assim chamados automatismos no so recordados pelo paciente. Na criana estas crises podem consistir em arregalar os olhos ou estalar os lbios e assim podem ser confundidas com as crises de ausncia abaixo descritas. O que so crises de ausncia? Crises generalizadas de ausncia (antigo pequeno mal) so caracterizadas por lapsos de 5 a 15 segundos da conscincia. Durante esse tempo o

  • paciente parece estar fixado no espao e os olhos podem rotar para cima. Ausncias no so precedidas por aura e a atividade anterior pode ser reassumida imediatamente aps a crise. Ocorrem tipicamente na criana e desaparecem na adolescncia. Elas podem, porm, evoluir para outros tipos de crises, tais como parcial complexa ou tnico-clnica. A ocorrncia de ausncias em adultos rara. O que so crises tnico-clnicas? Crise tnico-clnica (antigo grande mal) uma convulso generalizada envolvendo duas fases. Na fase tnica o indivduo perde a conscincia e cai, tornando-se o corpo rgido. Na fase clnica os membros se repuxam e estremecem. Aps a crise a conscincia recobrada lentamente. Se a crise tnico-clnica comea localmente (com uma crise parcial) ela pode ser precedida por uma aura. Essas crises so chamadas de secundariamente generalizadas. Embora as crises tnico-clnicas sejam as mais visveis - um tipo bvio de epilepsia - elas no so as mais comuns. As crises parciais so mais freqentemente encontradas e ocorrem em 62% de todos os pacientes epilpticos. Crises parciais complexas compreendem aproximadamente 30% de todos casos. Quais so os outros tipos de crises? Epilepsia rolndica benigna uma sndrome epilptica que ocorre em crianas jovens e limitada pela idade (desaparecem na adolescncia). Manifestaes tpicas so salivao e estremecimento da boca ou de membro superior. As crises ocorrem quase que exclusivamente noite. Epilepsia mioclnica juvenil uma epilepsia caracterizada por incio na infncia ou adolescncia e est associada com repuxos de membros ou crises tnico-clnicas generalizadas ocorrendo dentro de uma a duas horas aps o despertar. Crises que podem ser precipitadas por privao de sono, ingesto de bebida alcolica ou caf tendem a ocorrer pela manh. Outros tipos incluem: atnica, mioclnica, espasmo infantil, noturna, fotossensitiva, visual, musicognica, jacksoniana, sensorial, acintica, autonmica, crises prolongadas e estado de mal. O que estado de mal? Estado de mal epilptico o termo usado para descrever crises recorrentes sem recuperao da conscincia entre elas. uma emergncia mdica, pois pode ameaar a vida ou causar dano cerebral. Ao imediata deve ser desencadeada para acesso a tratamento mdico adequado. O que so pseudocrises? Pseudocrises (ou crises psicognicas) so muito comuns e podem ocorrer em pessoas com ou sem epilepsia. Os ataques so desencadeados, consciente ou inconscientemente, para obter maiores cuidados e ateno. As crises comeam com respirao ofegante e so desencadeadas por estresse mental, ansiedade ou dor. Com a respirao acelerada ocorrem modificaes na qumica sangunea (alcalose) e isso pode causar sintomas muito parecidos com as crises epilpticas: formigamentos na face, mos e ps, enrijecimentos, tremores, etc. O tratamento apropriado para pseudocrises acalmar a pessoa e faz-la respirar num ritmo normal. O tratamento pode envolver tambm investigao de fatores mentais e emocionais. Como distinguir crises epilpticas de pseudocrises? Elas se distinguem por sua natureza e por seus sintomas, mas o diagnstico pode ser difcil. As crises epilpticas so causadas por uma alterao da comunicao eltrica entre as clulas cerebrais, enquanto que as pseudocrises so desencadeadas por desejo consciente ou inconsciente de mais cuidado e ateno. Assim, a medida da atividade cerebral com o eletrencefalograma (EEG) e o registro simultneo da crise atravs de vdeo so importantes para distinguir entre crises e pseudocrises. Alm disso, as pseudocrises freqentemente no provocam a exausto, a

  • confuso e a nusea que esto associadas s crises epilpticas. Crises psicognicas podem ocorrer em pessoas que tm crises epilpticas. Podem ocorrer crises em pessoas no epilpticas? Epilepsia uma condio crnica de crises recorrentes no provocadas. Crises isoladas e crises provocadas (por lcool ou drogas por exemplo) no so epilepsia, embora os eventos sejam crises reais. Existem muitos tipos de crises no epilpticas. Crises no epilpticas diferem de crises epilpticas no fato de que usualmente no h evidncia de atividade eltrica anormal no crebro aps as crises e elas no ocorrem repetidamente. Algumas das causas mais comuns de crises no epilpticas so: hipoglicemia, sncope, cardiopatia, ictus cerebral, enxaqueca, defeitos vasculares, narcolepsia, estresse ou ansiedade extremos. Com o que as crises parecem? As crises variam dependendo do tipo de epilepsia que a pessoa tem. Algumas crises so muito evidentes, enquanto outras podem passar completamente desapercebidas. Com os tipos mais comuns de crises existe alguma perda de conscincia, mas algumas crises podem envolver apenas pequenos movimentos do corpo ou sensaes estranhas. O que a pessoa sente ao ter uma crise? Epilepsia uma classificao geral para uma grande variedade de crises. Assim, diferentes epilepsias tm crises bastante diferentes. Sensaes comuns associadas com crises incluem insegurana, medo, exausto fsica e mental, confuso, perda da memria. Alguns tipos de crises podem produzir fenmenos auditivos ou visuais enquanto outros podem envolver uma sensao de vazio. Se a pessoa fica inconsciente durante a crise pode no haver sensao alguma. Muitas pessoas experimentam uma aura antes da crise propriamente dita. Quanto tempo duram as crises? Dependendo do tipo de crise, podem durar de poucos segundos a alguns minutos. Em casos raros podem durar algumas horas. Exemplificando, uma crise tnico-clnica tpica dura de 1 a 7 minutos; crises de ausncia podem durar apenas poucos segundos e crises parciais complexas duram de 30 segundos at 2-3 minutos. Estado de mal epilptico refere-se a crises prolongadas que podem durar algumas horas e isto uma condio mdica sria. Contudo, na maioria das epilepsias as crises so muito curtas e apenas pequenos cuidados primrios so necessrios. Existe algo como um caso menor de epilepsia? Existem mais de 30 tipos de crises, algumas mais severas do que outras. Convulses tnico-clnicas longas, por exemplo, podem produzir mais efeitos fsicos e mentais do que crises parciais. Algumas pessoas tm crises muito freqentes (at com intervalos de horas), enquanto outras podem ficar meses ou anos sem crise. Alm disso, algumas crises so facilmente controladas pelo tratamento farmacolgico, enquanto outras mostram-se resistentes medicao.

    - CAUSAS E FATORES DESENCADEANTES -

    Qual a causa da epilepsia? No existe uma causa nica para a epilepsia. Muitos fatores podem lesar as clulas nervosas no crebro ou suas vias de comunicao. Em aproximadamente 65% de todos casos no existe causa conhecida. As causas mais freqentemente identificadas so: traumatismo de crnio, traumatismo de parto, febre alta, manipulao excessiva da criana, certas substncias txicas em doses altas, isquemia cerebral por ictus, tumores, problemas cardiovasculares, doenas do sangue ou doenas que lesam diretamente as clulas nervosas do crebro. Quando os mdicos podem identificar a

  • causa, a condio denominada epilepsia sintomtica. Quando a desordem subjacente no pode ser identificada fala-se em epilepsia idioptica. A epilepsia hereditria? Na maioria dos casos a epilepsia no hereditria. Em alguns casos uma tendncia para a epilepsia pode ser hereditria mas ela no suficiente para provocar as crises; para isso necessrio que outras condies desfavorveis existam no crebro. pouco provvel que crianas herdem a epilepsia. A epilepsia contagiosa? A epilepsia no contagiosa de modo algum. Ningum pode adquirir a desordem por falar, beijar ou tocar algum com epilepsia. Ela s pode ser transmitida geneticamente. Epilepsias que acometem famlias sugerem desordem etiolgica subjacente metablica ou gentica e esta a causa menos freqente de todas. A epilepsia causada por vrus? A epilepsia pode resultar de uma infeco ou doena. Algumas condies reconhecidamente capazes de resultar em epilepsia so meningite, encefalite viral, caxumba, sarampo, difteria, abscessos. O que pode desencadear crises? Em alguns casos as crises epilpticas podem ser desencadeadas por coisas que acontecem no meio ambiente. Crises podem ser desencadeadas por luzes piscando ou por mudana sbita do escuro para o claro (ou vice-versa). Outras pessoas podem reagir a sons baixos, sons montonos ou mesmo notas musicais. importante para a pessoa epilptica identificar fatores desencadeantes a ela relacionados, se existirem. Crises podem ser desencadeadas por luzes piscando? Epilepsia fotossensitiva o nome dado forma de epilepsia na qual as crises so desencadeadas por luzes piscando. Embora sejam mais freqentes em meninas entre 6 e 12 anos, podem ocorrer em qualquer idade e sexo. Podem certos alimentos ou bebidas causar crises? Pessoas com epilepsia devem fazer refeies regulares a intervalos regulares e prestar ateno no que comem e bebem. Drogas mdicas ou no mdicas bem como aditivos alimentares podem interagir com as drogas anticonvulsivas. lcool pode baixar o limiar convulsivo. Falta de sono pode causar crises? Privao excessiva de sono pode baixar o limiar convulsivo e facilitar as crises. Falta de sono fator precipitante bem conhecido como facilitador de crises. Outros fatores que podem baixar o limiar convulsivo so: febre alta, estados de grande excitao e alteraes na qumica corporal. Hipoglicemia pode desencadear crises? Hipoglicemia pode induzir crise tipo epilptica. Esta condio pode ser causada por dieta ou por drogas como a insulina. Isto no realmente epilepsia, j que no so crises recorrentes e no so devidas atividade eltrica cerebral anormal. Na hipoglicemia as crises so diretamente causadas por baixos nveis de acar no sangue. Aspartame pode desencadear crises? Em 1984 foram publicados trs trabalhos nos quais o aspartame baixava o limiar convulsivo, aumentando a atividade crtica. O Centro de Controle de Doenas de Atlanta revisou a matria e no encontrou esse efeito em doses normais de aspartame. Mais recentemente o aspartame foi contra-indicado para algumas crianas com ausncias. Um estudo da Universidade de Queen encontrou um aumento de 40% na atividade eltrica anormal, mas sem aumento do nmero de crises. Pesquisas neste campo continuam sendo feitas. O lcool afeta as crises? O lcool pode aumentar e depois baixar o limiar convulsivo, o que aumenta a tendncia para ter crises. Mais importante a interao entre o lcool e as drogas anticonvulsivas. Alm disso, algumas drogas de abuso, especialmente cocana e

  • anfetaminas, podem provocar crises. Alguns medicamentos, quando tomados em doses altas, podem tambm provocar crises.

    - PRIMEIROS SOCORROS NAS CRISES -

    Como eu posso ajudar algum que est em crise? A conduta apropriada para ajudar algum durante uma crise depende do tipo de crise. Enquanto uma pessoa com crise tnico-clnica pode precisar de alguma ajuda, na maioria dos casos pouco deve ser feito.

    A crise tnico-clnica (grande mal) freqentemente a mais dramtica e atemorizante, mas importante ter em mente que a pessoa em crise est inconsciente e no sente dor. A crise usualmente dura poucos minutos e no h necessidade de cuidado mdico. Os seguintes procedimentos simples podem ser usados: 1) Fique calmo. Voc no pode parar uma crise; deixe que ela siga seu curso, no tente reanimar a pessoa; 2) Coloque a pessoa no cho e afrouxe sua roupa; 3) Tente remover quaisquer objetos que possam machucar a pessoa. Pode ser necessrio colocar algo macio sob sua cabea; 4) Vire a pessoa de lado para que a saliva possa sair mais facilmente da boca; 5) No ponha nada na boca da pessoa; 6) Aps a crise deixe a pessoa descansar ou dormir, se necessrio; 7) Aps descansar, a maioria das pessoas recupera-se completamente. Caso contrrio acompanhe-a at sua casa; 8) No caso de uma criana em crise contate um familiar ou policial; 9) Se a pessoa apresenta uma srie de convulses sem recuperar a conscincia entre elas ou uma convulso que dure mais de dez minutos, procure imediatamente socorro mdico. Nas crises parciais complexas: 1) No restrinja a pessoa, proteja-a removendo objetos perigosos; 2) Se ocorrer perambulao fique com a pessoa e fale calmamente. Crises de ausncia e crises parciais simples no necessitam primeiros socorros.

    O que fazer se a criana tem crises durante o sono? As crianas so geralmente acordadas pelas crises que ocorrem enquanto dormem. Assim, os familiares so alertados quando elas ocorrem. Somente nos raros casos em que a criana vomita ou experimenta outros problemas durante a crise existe necessidade de preocupao.

    - DIAGNSTICO -

    Como diagnosticada a epilepsia? O diagnstico e avaliao da epilepsia requerem que o mdico saiba tudo sobre as crises - quando comeam, a aparncia do paciente antes, durante e depois das crises, e quaisquer ocorrncias no usuais no comportamento. Um histrico familiar importante. Em adio, um eletrencefalograma (EEG) pode ajudar a detectar reas de atividade celular aumentada.

  • Que especialistas podem diagnosticar e tratar a epilepsia? Qualquer mdico licenciado qualificado para tratar epilepsia. Existem mdicos especializados em desordens neurolgicas e que podem ser encontrados em hospitais e clnicas particulares. Epileptologistas trabalham em clnicas de epilepsia. Usualmente os casos so encaminhados para o neurologista ou para o epileptologista. Algumas pessoas consultam prticos de sade alternativa especializados em abordagem holstica, acupuntura ou quiropraxia. Freqentemente o mdico da famlia o primeiro a fazer o diagnstico. Os pediatras so tambm preparados, considerando que 2/3 de todas as epilepsias ocorrem antes dos 14 anos. O neurologista especialmente treinado em desordens do crebro e sistema nervoso. Um neurocirurgio, um psiquiatra ou psiclogo podem tambm ser convocados, se as circunstncias assim exigirem. Uma pessoa com epilepsia pode ter um EEG falso negativo? O EEG mede a atividade eltrica da superfcie do crebro. Um EEG pode ser normal se a atividade eltrica anormal ocorre profundamente no crebro. Pode uma pessoa ter um EEG falso positivo para epilepsia? Muitas pessoas no epilpticas podem ter alguma atividade epileptiforme no EEG. Contudo, isso no prova que elas tenham uma desordem convulsiva. Interpretar EEG uma funo que requer grande treinamento e o diagnstico de epilepsia baseado no quadro clnico. Outros exames como tomografia computadorizada e ressonncia magntica podem ser teis. Meu filho est tendo crises de ausncia ou simplesmente sonha acordado? Ao observador, uma criana em crise de ausncia pode parecer como se estivesse sonhando acordada, ou perdida no espao. Para saber a diferena precisam ser feitas observaes cuidadosas. Caractersticas comportamentais usuais de uma crise de ausncia incluem: piscar de olhos, movimentos mastigatrios, leves movimentos rtmicos dos msculos faciais, cabea ou braos. Durante a crise a criana pode no responder a estmulos verbais ou fsicos. Imediatamente aps a crise a criana retoma sua atividade normal. Se voc observa conduta no usual em seu filho, uma visita ao neurologista pode ser combinada com o mdico assistente da famlia. Que condies so por vezes confundidas com a epilepsia? Crises resultantes de abstinncia de lcool, febre ou hipoglicemia podem ser confundidas com epilepsia. Outras causas possveis so ictus, enxaqueca, isquemias cerebrais, narcolepsia e crises psicognicas. Crises podem passar desapercebidas? Os sintomas crticos nem sempre so observveis ou notificveis. A crise pode resultar em rigidez do corpo, convulso, movimentos mastigatrios, condutas no usuais ou perda da conscincia. Alguns sintomas so menos aparentes, tais como desorientao ou sensaes no usuais. Sintomas leves no significam que as crises tenham menor importncia.

    - TRATAMENTOS -

    Existe cura para a epilepsia? No existe cura conhecida para a epilepsia. Medicamentos podem freqentemente controlar as crises, mas isso no uma cura. Algumas formas de epilepsia ocorrem na infncia, dizendo-se ento que as pessoas superaram as crises pelo crescimento. Em alguns casos existe remisso espontnea da desordem. Por vezes uma cirurgia para remover a parte do crebro onde as crises se originam pode produzir parada completa e permanente das crises.

  • A epilepsia fatal? A epilepsia em si pode provocar a morte quando crises prolongadas (estado de mal) no so adequadamente tratadas. Tais mortes so muito raras. Mais comuns so mortes causadas por acidentes que ocorrem quando algum tem uma crise em situao potencialmente perigosa. Que tipos de tratamento esto disponveis? Quando um mdico diagnostica epilepsia, um tratamento especfico deve ser recomendado. O tratamento destinado a controlar as crises e a ajudar o paciente a ter uma vida normal, participando de todas as atividades, inclusive esportes. As duas maiores modalidades de tratamento so a farmacoterapia e a cirurgia. Existem tratamentos com remdios para a epilepsia? O tratamento da epilepsia primordialmente atravs de drogas anticonvulsivas especficas. Existem diferentes tipos destas drogas e o tipo prescrito depende das necessidades particulares de cada indivduo. As drogas so prescritas isoladamente ou em combinaes. As vrias drogas - ou suas combinaes - controlam diferentes tipos de crises. Como as drogas funcionam para controlar as crises? As drogas usadas para controlar crises so chamadas drogas antiepilpticas (DAE). Ainda no bem compreendido como elas param as crises, mudam o limiar convulsivo ou previnem descargas eltricas anormais. A base neuroqumica de sua ao desconhecida. Pesquisas mostram que algumas drogas podem bloquear a propagao de impulsos nervosos rpidos no crebro enquanto que outras aumentam o fluxo de ons de cloro, o que estabiliza as clulas nervosas. Que drogas so utilizadas na epilepsia? Existem diferentes drogas para tratar epilepsia. Algumas das mais comuns so: carbamazepina, fenitona, primidona, valproato, clobazam, clonazepam, nitrazepam, fenobarbital, etosuximida, gabapentin, lamotrigina, vigabatrina. Existem ainda novas drogas em desenvolvimento. A escolha da droga determinada pelo tipo de crise, pelos efeitos colaterais, pela idade e sade geral da pessoa. Por vezes vrias drogas - ou suas combinaes - precisam ser tentadas para que se consiga o controle das crises. Quo eficazes so os tratamentos com drogas? As maiorias das crises epilpticas so controladas pelas drogas anticonvulsivas prescritas pelo mdico. Cerca de 50% dos casos que tomam regularmente seus medicamentos tm suas crises eliminadas. Cerca de 30% tm reduo na intensidade e freqncia das crises a ponto de possibilitar uma vida normal. Os 20% restantes so resistentes medicao ou requerem doses to altas da medicao que prefervel ficar com um controle parcial. Estas drogas tm efeitos colaterais? Muitas drogas anticonvulsivas tm efeitos colaterais. Podem variar de leves a severos e diferem dependendo da droga e da dosagem. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns das drogas antiepilpticas so: sonolncia, tontura, nusea, irritabilidade e hiperatividade. O que nvel sanguneo? Nvel sanguneo refere-se quantidade de anticonvulsivo existente no sangue. medido por simples teste laboratorial e usado para determinar se os sintomas do paciente se devem a efeitos colaterais ou efeitos txicos do medicamento. tambm usado para determinar se o paciente toma quantidade suficiente para controle das crises. Quais so os sintomas de nveis sanguneos muito altos? Nveis altos podem provocar sonolncia, confuso, instabilidade e nuseas. Isto requer reduo da dosagem ou troca de medicao.

  • Qual o custo das drogas? O custo das drogas anticonvulsivas depende das dosagens necessrias, da droga usada e da quantidade contida em cada prescrio. Geralmente existe diferena de preo entre nomes comerciais e drogas genricas equivalentes. Toda pessoa com epilepsia precisa tomar remdio? O tratamento da epilepsia primordialmente medicamentoso. Existem vrias drogas e o tipo prescrito depende do tipo de crise. Se algum est livre de crises h anos, o mdico pode decidir retirar gradualmente a medicao. Quando usada a cirurgia para tratar a epilepsia? A cirurgia usada somente quando a medicao falha, e mesmo assim numa pequena percentagem destes casos - aqueles nos quais o tecido cerebral lesado est confinado a uma rea restrita do crebro e que pode ser removida sem risco de danos personalidade ou funes cerebrais. Qual a probabilidade de meu filho transpor pelo crescimento uma desordem convulsiva? Isto difcil de responder. Algumas crianas sobrepassam a epilepsia pelo crescimento, mas algumas continuam tendo crises, ou so intensificadas at. Algumas pessoas experimentam o mesmo tipo de crise por toda sua vida. Algumas epilepsias so conhecidas por quase sempre remitirem (epilepsia rolndica benigna, por exemplo), outras por geralmente remitirem (ausncias da criana, por exemplo) e algumas por quase nunca remitirem (epilepsia mioclnica juvenil, por exemplo). A comunidade mdica no pode predizer quem continuar e quem no continuar a ter crises, mas eles sentem que quanto mais cedo iniciar o tratamento mais fcil ser o controle. Abordagens no tradicionais auxiliam? Algumas pessoas com epilepsia tm tentado diferentes abordagens para melhorar o controle de suas crises. Em alguns casos a pessoa sente que teve alguma melhora. Contudo, estudos cientficos no tm sido dedicados a esta rea. Tcnicas que reconhecidamente reduzem o estresse ou que melhoram a sade geral podem ajudar algumas pessoas. Outras tcnicas tentadas so o biofeedback, dietas, acupuntura e meditao. A meditao transcendental tem algum efeito sobre a epilepsia? A comunidade mdica no determinou se coisas deste tipo tm efeito real sobre a epilepsia. Tem sido demonstrado que entre pessoas que sabem o que est acontecendo em um determinado momento, algumas podem influenciar nos processos automticos do corpo. Com biofeedback algumas pessoas podem moderar e possivelmente mudar certas funes involuntrias tais como o ritmo de suas ondas cerebrais, a presso sangunea, a freqncia cardaca, etc. O significado disto em relao epilepsia desconhecido. O biofeedback ajuda? Biofeedback o processo de voluntariamente moderar, limitar ou mudar certas funes fisiolgicas tidas como involuntrias. Na epilepsia a pessoa pode, atravs de treinamento extensivo, controlar certas funes fisiolgicas relacionadas com crises. Treinamento em biofeedback pode tambm reduzir o estresse, o que pode reduzir crises relacionadas com estresse. Abordagens no mdicas podem melhorar o controle das crises em algumas pessoas, mas no devem ser tentadas sem o conhecimento do mdico que prescreve seus anticonvulsivos. Sob nenhuma circunstncia os anticonvulsivos podem ser retirados bruscamente, o que poderia precipitar crises prolongadas com risco de vida. Existe dieta especial para epilpticos? Bons hbitos nutricionais e estilo saudvel de vida ajudam na manuteno de nvel timo de controle de crises. Mudanas drsticas de peso requerem reviso mdica. Em virtude de alguns anticonvulsivos poderem causar deficincias nutritivas em algumas pessoas, uma dieta diria bem balanceada prevenir tal fato.

  • O que dieta cetognica? Dieta cetognica uma dieta rica em lipdios e leos e com baixos teores de protenas e carboidratos. Esta ingesta no usual cria uma condio corporal chamada cetose, que faz subir o limiar convulsivo para algumas pessoas. A dieta cetognica mais efetiva em crianas. Requer preparo cuidadoso e aderncia total. Embora de difcil implementao, muitas crianas conseguem melhor controle das crises com esta dieta do que com medicao. Algumas conseguem reduzir ou eliminar os medicamentos. Cuidados e superviso mdica so necessrios para essa terapia.

    - VIVENDO COM EPILEPSIA -

    Pessoas com epilepsia podem ter vida normal? A experincia tem demonstrado que pessoas com epilepsia tm menos crises se levam vida ativa normal. Isto significa que precisam ser encorajadas para que encontrem emprego - em tempo integral ou parcial. Pessoas com quaisquer desabilidades esto protegidas pelo Cdigo de Direitos Humanos do Canad. Contudo, algumas funes, pela natureza do equipamento ou pela maquinaria, podem ser no recomendados para uma pessoa com epilepsia. portanto muito importante para um adulto jovem trabalhar sob orientao, para estabelecer metas apropriadas. O que as pessoas com epilepsia podem fazer para melhorar sua sade? Como em qualquer condio mdica, a epilepsia influenciada pelas condies gerais de sade da pessoa. Assim, tudo que melhorar o estado geral da pessoa ter efeitos positivos sobre a epilepsia. Isto inclui alimentao, exerccios, repouso, reduo do estresse, evitar depresso, afastar-se do lcool e de drogas ilcitas. Como se prevenir contra as crises? Uma pessoa com epilepsia pode ajudar no controle de suas crises tomando regularmente o medicamento prescrito, mantendo boa higiene de sono, evitando grandes estresses e trabalhando em parceria com seu mdico. Avaliaes mdicas regulares e visitas de acompanhamento so tambm importantes. Contudo, crises podem acontecer mesmo quando algum est fazendo tudo o que deveria fazer. Quem pode saber que tenho epilepsia? Abertura e honestidade sobre a epilepsia so importantes. O professor da criana deve ser informado sobre o tipo de crise, com o que se parece, sua freqncia e qualquer necessidade de primeiros socorros. Existem vantagens e desvantagens em contar para um empregador. O que voc contar pode depender do quanto voc se sente confortvel quando aborda o assunto, os tipos de crise envolvidos e o tipo de emprego. O empregador pode perguntar se voc tem algum problema mdico que o incapacite para a funo pretendida, mas ele no pode perguntar diretamente sobre medicamentos. Existe preconceito contra pessoas com epilepsia? Mesmo que muito se tenha progredido no sentido de reduzir o preconceito social contra a epilepsia, discriminao ou rejeio podem ser problemas para pessoas com epilepsia. Alm disso, familiares e amigos podem se mostrar superprotetores ou impor restries desnecessrias. Enfim, pessoas com crises podem perder a confiana ou se sentirem cidados de segunda classe. Existe algum problema em ter filhos? Mulheres que usam drogas anticonvulsivas precisam ser cuidadosas quando resolvem engravidar. Foram relatados casos de malformaes congnitas entre estas mulheres. Enquanto a taxa normal de malformaes congnitas de 2-3%, entre mulheres com epilepsia que no estejam tomando medicao a taxa sobe em 0,5 pontos. Mulheres tomando apenas um tipo de remdio tm taxa de 6-7%,

  • com algumas diferenas dependendo do tipo de droga. Combinaes de drogas aumentam drasticamente o risco. Isto cria um problema, porque a droga cria um risco para a criana, mas a necessidade de um anticonvulsivo permanece durante a gravidez. As crises podem at ser mais freqentes durante a gravidez e prejudicarem me e filho. O mdico deve decidir trocar ou reduzir a medicao quando a paciente deseja engravidar. Em alguns casos, entretanto, o mdico pode recomendar que o risco de gravidez muito grande para me e filho, desaconselhando-a. Quaisquer alteraes na medicao devem ser consideradas cuidadosamente e a mulher no pode fazer isso por sua conta. Existem cuidados especiais no pr-natal da mulher epilptica e isto requer ateno especial. Finalmente, alguns remdios podem provocar falha de plulas anticoncepcionais. A medicao anticonvulsiva pode prejudicar o recm-nascido? Converse sempre com seu mdico sobre uso de anticonvulsivos e amamentao. Embora medicaes anticonvulsivas tenham sido encontradas no leite materno de mulheres epilpticas, a quantidade muito pequena para prejudicar a criana. Pessoas com epilepsia podem dirigir automvel? Em Ontrio a situao de que ningum com histria de epilepsia pode dirigir veculo automotor, a menos que um atestado mdico assegure que a pessoa esteja livre de crises pelo perodo mnimo de um ano. Cada caso revisado por uma junta mdica de aconselhamento. A situao pode ser diferente na localidade onde voc mora. Pergunte ao seu mdico sobre isso, ou contate um centro de exame para motoristas. Pessoas com epilepsia podem nadar? prudente que uma pessoa com epilepsia converse com seu mdico antes de decidir comear a nadar. Quando uma pessoa com epilepsia vai nadar, ela no pode ir sozinha (regra de segurana na gua que vale para todos). tambm recomendado que a natao seja realizada em piscina supervisionada e no em praias, lagos ou rios. Pode a epilepsia trazer problemas na escola? Desordens crticas de longa durao podem estar associadas com dano cerebral induzido pelas crises e conseqentes problemas de memria. Crianas com epilepsia podem tambm apresentar problemas de aprendizagem ou de concentrao pela desordem neurolgica subjacente ou pela medicao. Se uma criana com epilepsia est com problemas na escola, tanto academicamente como socialmente, a professora deve ser solicitada a ajudar. Se o seu filho est com problemas acadmicos, pea para conversar com o Consultor de Educao Especial para a rea. Em acordo com a professora da criana, um programa modificado pode ser arranjado, se necessrio. Crianas com epilepsia devem ser incentivadas a participar de todas as atividades regulares da escola, inclusive esportes. A epilepsia pode causar problemas emocionais? Pessoas com epilepsia podem desenvolver depresso por razes biolgicas e sociais. Algumas desordens crticas de longa durao e pobremente controladas pela medicao podem associar-se com mudanas crnicas de personalidade. Alguns pacientes com crises do lobo temporal podem apresentar, aps as crises, episdios de curta durao de descontrole emocional ou dificuldade de pensamento. Embora a epilepsia seja um problema mdico, a pessoa com epilepsia precisa tambm fazer alguns ajustes emocionais. O primeiro passo a aceitao do diagnstico. Inicialmente, pessoas com epilepsia e seus familiares podem ficar chocados ou negarem o fato. Raiva, medo e depresso so tambm comuns. Contudo, com informao e suporte, pessoas com epilepsia podem compreender a condio e desenvolver estratgias positivas.

  • A epilepsia pode levar a problemas de auto-estima? importante lembrar que pessoas com epilepsia podem viver plena e produtivamente. Quando a auto-estima torna-se um problema, uma discusso aberta com amigos, com a famlia ou com um profissional pode ajudar no desenvolvimento de novos caminhos para continuar competindo e uma nova esperana.

    - EPILEPSIA E TRABALHO -

    Que ocupaes no so apropriadas para pessoas com epilepsia? Desde que treinadas ou educadas apropriadamente, a maior parte das pessoas com epilepsia capaz de realizar qualquer trabalho. Algumas excees a esta regra so: ocupaes em linhas areas militares ou comerciais e bombeiro. Consideraes devem ser feitas quanto ao tipo de crise e sobre o quanto esto sob controle com a medicao. Pessoas com epilepsia podem pilotar um avio? Pessoas com epilepsia no podem estar aptas para pilotar. Existem regras rgidas para quem deseja licena para pilotar. Cada pessoa atendida individualmente e precisa submeter-se ao regime de exigncias do Centro Mdico de Aviao Civil. Existe algum problema com segurana no trabalho? Os empregadores costumam acreditar que a segurana no trabalho pode estar comprometida numa situao de injria causada pela crise no local de trabalho. Um estudo revelou que a taxa de acidentes entre trabalhadores com epilepsia menor do que entre trabalhadores sem desabilidades. Responsabilidade no um fator relevante desde que o empregador coloque o empregado em funo apropriada e providencie acomodao racional se necessria.

    - EPILEPSIA E OUTRAS DESORDENS -

    A epilepsia est relacionada com outros problemas neurolgicos? A epilepsia no est necessariamente associada com outros problemas neurolgicos ou com dificuldades no aprendizado. Ocasionalmente a fonte das crises pode se refletir em outras deficincias neurolgicas. A medicao anticonvulsiva pode causar sedao e assim rebaixar a capacidade de aprendizado. Pessoas com epilepsia tm o mesmo nvel de inteligncia do que a populao geral. A epilepsia est relacionada com doena mental? A epilepsia no est relacionada com doena mental. Por causa do envolvimento do crebro, a epilepsia tem sido erroneamente associada com desordens psiquitricas. A epilepsia difere das desordens psiquitricas no fato de que as crises duram pouco tempo e comeam e terminam abruptamente. Alm disso, no perodo entre as crises as pessoas com epilepsia no tm alteraes em seu humor ou conduta. A epilepsia pode afetar a inteligncia? Crises podem afetar a inteligncia, por isso so importantes o diagnstico imediato e o rpido controle das crises. Existe o risco, caso as crises sejam prolongadas, de reduo significativa do oxignio no crebro durante as mesmas; entretanto estas so ocorrncias extremamente raras. No caso de pessoas epilpticas e com atraso no desenvolvimento mais provvel que este seja conseqncia direta da mesma leso causadora da epilepsia. Na maioria dos casos, pessoas com epilepsia tm inteligncia normal.

  • Existe alguma ligao entre perda de memria e epilepsia? Algumas pessoas com epilepsia experimentam dificuldade em relembrar fatos remotos e recentes. Freqentemente isto causado pela medicao usada para tratar a epilepsia, ou por atividade crtica regular. Pessoas assim afetadas podem aprender a compensar a perda usando listas e lembretes, criando um ambiente organizado. A epilepsia tem relao com a asma? A asma ocorre em crianas com epilepsia com a mesma freqncia que na populao geral. A teofilina pode desencadear crises. Existe alguma doena para a qual pessoas com epilepsia so mais suscetveis? Pessoas com epilepsia que esto em tratamento podem experimentar efeitos colaterais que as tornam mais suscetveis para outras doenas ou desordens. Condies comuns so hipertricose e hipertrofia da gengiva, causadas pela fenitoina. Outros problemas comuns so disfuno heptica e depresso.

    - MISCELNEA -

    Animais tm epilepsia? A epilepsia pode ocorrer em animais. Como em humanos, a epilepsia em animais traduz uma atividade eltrica anormal no crebro. Cachorros podem pressentir crises em humanos antes delas ocorrerem? possvel que alguns cachorros sejam capazes de detectar alteraes pr-crticas na fisiologia de algumas pessoas com epilepsia. Em alguns casos, a pessoa com epilepsia advertida por uma aura antes da crise principal. Pouco conhecido sobre como cachorros podem detectar crises antes do seu incio. Contudo, existem hipteses sobre a capacidade de cachorros detectarem mudanas qumicas provocadas pelo medo, e algumas crises so precedidas por sensao de medo.

    Instituto de Neurologia de Curitiba Rua Jeremias Maciel Perretto, 300 Ecoville - Curitiba / Paran

    Principais fontes consultadas para elaborao desta matria: FAQ mantida por Andrew Patrick - http://www.debra.dgbt.doc.ca/~andrew/epilepsy/ FAQ da Epilepsy Foundation of America - http://www.efa.org/