Equações Diferencias Ordinárias

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    Capítulo IV: Derivada de funções de uma variável real a valores

    reais.

    Muitos são os problemas matemáticos caracterizados pela determinação de

    máximos e mínimos de funções reais de uma variável onde é imprescindível a

    aplicação do conceito de derivada, o qual será estudado nesse capítulo. 

    §4.1. Derivação.

    Sejam  R X   f     :   uma função contínua e  X a . O quociente

    a x

    a  f   x  f   xq

      )()()(   tem sentido para a x  , logo define uma função

      Ra X q   : , cujo valor q(x) é a inclinação da secante (reta que liga os

    pontos (a, f(a)) e (x, f(x)) no gráfico de f).

    No caso em que  X  X a     ' então é natural considerar )(lim   xqa x

    , que

    representa a inclinação da tangente ao gráfico de f(x) no ponto (a, f(a)).

    Definição de derivada: Sejam  R X   f     :  e  X  X a     ' . A derivada da função

    f  no ponto a é o limite:

    h

    a  f  ha  f  

    a x

    a  f   x  f  a  f  

    ha x

    )()(lim

    )()(lim)(

    0

    '  

    .

    Este limite pode existir ou não. Se existir, diz-se que f  é derivável no ponto a,

    e a derivada nesse ponto é o valor do limite.

    Exemplo 1: Seja  R R  f     :  dada por3

    )(   x x  f     .

    x

    y

    a xo

    y=f(x)

    (x, f(x)) (a, f(a))

    Fig.1: Gráfico da secante e da tangente a f.

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      222333limlim

    )()(lim)('   a

    a x

    aax xa x

    a x

    a x

    a x

    a  f   x  f  a  f  

    a xa xa x

    .

    Exemplo 2: Seja  R R  f     :  dada por )()(   x sen x  f     , então,

    aah

     senh

    h

    a senh senaha sen

    h

    a senha sen

    h

    a  f  ha  f  a  f  

    hh

    hh

    cos)cos(.lim)()()cos()cos()(

    lim

    )()(lim

    )()(lim)('

    00

    00

     

    Pois cos0 = 1, e, além disso, 1)(

    lim0

    h

    h sen

    h.

    Observação: Quando existe a derivada f’(x) em todos os pontos  X  X  x     '  

    diz-se que a função  R X   f     :   é derivável no conjunto X e se obtém uma

    nova função  R X  X   f       '' : , tal que )('  x  f   x  chamada à função derivada

    de f . Se f’ é contínua diz-se que f  é de classe C 1 .

    Exemplo 3: Seja  R R  f     :  dada por4

    )(   x x  f     .

     A função derivada tem a forma, 34)('   x x  f     .

    Teorema 1: Sejam as funções f, g: X R deriváveis no ponto,  X  X a     ' . As

    funções cf, f  g, fg, g 

    c e

     g 

     f   (caso 0)(   a g  ) são também deriváveis no ponto

    a, com:

    (cf)’(a) = cf’(a). 

    )(')(')()'(   a g a  f  a g   f     .

    (fg)’(a)= f’(a)g(a)+ f(a)g’(a). 

    )(

    )(')(

    2

    '

    a g 

    acg a

     g 

    c  

     

      

      

    )(

    )(')()()(')(

    2

    '

    a g 

    a g a  f  a g a  f  a

     g 

      f    

     

      

     .

    .

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    D: Para o produto das funções f   e g  tem-se que, 

    a x

    a g  x g a  f  

    a x

     x g a  f   x  f  

    a x

    a g a  f   x g  x  f  

    a xa xa x

    )]()()[(lim

    )()]()([lim

    )()()()(lim  

    (fg)’(a)=f’(a).g(a)+f(a).g’(a). 

    Para o quociente das funções f   e g  tem se:

    )(

    )(')()()('

    )()(

    ))()()(()())()((

    lim

    )()(

    )()()()(

    lim))(())((

    lim)(

    2

    0

    '

    a g 

    a g a  f  a g a  f  

    a g  x g 

    a x

    a g  x g a  f  

    a x

    a g a  f   x  f  

    a x

    a g  x g 

    a  f   x g a g  x  f  

    a x

    a g 

      f   x

     g   f  

    a g 

      f  

    h

    a xa x

     

      

     

     

    Os demais casos se fazem de forma semelhante, ficam para o leitor.

    §4.1.1. Tabela das derivadas das funções elementares:

    1)   1'   nn nx x . 

    2)  x x 21'

    3) (sen(x))’=cos(x).

    4) (cos(x))’ = - sen(x).

    5)   )(sec)(   2'  x xtg    . 

    6)   )(cos)(cot   2'  xec x g    . 

    7)   1,1

    1)(

    2

    '

      x x

     xarcsen . 

    8)   1,1

    1)arccos(

    2

    '

      x x

     x .

    9) 2

    '

    1

    1)(

     x xarctg 

    10) 2

    '

    1

    1)(

     x xarcctg 

    .

    11)   aaa   x x ln' .

    12)   x x ee   ' . 

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    13)  x

     x  1

    )ln(  ' .

    Exemplo 4: Seja )()(  3

     x sen x x  f     .

    )cos()(3)('   32  x x x sen x x  f     .

    §4.1.2. Exercícios para calcular derivadas das funções. 

    188. 323   235   x x x y .

    189.  xa x y  

    3

    5 .

    190.  x x

     y   ln2 

       .

    191.  xe x y   7 .

    192. y = 3sen(x) + 5cos(x).

    193. y = tg(x) – cotg(x).

    194. y = arc tg(x) – arc ctg(x).

    195. y = x.ctg(x).

    196. y = x.arc sen(x).

    197. x x

    a y

     x1

    ln .

    198.arcsenx

     x y

    2

     

    199.  xa x

     x y   x ln .

    §4.1.3. Interpretação geométrica da derivada.

    Foi indicado antes que a expressãoa x

    a  f   x  f   xq

      )()()(  representa a inclinação

    da secante a curva y=f(x) nos pontos P(a,f(a)) e Q(x,f(x)), quando se fala do

    limite,

    a x

    a  f   x  f   x  f  

    a x

    )()(lim)(' ,

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    Trata-se da inclinação da reta tangente à curva no ponto P(a,f(a)), e pode-se

    dizer que a derivada da função y = f(x) no ponto P é o coeficiente angular ou

    inclinação da reta tangente à curva nesse ponto P. Assim tem-se que;

     tg a  f     )('  

    Onde    é o ângulo formado pela parte positiva do eixo x com a tangente à

    curva no ponto P(a, f(a)).

    Exemplo 5: Achar o ângulo de inclinação da reta tangente à curva 2/2 x y   

    no ponto 2/1,1 .

    )1('  f  tg      , mas f’(x) = x, assim tem-se que:

    41

            tg  .

    §4.1.4. Taxa de variação.

    Se uma partícula percorre uma distancia s  em um tempo t, então essa

    dependência do espaço percorrido na unidade de tempo pode ser expressa

    como uma função, logo s=f(t).

    Para dois valores do tempo21,t t  , o quociente,

    12

    12

    t t 

    t   f  t   f  

    ,

    Representa a velocidade media da partícula no intervalo de tempo 21,t t  . Em

    um momento dado arbitráriamente 0t  , é razoável considerar que o limite,

    Fig,2: Gráfico da interpretação geométrica da derivada.

    x

    y

    a+Δxo

    (a, f(a))

    a+Δx a+Δx

    (a+Δx, f(a+Δx))

    α 

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    0

    0

    0

    limt t 

    t   f  t   f  

    t t 

    ,

    Representa a taxa de variação do espaço s  com relação ao tempo t. Essa

    taxa de variação é a velocidade instantânea da partícula no momento 0t  .

    Do mesmo jeito a taxa de variação da velocidade é a aceleração. Em forma

    geral em um ponto genérico t no intervalo de definição da função tem-se que:

    dt 

    dst   f  v     )('  e

    dt 

    dva  .

    Exemplo 6: Uma partícula se move de modo que, no instante t, a distância

    percorrida é dada pela equação s(t) = 2t + 1.

    2dt 

    dsv , é a velocidade da partícula, assim tem-se que a velocidade é

    constante, então se tem que o movimento é retilíneo uniforme, para qualquer t

    a velocidade será sempre a mesma, v=2.

    §4.1.5. Exercícios para derivar funções e aplicar a taxa de variação.

    200. Qual é o ângulo que forma a curva xe y   5.0  ao se intersecta com a

    reta x = 2?

    201. Em que ponto a reta tangente da parábola 372   x x y  é paralela à

    reta 5x+y-3=0?

    202. Qual o ângulo que forma a reta tangente à curva2 x x y    com o eixo

    x, nos pontos x=0 e x=1.

    203. Em que ponto da curva23 x y   a reta tangente é perpendicular à reta

    4x-3y+2=0?

    204. Escrever a equação da reta tangente e da reta normal à parábola  x y   

    no ponto de abscissa x=4.

    205. Uma partícula se move de modo que no instante t a distância é dada por

    t t t  s   2)(   3 . Se o espaço é dado em Km e u tempo em horas, em que

    instante sua velocidade é igual 48Km/h.

    206. Um objeto se move sobre uma reta com velocidade dada pela função

    54)(   t t v   , achar a aceleração no instante t=2.

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    207. Uma partícula se move de modo que no instante t à distância percorrida

    é dada por 2012)(  3   t t t  s . Em que instante a velocidade é igual à

    zero?

    208. Determine a velocidade instantânea  

      

     h

     Km

     de uma Baleeira (transporte

    fluvial) que vai de Tabatinga a Benjamin Constant no tempo t=0.2 h, se a

    equação do movimento é 51015  2   t t  s .

    209.  Um barco que viaja no trajeto Benjamin Constant a Tabatinga se

    movimenta segundo a função s=24t+24, se a distância de Benjamin a

    Tabatinga é de 36Km. Qual o tempo gasto nesse percurso, sabendo que

    a velocidade é dada em Km/h.

    §4.1.6. Derivadas de funções não dadas explicitamente.

    Se a função é dada em forma paramétrica, é dizer:

    )(

    )(

    t  y y

    t  x x

    ,

    Então a derivada de y em relação à x, pode-se expressar da seguinte forma:

    dt 

    dxdt 

    dy

    dx

    dy ,

    Exemplo 7: Calculardx

    dy y ' , se:

    3

    12

    t  y

    t  x.

    2

    3  2t 

    dt 

    dxdt 

    dy

    dx

    dy .

    Exemplo 8: Calculardx

    dy y ' , se:

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    t  y

    e x  t 

    cos.

    t e

     sent 

    dt 

    dxdt 

    dy

    dx

    dy   .

    §4.1.7. Exercícios para derivar funções não dadas explicitamente.

    Calculardx

    dy y ' , se:

    210. 

    t  y

    t t  x

    cos

    2   2. 

    211. 

    22

    t  y

    t  x. 

    212. 

    t  y

    e x  t 

    cos. 

    213. 

    t  y

    t  x

    ln

    1

    1

    214. 

    t bsen y

    t a x

    2

    2cos

    115. 

     

    e y

    e x

    2 .

    216. 

    )cos1(

    )(

    t a y

     sent t a x 

    217. 

    t t  y

    te x  t 

    cos 

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    218. 

    t  y

    t t  x

    ln

    ln

     

    4.1.8. Derivabiliade de funções.

    Teorema2:  A fim de que f: X R seja derivável no ponto aX’ X é

    necessário e suficiente que exista um cR tal que se  X ha   então

    f(a+h)=f(a)+ch+r(h), ondeh

    hr 

    h

    )(lim

    0=0 no caso afirmativo, tem-se c=f’(a).  

    D: Seja Y={hR; a+hX}. Então 0Y Y’. Supondo que f’(a) existe define-se

    r:Y R pondo r(h)= f(a+h)-f(a)-f’(a)h 

    Então

    h

    hr    )(

    h

    a  f  ha  f     )()(   -f’(a)

    Logoh

    hr 

    h

    )(lim

    0=0. A condição é necessária.

    Reciprocamente se vale a condição, então.

    ch

    a  f  ha  f  

    h

    hr 

      )()()( 

    Logo

    0)(

    lim])()(

    [lim00

    h

    hr c

    h

    a  f  ha  f  

    hh, portanto f’(a) existe e é igual a c.

    Corolário: Uma função é continua nos pontos em que é derivável.

    D: Se f   é derivável no ponto a então f(a+h)=f(a)+f’(a)h+[(h)/h]h, com

    0)(

    lim0

    h

    hr 

    h, logo )()(lim

    0

    a  f  ha  f  h

    , ou seja f  é contínua no ponto a.

    Exemplo 9: A função f: RR;  

      

      x

     xsen x  f    1

    )(  em a = 0 não é derivável, pois.

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    h sen

    h

      f  h  f  

    hhh

    1lim

    )0()0(lim

    0  não existe . Mas

     

      

      x

     sen x x xf   x g   1)()(

      2   é

    derivável em a, pois 01

    lim)0()0(

    lim0

     

      

     

    hhsen

    h

     g h g 

    hhh. Quando x 0

      

      

      

      

     x x xsen x g 

      1cos

    12)(

    ' , não existe o limite )('lim0

     x g  x

    , então a derivada

    g’:R R não é contínua.

    Se a é um ponto de acumulação pela direita, isto é, aX’  X, pode-se tomar

    o limite )(lim)('   xqa  f  a x  

      . Quando existe este limite, chama-se derivada à

    direita de f  no ponto a.

     Analogamente define-se a derivada à esquerda  )(lim)('   xqa  f  a x  

       aX’   X.

    Se a é um ponto de acumulação bilateral, aX’   X’   X,

    )(')(')('   a  f  a  f  a  f     .

    Exemplo 10: A função f:RR;  x x  f     )(  em a=0 não é derivável, pois:

    0,

    0,,

    )(  sex x

     x se x

     x x  f    

     Assim,

    1)0(',,1)0('       f  e  f   .

    §4.1.9. Exercícios para calcular as derivadas laterais.

    Determinar a derivada das seguintes funções no ponto indicado ou conclua

    que não existe.

    219.  xm y   em a = 0. 

    220.  x x y   em a = 0.

    221.

    0,,

    0,,1

     xquandoe

     xquando x y

     x  em a = 0.

    222.

    1,,)1(1,,1

      2

     xquando senx x xquando x y  em a = 1.

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    223.

    e xquando xe

    e xquando x x y

     x ,,

    0,,ln)2( em a = e.

    §4.1.10. Regra de L’Hospital. 

    Se f   e g  são deriváveis e0

    0

    )(

    )(lim  

     x g 

     x  f  

    a x, ou

    )(

    )(lim

     x g 

     x  f  

    a x  pela definição de

    derivadaa x

     x  f  a  f  

    a x

    )(lim)(' , então se g’(a) 0,

    )('

    )('

    )(lim

    )(lim

    )(

    )(

    )(

    )(

    lim)(

    )(lim

    a g 

    a  f  

    a x

     x g a x

     x  f  

    a x

     x g 

    a x

     x  f  

     x g 

     x  f  

    a x

    a x

    a xa x

    .

     A continuação se aplicará a regra de L’Hospital ao cálculo de limite para o

    caso das diferentes indeterminações. Já antes foi usado o limite fundamental

    algébrico, aqui será provado esse resultado.

    Observação: O limite   x x

     x

    1

    0)1(lim  

      é o caso de indeterminação

    1 , para o

    qual aplica-se logaritmo neperiano à expressão anterior. 

    Será visto diferentes casos de indeterminação fazendo uso desseprocedimento.

    Proposição: e x   x x

    1

    0)1(lim .

    D: Seja  x x x  f  1

    1)(   , então,

     x x

     x  f       1ln1

    )(ln , Assim,

    001lnlim)(lnlim 00  x  x x f   x x  Indeterminação.

     Aplicando a regra de L’Hospital, tem-se que,

    11

    1lim)(lnlim

    00

     x x  f  

     x x.

    Mas 1ln1)(lnlim0

     L x  f   x

    , então L = e.

    Exemplo 11: Calcular  

      

       x x x x

    33lim 20  

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    99

     Aqui se tem que  

      

     

     x x x x33

    lim20

     Indeterminação.

    1

    3

    1

    133332

      x x

     x

     x x

     x

     x x x,

    Logo,

    0

    03lim

    31lim

    2020

     

      

     

     

      

         x x

     x

     x x x   x x Indeterminação.

     Agora, aplicando L’Hospital, tem-se que,

    312

    3lim

    3lim

    020

     

      

     

     

      

     

     x x x

     x

     x x.

    §4.1.11. Exercícios para calcular limites aplicando a Regra de L’Hospital. 

    Calcular os seguintes limites

    224. x

     x x

    1

    lim

    .

    225. x

     x x   ln4

    3

    lim  

    .

    226.2

    cos

    1)1(lim

     x

     x x

      

    .

    227. x

     xctgx   ln

    1

    0)(lim

    .

    228.tgx

     x  x)

    1(lim

    0.

    229. x x

     x

    lnlim

    .

    230.

    2

    lim0   xctg 

     x x     

      

    .

    231.

     senx

     senmx

     x ln

    lnlim

    0 .

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    100

    232.  

      

     

     x x

     x

     x ln

    1

    1lim

    1.

    233.

     

     

     

     

    6

    5

    3

    1lim

    2

    3  x x x x.

    234.  

      

     

      xctgx

     x

     x   cos2lim

    2

      

      .

    4.1.12. Derivadas de funções compostas.

    Existem muitos problemas que para determinar sua solução é preciso achar a

    derivada de funções compostas, aqui o método ideal é usar a regra da cadeia.

    Teorema 3 (Regra da cadeia): Sejam f: X R, g: YR, ' X  X a    

    'Y Y b   , Y  X   f     )(  e f(a) = b. Se f  é derivável no ponto a e g é derivável no

    ponto b então, gof: XR é derivável no ponto a, com (gof)’(a) = g’(f(a))f’(a). 

    D: Devido a que Y  X   f     )( , tem-se que para cada x do conjunto X, existe um

    y do conjunto Y, tal que y=f(x). Para determinar (gof)’(a), considere-se a

    expressão,

    ].))(())((

    [lim))(())((

    lim)()'(a x

    b y

    b y

    a  f   g  x  f   g 

    a x

    a gof   x gof  a gof  

    a xa x

     

    Mas pela continuidade de f no ponto a quando o x tende para a o y tende para

    b, assim,

    ).(')).((')(').('

    )()(

    lim.

    )()(

    lim].

    ))(())((

    [lim

    a  f  a  f   g a  f  b g 

    a x

    a  f   x  f  

    b y

    b g  y g 

    a x

    b y

    b y

    a  f   g  x  f   g 

    a xb ya x

     

    O que prova o teorema.

    Corolário: Seja f: XY uma bijeção entre os conjuntos X, Y R, com inversa

    g = f   1 :Y X. Se f é derivável no ponto aX’ X e g é contínua no ponto

    b=f(a) então g é derivável no ponto b se, e somente se, f’(a) 0. No caso

    afirmativo tem-se)('

    1)('

    a  f  b g    .

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    101

    D: Aqui se tem que bY’ Y, e g é derivável no ponto b, e como 1   f   g   se

    satisfaz a igualdade g(f(x)) = x válida para todo xX, juntamente com a regra

    da cadeia, fornece g’(b)f’(a)=1, e por conseguinte, f’(a)  0. Reciprocamente,

    se 0)('   a  f    então,

    )()(lim

    )()(lim)('

    a  f   x  f  

    a x

    b y

    b g  y g b g 

    a xb y

     

    Pois y=f(x), b=f(a) e f e g são funções inversas, assim tem-se que,

    1

    1

    )]('[)()(

    lim)()(

    lim)()(

    lim)(' 

      a  f  a x

    a  f   x  f  

    a  f   x  f  

    a x

    b y

    b g  y g b g 

    a xa xb y 

    Exemplo 12: Dado y = f(x) = senx, achar a derivada de .)(1 arcsenx x  f      

    f ’(x)=cosx, mas22 11cos   y x sen x   . Como que

    )('

    1)]'([

      1

     x  f   x  f     ,

    tem-se que:2

    1

    1

    1]'[)]'([

     xarcsenx x  f  

    .

    §4.1.113. Exercícios para aplicar a regra da cadeia no cálculo dasderivadas de funções.

    Calcular as derivadas das seguintes funções.

    235. 4223   x y   .

    236. 2223   bxa y   .

    237.2

    1   x y   .

    238. 523   senx y   .

    239. arcsenx y     1 .

    240.3

    )(arcsenxarctgx y   .

    241.  x xe y  x .

    242. 1ln     x y .

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    102

    243.5

    cos23   x senx y

      .

    244.2

     xaa

     x y

    .

    §4.2. Funções deriváveis num intervalo.

    Se uma função é derivável num intervalo é possível estudar o crescimento

    concavidade e convexidade do gráfico, entre outras propriedades, elementos

    importantes no estudo do esboço gráfico de uma função.

    Teorema 4: Se f: X R é derivável à direita no ponto aX X’ , com

    0)('     a  f   , então existe um 0    tal que   X  x ,      a xa   )()(   x  f  a  f     .

    D: Tome-se 0)(')()(

    lim  

    a  f  a x

    a  f   x  f  

    a x, pela definição de limite à direita,

    tomando )('   a  f   L , obtém-se:

    )()(0)()(

    ,,0   x  f  a  f  a x

    a  f   x  f  a xa X  x  

            

    Corolário 1: Se f: X R é monótona não decrescente então suas derivadas

    laterais, onde existem são não negativas.

    D: Se alguma derivada lateral, digamos 0)('     a  f     então o análogo ao

    teorema daria que se x  X, a < x então f(a) > f(x), uma contradição.

    Corolário 2: Seja a   X um ponto de acumulação bilateral. Se f: X R é

    derivável em a  com f’ (a)  > 0, então existe     > 0 tal que x, y   X,

    )()()(   y  f  a  f   x  f  a ya xa          .

    Diz-se que uma função f: X R tem um máximo local  no ponto a   X

    quando existe    > 0 tal que x  X, a x <      f(a)  f(x); se f(x) < f(a), diz-

    se que o máximo local é estrito. Definições análogas para mínimo local.

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    103

    Quando a  X é tal que f(x)   f(a)   x  X, diz-se que a  é um ponto de

    mínimo absoluto. Analogamente para máximo absoluto.

    Corolário 3: Se f: X R é derivável à direita no ponto a  X X’  e tem um

    máximo local então f’(a)  0.

    D: Se f fosse tal que f’ (a) > 0 então f(a) < f(x) para todo xX, a < x < a +   ,

    logo f não teria um máximo no ponto a.

    Corolário 4: Seja a   X um ponto de acumulação bilateral. Se f: X R é

    derivável no ponto a e a função possui um máximo ou mínimo local então

    f’(a)=0.

    D: Suponha-se 0)('     a  f    e 0)('     a  f   . Como )(')(')('   a  f  a  f  a  f     , segue-

    se que 0)('   a  f   .

    Um ponto cX chama-se ponto crítico da função derivável f: X R quando

    f’(c) = 0.

    Se cX’  X’

      X é um ponto de mínimo ou de máximo, então c é um ponto

    crítico. 

    Teorema 5 (Teorema de Darboux): Seja  Rba  f     ],[:   derivável. Se

    f’(a)

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    104

    D: Pelo teorema de Weierstrass, f atinge seu máximo M e seu mínimo m em

    pontos do conjunto compacto [a,b]. Se esses pontos forem a e b então m = M

    e f será constante, daí f’(x) = 0 para todo x(a,b). Se um desses pontos m ouM estiver em (a, b) e, denote-se por c, então f’(c) = 0.

    Teorema7(Teorema do valor médio de Lagrange): Seja f:[a, b]R

    contínua. Se f é derivável em (a,b), existe um ),(   bac   tal que

    ab

    a  f  b  f  c  f  

      )()(

    )(' .

    D: Considere-se a função auxiliar g: [a, b] R, dada por g(x) = f(x) - dx, onde

    d é escolhido de modo que g(a) = g(b), ou seja,ab

    a  f  b  f  d 

      )()(

    . Pelo Teorema

    de Rolle existe c  (a, b) tal que g’(c)=0=f’(c)-d. Isto éab

    a  f  b  f  d c  f  

      )()(

    )(' .

    Fig.3: Gráfico de Teorema de Rolle

    x

    y

    a  bo

    y=f(x)

    C1C2

    Fig.4: Gráfico do Teorema do valor médio

    x

    y

    a bo

    y=f(x)

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    105

    Corolário 1: Uma função f: I R contínua no intervalo I, com derivada f’(x) =

    0 para todo xintI, é constante.

    D: Dados x, yI quaisquer, existe c entre x e y tal que

    f(y) - f(x) = f’(c)(y - x) = 0(y - x) = 0

    logo f(y) = f(x).

    Corolário 2: Se f,g: I R contínuas, deriváveis em intI com f’(x) = g’(x) para

    todo xintI então existe cR tal que g(x) = f(x) + c para todo xI.

    D: Basta considerar h(x) = g(x) - f(x).

    Corolário 3: Seja f: I R derivável no intervalo I, se  I  xk  x  f   Rk      )(';  

    então  x yk  x  f   y  f   I  y x     )()(, .

    D: Dados x, y  I, f é contínua no intervalo fechado cujos extremos são x, y e

    diferenciável no seu interior. Logo, existe z entre x e y tal que

    f(y)-f(x) = f’(z)(y-x),

    Donde

     x yk  x y z   f   x  f   y  f       )(')()( .

    Corolário 4:  A fim de que a função derivável f: I R seja monótona não

    decrescente no intervalo I é necessário e suficiente que f’(x)   0 para todo

    x  I. Se f’(x) > 0 para todo x  I então f é uma bijeção crescente de I sobre

    um intervalo J e sua inversa g=f   1 :J I é derivável, com)('

    1)('

     x  f   y g      para

    todo y = f(x)  J.

    D: Já se sabe que f é monótona não decrescente então f’(x)   0 para todo

     I  x . Reciprocamente, vale esta condição então, para quaisquer x, y   I,

    tem-se f(y) - f(x) = f’(z)(y - x) onde z  I está entre x e y. Como f’(z)   0 se vê

    que f(y) - f(x)  0, isto é x < y em I  f(y)  f(x). Do mesmo modo suponha-

    se, f’(x) > 0 para todo x  I, tem-se f crescente. As demais afirmações foram

    provadas anteriormente.

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    106

    Na epígrafe 4.1 foi visto que,  quando existe a derivada f’(x) em todos os

    pontos  X  X  x     '  diz-se que a função  R X   f     :  é derivável no conjunto X e

    se obtém uma nova função  R X  X   f       '' : , tal que )('  x  f   x   chamada à

    função derivada de f. Se f’ é derivável pode-se determinar sua derivada,

    obtendo assim uma nova função  R X  X   f       ':" , ou2

    2

    dx

     f  d , no caso que as

    derivadas existam, este processo pode ser continuado, obtendo assim, as

    derivadas de ordem superior , ou derivadas de ordem n para um n natural

    qualquer.

     A seguir serão aplicadas as derivadas de segunda ordem para o estudo dos

    máximos e mínimos de funções.

    §4.3. Máximos e mínimos de uma função.

    Uma função tem um máximo relativo em c, se existir um intervalo aberto I,

    c   I   tal que f(x) < f(c) para todo  I  x  

    Uma função tem um mínimo relativo em c, se existir um intervalo aberto I,

    c   I   tal que f(c) < f(x) para todo  I  x  

    Na gráfica os pontos x1 e x3 são pontos de máximo local, entretanto x2 e x4 

    são pontos de mínimo local.

    Exemplo 13: Seja a função f(x) = -x 2  + 4.

    Tem um máximo em x = 0. 

    Fig. 5: gráfico de máximos emínimos locais

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    107

    Exemplo 14: Seja a função f(x)= x 2  + 2x - 3. 

    Tem um mínimo em x = -1.

    Proposição: Suponha-se que f’(x) existe para todos os valores de x em (a,b)

    e que tem um extremo relativo em c, onde a < c < b. Se f’(c) existe então

    f’(c)=0.

    Se f '(c) existe, a condição f’(c) = 0 é necessária   para a existência de um

    extremo relativo em c. Esta condição não é suficiente.

    Definição: O ponto c do domínio de f tal que f’(c) = 0 ou f’(c) não existe, é

    chamado pon to crític o   de f. Portanto, uma condição necessária para a

    existência de um extremo relativo em um ponto c   é que c  seja um pontocrítico.

    É interessante verificar que uma função definida num dado intervalo pode

    admitir diversos pontos extremos relativos.

    Exemplo 15: Seja   3)(   x x  f     então   23)('   x x  f     , da condição f’(c) = 0

     c = 0, que é o único ponto crítico de f.

    Exemplo 16:  f(x) = (x - 2)(x + 1)(x + 3), aqui se tem que, f(2)=f(-1)=f(-3), e

    pelo teorema de Rolle, existem dois pontos onde a derivada anula-se, um no

    intervalo (-3,-1) e um outro no intervalo (-1,2).

    652)(  23   x x x x  f   ,

    e sua derivada,

    543)('  2

      x x x  f   ,e assim os pontos críticos de f são:

    3

    192,

    3

    19221

      x x  

    Diz-se que f(c) é o máximo absoluto da função se  )( f   Dc  e f(c) > f(x) para

    todos os valores de x no domínio de f.

    Diz-se que f(c) é o mínimo absoluto da função se )( f   Dc  e f(c) < f(x) para

    todos os valores de x no domínio de f.

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    108

    Exemplo 17:  A função f(x) = x 2  + 6x - 3 tem um mínimo absoluto igual a

    -12 em c = -3.

    Exemplo 18: A função f(x) = -x 2  + 6x - 3 tem um máximo absoluto igual a 6

    em c = 3.

    §4.4. Funções crescentes e decrescentes. 

    Diz-se que uma função f, definida num intervalo I, é crescente, neste intervalo

    I se para quaisquer ,,, 2121   x x I  x x   tem-se   )()( 21   x  f   x  f     .

    Diz-se que uma função f definida num intervalo I, é decrescente nesse

    intervalo I se para quaisquer ,,, 2121   x x I  x x   tem-se )()( 21   x  f   x  f     .

    Proposição:  Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e derivável no

    intervalo (a, b) e cumpre-se que:

    (i) Se f’(x) > 0 para todo x em (a, b) então f é crescente em [a,b];

    (ii) Se f’(x) < 0 para todo x em (a, b) então f é decrescente em [a,b]. 

    Teorema 8 (Critério da derivada primeira para determinação de

    extremos):  Seja f uma função contínua num intervalo fechado [a,b] que

    possui derivada em todos os pontos do intervalo (a,b), exceto possivelmente

    num ponto c, sendo c um ponto crítico de f: 

    -Se f ’(x) > 0 para todo x < c e f’ (x) < 0 para todo x > c, então f tem um máximo

    relativo em c.

    -Se f ’(x) < 0 para todo x < c e f ’(x) > 0 para todo x > c, então f tem um mínimo

    relativo em c.

    Exemplos 19: Seja 6)(   2  x x  f   , f’(x) = 2x, x = 0 é um ponto crítico de f.

    Para x < 0, f’(x)  < 0, e para x > 0, f’(x)  > 0, então a função dada tem um

    mínimo relativo em x=0.

    Teorema 9 (Critério da 2º   derivada para determinação de extremos de

    uma função): Seja f uma função derivável num intervalo (a,b), c um ponto

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    109

    crítico de f neste intervalo, isto é, f'(c) = 0, com a < c < b. Se f admite a

    derivada de segunda ordem em (a,b), tem-se:

    (i) Se f”(c) < 0, então se tem um valor máximo relativo de f, no ponto x=c.

    (ii) Se f”(c) > 0, então se tem um valor mínimo relativo de f, no ponto x=c.

    Exemplo 20: Seja 3)(   2   x x  f   , f’(x) = - 2x, então x = 0 é um ponto crítico.

    f”(x) = - 2, assim f”(0) = - 2, a função tem um máximo relativo em x = 0.

    Uma função f é dita côncava para cima no intervalo (a,b), se f’(x) é crescente

    neste intervalo.

    Uma função f é côncava para baixo no intervalo (a,b), se f'(x) for decrescente

    neste intervalo.

    Proposição:  Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e derivável até

    segunda ordem no intervalo (a,b): 

    -Se f "(x) > 0 para todo  x em (a,b), então f é côncava para cima em (a,b). 

    -Se f "(x) < 0 para todo x em (a,b), então f é côncava para baixo em (a,b).

    Um ponto P(c,f(c)) do gráfico de uma função contínua f é chamado um ponto

    de inflexão, se existe um intervalo (a,b) contendo c, tal que uma dasseguintes situações ocorra:

    (i) f é côncava para cima em (a,c) e côncava para baixo em (c,b),

    (ii) f é côncava para baixo em (a,c) e côncava para cima em (c,b).

    Exemp lo 21:  (0,0) é um ponto de inflexão de3)(   x x  f     .

    Pois f”(x) = 6x, e para )0,( , f”(x) < 0, quer dizer que f é côncava para baixo;

    e para ),0(   , f”(x)>0, quer dizer que f é côncava para cima. 

    §4.5. Assíntotas verticais e obliquas.

     A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de y = f(x), se:

    )(lim   x  f  a x

     

     A reta y = mx + b é uma assíntota oblíqua do gráfico de y = f(x), se:

    i) m x x  f  

     x

    )(lim  

  • 8/18/2019 Equações Diferencias Ordinárias

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    110

    ii) bmx x  f   x

    ])([lim  

    De forma análoga para  x .

    Exemp lo 22: Seja2

    7)(

     x

     x  f   . 

      2

    7lim

    2   x x e

      2

    7lim

    2   x x,

    então x = 2 é uma assíntota vertical.

    Exemp lo 23: Seja 92

    1)(

     x

     x x  f    

      92

    1lim

    2

    9   x

     x

     x

     e

      92

    1lim

    2

    9   x

     x

     x

    ,

    Então,2

    9 x  é uma assíntota vertical.

    0)92(

    1lim  

      x x

     xm

     x

     e2

    1

    92

    1lim  

      x

     xb

     x

    ,

     Assim tem-se uma assíntota horizontal2

    1 y .

    §4.6. Esboço dos gráficos. 

    Utilizando todos os itens citados na análise do comportamento de uma função,

    pode-se fazer um resumo das atividades que se terá em conta para o esboço

    dos gráficos, esses são:

    1) Determinar o D(f) 

    2) Calcular os pontos de intersecção com os eixos.

    3) Encontrar os pontos críticos.

    4) Determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de f.

    5) Encontrar os máximos e mínimos relativos.

    6)  Anlisar a concavidade e os pontos de inflexão de f.

    7) Encontrar as assíntotas verticais e oblíquas.

    8) Esboçar o gráfico.

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    111

    EExxeemmpplloo2244:: 1

    )(2

     x

     x x  f    

    11)) DD((f f )) == RR -- {{11}} 

    22)) PPaar r aa xx == 00,, yy == 00.. 

    33)) 2

    2

    )1(

    2)('

     x

     x x x  f    

    --PPoonnttooss ccr r ííttiiccooss:: xx == 00,, xx == 11,, xx == 22.. 

    44)) CCr r eesscceennttee:: 

    DDeeccr r eesscceennttee::  ]2,1()1,0[    

    55)) ((00,,00)) -- ppoonnttoo ddee mmááxxiimmoo llooccaall.. ((22,,44)) -- ppoonnttoo ddee mmíínniimmoo llooccaall.. 

    66)) CCoonnccaavviiddaaddee:: 

    3)1(

    2)(''

     x x  f    

    )1,( -PPaar r aa eemmbbaaiixxoo,, ppooiiss nneessssee iinntteer r vvaalloo f f ””((xx))  00.. 

    77))  A Assssíínnttoottaass:: 

      1

    2

    1

    lim x

     x

     x

    ,,    1

    2

    1lim

     x

     x

     x

     xx == 11 éé uummaa aassssíínnttoottaa vveer r ttiiccaall.. 

    11

    lim)(

    lim  

     x

     x

     x

     x  f  m

     x x 

      11

    lim)(lim2

     x

     x

     x x x  f  b

     x x 

    yy == xx ++ 11 éé uummaa aassssíínnttoottaa oobbllííqquuaa.. 

    ),2[]0,(     U 

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    112

    §4.7. Problemas de maximização e minimização.

    O primeiro passo para solucionar estes problemas é escrever precisamente

    qual a função que deverá ser analisada. Esta função poderá ser escrita em

    função de uma ou mais variáveis. Quando a função é de duas variáveis deve-

    se procurar expressar uma das variáveis em função da outra.

    Exemplo 25: Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construídade forma que o seu volume seja 8m3. O material da base vai custar R$ 4,00

    por m2 e o material dos lados R$ 2,00 por m2. Encontre as dimensões da

    caixa, de modo que o custo do material seja mínimo.

    Observando a Figura 6, escreve-se a função que dá o custo do material:

    C = x 2 .4 + 4xy.2

    V = x 2 y = 8 cm3 ,

    Isolando o y e substituindo em C,

    tem-se que,

    y=2

    8

     x 

      080)('648

    )('  3

    2

    3

     x xC  x

     x

     xC   i x

    i x

     x

    21

    21

    2

    3

    2

    1

    - Não é possível.

     x x xC 

      644)(

      2

    Figura 6: Gráfico da função.

    x

    y

    2

    4

    o

    y=x +1x =1

    Fig.7: Gráfico da caixa

    xx

    y

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    113

    24

    8 y  

    4.7.1. Aplicação no amazonas da maximização e minimização.

    Exemplo 26: Se quer construir uma oca (figura 8) cujas dimensões são

    mostradas no gráfico (figura 9), onde l é altura lateral, h é altura do telhado

    cônico e 2r diâmetro da parte inferior, se coloca a restrição adicional h=r,

    também é conhecida a sua área e se deseja maximizar seu volume.

    O volume da oca é a soma dos volumes do cone e o cilindro

    V=Vcone+Vcili=3

    2

    3

    r r l 

       ,

     A área da oca é A=Acone+Acili=22 2r rl    , como a área total da oca é

    conhecida e isolando l na fórmula da área se obtém2

    2

    2

     A r l 

     

     

      e

    substituindo na fórmula do volume. Fica o volume como função de uma

    variável (r),3

    32/ 2

    3 2

    r V rA r  

        

    Calculando a primeira derivada e igualando a zero obtém-se a equação para

    determinar os possíveis pontos extremos, veja.

    2   2( 3 ) 02 2

    dV Ar 

    dr    , de onde

    (3 2 2)

     Ar 

     

    , calculando a segunda

    derivada para verificar qual dos valores de r é o máximo da função volume

    h

    l

    r

    Fig.9: Gráfico das dimensõesFig.8: Gráfico da oca.

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    2

    2  (3 2 2)

    d V r 

    d r   , a segunda derivada é negativa no ponto

    (3 2 2)

     Ar 

     

     ,

    onde se tem um máximo. Então a oca com área A alcança seu máximo

    volume quando (3 2 2)

     A

    r    , e

    ( 2 1) ( 2 1)(3 2 2)

     Al r 

     

     

    §4.8. Método de Newton-Raphson.

    Sabe-se que as equações polinomiais de 1a até 4a ordem tem fórmulas gerais

    para determinar sua solução, para o caso particular das equações de 3a e 4a 

    ordem, onde essa fórmula quase não se utiliza, para as equações de 5a 

    ordem e superior não tem fórmulas gerais, o qual foi demonstrado por Galois

    no século XIX, para as equações transcendentes, por exemplo,

    04/)1(10/)1(1)1(105   2        harcsenhh , que é uma equação com

    relação h, não se tem fórmulas e se têm que aplicar outros métodos para

    resolvê-la.

     Aqui aparecem os métodos numéricos, que permitem construir sequências

    convergentes de soluções aproximadas, quando satisfeitas determinadas

    condições. Aqui será visto o método de Newton-Raphson, o qual é muito

    importante.

    Seja a equação y=f(x), e suponha-se que tem o seguinte gráfico.

    Observe que f(x) = 0 em um valor próximo de 4, com um pacote matemáticodar para acompanhar uma aproximação e com zoom sucessivos alcançar

    Fig10: Gráfico de Newton-Raphson.

    x

    y

    o

    y=f(x)

     

    -2

    4

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    aproximações imprecisas , para obter melhores aproximações é necessário

    um método numérico.

    O método de Newton –Raphson graficamente mostra-se na figura a seguir

    f(x)

    x1x2

     

    x1 e x2  serão as aproximações convergentes à raiz, se construirá a fórmula

    para calcular os valores, o método consiste em tomar um ponto inicial na

    curva, (x0,f(x0)), onde se calcula a reta tangente, sabe-se que a primeira

    derivada da função f(x) avaliada no ponto x0, representa geometricamente o

    coeficiente angular da reta tangente a curva no ponto (x0,f(x0)), também se

    conhece que dado um ponto e o coeficiente angular, a equação da reta se

    pode determinar pela fórmula y - f(x0) = m(x - x0), como m = f’(x0) se tem quey-f(x0)=f’(x0)(x-x0), em x1  a reta tangente anula-se então tem-se

    f(x0)=f’(x0)(x1-x0), isolando x1 (se f’(x0) ≠  0) , obtém-se a fórmula

    01 0   1

    0

    ( )

    ( )

      f x x x

      f x , para obter x2  conhecendo x1  se aplica a mesma fórmula

    12 1   1

    1

    ( )

    ( )

      f x x x

      f x  e assim sucessivamente a fórmula geral fica 1   1

    ( )

    ( )

    nn n

    n

      f x x x

      f x   ,

    como se vê na fórmula; não se pode aplicar o método no caso que a derivada

    se anule. Também se tem duas situações que o método não funciona que

    Fig.10:Gráfico dos passos dométodo de Newton-Raphson 

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    116

    uma aproximação fique fora do domínio da função o tenha lugar em uma

    repetição cíclica entre duas raízes.

    Teorema 10:  Seja r   a raiz de f(x) = 0 no intervalo [a,b]. Sejam f’(x) e f’’(x)

    continuas e diferentes de zero em [a,b]. Seja x0 um ponto de [a,b] tal que

    f’(x0)f’’(x0) > 0. Então se 1   1( )

    ( )

    nn n

    n

      f x x x

      f x    para n= 1,2,3,...se tem lim n

    n x r 

    .

    Sobre o critério de parada do método esta associada ao erro. Se desejar obter

    uma solução com um erro absoluto menor que ε, então o método de Newon-

    Raphson se desenvolve até a aproximação xn que satisfaz, |xn  – xn-1| < ε. 

    §4.8.1. Aplicação no amazonas no Método de Newton-Raphson.

    Exemplo 27: Em uma comunidade indígena para ter água acumulada na

    época da estiagem, tem um tanque de água da forma mostrada (fig.11) que é

    um cilindro circular colocado em forma horizontal, mais para controlar a água

    que têm em cada momento eles querem medir com uma vara atravessando o

    eixo radial. 

    Utilizando geometria básica pode-se modelar o problema para encontrar

    diferentes valores de unidades cúbicas de água que tem o tanque e colocar

    altura h da vara, este processo é conhecido como aferimento, à equação

    transcendente mostrada ao início do assunto é um caso particular deste

    problema.

    vara

    Fig. 11: Gráfico do tanque.

    r

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    117

     A área C calculando e subtraindo ao quadrante inferior esquerdo a área do

    triângulo retângulo B e o setor circular A, tem-se.

     Área (A) =2

    ( )

    2

    r r harcsen

    , Área (B)= 2 2

    ( )( )

    2

    r hr r h

    , portanto

     Área (C) =2 2

    2 2( ) ( )( )

    4 2 2

    r r h r r hr r h arcsen

         

    O volume de água será duas vezes essa área pelo comprimento L do cilindro,

    se terá finalmente o modelo matemático em forma de equação transcendente

    para determinar altura para um volume dado do cilindro.

    2 22 2( ) ( )

    2 ( ( ) )4 2 2

    r r h r r hV L r r h arcsen

        ,

    Observe que quando h > r os elementos A e B aparecem e é preciso somá-los

    e neste caso o sinal das expressões de suas áreas mudam.

    Considerando o caso particular e calculando a altura (h) para que o cilindro

    tenha um volume de água determinado, para um tanque de dimensões

     

    10 L , r = 1 a que altura h se alcançará quatro unidades cúbicas de água?

    Ter-se-ia a equação original do início. Para o cálculo da raiz h para que o

    volume de água do cilindro seja V = 4 unidades cúbicas.

    2( ) 5 10(1 ) 1 (1 ) / 10 (1 ) / 4 0  f h h h arcsen h    

    20 ( 2)'( )

      h h  f h

     

     

    Então substituindo na fórmula do método obtém-se o esquema de cálculo

    2

    0 0 0

    1 0

    0 0

    5 10(1 ) 1 (1 ) / 10 (1 ) / 4

    20 ( 2)

    h h arcsen hh h

    h h

     

     

    ,

    Precisa-se de uma primeira aproximação que satisfaça o teorema da

    convergência.

    Fig. 12: Gráfico das dimensões do tanque

    rh

    A B

    C

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    20( 1)''( )

    ( 2)

    h  f h

    h h 

    .

    Colocando h = 0,2 se terá que, f’(0,2) f’’(0,2) = 32,42 > 0, portanto como h fica

    no intervalo [0,1;0,9] e [1,2;1,9] onde as funções possuem derivadas continuas

    e não são zeros, então se terá garantida a convergência do método.

    Sabe-se que em V(0) = 0, V(1) = 5, V(2) = 10 unidades cúbicas.

     Aplicando o método (existem muitos programas que o calculam)

    Obtém-se na terceira iteração h3 = 0.84226385544913873193,

    Na quarta iteração h4 = 0.84226380619998442167

    |h4-h3| = 4,92491543103.10-8, que garante uma solução com um erro menor

    que 10-6.

    Portanto se aproxima na altura h = 0.842 o cilindro terá 4 unidades cúbicas de

    água.

    Se for preciso calcular para outros volumes, por exemplo, 1,2,3,5,6,7,8, e 9

    unidades cúbicas as alturas para aferir a vara, será necessário resolver aequação para cada um de esses valores.

    §4.9. Exercícios gerais do capítulo.

    245. Achar dois números positivos cuja soma seja 70 e cujo produto seja o

    maior possível.

    246. Determinar o ponto P situado sobre o gráfico da hipérbole  xy = l, queestá mais próximo da origem.

    247. Determine o ponto da reta y = x - 1 mais próxima do ponto (2,0).

    248. Seja s uma reta que passa pelo ponto (4, 3) formando um triângulo com

    a parte positiva dos eixos coordenados. Qual a equação de s para que a área

    desse triângulo seja mínima?

    250. Um fabricante, ao comprar caixas de embalagens, retangulares, exige

    que o comprimento de cada caixa seja 2m e o volume 3m3. Para gastar a

    menor quantidade de material possível na fabricação das caixas, quais devem

    ser suas dimensões?

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    251. Um cacique possui 500 Km de arame para delimitar um terreno, a dois

    fios, em forma retangular. Quais devem ser as dimensões dos lados para que

    a área seja máxima?

    252. Para cortar a quinta parte de um queijo de forma cilíndrica de r = 20 cm,

    determine aproximadamente a que distância do centro deve ser dada o corte.

    Sugestão: Aplicar variante do exemplo 16. 

    EEssbbooççaar r  oo ggr r ááf f iiccoo ddaass sseegguuiinntteess f f uunnççõõeess:: 

    225533.. 4

    4)(

     x x  f    

    225544.. 

     x

     x x  f  

    2

    13)(

       

    225555..   x x x x  f     23)(  23  

    225566.. 1

    5)(

     x

     x x  f    

    225577..  x

     x x  f    2

    )(    

    225588.. 23)(   x x x  f      

    22

    55

    99

    .

    )1ln()(   xe x  f      

    226600..  4)(1

      xe x  f    

    226611.. 

    21

    2

    2

    4

    2)(

     x

     x x  f    

    226622..  x

     x x  f  

      ln)(    

    226633..  1)(     xe x  f    

    226644..  )1ln()(  xe x  f      

    226655..   senx x x  f     )(  

    266. Sejam f, g, h: X R tais que f(x)  g(x)  h(x) xX. Se f e h são

    deriváveis no ponto aX’ X, com f(a) = h(a) e f’(a) = h’(a), prove que g é

    derivável nesse ponto, e g’(a) = f’(a). 

    Sugestão: Use duas vezes o teorema do sanduíche.

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    267. Seja I um intervalo aberto. Uma função f: I R  diz-se de classe

    C 2 quando é derivável e sua derivada f’: I R é de classe C 1 . Prove que se

    f(I) J e g: J R também é de classe C 2  então a composta gof: I R é de

    classe C 2 .

    Sugestão: Use a segunda derivada da função composta. 

    268. Seja I um intervalo aberto com centro 0. Uma função f: I R chama-se

    par quando f(x) = f(-x) par todo xI. Prove que se f é par, suas derivadas de

    ordem par são pares, e as derivadas de ordem ímpares são ímpares.

    Enuncie resultado análogo para f impar.

    Sugestão: Use a derivada de uma função composta. 

    269. Seja f: I R derivável no intervalo I. Um ponto crítico cI chama-se

    não degenerado quando 0)("   c  f   . Prove que todo ponto crítico não

    degenerado é um ponto de máximo ou de mínimo local.

    Sugestão: Valore os diferentes sinais da segunda derivada.

    270.  Seja f: R R definida por f(x) = (lnx)/x, indique os intervalos de

    crescimento e decrescimento de f, seus pontos críticos e seus limites

    quando x0 e quando x + .

    271. Prove que )1,1()2

    ,2

    (:       

     sen ,   )1,1(),0(:cos      e  R sen     )2

    ,2

    (:    

     

    são bijeções com derivadas diferentes de zero em todos os pontos e calcule

    as derivadas das funções inversas: )2

    ,2

    ()1,1(:     arcsen ,

    ),0()1,1(:arccos       e )2

    ,2

    (:     Rarctg  .

    Sugestão: Aplique a fórmula da derivada da função inversa.

    272. Sejam f, g, h: X R tais que f(x)  g(x)  h(x) xX. Se f e h são

    deriváveis no ponto aX’ X, com f(a) = h(a) e f’(a) = h’(a), prove que g éderivável nesse ponto, e g’(a) = f’(a). 

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