EQUIPE MULTIDISCIPLINAR - unipe.edu.br · para EAD, conta com uma equipe multidisciplinar...

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1P Á G I N A

JOÃO PESSOA | 2018

ORGANIZACAO Núcleo de Educação a Distância (NEAD)

EQUIPE MULTIDISCIPLINARJuliália Cássia Alves BezerraDiego Rodrigues da Silva Luana Jesus de Almeida da Costa Fernanda Soares de LimaLuciano Henrique Gomes de AlmeidaIzabel Cavalcanti Barros Lamenha PintoMarcelina Gonzaga de LunaAndreia Christine S. de A. RamalhoEvilásio Dos Santos SilvaErika Aranha Fernandes BarbosaAna Maria N. Henriques e SilvaMirella de Almeida Braga

~, COMO MELHOR

UTILIZAR ESTE EBOOK

REVISAO FINALIzabel Cavalcanti Barros Lamenha PintoJuliália Cássia Alves BezerraFernanda Soares de Lima

PRODUCAO EDITORIALNúcleo de Publicações Institucionais (NPI)

COORDENACAO DE PRODUCAOFilipe Carvalho de Almeida

PROJETO GRAFICO Raiff Pimentel Félix Almeida

Baixe o arquivo e visualize-o na tela do seu computador sempre que necessitar. É possível também imprimir somente partes do texto, selecionando as páginas desejadas nas opções de impressão. Os botões interativos são apenas elementos visuais, utilize-os para navegar pelo documento. Se preferir, utilize as teclas “Page Up” e “Page Down” do teclado ou o “Scroll” do mouse para retornar e prosseguir entre as páginas.

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M593

Metodologia do estudo / Organização: Núcleo de Educação a Distância - NEAD - Unipê:

João Pessoa, 2018.

70p.

ISBN 978-85-87868-65-7

1. Estudo e ensino. 2. Metodologia. 3. Método de estudo. I. Título.

UNIPÊ / BC CDU 001.891

A disciplina de Metodologia do Estudo é a primeira Unidade Curricular desenvolvida pelo NEAD em conjunto com a equipe multidisciplinar, encabeçando o rol das disciplinas institucionais e demais objetos de aprendizagem.

Para garantir a qualidade no processo de ensino e aprendizagem, produção e disseminação de tecnologias, metodologias ativas e inclusive tecnologias assistivas e outros recursos educacionais utilizados nos cursos, em sala de aula e demais espaços de aprendizagem, a política institucional para EAD, conta com uma equipe multidisciplinar responsável por elaborar e/ou validar o material didático, é responsável também pela concepção, produção e disseminação de tecnologias, metodologias e os recursos educacionais.

O material didático permite desenvolver a formação definida no projeto pedagógico dos cursos, considerando sua abrangência, aprofundamento e coerência teórica, sua acessibilidade metodológica e instrumental e a adequação da bibliografia às exigências da formação, além de apresentar linguagem inclusiva e acessível, e recursos inovadores.

Nesse contexto, a disciplina foi criada com a colaboração de vários professores especialistas na área e demais técnicos para de forma padronizada e em formato online, trabalhar os objetos de técnicas de Estudo e Redação Cientifica, para auxiliar o aluno no seu desenvolvimento acadêmico e obtendo êxito na aprendizagem.

Boa leitura!

APRESENTACAO

APRESENTACAOAPRESENTACAO

APRESENTASOBREOLIVROAPRES,

SOBREOLIVROSOLIVROCaro aluno,

Você deve estar se perguntando o que significa uma unidade curricular que leva no seu nome estudo. Isso mesmo, a disciplina de Metodologia do Estudo vai abordar técnicas para estudar melhor, compradas pela sua eficiência e resultados.

O objetivo desta disciplina, é fazer você compreender como se estuda eficazmente, de modo a utilizar as estratégias mais adequadas a cada situação, visando maximizar o rendimento das oportunidades de aprendizagem, bem como se iniciar nas práticas de redação científica.

Este livro didático irá promover a ação de potencializar o estudo do aluno, complementando os objetos da disciplina online, abordando temas como: Hábitos de estudo, o ambiente de estudo, o uso eficiente e eficaz do tempo, os processos biológicos de aprendizagem, as técnicas de estudo e aprendizagem, as estratégias de leitura e interpretação de texto, bem como a compreensão dos processos avaliativos e a elaboração de trabalhos acadêmicos, com uso das normas da ABNT e ética.

Reunimos neste livro, vários recursos de interatividade para que explore ainda mais sobre os assuntos estudados. Você também poderá explorar na biblioteca virtual do Unipê, os livros indicados nas referencias e continuar estudando sobre o assunto.

Na sala virtual, estão disponíveis uma série de recursos que auxiliam o processo de aprendizagem, caracterizados como midiáticos ou textos, o H5P é um exemplo deste. O recurso segue uma sequência organizada, permitindo a interação com textos, imagens, vídeos, links, entre outros formatos.

Para a apresentação da aula, pense que estamos conduzindo você, numa organização padronizada, auxiliando-o na instrução da informação e evitando que caia fora da rota.

Aproveite o livro e aprenda bastante!Equipe multidisciplinar

SOBRE O LIVRO

APRESENTASOBREOLIVROSOBREOLAPRES

SUMARIO

SUMARIOSUMARIOMARIO

ÉTICA, CIDADANIA E EDUCAÇÃO: CONHECIMENTO E FONTES DE INFORMAÇÃO

REDAÇÃO CIENTÍFICA: ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

ASPECTOS BIOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM: ESTRATÉGIAS PARA ESTUDAR E APRENDER

POSTURA PROFISSIONAL EM TRABALHOS ACADÊMICOS

ÉTICA NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO E EM TRABALHOS ACADÊMICOS

REDAÇÃO CIENTÍFICA DE TRABALHOS ACADÊMICOS

SUMARIO07 33

15 45

25 56

Capítulo 1 Capítulo 4

Izabel Cavalcanti Barros Lamenha Pinto

Ana Maria Nascimento Henriques e Silva

Andréia Christine Soares de Assis Ramalho

Mirella de Almeida Braga, Juliália Cássia Alves Bezerra

Evilásio Dos Santos Silva

Marcelina Gonzaga de Luna, Luana Jesus de Almeida da Costa

Capítulo 2 Capítulo 5

Capítulo 3 Capítulo 6

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ÉTICA, CIDADANIA E EDUCAÇÃO :

CONHECIMENTO E FONTES DE INFORMAÇÃO

CAPITULO 01

Izabel Cavalcanti Barros Lamenha Pinto

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INTRODUÇÃOSabe aquele mantra familiar: - Leia, leia, leia e estude... Pois é, estudar não é apenas abrir o livro e ler, é uma habilidade! E melhor, treinável, isto é, pode ser desenvolvida por meio de práticas eficientes.

Muitas pesquisas e testes sobre como melhorar os resultados da aprendizagem por meio de técnicas de estudo foram realizadas. Por isso, pensamos aqui: Vamos mostrar para você, como fazer correto na Universidade e estudar de forma positiva e duradoura. Esse é o convite da Unidade Curricular.

Que tal adquirir hábitos e estratégias para estudar com o máximo possível de produtividade?

Vamos lá!

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O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Compreender a função social da universidade na era digital e diferenciar a coleta de informações da produção de conhecimento;

Ser capaz de selecionar pesquisas em bases de dados e bibliotecas digitais e física disponíveis no Unipê;

Realizar pesquisa de um livro na biblioteca virtual;Realizar busca de um artigo científico em bases de dados;Analisar criticamente a função social da universidade.

Demonstrar iniciativa e interesse na busca de informações e conhecimentos acerca da temática;

Ter uma postura ativa e colaborativa no fórum virtual emitindo sua opinião e interagindo com os colegas;

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

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Vamos pensar sobre a informação, o conhecimento nos dias de hoje, existe diferença entre conhecimento e informação? Temos acesso a informação e geramos conhecimento ou a informação é o próprio conhecimento? Qual o papel da universidade na produção de informação e de conhecimento?

É muito importante diferenciar o significado de cada palavra, informação é parte e conhecimento é outra parte. Para começar a explicar um pouco sobre isso, é preciso entender o valor histórico da informação e como tudo isso vem quebrando paradigmas.

Você sabe em que ERA estamos vivendo? Isso mesmo, passamos por várias ERAS, da Era Industrial até a Era

da informação. Durante a passagem da Revolução Industrial e da Era da informação,

o valor dado ao que se sabia era permanente, pouco mutável, isto é, as informações demoravam anos para se atualizarem ou terem mudanças significativas. Livros, rádio, jornais e professores eras poucas fontes de informações daquele momento, para ter acesso a eles nem sempre foi tão fácil, como nos dias de hoje.

Com o passar dos anos, o desenvolvimento das cidades, das pessoas e das profissões, sobretudo, o avanço da ciência, o acesso ao que se conhecia provocou mudanças significativas nos homens e no mundo.

Definiu-se a sociedade do conhecimento, emergente no final do Século XX, como a estrutura socioeconômica característica das sociedades desenvolvidas em que, o maior grupo social são os “homens de conhecimento”. Tem-se indicado que o desenvolvimento da sociedade do conhecimento foi considerado em conexão com o desenvolvimento científico e tecnológico, e sua revolução tem provocado uma mudança representativa na condição humana.

Como todo processo de evolução na história da humanidade, as revoluções transformaram e marcaram o mundo com novos paradigmas e modelos. De forma inquestionável está se passando por mais uma revolução, a Revolução Tecnológica, base do nascimento de uma nova Era, a Era Digital. Para Gabriel (2013, p.3): “Quando uma revolução tecnológica acontece, ela recria a realidade e transforma o impossível em possível”. VIVEMOS A ERA DIGITAL!

1 INFORMAÇÃO VERSUS CONHECIMENTO

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E AGORA, VAMOS REFLETIR?

Como todo processo de evolução na história da humanidade as revoluções transformaram e marcaram o mundo com novos paradigmas e modelos. De forma inquestionável estamos passando por mais uma REVOLUÇÃO, a Revolução Digital, base do nascimento de uma nova ERA, a Era Digital.

Observe abaixo uma reportagem feita pela Veja Online em 14 de março de 2013, sobre a comparação entre a primeira benção do Papa Bento XVI (em 2005) com a do Papa Francisco (em 2013).

Que diferença você percebeu?

A comparação mostra como a tecnologia pode impactar nossas vidas em um curto período de tempo. Em 2005, a primeira benção do Papa Bento XVI, os fiéis se limitaram apenas a observar a chegada do novo pontífice. Já em 2013, com a popularização dos tablets e smartphones, todos quiseram gravar a primeira benção do Papa Francisco. A comparação foi publicada inicialmente no Facebook da rede NBC (VEJA ONLINE, 2013).

Conforme Gabriel (2013, p.3): “Quando uma revolução tecnológica acontece, ela recria a realidade e transforma o impossível em possível”. Você já pensou que era impossível voar no século XIX, e o brasileiro, Santos Drummond de Andrade, possibilitou isso.

EXEMPLO

Fonte: Veja Online, 2013

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Veja o exemplo do fogo: Quando o homem descobriu o fogo ele transformou a sua realidade, pois passou a ter hábitos noturnos, a cozinhar e assar os alimentos, a utilizar o fogo como meio de proteção de outros animais e a utiliza-lo para a construção de ferramentas. Assim também aconteceu com a escrita, a eletricidade, os remédios, os meios de transporte, os meios de comunicação, em especial o telefone.

A Educação usa-se da rápida evolução tecnológica e a utiliza, como mais uma ferramenta de acesso às novas formas de comunicação, como também de apoio metodológico para integrar o ensino e a aprendizagem visando qualificar os processos educativos. Nesse sentido, a tecnologia é considerada marco histórico da práxis humana e traz consigo muitos desafios a serem conhecidos e compreendidos.

Reflita sobre o que se tratou, nesta seção, em relação a tecnologia e relacione ao contexto da frase de Gabriel (2013, p.3):

Depois de entender esse processo, vamos as leituras do texto e analise o contexto com a vida universitária.

Universidade e tecnologia de mãos dadasDe João Francisco Justo Filho, doutor em engenharia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

https://webinsider.com.br/universidade-e-tecnologia-de-maos-dadas/

“[...] o que realmente importa em uma revolução tecnológica não é a tecnologia

em si, mas o que fazemos com ela e como ela pode melhorar as nossas vidas”.

1.1 LEITURA SUGERIDAS

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Pode-se afirmar que na frase: “Aprendi, mas já esqueci” significa que, o quê se aprende nunca é esquecido! Depois de assistir a situação-problema, reflita sobre essas questões:

Quando Alice responde, podemos dizer que ela tem uma informação ou um conhecimento?

É certo afirmar que a informação é um processo que desperta interesse, logo gera seletividade? Pode-se afirmar que a passagem da informação para o conhecimento precisa de uma ação de interpretação? O que é cumulativo o Conhecimento ou a Informação? A informação é a apropriação do conhecimento.

Ah! Lembre-se que você pode fazer a diferença na turma compartilhando algo muito legal!

Participe do fórum e apresente suas fontes de informação. Comente também as fontes dos colegas, sua interação é fundamental para o sucesso deste fórum, contem comigo também!

Pergunta para Alice Informação vs Conhecimento

A Organização da Vida de Estudos na UniversidadeTexto resumo de Antônio Joaquim Severino, sobre a organização dos estudos e a vida universitária.

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA4TUAE/word

1.2 SITUAÇÃO-PROBLEMA

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REFERÊNCIAS

GABRIEL, MARTHA. A (r)evolução digital na educação. 1. ed. São Paulo:

Saraiva, 2013

MEDEIROS, João Bosco; GOBBES, Adilson. Dicionário de erros correntes

da língua portuguesa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

JUSTO FILHO, João Francisco. Universidade e tecnologia de mãos dadas.

Disponível em: < https://goo.gl/P7ZS3R > 2011. Acesso em 25 de Julho de

2018.

SEVERINO, Antônio Joaquim. A Organização da Vida de Estudos na

Universidade. IN: Metodologia do Trabalho Científico. Ed. 22. São Paulo:

Cortez, 2007.

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ASPECTOS BIOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM:

ESTRATÉGIAS PARA ESTUDAR E APRENDER

CAPITULO 02

Andréia Christine Soares de Assis Ramalho

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INTRODUÇÃOSe pudermos elencar quais as situações mais comuns que o aluno enfrenta ao estudar, quais seriam:

Esquecer de tantas coisas que já estudou? Passar horas lendo um livro e no final ficou com aquela sensação: - humm?! Não lembro nadinha do que li! E aquele pânico: - Deu branco! Não lembro mais de nada! Não sai nada, não consigo escrever uma linha, xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Por que precisamos reler várias vezes para entender o texto?Por que o estado emocional prejudica meu desempenho nas avaliações?

Este capítulo abriga temas essenciais para o processo de APRENDER E POR QUE APRENDER COM MAIS EFICIÊNCIA.

Você irá refletir sobre os motivos pelos quais, ao longo de nossas vidas, nos esquecemos da maioria das coisas que já estudamos e compreender o que leva alguém a APRENDER ALGUMA COISA E NUNCA MAIS ESQUECER.

Também enfatizar a importância de ORGANIZAR O TEMPO DE ESTUDO e ensinar você a usar algumas técnicas que podem ajudá-lo a entender melhor os conteúdos.

Por fim, ajudar você a melhorar o seu método de estudo, maximizando sua aprendizagem, para aumentar o desempenho e a excelência acadêmica com reflexos nas provas e nas avaliações. Apertem os cintos, vamos decolar nessa jornada de estudos!

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O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Compreender as bases dos aspectos biológicos da aprendizagem;Compreender o estudo como um hábito a aprender;Ser capaz escolher estratégias para estudar e aprender.

Saber manejar os aspectos biológicos da aprendizagem;Aplicar técnicas de estudos para aprender;Construir um mapa mental ou conceitual;Elaborar um plano de estudos para diferentes situações de aprendizagem.

Ter interesse e ser determinado em sempre aprender, estudar, pesquisar e buscar alternativas para seu processo de aprendizagem;

Ter responsabilidade com sua formação acadêmica, sendo organizado com seu ambiente e tempo dedicado estudo;

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

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2 ASPECTOS BIOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM

Do nascimento até o último suspiro de vida o ser humano é capaz de aprender. Mas na verdade, o que é a aprendizagem?

De acordo com o conceito abrangente de Illeris (2018), a aprendizagem é um processo que gera mudanças permanentes cuja ocorrência não deve estar vinculada exclusivamente a maturação biológica ou ao envelhecimento.

Illeris (2018) salienta que outros fatores influenciam na aprendizagem, além do biológico, são estes o psicológico e o social. Assim, ela ocorre pela integração de dois processos distintos. Um interno que se dá pela elaboração e aquisição do conhecimento e um externo, pela interação deste indivíduo com a sociedade, cultura e material ao qual ele está inserido.

De acordo com Severino (2018) o que difere o agir humano dos outros animais é o conhecimento, sendo este imprescindível e irreversível na história de cada indivíduo. Assim, o conhecimento é o responsável pelo futuro do indivíduo e da humanidade.

Para Castro (2015) a palavra aprender tem um sentido muito amplo, sofrendo variações de acordo com a finalidade que damos ao que aprendemos. Esse aprendizado pode ser momentâneo ou aquele que poderá ser utilizado durante uma vida inteira.

Então o que devemos fazer para guardar informações em nosso cérebro durante toda a vida e acessá-las quando necessário?

Para que o nosso aprendizado seja efetivo precisamos ter atitudes que viabilizam a compreensão e assimilação dos conteúdos. Castro (2015) destaca cuidados que são importantes na hora de estudar como:

Ambiente confortável: Controlar o ambiente físico utilizando cadeira confortável para o estudo; mesa com espaço adequado para seu material; iluminação adequada e lugar para guardar o material no final do estudo.

Organização do espaço de estudo: Arrume a mesa de estudo de forma simples separando todo o material a ser utilizado, evitando desvios de pensamentos e facilitando a concentração.

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Concentrar-se no que está estudando: Evitar distrações para obter um maior nível de concentração vai proteger de distrações, como música, tv, celular, etc. Silêncio: Utilizar música ou não para estudar depende de cada indivíduo; assuntos já conhecidos podem ser estudados com música, se for da preferência do aprendente; assuntos novos e difíceis é importante o silêncio pois precisamos de toda a nossa atenção. Não ser interrompido: A concentração é muito importante para a assimilação de assuntos, assim, quando estudamos, precisamos de um tempo para “aquecer” nosso cérebro até que ele possa desempenhar seu papel da melhor forma possível, interrupções não favorecem a aprendizagem de assuntos complexos; conhecer seu ritmo orgânico e identificar o horário que rende melhor nos estudos; ter cuidado com o uso do telefone, pois pode atrapalhar a concentração. Concentração: Habituar-se em estudar em um mesmo local; alimentos pesados e cansaço físico dificultam a aprendizagem; acalmar a mente para iniciar os estudos facilita; fazer listas do que precisa fazer após o estudo para evitar esses pensamentos na hora de estudar; ficar com sono pode atrapalhar a concentração e cochilar um pouco pode ajudar a se livrar dele.

Para favorecer o aprendizado além dos cuidados anteriormente descritos, faz-se necessário administrar o tempo, da melhor forma possível, reservando horários para o estudo. Diante dessa necessidade, Castro (2015) afirma a importância de listar o que precisamos fazer, dando-lhes níveis de prioridade claras, assim, conseguiremos terminar o que seria indispensável, diferenciando o que é importante do que é urgente, pois a melhor hora para se fazer algo não é o último momento, para tanto precisamos listar para lembrar.

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Nosso tempo é precioso e na maioria das vezes bem escasso para darmos conta de todas as nossas necessidades e afazeres. Diante dessa perspectiva, Castro (2015) revela uma fórmula simples para o aprendizado que é quanto mais tempo um indivíduo se dedicar aos estudos, melhor será seu aprendizado. Assim, na hora que entendemos algo passamos a gostar do assunto.

Castro (2015) também enfatiza a importância do descanso como uma técnica de estudo, pois, pequenas paradas fazem com que nosso cérebro processe as informações adquiridas. Outra coisa que contribui para o aprendizado é uma boa noite de sono. Quando dormimos nosso cérebro sedimenta as informações estudadas.

Sabemos que estudar é uma ferramenta imprescindível na vida acadêmica, mas como devemos estudar para ter um maior aprendizado do conteúdo? o que devo fazer para melhorar minha aprendizagem?

Castro (2015) tem algumas orientações acerca de atitudes para adquirir bons hábitos de estudo:

Ler antes da aula: facilita a compreensão do assunto no momento em que o professor ministra a aula;

Fazer anotações e/ou sublinhar: é uma forma de criar registros resumidos do conteúdo, destacando pontos importantes;

Revisar anotações ou marcações bem-feitas: reaviva na memória as partes mais importantes do conteúdo.

Para Castro (2015) a principal estratégia de leitura é fazê-la em três etapas:

Leitura superficial ou pré-leitura: leitura por inspeção, folheando o livro, fazendo leituras salteadas e atentando para gráficos e tabelas se existirem, dando atenção ao título e prefácio, sumário, bibliografia, capa e orelhas, capítulos importantes (introdutório e final);

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Leitura analítica: ler de forma unidirecional as partes que nos interessam do livro, após a conclusão da leitura, retornar aos capítulos que são mais importantes ou complexos;

Leitura comparativa: confrontar as ideias apresentadas pelo autor com ideias do mundo intelectual direcionada a mesma temática.

Uma estratégia de organização visual para apresentar as ideias são os MAPAS MENTAIS, nos quais utilizamos palavras-chave, símbolos, cores, imagens e figuras para organizar, memorizar e apresentar uma informação (CASTRO, 2015).

Estudar usando todos os sentidos é uma boa estratégia para não esquecer. ouvir, ver, fazer/escrever, falar e ensinar permitem que o aprendente consiga armazenar os conteúdos de forma mais duradoura em sua memória.

De acordo com Castro (2015) para que o aprendizado aconteça antes de tudo faz-se necessário acreditar que é possível, que a aprendizagem vai acontecer e a partir daí, utilizar técnicas para entender a matéria como: permitir-se contagiar pelo interesse, pois quando estamos interessados aprendemos mais; ser protagonista do próprio aprendizado, fazendo perguntas a si próprio e buscando o aprendizado ao invés de esperar por ele; entender que aprendemos mais com nossos erros do que com nossos acertos; utilizar os testes como uma forma de saber se aprendemos o conteúdo; voltar ao assunto já estudado várias vezes para rever aquilo que já acreditávamos ter aprendido, ajuda a fixar o conteúdo; respeitar sua capacidade de compreensão, exigindo de se mesmo de acordo com sua evolução; entender o conteúdo para poder armazená-lo na memória; encontrar uma lógica no que se estuda e a partir daí agregar novos conhecimentos.

Castro (2015) acrescenta também algumas técnicas para não esquecer o que se aprende, sendo estas:

1 . 2.

esquecer o que não é útil e memorizar o que é relevante, evitando a sobrecarga do cérebro;

repetir várias vezes para transferir as informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo, insistir até fixar;

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3. 4.

5.

Aprender de forma efetiva, transferindo conhecimentos da memória de curto prazo para a memória de longo prazo não é impossível. Para tanto faz-se necessário utilizar as técnicas acima descritas para estudar e aprender.

Aprender se torna fácil quando desenvolvemos o hábito de estudar. Vamos colocar em prática?

2.1 LEITURA SUGERIDA

Livro de Claudio Moura Castro. “Você sabe estudar?“ A leitura dos capítulos - 1: aprendi, mas já esqueci! o capítulo 2: Preparativos: o ambiente é para ajudar, não para atrapalhar e o capítulo 3: O tempo é a sua maior riqueza, há que administrá-lo. Vá até o endereço para acessar:

Livro 1 de Claudio Moura Castro. Você sabe estudar? Capítulo 4: Bons hábitos de estudo. Capítulo 5: Técnicas para entender a matéria. Capítulo 6: Técnicas para não esquecer.Vá até o endereço para acessar:

https://goo.gl/1zfUhP

https://goo.gl/g7mKFG

quanto mais estudarmos um mesmo assunto o assimilaremos com menos gasto de energia;

avaliar se já aprendi aguardando um tempo e para vê se a informação ficou armazenada, reconhecer o assunto, relembrar do assunto sem olhar no livro e alterar nosso aprendizado aprendendo várias lições ao mesmo tempo;

também é importante fazermos associações que nos auxiliem a recordar o assunto; e para finalizar as técnicas para não esquecer, realizar feedback para identificar o que sabe e o que ainda não sabe e precisa ser aprendido.

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Situação-problema

2.2 SITUAÇÃO-PROBLEMA

POR QUE NOS LEMBRAMOS DE ALGUMAS COISAS E OUTRAS NÃO?

Participar do FÓRUM sobre memória, aprendizagem e sono e correlação emocional e atitudinal frente ao estudo.

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REFERÊNCIAS

CASTRO, C. de M. Você Sabe Estudar? quem sabe, estuda menos e

aprende mais. Porto Alegre: Penso, 2015.

CURSO SUPERA. Malhando a Cuca 4 - Dicas para Concentração

Cerebral. Disponível em: https://www.youtube.com/

watch?v=08XemIawvSo. Acesso em 16 de agosto de 2017.

ILLERIS, K. (org.). Teorias contemporâneas da aprendizagem [recurso

eletrônico]. Traduzido por: Ronaldo Cataldo Costa. Dados eletrônicos. Porto

Alegre: Penso, 2013. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.

br/#/books/97885658 48381/cfi/1!/4/[email protected]:58.0>. Acesso em: 19/08/2018.

PICCINI, Leandro. Aprendendo inteligência: os 7 ensinamentos de

Prof. Pier. Disponível em: http://estudareaprender.com/aprendendo-

inteligencia-7-ensinamentos-do-prof-pier/. Acesso em 16 de agosto de 2017.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico [livro eletrônico]. 2.ed.

São Paulo: Cortez, 2017. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/

arquivo /37550582/metodologia-do-trabalho-cientifico---antonio-joaquim-

severino>. Acesso em: 19/08/2018.

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ÉTICA NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

E EM TRABALHOS ACADÊMICOS

CAPITULO 03

Evilásio Dos Santos Silva

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INTRODUÇÃOPosso copiar um trecho de um livro, juntar com uma página na internet, depois outra e depois outra, pronto!!! Terminei o meu trabalho da Universidade e ninguém vai notar.

Afinal de conta, copie e colei de vários lugares.Opa, muita calma nessa hora, isso sim é uma atitude incorreta!

Você sabe o que é plágio? Você já conversou com alguém sobre essa temática?

Nesta Unidade, serão discutidos os temas Ética e Plágio no ambiente universitário e na produção de trabalhos acadêmicos.

Entenda o que significa para não cometer uma fraude!

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O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Compreender e definir as relações entre Ética, Cidadania e Educação.

Reconhecer a origem da Ética e da cidadania e sua ligação com a política;Avaliar com clareza quais tipos de ações observadas no nosso cotidiano universitário são plágio ou não;Aprender a correlacionar cidadania e ética com a questão educativa.

Ser ético em suas ações acadêmicas;Perceber a importância da autoria frente aos trabalhos e demais exercícios acadêmicos científicos.

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

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3 ÉTICA EM TRABALHOS ACADÊMICOS

Aristóteles, filósofo grego do século V a.C. usa o termo êthos para referir- se ao caráter, ao modo de ser. O êthos está mais na esfera pessoal do que social. O filósofo preconiza que a ética não diz respeito apenas ao saber, mas, sobretudo ao modo de viver. Decorre, pois, que a ética relaciona - se com o ser, o pensar e o agir bem.

A sociedade pós-moderna compreende a urgência em estabelecer princípios éticos que norteiem as ações individuais e coletivas, de forma que as pessoas sejam capazes de refletir o valor das ações praticadas em favor de si e de outrem. Dentro dessa perspectiva, entende-se que o ambiente acadêmico pode ser um espaço privilegiado wpara a reflexão sobre os princípios éticos, especialmente quando se tem a percepção de que é um espaço de construção e produção de conhecimento.

Ao pesarmos em ambiência acadêmica não podemos deixar de entender que nela é possível solidificar e amadurecer valores éticos que foram construídos ao longo de nossa formação como indivíduos.

Para Gabriel (2013) a informação tornou-se a moeda corrente e valiosa no mundo atual. Desta feita, se as universidades podem se tornar espaços privilegiados de construção de conhecimento – que se dá através da formação e informação – não podemos deixar de refletir a maneira como essa informação chega até nós. Além do mais, não podemos prescindir da ideia de que toda informação possui função política e, consequentemente, exercício fecundo da cidadania.

Diante dessa reflexão, convém perguntar: Como os alunos têm feito uso das informações obtidas dentro do ambiente acadêmico? Em sua maioria, eles têm respeitado a autoria dos artigos e obras publicadas por aqueles que custosamente se embrenham em uma tarefa árdua de escrita que traduza os conhecimentos produzidos? E ainda: eles têm consciência plena do ato praticado? Como a academia tem convivido com tais ações no sentido de, não apenas coibir, mas orientar e conduzir para uma produção acadêmica proficiente?

Por certo não temos respostas prontas para as perguntas feitas, mas certamente conseguimos formular algumas possibilidades de explicação. Se nos dedicarmos a fazer uma reflexão sobre os princípios éticos que devem nortear o universo acadêmico, devemos nos revestir da hombridade necessária para evitar, dentre outras coisas, o recorrente plágio que temos

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encontrado nos trabalhos produzidos por nossos alunos. É imprescindível e urgente a prática de correlacionar conceitos como o de ética e cidadania às questões educativas.

No Brasil, a cópia integral ou parcial de textos, sem dar os devidos créditos, ou sem a autorização do autor é crime com pena prevista em lei. O Código Penal tem uma seção que trata especialmente dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual. Sobre o crime de plágio:

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena

– detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial,

com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio

ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou

fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista

intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de

quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)

anos, e multa.

Partindo dos pressupostos da lei, entendemos a urgência em analisar com clareza quais ações devem ser realizadas no sentido de se evitar a proliferação das práticas de plágio dentro da sala de aula.

Há quem ouse dizer que o terreno fértil da era digital e sua mais notória ferramenta, a internet, favoreceu o crescimento de tais ações. Prefiro a abstenção de tal julgamento, pois considero mais necessária uma reflexão no sentido de entendermos como estamos contribuindo na formação de cidadãos éticos e comprometidos socialmente, cidadãos capazes de utilizar qualquer ferramenta para o bem e crescimento coletivo.

Fica para nós, portanto, o desafio de assumir o compromisso de coibir, combater, mas, sobretudo, formar em nossos alunos uma postura acadêmica comprometida na produção de trabalhos com autoria, utilizando-se de referencial teórico pertinente para embasar e enriquecer conhecimentos construídos. Se assim o fizermos, teremos a certeza de que estamos formando sujeitos capazes de entender o lugar que ocupam na sociedade, com atuação ética, comprometida e crítica.

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Pergunta

Posso copiar um trecho de um livro, colocar no trabalho da disciplina, apenas mudando algumas palavras por sinônimos?

3.1 LEITURA DE TEXTO

A primeira leitura é sobre Plágio, que está contida na biblioteca virtual no capítulo 21 do livro GABRIEL, Martha. Educar: A (r)evolução digital na educação. 1ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2013. Vá até o endereço para acessar:

A segunda leitura será sobre a RESOLUÇÃO/CONSEPE nº 01, DE 14 DE MAIO DE 2014 – Dispõe sobre sanções específicas para o regime disciplinar discente no UNIPÊ.Vá até o endereço para acessar:

3.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

Hora do desafio: SUA DECISÃO PODE MUDAR TUDO!

UM ATO, TRÊS DESFECHOS

Havia um trabalho final para ser entregue na disciplina de Filosofia sobre Ética. Noan não fez o trabalho, mas na última hora, foi para biblioteca para tentar elabora-lo. Chegando lá, encontrou no computador do laboratório um pendrive e ao abri-lo, encontra um trabalho igual ao que ele tinha que elaborar. Noan não hesitou e colocou seu nome no trabalho, imprimiu e entregou a professora, pois precisava de nota para passar nesta disciplina.

https://goo.gl/WY2m1q

https://goo.gl/6vDxTr

31P Á G I N A

Tom, colega de classe de Noan, conseguiu fazer o trabalho em tempo, teve algumas dificuldades, mas se esforçou e cumpriu o prazo de entrega.

Athena, aluna da turma da manhã e prima de Noan, não teve um bom dia. Dedicou-se arduamente para fazer o mesmo trabalho, pesquisou na biblioteca, corrigiu seu conforme as normatizações, preocupou-se com a escrita original, fez sem dúvida um trabalho impecável, porém, na data da entrega, perdeu o trabalho e não conseguiu justificar para a professora o fato, e levou nota zero.

Tom não consegue a nota que precisava para passar e fica reprovado na disciplina. Ele também toma conhecimento da situação de Athena, mas, por ter perdido o pendrive com o trabalho e a nota zero, ainda sim passou na disciplina. Noan comemora a aprovação com nota 10 e conta a Tom o que lhe aconteceu.

Tom que se dedicou a fazer o trabalho não passou e viu seu colega Noan aprovado. Athena perdeu a oportunidade de concorrer a uma monitoria, pois ficou com o CRE mais baixo, devido a nota zero.

Se você fosse Tom, o que você faria? Reflita sobre a importância e influência dos relacionamentos em suas decisões éticas e como os outros, próximos ou não, podem ser afetados por elas. O que você faria se as situações comprometessem familiares e amigos ou que regras estaria disposto a quebrar para ajudar e salvar essas pessoas?

Situação-problema

32 P Á G I N A

REFERÊNCIAS

CARDELLA, Haroldo Paranhos CREMASCO, José Antônio. Ética profissional:

simplificado. São Paulo : Saraiva, 2012.

CURY, Carlos Roberto jamil; TOSTA, Sandra Fátima Pereira. Educação, cidade

e cidadania: leituras de experiências socioeducativas. Belo Horizonte: PUC

Minas/Autentica, 2007.

GABRIEL, Martha. Educar: A (r)evolução digital na educação. 1ª Edição. São

Paulo: Saraiva, 2013.

KROKOSCZ, Marcelo. Outras palavras sobre autoria e plagio. São Paulo:

Atlas, 2015.

33P Á G I N A

REDAÇÃO CIENTÍFICA: ORGANIZAÇÃO DE

TRABALHOS ACADÊMICOS

CAPITULO 04

Ana Maria Nascimento Henriques e Silva

34 P Á G I N A

INTRODUÇÃOAté aqui já estudamos sobre técnicas e estratégias de estudo, exploramos a boa leitura e compreendemos, por meio dela, como ESTUDAR de forma mais eficiente.

E você deve ter percebido que ler e produzir um texto TEM REGRAS. Estas regras além de padronizarem o texto, ajudam na organização e na citação correta.

Agora, você vai se preparar para utilizar métodos de produção acadêmica embasadas em normalizações. Por “Normalização” entende-se o ato de regulamentar um procedimento, conhecida como a famosa ABNT.

Vamos lá!

35P Á G I N A

O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Conhecer e compreender elementos de normalização científica;Ser capaz de elaborar trabalhos acadêmicos utilizando a escrita científica;

Aplicar a regra da ABNT corretamente na estrutura do texto científico;Empregar uma citação corretamente no texto;Redigir corretamente uma referência bibliográfica de acordo com o tipo de fonte;Produzir um texto articulando o objeto central a ideias secundárias com rigor científico.

Escrever trabalhos acadêmicos de forma ética e dentro da normalização científica da ABNT.

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

36 P Á G I N A

4 REDAÇÃO CIENTÍFICA: NORMAS ABNT

Nesse capítulo vamos explorar os conteúdos como: Conhecer e compreender elementos de normalização cientifica- ABNT (Focando em Citação e Referências Bibliográficas) e aprender a produzir um Relatório.

Para tanto é necessário compreender que:Para uma Redação Científica bem estruturada são necessários

adotar alguns padrões que irão favorecer uma melhor organização da sua estrutura e compreensão de qualquer Trabalho Acadêmico. Antes de elaborar esta produção é necessário ter atenção a fazer boas leituras em textos que tenham informação segura e de credibilidade culminando com uma boa escrita.

A construção lógica do texto e a redação do trabalho escrito refere-se ao arranjo encadeado dos raciocínios utilizados para trabalhar a tese que se pretende defender, formados a partir dos dados colhidos nas fontes bibliográficas consultadas e das ideias advindas da reflexão do autor sobre o tema (FORESTI, 2017).

Para que esta construção de der, é necessário que o trabalho contenha três partes, que são: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Nesta construção de texto são necessários conhecer regras e padrões adotados pela Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) que irá definir estes padrões para elaboração e apresentação dos trabalhos acadêmicos.

O trabalho acadêmico deve ser realizado com metodologia criteriosa em que parte de um problema à procura de solução apropriada, de natureza científica. São universais e destinados à comunicação das descobertas de informações científicas. Dentre os Tipos de Trabalhos Acadêmicos, estão: monografias, dissertações, teses, artigos científicos, resenha crítica e relatórios de pesquisa, etc.

Inicialmente, a ABNT orienta que seja utilizada para apresentação de trabalhos acadêmicos a NBR 14724. Esta Norma especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros), visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros).

37P Á G I N A

De acordo com a referida norma, o trabalho acadêmico, em sua estrutura, será composto pelas partes:

Pré-textualparte que antecede o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho;

Textualparte em que é exposto o conteúdo do trabalho e pós-textual e

Pós-textualparte que sucede o texto e complementa o trabalho.

Figura 1: Estrutura do trabalho acadêmico

Fonte: ABNT, 2011.

38 P Á G I N A

Sobre as regras gerais para apresentação do trabalho acadêmico é orientado pela NBR 1474 (ABNT, 2011) que:

• A Impressão deve ser feita em papel branco ou reciclado formato A4, de boa qualidade, que permita a impressão e leitura. Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados ou datilografados no anverso e verso das folhas. As margens devem permitir encadernação e reprodução corretas. Margem esquerda: 3.0 cm; Margem direita: 2.0 cm; Margem superior: 3.0 cm; Margem inferior: 2.0 cm• Os trabalhos devem ser apresentados de modo legível, através de documento digitado em espaço um e meio (1,5), excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de concentração), que devem ser digitados ou datilografados em espaço simples. Recomenda-se a digitação no tamanho 12. Tipos itálicos são usados para nomes científicos e expressões estrangeira.

• Para efeito de Alinhamento, não devem ser usados barras, travessões, hífens, asteriscos e outros sinais gráficos na margem lateral direita do texto, que não deve apresentar saliências e reentrâncias.

• As Notas de Rodapé devem ser digitadas ou datilografadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples de entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com fonte menor.

• Indicativos de seção deve ser feito de forma numérica, em algarismo arábico, de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere.

• Títulos sem indicativo numérico: errata, agradecimentos, lista de ilustrações, lista de abreviaturas, e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e índice(s) – devem ser centralizados.

• Elementos sem título e sem indicativo numérico fazem parte desses elementos a folha de aprovação, a dedicatória e a(s) epígrafe(s).

• As páginas devem ser contadas a partir da folha de rosto e numeradas sequencialmente a partir da Introdução, em algarismos arábicos, no

39P Á G I N A

canto superior direito, sem traços, pontos ou parênteses. Havendo anexos, suas páginas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento a do texto principal.

• Equações e Fórmulas, para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita.

Qualquer que seja o Tipo de Ilustração, sua identificação aparece na parte superior, após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada. Tabelas devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem e padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a inserção de Citações no Trabalho acadêmico e Elaboração de referências são orientadas as consultas às NBR 10520 e 6023 (ABNT, 2002), respectivamente, descritas a seguir:

A NBR 10520

Esta norma especifica as características exigíveis para apresentação de citações em documentos, que são:

Citação Menção de uma informação extraída de outra fonte;

Citação direta Transcrição textual de parte da obra do autor consultado;

Citação indireta Texto baseado na obra do autor consultado; Citação de citação Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.

Orienta ainda que o Sistema de chamada: as citações devem ser indicadas no texto por ordem de chamada: numérico ou autor- data.

40 P Á G I N A

REGRAS GERAIS PARA APRESENTAÇÃO DE CITAÇÕES NO TEXTO

Citação direta

A citação direta (de até três linhas), deve ser inserida no texto, entre aspas duplas, pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou título incluído na sentença, em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.

EXEMPLO:

Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação, que os “juristas medievais justificaram formalmente a validade do direito romano ponderando que este era o direito do Império Romano [...].”

A citação direta (de mais de três linhas) devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se observar apenas o recuo.

EXEMPLO:A teleconferência permite ao indivíduo participar de um

encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar

seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem

o uso da televisão, telefone, e computador. Através de áudio-

conferência, utilizando a companhia local de telefone, um

sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer

dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181).

Citação indireta

A citação indireta poderá vir dentro do texto no mesmo tamanho e grafia da fonte utilizada. No início ou no final do parágrafo deverá ser indicado autoria e data da publicação citada e referenciada.

41P Á G I N A

EXEMPLOS:

Silva (1990) diz que o mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior.

O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior (SILVA, 1990).

Citação de citação (de forma direta ou indireta) deve ser indicado a fonte de onde se originou a transcrição feita, com a expressão apud que significa Citado Por.

EXEMPLO:

Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser importante a construção de conhecimentos que sejam transmitidos a comunidade científica local ou regional de um país.

A NBR 6023

Esta norma estabelece os elementos a serem incluídos em referências. Fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação. Destina-se a orientar a preparação e compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros.

Em suas regras de apresentação, define que:

• As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples (1,0) e separadas entre si por espaço simples em branco.

42 P Á G I N A

• O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o elemento título deve ser uniforme em todas as referências de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de autoria, ou de responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras monossilábicas.

Exemplos de referências de publicações mais utilizadas nos trabalhos acadêmicos:

Livro impresso:MARCONI, M. A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da metodologia científica.

Rio de Janeiro: Atlas, 2017.

Livro em meio eletrônico:MARCONI, M. A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da metodologia científica.

Rio de Janeiro: Atlas, 2017. Disponível em: <https://goo.gl/eqSPKN>. Acesso

em: 03 set. 2018.

Publicações periódicas (Revistas) impressasCOSTA, V. R. À margem da lei. Revista em Pauta, Rio de Janeiro, v.1, n. 12, p.

131-148, jan./fev. 2008.

Publicações periódicas (Revistas) em meio eletrônicoCOSTA, V. R. À margem da lei. Revista em Pauta, Rio de Janeiro, v.1, n. 12, p.

131-148, jan./fev. 2008. Disponível em: < https://revistasempauta.com.br/#/

journals>. Acesso em: 20 ago. 2018.

Por fim não podemos esquecer, nesta aula, de falar sobre os Roteiros. Nesta etapa você deve relatar (descrever) uma atividade que

está sendo desenvolvida. O relatório é um documento que descreve formalmente o progresso ou resultado de uma atividade de pesquisa científica e/ou atividade técnica. E poderá envolver pessoas, Instituições, etc. Você poderá consultar a NBR 10719/2015 que discorre sobre a apresentação de Relatórios.

43P Á G I N A

4.1. LEITURA DE TEXTO

De acordo com as normas da ABNT, leia como construir um trabalho acadêmico, como realizar corretamente uma citação de outro autor e como redigir uma referência bibliográfica. Ah! Olha que legal: Você pode consultar alguns dos serviços oferecidos pelo Centro de Informação do Unipê.

Segue abaixo links para acesso as normas da ABNT ABNT NBR 14724 - para trabalhos acadêmicosVá até o endereço para acessar:

ABNT NBR 10520 - citações em documentosVá até o endereço para acessar:

ABNT NBR 6023 - para ReferênciasVá até o endereço para acessar:

Normas para elaboração de um trabalho acadêmico

https://goo.gl/ydLrku

https://goo.gl/mhohbJ

https://goo.gl/BqjXYG

44 P Á G I N A

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724:

informações e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio

de Janeiro, 2011.

______. NBR 6023: informações e documentação – Referências –

apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 10520: informações e documentação – Citações – apresentação.

Rio de Janeiro, 2002.

MEDEIROS, João Bosco. Redação cientifica: a pratica de fichamentos,

resumos, resenhas.12. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

SANTAELLA, Lucia. Redação e leitura: guia para o ensino. São Paulo:

Cengage Learning, 2013.

45P Á G I N A

Juliália Cássia Alves Bezerra

INTRODUÇÃO

Você já se deparou com a necessidade de realizar um Seminário?

POSTURA PROFISSIONAL EM TRABALHOS

ACADÊMICOS

CAPITULO 05

Mirella de Almeida BragaJuliália Cássia Alves Bezerra

46 P Á G I N A

INTRODUÇÃO

Você já se deparou com a necessidade de realizar um Seminário?

No ensino superior esta atividade será uma estratégia metodológica muito comum e que você irá se deparar algumas vezes como proposta dos seus professores.

Mas, para que serve o Seminário? Por que é uma estratégia metodológica tão utilizada? Será que nos preparamos e a executamos da forma adequada?

Bom, há pessoas que se identificam mais e outras menos com essa metodologia, contudo, ela é fundamental para todos, pois possui alguns objetivos importantes e, quando bem executada, contribui, e muito, para uma melhor desenvoltura profissional e pessoal.

Neste capítulo, a técnica metodológica é uma grande oportunidade para que você:

Conheça e compreenda elementos de investigação, síntese e análise-crítica que o ajudarão na sua independência intelectual, uma vez que todo seminário, para ser bem executado, necessita de uma pesquisa científica inicial;Aprenda aspectos referentes à sua postura durante essa técnica, que envolve comunicação verbal e não verbal; dicção; oratória; expressões faciais, aparência, vestimenta dentre outros;

Então... Vamos descobrir quais habilidades e atitudes você pode desenvolver?

47P Á G I N A

O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Desenvolver a capacidade científica de investigação, sistematização dos fatos e raciocínio e reflexão em torno de um tema ou assunto;Apropriar-se de procedimentos de planejamento, produção e revisão de uma exposição oral, de maneira clara, coerente e compreensiva;Utilizar os recursos auxiliares mais adequados à compreensão do assunto abordado;

Comunicar-se de forma dialógica em público com coerência e capacidade de análise, síntese e de debate crítico;Apropriar-se de procedimentos de escuta e participação de uma exposição oral e de um seminário;Desenvolver o raciocínio e processo reflexivo para a e elaboração objetiva de trabalhos científicos.

Assumir a Escuta Ativa frente às ações acadêmicas de aprendizagem e profissionais;Assumir uma boa postura e imagem pessoal e profissional frente às situações acadêmicas e profissionais que estiver vivenciando

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

48 P Á G I N A

5 SEMINÁRIO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

Seção 1 - Mirella de Almeida Braga

Buscar formas de defender ideias, treinar, agir em equipe, trazer uma boa oratória, explorar um tema, todos esses conceitos formam a composição da aula sobre Seminário. Para um bom desenvolvimento dos artefatos citados devemos realizar atividades de leitura para compreensão da temática que irá ser exposta no seminário, bem como manter o controle do tempo da defesa oral.

O conhecimento temático, a busca por novas informações, promove o aprendizado em sua plenitude, razão pela qual, faz-se necessário a contextualização do conhecimento teórico versus prático, o que permitirá ao discente/pesquisador ter uma noção do que é a aplicação em termos reais do conteúdo. No entanto, essa predominância também pode ser entendida como uma evidência clara dos limites do que será trabalhado numa perspectiva de “dialeticidade” entre a dimensão teórica e a dimensão prática do conhecimento.

Moacir Gadotti (1983, p.57) diz: “[...] o papel do pedagogo (entendemos docente) é um papel político. Sempre que o pedagogo (docente) deixou de ‘fazer política’, escondido atrás de uma pseudo-neutralidade da educação, estava fazendo, com a sua omissão, a política do mais forte, a política da dominação”.

Para tal, entendemos que o docente exerce esse papel de ‘fazer política’ e transformar. A aula de Seminário provoca inquietudes no discente que exerce no momento da oratória a função do docente, que não é neutra, sendo caracterizada pela criticidade, assumindo o papel político que abordamos acima seguindo a visão do Gadotti.

Observa-se em seguida da exposição, que as atividades do seminário exigem a equipe elaborar, especificar e desenvolver um projeto de sequência de ideias como forma de evidenciar sua realização/fim.

O Seminário é um procedimento metodológico, que impõe o uso de técnicas (uma dinâmica de grupo/equipe) para o estudo e pesquisa sobre um assunto predeterminado pelo docente.

49P Á G I N A

O objetivo do Seminário é: leitura, análise e interpretação de textos e dados sobre apresentação de fenômenos ou dados quantitativos vistos sob o ângulo das expressões científicas-positivas, experimentais e humanas. Visando o bom entendimento de tempo/conteúdo pelo discente/pesquisador.

Vale salientar que para que um bom seminário aconteça é necessário a dinâmica do grupo/equipe pressupondo a atividade de profundidade do tema, e a participação ativa dos ouvintes com os proponentes. Há uma grande importância na sistemática da divisão dos conteúdos, evitando o atropelo de ideias, e para compor uma boa contextualização. É interessante que seja identificado a introdução, o desenvolvimento e as considerações finais acerca da temática exposta.

Tendo o domínio pleno do objeto característico enquanto área de conhecimento, o discente (que ministra o seminário) terá condições de superar a superficialidade e servirá da espontaneidade na execução das ações do tema desenvolvido, por meio do reconhecimento dos elementos que fundamentam a prática, agindo coerente e com consciência do início, meio e fim de sua fala.

Seção 2 - Juliália Cássia Alves Bezerra

Ao iniciar os estudos na universidade, muitos alunos pensam que as atividades realizadas no ensino médio ficarão para trás, porém estão enganados. Elas continuam exigindo mais qualidade e empenho.

Muitos professores no ensino superior, utilizam uma metodologia bastante conhecida no ensino médio. Essa metodologia proporciona discussões, aumentando o envolvimento da turma com o aprendizado.

O seminário é a oportunidade que os alunos têm para fazer uma apresentação oral com domínio do tema, dissertando sobre o conteúdo estudado e defendendo suas principais ideias para a plateia presente.

Conforme Souza (2017 p.21) no Manual do Trabalho Acadêmico Científico:

O seminário é uma atividade acadêmica muito utilizada por

professores como metodologia didático-pedagógica. Quando

bem conduzidos propiciam aos alunos melhor aprendizado

da pesquisa bibliográfica, discussão e debate em grupo. O

seminário estimula ainda a capacidade de organizar fatos

50 P Á G I N A

(raciocínio lógico, reflexão, interpretação crítica) e apresentar

novas ideias, além de lidar com questões éticas.

Saber se comunicar é ter habilidade de expressar a sua própria intelectualidade, sua criatividade, seu conhecimento e seu ponto de vista. Assim, esta aula busca demonstrar que, ao se comunicar, o ser humano avança no conhecimento, faz avançar o conhecimento dos outros e, dessa forma, enriquece as ações profissionais e pessoais.

A arte de falar em público não é privilégio apenas de grandes oradores. Nos mais diversos segmentos sociais, precisamos nos valer de informações para informar, persuadir ou até entreter. Mas para fazer uma boa apresentação, deve-se dominar o assunto, ensaiar e treinar o conteúdo estudado.

Para Veiga (1991), o desenvolvimento do seminário é composto por três etapas:

• A primeira etapa é a da preparação, neste momento ocorre a sugestão dos temas, cabendo ao professor recomendar bibliografias, orientações aos alunos na busca de informações e preparar cronograma para as apresentações. Durante esse momento, os alunos definem o assunto/tema, realizando buscas e selecionando as informações mais importantes.

• Com as informações é hora de elaborar um texto para se apropriar do tema, estudando com atenção e realizando possíveis questionamentos para discussão. Ainda nesse momento, deverá ficar atento aos materiais/recursos que serão necessários para sua apresentação e providenciar com antecedência para não atrapalhar sua apresentação.

• A apresentação fica na segunda etapa, o professor inicia o processo com as orientações iniciais, ressaltando o desempenho do aluno para alcançar seus objetivos. No momento da apresentação, o aluno torna-se o centro das atenções, ele será o responsável por expor com segurança e objetividade o tema estudado, assim como, responder possíveis questionamentos, juntamente com o grupo envolvido.

• A última etapa, porém, não menos importante, fica para a avaliação, o professor realiza a apreciação final sobre o trabalho realizado, iniciando a discussão para todos os participantes no local. Para atingir uma boa avaliação é necessário que os envolvidos tenham apreendido a ideia central do tema abordando, além de ter uma boa argumentação.

51P Á G I N A

Considerando o pensamento da autora Ilma Veiga acerca do seminário como técnica de ensino socializado, temos os seguintes objetivos em sua construção (VIEGA, 1991, p. 110):

• Investigar um problema, um ou mais temas sob diferentes perspectivas, tendo em vista alcançar profundidade de compreensão;

• Analisar criticamente fenômenos observados, ou as ideias do(s) autor(es) estudado(s);

• Propor alternativas para resolver as questões levantadas;• Trabalhar em sala de aula de forma cooperativa;• Instaurar o diálogo crítico sobre um ou mais temas, tentando desvendá-

los, ver as razões pelas quais eles são como são, o contexto político e histórico em que se inserem.

A essa altura do campeonato, você deve estar se perguntando. O que é necessário para fazer uma boa apresentação?

Então vamos às dicas para um bom seminário!

O medo de falar em público é o principal motivo para a desmotivação da apresentação de um seminário, dessa forma, supere o medo de falar em público. Até os grandes palestrantes, confirmam o frio na barriga antes de iniciar sua palestra.

Qual a dica para superar o medo?

Treine antes o que vai falar, em frente a um espelho ou grave seu ensaio. À medida que você dominar mais o assunto, você se sentirá mais seguro e autoconfiante na hora de realizar a apresentação do trabalho.

A preparação da sua apresentação é peça fundamental para obter um bom desempenho. Por isso, a dica é: Prepare-se com antecedência. Você é responsável por sua apresentação e o domínio do assunto durante sua apresentação resultará êxito na avaliação final.

Na preparação dos slides alguns pontos devem ser levados em considerações, entre eles, layout, fonte, tamanho das letras. Dessa forma, tente organizar os textos de forma clara e objetiva. Lembrando que os slides são apenas, um recurso para auxilia-lo na apresentação, ressaltando, de forma oral toda sua argumentação.

52 P Á G I N A

Dica: Use poucos textos nos slides com layout agradável, imagens de boas resoluções e nada de letrinhas miúdas. Evitando ao máximo realizar a leitura dos textos disponibilizados nos slides.

Durante a apresentação você deve ser o centro das atenções, então nunca fique de costas para seu público e ao apresentar os conceitos, cite exemplos reais, dessa forma, irá prender a atenção do público.

Lembre-se que todos os olhares estarão para você, por isso, fique atento a sua postura. Pois você não se comunica apenas verbalmente, seus gestos, a entonação da sua voz e sua postura também fazem parte da comunicação durante sua apresentação.

A dica para esse momento é, usar uma roupa confortável, mas adequada para a apresentação. Quando iniciar sua fala, tente esquecer todas as gírias usadas no cotidiano entre amigos, afinal, esse momento precisa fazer uso de uma linguagem acadêmica, e mais, nem todos presentes poderá entender os termos mencionados.

Agora é com você.

Vamos fazer uma apresentação de trabalho inesquecível!

5.1 LEITURA DE TEXTO

A etapa de execução do seminário, momento da exposição é o mais conhecido por todos e mesmo assim, há vários itens que se precisa considerar, de modo a obter uma postura e imagem profissional e pessoal adequadas durante esta etapa.

No entanto, o Seminário vai muito além de um momento de exposição, ele se constitui uma atividade comunicativa e participativa importante, uma vez que deve gerar socialização e debate respeitoso e produtivo de todos os indivíduos da turma e também do professor, mas também reflexiva e de apreensão do conhecimento estudado.

Assim, é importante apreendermos que o seminário necessita de três etapas: PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO.

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Você vai entender um pouco mais sobre isso, lendo:

O item 3.5 (Procedimentos em Seminários), do Capítulo 1 ”Procedimentos didáticos”, do livro: Fundamentos da Metodologia Científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em Minha Biblioteca, dos autores Marconi e Lakatos.Vá até o endereço para acessar:

5.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

O Texto de Chris Anderson “Como arrasar na apresentação” (Junho, 2013), nos conta uma história real e interessante e associa essa história a várias dicas que poderão lhe auxiliar para executar seminários de forma a favorecer o seu e o processo de aprendizagem de todos os seus colegas.

Leia essa matéria e, reflita:Como você formataria assunto do seu seminário? O que você utilizaria para planejar sua exposição? O que você deve considerar para garantir uma boa presença corporal? E, o que você não pode deixar de expor em seus recursos multimídia?

O monstro chamado seminário Situação problema

https://goo.gl/HESA9L

54 P Á G I N A

REFERÊNCIAS

ANDERSON, Chris. Como arrasar na apresentação. Harvard Bunisses

Review. Brasil. Jun 2013. Disponível em <http://hbrbr.uol.com.br/como-

arrasar-na-apresentacao/> . Acesso em 17/04/2017

MARCONI, M. de A; LAKATOS, E.M. Fundamentos da Metodologia Científica.

8. ed. São Paulo : Atlas, 2017

MEIRA, G.H.F; SILVA, W.M. da. Seminário acadêmico, mais que um gênero:

55P Á G I N A

Um evento comunicativo. Anais do SILEL. Volume 3, Número 1. Uberlândia:

EDUFU, 2013

SOUZA, Genival E. Manual do Trabalho Acadêmico-Cientifico: Planejar,

elaborar e apresentar. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017

VEIGA, I.P.A. (org.). Técnicas de ensino: por que não? Campinas: Papirus,

1991

56 P Á G I N A

REDAÇÃO CIENTÍFICADE TRABALHOS

ACADÊMICOS

CAPITULO 06

Marcelina Gonzaga de LunaLuana Jesus de Almeida da Costa

57P Á G I N A

INTRODUÇÃO

O tema do capítulo é leitura!

E não é qualquer leitura, mas aquela que fundamenta seu fazer profissional!

Ler um texto acadêmico não é igual a ler um texto literário, eles têm estilos e concepções diferentes. Para isso, atitudes de leitor devem ser antes de tudo, incorporadas para o sucesso da sua aprendizagem, curioso? Depois de conhecer sobre a escrita original, ética e normatizações, você vai produzir textos. Então vamos ao processo…

Os processos de produção e recepção de textos, são fundamentais para o sucesso da aprendizagem. O que lemos e a estratégia que escolhemos pode ser significativa para o que vamos escrever ou produzir. E, na universidade, produção de texto ocupa um percentual elevado da sua formação acadêmica. Por isso, você vai explorar concepções e estratégias de leitura de textos técnicos, científicos e literários para fortalecer o processo de estudo e aprendizagem.

Vamos a leitura?

58 P Á G I N A

O QUE VOU SABER:

O QUE VOU SABER FAZER:

QUAL A INICIATIVA QUE TEREI PARA FAZER:

Aprender a refletir e analisar criticamente o conteúdo da leitura textual.Distinguir concepções e estratégias de leitura para conduzir o aluno à produção de conhecimentos novos a partir da leitura;Ser capaz de conceituar leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos.

Raciocinar, logicamente, de maneira crítica e analítica para construir textos;Classificar os tipos de leitor, suas características e as relações textuais;Produzir textos técnicos e acadêmicos; Fazer resumos.

Ter interesse e iniciativa em ler e manter-se sempre atualizado frente aos assuntos de sua área de formação, bem como demais assuntos gerais de seu interesse.Frequentar ambientes que propiciem à leitura (biblioteca, livrarias, eventos relacionados a livros) de forma sistemática;Acessar, de forma permanente, plataformas e aplicativos digitais que enalteçam a continuidade da informação e de conhecimento na área e dos aspectos sociais.

CONHECIMENTOS, HABILIDADES E

ATITUDES

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6 CONSIDERAÇÕES SOBRE RESENHA E RESUMO NA PRODUÇÃO ACADÊMICASeção 1 - Marcelina Gonzaga de Luna

Quando me deparo com qualquer texto relacionado a produção de resenha, é impossível não se deixar levar pelas memórias de minha infância e meu convívio familiar, especialmente do meu querido pai que todas as noites repetia a seguinte frase:

- Gente, por favor, deixem de bagunça que eu estou escutando a resenha do meu futebol.”Ou então dizia:- Vocês estão atrapalhando com essas brincadeiras barulhentas”.Outras vezes nós o ouvíamos bradar: - Vai começar a resenha e preciso escutar as críticas que o apresentador vai fazer”.

O registro destas frases naquele momento não me apresentava nenhum sentido, porém, ao ingressar no ensino superior a tal resenha tornou-se habitual, um desafio comum, sempre como exigência de produzir uma análise sobre determinada obra. Diante das leituras efetivadas e misturando as lembranças adormecidas com a realidade surgiram as seguintes questões:

Até que pontos aquelas resenhas de meu pai assemelham-se a estas de cunho acadêmico? Como devemos iniciar este trabalho? O que realmente deve ser abordado em sua construção?

O aprofundamento sobre o tema e a interação com o pensamento cientifico me conduziram a compreensão que resenha é um gênero textual cuja finalidade é apresentar o conteúdo de uma obra como trabalho, delineado por meio de pesquisa cientifica elementar e exploratória, por isso um excelente exercício intelectual, pois segundo Santos (1999, p. 34) “Oportuniza treinamento de compreensão e critica, além do contato mais aproximado com bons autores e com o pensamento já elaborado, o que, para o iniciante, servirá de modelo interessante de produção cientifica.” Daí a sua importância enquanto atividade didática.

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Na realidade, a resenha enquanto gênero textual se assemelha ao resumo e, frequentemente, alguns alunos confundem questões relacionadas às definições e caracterizações de ambos que, embora parecidos, tenham regras e finalidades específicas.

A autora Jacobini ao comentar sobre resenha explica:

A resenha é um resumo critico de uma obra, portanto segue

as diretrizes estabelecidas para a confecção tanto do resumo

quanto da interpretação. Ela tem como finalidade primeira a

comunicação, e não a documentação. Ela busca apresentar

uma obra e, neste sentido, pode até definir a decisão do leitor

sobre o texto em questão e o seu valor. (JACOBINI, 2004, p.27)

Ou seja, é um texto em que o leitor apresenta, discute e, ao mesmo tempo, avalia o conteúdo de obras prontas. Resenhar significa, portanto, analisar uma produção literária de um filme, uma obra de arte, um livro ou artigo cientifico.

No meio acadêmico esta modalidade de trabalho é exigida com frequência, e sobre este assunto Lakatos (1999, p.244) comenta: No campo da comunicação técnica e cientifica, a resenha é de grande utilidade porque facilita o trabalho profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação da mesma.

Ao teorizar sobre este gênero textual se faz necessário apontar as suas modalidades, ou seja: a sua estrutura e organização. Em suma, podemos seguir dois modelos básicos listados abaixo:

Resenha crítica Se apresenta como um texto academicamente voltado para ava-liar e julgar obras culturais: filmes, livros, peças teatrais entre outros. No seu desenvolvimento aponta os dados bibliográficos da obra resenhada, além da análise e avaliação, critica do conteúdo e indicação para um possível público de interesse.

Resenha descritiva Como o próprio nome aponta este tipo de resenha se apresenta de

forma descritiva e o seu objetivo é sintetizar o conteúdo de uma obra, com ênfase ao autor, aos aspectos formais relacionados ao contexto apresentado.

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Na visão de Silveira (2016), este trabalho se assemelha ao resumo descritivo e, por isso, não possui julgamento, apreciação do resenhista, ou juízo de valor.

Considerando o pensamento do autor Antônio Raimundo dos Santos acerca da elaboração de resenha, temos os seguintes elementos essenciais de sua construção (SANTOS, 1999, p. 35):

Identificação da obra Fichamento que inclui autor, título, imprenta e total de páginas resenhadas;Credenciais do autor - os créditos: Formação, publicações, atividades desenvolvidas na área;

Conteúdo As ideias principais, pormenores importantes pressupostos para entendimento do assunto;

Conclusões Localizações – onde se localiza na obra e breves explicações da conclusão do autor;

CríticaDeterminação histórica e metodológica (científica, jornalística, didática) da obra, contribuições importantes, estilo, forma, méritos, considerações éticas.

Logo, as reflexões apresentadas sobre resenha condicionam ao entendimento de que tanto a sua escrita quanto à sua leitura complementam e geram o aprendizado do estudante, fortalecendo a base de uma leitura crítica e reflexiva, contribuindo para o entendimento sobre temas variados.

Por outro lado, o resumo consiste em reproduzir com poucas palavras a mensagem do autor, ou os elementos de maior importância que estão presentes na obra, ou seja: é a condensação do que foi narrado ou escrito de forma sintética e clara. Como afirma Lakatos (1999, p.68), a finalidade de um resumo consiste na difusão das informações contidas em livros, artigos, teses etc. permitindo a quem ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto completo. Logo como tarefa acadêmica o resumo exige que o leitor coloque as ideias centrais e importantes, a natureza da pesquisa, os resultados, as principais conclusões da autoria.

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No interior deste debate, existem os tipos ou modalidades de resumo, de acordo com as determinações da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas) contidas na NBR 6028/2003. Seguindo este documento, os resumos são classificados em três tipos:

Resumo indicativo ou descritivo Consiste em uma produção que indica apenas os pontos relevantes da leitura, ou as ideias centrais do texto-base, sua construção não aponta os dados de natureza qualitativa e quantitativa, apenas se emprega o uso de frases curtas representando os elementos fundamentais do texto.

Resumo informativo ou analíticoÉ aquele texto que tem por finalidade colocar todas as informações sobre a leitura. Nestes termos, prioriza as ideias do autor através dos seguintes itens: conteúdo, objetivos, método, técnicas, resultados e conclusões. Por isso, dispensa a leitura do texto original. Neste tipo de resumo não se deve colocar comentários pessoais e, ao final, deve-se indicar as palavras chaves do texto.

Resumo crítico Se apresenta como uma análise do texto original, é um julgamento sobre determinada obra, ou seja, de posse da leitura o leitor comenta de forma pessoal os aspectos metodológicos, o conteúdo, a forma de organização e apresentação. Neste sentido o resumo critico também recebe o nome de resenha critica.

Rodrigues (2006, pg. 50) encerra esta parte da discussão afirmando que: “os principais procedimentos para elaboração de um resumo são: a redação com impessoalidade, a apresentação em parágrafo único, a estrutura com o uso de referência (cabeçalho) no início do texto e conteúdo de forma clara e concisa.

Diante de tais questões é bom sempre lembrar que o exercício do resumo se apresenta como um desafio constante, mas à medida que o estudante exercita a sua prática, adquire a segurança necessária para compreender os pontos essenciais para a sua elaboração exigidos no contexto acadêmico.

Sendo assim, tanto o resumo quanto a resenha têm sua tradição e importância para o processo de aprendizagem, pois temos a certeza de

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que a aplicação de ambos contribui tecnicamente de forma direta para a formação do acadêmico ao longo de sua trajetória profissional.

Para concluir, é oportuno afirmar que estas considerações sobre resumo e resenha na produção acadêmica são necessárias como estímulo ao estudo, à pesquisa e à busca de alternativas para a sua formação.

SEÇÃO 2 - LUANA JESUS DE ALMEIDA DA COSTA

Redação científica: organização de trabalhos acadêmicos” aborda a temática da leitura no âmbito universitário. A leitura a que se refere à aula, não corresponde a simples decodificação de um texto, mas uma prática que direciona o fazer profissional do educando.

Nesse sentido, percebe-se a relevância da leitura como forma de compreender o texto em questão e realizar uma reflexão crítica, acerca dos conteúdos presentes no documento. Dessa forma, muitas vezes é necessário que o aluno faça uma comparação do conteúdo lido, com um conhecimento prévio que o mesmo tenha a respeito do material trabalhado.

Através da problemática colocada, procura-se incentivar o aluno a ter interesse em ler constantemente, com o propósito de manter-se atualizado nos assuntos referentes à sua área de formação; em relação às notícias cotidianas; como também, busca estimular o hábito da leitura de livros, jornais e periódicos.

Segundo Andrade (2012) ler é uma habilidade indispensável nos cursos de graduação. No entanto, aprender a ler não é uma tarefa simples, uma vez que necessita de uma postura crítica e sistemática, além da disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos só podem ser adquiridos por meio da prática.

Dentro deste contexto, para adquirir o hábito de ler e tornar-se um bom leitor é preciso que o aluno seja estimulado a frequentar sistematicamente ambientes que propiciem à leitura, tais como: bibliotecas e livrarias. Além de serem incentivados a acessar plataformas digitais, nas quais se tem atualmente um amplo conteúdo de livros e periódicos, disponíveis gratuitamente, a fim de adquirir informações e produzir um conhecimento significativo.

No intuito de aprofundar a compreensão nas técnicas de leitura é preciso conhecer os tipos de leitores existentes, suas características e as relações textuais que podem ser estabelecidas de acordo com cada tipo de

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leitor. Nota-se que a estratégia de leitura utilizada pode ser fundamental no processo de ensino e aprendizagem, bem como na interpretação e produção textual, a qual é constantemente solicitada na vida acadêmica do aluno.

De acordo com Brasileiro (2016) o leitor experiente desenvolve estratégias para buscar evidências e pistas que possam auxiliá-lo na construção dos possíveis sentidos de um texto. Dependendo do objetivo que ele pretende alcançar precisa definir previamente se fará uma leitura horizontal (leitura rápida para tomar ciência do conteúdo geral do texto) ou uma leitura vertical (leitura atenta, crítica e reflexiva).

Neste sentido, buscando conhecer os tipos de leitores existentes entre os alunos, é colocado na aula um “quiz” de perguntas e respostas, a partir das quais é possível definir o tipo de leitor que cada aluno representa, a fim de que ele conheça seu perfil e possa potencializar suas técnicas de leitura, por meio dos conhecimentos apresentados no capítulo.

Assim, procura-se trabalhar com técnicas que potencializam a leitura e possibilitam a sintetização do conteúdo lido, tais como: técnicas de sublinhar, esquematizar, fichar, resumir e resenhar. Destarte, o recurso avaliativo utilizado na aula foi composto pela produção de um resumo ou resenha, acerca de um texto ou material trabalhado em uma das unidades curriculares cursadas pelo aluno.

Na sequência serão apresentadas as normatizações utilizadas para elaboração destas duas ferramentas metodológicas. Dessa forma, objetivando compreender como deve ser elaborado um resumo, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT traz uma normatização específica que reúne os quesitos necessários para a sua produção.

De acordo com a ABNT (2003), o resumo é a apresentação concisa de pontos relevantes presentes em um documento. Medeiros (2014) amplia um pouco mais este conceito e afirma que o resumo consiste na apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e articulação delas.

Consequentemente nota-se que o resumo representa um recurso metodológico importante, que permite com que o leitor tenha uma síntese da obra analisada e possa se interessar em fazer a leitura do texto na íntegra. Por esta razão, o resumo tem que ser claro e preciso e não deve ser uma simples enumeração de tópicos, mas precisa ser composto por uma sequência coerente com frases sucintas.

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Quanto à sua classificação, os resumos podem ser críticos, indicativos ou informativos. O resumo crítico, também conhecido como resenha, é redigido por especialistas, que fazem a análise crítica do documento. O resumo indicativo indica ou descreve apenas os pontos principais do texto, não apresentando dados qualitativos, nem quantitativos, sendo necessário consultar o documento original. Já o resumo informativo é aquele bastante utilizado nos artigos científicos, os quais informam ao leitor alguns itens específicos, tais como: objetivo, metodologia, resultados e conclusões, de tal forma que não seja necessário à consulta ao texto original (ABNT, 2003).

No que se refere à formatação do resumo, a estrutura normativa da ABNT (2003) afirma que este deve ser elaborado em parágrafo único, com espaçamento entre linhas de 1,5cm, nas fontes Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e alinhamento justificado. Vale a pena salientar que o resumo deve ser precedido da referência do documento ao qual se refere, excetuando-se apenas os casos em que o resumo já está inserido no próprio documento.

Na elaboração do resumo algumas características são essenciais na sua produção: a primeira frase precisa ser significativa, explicando o tema principal do documento; prioriza-se o uso da voz ativa e a terceira pessoa do singular; apresenta-se uma linguagem objetiva, evitando a repetição de frases do texto original e seguindo uma sequência lógica das ideias apresentadas no texto. É preciso ainda evitar emitir juízo de valor e o uso de símbolos e contrações, que não sejam de uso corrente (fórmulas, equações, diagramas, etc.) e quando seu emprego for extremamente necessário tem-se que defini-los na primeira vez que aparecerem dentro do resumo (ABNT, 2003; MEDEIROS, 2014).

Ao finalizar o resumo são inseridos os descritores representativos do conteúdo do trabalho. Esses descritores devem ser precedidos da expressão palavras-chave, as quais devem ser separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. No que se trata da quantidade, deve-se inserir de 3 a 5 palavras-chave, as quais correspondem a uma síntese das ideias principais do texto e que podem ser apresentadas em ordem alfabética (ABNT, 2003).

Com relação ao número de palavras, os resumos podem ser compostos de 150 a 500 palavras para trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e relatórios técnico-científicos); de 100 a 250 palavras para os artigos de periódicos e de 50 a 100 palavras para os resumos destinados a indicações breves. Já os resumos do tipo críticos, não estão sujeitos a limite de palavras (ABNT, 2003).

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O outro recurso utilizado como avaliação na aula é a resenha, a qual corresponde a um tipo de resumo crítico (ABNT, 2003), com caráter mais abrangente, pois além de sintetizar as ideias presentes no texto, possibilita ao autor expressar suas opiniões e comentários. Na resenha é possível incluir julgamentos de valor, demonstrando-se a importância da obra quanto a outras do mesmo gênero ou da mesma área do conhecimento (ANDRADE, 2012).

Acerca dos tipos de resenhas existentes, Brasileiro (2016) afirma que há dois tipos: a descritiva, na qual o resenhista faz uma descrição técnica juntamente com a síntese da obra e a crítica, na qual é feita uma análise aprofundada da obra em questão. Quanto à estrutura, a resenha é composta por: referência bibliográfica, no alto da página; título, resenha crítica ou descritiva; nome do resenhista, referenciando suas credenciais em nota de rodapé; texto (sem subtítulo) e nos casos em que foi feita uma pesquisa complementar em outras fontes bibliográficas, adiciona-se as referências no final.

No que concerne à formatação, o texto também deve ser redigido nas fontes Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas de 1,5cm e alinhamento justificado (ABNT, 2003). Tem-se uma diferenciação na estrutura dos tipos de resenha, na descritiva inclui-se: nome do autor (ou dos autores); título e subtítulo da obra; se foi traduzida, nome do tradutor; nome da editora; lugar e data da publicação da obra; número de páginas e volumes; descrição das partes (capítulos, índices); resumo da obra, salientando objeto, objetivo e gênero; tom do texto; métodos utilizados e o ponto de vista que defende. Já na resenha crítica, além destes elementos presentes na resenha descritiva, apresenta comentários sobre as ideias do autor e a apreciação do resenhista quanto à qualidade da obra (MEDEIROS, 2014).

Assim, destaca-se a relevância da produção destes recursos metodológicos (resumo e resenha) na esfera acadêmica, visto que em diversos momentos o educando poderá se deparar com uma destas atividades, sendo solicitadas pelos professores de diferentes componentes curriculares. Estas iniciativas buscam verificar se o aluno compreendeu a leitura solicitada, apreendeu o conteúdo lido, conseguiu sintetizar as ideias prioritárias provenientes do conteúdo trabalhado e teve a capacidade de analisar de forma crítica e reflexiva o assunto abordado nos materiais solicitados para leitura.

Desse modo, através da elaboração prática destes recursos dentro

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do componente curricular Metodologia do Estudo, busca-se preparar o educando que está iniciando sua vida acadêmica universitária. Além de incentivá-lo a criar o hábito de ler textos acadêmicos, utilizando uma destas técnicas em seus estudos, para facilitar seu aprendizado e minimizar esforços desnecessários na busca do conhecimento.

6.1 LEITURA DE TEXTO

Depois que você descobriu que tipo de leitor é, vamos colocar em prática as atitudes do bom leitor. Ah! Não estranhe, nesta aula não vamos debater num fórum, iremos fazer LEITURA E PRODUZIR TEXTOS! Na aula, você vai realizar a leitura do Capítulo 2 - “Técnicas para elaboração dos trabalhos de graduação” (pág. 11-23), e o item 4.4 “Documentação dos dados: anotações e fichamentos”, do Capítulo 4 (pág.47-51) localizados no livro: Introdução à metodologia do trabalho científico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010, da autora, Maria Margarida de Andrade, disponível na Minha Biblioteca. O capítulo 2 apresenta uma discussão consistente sobre as técnicas de esquematizar e resumir, apresentando de maneira clara a diferenciação entre resumo e resenha crítica. E o item 4.4, do capítulo 4, traz aspectos sobre a composição e conteúdo das fichas e seus mais diversos usos.

Vá até o endereço para acessar:

Boa leitura!

https://goo.gl/pEUVWX

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Técnicas para elaboração dos trabalhos de graduação. In:

______. Introdução à metodologia do trabalho científico. 10. ed. São Paulo:

Atlas, 2010, p. 11 – 23.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: Informação

e documentação - Resumo- Apresentação. Rio de Janeiro. 2003.

BRASILEIRO, Ada Matias. Leitura e Produção Textual. Penso, 2015

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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

JACOBINI, Maria Leticia de Paiva. Metodologia do trabalho Acadêmico.

v2. ed. São Paulo: Alínea, 2004.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos,

resumos, resenhas. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2014

RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica. São Paulo:

Avercamp, 2006.

SANTO Antônio Raimundo dos. Metodologia Cientifica: a construção do

conhecimento. Rio de janeiro: DP&, 1999.

SILVEIRA, Taísa. Portal Acadêmico da UNAMA. Disponível Em: <http://

www.unama.br/noticias/resenha-critica-e-descritiva-voce-sabe-diferenca-

entre-duas> acesso em:22?08/2018.

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