EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA E ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO NA PRÁTICA DOS FENÔMENOS DE ENFERMAGEM DA CIPE...
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MARIA MIRIAM LIMA DA NÓBREGA
EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA E ANÁLISE DA
UTILIZAÇÃO NA PRÁTICA DOS FENÔMENOS DE
ENFERMAGEM DA CIPE – VERSÃO ALFA
São Paulo – SP
2000
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA E ANÁLISE DA
UTILIZAÇÃO NA PRÁTICA DOS FENÔMENOS DE
ENFERMAGEM DA CIPE – VERSÃO ALFA
Tese de Doutoramento apresentada ao Programa de
Doutorado em Enfermagem do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo –
UNIFESP/EPM, para obtenção do Título de Doutor em
Enfermagem.
Doutoranda: Maria Miriam Lima da Nóbrega
Orientadora: Professora Dra. Maria Gaby Rivero de Gutiérrez
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM
São Paulo – SP
2000
iii
Nóbrega, Maria Miriam Lima da.
Equivalência semântica e análise da utilização na prática dos fenômenos de enfermagem da CIPE – Versão Alfa/Maria Miriam Lima da Nóbrega – São Paulo, 2000. 264 p.: il. Orientadora: Maria Gaby Rivero de Gutiérrez Tese (Doutorado) UNIFESP/EPM
1.Enfermagem - 2.Classificação. 3.Processo de tradução. I. Título
iv
Trabalho inserido na linha de pesquisa Fundamentação
Teórica e Metodológica da Assistência de
Enfermagem, do Departamento de Enfermagem da
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM.
Para o desenvolvimento das atividades do curso, a
doutoranda contou com o auxílio parcial, sob a forma de
bolsa de estudo, do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
v
À memória de dois importantes homens na minha
história de vida, dos quais tenho muitas saudades.
O primeiro, José Dantas da Nóbrega, que me
gerou, criou e educou para que eu fosse o que sou
hoje, e eu o chamava de PAPAI. O segundo,
Antônio Gomes da Nóbrega, que me ensinou a
amar e a compartilhar sonhos de um futuro juntos,
que não foram possíveis de se concretizarem, e eu
o chamava de TOINHO.
vi
AGRADECIMENTOS
Considero que a parte mais difícil de ser elaborada neste trabalho foram os
agradecimentos. Não porque eu não tivesse a quem agradecer, pois foram muitas
as pessoas que contribuíram para que eu conseguisse realizá-lo, mas, sim, pelo
temor de deixar alguém de fora ou de ser injusta com aqueles a quem eu deveria
agradecer. Por este motivo, gostaria, inicialmente, de agradecer a todos os que,
direta ou indiretamente, contribuíram com este trabalho. Mas, gostaria de registrar
algumas pessoas, sem ordem de importância, que foram imprescindíveis na minha
vida durante a realização do Curso de Doutorado em Enfermagem e na elaboração
desta pesquisa.
À MINHA FAMÍLIA PARAIBANA, constituída de minha mãe Lourdes,
meus irmãos Magnólia, Magdala, Júnior (Rosângela), Mirtes (Ricardo), Neta,
Hermano e Damiana, meus sobrinhos Emilene (Henrique), Paulo Romero, Ana
Camila, Tiago, Artur, Nen Neto, e Ricardo Júnior, que me ajudou durante todo
a realização deste Curso, de várias formas, ora apoiando-me, ora tomando conta da
minha casa, e que me recebeu com festa por ocasião do meu retorno a João Pessoa.
À MINHA FAMÍLIA PAULISTA, constituída de Alba, Turíbio,
Gabriela, Isabela e demais familiares, que me receberam de braços abertos, num
momento crítico de minha vida, e me fizeram gostar de São Paulo.
No âmbito da Universidade Federal da Paraíba, agradeço à Profa. Irani
Fernandes de Alencar, Chefe do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública
e Psiquiatria, e às demais Professoras deste Departamento, por facilitarem o meu
afastamento para cursar o Doutorado em Enfermagem. Sou grata à Coordenação
vii
do Curso de Mestrado em Enfermagem, a sua coordenadora Profa. Dra. Telma
Ribeiro Garcia, aos Professores e Funcionários, que contribuíram, cada um a sua
maneira, com o desenvolvimento do curso e deste trabalho.
No Departamento de Enfermagem da UNIFESP agradeço inicialmente à
Profa. Dra. Maria Gaby Rivero de Gutiérrez, Coordenadora do Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem, e a todos os demais Membros da CEPG, que
possibilitaram o meu ingresso no Curso de Doutorado em Enfermagem, em
circunstâncias especiais. Agradeço também pelo convívio, amizade e troca
permanente de experiências com todos os que fazem este Departamento.
Sou grata ainda, no âmbito da UNIFESP, à Diretora de Enfermagem do
Hospital São Paulo, Profa. Dra. Alba Lucia Botura Leite de Barros, pelo convite
para participar do Projeto Integrado de Sistematização da Assistência de
Enfermagem em Hospitais de Ensino, o que possibilitou a experiência ímpar de
atuar em um complexo hospitalar totalmente diferente da minha prática docente,
participação, que também facilitou as minhas idas e estadas em São Paulo, durante
a realização do Curso de Doutorado. Agradeço, também, pela amizade
compartilhada com a Profa. Jeanne Liliane Marlene Michel, à Profa. Dra. Maria
Isabel Sampaio Carmagnani, à enfermeira Mari Sahamura Matsushita, e às
demais Enfermeiras do Hospital São Paulo. Meus agradecimentos também a
todos os que fazem a Diretoria do Hospital São Paulo, aos seus funcionários, e,
especialmente, a Paola Waldman, secretária da Diretoria de Enfermagem, pelo
carinho e presteza com que sempre me recebeu.
No Curso de Doutorado, agradeço à Coordenadora do Curso Profa. Dra.
Nilce Piva Adami, quando do meu ingresso no mesmo, e à atual Coordenadora
Profa. Dra. Sônia Maria de Oliveira Barros, às Professoras, pelas contribuições
ao meu crescimento pessoal e profissional, e às funcionárias da Secretaria de Pós-
Graduação em Enfermagem – Ana Pitta e Rita, pela presteza no atendimento.
Agradeço também aos colegas do Curso, particularmente a Heloisa, Maria
viii
Helena, Ednaldo e Rita, e aos demais colegas da Pós-Graduação em Enfermagem,
aqui representados por Angela e Nara, pela alegria, solidariedade, convívio e
amizades construídas e partilhadas.
No desenvolvimento desta pesquisa, contei com a valiosa ajuda de algumas
pessoas que não poderia deixar de nominar: Profa. Dra. Maria Gaby Riveiro de
Gutiérrez, pela disponibilidade, afetividade, objetividade, serenidade e
solidariedade que me dispensou na condição de orientadora desta pesquisa; às
Professoras Dras. Alba Lucia Botura Leite de Barros, Emília Campos de
Carvalho, Heimar de Fátima Marin, Mariana Fernandes de Sousa, Marga
Simon Coler e Telma Ribeiro Garcia, pela participação voluntária na primeira
fase desta pesquisa, a Equivalência Semântica da Classificação de Fenômenos de
Enfermagem; às enfermeiras pernambucanas, aqui representadas por Regina Célia
de Oliveira, que participaram do estudo piloto; às enfermeiras Magdala, Mirtes,
Clemilde, Maria do Carmo, Ana Carolina, Juracy, Graça, Cleide Rejane,
Wilma, Auxiliadora, Marta Miriam, aqui representando as 378 enfermeiras
paraibanas, que tornaram possível a realização deste estudo; à Profa. Maria
Jandira Ramos e Maria Amélia, pelas valiosas correções do português e inglês,
respectivamente; e ao Prof. Mardônio Rique Dias pela assessoria estatística do
estudo.
A todos as pessoas aqui nominadas e a todas aquelas que, de alguma forma,
participaram deste estudo, o meu MUITO OBRIGADA!
ix
SUMÁRIO
Resumo........................................................................................................... xii
Abstract.......................................................................................................... xiv
Lista de Figuras............................................................................................. xvi
Lista de Tabelas e Quadros.......................................................................... xvii
Lista de Gráficos........................................................................................... xviii
1 Introdução................................................................................................. 22
1.1 Objetivos do estudo................................................................................. 36
2 Taxonomias e Sistemas de Classificação................................................. 37
2.1 Sistema de Classificação em Enfermagem.............................................. 39
3 Classificação Internacional da Prática de Enfermagem –
CIPE/CIE....................................................................................................... 49
3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem –
CIPE Versão Alfa........................................................................................... 52
3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão
Alfa................................................................................................................. 60
3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem da CIPE – Versão
Alfa................................................................................................................. 64
3.2 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem –
CIPE Versão Beta........................................................................................... 66
4 Procedimentos Metodológicos................................................................. 76
x
4.1 Considerações sobre o referencial metodológico..................................... 76
4.2 Tipo de estudo........................................................................................... 83
4.2.1 Primeira fase da pesquisa....................................................................... 84
4.2.3 Segunda fase da pesquisa....................................................................... 86
5 Análise e Discussão dos Resultados......................................................... 96
5.1 Primeira fase da pesquisa: Equivalência semântica para a língua
portuguesa dos fenômenos de enfermagem constantes na CIPE – Versão
Alfa................................................................................................................. 96
5.2 Segunda fase da pesquisa: Utilização dos fenômenos de enfermagem na
prática das enfermeiras paraibanas................................................................. 114
5.2.1 Parâmetros psicométricos do instrumento............................................ 114
5.2.2 Utilização, na prática de enfermagem, dos fenômenos constantes na
CIPE – Versão Alfa........................................................................................ 119
5.2.2.1 Utilização dos fenômenos de enfermagem por enfermeiras
paraibanas, de acordo com o estrato amostral................................................ 123
5.2.2.2 Utilização dos fenômenos de enfermagem, por enfermeiras
paraibanas, de acordo com a especialidade..................................................... 129
5.2.2.2.1 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Fisiológica....................................................................................................... 130
5.2.2.2.2 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Psicológica...................................................................................................... 155
5.2.2.2.3 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para as
Ações.............................................................................................................. 159
5.2.2.2.4 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Ações......................... 167
xi
5.2.2.2.5 Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Meio Ambiente.......... 174
6 Considerações Finais................................................................................ 181
Referências.................................................................................................... 190
Anexos........................................................................................................... 201
Anexo 1 Instrumento n.º 1, utilizado na técnica back-translation da
Classificação de Fenômenos de Enfermagem/ CIPE – Versão Alfa.............. 201
Anexo 2 Instrumento n.º 2, utilizado na técnica back-translation da
Classificação de Fenômenos de Enfermagem/CIPE – Versão Alfa............... 206
Anexo 3 Versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de
Enfermagem da CIPE – Versão Alfa.............................................................. 210
Anexo 4 Instrumento para coleta de dados..................................................... 230
Anexo 5 Tabelas das sub-escalas do instrumento com os cinco itens da
escala.............................................................................................................. 245
Anexo 6 Tabelas das sub-escalas do instrumento com os três itens da
escala e com o resultado da moda................................................................... 255
xii
RESUMO
NÓBREGA, Maria Miriam Lima da. Equivalência semântica e análise da utilização na prática dos fenômenos de enfermagem da CIPE – Versão Alfa. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, 2000. 264p. (Tese, Doutorado em Enfermagem).
Os objetivos primordiais deste estudo foram os de fazer a equivalência semântica
dos fenômenos constantes na Classificação Internacional da Prática de Enfermagem
– Versão Alfa e verificar a utilização desses termos na prática de enfermagem das
enfermeiras paraibanas. Para alcançar o primeiro objetivo utilizou-se a técnica
back-translation, proposta por Brislin, em 1970, com algumas modificações e
desenvolvidas nas seguintes etapas: tradução da Classificação da língua inglesa
para a língua portuguesa do Brasil; back-translation; revisão e modificação da
back-translation por um grupo de experts na área de enfermagem e repetição das
três primeiras etapas para os termos que não alcançaram o índice de concordância
de 80,0%. A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a adequação
semântica da Classificação alcançou um índice de concordância de 98,0% para os
títulos e as definições dos fenômenos de enfermagem. Os 2,0% que não alcançaram
índice de concordância aceitável estão relacionados com o termo Coping. A partir
desse resultado, pode-se concluir que a Classificação dos Fenômenos de
Enfermagem foi traduzida de forma semanticamente correta. Para alcançar o
segundo objetivo foi desenvolvido um instrumento e aplicado a uma amostra
estratificada de 378 enfermeiras paraibanas. Os resultados do estudo foram
apresentados dando-se ênfase aos parâmetros psicométricos do instrumento e à
utilização destes termos, por estrato amostral e por área de especialidade na
xiii
Enfermagem. De modo geral, pode-se afirmar que o instrumento utilizado tem
características psicométricas consistentes, haja vista ter demonstrado poder de
discriminação, adequado índice de consistência interna e substancial validade
fatorial. No que diz respeito à utilização dos termos atribuídos aos fenômenos de
enfermagem pode-se constatar que todos os termos são utilizados pelas enfermeiras
paraibanas. Analisando a tendência central da distribuição através da Moda, pode-
se observar que 4,8% apresentam uma freqüência maior como nunca utilizados;
28,3% como utilizados algumas vezes ou raramente e 66,9% como utilizados
sempre ou muitas vezes, na prática de enfermagem das enfermeiras paraibanas. Os
resultados da distribuição da freqüência percentual de utilização dos termos, por
enfermeiras paraibanas, nos três estratos amostrais do estudo, apontam para uma
maior utilização de termos, por enfermeiras dos demais Municípios (38,3% [103]),
se comparados com os outros dois locais da pesquisa: João Pessoa (1,1% [3]) e
Campina Grande (7,1% [19]). No que diz respeito à utilização dos termos por área
de especialidade verifica-se que a maioria dos termos é utilizada em todas as
especialidades, sobressaindo-se com um maior número de termos utilizados a
Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enfermagem Obstétrica e a Enfermagem de Saúde
Pública. A partir dos resultados do estudo pode-se concluir, concordando com a
afirmação do Conselho Internacional de Enfermeiras, que os termos constantes na
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem representam problemas ou situações
da prática de enfermagem comuns às enfermeiras.
xiv
ABSTRACT
NÓBREGA, Maria Miriam Lima da. Semantic equivalence and analysis of utilization in the practice the nursing phenomena of ICNP – Alpha Version. São Paulo: Federal University of São Paulo, 2000. 264p. (Thesis, Nursing Doctorate).
The main objectives of this study were to do the semantic equivalence of the
phenomena which were enclosed in the International Classification for Nursing
Practice – Alpha Version and to verify and apply these terms in the nursing practice
of nurses from Paraiba. In order to achieve the first objective, the technique of
back-translation was used in the following stages: translation from English to
Portuguese of the Classification; back-translation; review and change of back-
translation by a group of experts in the nursing area and repetition of the first three
stages to the expressions that did not achieve the rate of agreement of 80,0%. From
the obtained results we can assure that the semantic adequacy of the Classification
reached a rate of agreement of 98,0% to titles and definitions of nursing
phenomena. The 2,0% of terms which did not reach an acceptable rate of
agreement are related to Coping. From this result, we can conclude that the
Nursing Phenomena Classification was translated semantically right. To reach the
second objective, an instrument was developed and applied to a stratified sample of
378 nurses from Paraiba. The study results were presented giving emphasis to the
psychometric parameters of the instrument and to the utilization of these
phenomena by stratified sample and by area of specialty in nursing. As a whole,
we can confirm that the applied instrument has consistent psychometric
xv
characteristics, once it has showed the discrimination power, adequate inner
consistence index and essential factor validity. In relation to the utilization of
nursing phenomena we can certify that they are used by nurses from Paraiba.
Analyzing the central tendency of distribution through fashion, we can observe that
4,8% of the phenomena show a higher frequency as never used; 28,3% as
sometimes or hardly ever used and 66,9% as always used or many times in the
nursing practice of nurses from Paraiba. The results of frequency percentage
distribution of these phenomena utilization, by nurses from Paraiba, in the three
stratified samples of the study, point to a bigger utilization by nurses in other cities
(38,3% [103]), if compared to the other two places of the research: João Pessoa
(1,1% [3]) and Campina Grande (7,1% [19]). Regarding the phenomena utilization
by specialty area, we verified that the majority of the terms are applied in all
specialties, becoming prominent the specialties of Medical-Surgical Nursing,
Obstetrics Nursing and Public Health Nursing. From the results of the study we
can conclude, agreeing to the assertion of the International Council Nursing, that
the terms enclosed in the Nursing Phenomena Classification represent problems or
situations from the nursing practice which are common to nurses.
xvi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Família das Classificações de Doenças e de Problemas
relacionados com a Saúde........................................................ 50
Figura 2 Versão modificada dos Níveis de Descrição da Realidade de
Blois, M. S., apresentada no Information and Medicine: the
nature of medical descriptions, University of California
Press, 1994: 113....................................................................... 61
Figura 3 Arquitetura da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem
apresentada na CIPE – Versão Alfa......................................... 63
Figura 4 Arquitetura do Eixo Foco da Prática de Enfermagem, na
Classificação de Fenômenos de Enfermagem/CIPE – Versão
Beta.......................................................................................... 69
Figura 5 Arquitetura do Eixo Foco da Prática de Enfermagem, na
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem/CIPE –
Versão Beta 1........................................................................... 73
xvii
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1 Descrição da amostra estudada quanto às características
sócio-demográficas. Paraíba, 1999........................................ 88
Tabela 2 Variância explicada pelos cinco fatores (sub-escalas) da
Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE –
Versão Alfa. Paraíba, 1999.................................................... 118
Tabela 3 Análise de Variância dos itens do instrumento que
compõem a Classificação de Fenômenos de Enfermagem e
os locais de utilização. Paraíba, 1999.................................... 125
Tabela 4 Análise de Variância das sub-escalas do instrumento que
compõem a Classificação de Fenômenos de Enfermagem e
os locais de utilização. Paraíba, 1999.................................... 126
Quadro 1 Títulos dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram
índice de concordância abaixo de 79,0%, incluindo a versão
original, a back-translation e as sugestões apresentadas
pelo grupo de especialistas. São Paulo, 1998........................ 98
Quadro 2 Definição dos Fenômenos de Enfermagem que
apresentaram índice de concordância abaixo de 79,0%,
incluindo a versão original, a back-translation e as
sugestões apresentadas pelo grupo de especialistas. São
Paulo, 1998............................................................................ 103
xviii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Freqüência de concordância para os Títulos e as Definições
dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na primeira etapa
da back-translation, por enfermeiras do grupo de experts. São
Paulo, 1998................................................................................. 97
Gráfico 2 Índice de concordância entre as enfermeiras para os títulos dos
Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na primeira etapa da
back-translation. São Paulo, 1998............................................. 97
Gráfico 3 Índice de concordância entre as enfermeiras para as
Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na
primeira etapa da back-translation. São Paulo, 1998................. 102
Gráfico 4 Freqüência de concordância para os Títulos e as Definições
dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na segunda etapa da
back-translation, por enfermeiras do grupo de experts. São
Paulo, 1998................................................................................. 110
Gráfico 5 Índice de concordância entre as enfermeiras para os Títulos
dos Fenômenos de Enfermagem da CFE/CIPE, na segunda
etapa da back-translation. São Paulo, 1998............................... 110
Gráfico 6 Índice de concordância entre as enfermeiras para as
Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CFE/CIPE, na
segunda etapa da back-translation. São Paulo, 1998................. 111
Gráfico 7 Índice de concordância, incluindo os julgamentos das duas
etapas da back-translation, dos Títulos dos Fenômenos de
Enfermagem da CIPE. São Paulo, 1998..................................... 113
xix
Gráfico 8 Índice de concordância, incluindo os julgamentos das duas
etapas da back-translation, das Definições dos Fenômenos de
Enfermagem da CIPE. São Paulo, 1998..................................... 113
Gráfico 9 Distribuição dos escores totais do índice geral do instrumento.
Paraíba, 1999.............................................................................. 116
Gráfico 10 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem por enfermeiras. Paraíba, 1999............................. 120
Gráfico 11 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem por sub-escalas. Paraíba, 1999.............................. 122
Gráfico 12 Distribuição do percentual de utilização dos fenômenos de
enfermagem por enfermeiras paraibanas, de acordo com o
estrato amostral. Paraíba, 1999.................................................. 124
Gráfico 13 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Respiração
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 131
Gráfico 14 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Circulação,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 134
Gráfico 15 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica –
Termorregulação por Área de Especialidade. Paraíba, 1999..... 136
Gráfico 16 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Nutrição,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 138
Gráfico 17 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica - Digestão por
xx
Área de Especialidade. Paraíba, 1999........................................ 140
Gráfico 18 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Hidratação,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 141
Gráfico 19 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Aleitamento
materno, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999................... 142
Gráfico 20 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Eliminação,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 144
Gráfico 21 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Tegumento,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 146
Gráfico 22 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica –
Restauração, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999............ 148
Gráfico 23 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Atividade
física, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999....................... 149
Gráfico 24 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Reprodução,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 150
Gráfico 25 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Crescimento
e Desenvolvimento, por Área de Especialidade. Paraíba,
1999............................................................................................ 152
xxi
Gráfico 26 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Psicológica, por Área de
Especialidade. Paraíba, 1999...................................................... 156
Gráfico 27 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Razões para ações –
Personalidade, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999......... 160
Gráfico 28 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Razões para Ações – Atitudes
psicológicas, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999............ 162
Gráfico 29 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Razões para Ações – Atitudes
psicológicas (continuação), por Área de Especialidade.
Paraíba, 1999.............................................................................. 164
Gráfico 30 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Ações – Ações autodependentes,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 168
Gráfico 31 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Ações – Ação interdependente,
por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.................................. 171
Gráfico 32 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Meio Ambiente: Humano, por
Área de Especialidade. Paraíba, 1999........................................ 175
Gráfico 33 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Meio Ambiente: Natureza, por
Área de Especialidade. Paraíba, 1999........................................ 178
22
1 INTRODUÇÃO
Ao longo deste século, as enfermeiras1 têm documentado que a falta de uma
linguagem universal para definir e descrever a prática de enfermagem tem sido um
obstáculo para a profissão se firmar como ciência e disciplina (ICN, 1996b). Na
realidade, desde o início da Enfermagem moderna, existe a preocupação com a
denominação dos seus fenômenos específicos. A confirmação desse fato está
registrada nos escritos de Florence Nightingale, datados de 1859, quando afirma
que a "Enfermagem desconhece os seus elementos específicos" (Nightingale,
1969). Na profissão, sempre foi questionado qual o conhecimento específico da
Enfermagem; quais são seus conceitos; quais os seus significados; qual a utilização
desses conceitos na prática, entre outros aspectos.
Uma maior ênfase na busca dessas respostas foi dada neste século, principalmente a
partir da década de 1950, quando as enfermeiras começaram a desenvolver
modelos conceituais ou teorias de Enfermagem, num esforço para identificar
conceitos próprios e a sua utilização na prática. A literatura evidencia que esses
modelos ou teorias geraram conceitos amplos, abrangentes e abstratos, entre os
quais, os quatro conceitos centrais do metaparadigma da Enfermagem – ser
humano, saúde, ambiente e enfermagem –, dos quais, os três primeiros também
são conceitos centrais de outras Disciplinas que têm como objeto de estudo o
cuidado com a saúde. Essa etapa na história da Enfermagem, “produzir modelos
conceituais e teorias de enfermagem, foi necessária, mas foi desenvolvida sem a
devida fundamentação com a pesquisa e, por esse motivo, os objetivos de
1 A palavra enfermeira será utilizada com referência às enfermeiras e aos enfermeiros, em consideração ao maior número de mulheres na profissão.
23
desenvolver pesquisa baseada em conhecimentos para a prática não foram
alcançados” (Blegen e Reimer, 1997).
Nas décadas seguintes, extensivas pesquisas em Enfermagem foram feitas
com foco no desenvolvimento de conceitos. Contribuíram para este
desenvolvimento a introdução do processo de enfermagem nos Estados Unidos, na
década de 1970, e, posteriormente, em todo o mundo, como um modelo
operacional para a prática de enfermagem, por meio do qual as enfermeiras tomam
suas decisões clínicas. As distintas fases desse processo, que são expressas de
maneiras diferentes, de acordo com o modelo conceitual utilizado, favoreceram o
desenvolvimento de sistemas de classificação em Enfermagem. Pode-se afirmar,
também, que os sistemas de classificação de Enfermagem contribuíram para o
desenvolvimento de conceitos, mas, seguindo um outro caminho, tendo em vista
que o desenvolvimento de sistemas de classificação na Enfermagem tem sido
considerado o primeiro estágio no desenvolvimento de estruturas teóricas para a
disciplina, ou seja, a tarefa de denominar os fenômenos que constituem objetos das
ações das enfermeiras.
A revisão da literatura especializada evidencia que existem na Enfermagem
diversos sistemas de classificação relacionados com algumas fases do processo de
enfermagem: diagnóstico de enfermagem – North American Nursing Diagnoses
Association – NANDA, Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a
Prática da Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental; problemas de enfermagem
– Community Health System – Sistema Comunitário de Saúde de Omaha;
intervenções de enfermagem – Nursing Intervention Classification – NIC; e
resultados esperados – Nursing Outcomes Classification – NOC; entre outros.
Estes sistemas tiveram como ponto de partida o trabalho desenvolvido, a partir da
década de 1970, nos Estados Unidos, pela NANDA.
O meu contato inicial com o Sistema de Classificação da NANDA ocorreu,
em 1986, através de informações de uma enfermeira norte-americana, membro da
24
NANDA, que estava em visita à Paraíba, para desenvolver um estudo transcultural,
enfocando os diagnósticos de enfermagem relacionados com os precipitantes de
crises. Desse contato inicial, surgiu o interesse pelo tema e, em 1987, participei do
desenvolvimento de uma pesquisa destinada a identificar os diagnósticos de
enfermagem na área de saúde mental em estudantes de Enfermagem (Coler, Pérez e
Nóbrega, 1989). A partir dessa pesquisa, foi observado que existiam diferenças
entre os diagnósticos desenvolvidos nos Estados Unidos e os identificados em
nossa amostra, no Brasil, e essas diferenças estavam relacionadas ora com a
tradução dos termos, ora com o significado dos Padrões de Respostas Humanas ou
com as características definidoras desses diagnósticos, que, em alguns casos, não se
aplicavam ao contexto brasileiro.
Esses mesmos fatos são comprovados pela literatura da Enfermagem,
quando evidencia que os diagnósticos de enfermagem da NANDA necessitam de
ser reavaliados, reconsiderados e reaplicados, dentro de uma abordagem
transcultural, significativa e útil às perspectivas da Enfermagem, uma vez que os
sinais e sintomas que levam a esses diagnósticos foram aprovados, tendo como
base a língua inglesa, o que pode gerar problemas semânticos na tradução da
estrutura da Taxonomia da NANDA para país de língua diferente, além de um
número de questões éticas relacionadas com o uso mundial dessa Taxonomia
(Leininger, 1990).
Para Kelley e Frisch (1990), o uso de uma lista de diagnósticos de
enfermagem pode impor culturalmente rótulos inapropriados e incorretos às
pessoas de diversas culturas, como também pode levantar a questão de que os
diagnósticos de enfermagem não foram desenvolvidos com um grau aceitável de
consistência entre as enfermeiras, para serem representativos de uma ou mais
culturas. Outros questionamentos feitos a partir da literatura estudada estão
relacionados com a inexistência de pesquisas de validação transcultural para a
maioria dos diagnósticos desenvolvidos pela NANDA (Sato, 1996).
25
A introdução dos diagnósticos de enfermagem na prática de enfermagem
internacional tem sido feita, de modo geral, por meio de uma tradução apenas
horizontal, palavra por palavra, dos termos utilizados, com pouca ou nenhuma
consideração pelo significado atribuído no contexto de uma outra cultura. No
Brasil, Coler, Nóbrega e Pérez (1994) identificaram, nos seus trabalhos iniciais
sobre o diagnóstico de enfermagem, problemas semânticos, sintáticos e culturais,
em todos os elementos componentes do diagnóstico, sendo esses problemas mais
evidentes nas características definidoras. A partir de então, as autoras acima
referidas, direcionaram o foco de seus estudos para a validação dos diagnósticos de
enfermagem da NANDA na realidade brasileira.
Além da ênfase nos estudos de validação, preocupava-me também a
classificação dos diagnósticos dentro da estrutura teórica dos Padrões de Respostas
Humanas, sobre a qual não havia, entre as enfermeiras, que já trabalhavam com os
diagnósticos, um consenso sobre a sua tradução e o seu significado. Consciente
dessa problemática, iniciei o Curso de Mestrado, em agosto de 1988, na
Universidade Federal da Paraíba – UFPb, onde desenvolvi a Dissertação
Diagnóstico de enfermagem da NANDA e a Teoria das Necessidades Humanas
Básicas de Horta, que foi defendida e aprovada em dezembro de 1991. Na sua
elaboração objetivei verificar a utilização dessa teoria na identificação dos
diagnósticos de enfermagem em pacientes psiquiátricos e a classificação dos
diagnósticos identificados na estrutura teórica das necessidades humanas básicas de
Horta. Os resultados evidenciaram que é viável a utilização da referida teoria para
que sejam identificados e classificados os diagnósticos de enfermagem, mas, por
esta classificação não abranger todos os diagnósticos aprovados pela NANDA, foi
sugerido o desenvolvimento de estudos que pudessem acrescentar, revisar ou
redefinir os resultados do estudo e, dessa forma, torná-la aplicável na Enfermagem
brasileira (Nóbrega, 1991).
26
No desenvolvimento de estudos com os diagnósticos de enfermagem, “a
maior dificuldade enfrentada foi a falta de um texto que apresentasse os conceitos
básicos e a taxonomia dos diagnósticos de enfermagem em português” (Farias et
al., 1990), surgindo, então, a minha participação, juntamente com outras
enfermeiras, na publicação de um livro, que tinha como maior objetivo apresentar a
tradução para o português, da Taxonomia I Revisada da NANDA e reunir as
informações básicas para enfermeiras e estudantes de Enfermagem sobre a
aplicação dos diagnósticos de enfermagem. Durante o processo de elaboração
desse livro, foi feita inicialmente uma tradução livre da taxonomia, palavra por
palavra, sem uma preocupação com o significado dos termos. Depois, esta tradução
foi revisada por um especialista em língua inglesa, que, além disso, assessorou o
grupo na tradução de termos para os quais não havia correspondentes em
português. Numa outra etapa, o material foi submetido à apreciação de um
especialista em língua portuguesa, quando foram feitas a comparação da versão
original americana com a traduzida e a uniformização e adaptação da taxonomia ao
português do Brasil. Essa tradução, apesar de ter sido feita com assessoria de
especialistas em língua inglesa e portuguesa, não obedecia a nenhuma técnica de
tradução específica.
A partir da publicação desse livro e de outras publicações como a de Maria
(1990), e das várias traduções de livros-textos de Enfermagem em português, feitas
pelas editoras a partir de critérios próprios, surgiu a impossibilidade de atendimento
a um dos propósitos fundamentais dos diagnósticos de enfermagem, a padronização
da linguagem.
Tendo em vista a solução desse problema, foi realizado, em São Paulo – SP,
em 1991, o I Seminário Nacional sobre Diagnóstico de Enfermagem, onde os
problemas anteriormente citados foram levantados (Nóbrega, 1994). No final do
evento, foi sugerida a realização de um novo encontro para tratar da questão da
uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem no Brasil.
27
Em julho de 1992, João Pessoa – PB sediou a realização do II Simpósio
Nacional sobre Diagnóstico de Enfermagem, que tinha como tema central a
Uniformização da Linguagem dos Diagnósticos de Enfermagem no Brasil. Como
estratégia para o desenvolvimento dessa temática foram convidadas enfermeiras
que aplicavam, na prática profissional (ensino, pesquisa e assistência), os
diagnósticos de enfermagem da NANDA. Foi ainda atribuída a cada uma delas a
tarefa de, comparadas algumas das traduções conhecidas, propor uma
uniformização para a tradução das categorias diagnósticas de um Padrão de
Resposta Humana específico. Foram discutidas as propostas de tradução para os
componentes de todos os diagnósticos de enfermagem constantes da Taxonomia I
Revisada da NANDA, aprovada durante a Nona Conferência, realizada em 1990.
Em virtude da quantidade de propostas de modificações apresentadas e discutidas
durante o evento, decidiu-se que seria elaborada e enviada a síntese das propostas
formuladas para análise e aprovação dos participantes do evento e de outras
enfermeiras envolvidas no estudo e aplicação dos diagnósticos de enfermagem no
Brasil.
O resultado desse processo foi publicado, em 1994, na forma de livro de
bolso, onde estão contidos todos os diagnósticos de enfermagem, que, embora
respeitando a estrutura básica da taxonomia da NANDA, incluem alterações na
forma como os seus componentes foram traduzidos para o português, introduzindo-
se alterações que, por vezes, representam modificações significativas na estrutura
desses diagnósticos (Nóbrega e Garcia [Org.], 1994). Esse livro tem sido
amplamente utilizado e referenciado em todo o território nacional, mas, apesar
dessa utilização, pode-se afirmar que os problemas de tradução, adaptação ou
adequação dos diagnósticos de enfermagem à nossa realidade ainda persistem.
O desenvolvimento e o uso de taxonomias ou sistemas de classificação na
Enfermagem, a partir da década de 1970, como forma de descrever a prática de
enfermagem, ou seja, os seus elementos, não impediu que se questionasse de que
28
problemas ou situações específicas se ocupa a Enfermagem; qual a contribuição
especial da Enfermagem para prevenir, aliviar ou resolver esses problemas; quais
os resultados que se propõe alcançar. Até o momento atual, estas questões têm sido
essenciais para a busca contínua de aperfeiçoamento do desenvolvimento das
classificações de enfermagem existentes.
Por este motivo, qualquer que seja a forma como são expressos esses
elementos, eles são considerados componentes primários de uma classificação para
a prática de enfermagem. As situações que experimentam os pacientes e clientes
(indivíduo, família e comunidade), que pertencem ao campo de conhecimento da
Enfermagem e são o foco das atividades profissionais têm sido denominadas
tradicionalmente de necessidades ou problemas do paciente. As palavras usadas
para se descrever esses componentes mudam de país para país, sendo denominados
de diagnósticos de enfermagem, problemas de enfermagem, problemas do paciente,
necessidades humanas, fatores de enfermagem e fenômenos de enfermagem. Para
Clark e Lang (1992), sem uma linguagem compartilhada que expresse esses
elementos, não se pode descrever a prática de enfermagem de maneira que se possa
compará-la nos diversos contextos clínicos, populações de clientes, zonas
geográficas ou tempo. Também, não se pode identificar a contribuição particular
da enfermeira na equipe de saúde, nem descrever as diferenças entre a prática da
enfermeira e a dos demais membros da equipe de enfermagem.
Vários trabalhos têm sido realizados para definir esses termos, porém não
existe um consenso entre as enfermeiras sobre quais as melhores palavras que
devem ser usadas (Coenen e Wake, 1996).
No Brasil, Cruz et al. (1994) realizaram um estudo para identificar as
atividades de enfermagem descritas na literatura de Enfermagem no período de
1988 a 1992. Os resultados do estudo evidenciaram que os três elementos da
prática identificados pelo International Council of Nurses (Conselho Internacional
29
de Enfermeiras – CIE) são utilizados na prática de enfermagem, mas não com uma
mesma freqüência, o que levou as autoras a concluir que esses elementos são
implementados separadamente, não configurando a utilização do processo de
enfermagem na prática do cuidado. Nesse estudo, o termo diagnóstico de
enfermagem, mesmo tendo sido mencionado com treze diferentes denominações
(problema, levantamento, alteração, necessidades, entre outras), foi o mais
freqüentemente usado. Acredito que esse fato possa ser explicado pelo uso no
Brasil, a partir de 1986, do Sistema de Classificação dos Diagnósticos de
Enfermagem da NANDA. Merece também ser ressaltado que o diagnóstico de
enfermagem é um termo familiar às enfermeiras brasileiras, desde a década de
1970, quando o mesmo foi introduzido, por Horta, no seu modelo conceitual das
necessidades humanas básicas, como a segunda fase do processo de enfermagem,
passando, desde então, a ser utilizado no ensino e na prática assistencial de
enfermagem.
A literatura especializada evidencia que o desenvolvimento do Sistema de
Classificação da NANDA tem contribuído para promover a autonomia da
enfermeira no julgamento do cuidado do cliente, para propiciar o uso dos
conhecimentos específicos da Enfermagem e para a realização de estudos sobre a
qualidade do cuidado de enfermagem, que têm apontado para a necessidade de
proporcionar, à profissão, uma nomenclatura, uma linguagem e uma classificação
que possam ser usadas para descrever e organizar os dados mínimos de
enfermagem (Clark, 1995).
A proposta de um sistema de classificação representa para a Enfermagem a
possibilidade de se situar como uma profissão de prática independente, na qual muitos
países têm-se envolvido, a partir da possibilidade de concretização dessa proposta
pelo CIE.
A inserção da Enfermagem brasileira no projeto do CIE só se deu a partir da
participação de cinco enfermeiras brasileiras, representando a Associação Brasileira
30
de Enfermagem – ABEn, em Tlaxcala – México, em 1994, numa reunião
consultiva sobre a elaboração de instrumentos para facilitar a identificação dos
elementos da prática de enfermagem, que apoie os sistemas comunitários e a
atenção primária à saúde. O Brasil se fez representar também na reunião realizada
em Los Angeles – Estados Unidos, em fevereiro de 1995, quando se discutiu uma
proposta para o desenvolvimento de projetos nacionais no Brasil, Chile, Colômbia
e México, que integrariam o projeto internacional da classificação para a prática de
enfermagem. A partir dos compromissos assumidos nessas duas reuniões, a ABEn
realizou durante o I Encontro Internacional de Enfermagem de Países de Língua
Oficial Portuguesa, em Salvador – BA, em abril de 1995, uma reunião sobre a
Classificação da Prática de Enfermagem, da qual participei como membro da
equipe que elaborou o protocolo para o projeto de investigação da Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem no Brasil (ABEn, 1995).
Em novembro de 1995, o CIE recomendou a realização de uma reunião no
Brasil, coordenada pela Fundação W. K. Kellogg – Fundação co-responsável pelo
apoio financeiro ao projeto –, contando com representantes dos países da América
Latina, objetivando delinear o projeto de classificação para a prática de
enfermagem, a ser desenvolvido nesses países. Para o desenvolvimento do projeto
no Brasil, foi realizada pela ABEn Nacional, em fevereiro de 1996, através das
Diretorias de Assuntos Profissionais e do Centro de Estudos e Pesquisas em
Enfermagem – CEPEn, com o apoio do CIE e da Fundação W. K. Kellogg, a
primeira oficina, contando com a participação de enfermeiras representantes de
quase todas as regiões do Brasil, com experiências na utilização dos diagnósticos
de enfermagem ou na saúde coletiva, da qual fui uma das participantes. Durante a
oficina foi desenvolvido o projeto nacional de Classificação das Práticas de
Enfermagem em Saúde Coletiva no Brasil – CIPESC, objetivando “contribuir para
a transformação e classificação das práticas de enfermagem em saúde coletiva,
tendo por referencial o modelo epidemiológico proposto na reforma sanitária
brasileira” (ABEn, 1996).
31
Para a execução desse projeto, convencionou-se subdividi-lo em três
subprojetos, definindo-se, para cada um deles, as respectivas ações, atividades,
estruturas físico-financeiras e metas. Considerando-se a dimensão continental do
país, a sua diversidade sócio-econômica e cultural e o acesso geográfico para a
operacionalização das atividades, os subprojetos foram definidos em oito grupos
regionais, sendo eu coordenadora do núcleo C, que compreende os Estados do
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, e responsável por dois
cenários de pesquisa: Sobral no Ceará e Cabedelo na Paraíba. O projeto foi
concluído em dezembro de 1999, tendo como maiores resultados a identificação de
termos (fenômenos de enfermagem e ações de enfermagem) na área da saúde
coletiva, que serão enviados ao CIE para posterior inclusão na Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE.
Em dezembro de 1996, o CIE apresentou à comunidade de Enfermagem a
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – Um Marco
Unificador - Versão Alfa, constituída pelas Classificações de Fenômenos de
Enfermagem e de Intervenções de Enfermagem, com o objetivo de “estimular a
discussão e, conseqüentemente, os comentários, observações, críticas e
recomendações de melhoria, a fim de se obterem subsídios para as próximas
versões dessa classificação” (ICN, 1996b).
Em março de 1997, após o recebimento de cópia da CIPE – Versão Alfa,
enviada pelo CIE, a ABEn, representada pela Diretoria de Assuntos Profissionais,
convidou algumas enfermeiras envolvidas no movimento dos diagnósticos de
enfermagem no Brasil para uma reunião que foi realizada na sede da ABEn - Seção
São Paulo, para discutirem a tradução e utilização da CIPE no Brasil. A partir
dessa reunião foi criado o Grupo de Trabalho de Tradução da CIPE para o
português do Brasil, ligado à Comissão de Assuntos Profissionais e coordenado
pela associada Dra. Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz, do qual participei
como membro da coordenação técnica do grupo. Este Grupo reunia-se
32
freqüentemente na cidade de São Paulo, ora na Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo - USP, ora no Departamento de Enfermagem da
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, quando foram traçados e
operacionalizados os objetivos para a tradução e divulgação da CIPE no Brasil.
Em agosto deste mesmo ano, este mesmo Grupo teve a oportunidade de
discutir com a Dra. Heimar de Fátima Marim, do Departamento de Enfermagem da
UNIFESP, responsável, através do Núcleo de Informática em Enfermagem, pela
tradução da CIPE para o português do Brasil como sponsored partner do projeto
TELENURSE do Danish Institute for Health and Nursing Research, alguns
entraves identificados na tradução, tanto pelo Grupo de Trabalho da ABEn, como
pela própria tradutora. O fruto do trabalho destas associadas resultou numa
publicação lançada durante a realização do 49º Congresso Brasileiro de
Enfermagem, realizado na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, objetivando “a
discussão, adaptação e validação dos termos frente à realidade brasileira, a partir
de um novo referencial: o trabalho da Enfermagem voltado para a defesa da
qualidade de vida e de atenção à saúde, como direito universal e equânime de
cidadania” (Cruz et al., 1997).
Em março de 1998, o CIE apresentou, a partir das avaliações recebidas da
Versão Alfa, as novas diretrizes para o desenvolvimento de um modelo
experimental da Versão Beta (ICN, 1998), disponibilizando, a partir de junho de
1999, na sua homepage, a Versão Beta 1 (ICN, 1999a; 1999b), publicando em
dezembro de 1999 a Versão Beta (ICN, 1999c), para ser submetida ao mesmo
processo de avaliação da Versão Alfa, configurando, dessa forma, o trabalho
contínuo no desenvolvimento de sistemas de classificações na Enfermagem.
Diante da situação apresentada, restou-me o desafio de contribuir com o CIE
e, consequentemente, com a ABEn, na concretização de uma Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem, que possa ser usada por todas as
enfermeiras e reduzir ou evitar os problemas de tradução e adaptação que
33
aconteceram com o sistema de classificação da NANDA no Brasil. Contudo,
reconheço que fazer uma adaptação de uma classificação para a prática de
enfermagem no Brasil, por sua própria natureza e por sua extensão territorial, é um
trabalho árduo e extenso, que demanda custos, tempo e dedicação ao assunto. Por
esse motivo, como docente de Enfermagem na Universidade Federal da Paraíba,
tendo como linha de pesquisa a Fundamentação Teórica e Metodológica da
Assistência de Enfermagem, na qual venho desenvolvendo estudos com os
diagnósticos e as intervenções de enfermagem, optei pela realização desse estudo,
partindo do pressuposto de que os fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa
constituem situações presentes na prática de enfermagem, bem como existem
outros fenômenos que são denominados, de forma peculiar, pelas enfermeiras
paraibanas.
Diante da situação apresentada, questiono: Os fenômenos constantes na
CIPE – Versão Alfa, são utilizados pelas enfermeiras paraibanas para denominar os
problemas ou as situações de enfermagem? Os termos utilizados pelas enfermeiras
paraibanas para denominar problemas ou situações na prática de enfermagem,
correspondem ou diferem das denominações dos fenômenos constantes na CIPE –
Versão Alfa? Existem outros fenômenos de enfermagem, além dos apresentados
na CIPE e que denominações lhes são atribuídos?
A resposta a esses questionamentos possibilitará a adaptação dos termos
utilizados para denominar os fenômenos de enfermagem e a verificação de sua
utilização na prática de enfermagem. Acredito que, dessa forma, estarei
contribuindo para o desenvolvimento da classificação da prática de enfermagem e,
conseqüentemente, para a universalização da linguagem da Enfermagem.
Comprometida com as mudanças que vêm ocorrendo na Enfermagem,
acredito na relevância do estudo proposto e na sua contribuição para a profissão, a
partir da constatação na minha vivência profissional de que a enfermeira pode
desenvolver um trabalho independente através dos elementos da prática de
34
enfermagem para reduzir, resolver ou prevenir problemas de saúde dos clientes e
pacientes.
Visando a um melhor entendimento do desenvolvimento desta pesquisa,
descrevo a forma como a mesma foi organizada. Este relatório final da pesquisa
acha-se dividido em seis unidades. Nesta primeira, introdutória, contextualizo a
problemática, justifico a realização do estudo e apresento os seus objetivos.
A segunda unidade é destinada à descrição sobre Taxonomia e Sistema de
Classificação, sem a pretensão de explorar e discutir sobre a Ciência da
Classificação, mas, sim, dar uma idéia de como estes sistemas de classificação
podem ser e são construídos. Nessa unidade é feita também uma revisão da
literatura sobre os sistemas de classificação desenvolvidos na Enfermagem, numa
tentativa de resgatar as primeiras tentativas de classificação visando a situar o leitor
no progresso da Enfermagem no desenvolvimento de sistemas de classificação.
Na terceira unidade apresento o sistema de Classificação Internacional da
Prática de Enfermagem – CIPE, Versão Alfa, enfatizando sua construção e as
Classificações de Fenômenos e Ações de enfermagem. Descrevo também, o
trabalho que foi desenvolvido na construção da Versão Beta da CIPE.
Na quarta unidade, dedicada aos procedimentos metodológicos do estudo,
apresento inicialmente considerações sobre a pesquisa transcultural, discorrendo,
com base na literatura especializada, sobre as várias propostas metodológicas
utilizadas para fazer adaptação de instrumentos ou sistemas de classificação que
foram desenvolvidos em uma língua e estão sendo utilizados em outra, e elejo
como técnica para o desenvolvimento do estudo a equivalência semântica, feita
através da back-translation, descrita por Brislin, em 1970. Descrevo, após essas
considerações do referencial metodológico, as duas fases da pesquisa. Na primeira,
que teve como objetivo a equivalência semântica dos fenômenos de enfermagem da
CIPE – Versão Alfa, descrevo as etapas de realização da técnica back-translation,
35
incluindo a construção dos instrumentos utilizados nesta etapa. Na segunda fase do
estudo, que teve como objetivo a verificação da utilização na prática de
enfermagem dos fenômenos equivalentes semanticamente, a investigação da
existência de diferentes denominações para esses fenômenos submetidos à
equivalência semântica e a investigação de outros fenômenos não constante na
CIPE com suas denominações, descrevo como se deu todo o processo de
investigação, incluindo como foi selecionada a população do estudo; como foi
definida a amostra e quais são suas características sócio-demográficas; como foi
construído, validado e testado o instrumento utilizado nesta fase; como foi
realizada a coleta de dados, enfatizando as dificuldades enfrentadas nesta etapa e,
finalmente, como foi feita a análise dos dados coletados.
Na quinta unidade são apresentados e discutidos os dados obtidos no estudo.
Em uma primeira parte são apresentados os resultados da fase de equivalência
semântica dos títulos (termos) e das definições dos fenômenos de enfermagem,
sendo discutidos os que apresentaram índice de concordância abaixo de 79,0%. Na
segunda parte a análise e discussão dos resultados está apresentada em duas etapas.
Na primeira são apresentados os parâmetros psicométricos do instrumento, com
ênfase na confiabilidade (alfa de Cronbach) e na validade de conteúdo e de
construto. Na segunda etapa está apresentada a utilização dos fenômenos
constantes na CIPE – Versão Alfa, por enfermeiras paraibanas, de acordo com o
estrato amostral e com a área de especialidade na Enfermagem. Nessa análise são
enfatizados os fenômenos que apresentaram os maiores percentuais de
concordância e discrepância, uma vez que não é objetivo deste estudo discutir o
significado, na prática de enfermagem, de todos os fenômenos. No final de cada
sub-escala de fenômenos de enfermagem é feita uma síntese geral conclusiva da
utilização dos fenômenos de enfermagem por enfermeiras paraibanas.
36
Na última unidade são apresentadas as considerações finais do estudo
enfatizando a importância da sua realização e as implicações para a assistência,
ensino e pesquisa na Enfermagem.
1.1 Objetivos do estudo
• Fazer a equivalência semântica para a língua portuguesa dos fenômenos de
enfermagem constantes na CIPE – Versão Alfa.
• Verificar se os fenômenos que foram submetidos à equivalência
semanticamente são utilizados na prática de enfermagem.
• Investigar se a denominação utilizada pelas enfermeiras para os fenômenos
correspondem ou diferem das denominações dos fenômenos que foram
submetidos à equivalência semântica.
• Investigar a existência de outros fenômenos na prática de enfermagem e as
denominações utilizadas pelas enfermeiras para eles.
37
2 TAXONOMIAS E SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Taxonomias ou sistemas de classificação são conhecimentos estruturados
nos quais os elementos substantivos de uma disciplina ou subdisciplina são
organizados em grupos ou classes com base em suas similaridades (Blegen e
Reimer, 1997).
Segundo Sokal (1974), o processo de classificação, de reconhecimento de
similaridades e o agrupamento de organismos ou objetos, remonta ao período do
homem primitivo, quando afirma que, desde o advento da humanidade, a
habilidade de classificar tem sido vista como um comportamento de adaptação na
evolução biológica. Contudo, a origem da Ciência da Classificação, segundo o
referido autor, aparece nos escritos dos ancestrais gregos.
Para Bailey (1994), classificação é um processo central em todas as fases da
vida, sendo considerado, indiscutivelmente, como um dos mais centrais e genéricos
de todos os exercícios conceituais. Classificação é um importante aspecto de
muitas ciências, por esse motivo, princípios e procedimentos similares têm sido
desenvolvidos independentemente em vários campos (Sokal, 1974).
De acordo com a literatura especializada, existe um grande número de
métodos usados em disciplinas, como a Botânica, a Química, a Medicina, a
Arqueologia, a Psicologia, a Lingüística, a Antropologia, a Biblioteconomia, a
Filosofia, a Matemática, a Lógica, as Ciências Sociais, entre outras, para o
desenvolvimento de sistemas de classificação (ICN, 1996b).
O termo classificação é freqüentemente empregado para denominar o
produto final do processo de classificação (Sokal, 1974). O referido autor
38
recomenda o uso da expressão sistemas de classificação para descrever o produto
final desse processo. Já o termo taxonomia é usado para significar o estudo teórico
da classificação, incluindo suas bases, princípios, procedimentos e regras (Bailey,
1994; Sokal, 1974). Para McKay (1977) taxonomia refere-se tanto à Ciência da
Classificação, como ao Sistema de Classificação resultante desse processo. Neste
estudo, o termo Taxonomia será empregado, tanto para designar a Ciência da
Classificação, como o produto final desse processo, tal como tem sido utilizado
pela NANDA.
Segundo Rasch (1987), uma taxonomia pode ser classificada como natural
ou artificial, quando se refere à natureza do critério de construção da taxonomia, e
hierárquica ou não hierárquica, quando se refere à estrutura específica da
taxonomia. Para a referida autora, uma taxonomia é natural quando o critério
usado para se classificar é baseado em algumas características que são próprias dos
indivíduos ou objetos que estão sendo classificados, e uma taxonomia é
considerada artificial quando o critério utilizado para agrupar ou dividir está
baseado em qualidades determinadas acidental ou arbitrariamente. Uma taxonomia
é considerada hierárquica, quando especifica que os indivíduos ou objetos que
estão sendo classificados podem ser arranjados em classes, que são mais ou menos
exclusivas, e uma taxonomia é não hierárquica, quando usa um atributo ou um
conjunto de atributos para classificar indivíduos ou objetos.
O desenvolvimento de uma taxonomia ou sistema de classificação envolve a
formação de conceitos e a inter-relação desses conceitos. Por essa razão, esse
desenvolvimento é considerado um processo teórico, onde podem ser utilizadas as
abordagens indutivas e dedutivas (Rasch, 1987). Dessa forma, quando se ordenam
e se arranjam os indivíduos ou objetos dentro de um grupo ou conjunto, tendo por
base alguns critérios, está usando-se a abordagem indutiva. Já quando se utiliza
uma estrutura conceptual para desenvolver os conceitos e critérios pelos quais os
39
indivíduos ou objetos são classificados ou ordenados, está usando-se uma
abordagem dedutiva.
Para Fleishman e Quaintance2, citados por Kerr (1991), existem quatro
etapas no desenvolvimento de taxonomia ou sistema de classificação: 1) a
identificação do propósito do sistema de classificação; 2) a identificação de
critérios para serem usados na classificação dos itens; 3) classificação dos itens
validados; 4) avaliação da adequação e utilidade do sistema de classificação através
da validação interna, da validação externa e da utilização na prática clínica.
2.1 Sistemas de Classificação em Enfermagem
Na Enfermagem, as tentativas de classificação têm surgido desde o início
deste século. A primeira classificação de problemas de enfermagem foi
desenvolvida nos Estados Unidos e teve como propósito o ensino de Enfermagem.
Uma subcomissão da National League for Nursing – Liga Nacional de
Enfermagem, ao revisar as fichas de aproveitamento dos estudantes, percebeu a
necessidade de descrever a prática geral de enfermagem, tendo como foco os
conceitos, enfatizando o cliente, em oposição ao foco do desenvolvimento de
tarefas ou procedimentos, que predominava desde o início do século XX. Para
isso, foi realizado uma pesquisa nas Escolas de Enfermagem norte-americanas e a
primeira classificação foi concluída. Os 21 problemas de Abdellah, como ficou
conhecida essa classificação, que descreve os objetivos terapêuticos da
Enfermagem e seu desenvolvimento, teve como focos principais as necessidades do
2 Fleishman, E. A.; Quaintance, M. K. Taxonomies of human performance. San Diego, CA: Academic Press, 1984
40
cliente (terapêutica das necessidades) e os problemas de enfermagem (terapêutica
de problemas), que eram os modelos vigentes na década de 1950 (Gordon, 1994).
Em 1966 Henderson identificou a lista das 14 necessidades humanas
básicas, que compreende os componentes ou funções da Enfermagem, e tem como
objetivo “descrever os cuidados de que qualquer pessoa necessita,
independentemente do diagnóstico e do tratamento prescrito pelo médico”
(Henderson, 1969). Essa classificação teve como suporte teórico a abordagem
funcional das necessidades. A lista das 14 necessidades humanas básicas não
representa os problemas de saúde do cliente, mas as áreas nas quais os problemas
reais ou potenciais podem ocorrer, e aplicam-se a qualquer ambiente, podendo
tanto servir de guia na promoção da saúde, como na prestação de cuidados de
enfermagem ao paciente. Os componentes dos cuidados básicos de enfermagem,
considerados por sua autora como as funções de competência exclusiva das
enfermeiras, podem ser descritos como: respiração, alimentação, eliminação, sono e
repouso, vestimentas, temperatura corporal, higiene, controle do ambiente,
comunicação, prática religiosa, realização, atividade de lazer e aprendizagem.
Tanto a classificação de Abdellah como a de Henderson foram usadas na
educação e na prática da Enfermagem, e suas contribuições estimularam as
enfermeiras a ir além da utilização das funções de rotina e tarefas para identificar
problemas terapêuticos (Gordon, 1994). Para Jones (1979) estes trabalhos
necessitam de mais estudos para que eles alcancem um melhor desenvolvimento,
antes de serem usados como uma taxonomia ou sistema de classificação completos
para a prática de enfermagem.
Para Douglas e Murphy (1992), os 21 problemas de Abdellah, a lista das
14 necessidades humanas básicas de Henderson e o modelo de levantamento de
dados nas 13 áreas funcionais de McCain têm sido considerados precursores das
tentativas para sistematização do conhecimento de abordagens taxonômicas na
Enfermagem.
41
Para Gordon (1994), essas primeiras tentativas de classificação mudaram o
enfoque da Enfermagem, que passou, desde então, a se preocupar com a
identificação dos problemas do cliente e, posteriormente, com os diagnósticos de
enfermagem, tendo como alvo o cuidado. A mudança do cuidado organizado, com
ênfase nos problemas terapêuticos, como: “facilitar a manutenção da comunicação
verbal efetiva”, para o cuidado organizado com ênfase nos problemas do cliente, tal
como: “comunicação verbal prejudicada”, teve início na década de 1970, com a
criação do Sistema de Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA.
A revisão da literatura especializada indica que propostas e modelos para se
classificar a prática de enfermagem estão ganhando impulso nas duas últimas
décadas. Revela também que esses modelos ainda não são considerados estruturas
ou sistemas de classificação consolidados. Entre os modelos apresentados, a
Taxonomia da NANDA, iniciada em 1973, é constituída por uma estrutura teórica
– os Padrões de Respostas Humanas – que orienta a classificação e categorização
dos diagnósticos de enfermagem ou das condições que necessitam de cuidados de
enfermagem. O uso dessa Taxonomia define o foco do cuidado de enfermagem e
dá às enfermeiras exemplos de como a profissão difere de outras profissões da
saúde. Os diagnósticos, interpretados como títulos dados pela enfermeira para uma
resposta humana, podem ser usados como ilustração do foco da Enfermagem.
Dessa forma, essa Taxonomia “oferece às enfermeiras novo conhecimento de
definições, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco para
cada diagnóstico, o que proporciona o uso de uma linguagem que pode ser
compartilhada por toda a comunidade de enfermagem” (Carlson-Catalano, 1993).
O trabalho da NANDA está estabelecido e, no presente, é o sistema de classificação
mais utilizado, tendo sido traduzido e adaptado em 17 línguas, em 33 países, e
incorporado em alguns sistemas de informação clínica desses países (Fitzpatrick e
Zanotti, 1995).
42
A Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a Prática da
Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental foi desenvolvida pela Força Tarefa
da American Nurses Association – ANA, utilizando os diagnósticos aprovados pela
NANDA, bem como outros diagnósticos específicos dessa classificação, tendo,
dessa forma, evoluído de um sistema geral de classificação para um sistema
especializado (Vincent e Coler, 1990). Em 1994, essa classificação foi apresentada
ao Comitê de Revisão de Diagnósticos da NANDA para estudo da possibilidade de
inclusão dos diagnósticos específicos da área na Taxonomia da NANDA. Esses
diagnósticos encontram-se no estágio de validação clínica, por esse Comitê, etapa
necessária para a inclusão dos mesmos na Taxonomia.
A Classificação dos Cuidados Domiciliares de Saúde – Home Health
Care Classification – HHCC, foi desenvolvida, nos Estados Unidos, por Saba e
colaboradores, como parte de um projeto de Cuidados Domiciliares da
Universidade de Georgetown, para codificação e categorização dos cuidados
domiciliares de saúde prestados aos pacientes que usavam o Medicare, objetivando
prover, tanto as necessidades de enfermagem e outros serviços domiciliares, quanto
a mensuração dos resultados obtidos. Consiste de cinco níveis de taxonomias para
o cuidado domiciliar, estruturados para descrever, classificar e codificar a prática
de enfermagem. Em sua organização há 20 componentes (conceitos), que
representam quatro diferentes padrões de cuidado do paciente: comportamento de
saúde, funcional, fisiológico e psicológico, que formam uma estrutura de códigos
para o levantamento de dados, diagnósticos, intervenções e resultados esperados.
O último nível fornece um mapeamento estratégico para descrever a prática de
enfermagem. Esse sistema tem três esquemas de classificação: os diagnósticos de
enfermagem, as intervenções de enfermagem e os resultados esperados, utilizando
como estrutura teórica os 20 componentes do cuidado domiciliar em saúde (Saba,
1997; 1990).
43
A Classificação de Omaha – Community Health System – é um sistema
originado de uma lista de problemas de clientes diagnosticados pelas enfermeiras
em uma comunidade de saúde nos Estados Unidos. A proposta do sistema é
oferecer um método para organizar, identificar e denominar o que é de interesse da
Enfermagem na prática e compreende três esquemas de classificação: Esquema de
Classificação de Problemas, Esquema de Intervenções e a Escala de Resultados
(Martin e Scheet, 1992). O Esquema de Classificação de Problemas é uma
taxonomia de diagnósticos de enfermagem que pode ser usada por enfermeiras que
atuam na comunidade, por outros profissionais de saúde, supervisores e
administradores. Esse esquema é composto por uma estrutura de problemas que
enfoca o cliente, fornecendo um método para coleta, classificação, documentação e
análise dos dados, ou seja, é um sistema de enfermagem direcionado para o
atendimento do cliente, baseado no processo de enfermagem. O Esquema de
Intervenções de Enfermagem é um modelo sistematizado das atividades de
enfermagem, organizado em três níveis: categorias – representa o resultado final
da coleta dos dados do paciente, metas – descreve um plano de intervenções de
enfermagem, informações específicas para o cliente – parte detalhada do plano ou
das intervenções. O Esquema de Classificação dos Resultados usa cinco pontos de
uma escala tipo Likert, em três níveis hierárquicos distintos para medir o progresso
do cliente com relação aos problemas/diagnósticos identificados pela enfermeira,
no que diz respeito ao conhecimento, ao comportamento e ao estado de saúde do
paciente (Martin, 1997).
O Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem foi
desenvolvido como parte do Projeto de Intervenções de Iowa, denominado Nursing
Interventions Classification – NIC, que teve início em 1987, por um grupo de
pesquisadoras do College of Nursing da University of Iowa, U.S.A, com o apoio do
Instituto Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos. A NIC apresenta uma estrutura
taxonômica validada e codificada, que abrange intervenções de enfermagem
voltadas para os diagnósticos de enfermagem da NANDA. Nessa classificação a
44
intervenção de enfermagem é definida como sendo qualquer procedimento ou
tratamento de cuidado direto, baseado no julgamento clínico e no conhecimento
que a enfermeira executa em benefício de um cliente, objetivando alcançar os
resultados esperados, que incluem aspectos psicossociais e fisiológicos (Bulechek e
McCloskey, 1992).
A intervenção de enfermagem é constituída pelos seguintes elementos:
título, definição e atividades, e é executada pela enfermeira na sua implementação.
Os títulos são conceitos que iniciam com proposições substantivas e devem ter, no
máximo, três palavras, exigindo qualificadores para representar as ações da
enfermeira, como: assistência, administração, restauração, promoção. A definição
da intervenção consiste numa frase que define o conceito e descreve o
procedimento da enfermeira. As atividades de enfermagem são ações apropriadas
que devem ser executadas pela enfermeira na implementação de uma intervenção,
com o objetivo de alcançar os resultados esperados (McCloskey e Bulechek, 1996).
Para as referidas autoras, uma das vantagens da NIC é a possibilidade de utilização
das atividades, de acordo com a necessidade de uma situação particular. O mais
importante na padronização da linguagem dessas intervenções é o título, onde o
nome e a definição da intervenção permanecem os mesmos para todos os clientes e
em qualquer situação.
A Taxonomia da NIC é apresentada em três níveis. O primeiro, considerado
o mais abstrato, tem propriedades enumeradas de um a seis, assim denominadas: 1)
Fisiológica-básica: consta dos cuidados que auxiliam o funcionamento físico; 2)
Fisiológica-complexa: consta dos cuidados que auxiliam a regulação homeostática;
3) Comportamento: consta dos cuidados que auxiliam o funcionamento
psicossocial e facilitam mudanças no estilo de vida; 4) Segurança: consta dos
cuidados que auxiliam a proteção frente à injúria; 5) Família: consta dos cuidados
que auxiliam a unidade familiar; 6) Sistema de Saúde: consta dos cuidados que
auxiliam o uso efetivo de sistemas de saúde. No segundo nível da taxonomia, as
45
classes são agrupadas com letras alfabéticas e distribuídas nas seis propriedades,
perfazendo um total de 27 classes, onde estão alocadas as 433 intervenções de
enfermagem, correspondendo ao terceiro nível da Taxonomia (McCloskey e
Bulechek, 1996). Esse sistema tem a aprovação da ANA, como um dos sistemas de
classificação a serem usadas no processo de uniformização da linguagem de
enfermagem nos Estados Unidos, fazendo também parte da CIPE – Versão Alfa.
O Sistema de Classificação de Resultados do Paciente – Nursing-
sensitive Outcomes Classification – NOC, foi desenvolvido pelo mesmo grupo que
desenvolveu a NIC. A NOC pode ser considerada um sistema de classificação
complementar da Taxonomia da NANDA e da NIC. Os resultados são conceitos
que podem ser medidos ao longo de um continuum, o que significa que os
resultados refletem uma condição real do paciente ao invés das metas esperadas.
Essa classificação representa uma lista de 190 resultados, com definições,
indicadores e escala de mensuração utilizados tanto para pacientes individuais
como para os elementos de uma família. Deve-se lembrar que esse é um processo
em desenvolvimento, o que significa que a lista atual de resultados não inclui todos
os resultados que possam ser importantes para a Enfermagem. A linguagem usada
nessa classificação reflete a linguagem usada pelas enfermeiras na literatura da
Enfermagem. Essa classificação pode ser usada na assistência, na pesquisa e no
ensino de Enfermagem. Ela provê uma estrutura de trabalho para avaliar a prática
de enfermagem, tanto na área clínica, como na pesquisa (Johnson e Maas, 1997).
Esse sistema, como o da NANDA e da NIC, tem a aprovação da ANA, como um
dos sistemas a serem usados na padronização da linguagem da Enfermagem nos
Estados Unidos.
A utilização desses sistemas de classificação na prática de enfermagem tem
mobilizado as enfermeiras em todo o mundo, atendendo ao desafio de universalizar
a sua linguagem e evidenciar os elementos da sua prática. Como resultado dessa
mobilização, durante o Congresso Quadrienal do CIE, realizado em Seul, em 1989,
46
foi votada e aprovada a proposta para desenvolver um Sistema de Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem - CIPE.
As justificativas para a elaboração desse projeto estão vinculadas,
principalmente, à falta de um sistema e de uma linguagem específica da profissão,
que é necessária para que a Enfermagem possa contar com dados confiáveis na
formulação de políticas de saúde, na contenção de custos, na informatização dos
serviços de saúde, na crescente importância nas classificações médicas e como
propósito para controlar seu próprio trabalho. Esse fato tem impulsionado a
Enfermagem para demonstrar a sua importância na contribuição nos serviços de
saúde, no crescimento da importância de padronização e na necessidade urgente de
ter uma linguagem capaz de descrever e comunicar as atividades de enfermagem
(ICN, 1992).
As primeiras etapas desse projeto foram a realização de um levantamento
bibliográfico na literatura da Enfermagem e de uma pesquisa junto às associações
membros do CIE, para identificar, em âmbito internacional, os sistemas de
classificação usados pelas enfermeiras. Os resultados obtidos nesse projeto piloto
identificaram classificações desenvolvidas na Austrália, Bélgica, Dinamarca,
Suécia e Estados Unidos. Entre esses países, os Estados Unidos apresentaram o
maior número de sistemas de classificação desenvolvidos, entre os quais os
Princípios Básicos dos Cuidados de Enfermagem de Henderson, que foram
publicados pelo CIE em 26 idiomas, e têm sido a base de muitos modelos e
classificações de enfermagem no mundo (ICN, 1996b; Mortensen, 1997). A
constatação da existência desses vários sistemas comprova que as enfermeiras, nas
diversas regiões e países do mundo, usam sistemas de classificação para descrever
os elementos da prática de Enfermagem e valorizam a idéia do desenvolvimento de
uma Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Nóbrega, Coler e
Garcia, 1996).
47
Em etapa posterior ao desenvolvimento desse projeto, foram analisadas a
Classificação Internacional de Doenças, CID – 10, as classificações aceitas pela
Organização Mundial de Saúde – OMS e os 14 Sistemas de Classificação de
Enfermagem, identificados na pesquisa, objetivando a identificação de
denominações pertencentes à Enfermagem. A partir dessa análise, o CIE
apresentou, em 1993, o documento intitulado Nursing's Next Advance: An
International Classification for Nursing Practice – ICNP (Próximo avanço da
enfermagem: Uma Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem –
CIPE), que não é considerado uma primeira versão da CIPE, mas, sim, a
compilação, em ordem alfabética, dos elementos da prática de enfermagem – os
diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os resultados
esperados – identificados nesses sistemas (ICN, 1993).
Para o CIE, os objetivos específicos dessa classificação são: estabelecer uma
linguagem comum para a prática de enfermagem, de forma a aumentar a
comunicação entre as enfermeiras, e entre estas e outros profissionais; descrever o
cuidado de enfermagem prestado às pessoas (indivíduos, famílias e comunidades)
nos vários contextos da prática, tanto institucionais quanto não institucionais;
possibilitar a comparação de dados de enfermagem obtidos de diversos contextos
clínicos, populações de clientes, áreas geográficas ou tempo; demonstrar ou
projetar tendências na provisão de tratamentos e cuidados de enfermagem e a
alocação de recursos para os pacientes de acordo com suas necessidades, baseados
nos diagnósticos de enfermagem; estimular a pesquisa em enfermagem através da
vinculação com os dados disponíveis nos sistemas de informações de enfermagem
e em outros sistemas de informações de saúde; propiciar dados sobre a prática de
enfermagem, de modo que possam influenciar a tomada de decisão em políticas de
saúde (ICN, 1996a).
Para ser útil e passível de ser utilizada pelas enfermeiras em todos os países,
essa classificação deve ser ampla o bastante para servir aos múltiplos propósitos
48
requeridos pelos diferentes países; simples o bastante para ser vista pelos
profissionais de Enfermagem como uma descrição significativa da prática e como
uma forma útil para estruturar essa prática; consistente, com uma estrutura
conceitual claramente definida, mas não dependente de uma estrutura teórica ou
modelo de enfermagem particular; baseada em um núcleo central que possibilite
adições através de um processo contínuo de desenvolvimento e refinamento;
sensível às variações culturais; reflexo do sistema de valores da Enfermagem ao
redor do mundo, valores estes expressos no Código de Enfermagem do CIE;
utilizável de uma forma complementar ou integrada às classificações de doença e
saúde desenvolvidas pela OMS, cujo núcleo central é a CID – 10 (ICN, 1996a).
Para o CIE (ICN, 1999c), a CIPE é um instrumento de informação para
descrever a prática de enfermagem e, conseqüentemente, prover dados que
representem essa prática nos sistemas de informação em saúde. Essa Classificação
pode ser usada para tornar a prática de enfermagem visível nos sistemas de
informação da saúde, para que, dessa forma, pesquisadores, educadores e gerentes
possam, a partir desses dados, identificar a contribuição da Enfermagem no cuidado
da saúde e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade ou promover mudanças na
prática de enfermagem através da educação, administração e pesquisa.
De acordo com o que foi apresentado, pode-se concluir que a Enfermagem
não está alheia ao desenvolvimento de sistemas de classificação, mas é necessário
reconhecer que esse é um processo relativamente recente, não se podendo afirmar
que já exista um sistema de classificação validado para a prática de enfermagem.
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 49
3 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA PRÁTICA DE
ENFERMAGEM – CIPE
Na Enfermagem, a história de uma classificação internacional para a prática
teve seu início no final da década de 1980, quando o CIE, acatando as
recomendações da OMS, decidiu acrescentar às Classificações Internacionais de
Diagnósticos e Procedimentos Médicos o desenvolvimento das Classificações de
Problemas/Diagnósticos de Enfermagem, de Intervenções de Enfermagem e dos
Resultados em Enfermagem. Essa iniciativa do CIE, na verdade, não pode ser
concebida apenas como uma descrição e classificação do trabalho da Enfermagem
mundial, mas como uma contribuição à Família das Classificações de Saúde, que
descrevem o estado de saúde do paciente ou cliente e as atividades desenvolvidas
pelos diversos grupos profissionais (Nielsen, 1996).
O conceito Família de Classificações surgiu durante as reuniões
preparatórias para a revisão da CID – 10, na década de 1980, quando muitos
usuários manifestaram o desejo de que essa classificação incluísse outros tipos de
dados, além da informação diagnóstica. Esse conceito tem como núcleo central a
tradicional CID, que, a partir da publicação da décima revisão, passou a ser
denominada Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde, que continua a atender as necessidades de informação diagnóstica,
para finalidades gerais, enquanto várias outras classificações seriam usadas como
complemento dela e tratariam, com diferentes enfoques, da mesma informação ou
de informações diferentes. Essas outras classificações seriam incluídas em volumes
publicados separadamente do corpo da CID, para serem usadas quando necessário.
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 50
De acordo com a Figura 1, pode-se visualizar a existência de dois tipos
principais de classificação: os que cobrem informações relacionadas com os
diagnósticos e com o estado de saúde e são derivadas diretamente da CID, como as
Classificações Adaptadas por Especialidades: Oncologia, Odontologia e
Estomatologia, Dermatologia, Psiquiatria, Neurologia, entre outras, e as que cobrem
aspectos relacionados com problemas de saúde, geralmente fora dos diagnósticos
formais de doenças, ou sejam, as classificações relacionadas com assistência à
saúde, como a Classificação de Procedimentos em Medicina, a Classificação
Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens e a Classificação de
Motivos de Consulta (OMS, 1994). A partir desse entendimento de família de
classificações, pode-se afirmar que, no futuro, a CIPE fará parte do núcleo da
Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde,
como Outras Classificações Relacionadas com a Saúde.
Figura 1 Família das Classificações de Doenças e de Problemas Relacionados com a Saúde
Fonte: OMS. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, 1994. v. 2 – Manual de instrução.
Classificação Estatística Internacional
de Doenças e de Problemas relacionados
com a saúde
Adaptações para especia-lidades: • Oncologia • Odontologia e Esto-
matologia • Dermatologia • Psiquiatria • Neurologia • Obstetrícia e Gine-
cologia • Reumatologia e Orto-
pedia • Pediatria, etc. • Prática médica geral
Informação de apoio paraassistência médica: • Informações de saúde
por pessoal não médico • Outros tipos de
informações de saúdebaseados nacomunidade
Nomenclatura Internacional de
Doenças
Outras classificaçõesrelacionadas com asaúde: • Deficiências, Inca-
pacidades e Des-vantagens
• Procedimentos • Motivos de
consulta
CID com 4
caracteres
Lista abreviada
para tabulação
Classificação nuclear de 3 caracteres • Diagnóstico • Sintomas • Achados anormais de
laboratório • Lesões e envenenamentos• Causas externas de
morbidade e mortalidade • Fatores que influenciam o
estado de saúde
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 51
A família de classificação da CID também abrange um quadro de referência
conceitual de definições, padrões e métodos que, embora não sejam classificações
propriamente ditas, há muito tempo estão ligados à CID. Um desses conceitos é o
desenvolvimento de métodos para apoiar a coleta e o uso local de informações para
a assistência primária. Outra publicação relacionada com a CID, mas não dela
derivada, é a Nomenclatura Internacional de Doenças – NID, que tem como
principal objetivo fornecer, para cada entidade mórbida, a recomendação ou a
indicação de um único nome (OMS, 1994).
As decisões do Comitê revisor para a CID – 10, criando a família de
classificações, motivou o envio à OMS, por um grupo de enfermeiras, membros da
ANA e da NANDA, em 1986, de um esquema de classificação dos diagnósticos de
enfermagem, para que fosse considerada a possibilidade de sua inclusão na CID –
10, como Condições Necessárias para o Cuidado de Enfermagem. O esquema
de diagnósticos de enfermagem, que foi apresentado, incorporava o trabalho da
NANDA, da Associação de Enfermeiras Visitantes de Omaha e o trabalho
relacionado com o Diagnostic and Statistical Manual III – DSM III, do Conselho de
Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental da ANA. Em resposta a essa
solicitação, a OMS argumentou que “muitas das condições listadas como
diagnóstico de enfermagem, neste esquema, correspondem ao Capítulo de Sinais e
Sintomas e outras às condições não definidas que são classificadas na CID no
Capítulo XXI como ‘Fatores que influenciam o estado de saúde e contato com
serviços de saúde’, (...) muitos dos diagnósticos contidos no esquema de
diagnósticos de enfermagem dizem respeito exclusivamente à Enfermagem e são
vistos, portanto, como inapropriados para uma classificação de doença”
(Fitzpatrick, 1991; Saba, 1991).
Dadas essas considerações, a OMS recomendou a formulação de um sistema
de classificação internacional para a Enfermagem, como um componente da Família
de Classificações da Saúde, que deveria ser conduzido por uma organização
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 52
internacional de Enfermagem, para que, dessa forma, fosse representativo da
Enfermagem mundial (Lang e Gebbie, 1989; Fitzpatrick, 1991; Saba, 1991).
A necessidade do desenvolvimento de uma classificação internacional para a
prática de enfermagem foi apresentada ao CIE, durante a realização do seu
Congresso Quadrienal, realizado em 1989, em Seul – Coréia, justificando que a
impossibilidade de designar os fenômenos específicos da Enfermagem impedia o
reconhecimento adequado da sua contribuição para a saúde e, conseqüentemente,
para os cuidados de saúde. Desde então, o CIE vem desenvolvendo estudos visando
à definição de um sistema de classificação da prática de enfermagem.
A partir da deliberação do Conselho de Representantes de Enfermagem, em
1991, o CIE iniciou estudos, objetivando a elaboração de um sistema que
descrevesse a prática de enfermagem a partir de uma nomenclatura compartilhada
pelas enfermeiras de todo o mundo, isto é, a criação de um sistema de Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem (ICN, 1992).
3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem
– CIPE Versão Alfa
O desenvolvimento dessa classificação pode ser descrito em três etapas: a
identificação de termos, o agrupamento desses termos e sua hierarquização dentro
de grupos estabelecidos. O produto final pode ser visualizado e descrito como
pirâmides de conceitos, onde o termo do vértice é considerado o mais geral e os
termos da base os mais específicos (Nielsen, 1996).
Dessa forma, a CIPE consiste na organização de três pirâmides de conceitos:
uma que descreve os fenômenos de enfermagem, como os problemas/diagnósticos
de enfermagem, em complementação às Classificações existentes de Doenças e de
Deficiências, Incapacidades e Desvantagens; outra que descreve as intervenções de
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 53
enfermagem, complementar à Classificação de Procedimentos Médicos e
Cirúrgicos; uma terceira pirâmide, que descreve os resultados clínicos do trabalho
da enfermagem, que está em fase de desenvolvimento (ICN, 1996b).
Construir essas pirâmides foi e continua sendo uma grande tarefa. Segundo
Nielsen (1996) e Mortensen (1997), na primeira etapa, a de identificação dos
termos, foi realizada uma pesquisa junto às associações membros do CIE, para
identificar, no âmbito internacional, quais eram os Sistemas de Classificação de
Enfermagem usados pelas enfermeiras. Os resultados obtidos levaram à
identificação dos 14 sistemas de classificação, que foram utilizados na segunda
etapa da construção dessa classificação. Esses sistemas foram transformados em
entidades de conceitos e reunidos aos demais conceitos identificados durante os
encontros consultivos do CIE, para a elaboração do projeto de classificação da
prática, com enfermeiras de países da América do Sul, da África e da Ásia
Ocidental. Serviram também para agrupar, em listas alfabéticas, os três elementos
da prática, que foram apresentadas no Work Paper – Próximo avanço da
Enfermagem, em 1993.
Na terceira etapa, a de hierarquização dos termos dentro de grupos
estabelecidos, esses conceitos foram examinados por meio de seus traços
definidores, ou seja, suas características ou atributos, sendo comparados, agrupados
e hierarquizados em pirâmides coerentes de conceitos, resultando na construção de
duas das três pirâmides da CIPE – Classificação dos Fenômenos de Enfermagem
e Classificação das Intervenções de Enfermagem. A Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem representa o domínio do cliente, não importando se
esse é o ser humano ou o meio ambiente. A Classificação das Intervenções de
Enfermagem representa o domínio das ações realizadas pelas enfermeiras em
relação aos fenômenos de enfermagem (Mortensen, 1997).
Para chegar à denominação dessas classificações, o CIE questionou “o que
as enfermeiras fazem em relação a determinada necessidade humana para produzir
determinado resultado” (ICN, 1996b). Através do levantamento bibliográfico e da
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 54
pesquisa realizada entre seus membros associados, foram identificados os seguintes
termos: intervenções de enfermagem, ações de enfermagem, tratamentos de
enfermagem, diagnósticos de enfermagem, necessidades do paciente, problemas de
enfermagem, problemas do paciente, fatores de enfermagem, fenômenos de
enfermagem, resultados de enfermagem e resultados específicos de enfermagem no
paciente. A equipe coordenadora do projeto CIPE, examinando essas alternativas,
optou por utilizar, na Versão Alfa, os termos fenômeno de enfermagem e
intervenção de enfermagem.
Na escolha do termo fenômeno de enfermagem, foram levados em
consideração vários aspectos, que serão aqui apontados, tendo como base as
publicações do CIE (ICN, 1996b; 1996a), Nielsen (1996; 1997), Nielsen e
Mortensen (1997), Mortensen (1997). O primeiro aspecto mencionado pelos
referidos autores é o fato de a definição do termo diagnóstico de enfermagem
apresentar problemas conceituais e lingüísticos. Um desses problemas refere-se ao
conceito diagnóstico de enfermagem, que não está bem estabelecido em todos os
países. Em muitos deles acredita-se que o conceito de diagnóstico, e, portanto, o
termo diagnóstico, aplica-se unicamente à prática da Medicina. Para os referidos
autores esse fato é comprovado, quando se examina a definição léxica do verbo
diagnosticar em diversas línguas e se tem a compreensão do termo como uma
atividade médica.
Uma outra alternativa que foi examinada diz respeito à utilização do termo
da CID – 10: Fatores que influenciam o estado de saúde e contato com os
serviços de saúde. Esse é o título do capítulo XXI da CID – 10, onde estão
“aqueles casos em que certas circunstâncias, que não são enfermidades, lesões,
nem causas externas, são classificadas nas categorias A00 – Y89 e registradas
como diagnósticos ou problemas” (ICN, 1996b). Para o CIE, o conceito
diagnóstico de enfermagem na CIPE é, de certo modo, similar a esse termo na CID
– 10, mas não foi aceito em virtude de a frase apresentar-se excessivamente longa e
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 55
por não estar especificamente vinculada ao campo de conhecimento da
Enfermagem, nem às intervenções de enfermagem.
Uma outra decisão tomada pelo grupo de desenvolvimento da CIPE foi sobre
o termo central dessa classificação, que deveria ser um termo análogo aos termos
centrais da CID – 10, ou seja: Doenças, Deficiências, Incapacidades e
Desvantagens. Para os membros do grupo, o termo diagnóstico não preenchia o
critério de ser análogo aos termos centrais da CID – 10, porque ele indica o
processo ou o resultado da identificação de certas condições de saúde, ou seja,
refere-se a atos mentais ou lingüísticos dos profissionais de saúde sobre as
condições de saúde dos pacientes ou clientes. Com base nessas considerações, o
termo fenômeno de enfermagem foi escolhido como o conceito central nessa
classificação e, como complemento análogo, para as Classificações de Doenças,
Deficiências, Incapacidades e Desvantagens.
Fenômenos de enfermagem foram considerados, pelo Grupo de
desenvolvimento da CIPE, como condições de saúde relacionadas com o paciente e
com o cliente, mas também podem ser fenômenos ambientais de interesse para a
Enfermagem, por interferir nas condições de saúde dos pacientes. Para esse mesmo
grupo, o termo Fenômeno é mais adequado, pelo seu significado literal “o que pode
ser observado”, uma vez que a CIPE é uma classificação que descreve os
fenômenos observados na prática clínica da enfermagem. Um outro motivo
apontado pelo grupo é que o termo fenômeno é neutro em relação às estruturas ou
modelos da Enfermagem, e, não sendo específico, desse ou daquele modelo, pode
ser usado em qualquer uma das estruturas teóricas existentes ou nas que vierem a
ser criadas. Fenômeno de enfermagem foi então definido como “os fenômenos
que são diagnosticados pelas enfermeiras e expressam o foco da prática de
enfermagem” (Nielsen, 1996).
Apesar de os argumentos apresentados pelo grupo de desenvolvimento da
CIPE para a escolha do termo fenômeno de enfermagem, pode-se observar, em
grupos de discussões sobre o assunto e em encontros científicos, que não existe um
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 56
consenso, principalmente entre as enfermeiras brasileiras, se este é ou não o melhor
termo para ser utilizado como conceito central nessa Classificação. Como a
construção de um sistema de classificação é um processo em contínuo
desenvolvimento, é de se crer que estudos serão feitos para a análise e utilidade
desse conceito.
Procurando um melhor entendimento do significado desse termo, tendo
como base a literatura da Enfermagem, verifica-se que o mesmo é visto por Meleis
(1997b) como todos os aspectos da realidade que podem ser conscientemente
percebidos ou experienciados. Para a referida autora, fenômenos dentro de uma
disciplina são aqueles aspectos dentro do domínio ou do território dessa mesma
disciplina, sendo, portanto, um termo, descrição ou título dado para descrever uma
idéia sobre um evento, uma síntese, um processo, um grupo de eventos ou um grupo
de situações. Levando em consideração o que expôs a autora, pode-se afirmar que o
termo fenômeno de enfermagem, na CIPE, aplica-se para denominar e descrever as
situações específicas da Enfermagem.
Para a mesma autora, numa outra referência, os fenômenos têm diferentes
significados quando vistos de diferentes perspectivas e através de diferentes
filosofias e estruturas conceituais. Quando os fenômenos são reconhecidos como
fenômenos, quando eles são relacionados com outras classes de fenômenos, e
quando são produzidos e levam a alguma forma ou ordem, eles tornam-se conceitos
de uma disciplina (Meleis, 1997a). Um dos objetivos da CIPE é prover a
Enfermagem de uma linguagem própria, construída a partir de conceitos específicos
da disciplina. Analisando o termo fenômeno, por esse prisma, observa-se a
coerência na sua escolha como conceito central para essa classificação.
Para Kim (1997), o termo fenômeno designa um aspecto da realidade
existente como uma entidade pré-lingüística, adotando um significado lingüistico a
partir da percepção, do reconhecimento e da experiência humana. Um fenômeno
pode ter múltiplos significados, de acordo com o contexto dentro do qual ele é
percebido e interpretado. Fenômenos de enfermagem referem-se a fenômenos que
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 57
pertencem ao interesse epistemológico da Enfermagem. De todos os fenômenos
possíveis na realidade, a Enfermagem, como uma disciplina, considera certos
fenômenos que requerem entendimento e explicação, a fim de melhorar a natureza
da prática de enfermagem, isto é, na perspectiva da Enfermagem. Desse modo, a
designação de fenômeno, como sendo da Enfermagem, depende da natureza da
prática de enfermagem autorizada e/ou institucionalizada dentro de uma sociedade.
Essa afirmação está de acordo com um dos objetivos da CIPE, fixados na proposta
inicial desse projeto, em 1991, que se refere à descrição dos elementos da prática de
enfermagem, consubstanciado nos cuidados de enfermagem, dispensados à
população em diversos contextos institucionais e não institucionais.
As dificuldades enfrentadas na escolha do termo fenômeno de enfermagem
também foram evidenciadas, numa menor intensidade, no termo intervenção de
enfermagem, que é definido como a ação realizada em resposta aos fenômenos
diagnosticados pelas enfermeiras. Para fins da CIPE, o termo intervenção de
enfermagem abrange toda a diversidade de atividades de enfermagem (cognitivas,
afetivas e psicomotoras), que incluem a promoção da saúde, a prevenção de
enfermidades, a restauração da saúde e o alívio do sofrimento. Com relação ao
terceiro elemento, o CIE tem elegido como termo preferido “resultado da prática de
enfermagem no paciente”, que define como o estado, condição ou percepção geral
do paciente ou da família, que se derivam das intervenções de enfermagem (ICN,
1996b).
A etapa seguinte na construção das pirâmides foi o desenvolvimento de uma
arquitetura para as classificações dos fenômenos e das intervenções de enfermagem.
Para o desenvolvimento dessa arquitetura foram utilizadas, como estrutura teórica,
as teorias de definição e classificação, da forma como são descritas na Filosofia e
utilizadas em trabalhos sobre padronização na informatização dos cuidados de
saúde, que têm sido selecionadas como uma estrutura teórica comum para
discussões da linguagem e classificação, relativas à CIPE (Nielsen, 1996). De
acordo com a estrutura teórica utilizada, classificação é um sistema de conceitos ou
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 58
um grupo de termos inter-relacionados, ligados por relações genéricas. Para os
referidos autores, a ênfase sobre “um sistema de conceitos” é diferente da ênfase
sobre “um grupo de termos inter-relacionados”, pois conceitos são apropriados para
serem entidades abstratas não lingüísticas, que são expressas ou representadas por
termos lingüísticos.
Conceito é entendido nessa classificação como uma “unidade de pensamento, que,
para ser comunicado e/ou compartilhado por outras pessoas, tem que ser expresso
em palavras. Estas palavras são combinadas e apresentadas seguindo regras para
formar uma linguagem, que é usada pelas enfermeiras para expressar os conceitos
de enfermagem” (Nielsen, 1996).
Para o CIE (ICN, 1996b), não é tarefa fácil identificar as palavras ou
sinônimos que devem ser utilizados para descrever os conceitos de enfermagem,
uma vez que podem-se usar vários termos distintos para se descrever um único
conceito de enfermagem. Em se tratando de vocabulários normalizados é
necessário fazer-se a seleção de um termo preferido, ou seja, cada conceito deve ser
cuidadosamente analisado para se identificar seu significado exato. Na seleção do
termo preferido existem alguns aspectos, que merecem ser considerados, quando se
tenta definir os termos específicos de uma profissão, como, quando as palavras são
utilizadas de uma maneira especial em contextos particulares podem adquirir
significado novo e muito específico. Outras vezes, o conceito é tão complexo para
poder ser expresso com uma só palavra, que requer a combinação de várias
palavras, formando uma frase. Em algumas linguagens, a ordem das palavras na
frase influi em seu significado. Outras vezes, ordenar as palavras de uma maneira
particular para se conseguir uma normalização e precisão do significado dá lugar a
uma frase inadequada, não refletindo o seu uso na linguagem corrente. Dessa
forma, pode-se afirmar que definir os termos é uma tarefa muito complexa. A
finalidade geral de definir as palavras é facilitar a comunicação e,
conseqüentemente, tornar mais claro o significado das mesmas.
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 59
Existem vários métodos para se formular as definições de termos. A CIPE
utilizou o método de definição por classe e diferença. Esse método define um
conceito, especificando a classe principal de objetos à qual ele pertence e as
características que o distinguem de todos os outros membros da classe. Esse
método de definição implica também em situar os termos em ordem crescente – a
classe como termo superior e a espécie como termo inferior, subordinado. Ao se
situar os termos em posições superior e subordinada, cria-se uma relação
hierárquica entre os conceitos. Dessa forma, pode-se considerar que existe relação
genérica entre os conceitos, quando o subordinado tem todas as características do
conceito de ordem superior e, pelo menos, uma característica diferenciadora.
Nessa classificação, o significado do termo é dado pela definição e pela sua
posição na estrutura arquitetônica da classificação. A descrição completa de um
conceito requer que se reconheçam todas as características dos níveis pertinentes de
abstração superior. As características têm a dupla função de identificar um conceito
e diferenciá-lo de outro, o que também é expresso nos princípios arquitetônicos
(ICN, 1996b).
A diferença da CIPE das demais classificações de Enfermagem existentes e
de outras classificações utilizadas na área da saúde, como a CID – 10, é sua
construção de acordo com as regras de classificação, nas quais todos os conceitos se
definem e se situam sistematicamente em um marco de relações hierárquicas. Uma
relação hierárquica é a que se dá entre conceitos, e se estabelece através de divisão
de um conceito de ordem superior em conceitos subordinados, para formar um ou
mais níveis adjacentes, que se denominam níveis de abstração. A divisão entre os
níveis adjacentes deve ser feita seguindo-se um princípio específico, que se chama
princípio de divisão. De certo modo, as classificações existentes na Enfermagem
são fragmentadas, porque os conceitos não estão sistematicamente relacionados
entre si, nem definidos sistematicamente. As definições se dispersam em todas as
direções. A Versão Alfa, diferentemente, persegue a finalidade de ser um sistema
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 60
holístico de conceitos inter-relacionados, que se definem uns em função dos outros
(Nielsen, 1996).
Os conceitos da Classificação de Fenômenos de Enfermagem são definidos
por suas características essenciais, que representam observações empíricas,
diretamente observadas, e inferências mentais indiretamente observadas. Dessa
forma, as características cobrem, tanto os sinais objetivos que são observados e
inferidos pelas enfermeiras, como os sintomas subjetivos que são verbalizados pelo
cliente e interpretados pelas enfermeiras (Mortensen, 1997). Sem dúvida, não se
deve supor que todas as definições são baseadas exclusivamente em características
essenciais, nem que se tenha identificado todas as características importantes, pois o
próprio CIE reconhece que as “definições apresentadas são imprecisas e não estão
suficientemente claras para serem utilizadas na prática clínica” (ICN, 1996b).
3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão
Alfa
A Classificação dos Fenômenos de Enfermagem foi construída como uma
classificação monohierárquica, em cujo vértice encontra-se um único princípio geral
de divisão – o termo fenômeno de enfermagem. O princípio lógico de divisão
utilizado foi o foco da prática de enfermagem, onde os seus múltiplos campos de
ação podem ser vistos no contexto mais amplo de um referencial teórico que
descreve a estrutura da realidade, de acordo com distintos níveis, que vão, desde os
grupos de pessoas que constituem as sociedades, às propriedades físicas
fundamentais (Figura 2).
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 61
Figura 2 Versão modificada dos Níveis de Descrição da Realidade de Blois, M. S.,
apresentada no Information and Medicine: the nature of medical
descriptions, University of California Press, 1994: 113.
+3 Sociedade, estruturas econômicas e políticas +2 Comunidade +1 Família 0 Paciente como agente individual intencional, por exemplo, atividades de
auto-assistência -1 Sensações da pessoa, como dor -2 Paciente como um todo corporal: movimentos do corpo -3 Partes principais do paciente: tórax, abdômen, cabeça -4 Sistema fisiológico: cardiovascular, respiratório -5 Órgão, como: coração, vasos sangüíneos -6 Parte de um órgão ou tecido: miocárdio, medula óssea -7 Célula: epitelial, fibroblasto ou linfócito -8 Parte de uma célula: membrana, núcleo -9 Macromolécula: enzima, proteína estrutural, ácido nuclêico -10 Micromolécula: ácido ascórbico, glicose -11 Átomos ou íons: sódio, ferro
Fonte: ICN (1996b); Mortensen (1997).
A escolha desse modelo, como princípio de divisão para se organizar todos
os conceitos, ou seja, os termos utilizados para denominar os fenômenos de
enfermagem, está de acordo com o ponto de vista do CIE, o de que o
desenvolvimento da CIPE deve ser feito a partir de um quadro conceitual definido,
mas não dependente de um quadro teórico particular ou de qualquer um dos
modelos de Enfermagem (Mortensen, 1997).
Cada nível de descrição pode apresentar uma rede específica e distintiva de
conceitos e classificações. Um grande número de disciplinas tem evoluído,
baseando o desenvolvimento dos seus conhecimentos científicos em um ou mais
desses níveis da realidade. Nesse enfoque, o paciente e/ou cliente pode ser descrito
com base em diferentes níveis. A descrição das células corporais e dos tecidos é
utilizada nas ciências da Citologia e Histologia, que são os focos dos biologistas e
dos patologistas, respectivamente (Mortensen, 1997). Da mesma forma, a descrição
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 62
dos sistemas fisiológicos é encontrada nas ciências biomédicas e constitui o foco
profissional dos médicos cardiologistas, pneumologistas, urologistas, entre outros.
Até o presente momento, não é possível identificar, na literatura da
Enfermagem que trata da construção da CIPE, o horizonte teórico-filosófico
utilizado para a escolha deste modelo de descrição da realidade. Para o CIE (ICN,
1996b), esse modelo teórico proporciona exemplos de focos da prática de
enfermagem em função dos quais podem-se subdividir os fenômenos de
enfermagem, assegurando-se, também, que um único princípio geral de divisão guie
as subdivisões dos diferentes níveis. O seu uso é importante, porque os critérios
estabelecidos pelo CIE para a CIPE deixam claro que, para que essa classificação
seja útil e amplamente aplicada, deve basear-se num núcleo central, no qual possa
haver adições, mediante um processo contínuo de desenvolvimento e
aperfeiçoamento.
Explicando a utilização do modelo de descrição da realidade, acima referido,
na construção da arquitetura da Classificação de Fenômenos de Enfermagem,
Nielsen (1996) e Mortensen (1997) afirmam que, aplicando-se o princípio geral de
divisão nos diferentes níveis de descrição (Figura 2), dos níveis + 3 ao – 4, têm-se
os conceitos do núcleo central da classificação, apresentados na Figura 3. Com base
nesses mesmos autores, será feita a descrição da Classificação de Fenômenos de
Enfermagem.
A primeira subdivisão dos fenômenos de enfermagem é feita em dois
grandes focos, um representado pelos níveis com números negativos até o – 4,
incluindo o zero, e um outro representado pelos números positivos: fenômenos de
enfermagem pertencentes ao Ser Humano e fenômenos de enfermagem
pertencentes ao Meio Ambiente, que refletem o foco da prática de enfermagem na
atenção primária e secundária de saúde.
Cada um dos conceitos do núcleo central da classificação se subdivide e é
nesse espaço que aparecem os fenômenos de enfermagem que são de relevância
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 63
direta para a sua prática clínica, ou seja, os termos usados para denominar as
situações ou problemas de enfermagem.
Figura 3 Arquitetura da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem apresentada na CIPE – Versão Alfa.
Fonte: ICN (1996b)
Esse tipo de princípio de divisão pode ser ou não o mais adequado para todas
as especialidades da Enfermagem. Esse fato é enfatizado pelo CIE (ICN, 1996b),
quando deixa claro que os princípios de divisão estão incompletos, reforçando que
as discussões desses princípios e as sugestões de alternativas serão bem-vindas,
dentro do processo de consulta.
Na escolha da definição da localização dos termos na classificação foram
levados em consideração, além das características específicas dos mesmos, o
julgamento profissional e as pesquisas realizadas na área de Enfermagem. Tanto
Mortensen (1997), como Nielsen (1997), autores da arquitetura da CIPE, afirmam
Ser Humano Meio Ambiente
FunçõesPsicológicas
Fenômeno deEnfermagem
FunçõesFisiológicas
Razões paraAção
Ações
Físico
Meio Ambiente Humano
Família
Comunidade Biológico
Artificial
Meio AmbienteNatureza
Sociedade
PessoaFunções
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 64
que as ambigüidades nas definições dos termos dificultaram a construção da
classificação e, conseqüentemente, a sua aplicação na prática clínica. Lembram que
os dicionários não podem ser consultados a fim de decidirem quais características
essenciais poderiam ser consideradas as mais proeminentes e as mais precisas,
numa perspectiva da Enfermagem. Tais decisões só serão possíveis de ser tomadas
a partir de julgamentos profissionais e do desenvolvimento de pesquisas de
validação dos termos nas diversas áreas clínicas da Enfermagem.
Para a construção da pirâmide conceitual dos fenômenos de enfermagem
foram utilizados implicitamente outros princípios arquitetônicos: as características
dos conceitos de cada nível formam-se dos conceitos de cada um dos níveis
superiores; os conceitos identificam-se e diferenciam-se de outros conceitos do
mesmo nível por suas características especificas; os conceitos não são totalmente
independentes, mas estão sistematicamente relacionados entre si; as classes ou
categorias devem ser exaustivas (devem abranger todas as espécies pertencentes a
um determinado gênero); as classes ou categorias devem ser exclusivas (não deve
haver nenhuma superposição entre elas).
3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem – CIPE Versão Alfa
Na classificação das intervenções foram utilizados os mesmos princípios
arquitetônicos da classificação de fenômenos, com a inclusão de dois outros
princípios: 1) A classificação é multiaxial, isto é, o termo do vértice subdivide-se,
seguindo mais de um princípio geral de divisão; 2) A classificação é matricial, isto
é, alguns conceitos não são primitivos, mas existem combinações de conceitos
primitivos.
A decisão sobre os princípios de divisão para a classificação das intervenções
de enfermagem foi mais difícil do que para a classificação dos fenômenos. Para isso
foi utilizada a técnica de análise lógica, a partir da qual foram identificados seis
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 65
princípios de divisão, que se expressam como eixos da classificação das
intervenções de enfermagem (ICN, 1996b).
Cada eixo divide-se em classes, segundo suas características específicas:
Eixo A – Ações: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com a prática
de enfermagem – observando, gerenciando, desempenhando, cuidando e
informando; Eixo B – Objetos: Intervenções de enfermagem subdivididas de
acordo com o objeto da prática de enfermagem – fenômenos de enfermagem e
outros objetos que não sejam fenômenos de enfermagem; Eixo C – Métodos:
Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o método da prática de
enfermagem – procedimentos e intervenções situacionais; Eixo D – Meios:
Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com os meios da prática de
enfermagem – instrumentos e recursos humanos; Eixo E – Lugar do Corpo:
Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o lugar do corpo da
prática de enfermagem – localização anatômica e vias anatômicas; e Eixo F –
Tempo/Local: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o
tempo/local da prática de enfermagem – tempo e local (Marin, 1997).
Segundo o CIE (ICN, 1996b), nem todos os usuários da CIPE necessitam de
utilizar todos os eixos para direcionar as intervenções de enfermagem. Mas, devem
considerar a relação que existe entre as três partes da CIPE, uma vez que uma das
finalidades principais dessa classificação é habituar as enfermeiras a examinar a
eficácia de seus cuidados e decidir sobre qual a intervenção que vai produzir os
melhores resultados para um determinado fenômeno de enfermagem. A vinculação
entre essas duas classificações dá-se, quando a enfermeira, utilizando o julgamento
clínico associado a seus conhecimentos e experiências prévias, diagnostica um
fenômeno e determina as intervenções que devem ser usadas para alcançar o
resultado esperado.
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 66
3.2 Construção da Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem – Versão Beta da CIPE
O CIE tem recebido, desde a publicação da CIPE – Versão Alfa, comentários
e críticas das suas Organizações membros, de enfermeiras, de consultores experts e
recomendações de vários projetos de avaliação e comprovação da Versão Alfa, tais
como: estudos de validação multinacionais, resultados da verificação da utilização
da CIPE no projeto TELENURSE na Europa e dos projetos regionais da América
Latina e da África do Sul na área da assistência primária de saúde, que têm
contribuído para a sua reformulação e, conseqüentemente, para o desenvolvimento
dos trabalhos da Versão Beta da CIPE (ICN, 1998).
Em março de 1998, o CIE apresentou as novas decisões adotadas pela Equipe
de desenvolvimento da CIPE, na construção de um modelo experimental da Versão
Beta. Esse modelo é um exemplo de como pode ser construída a CIPE, numa
abordagem multiaxial, mas, é necessário levar-se em consideração que o mesmo
persegue a finalidade de conseguir suportes mais amplos para o processo e para o
desenvolvimento de uma Versão Beta no futuro. Na Versão Beta, a CIPE
continuará a ser desenvolvida como um marco unificador, ou seja, o CIE continua
reconhecendo o trabalho existente dos diversos sistemas de classificação em
Enfermagem, permitindo a configuração cruzada dos termos das classificações
existentes e de outras que vierem a ser desenvolvidas. Dessa forma, o CIE reafirma
que um dos principais critérios dessa classificação é o de poder ser suficientemente
ampla e sensível à diversidade cultural, de modo que sirva para os múltiplos fins e
propósitos requeridos pelos distintos países onde será utilizada (ICN, 1998).
Similarmente à Versão Alfa, o foco central da Versão Beta continua sendo a
prática de enfermagem descrita como um processo dinâmico sujeito a mudanças. Os
componentes principais continuam a ser os Fenômenos de enfermagem, as Ações
de enfermagem e os Resultados de enfermagem, num enfoque multiaxial. A
classificação multiaxial permite mais de uma divisão do termo superior (top term) e
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 67
combinações dos conceitos das distintas divisões e eixos. Para o CIE, o uso de um
enfoque multiaxial proporciona maior solidez à classificação e serve de base para
diversificar a expressão dos conceitos necessários em uma classificação
internacional (ICN, 1998).
Na Enfermagem a transformação das classificações monoaxiais em
classificações multiaxiais ou poli-hierárquicas pode ser ilustrada, resumindo-se as
quatro gerações ou tipos de classificação.
As classificações de primeira geração constituem-se mediante princípios
arquitetônicos que descrevem um número ordenado de conceitos, ou seja, são listas
sistemáticas. Foi dessa forma que começou a ser desenvolvida a CIPE, com uma
lista alfabética dos termos constantes em todos os sistemas de classificação de
enfermagem identificados na literatura especializada. Outros exemplos desse tipo de
classificação são: os 21 problemas de Abdellah, a Nursing Intervention Lexicon and
Taxonomy – NILT (Léxico e Taxonomia das Intervenções de Enfermagem),
elaborada nos Estados Unidos por Susan Grobe, e a Lista Belga de 23 intervenções
de enfermagem (Nielsen e Mortensen, 1997; Coenen, 1998).
As classificações de segunda geração são constituídas, obedecendo a
princípios hierárquicos. Pertencem a essa segunda geração: a Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem da CIPE, a Classificação de Diagnósticos de
Enfermagem da NANDA, a Classificação de Omaha, a Classificação de
Intervenções de Enfermagem e a Classificação de Cuidados Domiciliares de Saúde
de Saba (Nielsen e Mortensen, 1997; Coenen, 1998).
As classificações de terceira geração constituem-se como ampliação das
classificações de segunda geração, permitindo mais de uma divisão do termo
superior (top term) e combinações de conceitos de diversas divisões e eixos. A
Classificação de Intervenções de Enfermagem da Versão Alfa da CIPE é um
exemplo desse tipo de classificação de terceira geração. As Classificações de
Fenômenos e Resultados de Enfermagem da CIPE, na Versão Beta, serão
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 68
desenvolvidas como classificações multiaxiais, portanto, de terceira geração
(Nielsen e Mortensen, 1997; Coenen, 1998).
As Classificações de quarta geração são consideradas um aperfeiçoamento
das de terceira. Nesse tipo de classificação as normas para as combinações dos
conceitos estão explícitas. Até o presente momento não foi identificado nenhum
exemplo de sistema de classificação de quarta geração, na Enfermagem (Nielsen e
Mortensen, 1996; Coenen, 1998).
A escolha de um sistema de classificação de terceira geração para a
construção da Versão Beta da CIPE, fundamenta-se, principalmente, nas seguintes
vantagens: maior liberdade de combinação de conceitos, uma vez que não existe
uma combinação prévia dos mesmos; diminuição dos níveis hierárquicos; existência
de um único princípio global de divisão para cada classificação; possibilidade de os
usuários fazerem as combinações dos conceitos contidos na classificação, de acordo
com a sua realidade e experiência; flexibilização e aumento do poder expressivo da
linguagem da Enfermagem decorrente das combinações a posteriori, evitando-se a
normalização da linguagem da profissão (Nielsen e Mortensen, 1996).
Na Versão Beta as definições contidas na Classificação de Fenômenos de
Enfermagem têm sido revistas para serem rearranjadas numa abordagem multiaxial.
Nessa versão, Fenômeno de enfermagem é definido como “fator que influencia o
estado de saúde e constitui o objeto das ações de enfermagem”, e, diagnósticos de
enfermagem, como “um título dado pela enfermeira para uma decisão sobre um
fenômeno de enfermagem, que é o foco das intervenções de enfermagem.” Para o
CIE, o diagnóstico de enfermagem é construído a partir dos conceitos contidos nos
eixos da Classificação dos Fenômenos (Coenen, 1998).
Na mudança de uma abordagem monoaxial da Versão Alfa para uma
abordagem multiaxial na Versão Beta, para a Classificação de Fenômenos de
Enfermagem, os seguintes eixos foram desenvolvidos: foco da prática de
enfermagem, julgamento, grau (severidade), freqüência, cronicidade,
topografia/lateralidade, lugar do corpo e suscetibilidade. O eixo que se refere
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 69
ao foco da prática de enfermagem está descrito na Classificação de Fenômenos de
Enfermagem da Versão Alfa da CIPE. No eixo do julgamento é apresentada uma
lista, bastante extensa, de qualificadores dos fenômenos, vários dos quais são
identificados na bibliografia de Enfermagem, permitindo à enfermeira criar seus
próprios conceitos, combinando diferentes focos da prática de enfermagem com o
julgamento adequado para chegar ao diagnóstico de enfermagem (Nielsen e
Mortensen, 1997).
Os referidos autores afirmam que nem todos os julgamentos diagnósticos têm
que estar orientados para problemas. Algumas vezes sugerem-se qualificadores que
evidenciam comportamentos saudáveis ou potencialidades dos indivíduos. Em
conseqüência, julga-se que alguns fenômenos de enfermagem, positivos, podem ser
fortalecidos ou intensificados, levando a diagnósticos de bem-estar. É proposto,
também, que os diagnósticos sejam expressos em diferentes graus, a fim de
possibilitar a mensuração dos resultados clínicos de enfermagem de maneira mais
precisa.
Figura 4 Arquitetura do Eixo Foco da Prática de Enfermagem na Classificação dos Fenômenos de Enfermagem/CIPE – Versão Beta.
Fonte: ICN (1998)
Ser Humano Meio Ambiente
Grupo
Família
Indivíduo
Funções
Pessoa Comunidade
Sociedade
Meio Ambiente Físico
Meio Ambiente Biológico
Meio Ambiente Artificial
Fenômeno de Enfermagem
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 70
Outra mudança significativa apresentada pelo CIE, na Versão Beta, para a
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem, diz respeito a sua estrutura, como
apresentada na Figura 4.
Duas grandes mudanças foram feitas: 1) As categorias Família,
Comunidade e Sociedade passaram da categoria Meio ambiente para a de Ser
humano e se classificam abaixo da categoria Grupos; 2) A reclassificação da
categoria Sensações, que passou a Função. Com essas mudanças o eixo focos da
prática de enfermagem, ficou constituído de dois termos no seu ápice: Ser
humano e Meio ambiente. Abaixo do termo Ser Humano foram classificados os
fenômenos de caráter Individual, subdivididos em Funções e Pessoa, e de Grupos,
incluindo Família, Comunidade e Sociedade. Abaixo do termo Meio ambiente
estão colocados os fenômenos relacionados com o Meio ambiente físico, biológico
e artificial (Coenen, 1998).
O CIE (ICN, 1998), afirma que estão sendo envidados grandes esforços no
desenvolvimento e revisão dos termos contidos no eixo foco da prática de
enfermagem. Como na Versão Alfa, cada termo é definido por um conceito geral
(classe) e pelas características específicas deste conceito (espécie). Nas novas
definições que estão sendo desenvolvidas e revistas serão identificadas, também,
outras características que freqüentemente identificam o conceito. O CIE solicita às
enfermeiras que contribuam para esse processo atual de desenvolvimento e revisão
dos termos.
A Classificação de Intervenções de Enfermagem, substituída, na Versão
Beta, pela denominação Classificação das Ações de Enfermagem, é também uma
classificação multiaxial ou de terceira geração. Nessa classificação o termo ações
de enfermagem foi definido como “os procedimentos das enfermeiras na prática
assistencial”, e as intervenções de enfermagem como “a ação realizada em
resposta a um diagnóstico de enfermagem visando à obtenção de um resultado de
enfermagem” (ICN, 1998).
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 71
Para continuar o desenvolvimento da classificação acima referida, o CIE
propõe um método fundamentado na linguagem, que utiliza como marco referencial
as categorias lingüísticas. No eixo principal são classificados os tipos de ações,
representados por verbos. Outra mudança apresentada foi a alteração nos eixos que
passaram a ser: Tipos de Ações, Objetos, Receptor, Métodos e Instrumentos.
Dessa forma, nessa classificação, as intervenções de enfermagem são constituídas
dos conceitos contidos nos eixos.
Nas orientações para a Versão Beta da CIPE, a definição de resultados foi
revisada, passando a ser “a mensuração da mudança de um diagnóstico de
enfermagem num período determinado de tempo, após a execução das intervenções
de enfermagem” (ICN, 1998).
Em junho de 1999, o CIE disponibilizou, em sua homepage na internet, a
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – Versão Beta 1,
apresentando, similarmente à Versão Alfa, os seus três componentes: Fenômenos,
Resultados e Ações de enfermagem (ICN, 1999a). Esses componentes continuaram
a ser definidos da mesma forma como foram descritos em agosto de 1998 e
apresentados anteriormente neste trabalho.
Nessa versão, a Classificação de Fenômenos de Enfermagem foi
desenvolvida numa abordagem multiaxial, constituída de oito eixos denominados
de: Foco da prática de enfermagem, compreendido como a área de atuação
descrita nos regulamentos sociais e políticos da profissão e nas estruturas
conceituais da prática de enfermagem; Julgamento, definido como a opinião
clínica, a estimativa ou determinação pelo profissional de enfermagem sobre o
estado de um fenômeno de enfermagem, incluindo a qualidade relativa à
intensidade ou grau de manifestação desse fenômeno; Freqüência, entendida como
o número de ocorrências ou repetições de um fenômeno de enfermagem num
determinado intervalo de tempo; Duração, significando o intervalo de tempo
durante o qual um fenômeno de enfermagem ocorre; Parte do corpo, definida
como a posição anatômica ou localização de um fenômeno de enfermagem;
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 72
Topologia, compreendendo a região anatômica em relação ao ponto médio ou à
extensão de uma área anatômica de um fenômeno de enfermagem; Suscetibilidade,
significando a probabilidade de ocorrência de um fenômeno de enfermagem;
Distribuição, entendida como a difusão de um fenômeno de enfermagem entre
pessoas que apresentem esses fenômenos (ICN, 1999a). Em outubro de 1999 o CIE
apresentou uma modificação no eixo de Distribuição que passou a ser denominado
de Portador e definido como a entidade que pode ser vista como portadora do
fenômeno de enfermagem (ICN, 1999b).
O primeiro eixo, o Foco da prática de enfermagem, corresponde à
Classificação de Fenômenos de Enfermagem apresentada na Versão Alfa, que é o
objeto de estudo deste trabalho. No eixo Foco da prática de enfermagem os
fenômenos de enfermagem constituem dois grandes blocos: os relacionados com o
Ser humano e os com o Meio ambiente, totalizando 655 termos, ou seja, 362
termos a mais do que os 293 apresentados na Versão Alfa.
De acordo com a nova árvore taxonômica apresentada pelo CIE (veja Figura
5), no bloco Ser Humano, foram classificados os fenômenos de caráter Individual,
subdivididos em Funções e Pessoa, e de Grupo, incluindo a Família e a
Comunidade. No bloco relacionado com o Meio ambiente estão colocados os
fenômenos relacionados com o Meio ambiente natural, subdividido em Meio
ambiente físico e Meio ambiente biológico, e com o Meio ambiente construído
pelo homem, incluindo Infra-estrutura, Sistema de suporte, Desenvolvimento
do país, Normas e atitudes e Política.
As maiores diferenças apresentadas nessa nova arquitetura para o Eixo Foco
da prática de enfermagem estão relacionadas com a exclusão do conceito Sociedade
da categoria Grupo, e a substituição do conceito Meio ambiente artificial da
categoria Meio ambiente, por Meio ambiente construído pelo homem.
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 73
Figura 5 Arquitetura do Eixo Foco da Prática de Enfermagem na Classificação dos Fenômenos de Enfermagem – CIPE Versão Beta.
Fonte: ICN, 1999c.
O CIE também apresenta, na Versão Beta, as regras para a construção do
diagnóstico de enfermagem a partir dos eixos da Classificação de Fenômenos de
Enfermagem. Para o CIE (ICN, 1999a) um diagnóstico de enfermagem deve: 1)
incluir um termo do eixo foco da prática de enfermagem; 2) conter um termo do
eixo de julgamento ou do eixo de suscetibilidade; 3) considerar opcionais termos
dos outros eixos, que servem para expandir ou aumentar a compreensão do
diagnóstico de enfermagem; 4) permitir só ser usado um termo de cada um dos oito
eixos que constituem a Classificação de Fenômenos de Enfermagem.
Ser Humano Meio Ambiente
Pessoa
Fenômeno deEnfermagem
Funções Família
Comunidade
Infra-estrutura
Meio Ambiente Natural
AmbienteFísico
AmbienteBiológico
Sist. suporte
Desenv. do país
Meio AmbienteConst.p/homemGrupoIndivíduo
Política
Normas atitudes
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 74
A Classificação de Ações de Enfermagem continua a ser desenvolvida numa
abordagem multiaxial, obedecendo às mesmas definições apresentadas em agosto
de 1998, mas com alterações significativas nos seus eixos, que passaram dos cinco
anteriormente apresentados, para oito. Esses eixos são: Tipo de ação, representado
por uma ação de enfermagem; Alvo, significando a entidade que é afetada pela ação
de enfermagem ou que proporciona o conteúdo da ação de enfermagem; Meio,
entendido como a entidade usada na execução de uma ação de enfermagem,
podendo incluir instrumentos definidos, como as ferramentas utilizadas no
desenvolvimento de uma ação de enfermagem e serviços, definidos como trabalhos
específicos ou planos usados quando se desenvolve uma ação de enfermagem;
Tempo, entendido como a orientação temporal de uma ação de enfermagem,
podendo incluir um período de tempo (evento), definido como um momento de
tempo, e intervalo de tempo (episódio), definido como a duração entre dois eventos;
Topologia, significando a região anatômica em relação a um ponto ou à extensão de
uma área anatômica envolvida numa ação de enfermagem; Localidade, entendida
como a orientação espacial anatômica de uma ação de enfermagem, incluindo local
do corpo, definido como a localidade anatômica da ação e lugar, definido como a
localidade espacial onde a ação está ocorrendo; Via, entendida como o caminho
onde a ação de enfermagem é executada; Beneficiário, significando a entidade que
recebe as vantagens de uma ação de enfermagem (ICN, 1999a).
Os Resultados de Enfermagem continuam a ser vistos como uma mensuração
da mudança de um diagnóstico de enfermagem num período determinado de tempo,
após a execução das intervenções de enfermagem. Para o CIE, a Classificação de
Resultados de Enfermagem tem como propósito começar a identificar e a distinguir
as contribuições específicas da Enfermagem, numa perspectiva dos resultados nos
cuidados da saúde. A ênfase na eficácia de cuidados de saúde tem resultado em
muitos esforços para descrever e definir resultados e medidas de resultados (ICN,
1999a).
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 75
Para o CIE, 1999 foi considerado o ano de transição para a CIPE. Para 2000
a meta é a aprovação de mecanismos de desenvolvimento e manutenção da CIPE,
incluindo mecanismos que envolvam enfermeiras de todas as associações membros
e experts em informática e classificação (ICN, 1999c).
Com base no que foi relatado, pode-se afirmar que, até o presente, muitos
esforços já foram feitos no sentido de se desenvolver uma classificação
internacional para a prática de enfermagem. Dentre esses esforços pode-se ressaltar
a tradução da CIPE Versão Alfa em diversas línguas, sua disseminação e avaliação
em vários países, todo o trabalho de construção da Versão Beta, a divulgação, via
internet, da Versão Beta 1 e a publicação da Versão Beta para testagem clínica e
avaliação. Como o desenvolvimento da CIPE é um processo a longo prazo, o
contínuo envolvimento das enfermeiras de todo mundo é visto pelo CIE como um
ponto positivo e necessário para que essa classificação possa representar a
diversidade da Enfermagem mundial.
Partilhando dessa opinião, decidi realizar este estudo, tendo como objetivos a
equivalência semântica dos fenômenos de enfermagem constantes na CIPE –
Versão Alfa, e a verificação de sua utilização na prática de enfermagem, mesmo
tendo a consciência de que esse é um processo em desenvolvimento contínuo e que,
durante a realização do estudo, mudanças iriam acontecer. Mas acredito que a
contribuição do estudo será de fundamental importância para a expansão e
aprofundamento de estudos nessa área.
Procedimentos Metodológicos 76
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Considerações sobre o referencial metodológico
Houve, nas duas últimas décadas, uma proliferação de Sistemas de
Classificação na Enfermagem, a maioria desenvolvida nos Estados Unidos, com
um crescente interesse em traduzi-los para aplicação em outras culturas. Esse tem
sido considerado um dos fatores que tem contribuído para a expansão da pesquisa
transcultural em Enfermagem. McDermott e Palchanes (1994), apontam as
mudanças nas definições geográficas e políticas dos países, a emigração das
pessoas e a natureza global da Enfermagem, como outros fatores que contribuíram
para o desenvolvimento de estudos que utilizam a metodologia de pesquisa
transcultural.
Os objetivos da pesquisa transcultural, segundo Irvine e Carroll3, citados em
Jones (1987), podem ser operacional e comparativo. O objetivo é considerado
operacional, quando o estudo determina a distância cultural entre grupos ou seu
grau de aculturação. Nesse caso, a cultura na qual o instrumento ou o sistema de
classificação foi desenvolvido, funciona como critério para interpretação dos
resultados. Quando o objetivo é o comparativo, o estudo consiste em testar um
construto através de culturas. Nessa perspectiva é necessária a adoção de uma
abordagem metodológica objetiva, sistemática e rigorosa para que a estrutura
original do instrumento testado não se modifique sob as influências culturais.
3 IRVINE, S. H.; CARROLL, W. K. Testing and assessment across cultures: issues in methodology and theory. In: TRIANDIS, H. D.; BERRY, J. W. (Eds.) Handbook of cross-cultural psychology: Methodology. Boston: Allyn & Bacon, v. 2, p. 181-224. 1980.
Procedimentos Metodológicos 77
Apesar dos diversos trabalhos que discutem as metodologias e as
dificuldades das traduções transculturais em Enfermagem, não parece haver um
consenso entre os autores sobre a melhor metodologia para se realizar a tradução de
instrumentos desenvolvidos em outra língua e cultura (Jones e Kay, 1992).
Para Guillemin, Bombardier e Beaton (1993), a adaptação transcultural
pressupõe a combinação de duas etapas interligadas – a tradução do instrumento e
sua adaptação propriamente dita. A partir da tradução literal de palavras e
situações de um idioma para outro, de um contexto cultural para outro, procede-se a
avaliação da qualidade da medida adaptativa em relação à sua compreensão,
validade aparente e de conteúdo, replicagem e adequação.
A utilização de instrumentos ou de sistemas de classificação traduzidos
depende do rigor científico com o qual eles foram avaliados e revisados na cultura
alvo, sendo, para isso, necessário o seguimento de alguns passos.
Todo projeto de pesquisa transcultural envolve o uso da linguagem e,
conseqüentemente, problemas de comunicação podem ocorrer com a tradução de
uma simples sentença. A revisão da literatura especializada indica a falta de
padronização de abordagens para a adaptação transcultural de sistemas de
classificação, mas apresenta um grande número de metodologias para a tradução e
adaptação de instrumentos, que apresentaremos para justificar a escolha da
metodologia que foi utilizada neste estudo.
Brislin (1970), com base num estudo que objetiva investigar fatores que
afetam a qualidade da tradução, como a equivalência entre as versões original e
alvo, que podem ser avaliadas, e na revisão da literatura especializada, apresentou
uma sugestão de procedimento metodológico constituído de cinco etapas, para
prover uma tradução adequada do inglês para outras línguas. Cada etapa pressupõe
uma situação ideal, contudo, é possível fazer mudanças nos procedimentos para
adequá-los ao projeto de pesquisas. Para o referido autor, as etapas são: 1)
Procedimentos Metodológicos 78
Instrução de um bilíngüe para traduzir a fonte em inglês para a língua alvo, e de um
outro bilíngüe para fazer a back-translation da língua alvo para o inglês. 2) Exame,
por vários juizes, da fonte em inglês, da tradução para a língua alvo e da back-
translation, para identificarem erros que levem a diferenças de significados, e,
ainda, se possível o questionamento de outros juízes, depois de lerem somente uma
das versões. Se forem identificados erros, deve-se repetir a primeira etapa, apenas
utilizando os dados conflitantes. 3) Na não existência de erros de significado, fazer
o pré-teste do material traduzido, com pessoas que falem a língua alvo. Revisão da
tradução e do original em inglês, a partir dos resultados do pré-teste. Exame
criterioso da tradução, por outro bilíngüe. 4) Demonstração da adequação da
tradução, encaminhando-se o material para sujeitos bilíngües, vendo alguns a
versão em inglês, outros a tradução na língua alvo e outros ambas as versões. As
respostas devem ser similares entre os grupos, e verificadas através do significado,
do desvio padrão e de coeficiente de correlação. 5) Relato das experiências,
usando-se diferentes critérios para a equivalência.
Problemas de equivalência em traduções são freqüentemente observados.
Secherest, Fay e Zaidi (1972), descrevem cinco formas de equivalência, que
apresentam diferentes tipos de efeitos e conseqüências nas traduções: equivalência
de vocabulário – uso da linguagem dos respondentes prospectivos e não uma
simples equivalência de palavras; equivalência idiomática – busca de expressões
ou explicações correspondentes na língua alvo, uma vez que expressões idiomáticas
são impossíveis de se traduzir; equivalência sintático-gramatical – busca de
tempos verbais usuais na língua alvo (estar atento para o fato de que as mudanças
de tempos verbais podem implicar em mudanças de sentido); equivalência
conceitual – verificação se os diferentes conceitos usados têm as mesmas
conotações em ambas as culturas envolvidas; equivalência experiencial –
verificação se as experiências reais descritas no instrumento contêm o mesmo
sentido em ambas as culturas e eliminação, nessa equivalência, dos itens que não
têm contrapartida na cultura alvo.
Procedimentos Metodológicos 79
Para Flaherty et al. (1988), algumas dimensões de equivalência transcultural
precisam de ser respeitadas num processo de tradução: equivalência de conteúdo -
o conteúdo de cada item de um instrumento tem que ser relevante para o fenômeno
em cada cultura estudada; equivalência semântica ou de vocabulário e sintático-
gramatical - o significado de cada item deve permanecer o mesmo, após a
tradução para o idioma de outra cultura; equivalência técnica - o método de coleta
de dados deve ser comparado, em cada cultura, no que diz respeito aos dados que
produz; equivalência de critério - a interpretação da medida da variável deve
permanecer a mesma, quando comparada com a norma para cada cultura estudada e
equivalência conceitual - o instrumento deve medir o mesmo constructo teórico
básico em diferentes culturas.
Essas dimensões de equivalência são listadas numa ordem que os autores
acreditam ser a mais lógica e conveniente para ser utilizada. Mas, ressaltam que
cada dimensão é mutuamente exclusiva. Qualquer item ou instrumento pode, por
essa razão, ser equivalente transculturalmente em uma ou mais dessas dimensões e
não equivalente em outras.
Para Munford (1991), as dimensões de equivalência transcultural que devem
ser respeitadas num estudo transcultural são: 1) equivalência lingüística – pode ser
medida pela diferença do escore de cada sujeito; 2) equivalência conceitual – pode
ser medida através de índices de correlação, cuja significância estatística indica que
há equivalência entre as respostas e, portanto, há compreensão; 3) equivalência de
escala – detecta o mesmo fenômeno em ambas as línguas, através da aplicação do
instrumento.
Plass (1991) descreve uma única dimensão de equivalência transcultural – a
equivalência de tradução, dividida em duas fases: a) onde se utiliza, como
critério, a back-translation, considerada fidedigna, b) onde se obtêm correlações
estatísticas significantes entre os escores resultantes da aplicação do instrumento,
em ambas as versões (original e traduzida), a uma amostra de sujeitos bilingües.
Procedimentos Metodológicos 80
Guillemin, Bombardier e Beaton (1993), após uma ampla revisão da
literatura especializada nas áreas de Psicologia e Sociologia sobre metodologias de
adaptação transcultural, desenvolveram uma proposta metodológica, incluindo
recomendações para se obter equivalência transcultural analisando os seguintes
aspectos: tradução semântica, idiomática, experiencial ou cultural e conceitual.
Essa proposta inclui cinco etapas: tradução e back-translation por pessoas
qualificadas, revisão da tradução por um comitê de juízes, pré-teste para a
equivalência com o uso da back-translation adaptada, ponderação dos escores e
avaliação das propriedades psicométricas do instrumento adaptado.
Embora não haja um consenso a respeito de metodologias, dentre todas as
propostas apresentadas, um aspecto de equivalência aparece em todas elas – a
equivalência semântica. Deve-se reconhecer que essa equivalência é
particularmente difícil de ser atingida em pesquisas transculturais (Flaherty et al.,
1988; Secherest, Fay e Zaidi, 1972). Para os referidos autores a solução para o
estabelecimento da equivalência semântica é associar o uso de tradutores ao bom
conhecimento, tanto da linguagem de origem, como da linguagem alvo de tradução,
o que é possível ser feito por meio da técnica da back-translation, desenvolvida por
Werner e Campbell, em 1970 e descrita em detalhes por Brislin, em 1970. Essa
técnica é considerada, atualmente, na literatura especializada, a mais adequada, no
sentido de se obter um maior grau de equivalência.
A técnica da back-translation consiste em se traduzir o material de uma
língua para outra, por um bilíngüe4 ou profissional altamente proficiente na língua
alvo da tradução. Esse material já traduzido é então retrotraduzido para a língua
original por outro tradutor ou tradutores. As duas versões do original podem ser
então comparadas para se avaliar a adequação da tradução. Se existirem grandes
4 O conceito de bilíngüe, em pesquisas transculturais, é mencionado, assim, por Garyfallos (1991): pessoa que é fluente em duas línguas e viveu pelo menos um ano em cada país, sendo portanto bicultural. O fato definidor do conceito deve ser a residência em ambos os países, o que é necessário para que um indivíduo entenda os diferentes significados das palavras e não seja apenas capaz de traduzi-las de uma língua para outra.
Procedimentos Metodológicos 81
diferenças entre as versões, sugere-se ao pesquisador que faça uma nova tradução
para melhor aproximá-la do original (Brislin, 1970). Sempre haverá alguma
diferença entre as duas versões, requerendo, segundo Flaherty et al. (1988), um
julgamento do pesquisador de que as duas versões são equivalentes, classificando
os itens como tendo: exatamente o mesmo significado em ambas as versões,
quase o mesmo significado ou significado diferente. Os termos com significados
diferentes devem ser revistos, para se manter a sua inclusão no estudo.
Estudos, usando variações do processo de tradução de Brislin, são
encontrados na literatura especializada. McDermott e Palchanes (1994), fazendo
uma revisão da literatura sobre os elementos críticos na teoria de tradução,
apresentam alguns desses estudos. Hansen e Fouad5, em 1984, traduziram do
inglês o SCII (Inventário de Interesse de Strong-Campbell) para a língua espanhola,
objetivando testar uma metodologia de tradução e validação de uma fonte para uma
retro-tradução equivalente. Esse estudo foi desenvolvido, utilizando-se a técnica
sugerida por Brislin, com modificações, em três etapas do processo: 1) tradução
para a língua espanhola, por expert, incluindo revisão, correção e modificações
feitas por um segundo bilíngüe e uma revisão final, por um terceiro expert; 2) back-
translation feita por um quarto bilíngüe, incluindo correção da back-translation
das palavras com significados errados; 3) teste de campo com a fonte e a back-
translation, feito junto a estudantes hispânicos e americanos, com a comprovação
deste teste através de testes estatísticos não-paramétricos. Bracken e Fouad6, em
1987, numa pesquisa desenvolvida na pediatria, traduziram o Bracken Basic
Concepts Scale – BBCS, do inglês para o espanhol, desenvolvendo as seguintes
etapas: 1) tradução do original em inglês para uma versão em espanhol; 2)
realização de uma back-translation; 3) repetição das duas primeiras etapas, até que
5 HANSEN, J. C.; FOUAD, N. A. Translation and validation of the Spanish form of the Strong-Campbell Interest Inventory. Measurement and Evaluation in Guidance, v. 16, n. 4, p. 192-197, 1984. 6 BRACKEN, B.; FOUAD, N. A. Spanish translation and validation of the Bracken Basic Concept Scale. School Psychology Review, v. 16, n. 1, p. 94-102, 1987.
Procedimentos Metodológicos 82
a back-translation fosse aceita como equivalente à fonte; 4) revisão e modificação
da back-translation por um comitê de bilíngües adultos; 5) teste piloto da back-
translation com um grupo de crianças.
McDermott e Palchanes (1994) apontam ainda outros exemplos de pesquisa
e afirmam que a necessidade do desenvolvimento de pesquisa transcultural é
geralmente aceita, mas existem poucos relatórios de estudos quantitativos na
Enfermagem, que possam servir de modelo para futuras pesquisas. Ressaltam que
existem três grandes considerações que devem ser levadas em conta no
desenvolvimento de estudos transculturais: o tempo e o custo financeiro; a escolha
da técnica adequada de tradução; o detalhamento dos passos desenvolvidos no
estudo.
A técnica da back-translation descrita por Brislin foi utilizada para traduzir
o questionário de uso da Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) do
inglês para o coreano e depois para o inglês, a fim de se estabelecer equivalência.
As etapas da back-translation utilizadas foram as seguintes: 1) um bilíngüe
traduziu todos os itens do instrumento original para a linguagem alvo (coreano); 2)
um bilíngüe traduziu a tradução da língua alvo para a língua original; 3) a versão
original e a back-translation foram comparadas por equivalência (Yom, 1998).
Segundo a referida autora, alguns títulos das intervenções e suas definições foram
de difícil tradução pelos seguintes fatores: diferenças estruturais entre a língua
inglesa e a coreana; uso de palavras modificadoras em inglês, que não podem ser
traduzidas na mesma ordem para o coreano; palavras que são difíceis de se traduzir
porque não existem no coreano ou necessitam de ser mais concisas antes de serem
traduzidas. A despeito desses problemas apontados, a tradução do questionário de
uso da NIC para o coreano foi completa e muitas das intervenções foram fáceis de
ser traduzidas. A autora conclui que uma das grandes vantagens dessa tradução foi
facilitar a comunicação entre as enfermeiras e sugere o uso de método similar para
a validação dessas intervenções em outras linguagens.
Procedimentos Metodológicos 83
Tendo em vista todas as propostas metodológicas apresentadas e os
exemplos de pesquisas realizadas, neste estudo será adotada a equivalência
semântica sugerida por Brislin (1970), com algumas das modificações introduzidas
por Bracken e Fouad e por Flaherty e colaboradores, para que sejam alcançados os
objetivos do estudo. Para isso, serão desenvolvidas as seguintes etapas: 1) tradução
da Classificação de Fenômenos de Enfermagem em inglês para a língua
portuguesa, por um bilíngüe, incluindo revisão, correção e modificações feitas por
um outro bilíngüe e uma revisão final realizada por um terceiro expert; 2) back-
translation feita por um quarto elemento bilíngüe, incluindo revisão, correção e
modificações da back-translation, procurando corrigir erros da língua portuguesa,
passagens truncadas e informações desencontradas de acordo com o original, por
um quinto elemento bilíngüe; 3) revisão e modificação da back-translation por um
grupo de experts na área de Enfermagem, para que seja feita a correlação das
versões (original, tradução e a back-translation); 4) verificação da equivalência
semântica dos fenômenos das duas versões, classificando os títulos e as definições
como tendo exatamente o mesmo significado, quase o mesmo significado e
significado diferente; 5) repetição das três primeiras etapas para os termos que não
alcançarem o índice de concordância de 80,0%.
4.2 Tipo de estudo
Estudo do tipo descritivo, desenvolvido numa abordagem quantitativa, em
duas fases: 1) equivalência semântica para a língua portuguesa dos fenômenos de
enfermagem constantes na CIPE – Versão Alfa; 2) verificação da utilização, na
prática de enfermagem, dos fenômenos equivalentes semanticamente; a
investigação da existência de diferentes denominação para esses fenômenos
submetidos à equivalência semântica e a investigação de outros fenômenos não
constante na CIPE com suas denominações.
Procedimentos Metodológicos 84
4.2.1 Primeira fase da pesquisa
A equivalência semântica dos fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa,
neste estudo, foi realizada no período de setembro de 1997 a agosto de 1998, a
partir do recebimento, pela ABEn, da tradução para o português do Brasil, dessa
Classificação, feita pela Professora Dra. Heimar Fátima Marin, que é proficiente na
língua inglesa e familiarizada com o conteúdo dessa classificação. Esse fato,
segundo Brislin (1970), é condição indispensável para uma tradução adequada.
A partir da liberação, pela ABEn, da tradução da CIPE – Versão Alfa, a
Classificação de Fenômenos de Enfermagem foi submetida a revisões, correções e
modificações na língua portuguesa, levando em consideração a correção da
linguagem propriamente dita, a correção das expressões idiomáticas e a
uniformização da linguagem, feitas por duas professoras de Português. Nessa etapa
optou-se pela utilização dos termos e das características específicas na forma
substantivada: por ser o método usual para trabalhos desse tipo, como dicionários,
glossários; por necessidade de uniformização da linguagem; por o substantivo
apresentar considerável carga semântica; pelo uso de menor número de palavras,
tornando o texto mais objetivo. Também, foi levada em consideração a linguagem
habitual das enfermeiras, os tempos verbais usuais, que podem implicar em
mudança de sentido, e as expressões idiomáticas relacionadas com a língua de
origem (inglesa) e com a língua alvo (português do Brasil). Todas as colaboradoras
envolvidas nessa primeira etapa estavam cientes dos objetivos da tradução, mas só
a bilíngüe, que fez a tradução para o português, tinha formação na área de
Enfermagem, enquanto as demais tinham formação apenas na área de Letras:
língua inglesa e portuguesa.
A partir dessa tradução, foi desenvolvida a back-translation por um outro
bilíngüe, que não estava ciente do objetivo da tradução e não tinha formação
específica na área de Enfermagem. Depois de concluída essa versão, a mesma foi
Procedimentos Metodológicos 85
submetida a um professor de inglês, para revisão, correção e modificações da back-
translation, com referência a termos com significados errados na língua inglesa,
sendo feitas as correções necessárias.
A terceira etapa dessa técnica foi constituída da revisão e modificação da
back-translation por um grupo de experts na área de Enfermagem, que conheciam
o objetivo do trabalho e os conceitos que foram analisados, para que fosse realizada
a correlação das versões (original, tradução e back-translation). O Grupo de
experts teve como finalidade produzir uma versão final da Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa, baseando-se no original, na
tradução e na back-translation e comparando os resultados entre si.
Fizeram parte desse Grupo cinco enfermeiras, todas com o título de Doutor,
docentes de três Universidades brasileiras, especialistas nas diversas áreas da
Enfermagem, sendo duas delas consideradas bilíngües, de acordo com o conceito
de Garyfallos (1991), que considera bilíngüe a “pessoa que é fluente em duas
línguas e viveu pelo menos um ano em cada país, sendo, portanto, considerada
bicultural”.
Para facilitar essa tarefa, foi desenvolvido um instrumento, contendo três
colunas: uma com a classificação original em inglês, outra com a tradução para o
português do Brasil e a última com a back-translation, com um espaço para que
cada membro marcasse se concordava ou discordava da tradução dos títulos e
definições de cada um dos fenômenos e com outro espaço para que, em caso de
discordância, apresentasse as sugestões para modificações na tradução (Anexo 1).
Foi explicado que nessa etapa não estava em discussão se o grupo de experts
concordava ou não com o termo atribuído a determinado fenômeno ou com a sua
significação, nem se esses termos eram usados ou não na nossa prática, mas,
apenas, se existia uma correlação entre os termos originais em inglês e os termos
apresentados na versão feita a partir da tradução. Nessa fase foi verificado o índice
de concordância dos termos entre os experts.
Procedimentos Metodológicos 86
Após essa etapa, verificou-se a equivalência semântica dos fenômenos
(títulos e definições) das duas versões, utilizando uma escala proposta por Flaherty
et al. (1988), classificando os termos como tendo exatamente o mesmo
significado em ambas as versões, quando apresentaram um índice de
concordância, entre os experts, de 100,0%; quase o mesmo significado, quando
apresentaram um índice de concordância de 99,0% a 80,0%, e significado
diferente, quando apresentaram um índice de concordância igual ou abaixo de
79,0%.
Os títulos e as definições dos fenômenos, que não alcançaram um nível de
equivalência igual ou superior a 80,0%, foram submetidos novamente a todo o
processo de equivalência semântica, ou seja, a todas as etapas anteriormente
descritas para, dessa forma, verificar-se a possibilidade de se manter a sua inclusão
na classificação. Nessa fase também foi desenvolvido um outro instrumento,
obedecendo-se ao mesmo formato do questionário utilizado na primeira etapa,
incluindo-se só os títulos e as definições dos fenômenos que não alcançaram um
índice de concordância igual ou acima de 80,0%. (Anexo 2).
Após a realização dessa etapa, foi dada por concluída a técnica da back-
translation, com a produção de uma versão final da tradução da Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa, contendo os títulos e as
definições dos fenômenos que alcançaram um índice de concordância igual ou
acima de 80,0% (Anexo 3).
4.2.3 Segunda fase da pesquisa
A verificação da utilização, na prática de enfermagem, dos fenômenos
equivalentes semanticamente; a investigação da existência de diferentes
denominação para esses fenômenos submetidos à equivalência semântica e de
outros fenômenos não constante na CIPE com suas denominações, foram
Procedimentos Metodológicos 87
desenvolvidas numa abordagem quantitativa, com enfermeiras, docentes e
assistenciais, inscritas no Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba – COREn-
PB, que desenvolvem suas atividades no Estado da Paraíba.
Para a identificação dessa população, foi solicitado ao COREn-PB a relação
das enfermeiras inscritas e em pleno desempenho de suas atividades até junho de
1998, por município ou região. Como o COREn-PB não dispunha dessa relação,
mas, sim do seu quantitativo no Estado, foi enviado o número total de enfermeiras,
com uma estimativa, em percentual, da sua localização. Dessa forma, a população
do estudo foi constituída por 21367 enfermeiras registradas no COREn-PB, das
quais 60,0% encontram-se trabalhando na Grande João Pessoa8, 20,0% na cidade
de Campina Grande e 20,0% nos Demais Municípios do Estado9.
Na definição da amostra optou-se por uma estratificada por conveniência,
para que os resultados do estudo representassem, da forma mais exata possível, a
prática de enfermagem no Estado da Paraíba. Inicialmente, foi calculado o
tamanho global da amostra, com um nível de confiança de 95,0% e um erro de
estimação de 5,0%. Foi utilizada a fórmula para universos finitos10, onde: n =
tamanho da amostra; α2 = nível de confiança; p = proporção de características
pesquisadas no universo, calculada em percentagem; q = 100 – p (em
percentagem); N = tamanho da população e E2 = erro de estimação permitido:
A amostra global calculada foi de 337 enfermeiras. A partir desse número,
foi calculado o tamanho de cada estrato dos grupos amostrais, com a aplicação no 7 Quantitativo de enfermeiras inscritas no COREn/Pb até julho de 1998. 8 Denominação atribuída ao conjunto das cidades de João Pessoa, Santa Rita, Bayeux e Cabedelo. 9 Os Demais Municípios representam 218, que somados aos 4 da Grande João Pessoa e a Campina Grande, totalizam 223 municípios.
qpNENqpn
..)1(...
22
2
αα
+−=
Procedimentos Metodológicos 88
tamanho global da amostra, das percentagens que cada estrato representa na
população. Portanto, a amostra calculada para o estudo foi de 337 enfermeiras,
distribuídas da seguinte forma: 203 na Grande João Pessoa, 67 em Campina Grande
e 67 nos Demais Municípios Paraibanos.
Tabela 1 Descrição da amostra estudada quanto às características sócio-demográficas. Paraíba, 1999.
Características sócio-
demográficas
Especificações
F
%
Sexo Masculino
Feminino
33
345
8,7
91,3
Idade 20 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a mais de 50 anos
98
162
118
25,9
42,9
31,2
Nível de educação Graduado
Especialista
Mestre
Doutor
163
154
60
1
43,1
40,7
15,9
0,3
Tempo de experiência
0 a 5 anos
6 a 10 anos
11 a 15 anos
16 a 20 anos
21 a mais de 30 anos
94
77
94
67
46
24,9
20,4
24,9
17,7
12,1
Especialidade Enfermagem Médico-Cirúrgica
Enfermagem em Saúde Pública
Enfermagem Pediátrica
Enfermagem Obstétrica
Enfermagem Psiquiátrica
Enfermagem em Doenças Contagiosas
170
92
57
26
26
7
45,0
24,3
15,1
6,9
6,9
1,9
Campo de atuação Assistencial
Docência
298
80
78,8
21,2
10 Fórmula apresentada em RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social – Métodos e técnicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1989.
Procedimentos Metodológicos 89
A amostra do estudo foi constituída de 378 enfermeiras, distribuídas da
seguinte forma: 220 na Grande João Pessoa, 76 em Campina Grande e 82 nos
Demais Municípios Paraibanos, extrapolando em mais de 15,0% a amostra global
calculada para o estudo. Conforme dados apresentados na Tabela 1, essa amostra
tem como características: ser constituída, na sua maioria, de indivíduos do sexo
feminino (91,3%); na faixa etária de 20 a 40 anos (68,8%); com nível de educação
de Graduado (43,1%) e Especialista (40,7%); com tempo de experiência, na área,
de 0 a 15 anos (70,2%); tendo como especialidades de atuação a Enfermagem
Médico-Cirúrgica (45,0%) e a Enfermagem de Saúde Pública (24,3%), atuando na
assistência (78,8%) e na docência (21,2%).
Na seleção da amostra, a anuência, por escrito, como critério para a inclusão
no estudo, foi a garantia da autora deste estudo da observância dos aspectos éticos
da pesquisa em seres humanos, preconizados na Resolução N.º 196/96, do
Ministério da Saúde (Brasil-MS, 1996).
Nessa fase da pesquisa foi utilizado um instrumento, elaborado na forma de
um questionário, a partir dos resultados da equivalência semântica de todos os
títulos e das definições dos Fenômenos de Enfermagem relacionados na
Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa, contendo os
termos do núcleo central dessa classificação (Anexo 4).
O questionário foi elaborado contendo três seções. A primeira composta de
duas partes: 1) uma escala intervalar tipo Likert, construída ao longo de um
continuum de cinco pontos, que variam entre sempre e nunca, contendo os títulos
dos 269 fenômenos, que estão incluídos no núcleo central da Classificação de
Fenômenos de Enfermagem. A escala acima referida foi utilizada para se verificar
a utilização ou não desses fenômenos na prática assistencial; 2) uma pergunta
aberta, que indaga sobre a utilização de outras denominações para os fenômenos de
enfermagem equivalentes semanticamente à língua portuguesa. A segunda seção
Procedimentos Metodológicos 90
do instrumento foi destinada ao registro da existência e denominação de outros
fenômenos de enfermagem, além dos apresentados na CIPE, que são utilizados na
prática de enfermagem, com suas respectivas características específicas. A terceira
foi constituída de três partes: uma que se destina ao preenchimento, pela
enfermeira, da sua anuência em participar do estudo; a seguinte, de dados sócio-
demográficos das participantes do estudo e de outras questões relacionadas com o
uso e conhecimento dos fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa e a última,
opcional, destinada à informação do endereço das enfermeiras que desejarem
receber os resultados da pesquisa.
Como todos os termos, ou seja, os títulos dos fenômenos, constantes no
instrumento foram submetidos à equivalência semântica e à apreciação por um
grupo de experts na área da Enfermagem, antes da elaboração do questionário,
tendo alcançado um índice de concordância de 98,0%, esta fase foi considerada
uma Validação de Conteúdo dos termos que constituem a escala intervalar do
instrumento. A consistência interna do instrumento foi feita a partir das respostas
dos sujeitos, a todos os itens do questionário, utilizando-se o coeficiente de
consistência interna alfa de Cronbach.
Antes da utilização desse instrumento, foi realizado um estudo piloto, na
cidade de Recife-PE, com dez enfermeiras, que apresentavam as mesmas
características da população alvo da pesquisa, ou seja, docentes e assistenciais, com
inscrição junto ao Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco – COREn-
PE. Esse estudo foi realizado na primeira quinzena do mês de setembro de 1998,
objetivando a revisão do instrumento no que diz respeito à sua compreensão e ao
entendimento da linguagem usada e, conseqüentemente, à habilidade da enfermeira
em compreender e responder às questões. Após a realização desse estudo, foi feita
uma entrevista com todas as enfermeiras envolvidas no processo, quando foi
solicitada a opinião das mesmas sobre o instrumento, levando-se em consideração o
seu formato e o seu conteúdo, identificando-se a seção ou parte em que elas tiveram
Procedimentos Metodológicos 91
maiores dificuldades. Também foi solicitado que apresentassem sugestões de
aperfeiçoamento do questionário. Os resultados desse estudo piloto evidenciaram
que as enfermeiras não apresentaram maiores dificuldades a respeito do
instrumento, mas queixaram-se do seu tamanho e do tempo gasto com o seu
preenchimento, apontando, como única sugestão, a diminuição do tamanho do
mesmo. Mesmo reconhecendo que um longo instrumento seria uma dificuldade na
coleta de dados, optou-se por não se acatar a sugestão de redução do mesmo,
levando-se em consideração a necessidade de atendimento a um dos objetivos do
estudo, que é o de verificar a utilização de todos os termos que alcançaram
equivalência semântica na prática de enfermagem. Esse pré-teste serviu, ainda,
como um teste do processo de coleta e de tratamento dos dados.
A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do projeto de pesquisa pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP, e realizada pela autora deste estudo, no
período de setembro de 1998 a março de 1999, contando com a colaboração de
cinco enfermeiras, que foram treinadas para esse fim. Para tanto, foi utilizado um
questionário, que foi respondido diretamente pelas enfermeiras, docentes e
assistenciais, que atenderam aos critérios preestabelecidos, ou seja, ter seu registro
de inscrição no COREn-PB, desenvolver suas atividades em um dos três estratos da
amostra e aceitar participar do estudo, assinando o termo de consentimento. A
escolha do método de aplicação do questionário pelo contato direto deveu-se à
possibilidade de a autora deste trabalho e de as enfermeiras colaboradoras poderem
explicar e discutir os objetivos da pesquisa e do questionário e responderem às
dúvidas que pudessem ocorrer durante sua aplicação. Esse contato direto foi
individual ou coletivo, dependendo das oportunidades que foram surgindo durante
o período da coleta de dados.
Essa coleta teve início em 15 de setembro de 1998, começando pelo estrato
correspondente aos Demais Municípios Paraibanos, para aproveitar o deslocamento
da autora do estudo para o interior do Estado, passando depois pelo município de
Procedimentos Metodológicos 92
Campina Grande e, por último, pela Grande João Pessoa. A escolha dos Demais
Municípios Paraibanos11, que constituem o terceiro estrato da amostra, foi feita
com base na sua inserção nos núcleos regionais de saúde do Estado, até completar o
número total de enfermeiras, previamente determinado na amostra para esse
estrato.
Foram distribuídos 1200 questionários, obedecendo à mesma proporção dos
estratos da amostra, ou seja, 720 (60,0%) na Grande João Pessoa, e 240 (20,0%),
respectivamente, em Campina Grande e nos Demais Municípios Paraibanos.
Inicialmente foi feito um contato com as Chefias de Enfermagem e/ou os Gerentes
das Instituições de Saúde e com as Diretoras e/ou Chefes das Escolas/Departamentos
de Enfermagem, para que fossem explicados os objetivos da pesquisa e solicitada
autorização para a distribuição dos questionários às enfermeiras. Depois desse
contato, os questionários foram entregues às enfermeiras, quando foram feitos os
esclarecimentos sobre os objetivos do estudo, sobre sua participação voluntária na
pesquisa e a necessidade do seu consentimento, por escrito, como anuência para
fazerem parte do mesmo. Houve explicação, também, sobre o preenchimento do
questionário e sobre o prazo para sua devolução, que inicialmente foi estipulado em
três dias. Nos estratos Demais Municípios Paraibanos e Campina Grande, os
questionários foram todos entregues num mesmo período, aproveitando-se, como já
foi esclarecido anteriormente, a ida da autora deste trabalho a alguns desses
municípios. No estrato que corresponde à Grande João Pessoa, os questionários
foram distribuídos de acordo com a visita às Instituições de Saúde e às
Escolas/Departamentos de Enfermagem existentes nos municípios que fazem parte
desse estrato.
Como tinha sido previsto no estudo piloto, a maior dificuldade na coleta de
dados foi a devolução dos questionários, devidamente preenchidos. As enfermeiras 11 Os Demais Municípios que fizeram parte da pesquisa foram: Alhandra, Caaporã, Conde, Sapé, Guarabira, Mamanguape, Pedras de Fogo, Sumé, Areia, Cubati, Salgado de São Felix, Cuité, Picuí, Monteiro, Soledade,
Procedimentos Metodológicos 93
apontaram, como maiores entraves, o tamanho do questionário e o tempo gasto
com o seu preenchimento, corroborando a opinião das enfermeiras que
participaram do estudo piloto. Para agilizar essa devolução e alcançar a amostra
global calculada, foram desenvolvidas algumas estratégias, tais como: envio de
uma carta às Chefes de Enfermagem e/ou aos Gerentes das Instituições de Saúde e
às Diretoras e/ou Chefes das Escolas/Departamentos de Enfermagem,
anteriormente contactados, reafirmando os objetivos da pesquisa e solicitando o
empenho dos mesmos, junto às enfermeiras, no preenchimento e devolução dos
questionários; colocação de pastas para recolhimento dos mesmos nas grandes
Instituições de Saúde e nas Escolas/Departamentos de Enfermagem; envio dos
questionários, pelo correio, com reembolso das despesas, para as enfermeiras dos
Demais Municípios Paraibanos; ajuda de duas estudantes de Enfermagem, uma na
Grande João Pessoa e outra em Campina Grande, para visitarem as Instituições,
recolherem os questionários preenchidos e fazerem contatos com as enfermeiras
que deixaram de preencher algum item da escala ou de alguma parte do
instrumento, além do empenho pessoal da autora deste estudo em alcançar a
amostra preestabelecida.
Dos 1200 questionários distribuídos foram recolhidos 412 (34,3%), sendo
descartados do estudo 34, pelos seguintes motivos: a) a falta de assinatura do termo
de consentimento das enfermeiras para participarem do estudo, mesmo tendo
respondido a todos os itens do questionário; b) a falta de respostas a alguns itens do
questionário e a impossibilidade de um novo contato com a enfermeira para a
complementação do instrumento; c) o fato de todos os itens do questionário terem
sido marcados com as opções nunca ou sempre, respectivamente, não oferecendo
variabilidade de respostas; d) a presença de dados de identificação não fidedignos.
Para o tratamento dos dados coletados na pesquisa, os questionários foram
numerados de 001 a 378 e todas as variáveis contidas no instrumento foram Juazeirinho, Santa Luzia, São Mamede, São José, Várzea, Patos, Coremas, Malta, Sousa, Piancó, Pombal,
Procedimentos Metodológicos 94
codificadas e inseridas em um banco de dados para o processamento da análise. A
análise dos dados da primeira parte do questionário, a escala intervalar, foi feita
quantitativamente, por meio do programa Statistical Package for the Social
Sciences + Personal Computer (SPSS+PC), versão 8.0© para Windows, para se
verificar a utilização dos termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem na
prática das enfermeiras paraibanas. A estatística descritiva, a análise de variância e
a análise fatorial foram ferramentas utilizadas para a descrição dos dados e a
obtenção de inferências dos resultados da pesquisa.
Com a finalidade de se discriminar a freqüência de utilização e não
utilização dos termos, foi feita uma redução dos intervalos da escala, de cinco para
três pontos, onde 1 corresponde a nunca utiliza, 2 a utiliza raramente ou
algumas vezes e 3 a utiliza muitas vezes ou sempre. Essa redução de pontos na
escala não interferiu na avaliação final dos dados, uma vez que existem diferentes
maneiras de se trabalhar com a mesma, sem se alterar o processo metodológico da
pesquisa. Nessa etapa, os dados foram analisados por freqüência e percentual e
feitos os cruzamentos de variáveis.
Para facilitar a análise da utilização dos termos pelas enfermeiras, de acordo
com o estrato amostral e área de especialidade, os resultados foram classificados,
levando-se em consideração a sua freqüência de utilização como sendo: sempre,
quando apresentaram freqüência igual a 100,0%, muitas vezes, quando
apresentaram freqüência entre 99,0% a 80,0% e raramente, quando apresentaram
freqüência igual ou abaixo de 79,0%.
Os dados relacionados com as diferentes denominações para os fenômenos
de enfermagem foram apresentados por 62 enfermeiras, ou seja, por 16,4% da
amostra. Como havia sido predeterminado, os dados foram analisados,
inicialmente, por freqüência absoluta e, depois, pela freqüência de concordância
entre as enfermeiras para essas novas denominações. Como nenhum termo
Conceição do Piancó, Teixeira, São José do Rio do Peixe e Cajazeiras.
Procedimentos Metodológicos 95
apresentou um índice de concordância igual ou acima de 80,0%, considerou-se que
não foi identificada nenhuma nova denominação para os termos que alcançaram
equivalência semântica e, em vista disso, essas denominações não foram incluídas
nos resultados do estudo.
Os dados da segunda seção do questionário, ou seja, a identificação de novas
situações de enfermagem com suas respectivas denominações, com previsão de
análise, utilizando-se a análise de conteúdo, pela quantificação dessas
denominações e, depois, pelo índice de concordância entre as enfermeiras, não
foram desenvolvidos em virtude de só 5,3% (20 enfermeiras) da amostra terem
apresentado algumas situações com suas denominações, que representavam
situações já contempladas nos termos apresentados no questionário.
A terceira seção do questionário foi analisada quantitativamente, por meio
do programa SPSS+PC, utilizando-se a estatística descritiva, com o objetivo de
caracterizar a amostra e cruzar as variáveis com os demais dados do estudo.
A partir desses resultados, foram analisados os termos utilizados pelas
enfermeiras paraibanas na prática de enfermagem e constantes na Classificação de
Fenômenos de Enfermagem – Versão Alfa, tendo como base a literatura de
Enfermagem, que contemple os fenômenos identificados no estudo.
96
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nessa unidade será apresentada a análise e discussão dos resultados das duas
fases da pesquisa: a equivalência semântica para a língua portuguesa dos
fenômenos de enfermagem constantes na CIPE – Versão Alfa; e a verificação de
utilização na prática de enfermagem dos fenômenos equivalentes semanticamente.
Será apresentada, no final de cada fase, uma síntese dos resultados e as conclusões
do estudo.
5.1 Primeira fase da pesquisa: Equivalência semântica para a língua
portuguesa dos fenômenos de enfermagem constantes na CIPE –
Versão Alfa
Os resultados da equivalência semântica dos 293 títulos e das 292 definições dos
fenômenos de enfermagem que resultaram da aplicação da técnica back-translation
apontaram para uma freqüência de concordância, entre avaliadores, de 96,0% para
os títulos e de 89,0% para as definições, conforme apresentada no Gráfico 1.
Submetendo-se os títulos e as definições dos fenômenos ao julgamento se
eles tinham exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o
mesmo significado ou significado diferente, os resultados evidenciaram que
88,0% dos títulos apresentaram uma freqüência de concordância de 100,0%; 7,0%
uma freqüência de concordância de 80,0%; e 5,0% uma freqüência de concordância
abaixo de 79,0%, conforme pode ser visualizado no Gráfico 2.
97
Gráfico 1 Freqüência de concordância para os Títulos e as Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na primeira etapa da back-translation, por enfermeiras do grupo de experts. São Paulo, 1998.
Gráfico 2 Índice de concordância entre as enfermeiras para os Títulos dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na primeira etapa da back-translation. São Paulo, 1998.
0
50
100
150
200
250
300
1 Enfª 2 Enfª 3 Enfª 4 Enfª 5 Enfª
Títulos Definições
14
88%
7%
5%5%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
14
98
Quadro 1 Títulos dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância abaixo de 79,0%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo grupo de especialistas. São Paulo, 1998.
Original em inglês Back-translation Sugestões para modificação, na tradução, apresentadas pelo grupo de especialistas
Dry mucous membrane Mucosa seca Membrana mucosa seca Hot flush Rubor com calor Ruborização
Rubor quente Calor/rubor
Decision Tomada de decisão Decisão Coping Estratégia de
enfrentamento de problemas
Estratégia de resolução Coping1 Lidar Lutar
Defensive coping Estratégia defensiva de enfrentamento de problemas
Estratégia defensiva de resolução
Coping disabling Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas
Estratégia de resolução: incapacitante
Ineffective coping specific: rape-trauma, death, divorce
Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas específicos: trauma de estupro, morte e divórcio
Estratégia ineficaz de resolução específica: trauma de estupro, morte, divórcio
Compromised health coping
Estratégia comprometedora de enfrentamento de problemas de saúde
Estratégia comprometida de resolução de problemas de saúde
Health denial Negação de saúde Negação de problemas de saúde
The environment: human Meio ambiente humano Meio ambiente: seres humanos
Inadequate family coping Estratégia inadequada de enfrentamento de problemas familiares
Estratégia de resolução familiar inadequada
Parental role conflict Conflito de papel dos pais Conflito materno e paterno de papéis
The environment: nature Fenômenos de enfermagem pertencentes ao Meio ambiente: natureza
Meio ambiente: natureza
The biological environment
Ambiente biológico Meio ambiente biológico
99
Os 5,0% dos títulos dos termos que apresentaram índice de concordância
abaixo de 79,0%, representam 14 termos, sendo nove do núcleo Ser humano e
cinco do Meio ambiente, conforme apresentados no Quadro I.
Garcia (1992), analisando as diversas traduções existentes no Brasil para o
diagnóstico de enfermagem da NANDA Coping, como Resposta ineficaz ao
estresse, Lidar individual ineficaz e Lidar ineficaz: individual, ressalta que
essas diversas denominações ocorreram por conta da tradução do termo coping. A
referida autora afirma que a melhor tradução entre as que foram apresentadas,
“parece ser a de lidar”, mas argumenta que, embora o sentido denotativo de lidar
seja semelhante ao do termo cope, o sentido conotativo com que ele é empregado
no diagnóstico não é o mesmo. Argumenta também que o termo coping vem sendo
traduzido como interatuante, tendo como base as definições apresentadas nos
dicionários de psicologia, onde coping significa qualquer ação em que o indivíduo
interatua com o meio, para fins de realizar alguma coisa. A autora discutiu todos
esses aspectos com um especialista em Lingüística Aplicada ao ensino da Língua
Inglesa, “que esclareceu que, no contexto em que o termo está empregado no
inglês, a conotação que mais se aproxima do seu significado é estratégias de
resolução”. Baseada nessas argumentações, a autora sugeriu para esse diagnóstico
e para todos os que têm o termo coping a utilização de Estratégias de resolução,
sugestão que foi aprovada pelo grupo de enfermeiras que analisaram as propostas
de modificações no processo de uniformização da linguagem dos diagnósticos de
enfermagem da NANDA no Brasil.
Na tradução da CIPE – Versão Alfa para o português do Brasil,
desenvolvida por um Grupo de enfermeiras, associadas da ABEn, esses termos
foram traduzidos, acatando-se a denominação utilizada na uniformização da
linguagem dos diagnósticos no Brasil, ou seja: “Estratégias de resolução de
problemas, Estratégias defensivas de resolução de problemas, Estratégias
ineficazes de resolução de problemas; Estratégias ineficazes de resolução de
100
problemas específicos: trauma do estupro, morte, divórcio, Estratégias de
resolução de saúde comprometidas e Estratégias inadequadas de resolução de
problemas familiares” (Cruz et al., 1997).
Na tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, que foi
submetida à técnica back-translation neste trabalho (Marin, 1997), a tradutora
preferiu a utilização do termo Estratégias de enfrentamento, justificando que o
termo coping não tem necessariamente o significado de resolução, mas, sim, de
mecanismos para enfrentamento de problemas.
Pesquisando na literatura especializada o significado do termo coping,
encontra-se, no Lexicon of Psychiatric and Mental Health Terms, organizado pela
OMS, para definir os mais de 700 termos que aparecem na CID – 10 e são
utilizados no campo da saúde mental e psiquiatria, o referido termo definido como
a “habilidade de um indivíduo para ajustamento, adaptação e resolução de
problemas...” No mesmo trabalho, esse termo também é apresentado como coping
mechanisms, significando todos os meios pelos quais um indivíduo adapta-se ao
meio ambiente e resolve problemas com sucesso (WHO, 1994).
Nas traduções existentes para o termo coping, relacionadas com os
diagnósticos de enfermagem da NANDA, na língua espanhola, o mesmo é
apresentado como Afrontamiento, significando a resposta a uma situação,
responsabilidade ou acontecimento (Apalategui e Cuadra, 1995; Zambrana, Goris e
Garcés, 1994). Na tradução para o português de Portugal, a opção inicial para o
diagnóstico de enfermagem da NANDA foi utilizar o termo estratégias de
adaptação (Paiva, 1998), mas na tradução da CIPE está sendo utilizado o termo em
inglês – coping, de acordo “...com o que é corrente na prática clínica de
enfermagem em Portugal, significando lidar com, adaptação, ultrapassar”
(Abecasis, Madeira e Leal, 1997).
Levando-se em consideração a falta de consenso sobre a melhor tradução
para o termo coping, evidenciada nas citações acima referidas e na quantidade de
101
sugestões que foram apresentadas pelo grupo de especialistas, optou-se, na
reapresentação dos mesmos na segunda etapa da técnica da back-translation, pela
utilização dos termos da forma como foram traduzidos por Marin (1997).
Um outro termo que apresentou divergências significativas entre os
avaliadores foi Hot flush, que foi traduzido como Rubor com calor. Entre as
sugestões apresentadas ressaltam-se ruborização, calor/rubor e rubor quente.
Analisando-se o significado denotativo do termo hot, encontra-se “quente, de modo
quente, ardente, excitado, ávido, fogoso”, e do termo flush, “rubor, vermelhidão,
acesso de febre ou calor, enrubescer, ruborizar-se, fazer corar, ruborização,
avermelhar” (Ferreira, 1998). A partir dos significados denotativos dos termos
pode-se inferir que o termo rubor quente é o mais apropriado para essa tradução.
O termo Health denial foi traduzido literalmente como Negação da saúde,
exemplificando muito bem o que colocam Secherest, Fay e Zaidi (1972), quando
afirmam que o significado essencial de um termo ou expressão, na maioria das
vezes, não pode ser traduzido literalmente, o que torna desejável uma maior
flexibilidade na retro-tradução. Esta flexibilidade foi levada em consideração pelas
avaliadoras, quando sugeriram o acréscimo da palavra problemas, para que o
termo Negação de problemas de saúde tivesse o sentido discursivo de negação de
mudanças no estado de saúde.
Os termos The environment: human, The environment: nature e The
biological environment foram traduzidos sem a utilização do artigo definido, uma
vez que na língua portuguesa, nesse caso, não existe a necessidade de seu uso e
também para uniformizar os títulos dos termos.
Para os demais termos foram apresentadas as seguintes sugestões: acréscimo
da palavra “membrana” para Mucosa seca (Dry mucous membrane), a retirada da
palavra “tomada” no termo Tomada de decisão (Decision), e a troca da palavra
“pais” por paterno/materno, no Conflito de papel dos pais (Parental role conflict).
102
Gráfico 3 Índice de concordância entre as enfermeiras para as Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na primeira etapa da back-translation. São Paulo, 1998.
Submetendo-se as definições dos termos ao julgamento se elas tinham
exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo
significado ou significado diferente, os resultados evidenciaram que 71,0%
tiveram freqüência de concordância de 100,0%; 16,0% obtiveram 80,0% de
freqüência de concordância; e 13,0% ficaram abaixo de 79,0%, conforme pode ser
visualizado no Gráfico 3.
As definições dos termos que apresentaram índice de concordância abaixo
de 79,0% representaram 13,0%, correspondendo a 34 definições, sendo 26 ligadas
ao núcleo de Ser humano e 8 ao de Meio ambiente, conforme apresentadas no
Quadro 2.
71%
16%
13%
13%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
34
103
Quadro 2 Definição dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância abaixo de 79,0%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo grupo de especialistas. São Paulo, 1998.
Original em inglês Back-translation Sugestões para modificações, na tradução, apresentadas
pelo grupo de especialistas12 Tissue Perfusion
Alteration: altered movement of blood through tissues for delivery of oxygen and nutrients at the cellular level.
Perfusão tissular alterada: movimentos alterados do sangue nos tecidos por descarga de oxigênio e de nutrientes em nível celular.
Perfusão Tissular Alterada: fluxo sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e de nutrientes em nível celular.
Shock: hypotension, coldness of skin and tachycardia due to acute peripheral circulatory failure.
Choque: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à aguda falta de circulação periférica.
Choque: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à falência aguda na circulação periférica.
Functional Incontinence: urge to void or bladder contractions sufficiently strong to result in loss of urine before reaching an appropriate receptacle.
Incontinência funcional: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la com força suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um nível apropriado de arma-zenamento.
Incontinência Funcional: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la com força suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local apropriado. (ou receptáculo apropriado, como vaso sanitário).
Fatigue: tired, sleepiness, frequent yawing, listlessness, not feeling well rested, lack of strength with/without activity.
Fadiga: cansaço, sono-lência, bocejamento freqüente, desatenção, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.
Fadiga: cansaço, sono-lência, bocejamento freqüente, fraqueza, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.
Birthing: evolving of perinatal body processes maintaining and giving life.
Nascimento: evolução peri-natal do processo corporal de manutenção e ganho de vida.
Nascimento: evolução dos processos corporais perinatais de manutenção e ganho de vida.
Acute Pain: responses are quickly reaching a turning point (self limited) and caused by a concurrent noxious stimulus associated with tissue damage and accompanied by automatic responses.
Dor aguda: respostas que rapidamente alcançam o ponto inicial (autolimitado) e causadas por um estímulo atual e nocivo com dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.
Dor Aguda: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico (autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.
Chronic Pain: responses are long lasting and slowly reaching a turning point, not caused by a concurrent noxious stimulus associated
Dor crônica: respostas de longa duração e vagaroso alcance do ponto limite, não causada por um estímulo atual e nocivo associado com dano
Dor Crônica: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado
12 As sugestões apresentadas pelo Grupo de Especialistas estão sublinhadas no texto.
104
with tissue damage and not accompanied by automatic responses.
de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.
a dano de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.
Nausea: it is vaguely referred to the epigastrium and abdomen and it is unpleasant.
Náusea: vaga relação desagradável com o epigastro e o abdome.
Náusea: vaga sensação desagradável no epigastro e no abdome.
Consciousness: responsi-veness of the mind to the impressions made by the senses.
Consciência: respostas rápidas da mente a impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.
Consciência: responsivi-dade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.
Somnolence: malignant sleepiness and unnatural drowsiness.
Sonolência: sonolência maligna e não natural, entorpecimento.
Sonolência: sonolência maligna e não natural, entorpecimento (sono induzido).
Stupor: deep sleeping condition with pain responses.
Estupor: condição de sono profundo em resposta à dor.
Estupor: condição de sono profundo com respostas a estímulos dolorosos.
The Personality: dispositions of the person to retain and abandon attitudes over time (second order reasons for actions).
Personalidade: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (segundo ordem de razões para a ação).
Personalidade: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de segunda ordem para as ações).
Personal Identity Disturbance: inability to distinguish between self and non-self.
Distúrbio da identidade pessoal: inabilidade para distinguir entre auto-ser ou não.
Distúrbio da Identidade Pessoal: inabilidade para distinguir entre o eu e o não eu.
Situational Low Self-Esteem: negative self-evaluation about self or self-capabilities, inability to accept praise or encouragement in certain situations.
Baixa auto-estima situacional: auto-avaliação ou autocapacidade negativa sobre si mesmo, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.
Baixa Auto-Estima Situacional: auto-avaliações negativas sobre si própria ou sobre suas próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.
Chronic Low Self-Esteem: long standing negative self-evaluations about self or self-capabilities.
Baixa auto-estima crônica: auto-avaliação ou autocapacidade negativa sobre si mesmo, com longa duração.
Baixa Auto-Estima Crônica: auto-avaliações negativas persistentes sobre si própria ou sobre suas próprias capacidades.
Psychological Attitudes: the capacity of the person to retain and/or abandon actions. (first order reasons for actions).
Atitudes psicológicas: capacidade da pessoa para reter e ou abandonar ações (primeira ordem de razões para ações).
Atitudes Psicológicas: capacidade da pessoa para reter e/ou abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).
Confusion: disordered thinking characterized by slurred speech, demanding behavior, restlessness, no sense of direction, groping, bewildered, disoriented.
Confusão: pensamento desordenado caracterizado por fala indistinta, comportamento de demanda, agitação, falta de senso de direção, andar às apalpadelas, desnorteamento, desorientação.
Confusão: pensamento desordenado caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, tatear com as mãos, desnorteamento,
105
desorientação. Acute Confusion: sudden
onset of disordered thinking characterized by slurred speech, demanding behavior, restlessness, no sense of direction, groping, bewildered, disoriented.
Confusão aguda: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala indistinta, comportamento de demanda, agitação, falta de senso de direção, andar às apalpadelas, desnorteamento, desorientação.
Confusão Aguda: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, tatear com as mãos, desnorteamento, desorientação.
Shame: feelings of loss of self-respect caused by wrong, dishonourable or foolish behavior.
Vergonha: sentimentos de perda do auto-respeito causada por erro, desonra ou comportamento insensato.
Vergonha: sentimentos de perda do auto-respeito causada por comportamento errado, desonroso ou insensato.
Denial: attempts to reduce anxiety by refusal to accept thoughts, feelings or facts.
Negação: tentativas de reduzir ansiedade, recusando aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.
Negação: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.
Defensive Coping: action of self-protection that defend against underlying perceived threats to positive self-regard.
Estratégia defensiva de enfrentamento de problemas: ação de autoproteção que defenda o indivíduo contra ameaças implícitas percebidas para positivo auto-respeito.
Estratégia Defensiva de Resolução: ação de autoproteção que defenda o indivíduo contra ameaças subjacentes percebidas à auto-estima positiva.
Coping: Disabling: diminished problem-solving capacity of person needed in meeting life’s demands and roles.
Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas: diminuída capacidade para resolver problemas de uma pessoa necessitada em atender as demandas da vida e dos papéis.
Estratégia de Resolução: Incapacitantes: capacidade diminuída de solução de problemas, de uma pessoa necessitada, para atender as demandas e os papéis da vida.
Caregiver Strain: diminished problem-solving capacity of a person in response to the demands of providing care for another.
Desgaste do cuidador: diminuída capacidade para resolver problemas de uma pessoa em resposta às demandas de provimento de cuidado de uma outra.
Desgaste do Cuidador: capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em resposta às demandas de provimento de cuidado de uma outra.
Ineffective Coping Specific: Rape-Trauma, Death, Divorce: disabled problem-solving as a result of specific physical or psychic trauma.
Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas específicos: trauma de estupro, morte, divórcio: inabilidade para resolver problemas resultantes de um específico trauma físico ou psíquico.
Estratégia Ineficaz de Resolução Específica: Trauma de Estupro, Morte, Divórcio: incapacidade de solução de problemas, como resultado de um trauma físico ou psíquico.
Communicative Action: Ação comunicativa: ação Ação Comunicativa:
106
action of transmission messages between individuals using verbal or non verbal action, face to face conversations or remote communication action.
de transmissão de mensagens entre indivíduos usando atos verbais ou não verbais, conversação face a face ou ação de comunicação remota.
ação de transmissão de mensagens entre indivíduos, usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação de comunicação remota.
Social Aggression: violent, assaulting, harmful, illegal or cultural prohibited actions towards others.
Agressão social: ação violenta, assaltante, nociva, ilegal ou culturalmente proibida com relação a outros.
Agressão Social: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou culturalmente direcionada a outrem.
Altered Parenting: disturbance and lack of behavioral processes creating an environment that promotes the optimum growth and development of child, lack of bonding.
Paternidade/Maternidade Alterada: distúrbio e falta de processo comportamental que crie um ambiente que promova um ótimo crescimento e desenvolvimento de uma criança, falta de vínculo.
Paternidade/Maternidade Alterada: distúrbio e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de um crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.
Parental Role Conflict: experience of role confusion and conflict as parents in responses to crises.
Conflito de papel dos pais: confusão na experiência de papéis e conflito com os pais em respostas às crises.
Conflito de Papel dos pais: experiência de confusão e conflito de papel, como pais, em resposta a crises.
Economy: money from wages, interests, dividends or other sources available for living and health care expenses.
Economia: dinheiro de salário, aplicações, dividendos ou outras fontes disponíveis para manutenção e despesas com cuidado da saúde.
Economia: dinheiro de salários, investimentos, dividendos ou de outras fontes disponíveis para despesas com o cotidiano e com o cuidado da saúde.
High Infant Mortality Rate: the high ratio of infant deaths, i.e. death of children under one year of age, registered in a given year to the total number of live births registered in the same year, usually expressed as a rate per thousands.
Alto índice de mortalidade infantil: alto índice de mortes de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos registrados no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.
Alto Índice de Mortalidade Infantil: alta proporção de mortes de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos registrados no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.
High Early Neonatal Mortality Rate: the high ratio of early neonatal deaths, i.e. live born children who die within the first 168 hours of life in a given year to the total number of live births in the same year, usually expressed as a rate per thousands.
Alto índice de mortalidade neonatal precoce: alto índice de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas primeiras 168 horas de vida de um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano,
Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce: alta proporção de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano,
107
usualmente expresso em percentagem.
usualmente expressa como uma taxa por mil.
High Perinatal Mortality Rate: the high ratio of perinatal deaths, i.e. late fetal and early neonatal deaths weighing over 1000g at birth in a given year to the total number of live births in the same year, usually expressed as a rate per thousands.
Alto índice de mortalidade perinatal: alto índice de morte perinatais, isto é, morte de fetos tardios e neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.
Alto Índice de Mortalidade Perinatal: alta proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios e neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparado com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.
High Maternal Mortality Rate: the high ratio of maternity deaths, i.e. deaths of pregnant women before, during, and after delivery registered in a given year to the total number of pregnant women registered in the same year, usually expressed as a rate per thousands.
Alto índice de mortalidade materna: alto índice de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrado em um determinado ano, comparado com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expresso em percentagem.
Alto Índice de Mortalidade Materna: alta proporção de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrado em um determinado ano e comparado com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expressa como uma taxa por mil.
Inadequate Housing: which does not meet accepted and healthy standarde for dwelling place.
Moradia inadequada: o que não pode ser aceito como padrão saudável para servir de habitação.
Moradia Inadequada: o que não satisfaz os padrões de salubridade aceitos para habitação.
Todas as definições desenvolvidas pelo CIE (ICN, 1996b) para os
fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa foram feitas, obedecendo a algumas
regras de classificação, que foram estabelecidas para nortear as suas construções.
São elas: a definição deve ter sentido; não deve ser circular; não deve ser tão ampla
que permita que a palavra que se define se aplique a mais objetos do que os devidos
e nem tão restrita que exclua aplicações legítimas da palavra; deve expor os
atributos essenciais dos conceitos subjacentes à palavra; deve evitar linguagem
ambígua ou obscura; deve ser literal (não ser figurativa, metafórica ou irônica);
deve expressar-se em uma frase positiva e ser neutra, não valorativa.
108
Todas essas regras, acrescidas dos níveis vocabular, morfológico, sintático,
semântico, de fidelidade ao texto em inglês, da adaptação à prática de enfermagem,
foram levadas em consideração, quando foram analisadas as 34 definições que não
alcançaram índice de concordância igual ou acima de 80,0%. Também foram
levadas em consideração as sugestões apresentadas pelo grupo de especialistas para
modificação na redação do português, para, dessa forma, facilitar o entendimento
do seu significado. Essas sugestões, algumas vezes, estavam relacionadas com a
tradução de adjetivos, com a utilização de sinônimos e, muitas vezes, com o uso de
termos técnicos da área da saúde, mais utilizados pelas enfermeiras na sua prática.
As definições dos termos que apresentaram imprecisão na tradução ou na
versão a partir da back-translation, no nível vocabular, foram analisadas e
acompanhadas das devidas alterações, visando ao uso adequado do(s) termo(s).
Esses termos foram: Fadiga, Consciência e Distúrbio da identidade pessoal. No
nível morfológico, que está relacionado com os aspectos de mudança da flexão
singular/plural e das classes de palavras e com a tradução de substantivo como
adjetivo, os termos que apresentaram imprecisão foram: Nascimento, Dor crônica,
Baixa auto-estima situacional, Baixa auto-estima crônica, Vergonha, Negação,
Ação Comunicativa, Paternidade/Maternidade alterada, Conflito de papel dos
pais e Economia.
No nível sintático, os termos foram analisados, levando-se em consideração
o acréscimo ou eliminação de palavras ou expressões para uma melhor adaptação
semântica e para a manutenção da ordem das palavras no Português, ou seja, para
proporcionar a fidelidade à estrutura sintática portuguesa. Os termos foram:
Náusea, Alto índice de mortalidade infantil, Alto índice de mortalidade
neonatal precoce, Alto índice de mortalidade perinatal e Alto índice de
mortalidade materna.
No nível semântico, que busca um melhor significado para as definições, as
imprecisões foram identificadas nos seguintes termos: Incontinência funcional,
109
Sonolência, Personalidade, Atitudes psicológicas, Confusão, Confusão aguda,
Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas, Desgaste do cuidador,
Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas específicos: trauma de
estupro, morte, divórcio, Agressão social e Moradia inadequada.
No que diz respeito à fidelidade ao texto em inglês, as definições que
apresentaram imprecisão estão relacionadas com os seguintes termos:
Incontinência funcional, Dor aguda, Dor crônica, Consciência e Negação. As
definições que apresentaram necessidade de adaptação à prática de enfermagem
foram as relacionadas com os seguintes termos: Perfusão tissular alterada e
Choque. É preciso lembrar que esses níveis se cruzam, podendo-se, em alguns
termos, identificar mais de um nível, mas a sua identificação e correção teve um
único propósito – uma melhor equivalência semântica, ou seja, um sentido mais
claro e mais preciso dos títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem.
Levando em consideração que o objetivo maior dessa equivalência é a
utilização dessa classificação pelo maior número possível de enfermeiras, mesmo
com uma freqüência de concordância acima de 85,0%, tanto para os títulos como
para as definições, os 44 fenômenos que apresentaram significados diferentes,
sendo dez títulos, trinta definições e quatro títulos com definições, foram
submetidos a todo o processo da técnica da back-translation, para se manter a sua
inclusão na classificação. Todas as sugestões de acréscimos, retiradas ou
modificações dos títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem
apresentadas pelas avaliadoras foram levadas em consideração, não tendo sido
descartada, também, mais uma revisão por um especialista em língua portuguesa.
O resultado dessa segunda aplicação da técnica da back-translation apontou
uma freqüência de concordância, entre avaliadores, de 88,6% para os termos e as
definições respectivamente, conforme apresentado no Gráfico 4.
110
Gráfico 4 Freqüência de concordância para os Títulos e as Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na segunda etapa da back-translation, por enfermeiras do grupo de experts. São Paulo, 1998.
Gráfico 5 Índice de concordância entre as enfermeiras para os Títulos dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na segunda etapa da back-translation. São Paulo, 1998.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1Enfª 2 Enfª 3 Enfª 4 Enfª 5 EnfªTítulos Definições
84%
5%11%
11%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
84%
5%11%
11%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
6
111
Submetendo-se os mesmos termos à verificação se eles tinham exatamente
o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou
significado diferente, os resultados evidenciam que 84,0% dos títulos dos
fenômenos de enfermagem apresentaram um índice de concordância de 100,0%;
5,0% um índice de concordância de 80,0%; e 11,0% uma concordância abaixo de
79,0%, conforme pode ser visualizado no Gráfico 5.
Submetendo-se as definições desses termos à verificação se elas tinham
exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo
significado ou significado diferente, os resultados evidenciam que 57,0% tiveram
índice de concordância de 100,0%; 32,0% com 80,0% de concordância; e 11,0%
com concordância abaixo de 79,0%, conforme pode ser visualizado no Gráfico 6.
Gráfico 6 Índice de concordância entre as enfermeiras para as Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE, na segunda etapa da back-translation. São Paulo, 1998.
Tanto os termos, como as definições que apresentaram índice de
concordância abaixo de 79,0%, estão relacionados com o termo coping, nos
seguintes Fenômenos de Enfermagem: Coping, Defensive coping, Coping:
57%
32%
11%
11%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
57%
32%
11%
11%
Exatamente o mesmo significado Quase o mesmo significado Significado diferente
6
112
disabling, Ineffective coping specific: rape-trauma, death, divorce, Compromised
health coping e Inadequate family coping. Esses resultados repetem os
alcançados na primeira etapa da back-translation, quando os mesmos termos
apresentaram os maiores índices de discordância entre as avaliadoras.
Levando em consideração que a técnica da back-translation só considera
equivalentes semanticamente os termos que alcançarem um índice de concordância
igual ou acima de 80,0%, esses seis termos, que representam 2,0% dos 293 títulos e
292 definições respectivamente, foram retirados da versão final da tradução da
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa. A retirada
desses termos não implica que os mesmos estejam descartados da prática de
enfermagem, mas que, neste estudo, eles não serão considerados, tendo em vista a
observância do rigor da técnica. É lamentável a retirada desses termos, que são
comumente utilizados na área de saúde mental e psiquiatria, área de atuação da
autora deste trabalho, mas, ao mesmo tempo, deve-se reconhecer a importância e a
necessidade do desenvolvimento de estudos relacionados com seus significados na
língua portuguesa e na prática de enfermagem, para que, dessa forma, possam, num
futuro próximo, ser incluídos na tradução para o português do Brasil da CIPE –
Versão Alfa.
Realizando-se um índice de concordância, incluindo-se os julgamentos das
duas etapas da técnica da back-translation, pode-se afirmar que a equivalência
semântica da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem alcançou um índice de
concordância de 98,0% para os títulos dos fenômenos e para as definições,
respectivamente, conforme apresentado nos Gráficos 7 e 8.
113
Gráfico 7 Índice de concordância, incluindo os julgamentos das duas etapas da back-translation, dos Títulos dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE. São Paulo, 1998.
Gráfico 8 Índice de concordância, incluindo os julgamentos das duas etapas da back-translation, das Definições dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE. São Paulo, 1998.
A partir desse resultado, pode-se afirmar que os fenômenos de enfermagem
foram traduzidos de forma semanticamente correta. Mas deve-se ressaltar que é
necessário levar em consideração as dimensões geográficas do Brasil, onde existem
diferentes culturas e subculturas, o que significa que essa tradução pode não
apresentar os mesmos resultados junto às enfermeiras das diferentes regiões do
90%
8% 2%
Exatamente o mesmosignificado
Quase o mesmosignificado
Significado diferente
90%
8% 2%
Exatamente o mesmosignificado
Quase o mesmosignificado
Significado diferente
78%
20%2%
Exatamente o mesmosignificado
Quase o mesmosignificado
Significado diferente
78%
20%2%
Exatamente o mesmosignificado
Quase o mesmosignificado
Significado diferente
114
país. Mesmo tendo-se o cuidado de se atender à fidelidade ao texto em inglês, é
possível que alguns termos tenham pouca validade para uma outra região, apesar do
esforço para que a tradução ficasse sintática, morfológica, semanticamente e em
termos de vocabulário, o mais possível correta.
5.2 Segunda fase da pesquisa: Utilização dos fenômenos de enfermagem
na prática das enfermeiras paraibanas
Nesse item apresentam-se a análise e a discussão dos resultados da segunda
fase deste estudo, divididas nas seguintes partes: 1) Parâmetros psicométricos do
instrumento; 2) Utilização na prática de enfermagem dos fenômenos constantes na
CIPE – Versão Alfa, por estrato amostral e por área de especialidade na
Enfermagem.
5.2.1 Parâmetros psicométricos do instrumento
Na avaliação dos parâmetros psicométricos de um instrumento, deve-se
levar em consideração o estudo da Confiabilidade e da Validade do mesmo. A
Confiabilidade é entendida como o grau de coerência e precisão com que o
instrumento mede o atributo que se propõe a medir (Polit e Hungler, 1995). Pode
ser estimada pelo uso das medidas empíricas do teste-reteste, forma alternativa,
split-half e consistência interna. Neste estudo adotou-se a avaliação da consistência
interna, através do alfa de Cronbach, que indicou um índice de precisão de α =
0.99, sinalizando que o instrumento apresenta consistência interna satisfatória, ou
seja, um alto grau de confiabilidade.
A segunda característica na avaliação dos parâmetros psicométricos de um
instrumento é a Validade, que é definida como a habilidade de um método de medir
115
o que se propõe (Polit e Hungler, 1995). Existem várias técnicas específicas
empregadas para a investigação da validação de um instrumento. A literatura
evidencia a existência de três estratégias gerais, que são consideradas as mais
usadas para o estabelecimento da validade de medidas produzidas por um
instrumento: Validade de critério, Validade de conteúdo e Validade de construto
(Fletcher et al., 1996; Polit e Hungler, 1995). Neste estudo foram adotadas a
Validade de Conteúdo e a Validade de Construto.
A Validade de Conteúdo, segundo Polit e Hungler (1995), é a estimativa da
capacidade dos itens de um instrumento representarem adequadamente todas as
dimensões do conteúdo a que se destinam. Para a realização dessa validação é
necessário que o instrumento seja apresentado a um corpo de peritos, que é
solicitado a avaliar a relevância de cada item para o domínio e a julgar se eles
representam o conteúdo do domínio em questão. Neste estudo essa validação foi
assegurada através da revisão do corpo de juízes, feita durante a realização da
técnica back-translation, como já foi apresentada no capítulo dos procedimentos
metodológicos e na análise e discussão da primeira fase da pesquisa.
A Validação de Construto é considerada um processo complexo, que
envolve uma ampla variedade de abordagens. Neste estudo utilizaram-se as
abordagens de Análise Discriminante e de Análise Fatorial, para se realizar a
validação de construto do instrumento. A análise discriminante ou validade
discriminante de um instrumento é definida como a extensão com que as diferenças
de resultados obtidos por ele refletem diferenças reais entre os sujeitos, grupos ou
situações quanto à característica que ele procura avaliar, ou diferenças reais em um
mesmo indivíduo, grupo ou situações de uma ocasião para outra (Polit e Hungler,
1995).
Para fins de se efetuar a validação discriminante do instrumento geral, foi
computado um índice geral dos itens constituintes da escala, em seguida obtida a
distribuição dos mesmos, com uma média de 933,8 (DP = 168,70), apontando-se
116
características predominantes de uma distribuição normal, conforme pode ser
visualizado no Gráfico 9.
Gráfico 9 Distribuição dos escores totais do índice geral do instrumento. Paraíba, 1999
Visando à constituição dos grupos discriminantes, foi adotado o critério do
ponto de corte de 25,0% abaixo da distribuição e de 25,0% acima da distribuição,
tendo como resultado dois grupos de 95 sujeitos, totalizando 190 sujeitos. Para se
desenvolver a análise discriminante, foi calculado o teste t de Student, tendo como
variância todos os itens constantes no instrumento e, como fatores, os dois grupos-
critério. Os resultados demonstraram que todos os itens exerceram efeito de
impacto entre os dois grupos, ou seja, segundo as comparações obtidas, todos os
itens se mostraram significativos a um p < 0,001, o que comprova que o
instrumento apresentou validade discriminante.
Índice Geral
85080 0 ,07 50 ,0
70 0 ,06 50,0
6 0 0 , 05 5 0 , 0 5 0 0 , 0 4 5 0 , 0 4 0 0 , 0 3 5 0 , 0 13 0 0 , 0 1 2 50,0
120 0,01 15 0 ,0
11 0 0,01 05 0 ,0
10 00 ,09 50,0
900 ,00 ,0
F r e q ü ê n c
i a
60
50
40
30
20
10
0
DP = 168,7 Média = 933,8 N = 378
117
Depois dessa etapa, utilizou-se a Análise Fatorial para se verificar a
validação fatorial dos itens que compõem a escala. Sabe-se que a técnica de análise
fatorial é utilizada com três objetivos principais: 1) permitir avaliar até que ponto
diferentes itens estão ligados ao conceito central estudado; 2) ajudar a determinar
como um grande número de variáveis pode ser reduzido; 3) dar sentido à
variabilidade e à complexidade do comportamento social, reduzindo-o a um
número mais limitado de fatores (Bryman e Cramer, 1992; Kim e Mueller, 1982).
Neste estudo a Análise Fatorial foi utilizada com base no primeiro objetivo, ou seja,
para avaliar a validade fatorial dos fenômenos de enfermagem e para informar até
que ponto eles permitem medir os mesmos conceitos ou variáveis da prática de
enfermagem.
O grau de precisão dos fatores que emergem de uma análise fatorial depende
da dimensão da amostra, embora não haja consenso acerca da dimensão ideal.
Gorsuch13 citado por Bryman e Cramer (1992) defende um número absoluto de
cinco sujeitos por variável e nunca menos do que 100 indivíduos por análise.
Levando-se em consideração esse argumento e o fato de que o instrumento contém
269 variáveis aplicadas a um n = 378, foi necessário dividi-lo em sub-escalas, a
partir dos conceitos centrais da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da
CIPE, assim denominadas: Fenômenos de enfermagem pertencentes a Função
Fisiológica (119 termos), Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Psicológica (23 termos), Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões
para ações (53 termos), Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Ações (48
termos), e Fenômenos de enfermagem pertencentes ao Meio Ambiente (26
termos) (Anexo 5).
Verificou-se, para cada uma das cinco sub-escalas, o índice de
confiabilidade (Alfa de Cronbach), o eigenvalue como também o percentual de
variância explicado por cada fator correspondente, conforme apresentado na Tabela
13 GORSUCH, R. L. Factor analysis. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum, 1983
118
2. Foi verificada também, para cada uma das cinco sub-escalas, a carga fatorial dos
seus itens, para se verificar a coerência dos mesmos, dentro de cada sub-escala,
apesar de não se ter como objetivo a exclusão de itens com carga fatorial abaixo de
0,30. Essa análise permeará a discussão dos dados encontrados na Tabela 2.
Tabela 2 Variância explicada pelos cinco fatores (sub-escalas) da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa. Paraíba, 1999.
Fatores Eigenvalue % de variância* α de Cronbach
Função Fisiológica 32,17 27,0 0,97
Função Psicológica 7,74 33,6 0,91
Razões para as Ações 21,74 41,0 0,97
Ações 17,35 36,1 0,96
Meio Ambiente 11,47 44,1 0,94
*Percentual de variância explicada dos dados em cada sub-escala e não no total do instrumento.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, observa-se que o
fator Função Fisiológica, que representa a sub-escala Fenômenos de enfermagem
pertencentes a Função Fisiológica, apresentou um eigenvalue de 32,17, explicando
27,0% de variância. Dos 119 itens que constituem essa sub-escala, só o item
Estresse de frio apresentou carga fatorial abaixo de 0,30 (0,22). O fator Função
Psicológica, da sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Psicológica, apresentou um eigenvalue de 7,74, explicando 33,6% de variância.
Todos os 23 itens dessa sub-escala apresentaram carga fatorial acima de 0,30. O
terceiro fator Razões para as Ações, da sub-escala Fenômenos de Enfermagem
pertencentes a Razões para as ações, apresentou um eigenvalue de 21,74,
explicando 41,0% de variância. Todos os 53 itens dessa sub-escala apresentaram
carga fatorial acima de 0,30. O fator Ações, representando a sub-escala Fenômenos
de Enfermagem pertencentes a Ações, apresentou um eigenvalue de 17,35,
explicando 36,1% de variância. Todos os 48 itens dessa sub-escala apresentaram
carga fatorial acima de 0,30. O fator Meio Ambiente, representando a sub-escala
119
Fenômenos de Enfermagem pertencentes ao Meio Ambiente apresentou um
eigenvalue de 11,47, explicando 44,1% de variância. Essa escala é constituída de
26 itens, entre os quais só o termo Sexismo apresentou carga fatorial abaixo de
0,30 (0,28). Para se avaliar a confiabilidade, foi calculado o coeficiente alfa de
Cronbach, para cada fator (sub-escala) isoladamente, tendo como resultado um alto
índice de confiabilidade interna, variando de 0,97 a 0,91.
De modo geral, a partir dos resultados deste estudo, pode-se afirmar que o
instrumento utilizado tem características psicométricas consistentes, haja vista ter
demonstrado poder de discriminação, adequado índice de consistência interna e
substancial validade fatorial, tornando-se, por isso, um instrumento bastante
confiável na investigação da utilização dos fenômenos de enfermagem na prática
profissional.
5.2.2 Utilização, na prática de enfermagem, dos fenômenos constantes
na CIPE – Versão Alfa
Para se analisar a utilização dos termos nas sub-escalas que constituem a
Classificação de Fenômenos de Enfermagem, foi utilizada uma estratégia de
processamento dos dados, que possibilitou a mensuração das variáveis,
contemplando a utilização e a não utilização dos mesmos na prática de
enfermagem. O reprocessamento dos dados, após essa transformação, permitiu a
construção de novas tabelas para as referidas escalas, e a utilização da Moda, como
indicador da tendência central da distribuição (Anexo 6). Verificou-se, para cada
uma das cinco sub-escalas, o Alfa de Cronbach, tendo como resultado um alto
índice de confiabilidade interna, variando de 0,97 a 0,89.
120
Gráfico 10 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem por enfermeiras. Paraíba, 1999.
Analisando-se a tendência central da distribuição através da Moda, pode-se
observar, de acordo com o Gráfico 10, que 4,8% (13) dos termos apresentam uma
freqüência maior como nunca utilizados; 28,3% (76) como utilizados algumas
vezes ou raramente e 66,9% (180) como utilizados sempre ou muitas vezes, na
prática de enfermagem das enfermeiras paraibanas.
A utilização de 95,2% (256) dos termos pelas enfermeiras, numa freqüência
de algumas vezes/raramente e sempre/muitas vezes vem, mais uma vez,
confirmar que a Classificação de Fenômenos de Enfermagem foi constituída por
conceitos oriundos da prática de enfermagem, ou seja, de denominações dadas
pelas enfermeiras para os problemas ou situações vivenciadas em sua prática
profissional. Os 4,8% (13) dos termos que apresentaram uma freqüência maior
como nunca utilizados são os seguintes: Estresse de frio (66,7%), Incontinência
por pressão (41,5%), Incontinência reflexa (48,1%), Incontinência de urgência
(44,2%), Tegumento interrompido (46,6%), Constipação percebida (56,6%),
Negligência unilateral (53,4%), Pesar disfuncional (41,8%), Atividade
instrumental da vida diária (39,7%), Desgaste do cuidador (44,4%), Violência
4,8 28,3 66,9
Nunca Algumas vezes/raramente Sempre/muitas vezes
121
autodirecionada (42,3%), Mutilação genital feminina (48,9%) e Sexismo
(48,1%).
Desses termos, dois: Estresse de frio e Sexismo já foram evidenciados, na
análise fatorial, como os únicos que apresentaram carga fatorial abaixo de 0,30.
Consultando-se a configuração cruzada dos fenômenos de enfermagem,
apresentada pelo CIE (ICN, 1996b), para se identificar a origem desses termos,
observou-se que 8 dos 13 termos (Incontinência por pressão, Incontinência reflexa,
Incontinência de urgência, Tegumento interrompido, Constipação percebida,
Negligência unilateral, Pesar disfuncional, Desgaste do cuidador e Violência
autodirecionada) fazem parte da Taxonomia da NANDA, e que o termo Atividade
instrumental da vida diária é oriundo do sistema de Classificação dos Cuidados
Domiciliares de Saúde – HHCC. Dos demais termos: Mutilação genital feminina,
Estresse de frio e Sexismo, não foi possível identificar a origem, uma vez que os
mesmos não fazem parte da lista inicial de termos derivados das classificações de
enfermagem existentes no mundo, publicada pelo CIE, em 1993, nem da
configuração cruzada apresentada na Versão Alfa da CIPE.
Analisando-se a utilização dos fenômenos de enfermagem nas sub-escalas,
pode-se observar, no Gráfico 11, que a maioria dos termos são utilizados pelas
enfermeiras paraibanas, com uma freqüência de sempre/muitas vezes, nas sub-
escalas de Meio Ambiente, Função Fisiológica, Função Psicológica e Razões para
as Ações, com exceção da sub-escala Ações, onde a maior freqüência de utilização
foi de algumas vezes/raramente.
122
Gráfico 11 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem por sub-escal as. Paraíba, 1999.
Os 180 termos marcados, como utilizados sempre/muitas vezes, apresentam
a seguinte distribuição: 90 estão na sub-escala Função Fisiológica, 31 na de Razões
para as Ações, 23 na de Meio Ambiente, 21 na de Ações e 15 na Função
Psicológica. Dos 76 termos que foram evidenciados como utilizados algumas
vezes/raramente, 24 fazem parte da sub-escala Função Fisiológica, 23 da de Ações,
19 da de Razões para as Ações, 8 da de Função Psicológica e 2 da de Meio
Ambiente. Os 13 termos que apresentaram uma maior freqüência como nunca
utilizados estão distribuídos da seguinte forma: 5 na sub-escala Função Fisiológica;
4 na de Ações, 3 na de Razões para as Ações e 1 na sub-escala de Meio Ambiente.
Merece destaque o fato de que a sub-escala Função Psicológica foi a única que não
apresentou termos como nunca utilizados.
Para Beyers e Dudas (1989), a base da prática de enfermagem tem seus
conceitos, princípios e fatos derivados das Ciências Físicas, Biológicas e Sociais e
3,8 7,7 88,5
8,3 47,9 42,8
5,6 35,8 58,6
034,8 65,2
4,2 20,2 75,6Função fisiológica
Função psicológica
Razões para as ações
Ações
Meio ambiente
Nunca Algumas vezes/raramente Sempre/muitas vezes
123
de muitas outras áreas, como a Administração, a Educação e a Psicologia. Esses
conceitos, princípios e fatos proporcionam às enfermeiras um sólido conhecimento
dos mecanismos de saúde e doença, dos meios pelos quais os indivíduos se mantêm
saudáveis, das alterações fisiológicas e psíquicas que ocorrem na doença e das
adaptações pelas quais a pessoa passa ao apresentar modificações em seu estado de
saúde. Acredita-se que a aquisição desses conhecimentos pelas enfermeiras, tanto
na sua formação como na vida profissional, tenha favorecido a alta freqüência de
utilização dos fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa na prática profissional
das enfermeiras paraibanas.
5.2.2.1 Utilização dos fenômenos de enfermagem por enfermeiras paraibanas,
de acordo com o estrato amostral
A análise da utilização dos fenômenos de enfermagem por enfermeiras, de
acordo com o estrato amostral, foi feita a partir da freqüência de utilização,
considerando-se como sendo sempre utilizados, quando os termos apresentaram
uma freqüência igual a 100,0%, muitas vezes, quando apresentaram freqüência
entre 99,0% a 80,0% e raramente, quando apresentaram freqüência igual ou abaixo
de 79,0%.
O Gráfico 12 apresenta os resultados da distribuição da freqüência
percentual de utilização dos fenômenos de enfermagem, por enfermeiras
paraibanas, nos três estratos amostrais do estudo: Grande João Pessoa, Campina
Grande e Demais Municípios Paraibanos, tendo como base a nova classificação dos
dados. Visualiza-se que as enfermeiras dos Demais Municípios utilizam sempre
um maior número de termos (38,3% [103]), se comparados com os outros dois
locais: João Pessoa (1,1% [3]) e Campina Grande (7,1% [19]), e que utilizam um
menor número de termos raramente (14,1% [38]), diferenciando-se também das
outras duas localidades – Grande João Pessoa (29,8% [80]) e Campina Grande
124
(25,3% [68]). Observa-se, também, no gráfico acima, que a localidade Demais
Municípios é a que menos utiliza os termos numa freqüência de muitas vezes,
ficando com um percentual de 47,6% (128) contra 69,1% (186) e 67,6% (182),
respectivamente, da Grande João Pessoa e de Campina Grande.
Gráfico 12 Distribuição do percentual de utilização dos fenômenos de enfermagem por enfermeiras paraibanas, de acordo com o estrato amostral. Paraíba, 1999.
Com o objetivo de se verificar a direção do impacto das diferenças
observadas, foi desenvolvida a análise de variância (ANOVA), seguida do teste
Post Hoc de Tuckey, que tem como finalidade indicar a direção do impacto das
Diferenças Honestamente Significantes – DHS, observadas no cálculo da análise de
variância. O resultado da ANOVA foi significativo para efeito do estudo com F (2:
375) = 19,616, p < 0,000 (DHS Tuckey p < 0,05), apontando para a existência de
diferenças honestamente significativas, de acordo com a localidade de utilização
dos termos, por enfermeiras (Tabela 3).
38,3 47,6 14,1
7,1 67,6 25,3
1,1
69,1 29,8Grande João Pessoa
Campina Grande
Demais Municípios
Sempre Muitas vezes Raramente
125
Tabela 3 Análise de Variância dos itens do instrumento que compõem a Classificação de Fenômenos de Enfermagem e os locais de utilização. Paraíba, 1999.
Variável depen-dente
Grupo de Localidade Grupos de Localidade Diferença média
Erro padrão Sig.
1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -46,7256 21,413 ,074
3.Demais Municípios -129,9143* 20,823 ,000
2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa 46,7256 21,413 ,074
3.Demais Municípios -83,1887* 25,625 ,003
3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa 129,9143* 20,823 ,000
Índice
Geral do Instru-mento
2.Campina Grande 83,1887* 25,625 ,003
* Diferença média significativa a um nível de 0,05.
Observa-se, na Tabela 3, que existe estatisticamente discriminação
significativa entre os grupos, quando cruzados com o local 3 – Demais Municípios.
De certa forma, esse resultado não era esperado, pois acreditava-se que as
diferenças na utilização dos termos, por enfermeiras paraibanas, seria maior nos
estratos da Grande João Pessoa e de Campina Grande, uma vez que é nessas
localidades onde existe uma maior concentração de enfermeiras (80,0%), segundo
informações do COREn-PB. Também na Grande João Pessoa e em Campina
Grande estão localizadas as três Escolas/Departamentos de Enfermagem do Estado
e a grande maioria das Instituições de Saúde. Os resultados do estudo rejeitaram
essa hipótese.
Buscando esclarecer essas diferenças significativas, foi aplicado o teste Post
Hoc de Tuckey (DHS Tuckey p < 0,05), tendo como variável dependente as cinco
sub-escalas. Os resultados desse teste, apresentados na Tabela 4, reafirmam a
existência de discriminação significativa entre os grupos, quando cruzados com o
local 3 – Demais Municípios. Esses resultados também evidenciam que, na sub-
escala de Ações, a segunda localidade, Campina Grande, não difere
significativamente de nenhum dos outros dois grupos de localidade. Outro fato,
126
que merece destaque nos resultados, é que a sub-escala Meio Ambiente foi a única
a apresentar diferenças significativas em todos os grupos de localidade.
Tabela 4 Análise de Variância das sub-escalas do instrumento que compõem a Classificação de Fenômenos de Enfermagem e os locais de utilização. Paraíba, 1999.
Variável depen-dente
Local Local Diferença média
Erro padrão Sig.
1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -,2780818 ,127 ,073 3.Demais Municípios -,6766764* ,123 ,000
2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa ,2780818 ,127 ,073 3.Demais Municípios -,3985946* ,152 ,024
3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa ,6766764* ,123 ,000
Função Fisioló-
gica 2.Campina Grande ,3985946* ,152 ,024
1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -,1376557 ,123 ,501 3.Demais Municípios -,7219540* ,119 ,000
2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa ,1376557 ,123 ,501 3.Demais Municípios -,5842983* ,147 ,000
3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa ,7219540* ,119 ,000
Função Psicoló-
gica 2.Campina Grande ,5842983* ,147 ,000
1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -,2226497 ,125 ,177 3.Demais Municípios -,7734515* ,122 ,000
2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa ,2226497 ,125 ,177 3.Demais Municípios -,5508019* ,150 ,001
3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa ,7734515* ,122 ,000
Razões para as Ações
2.Campina Grande ,5508019* ,150 ,001 1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -,1644859 ,129 ,408
3.Demais Municípios -,4615922* ,125 ,001 2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa ,1644859 ,129 ,408
3.Demais Municípios -,2971064 ,154 ,131 3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa ,4615922* ,125 ,001
Ações
2.Campina Grande ,2971064 ,154 ,131 1.Grande João Pessoa 2.Campina Grande -,2950313* ,126 ,050
3.Demais Municípios -,6530641* ,122 ,000 2.Campina Grande 1.Grande João Pessoa ,2950313* ,126 ,050
3.Demais Municípios -,3580328* ,150 ,046 3.Demais Municípios 1.Grande João Pessoa ,6530641* ,122 ,000
Meio
Ambi-ente
2.Campina Grande ,3580328* ,150 ,046
* Diferença média significativa a um nível de 0,05.
Numa tentativa de se explorar hipóteses de relação para essas diferenças, foi
feito o cruzamento da variável local do estudo com as variáveis sócio-
demográficas da amostra (idade, nível de educação, tempo de experiência,
campo de atuação, posição atual e especialidade), utilizando-se a análise do
conjunto das variáveis e o resíduo padronizado em tabelas de contingência.
127
Com relação à idade das enfermeiras paraibanas, pode-se afirmar que a
distribuição das observações não é aleatória, já que o teste do χ2 aponta uma baixa
probabilidade para essa hipótese (χ2 = 28,27; df = 6; p = 0,000), ou seja, que o local
do estudo tem alguma relação com a idade das enfermeiras. Pode-se constatar,
analisando-se o resíduo padronizado, que a medida de maior responsabilidade do χ2
foi a ocorrência de uma freqüência observada maior do que a esperada, na faixa
etária de 20 a 30 anos, na localidade Demais Municípios (2,5), significativo ao
nível de 5,0% e 10,0%.
No que diz respeito à utilização dos termos, por localidade, identifica-se a
existência de comportamento diferente, segundo o nível de educação das
enfermeiras (χ2 = 46,14; df = 6; p = 0,000), explicado pela presença de uma
freqüência observada maior do que a esperada no nível de Graduação, com um
resíduo de 1,6 nos Demais Municípios e de 2,8 em Campina Grande, significativos
ao nível de 10,0% e 5,0% respectivamente. Identifica-se também, uma freqüência
observada maior do que a esperada no nível de Mestrado, com um resíduo de 3,2 na
Grande João Pessoa, explicado pela presença, nessa localidade, do único curso de
Mestrado em Enfermagem do Estado da Paraíba, que, de certa forma, favorece a
sua realização, pelas enfermeiras, ali residentes.
Cruzando-se a variável local do estudo com o tempo de experiência, tem-
se, como resultado, um χ2 = 28,27; com um df = 6; para um p = 0,000, confirmando
a relação entre essas duas variáveis. Analisando-se a tabela de contingência,
evidenciou-se que o tempo de experiência que vai de 0 a 10 anos foi o responsável
pelo maior resíduo (3,7), significativo, tanto ao nível de 5,0% como ao de 10,0%,
na localidade Demais Municípios.
A utilização dos termos por localidade tem comportamento diferente,
segundo o campo de atuação (χ2 = 18,80; df = 2; p = 0,000). Analisando-se a
tabela de contingência, pode-se afirmar que a medida de maior responsabilidade
128
para o teste do χ2 foi a ocorrência de uma freqüência observada de enfermeiras
assistenciais, maior do que a esperada, com um resíduo de 1,7 nos Demais
Municípios e de enfermeiras docentes, com uma freqüência observada maior do
que a esperada, com resíduo de 2,1 na Grande João Pessoa, significativos ao nível
de 5,0% e 10,0%. A presença de uma maior freqüência observada de enfermeiras
docentes na Grande João Pessoa justifica-se em virtude da existência, nessa
localidade, de dois Cursos de Graduação em Enfermagem e de vários Curso de
Auxiliar de Enfermagem.
No que diz respeito à posição atual, na Enfermagem, das enfermeiras
assistenciais, verifica-se que a presença de uma freqüência esperada menor do que
a freqüência observada, foi a responsável pelo resíduo de 3,9 das enfermeiras que
trabalham no Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS e no Programa
de Saúde da Família – PSF, nos Demais Municípios e de um resíduo de 2,0 de
enfermeiras que trabalham como Chefes de enfermagem, também nos Demais
Municípios, ambos os resíduos significativos ao nível de 5,0% e 10,0%.
Observa-se também que a utilização dos termos por localidade tem
comportamento diferente, segundo a especialidade (χ2 = 24,88; df = 10; p= 0,006).
Analisando-se a tabela de contingência, identifica-se que a área de Enfermagem de
Saúde Pública foi a responsável pelo resultado do χ2, com um resíduo de 1,6,
significativo ao nível de 10,0%, nos Demais Municípios.
A partir dessa análise do conjunto das variáveis e do resíduo padronizado em
tabelas de contingência, feita com base nos cruzamentos da variável local do estudo
com as variáveis sócio-demográficas da amostra, pode-se levantar a hipótese de
que as diferenças apresentadas na utilização dos fenômenos, por enfermeiras dos
Demais Municípios, deve-se ao fato de ser essa localidade a que está absorvendo
um maior número de enfermeiras recém-graduadas ou com, no máximo, dez anos
de formadas, trabalhando na área de Enfermagem de Saúde Pública,
129
especificamente nos Programas do PACS e do PSF, que começaram a ser
implantados nos municípios paraibanos em 1991 e 1994, respectivamente, e hoje
estão sendo desenvolvidos em 203 e 58 municípios respectivamente.
5.2.2.2 Utilização dos fenômenos de enfermagem, por enfermeiras
paraibanas, de acordo com a especialidade
Para se analisar a utilização dos fenômenos de enfermagem, por área de
especialidade, adotou-se a classificação das sub-áreas de Enfermagem, utilizadas
pelo CNPq e CAPES, e o número de enfermeiras em cada uma das especialidades,
assim distribuídas: Enfermagem Médico-Cirúrgica (n = 170), Enfermagem
Obstétrica (n = 26), Enfermagem Pediátrica (n = 57), Enfermagem Psiquiátrica (n =
26), Enfermagem em Doenças Contagiosas (n = 7) e Enfermagem de Saúde Pública
(n = 92). Os resultados foram apresentados, levando-se em consideração também
as sub-escalas de fenômenos e o julgamento feito pela autora deste trabalho, se os
termos foram sempre utilizados, quando apresentaram uma freqüência igual a
100,0%, muitas vezes utilizados, quando apresentaram freqüência entre 99,0% a
80,0% e raramente utilizados, quando apresentaram freqüência igual ou abaixo de
79,0%.
As sub-escalas de fenômenos foram desenvolvidas a partir dos conceitos
centrais da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE Versão Alfa.
Nessa classificação o conceito central – fenômenos de enfermagem, subdivide-se
em dois grandes blocos: o Ser humano e o Meio Ambiente. O bloco Ser humano
pode ser descrito em diferentes níveis: o físico, o biológico (funções) e o referente
ao indivíduo enquanto pessoa. Segundo Nielsen (1996) e Mortensen (1997),
autores da arquitetura taxonômica desta classificação, a seleção dos dois níveis de
descrição – Funções e Pessoa – foi feita de acordo com o que se acredita ser o foco
primário da prática de enfermagem, isto é, o nível biológico e o nível da pessoa.
130
No nível das Funções, os fenômenos de enfermagem dividem-se em dois
grupos: Funções Fisiológicas e Funções Psicológicas, dando origem às sub-escalas:
Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica e Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Função Psicológica. No nível da Pessoa, os
fenômenos de enfermagem dividem-se em dois grandes grupos: Razões para as
ações e Ações da pessoa, dando origem as sub-escalas: Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Razões para as Ações e Fenômenos de
Enfermagem pertencentes a Ações.
O bloco Meio ambiente está subdividido em fenômenos de enfermagem
relacionados com Meio ambiente humano e Meio ambiente natureza, que, neste
estudo, em virtude do reduzido número de termos, fazem parte de uma única sub-
escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Meio Ambiente.
5.2.2.2.1 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica
A sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Fisiológica é constituída de 119 termos, divididos em 13 grandes conceitos,
oriundos das várias classificações existentes na Enfermagem: Respiração,
Circulação, Termorregulação, Nutrição, Digestão, Hidratação, Aleitamento
materno, Eliminação, Tegumento, Restauração, Atividade física, Reprodução
e Crescimento e desenvolvimento. Cada um desses conceitos é subdividido em
pequenas pirâmides de conceitos, que estão apresentadas do Gráfico 13 ao 25.
131
Gráfico 13 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica - Respiração por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O fenômeno de enfermagem Respiração é apresentado como um termo
central para essa pirâmide de conceitos, que é constituída de 13 fenômenos de
enfermagem. O Gráfico 13 apresenta a distribuição do percentual de utilização dos
fenômenos de enfermagem pertencentes a Respiração, por área de especialidade,
por enfermeiras paraibanas. Observa-se, nesse gráfico, que os termos Respiração
100
99,4
97
82,3
82,9
94,1
85,9
90
90,6
98,2
78,2
82,9
97
92,3
88,5
92,3
73,1
69,2
80,8
69,2
73,1
88,5
100
84,6
96,1
76,9
100
96,5
100
84,2
92,9
96,5
85,9
87,7
92,9
94,7
87,7
87,7
89,5
80,8
57,7
80,8
65,4
69,2
57,7
42,3
92,3
65,4
65,4
84,6
50
50
100
100
100
28,6
100
71,4
71,4
71,4
100
100
71,4
42,9
71,4
97,8
97,8
97,8
66,3
81,5
94,6
85,9
91,3
94,6
95,6
72,8
75
67,4
Respiração
Ventilação
Dispnéia
Dispnéia funcional
Ortopnéia
Limpeza das vias aéreas
Limpeza ineficaz das vias aéreas
Expectoração
Aspiração
Regurgitação
Intolerâcia à atividade
Troca de gases
Troca ineficaz de gases
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
132
e Dispnéia foram os dois únicos que apresentaram uma freqüência de utilização
como sempre e muitas vezes, em todas as especialidades.
Segundo Black e Matassarin-Jacobs (1996), a respiração é uma função vital
para o ser humano e, conseqüentemente, um conceito conhecido e muito utilizado
na prática de enfermagem. Os problemas respiratórios são muito comuns, podendo
ser considerados agudos e crônicos. Entre eles destaca-se a dispnéia. Por esses
motivos as enfermeiras estão envolvidas, tanto no fornecimento da assistência aos
clientes com problemas respiratórios, quanto na prevenção desses problemas.
Os termos Dispnéia funcional e Troca ineficaz de gases foram os que
apresentaram um maior número de freqüência como raramente, utilizado em
quatro especialidades: Enfermagem Obstétrica, Enfermagem Psiquiátrica,
Enfermagem em Doenças Contagiosas e Enfermagem de Saúde Pública. O termo
Dispnéia funcional continua a ser um termo apresentado na Versão Beta, definido
como “respiração curta associada com atividade física tais como exercício e
caminhada” (ICN, 1999c), mas na literatura de Enfermagem pesquisada esse termo
não é utilizado. Na Versão Beta, o termo Troca ineficaz de gases foi retirado em
virtude de conter o qualificador ineficaz, que passou a fazer parte do eixo
julgamento (ICN, 1999c).
Foram apresentadas pelas enfermeiras sugestões relacionadas com a
localização dos termos e com suas definições. Mesmo não sendo o objetivo desta
pesquisa o estudo da estrutura taxonômica da CIPE e as definições dos seus termos,
achou-se importante o registro dessas sugestões, com o intuito de contribuir para o
aperfeiçoamento dessa classificação. Com relação à localização dos termos na
pirâmide de conceitos, as enfermeiras apontaram, com estranheza, o fato de os
conceitos Regurgitação e Intolerância à atividade estarem ligados ao conceito
Respiração. Devlies (1997), analisando a utilização dos termos da CIPE – Versão
Alfa, também apresenta essas considerações sobre a subdivisão do fenômeno
Respiração com a inclusão dos termos Regurgitação e Intolerância à atividade.
133
Examinando-se a Versão Beta, para se averiguar a localização desses dois termos,
nota-se que o termo Regurgitação foi deslocado para o conceito de Digestão e o
termo Intolerância à atividade deixou de ser considerado um fenômeno
pertencente a Função Fisiológica, tendo sido deslocado para o núcleo de Razões
para as ações, passando a ser considerado pertencente ao fenômeno Energia (ICN,
1999c).
Da mesma forma, foi apontado o fato de a característica específica de
Expectoração – inabilidade para desobstruir as vias aéreas –, não representar o
significado real do conceito expectoração que é “a expulsão de material pela boca,
habilidade de desobstrução de material líquido ou semilíquido dos pulmões e das
vias aéreas, expelido pela tosse e pelo escarro” (Osol, 1982). O mesmo acontece
com o conceito Aspiração, que tem como característica específica na CIPE a
“inabilidade para desobstruir as vias aéreas de substâncias externas” (ICN,
1996b), mas foi encontrado, na literatura pesquisada para este trabalho, como “o
ato de sugar para cima ou para dentro; retirada de líquidos e de gases de uma
cavidade” (Osol, 1982). O uso dessas características específicas para esses termos
na CIPE justifica-se por serem esses dois conceitos Expectoração e Aspiração
considerados espécie do conceito Limpeza ineficaz das vias aéreas, que significa
“a inabilidade para desobstruir as vias aéreas” (ICN, 1996b).
Na Versão Beta, o termo Limpeza ineficaz das vias aéreas foi excluído,
devido ao fato de, na transposição dos conceitos da Versão Alfa para essa versão,
todos os termos que apresentavam qualificadores foram excluídos ou modificados.
Dessa forma, as definições dos termos Expectoração e Aspiração passaram a ser
considerados espécie do conceito Limpeza das vias aéreas e definidos,
respectivamente, como “expulsão de muco, saliva ou líquido da traquéia,
brônquios e pulmões através da tosse ou escarro” e “inalação de substâncias
externas ou substâncias do estômago por via aérea baixa” (ICN, 1999c).
134
Na Versão Beta, o termo Respiração continua sendo um conceito central
subdividido em 15 fenômenos de enfermagem, dos quais nove estão apresentados
no Gráfico 13. Dos quatro termos que foram retirados, quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta, dois foram deslocados para outros conceitos:
Regurgitação para o conceito de Digestão e Intolerância à atividade para o
conceito Energia. Os outros dois foram excluídos: Limpeza ineficaz das vias
aéreas e Troca ineficaz de gases, em virtude de apresentarem o qualificador
ineficaz, que passou a fazer parte do eixo Julgamento. Os seis novos termos
apresentados dentro dessa pirâmide de conceito são: Hiperventilação,
Hipoventilação, Dispnéia de esforço, Hipoxia, Tosse e Sufocação (ICN, 1999c).
Gráfico 14 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Circulação, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
97
95,3
92,3
91,8
83,5
94,1
95,9
95,3
72,4
62,4
96,5
100
96,1
88,5
80,8
73,1
84,6
100
100
61,5
57,7
96,1
94,7
96,5
89,5
89,5
84,2
87,7
98,3
94,7
77,2
80,7
91,2
100
65,4
57,7
57,7
57,7
57,7
73,1
73,1
34,6
42,3
61,5
100
100
100
28,6
57,1
42,4
42,9
42,9
71,4
100
71,4
98,9
98,9
93,5
92,4
77,2
94,6
94,6
94,6
69,6
64,1
98,9
Circulação
Função cardíaca
Débito cardíaco diminuído
Débito cardíaco aumentado
Débito Cardíaco interrompido
Função circulatória
Pressão sanguínea elevada
Pressão sanguínea diminuída
Função circulatória interrompida
Perfusão tissular alterada
Choque
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
135
O conceito Circulação é apresentado como um termo central da pirâmide de
conceitos, que é constituída de 11 fenômenos de enfermagem. Observa-se, no
Gráfico 14, que apresenta a distribuição do percentual de utilização dos fenômenos
de enfermagem por área de especialidade, que o termo Circulação foi o único que
teve freqüência acima de 80,0%, em todas as especialidades, seguido de Função
cardíaca e Débito cardíaco diminuído, em cinco especialidades.
É indiscutível que a freqüência dos problemas de saúde relacionados com o
conceito de circulação têm crescido muito nos últimos tempos, o que coloca os
cuidados às pessoas portadoras de doenças cardíacas como uma das prioridades na
assistência de enfermagem (Black e Matassarin-Jacobs, 1996; Nettina, 1996). Pela
importância da função circulatória para a manutenção da vida, espera-se que as
enfermeiras, seja qual for a especialidade em que atuam, entendam a estrutura e a
função cardíaca, os vários tipos de problemas cardíacos e os métodos para avaliar
esses problemas (Smeltzer e Bare, 1998). Portanto, não é estranha a utilização dos
conceitos Circulação, Função cardíaca e Débito cardíaco, por enfermeiras
paraibanas, na sua prática profissional.
Os termos Função circulatória interrompida, Perfusão tissular alterada
e Débito cardíaco interrompido foram os que apresentaram maiores divergências
de utilização nas especialidades. Na Versão Beta esses termos foram excluídos em
virtude da utilização dos qualificadores interrompido e alterado, que passaram a
fazer parte de um outro eixo – o de julgamento.
A especialidade Enfermagem Psiquiátrica foi a que apresentou maior
número de termos com freqüência de utilização abaixo de 80,0%. Apesar de os
problemas cardíacos serem comuns a todos os indivíduos, não é comum o
atendimento desse tipo de paciente nessa especialidade, onde os pacientes com esse
tipo de problema são tratados por especialistas, ou transferidos para unidades
especializadas.
136
Na Versão Beta, o termo Circulação continua sendo um conceito central,
subdividido em 17 fenômenos de enfermagem, dos quais sete fazem parte dos 11
apresentados no Gráfico 14. Desses sete, dois foram modificados, ou seja, foram
retirados os qualificadores (Débito cardíaco e Pressão sangüínea); um foi
substituído (Função circulatória por Função vascular) e os demais foram
excluídos, em virtude da utilização dos qualificadores (Débito cardíaco
aumentado, Débito cardíaco interrompido, Pressão sangüínea diminuída e
Função circulatória interrompida). Os dez novos termos apresentados dentro
dessa pirâmide de conceito são: Arritmias, Hipertensão, Hipotensão, Choque
anafilático, Choque cardiogênico, Choque vasogênico, Choque neurogênico,
Sangramento, Hemorragia e Hematoma (ICN, 1999c).
Gráfico 15 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Termorregulação, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
93,5
98,8
96,5
99,4
97,6
35,9
100
92,3
100
100
100
100
46,2
100
80,7
96,5
96,5
100
94,7
31,6
96,5
65,4
88,5
92,3
69,2
61,5
92,3
100
100
100
100
71,4
28,6
100
82,6
97,8
97,8
100
96,7
33,7
98,9
7,7
Termorregulação
Temperatura corporal
Hipertermia
Febre
Hipotermia
Estresse de frio
Calafrios
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
137
A pirâmide de conceitos, desenvolvida a partir do conceito
Termorregulação, é constituída de sete fenômenos de enfermagem. O Gráfico 15
apresenta a distribuição percentual de utilização desses fenômenos, por área de
especialidade. Observa-se que os termos Temperatura corporal, Hipertermia e
Calafrios foram os que apresentaram freqüência de utilização acima de 80,0%, em
todas as especialidades, sendo, portanto, considerados termos utilizados como
sempre e/ou muitas vezes, por enfermeiras paraibanas. Desses, o termo Calafrio,
na Versão Beta, foi transferido para a pirâmide do conceito Atividade motora,
significando “tremor involuntário com contrações musculares ou sensação de
espasmo de frio associado com falha da temperatura corporal abaixo do ponto de
ajuste do termostático provocado por efeito da anestesia ou da fase de arrepio da
febre” (ICN, 1999c).
O termo Estresse de frio foi o único a apresentar freqüência como
raramente, utilizado em todas as especialidades. Merece registro o fato de esse
termo já ter apresentado resultado não satisfatório no desenvolvimento desta
pesquisa, tendo sido um dos dois termos que apresentaram carga fatorial abaixo de
0,30, quando foi desenvolvida a técnica de análise fatorial, na validação de
construto do instrumento utilizado, e, agora, aparece como um dos termos pouco
utilizados pelas enfermeiras, apresentando, inclusive, freqüência abaixo de 50,0%,
sendo considerado o termo, em todo o estudo que apresentou uma menor
freqüência de utilização (33,3%). Acredita-se que esses fatos aconteceram em
virtude da incongruência cultural desse termo na nossa realidade, uma vez que o
mesmo é uma subdivisão do termo Hipotermia, significando “sensação de frio,
confusão, passo trôpego, desorientação, pele extremamente fria, fala entrecortada,
introversão e amnésia, arritmia, cianose, rigidez muscular” (ICN, 1996b),
características comuns às conseqüências de exposição a baixas temperaturas, que
são específicas de países de clima muito frio.
138
Na Versão Beta, esse termo é definido como: “um tipo de temperatura
corporal com as seguintes características: anormal baixa de temperatura corporal
devido a prolongada exposição a ambiente congelante por razões terapêuticas ou
exposição prolongada a ambiente congelante com sensação de frio, extremidades
frias e pele pálida, cianose, rigidez muscular, respiração profunda lenta, fala
entrecortada, introversão, amnésia, desmaio e ritmo cardíaco lento, arritmias,
confusão e desorientação.” (ICN, 1999c).
Na Versão Beta, o termo Termorregulação deixou de ser considerado um
conceito central, sendo substituído por Temperatura corporal, subdividido em
oito fenômenos de enfermagem, dos quais seis fazem parte dos sete termos
apresentados no Gráfico 15, tendo sido transferido para outro núcleo de conceito o
termo Calafrio. Os dois novos termos apresentados são: Excesso de calor e
Explosão de calor (ICN, 1999c).
Gráfico 16 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem, pertencentes a Função Fisiológica – Nutrição, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
98,2
93,5
95,9
98,8
92,3
95,9
100
96,1
100
100
84,6
100
100
96,5
96,5
94,7
85,9
100
80,8
80,8
73,1
100
57,7
84,6
100
57,1
57,1
100
57,1
100
98,9
89,1
94,6
97,8
80,4
94,6
Nutrição
Déficit de nutrição
Má nutrição
Emagrecimento
Nutrição excessiva
Obesidade
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
139
Nutrição é apresentado como um termo central da pirâmide de conceitos que
é constituída de seis fenômenos de enfermagem. O Gráfico 16 apresenta a
distribuição percentual de utilização desses fenômenos, por área de especialidade.
Observa-se que os fenômenos Nutrição, Emagrecimento e Obesidade são
utilizados pelas enfermeiras, nas seis especialidades, com freqüência acima de
80,0%, sendo considerados como termos sempre e/ou muitas vezes utilizados pelas
enfermeiras.
Para Black e Matassarin-Jacobs (1996), a nutrição é uma necessidade básica,
que se tornou um dos mais proeminentes componentes utilizados pela equipe de
saúde e, principalmente, pelas enfermeiras, na promoção da saúde e na prevenção
de doenças. Para os referidos autores, a nutrição saudável é o equilíbrio apropriado
de nutrientes, fibras, líquidos, vitaminais e minerais, e, quando isso não acontece, o
indivíduo pode apresentar a nutrição inadequada ou a nutrição excessiva. Essa
afirmação corrobora os resultados do estudo, onde se identificou que os termos
mais utilizados por enfermeiras paraibanas dizem respeito a Nutrição,
Emagrecimento (nutrição inadequada) e Obesidade (nutrição excessiva).
Os termos Nutrição excessiva e Má nutrição apresentaram freqüência
como raramente utilizados em duas especialidades e o termo Déficit de nutrição,
em uma especialidade. Merece destaque o fato de nenhum termo ter apresentado
freqüência abaixo de 80,0%, em todas as especialidades. Desses termos que
tiveram freqüência como raramente utilizados, só o termo Má nutrição
permaneceu na Versão Beta. Os demais foram retirados em virtude da utilização
dos qualificadores: excessiva e déficit, o que parece contraditório visto que o termo
Má também é um qualificador e não foi excluído.
O conceito Nutrição continua sendo um conceito central na Versão Beta,
constituído de 16 fenômenos de enfermagem, dos quais quatro fazem parte dos
termos apresentados no Gráfico 16. Os 12 novos termos apresentados são: Ingestão
nutricional, Ingestão de líquidos, Ingestão de alimentos, Estado nutricional,
140
Robustez, Sobrepeso, Inanição, Caquexia, Kwashiorkor, Marasmo,
Hipervitaminose e Hipovitaminose (ICN, 1999c).
O Gráfico 17 apresenta a distribuição do percentual de utilização dos oito
Fenômenos de Enfermagem ligados a Digestão, por área de especialidade.
Visualiza-se que o termo Vômito foi o único que apresentou freqüência de
utilização de sempre e/ou muitas vezes, em todas as especialidades. Vômito é
uma manifestação comum em todos os tipos de enfermidade, podendo ser
identificado e tratado em todas as especialidades (Du Gas, 1988; Nettina,1996),
como comprova os resultados deste estudo.
Gráfico 17 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Digestão, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
Eructação foi o termo que apresentou maior variação nos resultados: três
especialidades (Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enfermagem Pediátrica e
Enfermagem de Saúde Pública) o utilizam sempre e/ou muitas vezes e três
98,2
97,6
97,6
100
98,2
93,5
91,8
97,6
96,1
92,3
96,1
100
96,1
96,1
76,9
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100
100
98,3
100
96,5
92,9
98,3
100
76,9
65,4
69,2
73,1
73,1
73,1
65,4
100
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71,4
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100
93,5
95,6
98,9
95,6
93,5
92,4
100
Digestão
Sucção
Mastigação
Deglutição
Absorção
Má absorção
Eructação
Vômito
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
141
especialidades (Enfermagem Obstétrica, Enfermagem Psiquiátrica e Enfermagem
em Doenças Contagiosas) o utilizam raramente na prática de enfermagem.
O conceito de Digestão continua sendo um conceito central na Versão Beta,
constituído de dez fenômenos de enfermagem, dos quais sete fazem parte dos
termos apresentados no Gráfico 17. Dos oito termos apresentados na Versão Alfa,
só o termo Má absorção foi excluído na transposição desses conceitos para a
Versão Beta. Os três novos termos apresentados são: Beber, Regurgitação e
Ruminação (ICN, 1999c). Desses três termos, o segundo, já existia na Versão
Alfa, tendo sido transferido do conceito Respiração para o conceito Digestão,
conforme descrição feita anteriormente.
Gráfico 18 Distribuição do percentual de utilização dos termos atribuídos aos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Hidratação, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O Gráfico 18 apresenta a distribuição do percentual de utilização dos
fenômenos de enfermagem pertencentes a Hidratação, por área de especialidade.
Observa-se que os quatro fenômenos são utilizados com freqüência igual ou acima
de 80,0%, ou seja, como sempre e/ou muitas vezes utilizados pelas enfermeiras,
100
99,4
99,4
100
100
100
100
100
100
96,5
100
98,3
92,3
84,6
73,1
80,8
100
100
100
100
98,9
98,9
96,7
98,9
Hidratação
Desidratação
Retenção de líquidos
Edema
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
142
em quase todas as especialidades, com exceção do termo Retenção de líquidos
que, na especialidade Enfermagem Psiquiátrica, apresentou a freqüência como
raramente utilizado.
Na Versão Beta, o termo Hidratação deixou de ser considerado um conceito
central, sendo substituído pelo conceito Volume de líquidos, subdividido em 12
fenômenos de enfermagem, entre os quais os quatro termos apresentados no
Gráfico 18. Os oito novos termos apresentados são: Volume de líquidos,
Hidratação isotônica, Hidratação hipertônica, Hidratação hipotônica,
Desidratação isotônica, Desidratação hipertônica, Desidratação hipotônica e
Ascite (ICN, 1999c).
Gráfico 19 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Aleitamento materno, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
Aleitamento materno é considerado o termo central da pirâmide de
conceitos, do Gráfico 19, que apresenta a distribuição do percentual de utilização
dos Fenômenos de Enfermagem, por área de especialidade. Observa-se, nesse
gráfico, que os quatro fenômenos foram utilizados em todas as especialidades de
97,6
98,2
96,5
95,9
100
100
100
100
98,3
98,3
96,5
98,3
80,8
73,1
65,4
65,4
100
100
57,1
57,1
95,6
92,4
86,9
94,6
Aleitamento materno
Lactação
Lactação aumentada
Lactação diminuída
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
143
enfermagem, mas o termo Aleitamento materno foi o único utilizado com
freqüência igual ou acima de 80,0%, ou seja, utilizado como sempre e/ou muitas
vezes, em todas as especialidades. Os termos Lactação aumentada e Lactação
diminuída apresentaram freqüência de utilização abaixo de 80,0% nas
especialidades Enfermagem Psiquiátrica e Enfermagem em Doenças Contagiosas, o
mesmo acontecendo com o termo Lactação, na Enfermagem Psiquiátrica, o que é
compreensível, uma vez que essas especialidades não têm como objetivo principal
o atendimento de pacientes ou clientes com essas respostas.
Merece registro o fato de as enfermeiras, mesmo utilizando o termo
Aleitamento materno, em todas as especialidades, estranharem a localização desse
fenômeno como um conceito central da função fisiológica. Para Mortensen (1997),
a inclusão do conceito Aleitamento materno como uma função fisiológica é
justificada pelo fato de o mesmo ser originalmente definido por características
comportamentais. A referida autora argumenta que “Aleitamento materno pode
também ser visto como uma ação intelectual da pessoa em oposição à função
corporal física de amamentar.” Na Versão Beta, esse conceito deixou de ser
considerado um termo ligado a Função Fisiológica e passou a fazer parte do núcleo
Família, como um fenômeno pertencente ao Processo familiar (ICN, 1999).
Na Versão Beta, o termo Aleitamento materno foi substituído pelo conceito
Secreção, subdividido em três fenômenos de enfermagem, entre os quais, só o
termo Lactação faz parte dos termos apresentados no Gráfico 19. Os dois novos
termos apresentados são: Secreção e Salivação (ICN, 1999c).
A pirâmide de conceitos, desenvolvida a partir do termo Eliminação, é
constituída de 17 fenômenos de enfermagem, que são apresentados, segundo o
percentual de utilização, por área de especialidade, no Gráfico 20. Observa-se
nesse gráfico que cinco dos 17 termos apresentaram freqüência de utilização igual
ou acima de 80,0%, em todas as especialidades. Esses termos são: Eliminação,
Eliminação intestinal, Diarréia, Constipação e Eliminação urinária.
144
Gráfico 20 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Eliminação, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
Os termos Constipação retal, Fezes impactadas, Incontinência por
pressão, Incontinência reflexa, Incontinência de urgência, Incontinência
funcional e Incontinência total apresentaram freqüência abaixo de 80,0%, sendo
considerados como raramente utilizados por enfermeiras paraibanas. Desses
termos, Constipação retal foi excluído quando da transposição da Versão Alfa
para a Beta.
97,6
95,9
88,8
98,8
98,2
69,4
71,8
67,1
92,9
95,3
62,9
58,8
71,8
69,4
73,5
89,4
96,5
96,1
100
88,5
100
100
61,5
69,2
69,2
100
88,5
50
26,9
46,1
57,7
50
88,5
92,3
98,3
94,7
82,5
100
98,3
71,9
63,1
73,7
96,5
94,7
61,4
52,6
56,1
54,4
77,2
77,2
98,3
92,3
92,3
61,5
92,3
92,3
50
50
50
92,3
76,9
57,7
42,3
42,3
42,3
42,3
57,7
65,4
100
100
71,4
100
100
100
57,1
28,6
100
100
71,4
71,4
71,4
28,6
42,9
71,4
100
94,6
86,9
90,2
100
97,8
45,7
50
51,1
92,4
93,5
50
44,6
42,4
43,5
67,4
83,7
95,6
Eliminação
Eliminação intestinal
Incontinência intestinal
Diarréia
Constipação
Constipação colônica
Constipação retal
Fezes impactadas
Eliminação urinária
Incontinência urinária
Incontinência por pressão
Incontinência reflexa
Incontinência de urgência
Incontinência funcional
Incontinência total
Enurese
Retenção urinária
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
145
Os termos relacionados com Incontinência foram apontados como
raramente utilizados por enfermeiras paraibanas, apesar de esses termos serem
facilmente identificados na literatura de Enfermagem (Black e Matassarin-Jacobs,
1996; Smeltzer e Bare, 1998; Nettina, 1996; Atkinson e Murray, 1989). As
enfermeiras relataram que, apesar de terem o entendimento de que a incontinência
urinária assume várias formas, estranharam o fato de a palavra urinária não estar
presente no termo, como Incontinência urinária por pressão, Incontinência
urinária reflexa, e assim por diante.
No que diz respeito ao termo Fezes impactadas ter sido apontado como
raramente utilizado por enfermeiras paraibanas, encontra-se uma única
justificativa, o fato de a literatura de Enfermagem apresentar esse termo usualmente
como Fecaloma e/ou Impactação fecal (Black e Matassarin-Jacobs, 1996;
Smeltzer e Bare, 1998; Atkinson e Murray, 1989).
O termo Constipação colônica apresentou freqüência abaixo de 80,0% em
quase todas as especialidades, com exceção da Enfermagem em Doenças
Contagiosas, onde a freqüência de utilização foi de 100,0%, sendo, assim, um
termo sempre utilizado pelas enfermeiras. Constipação é provavelmente uma das
mais freqüentes complicações de doenças, acometendo todos os tipos de paciente
independente da área clínica em que ele esteja. Segundo a literatura de enfermagem
pesquisada a constipação colônica ocorre, principalmente em pacientes
hospitalizados, em virtude da diminuição da atividade física e do tonus muscular,
da presença do estresse psicológico causados pela doença e pela hospitalização, das
alterações na alimentação e da falta de privacidade (Beyers e Dudas, 1989; Du Gás,
1988; Nettina,1996). Portanto, é de estranhar que só na especialidade Enfermagem
em Doenças Contagiosas esse termo tenha sido utilizado com uma freqüência de
100,0%. Merece ser ressaltado que na Versão Beta, esse termo foi excluído,
permanecendo só o conceito Constipação.
146
Na Versão Beta, o termo Eliminação continua sendo considerado um
conceito central, subdividido em 18 fenômenos de enfermagem, dos quais 14 estão
apresentados no Gráfico 20, tendo sido excluídos os termos Constipação colônica,
Constipação retal e Incontinência total. Os quatro novos termos apresentados
são: Encopresia, Flatos, Flatulência e Perspiração (ICN, 1999c).
Gráfico 21 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Tegumento, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
Tegumento é o termo central que dá origem à pirâmide de conceitos,
construída de 17 fenômenos de enfermagem. O Gráfico 21 apresenta a distribuição
do percentual de utilização desses fenômenos, nas seis especialidades da
79,4
75,3
98,8
93,5
94,7
78,8
76,5
57
92,3
91,2
93,5
80,6
96,5
85,9
98,2
98,8
94,7
61,5
65,4
92,3
76,9
96,1
84,6
100
57,7
100
92,3
84,6
50
76,9
73,1
84,6
84,6
80,8
77,2
75,4
100
96,5
96,5
78,9
78,9
49,1
96,5
85,9
100
75,4
100
85,9
100
100
82,5
51,7
76,9
100
76,9
92,3
57,7
65,4
61,5
100
92,3
73,1
57,7
73,1
57,7
92,3
73,1
84,6
71,4
42,9
71,4
71,4
100
28,6
28,6
28,6
71,4
100
100
71,4
100
71,4
100
100
28,6
73,9
69,6
98,9
90,2
98,9
79,3
83,7
83,7
96,7
93,5
97,8
70,6
97,8
86,9
97,8
97,8
94,6
Tegumento
Tegumento íntegro
Pele seca
Membrana mucosa seca
Boca seca
Córnea seca
Vagina seca
Tegumento interrompido
Erupção da pele
Lesão esbranquiçada
Fissura
Maceração
Úlcera
Úlcera de pressão
Ferida
Ferida cirúrgica
Ferida traumática
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
147
Enfermagem. Visualiza-se que, dos 17 fenômenos, três – Boca seca, Lesão
esbranquiçada e Ferida – foram os únicos termos utilizados em todas as
especialidades, com freqüência igual ou acima de 80,0%. Os termos Tegumento e
Tegumento íntegro apresentaram freqüência como raramente utilizados, em
todas as especialidades, seguidos dos termos Córnea seca, Tegumento
interrompido e Maceração, utilizados em cinco das seis especialidades.
Com relação aos termos Tegumento, Tegumento íntegro e Tegumento
interrompido, pode-se evidenciar que os mesmos fazem parte da literatura de
Enfermagem (Black e Matassarin-Jacobs, 1996; Smeltzer e Bare, 1998; Nettina,
1996; Atkinson e Murray, 1989), mas, não são utilizados numa freqüência igual ou
acima de 80,0%, por enfermeiras paraibanas, que relataram preferir a utilização dos
termos Pele, Pele íntegra e Pele não íntegra.
Dos cinco termos que apresentaram freqüência de raramente utilizado, os
termos Córnea seca e Tegumento interrompido foram excluídos quando da
transposição da Versão Alfa para a Beta.
O conceito Tegumento continua sendo um conceito central na Versão Beta,
constituído de 40 fenômenos de enfermagem, dos quais 11 fazem parte dos termos
apresentados no Gráfico 21. Dos 17 termos apresentados na Versão Alfa, os
termos Tegumento íntegro, Boca seca, Córnea seca, Vagina seca, Tegumento
interrompido e Erupção da pele foram excluídos na transposição desses
conceitos para a Versão Beta, que apresenta 29 novos termos relacionados com o
conceito de Tegumento, subdivididos em Pele (10 termos), Membrana mucosa (3
termos), Tecidos (19 termos), Glândula (5 termos), Cabelo (1 termo) e Unhas (1
termo) (ICN, 1999c).
Restauração é apresentado como termo central da pirâmide de conceitos,
constituída por oito Fenômenos de Enfermagem. O Gráfico 22 apresenta a
distribuição do percentual de utilização desses fenômenos, por área de
148
especialidade na Enfermagem. Observa-se que os termos Sono, Insônia, Repouso
e Fadiga apresentaram freqüência acima de 80,0% em todas as especialidades. O
termo Restauração foi o que apresentou maior número de freqüência como
utilizado raramente, em quatro especialidades – Enfermagem Obstétrica,
Enfermagem Pediátrica, Enfermagem Psiquiátrica e Enfermagem em Doenças
Contagiosas.
Gráfico 22 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Restauração, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O conceito Restauração continua sendo um conceito central na Versão
Beta, constituído de 11 fenômenos de enfermagem, dos quais seis fazem parte dos
oito termos apresentados no Gráfico 22. Os dois termos apresentados na Versão
Alfa e excluídos quando da transposição para a Versão Beta foram Dificuldade
para dormir e Sono intermitente. Os cinco novos conceitos apresentados na
Versão Beta são: Cochilo, Adormecer, Hipersonia, Pesadelo e Sonambulismo
(ICN, 1999c).
81,2
98,8
96,5
94,1
100
98,8
98,2
92,9
50
84,6
92,3
84,6
100
96,1
100
96,1
75,4
94,7
100
78,9
98,3
100
100
78,9
57,7
100
100
100
92,3
92,3
92,3
84,6
28,6
100
57,4
28,6
100
100
100
57,1
81,5
100
98,9
88
100
100
100
94,6
Restauração
Sono
Dificuldade para dormir
Sono intermitente
Insônia
Repouso
Fadiga
Exaustão
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
149
Atividade física é um termo considerado central para a pirâmide de
conceitos, constituída de dez fenômenos de enfermagem. O Gráfico 23 apresenta a
distribuição do percentual de utilização desses fenômenos, por área de
especialidade. Evidencia-se que os termos Atividade física, Mobilidade dos
membros superiores, Mobilidade dos membros inferiores foram os únicos que
apresentaram freqüência acima de 80,0%, em todas as especialidades.
Gráfico 23 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Atividade física, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O movimento físico é uma parte integrante da vida humana sendo necessário
para a sobrevivência humana. As ações que decorrem do movimento físico como a
atividade e a inatividade influenciam predominantemente a saúde, sendo inclusive
uma área para a qual a Enfermagem está sempre atenta e propiciando cuidados aos
99,4
92,9
80
78,8
60,6
95,9
95,9
95,3
92,3
83,5
100
84,6
53,8
53,8
42,3
92,3
92,3
92,3
84,6
80,8
98,3
77,2
70,2
66,7
61,4
91,2
94,7
87,7
84,2
84,2
92,3
84,6
69,2
61,5
61,5
92,3
92,3
80,8
84,6
65,4
100
42,9
71,4
71,4
71,4
100
100
57,1
71,4
71,4
98,9
83,7
80,4
68,5
52,3
91,3
93,5
86,9
88
83,7
Atividade física
Mobilidade de partes do corpo
Paresia da boca
Paresia palpebral
Paresia da garganta
Mobilidade dos membros superiores
Mobilidade dos membros inferiores
Mobilidade total do corpo
Imobilidade parcial
Imobilidade completa
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
150
pacientes (Du Gás, 1988). Desta forma não é de estranhar que os termos
relacionados com a atividade física e movimento tenham sido apontados com uma
freqüência acima de 80,0% como utilizados, por enfermeiras paraibanas.
Os termos Paresia palpebral e Paresia da garganta apresentaram
freqüência abaixo de 80,0%, em todas as especialidades, seguidos do termo
Paresia da boca, em quatro especialidades.
Na Versão Beta, o termo Atividade física deixou de ser considerado um
conceito central, sendo substituído pelo conceito Atividade motora, subdividido
em 43 fenômenos de enfermagem, entre os quais só os termos Mobilidade e
Paresia, apresentados no Gráfico 23, continuaram após a transposição da Versão
Alfa para a Beta. Os 41 novos termos apresentados encontram-se subdivididos nos
seguintes conceitos: Movimento corporal (21 termos), Mobilidade (3 termos),
Atividade psicomotora (6 termos) e Fala (11 termos) (ICN, 1999c).
Gráfico 24 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Reprodução, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
97
95,3
96,5
94,7
95,3
96,5
95,9
92,3
100
100
100
100
100
96,1
92,9
92,9
96,5
96,5
96,5
92,9
91,2
80,8
80,8
84,6
88,5
88,5
88,5
88,5
100
100
100
100
100
100
100
92,4
91,3
96,7
96,7
96,7
96,7
95,6
Reprodução
Fertilidade
Menstruação
Menarca
Menopausa
Amenorréia
Função sexual
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
151
A pirâmide de conceitos, desenvolvida a partir do conceito Reprodução, é
constituída de sete fenômenos de enfermagem. A freqüência de utilização desses
termos está apresentada no Gráfico 24, onde se pode observar que todos os
fenômenos foram utilizados em todas as especialidades da Enfermagem com uma
freqüência igual ou acima de 80,0%, ou seja, foram considerados como termos
sempre e/ou muitas vezes utilizados pelas enfermeiras paraibanas. Para Atkinson
e Murray (1989), a reprodução está estreitamente associada à atividade sexual,
sendo considerada uma necessidade de sobrevivência da espécie humana. Por esse
motivo, acredita-se que as enfermeiras estão familiarizadas com o referido conceito
e com os outros termos oriundos do mesmo.
O conceito Reprodução continua sendo um conceito central na Versão Beta,
constituído de 14 fenômenos de enfermagem, dos quais seis fazem parte dos sete
termos apresentados no Gráfico 24. O termo apresentado na Versão Alfa e
excluído quando da transposição para a Versão Beta foi Amenorréia. Os oito
novos conceitos apresentados na Versão Beta são: Fertilidade feminina,
Fertilidade masculina, Virilidade, Impotência, Gestação, Aborto, Parto,
Nascimento da criança (ICN, 1999c). Desses oito termos, dois – Gestação e
Nascimento – já existiam na Versão Alfa, tendo sido transferidos do conceito
Crescimento e desenvolvimento, conforme descrição que será feita no próximo
gráfico.
Crescimento e desenvolvimento é o termo central da pirâmide de
conceitos, constituída por oito Fenômenos de Enfermagem. A distribuição
percentual de utilização desses fenômenos, por área de especialidade na
Enfermagem, está apresentada no Gráfico 25, onde se pode constatar que todos os
termos foram utilizados com freqüência acima de 80,0%, em quase todas as
especialidades, com exceção dos termos Crescimento e desenvolvimento fetal e
Gestação, que apresentaram freqüência abaixo de 80,0% na Enfermagem
Psiquiátrica.
152
Gráfico 25 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Fisiológica – Crescimento e Desenvolvimento, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O Crescimento e desenvolvimento é um fenômeno que deve ser entendido
num continnum da vida de qualquer ser humano. As tarefas do desenvolvimento e
crescimento são próprias de todo o ciclo vital, e as enfermeiras devem ser
conhecedoras de todas as tarefas de desenvolvimento e crescimento (Du Gas,
1988). Por este motivo pode-se inferir que este é um fenômeno conhecido e
utilizado pelas enfermeiras.
A inclusão do conceito Crescimento e desenvolvimento como uma função
fisiológica é justificada por Mortensen (1997) pelo fato de esse conceito ser
originalmente definido por características comportamentais. A referida autora
argumenta que crescimento e desenvolvimento pode ser visto como um tipo de
ação autodependente em oposição à expansão física normal dos tecidos do corpo.
98,2
92,3
95,9
94,1
90
97
94,1
92,3
100
100
100
88,5
92,3
100
94,7
94,7
94,7
94,7
92,9
94,7
96,5
100
73,1
76,9
84,6
84,6
88,5
100
100
100
100
100
100
100
100
92,4
94,6
95,6
95,6
92,4
95,6
98,9
Crescimento edesenvolvimento
Crescimento edesenvolvimento fetal
Gestação
Nascimento
Amadurecimento
Envelhecimento
Morte
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
153
Na Versão Beta, o termo Crescimento e desenvolvimento deixou de ser
considerado um conceito central, sendo substituído pelo conceito Desenvolvimento
físico, subdividido em 11 fenômenos de enfermagem, entre os quais só os termos
Envelhecimento e Amadurecimento, apresentados no Gráfico 25, continuaram
após a transposição da Versão Alfa para a Beta. Os termos Nascimento e
Gestação, também contidos no Gráfico 25, foram transferidos para o conceito
Reprodução. Os nove novos termos apresentados são: Desenvolvimento físico,
Crescimento, Desenvolvimento fetal, Desenvolvimento da criança, Maturidade
feminina, Maturidade masculina, Envelhecimento feminino, Envelhecimento
masculino e Agonia (ICN, 1999c).
Pode-se constatar, a partir da apresentação dos gráficos anteriormente
apresentados, que fazem parte da sub-escala Fenômenos de Enfermagem
pertencentes a Função Fisiológica, que os 119 termos, equivalentes
semanticamente para o português do Brasil, são utilizados por enfermeiras
paraibanas. Os termos que apresentaram uma maior freqüência como nunca
utilizados foram os seguintes: Estresse de frio, Incontinência por pressão,
Incontinência reflexa, Incontinência de urgência e Tegumento interrompido,
conforme discussão anteriormente apresentada.
A partir da síntese desses resultados, pode-se concluir que a grande maioria
dos fenômenos constantes na sub-escala Função fisiológica é utilizada com
freqüência acima de 80,0%, por enfermeiras paraibanas, nas seis especialidades da
área, ou seja: 101 (84,9%) na Enfermagem Médico Cirúrgica, 98 (82,3%) na
Enfermagem de Saúde Pública, 96 (80,7%) na Enfermagem Pediátrica, 91 (76,5%)
na Enfermagem Obstétrica, 67 (56,3%) na Enfermagem em Doenças Contagiosas e
54 (45,4%) na Enfermagem Psiquiátrica.
Observa-se que as especialidades que apresentaram o maior número de
fenômenos utilizados com freqüência sempre e muitas vezes foram a Enfermagem
154
Médico-Cirúrgica, a Enfermagem de Saúde Pública e a Enfermagem Pediátrica.
Para Beyers e Dudas (1989), a Enfermagem Médico-Cirúrgica constitui uma das
áreas mais amplas da prática de enfermagem, onde as respostas fisiológicas do
paciente a uma condição específica são o alvo do atendimento imediato, sendo, por
esse motivo, seus conceitos conhecidos e muito utilizados na prática clínica de
enfermagem. O mesmo pode-se afirmar quanto à Enfermagem de Saúde Pública e
à Enfermagem Pediátrica, que tratam do atendimento de clientes e pacientes para os
quais as funções fisiológicas, também são alvos imediatos da assistência de
enfermagem.
Um outro aspecto que se pode levar em consideração sobre a utilização
desses termos numa maior freqüência nas áreas clínicas e cirúrgicas da
Enfermagem é o fato de toda a formação das enfermeiras ser feita, tendo como base
o modelo biomédico, onde é dada uma maior ênfase aos sistemas fisiológicos,
resultando, conseqüentemente, num maior conhecimento dos seus conceitos, pelas
enfermeiras.
Observa-se, também, que a especialidade que apresentou um maior número
de termos utilizados com a freqüência de raramente foi a Enfermagem
Psiquiátrica. Essa especialidade, para muitos autores, tem como maior objetivo o
atendimento do ser humano numa dimensão bio-psico-sócio-espiritual (Taylor,
1995), mas, o que se observa, na prática, é que os aspectos relacionados com a
dimensão biológica, nesse caso, as funções fisiológicas, não recebem o mesmo
tratamento dado a outras dimensões, como as funções psicológicas. Por esse
motivo, acredita-se que o atendimento nessa especialidade tem como prioridade os
aspectos psicológico e social do ser humano e, consequentemente, as enfermeiras
conhecem e utilizam mais os conceitos oriundos dessas dimensões.
Fazendo uma comparação dessa sub-escala apresentada na Versão Alfa com
os termos apresentados na Versão Beta, pode-se constatar que o conceito Função
deixou de ser dividido em Função fisiológica e Função psicológica, passando a
155
constituir uma única sub-escala, Fenômenos de enfermagem pertencentes a
Funções do indivíduo, subdividida nos seguintes conceitos centrais: Respiração
(15 termos), Circulação (17 termos), Temperatura corporal (8 termos), Nutrição
(16 termos), Digestão (10 termos), Metabolismo (2 termos), Volume de líquidos
(12 termos), Secreção (3 termos), Eliminação (18 termos), Tegumento (40
termos), Restauração (11 termos), Atividade motora (43 termos), Sensação (47
termos), Sistema imune (3 termos), Reprodução (14 termos), Desenvolvimento
físico (11 termos) (ICN, 1999c).
5.2.2.2.2 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Psicológica
A sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função psicológica,
segundo Mortensen (1997) e Nielsen (1997), reflete-se em uma lista de atividades
mentais, exemplificada em uma enumeração das sensações que respondem a
estímulos de partes do corpo. Existe uma grande lista das funções psicológicas,
incluindo Dor, Sede, Fome, Falta de apetite, Náusea, Prurido, Rubor quente,
Visão alterada, Audição alterada, Sensibilidade tátil alterada, Paladar
alterado, Olfato alterado, Cinestesia alterada e Consciência, que aqui será
apresentada como uma única pirâmide de conceitos, constituída de 23 fenômenos
de enfermagem.
No Gráfico 26, que apresenta a distribuição do percentual de utilização
desses fenômenos por área de especialidade, observa-se que os termos Sensação,
Dor, Dor aguda, Dor crônica, Sede, Fome, Náusea, Prurido, Consciência,
Sonolência e Coma foram utilizados com freqüência acima de 80,0%, em todas as
especialidades. Merece ser destacado que, desses termos, Dor foi o que apresentou
uma freqüência de 100,0%, em todas as especialidades, ou seja, é o único termo
que as enfermeiras paraibanas utilizam sempre em todas as especialidades da
Enfermagem.
156
Gráfico 26 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função Psicológica, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
98,2
100
98,8
86,5
92,9
84,1
87,1
98,2
98,8
98,8
100
97
85,3
93,5
91,2
82,9
87,6
82,9
65,3
98,8
94,7
86,5
97,6
92,3
100
92,3
92,3
84,6
76,9
76,9
92,3
100
92,3
88,5
100
76,9
100
100
73,1
80,8
80,8
50
92,3
84,6
61,5
92,3
91,2
100
100
91,2
92,9
85,9
85,9
92,9
92,9
100
100
98,3
73,7
92,9
87,7
87,7
80,7
77,2
66,7
89,5
92,9
70,2
84,2
100
100
100
61,5
84,6
73,1
73,1
96,1
96,1
96,1
100
96,1
65,4
92,3
88,5
88,5
88,5
80,8
65,4
96,1
88,5
88,5
80,8
100
100
100
100
100
71,4
71,4
100
100
71,4
100
100
57,1
71,4
71,4
57,1
71,4
71,4
14,3
100
100
28,6
100
97,8
100
98,9
94,6
94,6
83,7
83,7
98,9
98,9
100
100
100
79,3
94,6
94,6
84,8
89,1
85,9
55,4
97,8
92,4
77,2
96,7
Sensação
Dor
Dor aguda
Dor de parto
Dor crônica
Dor crônica intermitente
Dor crônica constante
Sede
Fome
Falta de apetite
Náusea
Prurido
Rubor quente
Visão alterada
Audição alterada
Sensibilidade tátil alterada
Paladar alterado
Olfato alterado
Cinestesia alterada
Consciência
Sonolência
Estupor
Coma
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
157
A Dor é um fenômeno universal e complexo, comum a todas as pessoas,
podendo ser considerada a razão mais freqüente para que as mesmas procurem
cuidados de saúde e, conseqüentemente, o problema mais freqüente com que se
deparam as enfermeiras (Smeltzer e Bare, 1998).
Para Black e Matassarim-Jacobs (1996), a dor é uma das áreas mais
importantes da assistência, já que as pessoas não conseguem agir integralmente
quando a sentem, motivo pelo qual as enfermeiras desempenham um papel
constante em seu tratamento, pois a despeito da sua natureza subjetiva, atribui-se a
esse profissional a avaliação exata e a ajuda para aliviar a dor. Dessa forma,
justifica-se ter sido esse termo utilizado pela totalidade das enfermeiras paraibanas
em todas as especialidades.
Os termos que apresentaram maiores divergências, com freqüência abaixo
de 80,0%, foram: Cinestesia alterada, em todas as especialidades e Rubor
quente, em cinco das seis especialidades.
O termo Cinestesia significa uma “sensação que se manifesta nos
receptores propioceptivos e que informam sobre os movimentos corporais”
(Nóbrega, Lima e Pérez, 1990), e é muito utilizado no jargão psiquiátrico.
Esperava-se, portanto, que esse termo apresentasse uma freqüência de utilização,
no mínimo, como muitas vezes, na Enfermagem Psiquiátrica, o que não foi
evidenciado neste estudo, quando o mesmo apresentou freqüência como
raramente utilizado em todas as especialidades.
No que diz respeito ao termo Rubor quente, merece ser ressaltado, que esse
termo foi um dos considerados problemáticos na primeira fase da pesquisa, ou seja,
na equivalência semântica, quando o mesmo foi submetido duas vezes à técnica
back-translation. Acredita-se que a freqüência de utilização desse termo como
raramente, em seis especialidades, deve-se aos problemas relacionados com a
tradução, o que confirma que o mesmo precisa ser melhor estudado, para refletir a
158
prática de enfermagem. Merece ser ressaltado que a referência bibliográfica
utilizada neste estudo não faz nenhuma menção ao termo rubor quente.
Na Versão Beta, o termo Sensação continua sendo um conceito central, mas
transferido para a sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a
Funções do indivíduo. A decisão de colocar as sensações, na Versão Alfa, em um
nível distinto do dos sistemas fisiológicos, foi feita por considerá-los conceitos que
abrangem também aspectos psicológicos. Para Mortensen (1997) e Nielsen (1996),
as sensações podem ser consideradas também conceitos fisiológicos, o que
justificaria a opção de situá-las ao lado de outros sistemas fisiológicos. Acredita-se
que, por esse motivo, esse termo passou a fazer parte da sub-escala de Funções do
indivíduo.
Na Versão Beta, o termo Sensação está subdividido em 47 fenômenos de
enfermagem, dos quais 19 estão apresentados no Gráfico 26. Quatro termos foram
excluídos na transposição da Versão Alfa para a Beta: Dor aguda, Dor crônica,
Dor crônica intermitente e Dor crônica constante, em virtude de se utilizarem
termos que foram deslocados para outros eixos da Classificação de Fenômenos de
Enfermagem. Os 28 novos termos apresentados encontram-se subdivididos nos
seguintes conceitos: Dor (21 termos), Apetite (2 termos), Dispepsia, Vertigem,
Inquietação, Conforto, Desmaio (ICN, 1999c).
Pode-se constatar, a partir da apresentação desses resultados, que os 23
fenômenos da sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Função
Psicológica, equivalentes semanticamente para o português do Brasil, são
utilizados por enfermeiras paraibanas, e que essa foi a única sub-escala que não
apresentou termos como nunca utilizados, ou seja, todos os seus termos são
utilizados numa freqüência de sempre/muitas vezes e algumas vezes/raramente.
Merece destaque o fato de o termo Dor ter sido o único a apresentar freqüência
como sempre utilizado em todas as especialidades, ou seja, de ser utilizado por
100,0% das enfermeiras que participaram do estudo.
159
A partir da síntese desses resultados, pode-se concluir que todos os
fenômenos constantes na sub-escala Função psicológica são utilizados com uma
freqüência acima de 80%, por enfermeiras paraibanas, nas seis especialidades da
área, ou seja: 22 (95,6%) na Enfermagem Médico Cirúrgica, 20 (86,9%) na
Enfermagem de Saúde Pública, 19 (82,6%) na Enfermagem Pediátrica, 18 (78,3%)
na Enfermagem Psiquiátrica, 17 (73,9%) na Enfermagem Obstétrica e 12 (52,2%)
na Enfermagem em Doenças Contagiosas. Observa-se que as especialidades que
apresentaram o maior número de termos utilizados com freqüência sempre e
muitas vezes, foram as mesmas evidenciadas na sub-escala Função fisiológica:
Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enfermagem de Saúde Pública e Enfermagem
Pediátrica.
Como já foi mencionado, o conceito Sensação, quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta, deixou de ser considerado um conceito central da sub-
escala Função psicológica, para tornar-se um conceito na sub-escala de Fenômenos
de Enfermagem pertencentes a Funções do indivíduo, contendo os termos que já
foram apresentados anteriormente.
5.2.2.2.3 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para as
Ações
Os Fenômenos de Enfermagem classificados na sub-escala Razões para as
ações estão divididos em Personalidade e Atitudes psicológicas. No núcleo do
conceito personalidade estão incluídos: Identidade pessoal, Imagem corporal,
Autoconceito e Auto-Estima, que estão apresentados no Gráfico 27. Atitudes
psicológicas, segundo Mortensen (1997) e Nielsen (1997), podem ser entendidas e
explicadas como a capacidade da pessoa para reter e abandonar as ações. As
160
atitudes psicológicas incluem: Cognição, Emoção, Vontade, Decisão, Crença e
Memória, termos apresentados nos Gráficos 28 e 29.
Gráfico 27 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para ações – Personalidade, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
O Gráfico 27 apresenta a distribuição do percentual de utilização dos
fenômenos de enfermagem relacionados com Personalidade, nas seis áreas de
especialização da Enfermagem. Observa-se que os termos Personalidade e
Identidade pessoal foram os únicos a apresentar uma freqüência de utilização
acima de 80,0%, em todas as especialidades.
O termo Distúrbio da identidade pessoal apresentou freqüência abaixo de
80,0%, em cinco das especialidades com exceção da Enfermagem Psiquiátrica, fato
92,3
87,1
70
85,9
76,5
87,1
71,8
95,9
76,5
65,3
84,6
80,8
46,2
65,4
73,1
80,8
73,1
92,3
92,3
69,2
89,5
87,7
66,7
77,2
80,7
78,9
66,7
94,7
70,2
57,9
96,1
96,1
88,5
92,3
84,6
84,6
84,6
100
92,3
92,3
100
100
28,6
100
100
100
100
71,4
100
100
88
88
70,6
83,7
71,7
82,6
72,8
95,6
77,2
77,2
Personalidade
Identidade pessoal
Distúrbio da identidade pessoal
Imagem corporal
Distúrbio da imagem corporal
Autoconceito
Distúrbio do autoconceito
Auto-estima
Baixa auto-estima situacional
Baixa auto-estima crônica
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
161
compreensível, pois o referido termo é específico do jargão psiquiátrico e,
conseqüentemente, da especialidade Enfermagem Psiquiátrica.
Os termos Distúrbios do autoconceito e Baixa auto-estima crônica
apresentaram freqüência abaixo de 80,0%, em quatro das especialidades. Esses
dois termos foram excluídos, quando da transposição da Versão Alfa para a Beta,
em virtude da utilização de termos pertencentes a outros eixos da Classificação de
Fenômenos de Enfermagem.
A especialidade Enfermagem Psiquiátrica foi a única onde todos os termos
apresentaram freqüência acima de 80,0%, confirmando o que já foi citado
anteriormente, que esses termos são específicos da Psiquiatria e,
conseqüentemente, da Enfermagem Psiquiátrica. Já as especialidades Enfermagem
Pediátrica, Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enfermagem Obstétrica e Enfermagem
de Saúde Pública apresentaram um grande número de fenômenos com freqüência
como utilizados raramente, por enfermeiras paraibanas. Essa freqüência de
utilização, mesmo que seja considerada como raramente, nas demais
especialidades justifica-se, uma vez que os conceitos, princípios e as ações da
Enfermagem Psiquiátrica são aplicáveis a todas as especialidades de cuidados da
saúde, a cada pessoa, família ou grupo que podem ser tratados pelas enfermeiras.
Na Versão Beta, o termo Personalidade deixou de ser considerado um
conceito central, sendo substituído pelo conceito Autoconceito, constituído de 12
fenômenos de enfermagem, entre os quais os termos Personalidade, Identidade
pessoal, Imagem corporal, Autoconceito e Auto-estima, apresentados no Gráfico
27, continuaram após a transposição da Versão Alfa para a Beta. Os termos
Distúrbio da identidade pessoal, Distúrbio da imagem corporal, Distúrbio do
autoconceito, Baixa auto-estima situacional e Baixa auto-estima crônica,
também apresentados no Gráfico 27, foram excluídos em virtude da utilização de
termos pertencentes a outros eixos dessa classificação. Os sete novos termos
apresentados são: Autoconsciência, Identidade de gênero, Personalidade
162
extrovertida, Personalidade introvertida, Genuinidade, Integridade e
Personalidade lábil (ICN, 1999c).
Gráfico 28 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para Ações – Atitudes psicológicas, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
77,1
71,2
92,3
96,5
71,8
90,6
65,9
71,2
47
95,3
82,9
80
49,4
97
98,2
97
97,6
98,8
96,5
97,6
85,3
69,2
65,4
96,1
84,6
65,4
80,8
65,4
84,6
50
88,5
80,8
92,3
50
92,3
100
100
100
100
100
100
92,3
61,4
50,9
85,9
85,9
75,4
89,5
56,1
73,7
35,1
80,7
75,4
82,5
47,4
91,2
98,3
98,3
98,3
98,3
96,5
94,7
84,2
73,1
80,8
92,3
84,6
84,6
80,8
65,4
73,1
46,2
88,5
92,3
92,3
34,6
100
100
92,3
100
100
100
100
92,3
28,6
71,4
100
57,1
57,1
28,6
57,1
28,6
42,9
100
100
57,1
0
100
100
100
100
100
100
100
100
79,3
71,7
92,4
96,7
75
93,5
64,1
70,6
39,1
96,7
91,3
91,3
46,7
100
98,9
100
100
98,9
98,9
98,9
91,3
Atitudes psicológicas
Cognição
Pensamento
Falta de conhecimento
Processo de pensamento alterado
Confusão
Confusão aguda
Crenças falsas
Constipação percebida
Percepção
Alucinação
Ilusão
Negligência unilateral
Emoção
Insegurança
Nervosismo
Medo
Ansiedade
Tristeza
Solidão
Desolação
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
163
O Gráfico 28 apresenta a distribuição do percentual de utilização dos 21
fenômenos de enfermagem relacionados com Atitudes psicológicas, nas seis áreas
de especialidade na Enfermagem. Observa-se que os termos Pensamento,
Percepção, Emoção, Insegurança, Nervosismo, Medo, Ansiedade, Tristeza,
Solidão e Desolação apresentaram freqüência de utilização acima de 80,0%,
correspondendo à utilização desses termos como sempre e/ou muitas vezes, por
enfermeiras paraibanas.
Os termos Atitudes psicológicas, Confusão aguda, Constipação
percebida e Negligência unilateral apresentaram freqüência abaixo de 80,0%, em
todas as especialidades, seguidos de Cognição, Processo de pensamento alterado
e Crenças falsas, em cinco especialidades. Desses fenômenos a Constipação
percebida e a Negligência unilateral foram os que apresentaram as menores
freqüência de utilização.
No que diz respeito a Constipação percebida as enfermeiras estranharam o
fato desse termo ter sido incluído nessa pirâmide de conceitos, alegando que a
constipação é uma função fisiológica e, como tal, deveria ser incluída na sub-escala
de fenômenos pertencentes a função fisiológica. Analisando-se a Versão Beta com
relação à localização desse fenômeno, percebe-se que o mesmo é apresentado única
e exclusivamente como Constipação, pertencendo a funções do indivíduo, ligado
ao conceito de Eliminação intestinal (ICN, 1999c).
Apesar do termo Negligência unilateral ter sido introduzido desde 1986,
como um dos diagnósticos de enfermagem aprovados pela NANDA, ele não é um
termo familiar para as enfermeiras, nem mesmo para as que utilizam o sistema de
diagnóstico da NANDA (Apalategui e Cuadra, 1995). O que se pode evidenciar na
literatura consultada é que esse termo é mais freqüentemente utilizado por
enfermeiras que lidam com pacientes vítimas de acidente vascular cerebral
(Smeltzer e Bare, 1998).
164
Gráfico 29 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para Ações – Atitudes psicológicas (continuação), por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
96,5
90
95,9
92,9
66,5
64,1
91,8
94,1
92,3
91,8
78,8
93,5
78,8
90,6
90,6
91,2
81,2
92,3
75,9
95,9
91,8
100
80,8
84,6
100
84,6
65,4
100
84,6
84,6
80,8
57,7
92,3
76,9
84,6
100
100
84,6
84,6
84,6
84,6
92,3
92,9
82,5
98,3
84,2
59,6
52,6
94,7
94,7
84,2
94,7
68,4
87,7
71,9
91,2
94,7
91,2
78,9
87,7
87,7
91,2
91,2
92,3
92,3
100
100
73,1
50
100
96,1
96,1
92,3
84,6
92,3
76,9
92,3
100
92,3
69,2
92,3
92,3
92,3
100
100
100
57,1
100
71,4
28,6
100
100
100
100
28,6
100
71,4
100
100
100
100
57,1
57,1
100
100
96,7
96,7
98,9
88
61,9
52,3
93,5
98,9
97,8
94,6
56,5
93,5
77,2
96,7
96,7
89,1
89,1
89,1
89,1
96,7
94,6
Depressão
Desespero
Raiva
Pesar
Pesar antecipado
Pesar disfuncional
Culpa
Vergonha
Negação
Vontade
Redução do desejo de viver
Decisão
Conflito de decisão
Impotência
Falta de iniciativa
Crença
Crença de valor
Crença religiosa
Sofrimento espiritual
Memória
Desorientação
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
165
No Gráfico 29 estão listados os outros 21 fenômenos de enfermagem
relacionados com Atitudes Psicológicas. Observa-se que os termos Depressão,
Desespero, Pesar, Culpa, Vergonha, Negação, Vontade, Decisão, Impotência,
Falta de iniciativa, Crença, Memória e Desorientação foram utilizados, em todas
as especialidades, com freqüência igual ou acima de 80,0%, correspondendo ao uso
desses termos sempre e/ou muitas vezes, por enfermeiras paraibanas.
Os termos Pesar disfuncional e Conflito de decisão foram os únicos que
apresentaram freqüência abaixo de 80,0%, em todas as especialidades e, Pesar
antecipado e Redução do desejo de viver apresentaram freqüência abaixo de
80,0%, em cinco das especialidades. Desses termos o Pesar disfuncional foi o que
apresentou menor freqüência de utilização, já tendo sido apontado como um dos
termos nunca utilizados pelas enfermeiras no início desse capítulo. Apesar de ter
sido introduzido desde 1980, na lista de diagnósticos de enfermagem da NANDA,
esse termo não é muito utilizado na bibliografia consultada, o que reforça os
resultados deste estudo, onde as enfermeiras relataram preferir a utilização do
termo Luto.
Na Versão Beta, o termo Atitudes psicológicas deixou de ser considerado
um conceito central sendo substituído pelo conceito Autoconfiança, subdividido
em 118 fenômenos de enfermagem, dos quais 31 estão apresentados nos dois
gráficos anteriores, tendo sido excluídos 11 termos (Atitudes psicológicas, Falta
de conhecimento, Processo de pensamento alterado, Confusão aguda,
Constipação percebida, Depressão, Pesar antecipado, Pesar disfuncional,
Conflito de decisão, Falta de iniciativa, Sofrimento espiritual e Desorientação),
que passaram, alguns para outros eixos da Classificação de Fenômenos de
Enfermagem e outros foram totalmente excluídos, como os termos Depressão,
Constipação percebida e Desorientação. Os 87 novos termos apresentados estão
relacionados com a seguinte subdivisão dos conceitos: Bem-estar (5 termos),
Cognição (13 termos), Aprendizagem (4 termos), Memória (4 termos), Emoção
166
(21 termos), Vontade (1 termo), Tomada de decisão (1 termo), Adaptação (25
termos), e Energia (15 termos) (ICN, 1999c). Merece ser ressaltado que um dos
25 novos termos relacionados com o conceito Adaptação é o termo Coping que,
neste estudo, em virtude de não ter obtido a equivalência semântica, foi retirado da
lista de fenômenos de enfermagem.
Pode-se constatar, a partir da apresentação dos gráficos que fazem parte da
sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Razões para as Ações,
que os 52 fenômenos, equivalentes semanticamente para o português do Brasil, são
utilizados por enfermeiras paraibanas. Os termos que apresentaram uma maior
freqüência como nunca utilizados foram os seguintes: Constipação percebida,
Negligência unilateral e Pesar disfuncional.
A partir da síntese desses resultados, pode-se concluir que um grande
número dos fenômenos constantes na sub-escala de Razões para as ações é
utilizado com uma freqüência acima de 80,0%, por enfermeiras paraibanas nas seis
especialidades da área: 43 (82,7%) na Enfermagem Psiquiátrica, 38 (73,1%) na
Enfermagem Obstétrica, 36 (69,2%) na Enfermagem de Saúde Pública, 35 (67,3%)
na Enfermagem Médico-Cirúrgica, 33 (63,5%) na Enfermagem Pediátrica e na
Enfermagem em Doenças Contagiosas, respectivamente.
Observa-se que a única especialidade que apresentou o maior número de
termos utilizados com freqüência sempre e/ou muitas vezes, ou seja, termos com
freqüência de utilização acima de 80,0%, foi a Enfermagem Psiquiátrica. Esse era,
na realidade, um resultado esperado, pois nessa especialidade as atitudes
psicológicas são enfatizadas como prioritárias na prestação da assistência de
enfermagem.
Fazendo uma comparação dessa sub-escala apresentada na Versão Alfa com
os termos apresentados na Versão Beta, pode-se constatar que o conceito Razão
para a ação deixou de ser dividido em Personalidade e Atitudes psicológicas,
167
passando a constituir uma sub-escala ligada ao conceito de Pessoa, subdividida em
dois conceitos centrais: Autoconfiança e Autoconceito. O conceito
Autoconfiança está representado pela seguinte subdivisão: Bem-estar (6 termos),
Cognição (14 termos), Percepção (5 termos), Aprendizagem (4 termos),
Memória (6 termos), Emoção (34 termos), Vontade (3 termos), Tomada de
decisão (2 termos), Adaptação (26 termos), Energia (5 termos) e Crenças (13
termos). O conceito Autoconceito divide-se em: Autoconsciência (1 termo), Auto-
estima (1 termo), Imagem corporal (1 termo) e Identidade pessoal (8 termos)
(ICN, 1999c).
5.2.2.2.4 Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Ações
As ações são executadas intencionalmente pela pessoa, como, execução de
movimentos físicos (corporais), explicados e entendidos por meio de razões para as
ações (Mortensen, 1997). Os fenômenos de enfermagem classificados na sub-
escala Ações incluem Ações autodependentes e Ações interdependentes. As
ações autodependentes abrangem todas aquelas que dependem da própria pessoa e
incluem os seguintes conceitos: Autodesenvolvimento, Autocuidado,
Autoajustamento e Autodestruição, apresentados no Gráfico 30. As ações
interdependentes são as que dependem da própria pessoa e de outras, ao mesmo
tempo, e incluem conceitos como: Ação comunicativa, Desempenho de papel,
Ação sexual e Interação social, apresentadas no Gráfico 31.
Ações autodependentes é o termo central da pirâmide de conceitos,
constituída de 32 fenômenos de enfermagem. O Gráfico 30 apresenta a distribuição
do percentual de utilização desses termos, por enfermeiras paraibanas, por área de
especialidade.
168
Gráfico 30 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Ações – Ações autodependentes, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
68,8
76,5
74,1
95,9
90,6
92,9
90,6
85,3
86,5
94,1
94,1
94,1
92,3
90
88,2
65,3
95,9
90
82,9
77
92,3
77,6
60
80
75,3
78,8
61,8
73,5
78,2
95,9
94,1
88,2
92,3
84,6
76,9
100
100
92,3
96,1
80,8
80,8
96,1
96,1
96,1
96,1
92,3
92,3
65,4
92,3
84,6
92,3
92,3
100
80,8
65,4
76,9
69,2
80,8
69,2
80,8
84,6
100
92,3
80,8
52,6
64,9
63,1
98,3
84,2
89,5
85,9
82,5
85,9
87,7
91,2
91,2
87,7
91,2
89,5
59,6
89,5
84,2
80,7
63,1
84,2
50,9
54,4
66,7
71,9
82,5
47,4
78,9
78,9
89,5
85,9
82,5
84,6
84,6
61,5
92,3
88,5
84,6
80,8
73,1
80,8
88,5
88,5
88,5
88,5
88,5
88,5
46,2
88,5
65,4
73,1
50
80,8
80,8
30,8
53,8
65,4
84,6
65,4
57,7
80,8
92,3
80,8
73,1
28,6
28,6
71,4
100
100
100
57,1
57,1
57,1
100
100
100
100
100
57,1
28,6
57,1
71,4
42,9
71,4
85,7
42,9
42,9
42,9
42,9
100
42,9
71,4
71,4
71,4
100
100
73,9
78,3
76,1
95,6
86,9
84,8
82,6
82,6
81,5
85,9
88
88
86,9
86,9
81,5
56,5
89,1
82,6
80,4
72,8
86,9
71,7
53,3
68,5
70,6
86,9
52,2
79,3
84,8
97,8
97,8
95,6
Ações autodependentes
Autodesenvolvimento
Ação de busca da saúde
Autocuidado
Atividade da vida diária
Autocuidado: mover-se
Autocuidado: sentar-se
Autocuidado: transferir-se
Autocuidado: virar-se
Autocuidado: alimentar-se
Autocuidado: higiene
Autocuidado: banhar-se
Autocuidado: arrumar-se
Autocuidado: vestir-se
Autocuidado: toalete
Atividade instrumental da vida diária
Atividade de lazer
Atividade de cuidado da saúde
Regime terapêutico prescrito
Não aderência
Precauções de segurança
Auto-ajustamento
Desgaste do cuidador
Ajustamento à saúde
Negação de problemas de saúde
Autodestruição
Violência autodirecionada
Destruição da saúde
Abuso de substância
Fumo
Abuso de álcool
Abuso de droga
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
169
Os termos Autocuidado, Atividade da vida diária, Autocuidado: mover-
se, Autocuidado: alimentar-se, Autocuidado: higiene, Autocuidado: banhar-se,
Autocuidado: arrumar-se, Autocuidado: vestir-se, Precauções de segurança, e
Abuso de álcool apresentaram freqüência igual ou acima de 80,0%, sendo,
portanto, considerados como utilizados numa freqüência de sempre e/ou muitas
vezes, em todas as especialidades.
Desses termos, o que apresentou uma maior freqüência de utilização nas seis
especialidades foi o Autocuidado. O fenômeno Autocuidado apresenta muitas
definições na literatura profissional, o que o torna um conceito aceito e utilizado na
prática profissional das enfermeiras.
Para Hill e Smith (1990) o conceito autocuidado teve sua origem nos
sistemas de cuidados de saúde, tendo com base o modelo biomédico. Para as
referidas autoras, esse conceito é considerado um constructo na Enfermagem, pois
comumente a sua definição apresenta descrições associadas incluindo a auto-
responsabilidade, independência, interdependência, manutenção da saúde, cuidados
preventivos e promoção da saúde, entre outros, o que faz com que o Autocuidado
seja utilizado em todas as áreas clínicas.
Os termos Ação de busca de saúde, Atividade instrumental da vida
diária, Desgaste do cuidador, Negação de problemas de saúde e Violência
autodirecionada apresentaram freqüência abaixo de 80,0%, ou seja, foram
utilizados numa freqüência de raramente, pelas enfermeiras, em todas as
especialidades. Os termos Atividade instrumental da vida diária, Desgaste do
cuidador e Violência autodirecionada foram os que apresentaram menores
freqüências de utilização, já tendo sido apontado como fazendo parte dos 13 termos
nunca utilizados pelas enfermeiras. Desses Atividade instrumental da vida
diária e Violência autodirecionada foram excluídos quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta (ICN, 1999c).
170
No que diz respeito ao termo Desgaste do cuidador deve-se considerar que
o mesmo foi introduzido como um diagnóstico de enfermagem pela NANDA, a
partir de 1992, para o qual é necessário a realização de estudos que visem a sua
validação e utilização na prática clínica. Contudo, merece ser ressaltado que esse
termo reflete uma realidade social, que permite a avaliação de elementos
imprescindíveis para o planejamento do cuidado – o cuidador, uma vez que ele
favorece a resposta à terapêutica e contribuir para o melhor funcionamento do
paciente, mas pode, também, contribuir para o manejo inadequado de condições de
saúde, daí a importância do mesmo no plano terapêutico.
Os termos Não aderência, Ajustamento à saúde e Destruição da saúde
também foram considerados termos utilizados como raramente, em quatro das seis
especialidades. De todos os termos que apresentaram freqüência como raramente
utilizados, só o termo Não aderência não foi excluído quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta, tendo sido modificado, passando a ser denominado de
Aderência (ICN, 1999c).
Na Versão Beta, o termo Ações autodependentes deixou de ser considerado
um conceito central, sendo substituído pelo conceito Ações de autoconfiança,
subdividido em 67 fenômenos de enfermagem, entre os quais, 20 (Gráfico 30),
continuaram após a transposição da Versão Alfa para a Beta. Os 13 termos
excluídos nessa transposição foram: Ações autodependentes,
Autodesenvolvimento, Ação de busca da saúde, Atividade da vida diária,
Atividade instrumental da vida diária, Atividade de cuidado da saúde, Auto-
ajustamento, Desgaste do cuidador, Ajustamento à saúde, Negação de
problemas de saúde, Autodestruição, Violência autodirecionada e Destruição
da saúde. Os 47 novos termos apresentados estão ligados aos seguintes conceitos:
Autocuidado (31 termos) e Cuidado domiciliar (16 termos) (ICN, 1999c).
Ação interdependente é considerado o termo central da pirâmide de
conceitos, apresentada no Gráfico 31, constituída de 16 fenômenos de enfermagem.
171
Observa-se, nesse gráfico, que os termos Planejamento familiar, Promiscuidade,
Interação social e Apoio social foram os únicos que apresentaram freqüência igual
ou acima de 80,0%, em todas as especialidades.
Gráfico 31 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Ações – Ação interdependente, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
81,2
81,2
86,5
70
80,6
94,1
90,6
91,8
85,3
64,1
74,1
77,6
76,5
51,8
66,5
85,3
84,6
84,6
92,3
92,3
92,3
100
92,3
92,3
92,3
80,8
88,5
80,8
69,2
46,2
76,9
84,6
70,2
80,7
75,4
61,4
80,7
91,2
87,7
85,9
92,9
56,1
64,9
80,7
82,5
43,8
49,1
71,9
76,9
92,3
80,8
69,2
73,1
88,5
92,3
92,3
92,3
69,2
73,1
73,1
73,1
34,6
80,8
88,5
100
100
100
100
71,4
100
100
100
100
28,6
100
57,1
57,1
28,6
28,6
100
79,3
74
92,4
64,1
88
95,6
95,6
92,4
94,6
79,3
80,4
90,2
82,6
61,9
69,6
78,3
Ação interdependente
Ação comunicativa
Desempenho de papel
Desempenho alterado de papel
Ação sexual
Planejamento familiar
Promiscuidade
Interação social
Apoio social
Rede social
Agressão social
Abuso infantil
Abuso conjugal
Mutilação genital feminina
Interação social limitada
Isolamento social
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
172
O único termo que apresentou freqüência abaixo de 80,0%, em todas as
especialidades, foi Mutilação genital feminina. De acordo com a literatura
consultada, esse termo representa uma prática arcaica e antinatural, relacionada
com determinantes culturais e tradições, ainda hoje realizada contra as mulheres,
sobretudo em algumas sociedades africanas (Rey, 1999; Smeltzer e Bare, 1998;
Black e Matassarim-Jacobs, 1996).
Segundo o Relatório da Saúde Mundial, publicado pela OMS (WHO, 1999),
no capítulo que trata sobre a mutilação genital feminina, consta que a prevalência
dessa prática ocorre em vários países da África, mas, com o aumento da imigração
de todos os povos, é possível identificar esta prática em todos os continentes.
Nesse mesmo relatório, consta que vários autores têm mencionado a prática da
mutilação genital feminina entre pessoas indígenas da Colômbia, México e Peru, de
acordo com os relatórios das organizações nacionais ou de estudos publicados.
Consta também que na cidade de São Paulo, no Brasil, um estudo identificou que
essa prática está sendo utilizada pela comunidade de imigrantes egípcios, mas
reforça que outras investigações realizadas não evidenciaram o uso dessa prática.
Com base no que foi exposto e na literatura de Enfermagem, pode-se inferir
que as enfermeiras que registraram a utilização do termo Mutilação genital
feminina, neste estudo, o tenham feito, tendo como base a compreensão do
significado desse termo, mas não como um indicador de incidência, ou seja, de
utilização na prática profissional. Se essa inferência estiver correta, existe a
possibilidade de que outros termos também tenham sido marcados, levando-se em
consideração o seu significado e não a utilização como uma prática de enfermagem,
o que justifica, mais uma vez, a realização de estudos futuros, tendo como base o
significado dos termos, para elucidarem essas questões.
Os termos Rede social e Interação social limitada também apresentaram
freqüência abaixo de 80,0%, em cinco das seis especialidades. No que diz respeito
173
ao termo Rede social, o que se evidencia na literatura pesquisada é que esse termo
é mais utilizado como Apoio social, Suporte social ou Grupo de apoio (Smeltzer e
Bare, 1998; Black e Matassarim-Jacobs, 1996). O termo Interação social limitada
foi excluído quando da transposição da Versão Alfa para a Beta.
O conceito Ação interdependente continua sendo um conceito central na
Versão Beta, constituído de 50 fenômenos de enfermagem, dos quais, 12 fazem
parte dos 16 termos apresentados no Gráfico 31. Os termos apresentados na
Versão Alfa e excluídos quando da transposição para a Versão Beta, foram
Desempenho alterado de papel, Interação social limitada e Isolamento social,
os dois primeiros em virtude da utilização de qualificadores, que passaram a fazer
parte de um novo eixo na Classificação de Fenômenos de Enfermagem. O termo
Planejamento familiar foi transferido para o conceito Grupo. Os 37 novos
termos apresentados na Versão Beta estão subdivididos nos seguintes conceitos:
Interação social (20 termos), Interação de papel (8 termos), Cuidador,
Interação sexual (3 termos), Comunicação (7 termos) (ICN, 1999c).
Pode-se constatar, a partir da apresentação dos gráficos anteriormente
apresentados, que fazem parte da sub-escala Fenômenos de Enfermagem
pertencentes a Ações, que os 48 termos, equivalentes semanticamente para o
português do Brasil, são utilizados por enfermeiras paraibanas. Os termos que
apresentaram uma maior freqüência como nunca utilizados foram os seguintes:
Atividade instrumental da vida diária, Desgaste do cuidador, Mutilação
genital feminina e Violência autodirecionada.
A partir da síntese desses resultados, pode-se concluir que um grande
número dos fenômenos, constantes na sub-escala Ações, é utilizado por
enfermeiras paraibanas com uma freqüência acima de 80,0% nas seis
especialidades da área, ou seja: 39 (81,2%) são utilizados na Enfermagem
Obstétrica, 30 (62,5%) na Enfermagem de Saúde Pública, 29 (60,4%) na
174
Enfermagem Médico-Cirúrgica, 28 (58,3%) respectivamente na Enfermagem
Pediátrica e na Enfermagem Psiquiátrica, e 22 (45,8%) na Enfermagem em
Doenças Contagiosas.
Observa-se que a única especialidade que apresentou um maior número de
termos utilizados com freqüência sempre e muitas vezes, ou seja, termos com
freqüência de utilização acima de 80,0%, foi a Enfermagem Obstétrica. Isto se
justifica pelo fato da Obstetrícia e, conseqüentemente, da Enfermagem Obstétrica
assistirem a mulher, nas diversas fases da gestação, e incluírem além do estudo dos
ajustes anatômicos e fisiológicos da reprodução humana, e o estudo das diversas
relações interdependentes que estão em jogo nesse processo (Ziegel e Cranley,
1994).
Fazendo-se uma comparação dessa sub-escala apresentada na Versão Alfa
com os termos apresentados na Versão Beta, pode-se constatar que o conceito
Ações passou a ser subdividido em Ação de autoconfiança e Ação
interdependente. As Ações de autoconfiança estão subdivididas nos seguintes
conceitos centrais: Autocuidado (47 termos) e Cuidado Domiciliar (19 termos).
As Ações interdependentes estão subdivididas em: Interação social (27 termos),
Interação de papel (9 termos), Cuidador (1 termo), Interação sexual (5 termos) e
Comunicação (7 termos) (ICN, 1999c).
5.2.2.2.5 Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Meio Ambiente
Para Mortensen (1997), o núcleo Meio ambiente, na Versão Alfa, inclui
poucos conceitos, mas deseja-se que esse seja posteriormente desenvolvido pelas
contribuições das enfermeiras que estão trabalhando especialmente com a
assistência primária de saúde. Os Fenômenos de Enfermagem relacionados com a
Família, a Sociedade e a Comunidade incorporam-se na categoria de Meio
175
ambiente: humano, e estão apresentados no Gráfico 32. Os fenômenos
relacionados com o Meio ambiente: Físico, Biológico e Artificial são
incorporados na categoria Meio ambiente natureza, e estão apresentados no
Gráfico 33.
Gráfico 32 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Meio Ambiente: Humano, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
98,2
94,1
95,9
81,2
78,8
97,6
88,2
75,3
90,6
96,5
95,9
95,3
74,1
57
82,3
78,8
75,3
85,9
92,3
92,3
92,3
92,3
84,6
100
100
84,6
84,6
84,6
100
92,3
69,2
53,8
84,6
92,3
92,3
92,3
98,3
91,2
96,5
94,7
68,4
92,9
84,2
64,9
92,9
98,3
98,3
96,5
66,7
49,1
91,2
87,7
91,2
91,2
88,5
88,5
76,9
73,1
53,8
100
76,9
84,6
84,6
84,6
84,6
96,1
57,7
26,9
65,4
65,4
50
65,4
100
57,1
100
57,1
71,4
100
57,1
71,4
57,1
57,1
100
100
57,1
28,6
100
100
100
100
100
98,9
97,8
96,7
77,2
98,9
95,6
72,8
97,8
96,7
98,9
97,8
77,2
52,2
88
78,3
85,9
84,8
Família
Capacidade de cuidar
Paternidade/Maternidade
Vínculo
Paternidade/Maternidade alterada
Relacionamento familiar
Distúrbio no relacionamentofamiliar
Conflito de papel dos pais
Economia
Condições econômicas
Pobreza
Cultura
Etnia
Sexismo
Alto índice de mortalidade
Alto índice de mortalidade neonatalprecoce
Alto índice de mortalidade perinatal
Alto índice de mortalidade materna
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
176
Meio Ambiente: Humano é considerado o termo central na pirâmide de
conceitos, constituída de 18 fenômenos de enfermagem. Observa-se, no Gráfico
32, que os termos Família, Relacionamento familiar, Pobreza e Cultura foram
os que apresentaram freqüência acima de 80,0%, como utilizados em todas as
especialidades. Os termos Etnia e Sexismo foram os únicos que apresentaram
freqüência de utilização abaixo de 80,0%, em todas as especialidades, seguidos de
Paternidade/Maternidade alterada, em cinco especialidades.
O termo Sexismo vem sendo apresentado, desde a primeira fase da pesquisa,
como um conceito problemático. Consultando-se um dicionário português,
considerado o mais completo, em uma edição atualizada, (Ferreira, 1998), verifica-
se que o termo Sexismo não consta como um verbete, o mesmo acontecendo
quando se procurou nos dicionários de termos clínicos ou termos médicos (Rey,
1999; Osol, 1982). O entendimento que se pode ter desse termo é que o mesmo
começou a ser evidenciado a partir do movimento feminista, quando se denunciou
o poder e a dominação de um sexo sobre o outro.
Na Versão Alfa da CIPE, esse termo é definido como um “fenômeno de
enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte característica específica:
discriminação, especialmente contra mulheres, baseada no sexo” (CIE, 1996b). Já
na Versão Beta, o mesmo aparece pertencendo ao Meio Ambiente construído pelo
homem, ligado ao conceito de Normas e Atitudes, definido como um “tipo de
discriminação com a seguinte característica específica: prática de fazer distinção
em tratamento, manifestações injustas ou prejudiciais baseado no gênero” (ICN,
1999c). Pode-se perceber, analisando-se essas duas definições, que esse termo não
tinha, na Versão Alfa, uma definição nem uma localização precisa, o que nos leva a
acreditar que esse fato tenha contribuído para que o mesmo seja considerado, neste
estudo, como um dos termos mais problemáticos.
No que diz respeito ao termo Etnia, pode-se também fazer o mesmo
julgamento. Na Versão Alfa, esse termo foi definido como “um fenômeno de
177
enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte característica específica:
discriminação de pessoas baseada na raça, nacionalidade ou cultura” (ICN,
1996b), e na Versão Beta ele é definido como um tipo de “fenômeno de
enfermagem de Normas e Atitudes com a seguinte característica específica:
documentação e classificação de indivíduos por nacionalidade, hereditariedade,
costumes e linguagem dos indivíduos” (ICN, 1999).
O termo Paternidade/Maternidade alterada, quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta, foi excluído em virtude da utilização do qualificador
alterada.
O conceito Meio ambiente: humano deixou de ser um conceito central na
Versão Beta, tendo sido substituído pelo conceito Meio ambiente: Natureza,
constituído de 25 fenômenos de enfermagem. Dos 18 termos apresentados no
Gráfico 32, nove foram excluídos (Capacidade de cuidar,
Paternidade/Maternidade alterada, Relacionamento familiar, Distúrbio no
relacionamento familiar, Conflito de papel dos pais, Economia, Condições
econômicas, Pobreza e Índice de mortalidade perinatal), três foram transferidos
para o conceito de Grupo (Família, Paternidade/Maternidade e Vínculo), três
foram transferidos, com modificações, para o conceito Comunidade (Índice de
mortalidade, Índice de mortalidade infantil e Índice de mortalidade materna)
e dois foram transferidos para o conceito Meio Ambiente construído pelo homem
– Normas e Atitudes (Sexismo e Etnia) (ICN, 1999c).
Meio Ambiente: Natureza é o termo central da pirâmide de conceitos,
constituída de oito fenômenos de enfermagem e apresentada no Gráfico 33, onde se
evidencia a distribuição do percentual de utilização desses fenômenos, nas seis
especialidades da Enfermagem. Observa-se que todos os termos foram utilizados
com freqüência acima de 80,0%, em todas as especialidades, com exceção do termo
Moradia inadequada, que apresentou uma freqüência de 57,1% na especialidade
Enfermagem em Doenças Contagiosas.
178
O conceito Meio ambiente: natureza, como foi anteriormente explicado,
continua sendo um conceito central na Versão Beta, mas subdividido em Ambiente
físico e Ambiente biológico, constituído de 25 fenômenos de enfermagem. Dos
oito termos apresentados no Gráfico 33, quatro foram excluídos (Poluição do ar,
Poluição da água, Moradia e Moradia inadequada), e os outros quatro
continuaram a fazer parte desse conceito (Ar, Água, Microorganismo e Parasita).
Gráfico 33 Distribuição do percentual de utilização dos Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Meio Ambiente: Natureza, por Área de Especialidade. Paraíba, 1999.
Pode-se constatar, a partir da apresentação dos dois últimos gráficos, que
fazem parte da sub-escala Fenômenos de Enfermagem pertencentes a Meio
ambiente, que os 26 termos, equivalentes semanticamente para o português do
96,5
97,6
98,8
95,3
96,5
94,7
98,2
97
88,5
88,5
88,5
88,5
88,5
88,5
92,3
92,3
98,3
98,3
98,3
98,3
98,3
98,3
98,3
96,5
100
96,1
96,1
96,1
96,1
92,3
88,5
88,5
100
100
100
100
100
100
100
57,1
96,7
98,9
98,9
96,7
95,6
97,8
98,9
97,8
Ar
Poluição do ar
Água
Poluição da água
Microorganismo
Parasita
Moradia
Moradia inadequada
Médico-Cirúrgica Obstétrica Pediátrica Psiquiátrica Doenças contagiosas Saúde Pública
179
Brasil, são utilizados por enfermeiras paraibanas. O único termo que apresentou
uma maior freqüência como nunca utilizado foi o Sexismo, conforme discussão
anteriormente apresentada.
A partir da síntese desses resultados, pode-se concluir que a grande maioria
dos termos constantes na sub-escala Meio ambiente é utilizada com freqüência
acima de 80,0%, por enfermeiras paraibanas, nas seis especialidades da área, ou
seja: 24 (92,3%) na Enfermagem Obstétrica, 22 (84,6%) na Enfermagem
Pediátrica, 21 (80,8%) na Enfermagem de Saúde Pública, 20 (76,9%) na
Enfermagem Médico-Cirúrgica, 17 (65,4%) na Enfermagem em Doenças
Contagiosas e 16 (61,5%) na Enfermagem Psiquiátrica.
Observa-se que as especialidades que apresentaram o maior número de
termos utilizados com freqüência sempre e muitas vezes, ou seja, termos com
freqüência de utilização acima de 80,0%, foram a Enfermagem Obstétrica,
Enfermagem Pediátrica e a Enfermagem de Saúde Pública. Merece ser ressaltado
que as enfermeiras independente do campo de atuação e de acordo com sua
atividade trabalham em todas as fases do ciclo sanitário e são, consequentemente,
conhecedoras dos termos relacionados com o meio ambiente (Du Gas, 1988).
Fazendo-se uma comparação dessa sub-escala apresentada na Versão Alfa
com os termos apresentados na Versão Beta, pode-se constatar que muitos dos
termos apresentados foram transferidos para os conceitos Grupo e Comunidade,
que na Versão Beta passaram a fazer parte dos fenômenos de enfermagem
pertencentes ao indivíduo. O conceito Meio ambiente, na Versão Beta, ficou
subdividido em Meio ambiente: natureza e Meio ambiente construído pelo
homem, com 166 termos. O conceito Meio ambiente natureza está subdividido
em Ambiente físico (17 termos) e Ambiente biológico (7 termos) e o conceito
Meio ambiente construído pelo homem está subdividido em: Infra-estrutura (15
termos), Desenvolvimento do país (5 termos), Sistema de suporte (17 termos),
Normas e atitudes (11 termos) e Política (21 termos) (ICN, 1999c).
180
A partir dos resultados apresentados pode-se concluir que as enfermeiras
paraibanas utilizam na sua prática profissional os fenômenos constantes na CIPE –
Versão alfa, em várias proporções: um único fenômeno foi marcado com 100,0%
de freqüência de utilização – Dor; a grande maioria com freqüência variando de
99,0% a 80,0% e 13 com freqüência abaixo de 50,0%. Visualiza-se também no
estudo que esses 269 fenômenos de enfermagem são utilizados nas várias áreas
clínicas da profissão, apresentando maiores evidências de utilização nas
especialidades Enfermagem Médico Cirúrgica, Enfermagem Obstétrica e
Enfermagem de Saúde Pública.
Merece ser ressaltado que, em alguns momentos do estudo, tinha-se a
sensação de que as enfermeiras, ao marcarem que utilizavam os termos, o faziam
baseada na compreensão do seu significado ou familiaridade e não na utilização
efetiva na prática profissional. Se essa inferência estiver correta, justifica-se a
realização de estudos futuros, para esclarecer essa questão.
A despeito disso, e tendo por base os resultados obtidos neste estudo, o que
se pode concluir é que, confirmando o que foi dito pelo CIE, os termos usados na
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem, “representam problemas ou
situações da prática de enfermagem comuns às enfermeiras” (ICN, 1996b).
181
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a publicação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem –
Versão Alfa, o processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento dessa classificação,
como também a introdução, nela, de modificações que se fizerem necessárias,
constituem uma realidade na Enfermagem mundial. Este estudo foi desenvolvido
numa tentativa de responder a algumas das grandes questões que surgiram após a
apresentação dessa classificação – a necessidade de adaptação dos termos à língua
alvo de utilização e a verificação se os mesmos representam ou não as situações ou
problemas com os quais as enfermeiras lidam na sua prática profissional.
Na Classificação de Fenômenos de Enfermagem, apresentada na CIPE –
Versão Alfa, essas situações são denominadas de Fenômenos de Enfermagem e
constituem dois grandes blocos: os fenômenos relacionados com Ser humano (259
termos) e os fenômenos relacionados com Meio ambiente (34), totalizando 293
termos, com 292 definições. Para que esses termos sirvam aos seus maiores
propósitos, à documentação e à estatística da prática de enfermagem, é necessário
que sejam adaptados à linguagem onde serão utilizados, uma vez que os mesmos
foram desenvolvidos em países onde a língua predominante é a inglesa.
Na realização desta pesquisa, parti da premissa de que todos os termos de
Enfermagem, originados nas diversas línguas, tinham um componente
correspondente na língua portuguesa. Dentre as diversas abordagens que poderiam
ser utilizadas para o desenvolvimento deste estudo, optei por fazer a equivalência
semântica da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa
e verificar se os fenômenos de enfermagem equivalentes semanticamente faziam
parte da prática profissional das enfermeiras. O que eu queria na realidade com o
estudo era evitar que a Classificação de Fenômenos de Enfermagem apresentasse
182
os mesmos problemas que foram, por mim e por outras enfermeiras, evidenciados
com a tradução do sistema de classificação da NANDA, para o português do Brasil,
e saber se as enfermeiras reconheciam e utilizavam esses termos na sua prática
assistencial e/ou docente.
Corrobora este pensamento a afirmação do CIE de que a CIPE é um sistema
de classificação que deve ter sua utilização tanto na área assistencial, como no
ensino de Enfermagem, uma vez que um dos seus objetivos potenciais é o
desenvolvimento profissional, a comunicação entre as enfermeiras e entre os
demais profissionais de saúde, a sistematização da assistência de enfermagem e a
investigação científica na Enfermagem (ICN, 1996b).
No desenvolvimento da primeira fase do estudo, não existia a pretensão de
se desenvolver todos os tipos de equivalência que devem ser observados em
estudos transculturais, cujo objetivo é a adaptação de termos de uma linguagem
para outra, mas com o desenrolar do estudo, pôde-se perceber que foram
desenvolvidas, tanto a equivalência semântica, como a equivalência cultural e a
equivalência de conteúdo.
A equivalência semântica foi obtida quando foi desenvolvida a avaliação da
equivalência gramatical e de vocabulário na tradução para o português do Brasil. A
equivalência cultural foi realizada quando se atentou, durante todo o processo da
técnica da back-translation, para que os termos utilizados fossem coerentes com as
experiências vividas pelas enfermeiras dentro do seu contexto cultural. Considero
que esta equivalência foi alcançada, quando as enfermeiras responderam que os
termos apresentados retratavam problemas ou situações da prática profissional. A
equivalência conceitual foi alcançada, quando os termos foram submetidos ao
julgamento de um corpo de juízes, quando da realização da correlação entre as
versões original, tradução e back-translation, da Classificação de Fenômenos de
183
Enfermagem, ocasião em que foi julgado se os termos apresentavam o mesmo
significado nas três versões.
Os resultados do estudo nessa primeira fase apontaram para uma tradução
semanticamente correta, alcançando um índice de concordância de 98,0% para os
269 termos. Merece ser ressaltado que, em alguns casos, não foi possível encontrar
uma palavra que incorporasse o sentido exato do termo original em inglês, como no
caso de Rubor quente. Mesmo para os termos que foram traduzidos “sem
problemas”, estou consciente de que alguns conceitos ainda não têm um sentido
exato em português e que estudos devem ser desenvolvidos, para que essa
Classificação represente a prática de enfermagem, das enfermeiras brasileiras. Por
esse motivo, acredito que a continuação do estudo deve ser vista como uma
contribuição para a pesquisa na Enfermagem, quando se deve fazer uma acurada
investigação sobre o uso dos termos, seu significado e sua substituição, quando
oportuno, por vocábulos que reflitam a prática de enfermagem dentro do contexto
sociocultural do momento.
Durante o processo de realização da primeira fase da pesquisa, não foram
evidenciadas maiores dificuldades. Esse resultado significativo credito à
participação de um grupo de enfermeiras e de professores de Letras, que não
mediram esforços para o alcance do objetivo estabelecido para essa fase.
A segunda fase do estudo foi realizada, objetivando verificar a utilização, na
prática de enfermagem, dos fenômenos equivalentes semanticamente, investigar a
existência de diferentes denominação para esses fenômenos submetidos à
equivalência semântica e de outros fenômenos não constante na CIPE com suas
denominações. Considero que, desses três objetivos, só o primeiro foi alcançado
em toda a sua plenitude. O segundo objetivo não foi alcançado na dimensão
esperada, ou seja, a apresentação de novas denominações, com um índice de
concordância de 80,0% entre as enfermeiras. O terceiro objetivo não foi alcançado,
184
em virtude de as enfermeiras não terem apresentado sugestões de outros fenômenos
que não fossem os listados na CIPE. Acredito que esse fato tenha acontecido, não
porque não existam outros fenômenos, além dos apresentados, mas em virtude da
extensão do instrumento e da localização desse item em sua terceira etapa.
Segundo relato das próprias enfermeiras, quando elas se dispunham a responder
esse item, sentiam-se cansadas e, por isso, não incluíam nenhum novo fenômeno, e,
quando o faziam, repetiam aqueles já contempladas na CIPE.
Em virtude do tamanho continental do Brasil, optei por utilizar uma
amostragem significativa, para que, dessa forma, fosse possível generalizar os
resultados do estudo. Sabia, de antemão, que os maiores entraves na realização de
um estudo transcultural era o tempo gasto na sua execução e o alto custo para se
cumprirem todas as suas etapas. Por esses motivos, decidi realizar o estudo no
Estado da Paraíba, primeiro por ser esse o meu Estado de origem, o meu local de
trabalho e de residência e, conseqüentemente, por acreditar que teria mais
facilidades no seu desenvolvimento. Mesmo acreditando que teria mais facilidades
no desenvolvimento da pesquisa, a maior dificuldade enfrentada na realização
dessa etapa da pesquisa foi atingir a amostra preestabelecida, pois as enfermeiras
reclamavam do tamanho do instrumento e do tempo gasto com seu preenchimento,
apontando esses fatores como motivos para o não preenchimento e devolução do
mesmo.
A partir dos resultados do estudo, pode-se concluir, que os termos atribuídos
aos fenômenos de enfermagem na Classificação de Fenômenos de Enfermagem da
CIPE – Versão Alfa, são utilizados por enfermeiras paraibanas na sua prática
profissional, uma vez que todos os termos foram apontados como utilizados com
alguma freqüência. Dentre os 269 termos equivalentes semanticamente para o
português do Brasil, só 13 termos, correspondendo a 4,8%, apresentaram uma
maior freqüência como nunca utilizados na prática profissional das enfermeiras
paraibanas.
185
Os resultados da utilização dos termos atribuídos aos fenômenos de
enfermagem, de acordo com o estrato amostral, evidenciam que as enfermeiras dos
Demais Municípios Paraibanos utilizam um maior número de termos,
estatisticamente significativo, quando comparado com os dois outros estratos –
João Pessoa e Campina Grande. Esse resultado foi uma das grandes surpresas do
estudo, pois se esperava, tendo em vista o maior número de enfermeiras, de Escolas
e de Instituições nos estratos de João Pessoa e Campina Grande, que esses fossem
os que apresentassem um maior número de fenômenos utilizados por enfermeiras
paraibanas.
No que diz respeito à utilização dos fenômenos, por área de especialidade na
Enfermagem, os resultados demonstram que as enfermeiras utilizam todos os
termos, em todas as especialidades, em algumas como sempre e muitas vezes
utilizados e, em outras, como raramente utilizados. Em virtude da não obtenção
de uma amostra unificada, por especialidade, não foi possível fazer,
estatisticamente, uma maior exploração desses resultados.
Com a realização deste estudo, não se pretendia esgotar o assunto, mas
apresentar, para a comunidade de Enfermagem, um estudo inicial que, tenho plena
convicção, deve ser continuado. Essa continuação deverá ser realizada,
principalmente, pelo fato de um sistema de classificação ser considerado um
processo em contínuo desenvolvimento, cujos termos podem ser passíveis de
inclusão, revisão, modificação ou exclusão.
Algumas considerações merecem ser feitas com relação ao desenvolvimento
do estudo. Não foi pretensão minha desenvolver um estudo para verificar o
significado dos termos na prática de enfermagem, mas, sim, se as enfermeiras
usavam esses termos na sua prática profissional. Merece ser ressaltado que, em
muitos casos, a falta de um termo correspondente em nossa cultura foi prejudicial
ao desenvolvimento do estudo. Pode-se citar como exemplo Estresse de frio, que
186
não é um fenômeno comum na nossa cultura, o que determinou uma maior
freqüência de sua não utilização na prática de enfermagem das enfermeiras
paraibanas.
A linguagem da Enfermagem tem sido definida como o universo dos termos
escritos e suas definições, que são usados com o propósito de indexar e classificar
uma variedade de dados de enfermagem em prontuários clínicos, em sistemas de
enfermagem, na literatura especializada e em relatórios de pesquisa (Henry et al.,
1995). Para as referidas autoras, a linguagem da prática de enfermagem está
representada por seus termos clínicos.
Neste estudo, para se avaliar os termos utilizados nas várias especialidades,
utilizou-se a literatura de Enfermagem, mas, merece ser considerado, que a grande
maioria dos livros utilizados são de origem americana e traduzidos para o
português do Brasil, não representando, portanto, a linguagem das enfermeiras
brasileiras, mas, sim, a linguagem da profissão Enfermagem.
Esse fato implica que a terminologia é parte integrante e essencial do
contexto teórico e prático de uma profissão. Os termos empregados pelos
elementos de um grupo profissional devem transmitir a todos o mesmo significado,
servindo, ao mesmo tempo, para classificar a prática profissional.
A título de contribuição para o desenvolvimento da Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem serão feitas algumas considerações que
são consideradas importantes no desenvolvimento de futuros estudos.
Numa primeira consideração, concordo com Saba et al. (1998), componentes
do IMIA – NI/SIG (International Medical Informatics Association – Nursing
Information, Special Interest Group), quando afirmam que a pretendida relação
entre a CIPE e a Família de Classificação da OMS é obscura. Para essas autoras,
no início do desenvolvimento do projeto da CIPE, o CIE concordou que a Família
187
de Classificação fosse o caminho apropriado para o design e disseminação de uma
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, mas, de acordo com o
desenvolvimento atual dessa classificação, para que ela possa ser considerada
membro da família de classificação da CID, necessita de ser reestruturada e
codificada de acordo com as regras da OMS.
As maiores mudanças que precisam ser feitas na CIPE, segundo as autoras já
mencionadas, são as seguintes: 1) os três componentes – Fenômenos de
enfermagem, Ações de enfermagem e Resultados esperados – necessitam de ser
estruturados numa única estrutura que determine maiores categorias ou capítulos
para os três componentes; 2) os títulos dos itens na classificação necessitam de ser
codificados, usando-se método compatível com o formato da CID; 3) os títulos
podem ser adicionados com níveis de codificação e/ou modificadores, além de três
ou quatro características, para que, dessa forma, mantenham a integralidade e
compatibilidade do sistema de classificação.
Uma outra consideração que merece ser relatada diz respeito à necessidade
de uma maior precisão na identificação dos atributos de cada conceito, ou seja, das
características específicas que definem o fenômeno de enfermagem. Já se pode
evidenciar, quando da transposição da Versão Alfa para a Beta, que, em alguns
fenômenos, foram modificadas as características específicas, o que só favoreceu
um melhor entendimento do real significado dos termos. Alguns exemplos de
incongruência das características específicas dos fenômenos foram apresentadas
neste trabalho, como no caso de Expectoração, Aspiração, Estresse de frio e
Sexismo. Acredito que esses problemas serão resolvidos com o desenvolvimento
de estudos sobre o significado dos conceitos ou análises de conceitos, quando então
os termos apresentarão uma maior consistência de entendimento para as
enfermeiras.
188
Outro aspecto que merece ser evidenciado é o estudo da localização dos
fenômenos na árvore taxonômica, pois, em alguns casos, não se consegue atentar
para a localização dos termos na pirâmide de conceitos. É o caso dos termos
Atividade física e Regurgitação, que na Versão Alfa estavam ligados ao conceito
de Respiração. Existem vários outros exemplos discutidos neste trabalho, que
foram corrigidos quando da transposição da Versão Alfa para a Beta. Mas, mesmo
na Versão Beta, ainda existem algumas discrepâncias com relação à localização de
alguns termos, que precisam ser estudados.
As implicações deste estudo podem ser visualizadas na assistência de
enfermagem através da utilização dos termos desta classificação; da criação de um
quadro de referência para a assistência de enfermagem, o que com certeza levará a
enfermeira a uma maior precisão e consistência dos cuidados de enfermagem; do
fornecimento de dados e informações para serem usados como base para tomada de
decisões clínicas individualizadas; do direcionamento na coleta, na documentação e
na utilização de dados para se avaliar e monitorar a qualidade das ações de
enfermagem; e do desenvolvimento de padrões para a prática de enfermagem.
Na pesquisa de enfermagem, os benefícios estão relacionados com a
adequação e validação dos fenômenos de enfermagem na prática de enfermagem; e
com o estímulo ao desenvolvimento de estudos sobre o significado de cada termo
na prática de enfermagem.
Na educação, os benefícios estão relacionados com a criação de um quadro
de referências para o planejamento e a avaliação curricular, a partir da
Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE e da possibilidade de uma
articulação mais consistente entre a área de ensino e a área assistencial.
Considero como a maior implicação desse estudo a minha satisfação pessoal
como enfermeira, docente e pesquisadora, traduzida pela utilização de uma
abordagem teórica metodológica que, mesmo exigindo um maior tempo para seu
189
desenvolvimento e um alto custo financeiro, foi gratificante e prazeirosa, pois
conseguia visualizar, em cada etapa vencida, os seus resultados, com as suas
possíveis aplicações práticas e, ao mesmo tempo, identificar as fragilidades do
estudo. Por esse motivo, reafirmo que a minha maior satisfação com o estudo é
confirmar o meu pressuposto inicial de que os fenômenos constantes na
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – Versão Alfa, constituem
situações presentes na prática de enfermagem.
190
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201
ANEXOS
ANEXO 1
INSTRUMENTO N.º 1 UTILIZADO NA TÉCNICA BACK-TRANSLATION DA
CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE ENFERMAGEM – CIPE – VERSÃO
ALFA14
João Pessoa, janeiro de 1998
Prezada colega, Sou aluna do Curso de Doutorado em Enfermagem do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM e estou realizando uma pesquisa com o objetivo de adaptar, na prática de enfermagem, os termos utilizados para denominar os problemas ou as situações de enfermagem apresentados na Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE/CIE – Versão Alfa, à língua Portuguesa. Antes do desenvolvimento da coleta de dados será feita a equivalência semântica dos termos da referida Classificação, utilizando-se algumas etapas modificadas da técnica de back-translation, sugerida por Brislin (1970), entre as quais, a revisão e modificação da back-translation por um grupo de experts na área de Enfermagem, que tenha domínio das duas línguas, para que seja feita a correlação das duas versões (back-translation e tradução para o português).
Gostaria de solicitar sua colaboração para essa última etapa dessa técnica, no sentido de apontar se os termos apresentados na versão original têm o mesmo significado na back-translation. Para isso, após analisar as três primeiras colunas do material que estou enviando, você precisa marcar se concorda ou discorda da tradução dos títulos e das definições de cada um dos fenômenos e, em caso de discordância, apresente, se possível, sugestões para modificações da tradução, tanto nos títulos como nas definições dos Fenômenos de Enfermagem. Esclareço que não está em discussão, nessa etapa, se esses termos são usados ou não na nossa prática (a utilização prática desses termos será feita em etapa posterior), mas, sim, se existe uma correlação entre os termos originais em inglês e os termos apresentados na versão feita a partir da tradução. 14 Em virtude do tamanho desse instrumento, 64 páginas, só está sendo apresentado um exemplo do mesmo.
202
Depois de feita a correlação, o material deverá ser devolvido para o endereço no envelope selado que acompanha o mesmo. Ressalto que sua participação nesse processo será voluntária, podendo deixar de participar em qualquer momento, e que tudo o que responder ficará no anonimato. Dúvidas ou questionamentos sobre o estudo devem ser dirigidos à pesquisadora no endereço e telefone abaixo. Reconheço que essa tarefa lhe tomará bastante tempo, mas reconheço também que a sua contribuição será incalculável para a Enfermagem brasileira. Por esse motivo, antecipadamente agradeço-lhe a participação.
Atenciosamente,
Maria Miriam Lima da Nóbrega Rua Eutiquiano Barreto, 935 Manaíra - João Pessoa/PB 58038-311 Fone: (083) 226.1393 E-mail: [email protected]
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206
ANEXO 2
INSTRUMENTO N.º 2, UTILIZADO NA TÉCNICA BACK-TRANSLATION DA
CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE ENFERMAGEM – CIPE – VERSÃO
ALFA16
São Paulo, junho de 1998
Prezada colega, Os resultados da equivalência semântica dos títulos e das definições dos
Fenômenos de Enfermagem, feita a partir da concordância das avaliadores entre a versão original da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE/CIE e a back-translation, apontaram para uma concordância de 96,0% para os títulos e 89,0% para as definições. Levando em consideração que o objetivo maior dessa equivalência é o oferecimento, à comunidade de Enfermagem, de uma classificação que possa ser utilizada pelo maior número possível de enfermeiras, sem apresentar problemas por sua tradução, os 44 títulos e definições dos fenômenos que alcançaram índice abaixo de 79,0%, serão submetidos a todo o processo de equivalência semântica, utilizando-se as mesmas etapas modificadas da técnica da back-translation, sugerida por Brislin (1970), entre as quais, a revisão e modificação da back-translation por um grupo de experts na área de Enfermagem, que tenha domínio das duas línguas, para que seja feita a correlação das duas versões.
Gostaria de solicitar, mais uma vez, sua colaboração, para a última etapa dessa técnica, no sentido de apontar, se os termos apresentados na versão original têm o mesmo significado na back-translation. Para isso, após analisar as três primeiras colunas do material que lhe estou enviando, você precisa marcar se concorda ou discorda da tradução dos títulos e das definições de cada um dos fenômenos e, em caso de discordância, apresentar, se possível, sugestões para modificações da tradução, tanto nos títulos como nas definições dos Fenômenos de Enfermagem.
Ressalto que sua participação nesse processo será voluntária, podendo deixar de participar, em qualquer momento, e, que tudo o que responder ficará
16 Em virtude do tamanho desse instrumento, 34 páginas, só está sendo apresentado um exemplo do mesmo.
207
no anonimato. Dúvidas ou questionamentos sobre o estudo devem ser dirigidos à pesquisadora no endereço e telefone abaixo. Reconheço que essa tarefa lhe tomará bastante tempo, mas reconheço também que a sua contribuição será incalculável para a Enfermagem brasileira. Por esse motivo, mais uma vez, antecipadamente agradeço-lhe a participação.
Atenciosamente,
Maria Miriam Lima da Nóbrega Rua Eutiquiano Barreto, 935 Manaíra - João Pessoa/PB 58038-311 Fone: (083) 226.1393 E-mail: [email protected]
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210
ANEXO 3
VERSÃO FINAL DA TRADUÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DOS
FENÔMENOS DE ENFERMAGEM DA CIPE – VERSÃO ALFA
1 – Fatores que influenciam o Estado de Saúde
1.1 – Fenômenos de Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde, com a seguinte característica específica: fenômenos que as enfermeiras diagnosticam.
1.2 – Outros Fenômenos fora da Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde com as seguintes características específicas: fenômenos que outras disciplinas diagnosticam – doenças, deficiências, incapacidade e desvantagens.
1.1.1 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Ser Humano são fenômenos de enfermagem, com a seguinte característica específica: qualidades da espécie humana pertencentes aos seres humanos individuais.
1.1.1.1 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Funções são fenômenos de enfermagem pertencentes ao Ser Humano, com as seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não intencionais) de alguma parte do indivíduo para manutenção e melhoria da vida (otimamente).
1.1.1.1.1 – Funções Fisiológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com as seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não intencionais) de alguma parte do corpo do indivíduo para manutenção e melhoria da vida (otimamente).
1.1.1.1.1.1 – Respiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: troca de oxigênio e de dióxido de carbono no corpo através do trato respiratório.
1.1.1.1.1.1.1 – Ventilação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com as seguintes características específicas: inalação e exalação mecânica de ar.
1.1.1.1.1.1.1.1 – Dispnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ventilação, com as seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado, respiração curta, batimento das asas do nariz, mudança na intensidade da respiração, uso dos músculos acessórios, excursão torácica alterada e frêmitos.
1.1.1.1.1.1.1.1.1 – Dispnéia Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia, com as seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado relacionado com atividade física, ou associado ao estado de ansiedade.
1.1.1.1.1.1.1.1.2 – Ortopnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia, com as seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado enquanto em repouso ou deitado.
1.1.1.1.1.1.1.2 – Limpeza das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ventilação, com a seguinte característica específica: habilidade para desobstruir as vias aéreas.
1.1.1.1.1.1.1.2.1 – Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para
211
desobstruir as vias aéreas.
1.1.1.1.1.1.1.2.1.1 – Expectoração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir as vias aéreas de substâncias vindas dos pulmões, brônquios ou traquéia.
1.1.1.1.1.1.1.2.1.2 – Aspiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir as vias aéreas de substâncias externas.
1.1.1.1.1.1.1.2.1.2.1 – Regurgitação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aspiração, com a seguinte característica específica: fluxo retrógrado de substâncias vindas do estômago.
1.1.1.1.1.1.1.3 – Intolerância à Atividade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ventilação, com as seguintes características específicas: cansaço fácil, movimentos corpóreos desgastantes, falta de habilidade para manter energia.
1.1.1.1.1.1.1.2 – Troca de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com as seguintes características específicas de transferência: troca de oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular.
1.1.1.1.1.1.2.1 – Troca Ineficaz de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Troca de Gases, com as seguintes características específicas de transferência: inabilidade para troca de oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular, confusão, diminuição do som respiratório, sibilos, estertores e roncos.
1.1.1.1.1.2 – Circulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue.
1.1.1.1.1.2.1 – Função Cardíaca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue pelo coração.
1.1.1.1.1.2.1.1 – Débito Cardíaco Diminuído é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento insuficiente do sangue pelo coração.
1.1.1.1.1.2.1.2 – Débito Cardíaco Aumentado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento de sangue mais do que o suficiente pelo coração.
1.1.1.1.1.2.1.3 – Débito Cardíaco Interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: parada cardíaca.
1.1.1.1.1.2.2 – Função Circulatória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos.
1.1.1.1.1.2.2.1 – Pressão Sangüínea Elevada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos com pressão maior que a normal.
1.1.1.1.1.2.2.2 – Pressão Sangüínea Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos com pressão menor que a normal.
1.1.1.1.1.2.2.3 – Função Circulatória Interrompida é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Circulatória, com as seguintes características específicas: interrupção ou perda do volume circulatório, queda acentuada da pressão sangüínea, choque progressivo para choque irreversível.
212
1.1.1.1.1.2.2.3.1 – Perfusão Tissular Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Circulatória Interrompida, com as seguintes características específicas: fluxo sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e de nutrientes em nível celular.
1.1.1.1.1.2.2.3.1.1 – Choque é um fenômeno de enfermagem pertencente a Perfusão Tissular Alterada, com as seguintes características específicas: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à falência aguda na circulação periférica.
1.1.1.1.1.3 – Termorregulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função Fisiológica, com a seguinte característica específica: regulação da temperatura corpórea dentro de um limite ótimo, isto é, no ponto termostático estabelecido.
1.1.1.1.1.3.1 – Temperatura corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Termorregulação, com a seguinte característica específica: temperatura do corpo, usualmente constante dentro de uma faixa estreita de variação.
1.1.1.1.1.3.1.1 – Hipertermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal elevada acima do limite normal, pele avermelhada, calor.
1.1.1.1.1.3.1.1.1 – Febre é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipertermia, com as seguintes características específicas: mudança no termostato interno, com ou sem tremores, com ou sem pele avermelhada, aumento no padrão respiratório e taquicardia.
1.1.1.1.1.3.1.2 – Hipotermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal reduzida abaixo do limite normal, pele fria, palidez, tremores, suprimento capilar lento, taquicardia, leito ungueal cianótico, hipertensão, piloereção.
1.1.1.1.1.3.1.2.1 – Estresse de Frio é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipotermia, com as seguintes características específicas: sensação de frio, confusão, passo trôpego, desorientação, pele extremamente fria, fala entrecortada, introversão e amnésia, arritmia, cianose, rigidez muscular.
1.1.1.1.1.3.2 – Calafrios é um fenômeno de enfermagem pertencente a Termorregulação, com as seguintes características específicas: sensação de frio, contração muscular quando a temperatura corporal cai abaixo do ponto termostático estabelecido ou na fase de arrepio de febre.
1.1.1.1.1.4 – Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: alimentação do corpo.
1.1.1.1.1.4.1 – Déficit de Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com a seguinte característica específica: ingestão menor do que as necessidades corporais.
1.1.1.1.1.4.1.1 – Má Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade errada de alimentos, fraqueza dos músculos.
1.1.1.1.1.4.1.2 – Emagrecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, perda de peso, debilidade.
1.1.1.1.1.4.2 – Nutrição Excessiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com as seguintes características específicas: ingestão maior do que as necessidades corporais, nível de atividade sedentária, padrão alimentar disfuncional, alimentação simultaneamente com outras atividades, concentração de alimentos ingeridos no fim do dia, alimentação em resposta a estímulos externos/internos.
213
1.1.1.1.1.4.2.1 – Obesidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição Excessiva, com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, peso >20% acima do ideal.
1.1.1.1.1.5 – Digestão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: conversão dos alimentos em substâncias absorvidas pelo corpo.
1.1.1.1.1.5.1 – Sucção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: extração de alimentos líquidos pela boca através do uso dos músculos labiais e da língua.
1.1.1.1.1.5.2 – Mastigação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: decomposição mecânica e química do alimento na boca.
1.1.1.1.1.5.3 – Deglutição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: passagem através da garganta de líquidos e/ou alimentos sólidos da boca para o estômago.
1.1.1.1.1.5.4 – Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: absorção completa de alimentos no tubo digestivo.
1.1.1.1.1.5.4.1 – Má Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: absorção incompleta de alimentos no tubo digestivo.
1.1.1.1.1.5.5 – Eructação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte característica específica: condução do ar ou do alimento em porções pequenas através da boca.
1.1.1.1.1.5.6 – Vômito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão com a seguinte característica específica: expulsão do alimento através da boca.
1.1.1.1.1.6 – Hidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: manutenção adequada de fluidos corporais.
1.1.1.1.1.6.1 – Desidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hidratação, com as seguintes características específicas: déficit no volume de fluido, diminuição do volume urinário, urina concentrada, eletrólitos alterados, sede, pele seca, membranas mucosas secas, diminuição do turgor da pele.
1.1.1.1.1.6.2 – Retenção de Líquidos é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hidratação, com as seguintes características específicas: excesso do volume de fluido, edema, ganho de peso, mudança no estado mental, eletrólitos alterados.
1.1.1.1.1.6.2.1 – Edema é um fenômeno de enfermagem pertencente a Retenção de Líquidos, com a seguinte característica específica: acúmulo excessivo de fluidos nos espaços tissulares.
1.1.1.1.1.7 – Aleitamento Materno é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: nutrição da criança pelo seio materno.
1.1.1.1.1.7.1 – Lactação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite pelas mamas.
1.1.1.1.1.7.1 – Lactação Aumentada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite maior que o requerido pela criança.
1.1.1.1.1.7.1.2 – Lactação Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite menor que o requerido pela criança.
1.1.1.1.1.8 – Eliminação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
214
com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos.
1.1.1.1.1.8.1 – Eliminação Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação, com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos: fezes.
1.1.1.1.1.8.1.1 – Incontinência Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação Intestinal, com as seguintes características específicas: incapacidade para controlar a defecação, fluxo constante de fezes, fezes líquidas e não formadas.
1.1.1.1.1.8.1.1.1 – Diarréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Intestinal, com as seguintes características específicas: fezes soltas, fluidas, líquidas e não formadas, padrão de freqüência aumentado, passagem freqüente, sons intestinais aumentados, cólicas, urgência.
1.1.1.1.1.8.1.2 – Constipação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação Intestinal, com as seguintes características específicas: formação de fezes duras, padrão de freqüência menor que o normal, quantidade de fezes menor que a usual, passagem diminuída, sons intestinais diminuídos, esforço ao defecar, náuseas, dor de cabeça, apetite prejudicado.
1.1.1.1.1.8.1.2.1 – Constipação Colônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Constipação, com as seguintes características específicas: distensão abdominal, massa palpável no abdome.
1.1.1.1.1.8.1.2.2 – Constipação Retal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Constipação, com as seguintes características específicas: pressão retal, defecação dolorosa, massa palpável no reto.
1.1.1.1.1.8.1.2.2.1 – Fezes Impactadas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Constipação Retal, com a seguinte característica específica: coleção de fezes endurecidas no reto.
1.1.1.1.1.8.2 – Eliminação Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação, com as seguintes características específicas: fluxo e excreção de resíduos: urina.
1.1.1.1.1.8.2.1 – Incontinência Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação, com a seguinte característica específica: perda involuntária da urina.
1.1.1.1.1.8.2.1.1 – Incontinência por Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: perda involuntária de pequenas quantidades de urina, ocorrendo com o aumento da pressão abdominal, e gotejamento de urina.
1.1.1.1.1.8.1.1.2 – Incontinência Reflexa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina, ocorrendo a intervalos de alguma forma previsíveis, quando um específico volume na bexiga é alcançado.
1.1.1.1.1.8.2.1.3 – Incontinência de Urgência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina, ocorrendo logo após uma forte sensação de urgência para esvaziamento vesical.
1.1.1.1.1.8.2.1.4 – Incontinência Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la, forte o suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local apropriado de esvaziamento.
1.1.1.1.1.8.2.1.5 – Incontinência Total é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: contínua e imprevisível perda de urina.
215
1.1.1.1.1.8.2.1.6 – Enurese é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina durante a noite.
1.1.1.1.1.8.2.2 – Retenção Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação Urinária, com a seguinte característica específica: esvaziamento incompleto da bexiga.
1.1.1.1.1.9 – Tegumento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo.
1.1.1.1.1.9.1 – Tegumento Íntegro é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento, com a seguinte característica específica: revestimento natural de todo o corpo está completo (sem solução de continuidade).
1.1.1.1.1.9.1.1 – Pele Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento Íntegro, com as seguintes características específicas: baixa umidade, aspereza, escamação e esfoliamento da epiderme.
1.1.1.1.1.9.1.2 – Membrana Mucosa Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento Íntegro, com as seguintes características específicas: baixa umidade da membrana mucosa, secura, falta de secreção.
1.1.1.1.1.9.1.2.1 – Boca Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca, com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na cavidade oral.
1.1.1.1.1.9.1.2.2 – Córnea Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca, com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na superfície ocular.
1.1.1.1.1.9.1.2.3 – Vagina Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca, com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na vagina.
1.1.1.1.1.9.2 – Tegumento interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento, com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo está com uma solução de continuidade inicial, ou não íntegra.
1.1.1.1.1.9.2.1 – Erupção da Pele é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento interrompido, com a seguinte característica específica: exantema sobre a pele e áreas da pele com mudanças de coloração e/ou protuberância.
1.1.1.1.1.9.2.2 – Lesão Esbranquiçada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento não Íntegro, com a seguinte característica específica: cobertura esbranquiçada sobre a membrana mucosa.
1.1.1.1.1.9.2.3 – Fissura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento interrompido, com a seguinte característica específica: rachadura epidérmica ou dérmica da pele devido à diminuição da elasticidade da pele e da capacidade para distendê-la.
1.1.1.1.1.9.2.4 – Maceração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento interrompido, com a seguinte característica específica: extensa abrasão epidérmica ou dérmica da pele devido à contínua presença de umidade.
1.1.1.1.1.9.2.5 – Úlcera é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido.
1.1.1.1.1.9.2.5.1 – Úlcera de Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Úlcera, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido devido à
216
compressão e fricção da pele entre o osso e a superfície subjacente.
1.1.1.1.1.9.2.6 – Ferida é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda de tecido como um resultado de dano mecânico.
1.1.1.1.1.9.2.6.1 – Ferida Cirúrgica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda do tecido como um resultado de procedimento cirúrgico.
1.1.1.1.1.9.2.6.2 – Ferida Traumática é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda do tecido como um resultado de lesão.
1.1.1.1.1.10 – Restauração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea.
1.1.1.1.1.10.1 – Sono é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com as seguintes características específicas: recorrente diminuição da atividade corpórea, marcada por uma postura imóvel característica e sensibilidade diminuída, mas facilmente reversível a estímulos externos.
1.1.1.1.1.10.1.1 – Dificuldade para Dormir é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com a seguinte característica específica: dificuldades para iniciar a diminuição da atividade corpórea.
1.1.1.1.1.10.1.2 – Sono intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com as seguintes características específicas: sono descontínuo dentro de um período de sono noturno normal esperado, freqüente despertar durante o sono.
1.1.1.1.1.10.1.3 – Insônia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com a seguinte característica específica: falta de sono.
1.1.1.1.1.10.2 – Repouso é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com a seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea enquanto acordado.
1.1.1.1.1.10.2.1 – Fadiga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as seguintes características específicas: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, desatenção, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.
1.1.1.1.1.10.2.2 – Exaustão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as seguintes características específicas: desgaste, mudança na postura, aumento da irritabilidade, sensação de não estar bem descansado e total depleção do vigor.
1.1.1.1.1.11 – Atividade Física é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de movimento do corpo.
1.1.1.1.1.11.1 – Mobilidade de Partes do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de movimentos de partes do corpo.
1.1.1.1.1.11.1.1 – Paresia da Boca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade para mover a boca devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
1.1.1.1.1.11.1.2 – Paresia Palpebral é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade para mover a pálpebra devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
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1.1.1.1.1.11.1.3 – Paresia da Garganta é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade para mover a garganta devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
1.1.1.1.1.11.1.4 – Mobilidade dos Membros Superiores é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: habilidade dos músculos para mover os membros superiores.
1.1.1.1.1.11.1.5 – Mobilidade dos Membros Inferiores é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: habilidade dos músculos para mover os membros inferiores.
1.1.1.1.1.11.2 – Mobilidade Total do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de mover o corpo inteiro.
1.1.1.1.1.11.2.1 – Imobilidade Parcial é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: capacidade reduzida para mover partes do corpo.
1.1.1.1.1.11.2.2 – Imobilidade Completa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: ausência completa de capacidade para mover o corpo inteiro.
1.1.1.1.1.12 – Reprodução é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de um homem, de uma mulher ou de um casal de participar da produção de uma criança viva.
1.1.1.1.1.12.1 – Fertilidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com a seguinte característica específica: capacidade de participar da produção de uma criança viva.
1.1.1.1.1.12.1.1 – Menstruação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com a seguinte característica específica: sangramento uterino fisiológico cíclico, ocorrendo em intervalos aproximados de quatro semanas durante o período reprodutivo da mulher.
1.1.1.1.1.12.1.1.1 – Menarca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação, com a seguinte característica específica: início da menstruação ocorrendo, aproximadamente entre a idade de 12 a 17 anos.
1.1.1.1.1.12.1.1.2 – Menopausa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação, com a seguinte característica específica: parada da menstruação ocorrendo, aproximadamente, entre a idade de 45 a 55 anos.
1.1.1.1.1.12.1.2 – Amenorréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com a seguinte característica específica: parada da menstruação durante o período reprodutivo.
1.1.1.1.1.12.2 – Função Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com as seguintes características específicas: habilidade para alcançar satisfação sexual e consumar o relacionamento sexual com um parceiro(a).
1.1.1.1.1.1.13 – Crescimento e Desenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: evolução ou declínio dos processos corporais de manutenção da vida.
1.1.1.1.1.1.13.1 – Crescimento e Desenvolvimento Fetal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: evolução dos processos fetais de manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.2 – Gestação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com as Seguintes características específicas: condição de ter um feto
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desenvolvendo-se no corpo, amenorréia, enjôos matinais, aumento das mamas, pigmentação dos mamilos, progressivo aumento do abdome, movimentos fetais e ausculta de sons cardiofetais.
1.1.1.1.1.13.3 – Nascimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: desenvolvimento do processo perinatal do corpo mantendo e dando vida.
1.1.1.1.1.13.4 – Amadurecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: evolução dos processos corporais da criança na manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.5 – Envelhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: declínio dos processos corporais na manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.6 – Morte é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: fim dos processos corporais na manutenção da vida, diminuição das funções corporais, sonolência.
1.1.1.1.2 – Funções Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com as seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não intencionais) de alguma parte da mente mantendo e melhorando a vida (otimamente).
1.1.1.1.2.1 – Sensações são um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Psicológicas, com a seguinte característica específica: respostas a estímulos de partes do corpo.
1.1.1.1.2.1.1 – Dor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as seguintes características específicas: aumento do estímulo sensorial de partes do corpo com potencial ou real dano de tecido acompanhado por subjetiva experiência de severo desconforto e sofrimento.
1.1.1.1.2.1.1.1 – Dor Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as seguintes características específicas: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico (autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.
1.1.1.1.2.1.1.2 – Dor de Parto é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com a seguinte característica específica: contração dolorosa durante o nascimento da criança.
1.1.1.1.2.1.1.3 – Dor Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as seguintes características específicas: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.
1.1.1.1.2.1.1.3.1 – Dor Crônica Intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor Crônica, com a seguinte característica específica: presença periódica de dor crônica.
1.1.1.1.2.1.1.3.2 – Dor Crônica Constante é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor Crônica, com a seguinte característica específica: presença duradoura de dor crônica.
1.1.1.1.2.1.2 – Sede é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: forte desejo de beber freqüentemente relacionado com a boca e garganta.
1.1.1.1.2.1.3 – Fome é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: forte desejo por alimentos freqüentemente relacionado com a boca e estômago.
1.1.1.1.2.1.4 – Falta de Apetite é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: desejo diminuído por alimentos freqüentemente relacionado com
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a boca e garganta.
1.1.1.1.2.1.5 – Náusea é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: vaga sensação desagradável no epigastro e no abdome.
1.1.1.1.2.1.6 – Prurido é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: sensação cutânea desagradável.
1.1.1.1.2.1.7 – Rubor quente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as seguintes características específicas: sensação de calor relacionada com a porção superior do corpo, vasodilatação súbita.
1.1.1.1.2.1.8 – Visão Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos visuais.
1.1.1.1.2.1.9 – Audição Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgão auditivos.
1.1.1.1.2.1.10 – Sensibilidade Tátil Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos táteis.
1.1.1.1.2.1.11 – Paladar Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos gustativos.
1.1.1.1.2.1.12 – Olfato Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: resposta alterada a estímulos dos órgãos olfativos.
1.1.1.1.2.1.13 – Cinestesia Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos movimentos do corpo.
1.1.1.1.2.1.14 – Consciência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte característica específica: responsividade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.
1.1.1.1.2.1.14.1 – Sonolência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com as seguintes características específicas: sonolência maligna e não natural, entorpecimento.
1.1.1.1.2.1.14.2 – Estupor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a seguinte característica específica: condição de sono profundo com resposta a estímulos dolorosos.
1.1.1.1.2.1.14.3 – Coma é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a seguinte característica específica: inconsciência profunda sem reações fisiológicas.
1.1.1.2 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Pessoa são fenômenos de enfermagem pertencentes a Seres Humanos, com as seguintes características específicas: desempenho de um indivíduo, como um agente intencional, de ações motivadas por razões baseadas em crenças e desejos de uma personalidade individual (racionalidade).
1.1.1.2.1 – Razões para as ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com as seguintes características específicas: motivações que propiciam um entendimento e explicação para o comportamento de uma pessoa.
1.1.1.2.1.1 – Personalidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Razões para as Ações, com a seguinte característica específica: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de Segunda ordem para as ações).
1.1.1.2.1.1.1 – Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com as seguintes características específicas: a qualidade de ser uma pessoa individual, o estado de
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ser a mesma pessoa em substância, natureza e qualidade.
1.1.1.2.1.1.1.1 – Distúrbio da Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Identidade Pessoal, com a seguinte característica específica: inabilidade para distinguir entre o eu e o não eu.
1.1.1.2.1.1.2 – Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com a seguinte característica específica: a imagem mental do corpo.
1.1.1.2.1.1.2.1 – Distúrbio da Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Imagem Corporal, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que alguém conceitualiza partes do próprio corpo ou do corpo inteiro.
1.1.1.2.1.1.3 – Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com a seguinte característica específica: a imagem mental de si mesmo.
1.1.1.2.1.1.3.1 – Distúrbio do Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autoconceito, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que alguém vê a si mesmo ou se conceitualiza.
1.1.1.2.1.1.4 – Auto-Estima é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com a seguinte característica específica: uma boa opinião de si mesmo.
1.1.1.2.1.1.4.1 – Baixa Auto-Estima Situacional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.
1.1.1.2.1.1.4.2 – Baixa Auto-Estima Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas persistentes sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades.
1.1.1.2.1.2 – Atitudes Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Razões para as Ações, com a seguinte característica específica: capacidade da pessoa para reter e/ou abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).
1.1.1.2.1.2.1 – Cognição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com a seguinte característica específica: capacidade para reter e abandonar ações, levando em conta o conhecimento da pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1 – Pensamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a seguinte característica específica: formulação de imagens ou conceitos na mente de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1.1 – Falta de Conhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com a seguinte característica específica: falta de conteúdo específico do pensamento.
1.1.1.2.1.2.1.1.2 – Processo de Pensamento Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com a seguinte característica específica: interrupção do pensamento.
1.1.1.2.1.2.1.1.3 – Confusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com as seguintes características específicas: pensamento desordenado caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.
1.1.1.2.1.2.1.1.3.1 – Confusão Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Confusão, com as seguintes características específicas: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de
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direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.
1.1.1.2.1.2.1.1.4 – Crenças Falsas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com a seguinte característica específica: pensamento que não pode ser corrigido pela razão, por argumentos ou persuasão ou pela evidência dos sentidos da própria pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1.4.1 – Constipação Percebida é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crenças Falsas, com a seguinte característica específica: objeto de falsa crença é a constipação.
1.1.1.2.1.2.1.2 – Percepção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a seguinte característica específica: capacidade psicológica de sensação, isto é, registro mental consciente de um estímulo sensorial.
1.1.1.2.1.2.1.2.1 – Alucinação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a seguinte característica específica: registro aparente de estímulos sensoriais (visões, sons.) que não estão realmente presentes.
1.1.1.2.1.2.1.2.2 – Ilusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a seguinte característica específica: interpretação falsa de estímulos sensoriais registrados.
1.1.1.2.1.2.1.2.3 – Negligência Unilateral é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a seguinte característica específica: falta percebida de consciência de um lado do corpo.
1.1.1.2.1.2.2 – Emoção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta os sentimentos de consciência agradável ou dolorosa da pessoa.
1.1.1.2.1.2.2.1 – Insegurança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as Seguintes características específicas: sentimentos de incerteza, aumento de tensão e inadequação.
1.1.1.2.1.2.2.2 – Nervosismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de super-excitamento, fragilidade, estremecimento acompanhado de tremores das mãos.
1.1.1.2.1.2.2.3 – Medo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia com causa conhecida (conteúdo do pensamento).
1.1.1.2.1.2.2.4 – Ansiedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia sem causa conhecida (conteúdo do pensamento).
1.1.1.2.1.2.2.5 – Tristeza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de baixo espírito, melancolia e falta de energia.
1.1.1.2.1.2.2.6 – Solidão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de tristeza, melancolia devido à falta de companhias, simpatia e amizade.
1.1.1.2.1.2.2.7 – Desolação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de estar sendo abandonado e deixado completamente só.
1.1.1.2.1.2.2.8 – Depressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de severa tristeza, baixo humor e letargia.
1.1.1.2.1.2.2.9 – Desesperança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de limitação ou falta de possibilidades e
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significados na vida, sem habilidade para mobilizar energia e com pessimista visão do futuro.
1.1.1.2.1.2.2.10 – Desespero é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de profunda desesperança e de ter perdido toda a esperança.
1.1.1.2.1.2.2.11 – Raiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as seguintes características específicas: sentimentos de animosidade, frustração e hostilidade.
1.1.1.2.1.2.2.12 – Pesar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de grande tristeza devido a perda.
1.1.1.2.1.2.2.12.1 – Pesar Antecipado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar, com a seguinte característica específica: sentimentos de grande tristeza antes de uma perda real.
1.1.1.2.1.2.2.12.2 – Pesar Disfuncional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar, com a seguinte característica específica: sentimentos prolongados de grande tristeza devido a perda.
1.1.1.2.1.2.2.13 – Culpa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de ter feito algo errado.
1.1.1.2.1.2.2.14 – Vergonha é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: sentimentos de perda do auto-respeito causados por comportamentos errado, desonroso ou insensato.
1.1.1.2.1.2.2.15 – Negação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte característica específica: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.
1.1.1.2.1.2.3 – Vontade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta atitudes da volição.
1.1.1.2.1.2.3.1 – Redução do Desejo de Viver é um fenômeno de enfermagem pertencente a Vontade, com as seguintes características específicas: desejo influenciado por pensamentos de autodestruição e vontade de acabar a vida.
1.1.1.2.1.2.4 – Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta o julgamento.
1.1.1.2.1.2.4.1 – Conflito de Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com a seguinte característica específica: incertezas sobre escolhas, considerando julgamentos antagonistas.
1.1.1.2.1.2.4.2 – Impotência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com as seguintes características específicas: processos mentais de escolha reduzida, inabilidade para agir, percepção de que as próprias ações não irão afetar significativamente um resultado, uma percebida falta de controle de uma situação atual ou de um acontecimento imediato.
1.1.1.2.1.2.4.3 – Falta de Iniciativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com a seguinte característica específica: reduzida habilidade para tomar decisões e agir de acordo.
1.1.1.2.1.2.5 – Crença é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta opiniões de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.5.1 – Crença de Valor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta
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opiniões de uma pessoa sobre o que é bom ou ruim.
1.1.1.2.1.2.5.2 – Crença Religiosa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta a opinião religiosa de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.5.2.1 – Sofrimento Espiritual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença Religiosa, com a seguinte característica específica: interrupção no princípio de vida que penetra o ser inteiro da pessoa e que integra e transcende sua natureza biológica e psicossocial.
1.1.1.2.1.2.6 – Memória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas, com as seguintes características específicas: capacidades mentais pelas quais as sensações, impressões e idéias são armazenadas e recordadas.
1.1.1.2.1.2.6.1 – Desorientação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Memória, com a seguinte característica específica: distúrbio da memória na preservação de experiências sobre o tempo, lugar e dados pessoais, circunstâncias e eventos.
1.1.1.2.2 – Ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com a seguinte característica específica: desempenho de movimentos corporais, explicados e entendidos por meio de razões expressas.
1.1.1.2.2.1 – Ações Autodependentes são fenômenos de enfermagem pertencentes a Ações, com a seguinte característica específica: ações que dependem da própria pessoa.
1.1.1.2.2.1.1 – Autodesenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações Autodependentes, com a seguinte característica específica: o que é necessário a fim de mover-se em direção à qualidade de vida.
1.1.1.2.2.1.1.1 – Ação de Busca da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autodesenvolvimento, com as seguintes características específicas: busca de caminhos para alterar hábitos pessoais de saúde e/ou o meio ambiente, a fim de mover-se em direção a uma ótima qualidade de vida relacionada com a saúde e bem-estar do indivíduo.
1.1.1.2.2.1.2 – Autocuidado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações Autodependentes, com a seguinte característica específica: processos comportamentais do que é preciso para manter-se a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1 – Atividade da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação necessária para manter-se a si mesmo, desempenhada durante um dia normal.
1.1.1.2.2.1.2.1.1 – Autocuidado: Mover-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de mover-se a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.1 – Autocuidado: Sentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança de todo o corpo para uma posição ereta.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.2 – Autocuidado: Transferir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo entre o leito e a cadeira.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.3 – Autocuidado: Virar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo de um lado para outro.
1.1.1.2.2.1.2.1.2 – Autocuidado: Alimentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
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Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de nutrir a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.3 – Autocuidado: Higiene é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de limpar a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.4 – Autocuidado: Banhar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de aplicar água no próprio corpo.
1.1.1.2.2.1.2.1.5 – Autocuidado: Arrumar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de arrumar a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.6 – Autocuidado: Vestir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de colocar e/ou tirar roupas
1.1.1.2.2.1.2.1.7 – Autocuidado: Toalete é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com as seguintes características específicas: ação básica efetiva de desempenhar atividades de toalete, fazer higiene íntima apropriada e descartar as excretas.
1.1.1.2.2.1.2.1.8 – Atividade Instrumental da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ações complexas para manter a si mesmo, desempenhadas durante um dia normal: compras, lavanderia, manuseio de dinheiro, preparo de refeições, manutenção da casa, emprego.
1.1.1.2.2.1.2.1.9 – Atividade de Lazer é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação complexa de estimulação oriunda de, ou interesse ou engajamento nas atividades de recreação ou lazer.
1.1.1.2.2.1.2.2 – Atividade de Cuidado da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de identificar, conduzir e buscar ajuda para manter a saúde.
1.1.1.2.2.1.2.2.1 – Regime Terapêutico Prescrito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de manutenção da saúde, requerendo o uso ou aplicação de, por exemplo, medicamentos prescritos pelo médico.
1.1.1.2.2.1.2.2.2 – Não aderência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de não seguir recomendações terapêuticas.
1.1.1.2.2.1.2.2.3 – Precauções de Segurança são um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de evitar fatores de risco.
1.1.1.2.2.1.3 – Auto-Ajustamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações Autodependentes, com a seguinte característica específica: ação de alterar a si mesmo, a fim de atender as demandas e os papéis da vida.
1.1.1.2.2.1.3.1 – Desgaste do Cuidador é um fenômeno de enfermagem pertencente a Estratégia de Enfrentamento de Problemas, com a seguinte característica específica: capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em resposta às demandas de provimento de cuidado de uma outra.
1.1.1.2.2.1.3.2 – Ajustamento à saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Auto-Ajustamento, com a seguinte característica específica: ação de modificação do estilo de vida de maneira consistente com mudança no estado de saúde.
225
1.1.1.2.2.1.3.2.1 – Negação de Problemas de Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ajustamento à Saúde, com a seguinte característica específica: tentativa de negar o conhecimento ou significado de um evento para reduzir ansiedade/medo em detrimento da saúde.
1.1.1.2.2.1.4 – Autodestruição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações Autoconfiantes, com a seguinte característica específica: ação que é nociva para a vida do indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.1 – Violência autodirecionada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação intencional que é fisicamente nociva ao indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.2 – Destruição da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação que é nociva à saúde do indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.2.1 – Abuso de Substância é um fenômeno de enfermagem pertencente a Destruição da Saúde, com a seguinte característica específica: uso impróprio de substâncias que são nocivas à saúde do indivíduo e causam dependência.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.1 – Fumo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de Substâncias, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de tabaco.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.2 – Abuso de Álcool é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de álcool.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.3 – Abuso de Droga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de drogas para efeito não terapêutico.
1.1.1.2.2.2 – Ação Interdependente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações, com a seguinte característica específica: ação que depende da própria pessoa e de outros.
1.1.1.2.2.2.1 – Ação Comunicativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Interdependente, com as seguintes características específicas: ação de transmissão de mensagens entre indivíduos usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação de comunicação remota.
1.1.1.2.2.2.2 – Desempenho de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Interdependente, com as seguintes características específicas: tarefas e deveres empreendidos em relação a um quadro de expectativas envolvendo outras pessoas.
1.1.1.2.2.2.2.1 – Desempenho Alterado de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a Desempenho de Papel, com as seguintes características específicas: interrupção da maneira usual de uma pessoa realizar as expectativas e o desempenho de tarefas e deveres em empreendimentos que envolvem outras pessoas.
1.1.1.2.2.2.3 – Ação Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Interdependente, com as seguintes características específicas: ação que expressa desejos, valores, atitudes e atividades sexuais.
1.1.1.2.2.2.3.1 – Planejamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Sexual, com as seguintes características específicas: ação relacionada com gestação, prevenção, melhoria da fertilidade, controle do número e do espaçamento de crianças em uma família.
1.1.1.2.2.2.3.2 – Promiscuidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Sexual, com a seguinte característica específica: engajamento em intercurso sexual indiscriminadamente ou com muitos parceiros(as).
1.1.1.2.2.2.4 – Interação Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
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Interdependente, com a seguinte característica específica: participação em trocas sociais.
1.1.1.2.2.2.4.1 – Apoio Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social, com a seguinte característica específica: ação percebida por um receptor como promotora de seu bem-estar.
1.1.1.2.2.2.4.1.1 – Rede Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Apoio Social, com a seguinte característica específica: promoção do estabelecimento e manutenção da rede social.
1.1.1.2.2.2.4.2 – Agressão Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social, com as seguintes características específicas: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou culturalmente proibida em relação a outrem.
1.1.1.2.2.2.4.2.1 – Abuso Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente proibida direcionada à criança.
1.1.1.2.2.2.4.2.2 – Abuso Conjugal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente proibida direcionada a(o) esposa(o).
1.1.1.2.2.2.4.2.3 – Mutilação Genital Feminina é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão Social, com a seguinte característica específica: ação violenta direcionada à criança do sexo feminino ou mulher, pela excisão de partes ou de toda genitália externa, justificada por hábitos culturais.
1.1.1.2.2.2.4.3 – Interação Social Limitada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social, com a seguinte característica específica: participação insuficiente, em qualidade e quantidade, nas trocas sociais.
1.1.1.2.2.2.4.3.1 – Isolamento Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social Limitada, com as seguintes características específicas: solidão experimentada por um indivíduo e percebida como imposta por outros, e como um estado negativo ou ameaçador.
1.1.2 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Meio Ambiente são fenômenos de enfermagem pertencentes a Fenômeno de Enfermagem, com as seguintes características específicas: condições ou influências sob as quais os seres humanos vivem ou se desenvolvem.
1.1.2.1 – Meio Ambiente: Humano é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob as quais as pessoas ou os grupos vivem ou se desenvolvem.
1.1.2.1.1 – Pessoas Significativas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Humano, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob as quais pessoas significantes vivem ou se desenvolvem.
1.1.2.1.1.1 – Família é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pessoas Significativas, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob as quais a família vive ou se desenvolve.
1.1.2.1.1.1.1 – Capacidade de Cuidar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Família, com a seguinte característica específica: capacidade de prover cuidado e sustento aos membros da família.
1.1.2.1.1.1.1.1 – Paternidade/Maternidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Capacidade de Cuidar, com as seguintes características específicas: ações dos que têm a responsabilidade paterna/materna de criar um ambiente promotor de crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança.
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1.1.2.1.1.1.1.1.1 – Vínculo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Paternidade/ Maternidade, com as seguintes características específicas: ações de ligação entre uma criança e seus pais, especialmente a mãe, formando laços afetivos que posteriormente vão influenciar no desenvolvimento fisiológico e psicológico da criança.
1.1.2.1.1.1.1.1.2 – Paternidade/Maternidade Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Paternidade/Maternidade, com as seguintes características específicas: distúrbio e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.
1.1.2.1.1.1.2 – Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Família, com a Seguinte característica específica: padrões de relacionamento dentro da família.
1.1.2.1.1.1.2.1 – Distúrbio no Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Relacionamento Familiar, com a seguinte característica específica: relação inadequada e inapropriada dos membros da família entre si.
1.1.2.1.1.1.2.1.1 – Conflito de Papel dos Pais é um fenômeno de enfermagem pertencente a Distúrbio no Relacionamento Familiar, com as seguintes características específicas: experiência de confusão e conflito de papel como pais em resposta a crises.
1.1.2.1.2 – Comunidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio ambiente: Humano, com a seguinte característica específica: ação que mantém funcionando todas as pessoas de um distrito, cidade ou área geográfica particular.
1.1.2.1.2.1 – Economia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as seguintes características específicas: dinheiro de salário, de investimentos, dividendos ou de outras fontes, disponível para o cotidiano e para despesas com cuidado da saúde.
1.1.2.1.2.1.1 – Condições Econômicas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Economia, com as seguintes características específicas: condições relativas à produção, distribuição e consumo de riqueza.
1.1.2.1.2.1.1.1 – Pobreza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Condições Econômicas, com as seguintes características específicas: riqueza ou posses materiais insuficientes para atender as necessidades básicas.
1.1.2.1.2.2 – Cultura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as seguintes características específicas: idéias, costumes, artes, habilidades e ações de pessoas ou grupos que são transferidas, comunicadas ou passadas ao longo de sucessivas gerações.
1.1.2.1.2.2.1 – Etnia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte característica específica: discriminação de pessoas baseadas na raça, nacionalidade ou cultura.
1.1.2.1.2.2.2 – Sexismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte característica específica: discriminação, especialmente contra mulheres, baseada no sexo.
1.1.2.1.3 – Sociedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Humano, com as seguintes características específicas: ações que mantêm todas as pessoas de um distrito, cidade ou área geográfica particular, formalmente ou estruturalmente funcionando.
1.1.2.1.3.1 – Alto Índice de Mortalidade Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de morte de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
1.1.2.1.3.1.1 – Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce é um fenômeno de enfermagem pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta
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proporção de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
1.1.2.1.3.1.2 – Alto Índice de Mortalidade Perinatal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios ou de neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
1.1.2.1.3.2 – Alto Índice de Mortalidade Materna é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrada em um determinado ano e comparada com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
1.1.2.2 – Meio Ambiente: Natureza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente, com a seguinte característica específica: substâncias físicas tal como ocorrem na natureza.
1.1.2.2.1 – Meio Ambiente Físico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: substâncias químicas como ocorrem no meio ambiente: natureza.
1.1.2.2.1.1 – Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as seguintes características específicas: substâncias gasosas invisíveis que circundam a terra, uma mistura principalmente de oxigênio e nitrogênio necessária para a sobrevivência dos indivíduos.
1.1.2.2.1.1.1 – Poluição do Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ar, com a seguinte característica específica: situações em que a atmosfera ambiental externa contém materiais em concentrações que são nocivas aos indivíduos.
1.1.2.2.1.2 – Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as seguintes características específicas: líquido transparente, sem cor, sem odor e sem gosto, composto por oxigênio e hidrogênio, encontrado nos mares, lagos, rios e sob o solo, necessário para a sobrevivência dos indivíduos.
1.1.2.2.1.2.1 – Poluição da Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Água, com a seguinte característica específica: situação na qual a água contém materiais em concentrações que são nocivas aos indivíduos.
1.1.2.2.2 – Meio Ambiente Biológico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: fatores biológicos como ocorrem no meio ambiente natureza.
1.1.2.2.2.1 – Microorganismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Biológico, com as seguintes características específicas: organismos microscópicos, alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.
1.1.2.2.2.2 – Parasita é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Biológico, com as seguintes características específicas: organismos vivendo dentro ou sobre outros, beneficiando-se de outros, alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.
1.1.2.2.3 – Meio Ambiente Artificial é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Natureza, com as seguintes características específicas: objetos de matéria orgânica ou inorgânica produzidos pelos seres humanos para um propósito específico.
1.1.2.2.3.1 – Moradia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Artificial,
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com a seguinte característica específica: uma estrutura para servir de habitação.
1.1.2.2.3.1.1 – Moradia Inadequada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Moradia, com a seguinte característica específica: padrões de salubridade habitacional não satisfatórios.
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ANEXO 4
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
João Pessoa, agosto de 1998 Prezada(o) colega,
Este questionário contém os termos apresentados na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE, Versão Alfa, para denominar os Fenômenos de Enfermagem. Por gentileza, leia atentamente cada um dos termos com suas características específicas, escolha e assinale a alternativa que melhor expresse a sua opinião pertinente ao assunto. Por exemplo, se eu apresentasse o termo: Cozinhar: preparar comida ao fogo, com os devidos temperos; cozer, e perguntasse com que freqüência você utiliza esse termo no seu dia-a-dia e oferecesse uma escala com as seguintes alternativas: Sempre, Muitas vezes, Algumas vezes, Raramente e Nunca, para que você desse sua opinião, conforme apresentado no quadro abaixo,
............................................................................................................Nunca Raramente
Algumas vezes Muitas vezes
Sempre 1- Marque com um X a freqüência com que você utiliza estes termos no seu dia-a-dia:
2- Caso não concorde com esta denominação, que termo você usaria?
Cozinhar: preparar comida ao fogo, com os devidos temperos; cozer.
X
você faria um “X” no espaço correspondente a Muitas vezes, como eu fiz, caso você acreditasse que utiliza esse termo freqüentemente, ou qualquer uma das outras alternativas, desde que elas expressassem a sua opinião sobre a sua utilização.
Lembro que não existem respostas “certas” ou “erradas”. Estou interessada em saber se você usa esses termos na sua atual prática de enfermagem. Por este motivo, não deixe nenhuma questão sem sua resposta. Caso não concorde com a denominação dada ao termo, mesmo que ele seja um termo muito freqüente na sua prática, apresente o nome que você usa, na última coluna do questionário. Na segunda parte desse questionário, você terá a oportunidade de apresentar a denominação para outros problemas ou situações de enfermagem, comuns no seu cotidiano, mas não constantes nos termos apresentados na CIPE. Depois de preenchido o questionário, o mesmo deverá ser devolvido à pesquisadora ou enviado para o endereço constante no final do instrumento.
Ressalto que sua participação nesse processo será voluntária, podendo deixar de participar em qualquer momento, e que tudo o que responder ficará no anonimato. Dúvidas ou questionamentos sobre o estudo devem ser dirigidos à pesquisadora no endereço e telefone abaixo. Acredito que suas respostas possibilitarão a adaptação dos termos utilizados para denominar os problemas ou as situações específicas da Enfermagem e contribuirão para o desenvolvimento de
231
uma classificação internacional para a prática de enfermagem por meio da definição de conceitos próprios da área.
Reconheço que essa tarefa lhe tomará bastante tempo, mas reconheço também que a sua contribuição será incalculável para a Enfermagem brasileira. Por esse motivo, antecipadamente agradeço-lhe a participação.
Atenciosamente,
Maria Miriam Lima da Nóbrega Rua Eutiquiano Barreto, 935 Manaíra - João Pessoa/PB 58038-311 Fone: (083) 226.1393 E-mail: [email protected]
232
Questionário – Utilização na prática dos Fenômenos de Enfermagem
I - Leia atentamente as definições apresentadas, na coluna à esquerda, para os termos constantes na
CIPE e marque:
1. A freqüência com que você utiliza esses termos na sua prática atual de enfermagem, assinalando com um X, na escala apresentada, a forma como esses termos são utilizados: Sempre, Muitas vezes, Algumas vezes, Raramente e Nunca.
2. Caso não concorde com essa denominação, que termo você usaria?
Nunca Raramente
Algumas vezes Muitas vezes
Sempre 1.Marque com um X a freqüência com que você utiliza estes termos na sua prática atual de enfermagem
2- Caso não concorde com esta denomi-nação, que termo você usaria?
Respiração: troca de oxigênio e de dióxido de carbono no corpo através do trato respiratório.
Ventilação: inalação e exalação mecânica de ar. Dispnéia: respiração com esforço e desconforto aumentado, respiração curta, batimento das asas do nariz, mudança na intensidade da respiração, uso dos músculos acessórios, excursão torácica alterada e frêmitos.
Dispnéia Funcional: respiração com esforço e desconforto aumentado relacionado à atividade física, ou associado ao estado de ansiedade.
Ortopnéia: respiração com esforço e desconforto aumentado enquanto em repouso ou deitado.
Limpeza das Vias Aéreas: habilidade para desobstruir as vias aéreas.
Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas: inabilidade para desobstruir as vias aéreas.
Expectoração: inabilidade para desobstruir as vias aéreas de substâncias vindas dos pulmões, brônquios ou traquéia.
Aspiração: inabilidade para desobstruir as vias aéreas de substâncias externas.
Regurgitação: fluxo retrógrado de substâncias vindas do estômago.
Intolerância à Atividade: cansaço fácil, movimentos corpóreos desgastantes, falta de habilidade para manter energia.
Troca de Gases: troca de oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular.
Troca Ineficaz de Gases: inabilidade para troca de oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular, confusão, diminuição do som respiratório, sibilos, estertores e roncos.
Circulação: bombeamento do sangue. Função Cardíaca: bombeamento do sangue pelo coração. Débito Cardíaco Diminuído: bombeamento insuficiente do sangue pelo coração.
Débito Cardíaco Aumentado: bombeamento de sangue mais do que o suficiente pelo coração.
233
Débito Cardíaco Interrompido: parada cardíaca. Função Circulatória: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos.
Pressão Sangüínea Elevada: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos com pressão maior que a normal.
Pressão Sangüínea Diminuída: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos com pressão menor que a normal.
Função Circulatória Interrompida: interrupção ou perda do volume circulatório, queda acentuada da pressão sangüínea, choque progressivo para choque irreversível.
Perfusão Tissular Alterada: fluxo sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e nutrientes em nível celular.
Choque: hipotensão, pele fria e taquicardia devido à falência aguda na circulação periférica.
Termorregulação: regulação da temperatura corpórea dentro de um limite ótimo, isto é, no ponto termostático estabelecido.
Temperatura corporal: temperatura do corpo, usualmente constante dentro de uma faixa estreita de variação.
Hipertermia: temperatura corporal elevada acima do limite normal, pele avermelhada, calor.
Febre: mudança no termostato interno, com ou sem tremores, com ou sem pele avermelhada, aumento no padrão respiratório e taquicardia.
Hipotermia: temperatura corporal reduzida abaixo do limite normal, pele fria, palidez, tremores, suprimento capilar lento, taquicardia, leito ungueal cianótico, hipertensão, piloereção.
Estresse de Frio: sensação de frio, confusão, passo trôpego, desorientação, pele extremamente fria, fala entrecortada, introversão e amnésia, arritmia, cianose, rigidez muscular.
Calafrios: sensação de frio, contração muscular quando a temperatura corporal cai abaixo do ponto termostático estabelecido ou na fase de arrepio de febre.
Nutrição: alimentação do corpo. Déficit de Nutrição: ingesta menor do que as necessidades corporais.
Má Nutrição: qualidade errada de alimentos, fraqueza dos músculos.
Emagrecimento: qualidade certa de alimentos, perda de peso, debilidade.
Nutrição Excessiva: ingesta maior do que as necessidades corporais, nível de atividade sedentária, padrão alimentar disfuncional, alimentação simultaneamente com outras atividades, concentração de alimentos ingeridos no fim do dia, alimentação em resposta a estímulos externos/internos.
Obesidade: qualidade certa de alimentos, peso >20% acima do ideal.
Digestão: conversão dos alimentos em substâncias absorvidas pelo corpo.
Sucção: extração de alimentos líquidos pela boca através do uso dos músculos labiais e da língua.
Mastigação: decomposição mecânica e química do alimento na boca.
Deglutição: passagem através da garganta de fluidos e/ou alimentos sólidos da boca para o estômago.
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Absorção: absorção completa de alimentos no tubo digestivo. Má Absorção: absorção incompleta de alimentos no tubo digestivo.
Eructação: condução do ar ou do alimento em pequenas porções através da boca.
Vômito: expulsão do alimento através da boca. Hidratação: manutenção adequada de fluidos corporais. Desidratação: déficit no volume de fluido, diminuição do volume urinário, urina concentrada, eletrólitos alterados, sede, pele seca, membranas mucosas secas, diminuição do turgor da pele.
Retenção de Líquidos: excesso do volume de fluido, edema, ganho de peso, mudança no estado mental, eletrólitos alterados.
Edema: acúmulo excessivo de fluidos nos espaços tissulares. Aleitamento Materno: nutrição da criança pelo seio materno. Lactação: produção de leite pelas mamas. Lactação Aumentada: produção de leite maior que o requerido pela criança.
Lactação Diminuída: produção de leite menor que o requerido pelo criança.
Eliminação: movimento e evacuação de resíduos. Eliminação Intestinal: movimento e evacuação de resíduos: fezes.
Incontinência Intestinal: incapacidade para controlar a defecação, fluxo constante de fezes, fezes líquidas e não formadas.
Diarréia: fezes soltas, fluidas, líquidas e não formadas, padrão de freqüência aumentado, passagem freqüente, sons intestinais aumentados, cólicas, urgência.
Constipação: formação de fezes duras, padrão de freqüência menor que o normal, quantidade de fezes menor que a usual, passagem diminuída, sons intestinais diminuídos, esforço ao defecar, náuseas, dor de cabeça, apetite prejudicado.
Constipação Colônica: distensão abdominal, massa palpável no abdome.
Constipação Retal: pressão retal, defecação dolorosa, massa palpável no reto.
Fezes Impactadas: coleção de fezes endurecidas no reto. Eliminação Urinária: fluxo e excreção de resíduos: urina. Incontinência Urinária: perda involuntária da urina. Incontinência por Pressão: perda involuntária de pequenas quantidades de urina, ocorrendo com o aumento da pressão abdominal, e gotejamento de urina.
Incontinência Reflexa: perda involuntária de urina, ocorrendo a intervalos de alguma forma previsíveis, quando um específico volume na bexiga é alcançado.
Incontinência de Urgência: perda involuntária de urina, ocorrendo logo após uma forte sensação de urgência para esvaziamento vesical.
Incontinência Funcional: urgência para esvaziar a bexiga ou contraí-la com força suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local apropriado de esvaziamento.
Incontinência Total: contínua e imprevisível perda de urina. Enurese: perda involuntária de urina durante a noite.
235
Retenção Urinária: esvaziamento incompleto da bexiga. Tegumento: revestimento natural do corpo. Tegumento Íntegro: revestimento natural de todo o corpo está completo (sem solução de continuidade).
Pele Seca: baixa umidade, aspereza, escamação e esfoliamento da epiderme.
Membrana Mucosa Seca: baixa umidade da membrana mucosa, secura, falta de secreção.
Boca Seca: baixa umidade, secura, falta de secreção na cavidade oral.
Córnea Seca: baixa umidade, secura, falta de secreção na superfície ocular.
Vagina Seca: baixa umidade, secura, falta de secreção na vagina.
Tegumento interrompido: revestimento natural do corpo total está com uma solução de continuidade inicial, ou não íntegra.
Erupção da Pele: exantema sobre a pele e áreas da pele com mudanças de coloração e/ou protuberância.
Lesão Esbranquiçada: cobertura esbranquiçada sobre a membrana mucosa.
Fissura: rachadura epidérmica ou dérmica da pele devido à diminuição da elasticidade da pele e da capacidade para distendê-la.
Maceração: extensa abrasão epidérmica ou dérmica da pele devido à contínua presença de umidade.
Úlcera: solução de continuidade da superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido.
Úlcera de Pressão: solução de continuidade da superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido devido à compressão e fricção da pele entre o osso e a superfície subjacente.
Ferida: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda de tecido como um resultado de dano mecânico.
Ferida Cirúrgica: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda do tecido como um resultado de procedimento cirúrgico.
Ferida Traumática: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou perda do tecido como um resultado de lesão.
Restauração: recorrente diminuição da atividade corpórea. Sono: recorrente diminuição da atividade corpórea, marcada por uma postura imóvel característica e sensibilidade diminuída, mas facilmente reversível a estímulos externos.
Dificuldade para Dormir: dificuldades para iniciar a diminuição da atividade corpórea.
Sono intermitente: sono descontínuo dentro de um período de sono noturno normal esperado, freqüente despertar durante o sono.
Insônia: falta de sono. Repouso: recorrente diminuição da atividade corpórea enquanto acordado.
Fadiga: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, desatenção, sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.
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Exaustão: desgaste, mudança na postura, aumento da irritabilidade, sensação de não estar bem descansado e total depleção do vigor.
Atividade Física: capacidade de movimento do corpo. Mobilidade de Partes do Corpo: capacidade de movimentos de partes do corpo.
Paresia da Boca: perda ou limitação da habilidade para mover a boca devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
Paresia Palpebral: perda ou limitação da habilidade para mover a pálpebra devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
Paresia da Garganta: perda ou limitação da habilidade para mover a garganta devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
Mobilidade dos Membros Superiores: habilidade dos músculos para mover os membros superiores.
Mobilidade dos Membros Inferiores: habilidade dos músculos para mover os membros inferiores.
Mobilidade Total do Corpo: capacidade de mover o corpo inteiro.
Imobilidade Parcial: capacidade reduzida para mover partes do corpo.
Imobilidade Completa: ausência completa de capacidade para mover o corpo inteiro.
Reprodução: capacidade de um homem, de uma mulher ou de um casal de participar da produção de uma criança viva.
Fertilidade: capacidade de participar da produção de uma criança viva.
Menstruação: sangramento uterino fisiológico cíclico, ocorrendo em intervalos aproximados de quatro semanas durante o período reprodutivo da mulher.
Menarca: início da menstruação ocorrendo, aproximadamente entre a idade de 12 a 17 anos.
Menopausa: parada da menstruação ocorrendo, aproximadamente, entre a idade de 45 a 55 anos.
Amenorréia: parada da menstruação durante o períodoreprodutivo.
Função Sexual: habilidade para alcançar satisfação sexual e consumar o relacionamento sexual com um parceiro(a).
Crescimento e Desenvolvimento: evolução ou declínio dos processos corporais de manutenção da vida.
Crescimento e Desenvolvimento Fetal: evolução dos processos fetais de manutenção da vida.
Gestação: condição de ter um feto desenvolvendo-se no corpo, amenorréia, enjôos matinais, aumento das mamas, pigmentação dos mamilos, progressivo aumento do abdome, movimentos fetais e ausculta de sons cardiofetais.
Nascimento: evolução dos processos corporais perinatais de manutenção e ganho de vida.
Amadurecimento: evolução dos processos corporais da criança na manutenção da vida.
Envelhecimento: declínio dos processos corporais na manutenção da vida.
Morte: fim dos processos corporais na manutenção da vida,
237
diminuição das funções corporais, sonolência. Sensações: respostas a estímulos de partes do corpo. Dor: aumento do estímulo sensorial de partes do corpo com potencial ou real dano de tecido acompanhado por subjetiva experiência de severo desconforto e sofrimento.
Dor Aguda: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico (autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado com dano de tecido e acompanhado por respostas automáticas.
Dor de Parto: contração dolorosa durante o nascimento da criança.
Dor Crônica: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e não acompanhado por respostas automáticas.
Dor Crônica Intermitente: presença periódica de dor crônica. Dor Crônica Constante: presença duradoura de dor crônica. Sede: forte desejo de beber freqüentemente relacionado com a boca e garganta..
Fome: forte desejo por alimentos freqüentemente relacionado com a boca e estômago..
Falta de Apetite: desejo diminuído por alimentos freqüentemente relacionado com a boca e garganta.
Náusea: vaga sensação desagradável no epigástrio e no abdome.
Prurido: sensação cutânea desagradável. Rubor quente: sensação de calor relacionada com a porção superior do corpo, vasodilatação súbita.
Visão Alterada: respostas alteradas a estímulos dos órgãos visuais.
Audição Alterada: respostas alteradas a estímulos dos órgão auditivos.
Sensibilidade Tátil Alterada: respostas alteradas a estímulos dos órgãos táteis.
Paladar Alterado: respostas alteradas a estímulos dos órgãos gustativos.
Olfato Alterado: resposta alterada o estímulos dos órgãos olfativos.
Cinestesia Alterada: respostas alteradas a estímulos dos movimentos do corpo.
Consciência: responsividade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos sentidos.
Sonolência: sonolência maligna e não natural, entorpecimento. Estupor: condição de sono profundo com respostas a estímulos dolorosos.
Coma: inconsciência profunda sem reações fisiológicas. Personalidade: disposição de uma pessoa para reter ou abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de segunda ordem para as ações).
Identidade Pessoal: a qualidade de ser uma pessoa individual, o estado de ser a mesma pessoa em substância, natureza e qualidade.
Distúrbio da Identidade Pessoal: inabilidade para distinguir entre o eu e o não eu.
238
Imagem Corporal: a imagem mental do corpo. Distúrbio da Imagem Corporal: distúrbio na maneira com que alguém conceitualiza partes do próprio corpo ou do corpo inteiro.
Autoconceito: a imagem mental de si mesmo. Distúrbio do Autoconceito: distúrbio na maneira com que alguém vê a si mesmo ou se conceitualiza.
Auto-Estima: uma boa opinião de si mesmo. Baixa Auto-Estima Situacional: auto-avaliações negativas sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em certas situações.
Baixa Auto-Estima Crônica: auto-avaliações negativas persistentes sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades.
Atitudes Psicológicas: capacidade da pessoa para reter e/ou abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).
Cognição: capacidade para reter e abandonar ações, levando em conta o conhecimento da pessoa.
Pensamento: formulação de imagens ou conceitos na mente de uma pessoa.
Falta de Conhecimento: falta de conteúdo específico do pensamento.
Processo de Pensamento Alterado: interrupção no pensamento.
Confusão: pensamento desordenado caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.
Confusão Aguda: início abrupto de desordem do pensamento caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.
Crenças Falsas: pensamento que não pode ser corrigido pela razão, por argumentos ou persuasão ou pela evidência dos sentidos da própria pessoa.
Constipação Percebida: objeto de falsa crença é a constipação. Percepção: capacidades psicológicas de sensação, isto é, registro mental consciente de um estímulo sensorial.
Alucinação: registro aparente de estímulos sensoriais (visões, sons.) que não estão realmente presentes.
Ilusão: interpretação falsa de estímulos sensoriais registrados. Negligência Unilateral: falta percebida de consciência de um lado do corpo.
Emoção: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta os sentimentos de consciência agradável ou dolorosa da pessoa.
Insegurança: sentimentos de incerteza, aumento de tensão e inadequação.
Nervosismo: sentimentos de super-excitamento, fragilidade, estremecimento acompanhado de tremores das mãos.
Medo: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia com causa conhecida.
Ansiedade: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia sem causa conhecida.
Tristeza: sentimentos de baixo espírito, melancolia e falta de energia.
239
Solidão: sentimentos de tristeza, melancolia devido à falta de companhias, simpatia e amizade.
Desolação: sentimentos de estar sendo abandonado e deixado completamente só.
Depressão: sentimentos de severa tristeza, baixo humor e letargia.
Desesperança: sentimentos de limitação ou falta de possibilidades e significados na vida, sem habilidade para mobilizar energia e com pessimista visão do futuro.
Desespero: sentimentos de profunda desesperança e de ter perdido toda a esperança.
Raiva: sentimentos de animosidade, frustração e hostilidade. Pesar: sentimentos de grande tristeza devido a perda. Pesar Antecipado: sentimentos de grande tristeza antes de uma perda real.
Pesar Disfuncional: sentimentos prolongados de grande tristeza devido a perda.
Culpa: sentimentos de ter feito algo errado. Vergonha: sentimentos de perda do auto-respeito causados por comportamento errado, desonroso ou insensato.
Negação: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar pensamentos, sentimentos ou fatos.
Vontade: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta atitudes da volição.
Redução do Desejo de Viver: desejo influenciado por pensamentos de autodestruição e vontade de acabar a vida.
Decisão: capacidade de reter e abandonar ações, levando em conta o julgamento.
Conflito de Decisão: incertezas sobre escolhas, considerando julgamentos antagonistas.
Impotência: processos mentais de escolha reduzida, inabilidade para agir, percepção de que as próprias ações não irão afetar significativamente um resultado, uma percebida falta de controle de uma situação atual ou de um acontecimento imediato.
Falta de Iniciativa: reduzida habilidade para tomar decisões e agir de acordo.
Crença: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta opiniões de uma pessoa.
Crença de Valor: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta opiniões da pessoa sobre o que é bom ou ruim.
Crença Religiosa: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta a opinião religiosa de uma pessoa.
Sofrimento Espiritual: interrupção no princípio de vida que penetra o ser inteiro da pessoa e que integra e transcende sua natureza biológica e psicossocial.
Memória: capacidades mentais pelas quais as sensações, impressões e idéias são armazenadas e recordadas.
Desorientação: distúrbio da memória na preservação de experiências sobre o tempo, lugar e dados pessoais, circunstâncias e eventos.
Ações Autodependentes: ações que dependem da própria pessoa.
240
Autodesenvolvimento: o que é necessário a fim de mover-se em direção à qualidade de vida.
Ação de Busca da Saúde: busca de caminhos para alterar hábitos pessoais de saúde e/ou o meio ambiente, a fim de mover-se em direção a uma ótima qualidade de vida relacionada com a saúde e bem-estar do indivíduo.
Autocuidado: processos comportamentais do que é preciso para manter-se a si mesmo.
Atividade da Vida Diária: ação necessária para manter-se a si mesmo, desempenhada durante um dia normal.
Autocuidado: Mover-se: ação básica efetiva de mover-se a si mesmo.
Autocuidado: Sentar-se: mudança de todo o corpo para uma posição ereta.
Autocuidado: Transferir-se: mudança do corpo todo entre o leito e a cadeira.
Autocuidado: Virar-se: mudança do corpo todo de um lado para outro.
Autocuidado: Alimentar-se: ação básica efetiva de nutrir a si mesmo.
Autocuidado: Higiene: ação básica efetiva de limpar a si mesmo.
Autocuidado: Banhar-se: ação básica efetiva de aplicar água no próprio corpo.
Autocuidado: Arrumar-se: ação básica efetiva de arrumar a si mesmo.
Autocuidado: Vestir-se: ação básica efetiva de colocar e/ou tirar roupas.
Autocuidado: Toalete: ação básica efetiva de desempenhar atividades de toalete, fazer higiene íntima apropriada e descartar as excretas.
Atividade Instrumental da Vida Diária: ações complexas para manter a si mesmo, desempenhadas durante um dia normal: compras, lavanderia, manuseio de dinheiro, preparo de refeições, manutenção da casa, emprego.
Atividade de Lazer: ação complexa de estimulação oriunda de, ou interesse ou engajamento nas atividades de recreação oulazer.
Atividade de Cuidado da Saúde: ação de identificar, conduzir e buscar ajuda para manter a saúde.
Regime Terapêutico Prescrito: ação de manutenção da saúde, requerendo o uso ou aplicação de, por exemplo, medicamentos prescritos pelo médico.
Não aderência: ação de não seguir recomendações terapêuticas.
Precauções de Segurança: ação de evitar fatores de risco. Auto-Ajustamento: ação de alterar a si mesmo, a fim de atender as demandas e os papéis da vida.
Desgaste do Cuidador: capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em respostas às demandas de provimento de cuidado para outra.
Ajustamento à saúde: ação de modificação do estilo de vida de maneira consistente com mudança no estado de saúde.
Negação de Problemas de Saúde: tentativa de negar o
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conhecimento ou significado de um evento para reduzir ansiedade/medo em detrimento da saúde. Autodestruição: ação que é nociva para a vida do indivíduo. Violência autodirecionada: ação intencional que é fisicamente nociva ao indivíduo.
Destruição da Saúde: ação que é nociva à saúde do indivíduo. Abuso de Substância: ação de uso impróprio de substâncias que são nocivas à saúde do indivíduo e causam dependência.
Fumo: uso regular e excessivo de tabaco. Abuso de Álcool: uso regular e excessivo de álcool. Abuso de Droga: uso regular e excessivo de drogas para efeito não terapêutico.
Ação Interdependente: ação que depende da própria pessoa e de outros.
Ação Comunicativa: ação de transmissão de mensagens entre indivíduos usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação de comunicação remota.
Desempenho de Papel: tarefas e deveres empreendidos em relação a um quadro de expectativas envolvendo outras pessoas.
Desempenho Alterado de Papel: interrupção da maneira usual de uma pessoa realizar as expectativas e o desempenho de tarefas e deveres em empreendimentos que envolvem outras pessoas.
Ação Sexual: ação que expressa desejos, valores, atitudes e atividades sexuais.
Planejamento Familiar: ação relacionada com gestação, prevenção, melhoria da fertilidade, controle do número e do espaçamento de crianças em uma família.
Promiscuidade: engajamento em intercurso sexual indiscriminadamente ou com muitos parceiros(as).
Interação Social: participação em trocas sociais. Apoio Social: ação percebida por um receptor como promotora de seu bem-estar.
Rede Social: promoção do estabelecimento e manutenção da rede social.
Agressão Social: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou culturalmente direcionada a outrem.
Abuso Infantil: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente proibida direcionada à criança.
Abuso Conjugal: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente proibida direcionada a(o) esposa(o).
Mutilação Genital Feminina: ação violenta direcionada à criança do sexo feminino ou mulher, pela excisão de partes ou de toda genitália externa, justificada por hábitos culturais.
Interação Social Limitada: participação insuficiente, em qualidade e quantidade, nas trocas sociais.
Isolamento Social: solidão experimentada por um indivíduo e percebida como imposta por outros, e como um estado negativo ou ameaçador.
Família: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob as quais a família vive ou se desenvolve.
Capacidade de Cuidar: capacidade de prover cuidado e sustento aos membros da família.
242
Paternidade/Maternidade: ações dos que têm a responsabilidade paterna/materna de criar um ambiente promotor de crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança.
Vínculo: ações de ligação entre uma criança e seus pais, especialmente a mãe, formando laços afetivos que posteriormente vão influenciar no desenvolvimento fisiológico e psicológico da criança.
Paternidade/Maternidade Alterada: distúrbio e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de crescimento e desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.
Relacionamento Familiar: padrões de relacionamento dentro da família.
Distúrbio no Relacionamento Familiar: relação inadequada e inapropriada dos membros da família entre si.
Conflito de Papel dos Pais: experiência de confusão e conflito de papel como pais em resposta a crises.
Economia: dinheiro de salário, de investimentos, dividendos ou de outras fontes, disponível para o cotidiano e para despesas com cuidado de saúde.
Condições Econômicas: condições relativas à produção, distribuição e consumo de riqueza.
Pobreza: riqueza ou posses materiais insuficientes para atender as necessidades básicas.
Cultura: idéias, costumes, artes, habilidades e ações de pessoas ou grupos, que são transferidas, comunicadas ou passadas ao longo de sucessivas gerações.
Etnia: discriminação de pessoas baseadas na raça, nacionalidade ou cultura.
Sexismo: discriminação, especialmente contra mulheres, baseada no sexo.
Alto Índice de Mortalidade Infantil: alta proporção de morte de crianças, isto é, morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce: alta proporção de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
Alto Índice de Mortalidade Perinatal: proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios ou de neonatos, pesando acima de 1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
Alto Índice de Mortalidade Materna: alta proporção de mortes maternas, isto é, morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrada em um determinado ano e comparada com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
Ar: substâncias gasosas invisíveis que circundam a terra, uma
243
mistura principalmente de oxigênio e nitrogênio necessária para a sobrevivência dos indivíduos. Poluição do Ar: situações em que a atmosfera ambiental externa contém materiais em concentrações que são nocivas aos indivíduos.
Água: líquido transparente, sem cor, sem odor e sem gosto, composto por oxigênio e hidrogênio, encontrado nos mares, lagos, rios e sob o solo, necessário para a sobrevivência dos indivíduos.
Poluição da Água: situação na qual a água contém materiais em concentrações que são nocivas aos indivíduos.
Microorganismo: organismos microscópicos, alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.
Parasita: organismos vivendo dentro ou sobre outros, beneficiando-se de outros; alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.
Moradia: estrutura para servir de habitação. Moradia Inadequada: o que não satisfaz os padrões de salubridade aceitos para habitação.
II - Registre a presença e a denominação de outras situações de enfermagem, que você utiliza na sua prática,
com os seus respectivos sinais e sintomas (características específicas), além dos fenômenos apresentados na
CIPE – Versão Alfa.
Outros fenômenos de enfermagem não constantes na CIPE e utilizados na sua prática de enfermagem:
Sinais e sintomas (características específicas) identificados no paciente quando ele apresenta este fenômeno:
III - Outros dados Complete este questionário, dando seu consentimento por escrito para participar deste estudo: Nome ou Iniciais: ________________________________________________ Data: __________________ Assinatura ou Rubrica ____________________________________________________________________ 1. Sexo: Masculino Feminino 2. Idade: 20 a 30 31 a 40 41 a 50 Mais de 51 3. Qual é o seu mais elevado nível de educação em enfermagem: Graduado Especialista Mestre Doutor Outros (por favor especificar) ___________ 4. Quantos anos você tem de experiência como enfermeira? 1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 Mais de 26 5.Qual é sua especialidade na área de enfermagem?_____________________________________________
244
6.Qual é sua posição atual na enfermagem? (Selecione somente UMA alternativa). Enfermeira assistencial Enfermeira chefe Supervisora de enfermagem Administradora dos serviços de enfermagem Chefe da educação continuada Docente de enfermagem Outros (especificar) ____________________________________________________________________________ Opcional: Se desejar receber os resultados desta pesquisa complete seu endereço: Rua:________________________________________________________________N.º________________ Bairro __________________________ Cidade: _______________________Estado: __________________ CEP:____________ Fone: ______________ Fax: _______________ E-mail: ________________________
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