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1. Graduanda de Fisioterapia do Trabalho Lato Sensu- Manaus (AM) Brasil 2016 2. Professora orientadora da Pós-Graduação Biocursos Lato Sensu - Manaus (AM) Brasil 2016 Ergodesign de ferramentas manuais Paula Araujo Borghi 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Fisioterapia do trabalho - Faserra Resumo As ferramentas manuais são presentes em diversos processos e desempenham um papel crucial no ambiente organizacional. A alta incidência de lesões e desconforto associado ao design incorreto de ferramentas manuais fez com que as empresas começassem a investir no enfoque ergonômico durante o processo de projeto destas ferramentas, visando promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as contrações estáticas da musculatura e o estresse geral. Trata-se de uma revisão bibliográfica onde foram utilizados artigos e dissertações da área de ergonomia, design e engenharia de produção, para melhor compreensão dos parâmetros e implicações do design destes equipamentos. Os principais parâmetros a serem analisados são peso, formato, tamanho, textura e diâmetro da empunhadura, capacidade de absorção de vibração e choque, facilidade de adaptação e utilização da ferramenta, além de medidas antropométricas da população. Diversos estudiosos da área sugerem que deve se conhecer bem a estrutura, as necessidades e a biomecânica do trabalho a ser executado para que a ferramenta seja de todo adequada e segura. Palavras-chave: Ergodesign, ferramentas manuais, design ergonômico, conforto. 1. Introdução Para desempenhar muitas atividades da vida diária, a preensão é aliada à aplicação de força muscular, permitindo a manipulação de objetos e a realização de tarefas cotidianas. O dimensionamento incorreto da força, aliada com fatores de repetitividade, desvios extremos e frequentes do punho, concentração de pressão, vibração e design inadequado de ferramentas sobrecarregam os sistemas ósteo-musculares, aumentando risco de lesão 1,2,3 . A perspectiva sobre as ferramentas manuais é constantemente mudada com o progresso técnico, as mudanças na organização do trabalho e as expectativas dos operadores. Objetivos de segurança, conforto, eficiência e redução de lesões e mesmo o estilo têm sido adicionados às considerações de melhora da eficiência no projeto da ferramenta 1 . Dentro do enfoque ergonômico, as ferramentas e materiais são adaptados às características do trabalho e capacidades do trabalhador, visando promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as contrações estáticas da musculatura e o estresse geral. A fim de atender a essas novas exigências, o design ergonômico de ferramentas manuais tem se expandido. 2. Biomecânica da mão

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1. Graduanda de Fisioterapia do Trabalho – Lato Sensu- Manaus (AM) Brasil – 2016

2. Professora orientadora da Pós-Graduação Biocursos – Lato Sensu - Manaus (AM) Brasil – 2016

Ergodesign de ferramentas manuais

Paula Araujo Borghi1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Fisioterapia do trabalho - Faserra

Resumo

As ferramentas manuais são presentes em diversos processos e desempenham um papel crucial no ambiente organizacional. A alta incidência de lesões e desconforto associado ao design incorreto de ferramentas manuais

fez com que as empresas começassem a investir no enfoque ergonômico durante o processo de projeto destas

ferramentas, visando promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as contrações estáticas da musculatura e o

estresse geral. Trata-se de uma revisão bibliográfica onde foram utilizados artigos e dissertações da área de

ergonomia, design e engenharia de produção, para melhor compreensão dos parâmetros e implicações do design

destes equipamentos. Os principais parâmetros a serem analisados são peso, formato, tamanho, textura e

diâmetro da empunhadura, capacidade de absorção de vibração e choque, facilidade de adaptação e utilização da

ferramenta, além de medidas antropométricas da população. Diversos estudiosos da área sugerem que deve se

conhecer bem a estrutura, as necessidades e a biomecânica do trabalho a ser executado para que a ferramenta

seja de todo adequada e segura.

Palavras-chave: Ergodesign, ferramentas manuais, design ergonômico, conforto.

1. Introdução

Para desempenhar muitas atividades da vida diária, a preensão é aliada à aplicação de força

muscular, permitindo a manipulação de objetos e a realização de tarefas cotidianas. O

dimensionamento incorreto da força, aliada com fatores de repetitividade, desvios extremos e

frequentes do punho, concentração de pressão, vibração e design inadequado de ferramentas

sobrecarregam os sistemas ósteo-musculares, aumentando risco de lesão1,2,3

.

A perspectiva sobre as ferramentas manuais é constantemente mudada com o progresso

técnico, as mudanças na organização do trabalho e as expectativas dos operadores. Objetivos

de segurança, conforto, eficiência e redução de lesões e mesmo o estilo têm sido adicionados

às considerações de melhora da eficiência no projeto da ferramenta1.

Dentro do enfoque ergonômico, as ferramentas e materiais são adaptados às características do

trabalho e capacidades do trabalhador, visando promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as

contrações estáticas da musculatura e o estresse geral.

A fim de atender a essas novas exigências, o design ergonômico de ferramentas manuais tem

se expandido.

2. Biomecânica da mão

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A mão é um órgão extremamente móvel, que pode coordenar uma variedade infinita de

movimentos, é a parte do membro superior que permite contato tátil entre o indivíduo e o

ambiente4.

2.1 Preensões e manejos

A preensão é a principal habilidade da mão humana. As preensões são controladas por dois

grupos musculares concomitantemente: os músculos intrínsecos (localizados na própria mão,

responsáveis pela maleabilidade e precisão) e os músculos extrínsecos (localizados no

antebraço, responsáveis pela aplicação de forças e estabilidade do movimento). O

funcionamento coordenado deste sistema muscular é essencial para o desempenho satisfatório

da mão5.

A pega o manejo é uma forma de controle onde é empregado o polegar e a palma das mãos,

para pegar, prender ou manipular objetos é viável o emprego de diferentes níveis de precisão,

forca e velocidade (Figura 1)6.

A pega de força, ou cilíndrica refere-se a agarrar um objeto na palma da mão com o polegar

enrolado em torno do objeto. Há utilização de maior força, menor velocidade e precisão, os

dedos são responsáveis principalmente por agarrar e firmar o objeto ou ferramenta, enquanto

as mãos e punhos realizam o movimento 6,7,8.9

.

Para executar uma pega de força, o pulso deve assumir uma posição de desvio ulnar e

extensão para alinhar o dedo indicador e o polegar com o eixo longitudinal do antebraço e da

ferramenta7.

Uma pega de precisão, ou manejo fino refere-se à segurar um objeto entre o polegar e os

dedos opostos, apresenta maior precisão e velocidade, porém aplica menos força. Para

executar uma pega de precisão, o pulso é posicionado em ligeira extensão, e o polegar e os

dedos são parcialmente flexionados e em oposição em torno do objeto (Figura 2), é realizada

Fonte: IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. Ed. rev. e ampl. - São Paulo:

Edgard Blücher, 2005.

Figura 1: Manejos, segundo classificação de Itiro Iida

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principalmente com as pontas dos dedos enquanto a palma das mãos e os punhos mantêm-se

relativamente estáticos 6,7,9

.

Napier classifica as preensões de precisão como lateral (Figura 3), palmar, pinça (Figura 4) e

esférica. A pega em gancho não inclui o polegar. A pega em pinça lateral é a mais forte de

todas as de precisão 6,9

.

Fonte: ATWOOD, C.; BAKER, N. Ergonomics and the management of

musculoskeletal disorders, second edition, Elsevier, 2004.

Fonte: ATWOOD, C.; BAKER, N. Ergonomics and the management of musculoskeletal

disorders, second edition, Elsevier, 2004.

Fonte: ATWOOD, C.; BAKER, N. Ergonomics and the management of musculoskeletal

disorders, second edition, Elsevier, 2004.

Figura 2: Pega de precisão

Figura 3: Preensão lateral

Figura 4: Preensão em pinça

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Kapandji10

ampliou a gama das preensões para: preensões puras (palmares, digitais e

centradas), preensões com peso (auxiliadas pela gravidade) e preensões-ações (associadas a

movimentos) (Figura 5).

Para que a preensão ocorra de maneira adequada, a mão deve se adaptar a diversos formatos,

acomodando os objetos de manejo, portanto, o correto manejo ocorre com objetos aos quais

as mãos possam se adequar11

.

A localização e o tamanho dos objetos, ferramentas e equipamentos alteram a postura do

punho e dos dedos, modificando a posição e comprimento da musculatura em relação às

articulações dos membros superiores11

.

2.2 Antropometria da mão

Antropometria refere-se ao estudo de dimensões humanas e tamanho do corpo. Dimensões

humanas incluem a altura, comprimento e perímetros dos membros, bem como as capacidades

físicas, tais como levantar, carregar e agarrar12,13

.

A antropometria é fundamental para a ergonomia no sentido de se adaptar os postos de

trabalho, equipamentos, ferramentas e equipamentos de proteção individual às dimensões do

corpo dos trabalhadores7.

A antropometria pode ser considerada uma ciência interdisciplinar, a qual se refere

principalmente às dimensões, composição e propriedade de massa corpórea14

.

Neste sentido, o projeto da interface tecnológica, depende dos aspectos antropométricos para

o dimensionamento da mesma, durante o processo de desenvolvimento dos produtos,

ambientes e sistemas15

.

Os principais preceitos antropométricos indicam que as diferenças ocorrem entre os

indivíduos de diferentes origens, faixas etárias e gêneros, o que deveria ser considerado por

designers, arquitetos e engenheiros. Homens e mulheres apresentam diferenças

Fonte: KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular, volume 2: esquemas comentados da mecânica

humana. Guanabara Koogan, 2000.

Figura 5: Tipos de preensão definidos por Kapandji (1987)

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antropométricas significativas, não apenas em dimensões absolutas, mas também nas

proporções dos diversos segmentos corporais 6,15

.

A tomada das medidas das mãos dos sujeitos é muito importante para a configuração de

controles em máquinas e produtos de consumo. As medidas antropométricas das mãos, em

centímetros, são obtidas através da medida do perímetro da mão, medida da largura da mão,

medida do perímetro do punho e medida do perímetro de “pega” (anel formado entre polegar

e indicador)16

.

O uso de dados antropométricos pode ajudar na concepção adequada dos equipamentos para

uma melhor eficiência e maior conforto humano17

.

3. Ergodesign e usabilidade

A disseminação da ergonomia nas sociedades contemporâneas tem contribuído para um

projeto de produto, que venham a ser mais seguros e confortáveis para a maioria de seus

usuários. O ergodesign significa a fusão dos focos teóricos e práticos da ergonomia e do

design, em busca de um produto centrado no usuário18

.

O design e a ergonomia apresentam vários critérios de desenvolvimento de produtos em

comum, como: forma, função, usabilidade, determinação de matéria-prima, normas técnicas,

dimensionamento, manual de montagem e utilização, testes físicos e certificação. Todos têm o

objetivo final de proporcionar o bem-estar do usuário na utilização do produto19

.

Do ponto de vista ergonômico, os produtos não são considerados como objetos em si, mas

apenas como meios para que o homem possa executar determinadas funções. Todos os

produtos sejam eles grandes ou pequenos simples ou complexos, destinam-se a satisfazer

certas necessidades humanas, entrando em contato com o homem, direta ou indiretamente.

Para que esses produtos funcionem bem em suas interações com o usuário ou consumidores,

eles devem possuir qualidade técnica, qualidade ergonômica e qualidade estética6.

A qualidade ergonômica de qualquer produto está diretamente ligada à usabilidade do

produto, é sinônimo de qualidade de uso. Ambas levam em conta todos os aspectos

psicofisiológicos, cognitivos e perceptivos, como facilidade de fabricação, montagem,

manuseio e manutenção; boa adaptação antropométrica; índices de ruído, vibração e

luminosidades adequados; eficientes dispositivos de informação, segurança e conforto no

manuseio 6,20

.

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A norma ISO 9241-11 define usabilidade como a “medida na qual um produto pode ser usado

por usuários específicos, para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e

satisfação, em um contexto de uso específico”21

.

É a característica de um produto que denota qual grau de facilidade no uso e aprendizado. Sua

importância se deve ao fato de ser uma característica de qualidade do produto, com

abordagem ergonômica, objetivando um design de produtos acessíveis, satisfatórios,

confiáveis e economicamente benéficos22. 23

.

A usabilidade dos equipamentos, dispositivos e ferramentas manuais depende de inúmeros

fatores, envolvendo com destaque a ergonomia, como medidora do trabalho ou atividade

humana; os aspectos fisiológicos das mãos dos indivíduos e o próprio design – ou processo de

projeto – especialmente quando considerado como elemento de qualidade do produto nestas

relações24

.

Um produto pode ser definido como ergonômico quando, em vários momentos da sua vida,

idealização, realização, utilização, estimulação ou reciclagem, não provoca dano, mas gera

condições do bem-estar psicofísico em todos aqueles que entram em contato com ele 19

.

4. Metodologia

O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma

pesquisa bibliográfica. Foram utilizados livros brasileiros e estrangeiros e artigos científicos

sobre a temática foram acessados nas bases de dados Scielo, LILACS, MEDLINE, teses de

mestrado e doutorado publicadas por universidades federais do Brasil e normas relacionadas

ao assunto.

As palavras-chave procuradas durante a pesquisa forma: Ergodesign, ferramentas manuais,

design ergonômico, conforto.

Por motivo de o assunto envolver tanto o design quanto a engenharia de produção, a maioria

das bibliografias utilizadas são produções nessas duas áreas, com ênfase para a ergonomia

dentro do tópico. Os estudos pioneiros sobre ergodesign começaram a ser produzidos nos

anos 90, portanto na discussão foram utilizados artigos de 1998 a 2016, nas línguas

portuguesa, inglesa e espanhola para a construção do texto.

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5. Resultados e discussão

O projeto de muitos produtos é dependente das características físicas de seus usuários ou

grupo de usuários, envolvendo aspectos como força, tamanho, peso, gênero e questões

cognitivas25

.

A seleção de ferramentas deve ser feita de acordo a especificidade do trabalho, considerando

os aspectos ergonômicos. Ferramentas consideradas melhores para o trabalho são aquelas que

minimizam o estresse físico produzindo pouca força nas mãos, que não são incômodas de

segurar e manusear e minimizam vibração26

.

O desenho das pegas influencia fortemente no funcionamento e manipulação dos objetos,

sendo que as ferramentas de utilização por manejo fino devem apresentar circunferências

menores em relação aquelas que são destinadas a utilização por manejo grosseiro. Quando em

um mesmo objeto forem necessários os dois tipos de manejo, é adequado que se possa agarrar

de diferentes maneiras6.

Em sua maioria, ferramentas que são equilibradas e dimensionadas para homens com maior

massa muscular irão exigir mais força de usuários do sexo feminino com massa da mão

menor. Por outro lado, ferramentas de precisão são equilibradas e concebidas para mãos

menores, por isso podem causar tensão excessiva em homens com mãos de maior massa7.

Projetar ferramentas manuais é uma tarefa complexa , uma vez que requer consideração não

apenas da funcionalidade, qualidade, confiabilidade, e dimensões mas também as expectativas

e apreensões de seus usuários e apreensões. Para integrar esses requisitos em processos de

design de ferramentas são usados conceitos de qualidade funcional, que permite que os

designers implementem a ergonomia logo no início do desenvolvimento do produto7.

O projeto ergonômico de ferramentas manuais pode atenuar os riscos à saúde e segurança dos

trabalhadores, além disso, minimizar impactos negativos às empresas, como reduções da

produtividade, aumento de custos, aumento no absenteísmo médico, comprometimento da

capacidade produtiva, menor qualidade de vida do trabalhador, aposentadorias precoces e

indenizações27

.

O conforto apresenta relação direta com a produtividade, evidenciando assim a necessidade de

considerá-lo no desenvolvimento de ferramentas manuais. Quando uma ferramenta provoca

desconforto (como músculos doloridos e pressão sobre a mão), não se pode continuar a tarefa,

sendo necessárias repetidas pausas, principalmente se a tarefa é realizada em alta velocidade,

dessa forma, o sentimento de desconforto pode causar diminuição da produtividade28

.

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O desconforto pode ser avaliado como um antecedente de lesões musculoesqueléticas. No uso

de ferramentas manuais, o conforto está associado a conceitos positivos, como confiabilidade,

segurança, facilidade de uso e satisfação, enquanto o desconforto está associado a conceitos

negativos, como dor, pressão, dureza e irritação29

.

Para minimizar estes problemas, Albano et al.30

sugere adaptar as ferramentas às

características dos seres humanos, pois além de segurança esse tipo de ferramenta pode

oferecer mais conforto e satisfação aos usuários.

Há uma relação definida entre o projeto das ferramentas manuais e os traumas cumulativos

que elas provocam nas mãos e antebraços de seus usuários6. O uso de ferramentas manuais

mal dimensionadas pode gerar diversos constrangimentos ao usuário, que incidem desde

insatisfação e desconforto até patologias graves que acometem os membros superiores. Os

problemas mais recorrentes estão relacionados à inadequação de dimensionamento, forma,

peso, textura e estabilidade15

.

Os elementos mais importantes do projeto de ferramenta no que diz respeito ao uso humano

são o tamanho do punho, forma e textura, facilidade de operação, absorção de choque e

peso31

.

A qualidade ergonômica das ferramentas manuais pode ser avaliada pelo seu desempenho e

esforço fisiológico do usuário com diferentes variáveis de projeto tais como a forma,

espessura , comprimento, volume, qualidade da superfície e material dos cabos das

ferramentas32.33.34

.

O desenho das ferramentas manuais tem uma grande influência sobre a postura no trabalho,

ângulo de flexão do punho, distribuição da pressão sobre a mão, carga muscular, fadiga e

risco de lesões. Mudanças de alguns detalhes no desenho podem provocar efeitos enormes,

considerando-se que certos tipos de profissionais usam a mesma ferramenta de forma

contínua, durante meses e anos seguidos6.

Um produto deve atender a três aspectos: eficiência, que se refere à quantidade de esforço

necessário para a realização de uma tarefa; eficácia, capacidade de finalização de uma tarefa;

e satisfação, que se refere ao conforto do usuário ao utilizar um produto, e o quanto este

produto é aceitável para que o usuário realize seus objetivos25

.

Evitar o desconforto é um problema crucial no design e avaliação de ferramentas manuais,

porém o conforto é raramente considerado na avaliação destas ferramentas35, 36

. Alguns

pontos podem ser considerados na avaliação levando em conta o conforto: funcionalidade,

postura e musculatura, irritação e dor das mãos e dedos, irritação da superfície das mãos e

características do cabo da ferramenta28

.

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Em ferramentas manuais, especificamente, a forma e propriedades da superfície têm um

importante efeito sobre a pressão produzida sobre a mão, sendo esta pressão positivamente

relacionada com a percepção de desconforto37

.

As principais variáveis a serem consideradas são resultados mecânicos (força, torque,

aceleração); peso e centro de gravidade; forma e dimensões da pega; possibilidade de mudar o

manejo e superfície de contato com as mãos37

.

As características a serem consideradas na pega incluem: as diferentes formas de pega; os

movimentos a serem transmitidos (força, velocidade, precisão); possibilidade de usar as duas

mãos (para aumentar a força ou precisão); e se é adaptável aos canhotos. A concentração das

tensões na mão pode ser reduzida, melhorando-se o desenho da pega, aumentando-se o

diâmetro da pega, eliminando-se as superfícies angulosas ou "cantos

Para maior conforto de uso e menos tensão, o cabo da ferramenta deve estar orientado de

modo que, durante o trabalho, a mão e o antebraço estejam alinhados. Uma vez que a forma

da pega da ferramenta irá afetar a postura adotada ao utilizá-la. A forma da pega é um fator

primário que pode ser utilizado para reduzir ou eliminar a fadiga do usuário38

.

Kromer e Grandjean39

explicam a importância do design no desenvolvimento de

empunhaduras. Pegas que não se ajustam adequadamente às mãos, ou não favorecem a

biomecânica do trabalho manual, podem prejudicar o desempenho e ocasionar problemas ao

operador.

O tipo de atividade influi na necessidade da ferramenta, atividades de precisão ou manejo fino

são favorecidas por ferramentas de medidas menores que se encaixem nas mãos

possibilitando a movimentação com os dedos; já para manejos mais grosseiros, podem-se

empregar empunhaduras de maiores medidas, possibilitando a distribuição de pressão pelas

mãos40

.

O esforço é reduzido quando o movimento é exercido apenas pelos dedos e aumenta à medida

que mais partes são necessárias, sendo, por exemplo, o emprego do conjunto dos dedos,

pulsos, antebraços, braços e corpo, considerado de maior esforço. Para uso adequado e

saudável das ferramentas manuais, deve-se projetar de modo que as circunferências e

comprimentos acomodem confortavelmente as mãos, de acordo com o uso e movimentação

do manejo e todas devem ter toque confortável40

.

O uso de formas arredondadas e cilíndricas muito largas pode causar insegurança. O diâmetro

ideal é na gama de 22-32 mm. É indicado também que a empunhadura suporte completamente

o dedo, tendo no mínimo 27 milímetros de diâmetro (podendo ser usada com luvas)41

.

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Recessos, como sulcos para os dedos não devem ser aplicados, pois pode haver grandes

variações de antropometria dos dedos entre as diferentes populações. Em especial, pessoas

com dedos grandes podem aplicar forças de compressão em excesso sobre as superfícies

laterais dos dedos, que são áreas de nervos superficiais e veias. Além disto, arestas e cantos

podem causar cortes, contusões ou escoriações, por isso deve-se procurar eliminar tais riscos

empregando bordas arredondadas e cantos com o maior raio possível38

.

Além das medidas corretas deve-se observar a textura entre a empunhadura e a superfície da

mão do usuário. A textura permite um aumento na fricção entre a mão e equipamento,

entretanto, em alguns casos a textura possibilita o acúmulo de sujeira, comprometendo o nível

de higienização da atividade24

.

A superfície e textura de um cabo de ferramenta afeta diretamente a transferência de força do

trabalhador para a ferramenta. Um cabo deve permitir isolamento de calor, absorção de

choque e distribuição da pressão e deve promover alguma fricção para fácil pega da

ferramenta. A recomendação geral sugere que uma superfície adequada deve ser ligeiramente

compressível, não condutiva e livre de saliências42

.

Exposição crônica a ferramentas elétricas manuais com componentes vibrando em baixa

frequência podem causar constrição do fluxo sanguíneo ou danificar a artéria digital dos

dedos e da mão. Para reduzir os efeitos da vibração, as ferramentas manuais devem ser

preenchidas ou cobertas por borracha, possuir componentes de vibração atenuada e ter sua

exposição monitorada43

.

Indivíduos apresentam precisão, velocidade e desempenho muscular elevados quando

realizam tarefas utilizando a mão dominante, deve-se considerar que os canhotos constituem

cerca de 10% da população6. Portanto, para o desenvolvimento de empunhaduras deve-se

considerar o uso tanto com a mão direita quanto à esquerda, dando preferência a formas que

permitam ambos os usos, de lados simétricos.

O centro de gravidade da ferramenta deve situar-se o mais próximo possível do centro da

mão. Isso, além de permitir um melhor controle motor, reduz os momentos (no sentido da

Física), e conseqüentemente, os esforços musculares e os gastos energéticos durante a sua

operação6.

Em geral, ferramentas devem pesar o mínimo possível. Particularmente para tarefas de

precisão, uma ferramenta mais leve vai requerer menos força para suportar que uma

ferramenta pesada. Diretrizes afirmam que o peso de uma ferramenta não deve ser maior que

2,3 kg se a ferramenta for suportada pela mão ou for operada com distância do corpo, há

ferramentas de precisão não devem pesar mais de 400 gramas42

.

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O comprimento suficiente de uma ferramenta é necessária para distribuir a pressão das forças

uniformemente em toda a mão e para evitar a pressão direta sobre o nervo mediano na palma

da mão ou na base do polegar . Um cabo da ferramenta deve ser longo o suficiente para

estender proximo à eminência tenar e permitir a liberdade de movimentos no punho9.

Um ferramenta curta pode lesionar não só a superfície dos nervos medial e ulnar, mas também

a bainha tendínea, causando dedo em gatilho e neurite digital9.

Schoenardie44

, ao pesquisar chaves de fenda concluiu que as características dessas

ferramentas quanto à pega, empunhadura, manejo, acabamento e materiais devem ser

definidos na concepção do projeto, levando em conta diferentes requisitos.

Teixeira et al.45

estudaram a Ergonomia no uso de estiletes em gráficas rápidas. O estudo

utilizou o protocolo Rula para avaliar a postura durante o refile de cartões de visita. Segundo

os autores, embora de forma geral os trabalhadores estejam satisfeitos com as ferramentas que

utilizam, a atividade necessita de intervenções ergonômicas, pois oferece risco aos

trabalhadores, sobretudo devido a altura da bancada de trabalho e posturas adotadas.

Garcia46

avaliou a ergonomia e usabilidade das facas utilizadas para o desconche de

mexilhões em uma empresa de pescados, a fim de identificar características de design que

necessitam de modificações e apresentou um protótipo funcional da ferramenta para testes de

usabilidade (eficiência, eficácia e satisfação) sob condições reais de uso.

Em um estudo sobre martelos, Guilhon, David e Diniz47

descrevem a aplicação de princípios

ergonômicos para a redução do esforço realizado pelo usuário no ato da quebra do caranguejo

para a degustação da carne, e ainda a inclusão de maior nível de precisão de movimento.

Albano et al30

avaliaram tatilmente quatro facas com cabos fabricados com diferentes tipos de

materiais, os funcionários da cozinha do Restaurante Universitário da UFRGS avaliavam o

conforto, a dureza, textura, maciez e firmeza. O resultado apontou que as facas de cabo

emborrachado geraram maior conforto aos usuários.

Sala40

estudou o descascamento de raízes de mandioca, identificando os requisitos

ergonômicos desejáveis para um projeto de ferramenta manual destinada à tarefa de

descascamento de raízes de mandioca. A autora concluiu que a ferramenta de uso habitual

possui características pouco desejáveis por não serem ergonômicas, seguras e nem higiênicas,

além da área de circunferência, formato da pega, cantos agudos, área estreita na parte de cima

da lâmina, área cortante próxima aos dedos, formato de pega que não acompanha as curvas

das mãos. Além disso, ela apresentou na pesquisa uma proposta de ferramenta adequadamente

ergonômica para a atividade.

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Fatores de estresse associados com operação de ferramentas manuais incluem posturas

desajeitadas, esforços vigorosos, movimentos repetitivos, stress de contato e vibração. O

objetivo quando se seleciona, instala e utiliza ferramentas manuais é minimizar a exposição

do operador a qualquer fator de estresse físico26

.

O design e material do cabo das facas de corte do frango foi o objeto de estudo de

Tomazzoni48

, que avaliou os efeitos na musculatura cervical através de eletromiografia

sensitiva. A autora concluiu que o cabo emborrachado produziu menor impacto em

musculatura cervical que o cabo de polipropileno, sendo uma alternativa melhor para a

atividade.

6. Conclusão

A revisão da literatura permitiu concluir que o design inapropriado de ferramentas manuais é

um dos grandes causadores de patologias ocupacionais de punho e mão, por isso, a

abordagem ergonômica no momento do design da ferramenta é crucial para proporcionar

conforto, segurança e usabilidade ao usuário.

Devem ser observadas variáveis como o peso, formato, tamanho, textura e diâmetro da

empunhadura, capacidade de absorção de vibração e choque, facilidade de adaptação e

utilização da ferramenta, além de medidas antropométricas da população. A maioria das

ferramentas manuais e elétricas disponíveis no mercado é fabricada nos Estados Unidos e

Europa, logo são levadas em conta no momento do design destas ferramentas as medidas

antropométricas desta população que muito diferencia das medidas da população brasileira.

Para que o ergodesign de ferramentas manuais seja efetivo, é importante que haja uma relação

de base de medidas antropométricas brasileiras a serem consideradas juntamente com os

demais parâmetros no momento da produção dessas ferramentas.

7. Referências Bibliográficas

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London: Taylor & Francis, 2nd Ed., 1996.

2. MITAL, A.; KILBOM, A.; KUMAR, S. Ergonomics guidelines and problem solving

Volume I. Elsevier Ergonomics Book Series, 2000.

3. KATTEL, B. et al. The effect of upper extremity posture on maximum grip strength.

International Journal of Industrial Ergonomics, 18, 1996.

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4. NORDIN, M.; FRANKEL, V. H. Biomecânica básica do sistema musculoesquelético.

3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

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