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Ergonomia ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO AULA 9

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Ergonomia

ADMINISTRAÇÃO DA

PRODUÇÃO

AULA 9

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O que é Ergonomia ?

Etimologia:

ERGOS = TRABALHO

NOMOS = LEI, REGRA

O trabalho tem todo um pano de fundo de sofrimento:

* Em latim: trabalho = tripalium

trabalhar= tripaliare (torturar com o tripalium)

* Na bíblia: “ganharás o pão com o suor de teu rosto”

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Conceitos

“As relações do homem durante o trabalho com o seu

ambiente natura”

A. Jastrzebowski (1857)

“Conceber para o uso do homem”

Mc Cormick

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"Conjunto de conhecimentos científicos relativos ao

homem e necessários para conceber as ferramentas, as

máquinas e os dispositivos que podem ser utilizados com o

máximo de conforto, segurança e eficiência”

Alain Wisner

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“ A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o

homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente,

e particularmente a aplicação dos conhecimentos

de anatomia, fisiologia e psicologia na solução

surgida neste relacionamento”.

Conceito da Ergonomics Research

Society

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“ A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem

e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é

elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas

científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que,

dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em

uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e

dos ambientes de trabalho e de vida”.

Conceito da International Ergonomics

Association (IEA)

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“A ergonomia é o estudo da adaptação do

trabalho às características fisiológicas e

psicológicas do ser humano”.

Conceito da Associação Brasileira de

Ergonomia (ABERGO)

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Objetivo da Ergonomia

Adaptar o trabalho ao homem (não o contrário)

Estuda o complexo formado pelo operador

humano e seu trabalho

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Origem e evolução da ergonomia

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857,

pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um artigo

intitulado “Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho

baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”.

Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês

chamado Murrel criou na Inglaterra a primeira sociedade

nacional de ergonomia, a “Ergonomic Research Society”.

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Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em

numerosos países industrializados, como a França, Estados

Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos.

Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics

Association”.

Em 31 de agosto de 1983 foi criada a “Associação

Brasileira de Ergonomia”.

Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no

PPGEP/UFSC.

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Desenvolvimento atual da

ergonomia

Pode ser caracterizado segundo quatro níveis de

exigências:

As exigências tecnológicas: técnicas de produção

As exigências econômicas: qualidade e custo de

produção

As exigências sociais: melhoria das condições de

trabalho

As exigências organizacionais: gestão participativa

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Por que usar a Ergonomia ?

Novas tecnologias, competitividade de mercado,

produtividade x qualidade

Necessidade de melhoria das práticas das tarefas com:

Eficácia

Segurança

Qualidade

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Aborda questões relativas ao

trabalho como por exemplo:

alto índice de acidentes de trabalho;

problemas associados a doenças do trabalho;

questões relacionadas à redução da produtividade no local de

trabalho, alto índice de absenteísmo, retrabalhos, diminuição de

motivação, etc;

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), proporcionando mais do

que um posto de trabalho melhor, mas também uma vida melhor no

trabalho.

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A ergonomia se esforça para conhecer ocomportamento do operador

Diferença entre:

o trabalho prescrito = tarefao trabalho real = atividade

Atividade é a expressão do

funcionamento do homem

na execução de sua tarefa.

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Abordagem Ergonômica

Considera as capacidades humanas e seus

limites: capacidade física,

força muscular,

dimensões corporais,

possibilidades de interpretação das informações pelo

aparelho sensorial (visão, audição),

capacidade de tratamento das informações em termos

de rapidez e de complexidade

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Analisa as exigências das tarefas e os diferentes fatores que

influenciam as relações

homem x trabalho

as características materiais do trabalho: (apresentação espacial

e temporal)

peso dos instrumentos

forças a exercer

disposição dos comandos

dimensões dos diferentes elementos constituintes do posto

e do sistema

Abordagem Ergonômica

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Existem vários tipos de sinais de alarme ou indicadores

para um estudo ergonômico:

Fisiológicos

aceleração dos batimentos cardíacos

quantidade de ar respirado

atividade elétrica cerebral

temperatura corporal

Sinais de Alarme

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Em nível do trabalho

repetitividade de erros cometidos em uma tarefa

as baixas na produtividade e na qualidade da performance

do operador

aumento do índice de retrabalhos

incidentes de trabalho

acidentes de trabalho (importância vital)

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Subjetivos

queixas eventuais dos trabalhadores

(contraste entre a percepção objetiva e a subjetiva)

“a noção de conforto”

Mudanças de comportamento

ansiedade e irritação

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Diferentes tipos de abordagens da

ergonomia

Quanto a abrangência

Ergonomia do posto de trabalho:

abordagem microergonômica

Ergonomia de sistemas de produção:

abordagem macroergonômica

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Diferentes tipos de abordagens da

ergonomia

Quanto à contribuição

Ergonomia de concepção:

normas e especificações de projeto

Ergonomia de correção:

modificações de situações existentes

Ergonomia de arranjo físico:

melhoria de seqüências e fluxos de produção

Ergonomia de conscientização:

capacitação em ergonomia

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Diferentes tipos de abordagens da

ergonomia

Quanto a interdisciplinaridade

Engenharia:

projeto e produção ergonomicamente seguros

Design:

metodologia de projeto e design do produto

Psicologia:

treinamento e motivação do pessoal

Medicina e enfermagem:

prevenção de acidentes e doenças do trabalho

Administração:

projetos organizacionais e gestão de R.H.

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Modelo Área de atuação Interface Foco

Human Factors

Tipo padrão de

Ergonomia

Americana e Inglesa

Ciências formais e

sérias Anatomia,

Fisiologia e Psicologia

Sistema Homem - Máquina

Carga física de trabalho

Interação Homem - Computador

Carga mental de trabalho

Características e limites

do ser humano

( laboratório )

Padrões ergonômicos

Ergonomia

orientada pela

atividade

Análise de campo

Francesa

Gestos ao invés de

movimento muscular

Comunicação ao invés

de audição

Sistema Homem - Tarefa

Processos prevalecem

sobre estruturas

Análise do trabalho

( Análise intrínseca da

atividade )

Abordagem

macroscópica

Macroergonomia

Psicologia industrial e

organizacional

Sociologia do trabalho

Interface Homem - Ambiente

Organização em geral

Sistemas técnico e social

Aspectos cultural e

ideológico

CARACTERIZAÇÃO DA ERGONOMIA

Fonte: Adaptado de De Montmollin, 1990 - 1992

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Macroergonomia

Conceito

Pesquisa desenvolvida e aplicada na interface da

tecnologia - organização/máquinas ou projeto do sistema

de trabalho, buscando alcançar uma total harmonia entre o

sistema de trabalho e o enfoque em nível micro e

macroergonômico.

H. Hendrick

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A primeira geração - engenharia humana - concentrou-se no

projeto de trabalhos específicos, interfaces homem-

máquinas, incluindo controles, painéis, arranjo do espaço e

ambientes de trabalho.

A segunda geração - ergonomia cognitiva - se inicia com a

ênfase na natureza cognitiva do trabalho. Tal ocorreu em

função das inovações tecnológicas e, em particular, do

desenvolvimento de sistemas automáticos e informatizados.

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A terceira geração-macroergonomia

Resultante do aumento progressivo da automação de

sistemas em fábricas e escritórios, do surgimento da robótica

Percepção de que era possível fazer um trabalho em

microergonomia, projetando os componentes de um sistema,

mas falhava-se no que diz respeito ao sistema como um todo,

por desconhecimento do nível macroergonômico

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Estrutura geral da

macroergonomia

Compreende quatro etapas:

1. Levantamento inicial das necessidades de tecnologia da

organização

2. Projeto de uma estrutura organizacional e uma intervenção

apropriada

3. Implantação do processo

4. Mensuração e avaliação da efetividade organizacional

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Ergonomia participativa

Consiste dos próprios trabalhadores estarem envolvidos

na implementação dos conhecimentos e procedimentos

ergonômicos em seus postos de trabalho.

Noro (1998)

A premissa é que os trabalhadores conhecem seus postos

de trabalho melhor que qualquer outra pessoa e que este

conhecimento permite-lhes desenvolver uma maior

compreensão e aproximação com seu trabalho

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Abordagens para gerenciamento que

estimulam a participação dos trabalhadores

Envolvimento paralelo

Envolvimento no trabalho

Alto envolvimento

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Envolvimento paralelo

Os trabalhadores são questionados a visualizar e

resolver problemas e produzir idéias que irão influenciar

a operação do sistema organizacional.

Ex.: CCQ, programas de QVT, planos de recompensa a

sugestões.

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Envolvimento no trabalho

Focam o projeto do mesmo de modo que isto

motive o melhoramento do desempenho no

trabalho.

Ex.: Enriquecimento do trabalho, grupos semi-

autônomos

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Alto envolvimento

Foi construída sobre o que foi aprendido das abordagens

anteriores.

O alto envolvimento sugere uma organização em que as

pessoas dos níveis mais baixos tenham um senso de

envolvimento, não somente em quão bem eles façam o seu

trabalho ou quão efetivamente funcionam seus grupos, mas

em termos do desempenho da organização como um todo.

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Descrédito da difusão da ergonomia

segundo H. Hendrick (1996).

1o – Exposição de pessoas ou organizações a uma má ergonomia, achamada “voodoo ergonomics”, praticada por pessoas sem aqualificação adequada.

2o – Por todos serem operadores e operarem sistemas todos os dias,assume-se ingenuamente que os fatores humanos são apenas umaquestão de “senso comum”.

3o – A esperança de convencer a alta administração das organizaçõessobre o potencial da ergonomia, simplesmente porque esta é a coisacerta a fazer.

4o – Talvez a mais importante das razões seja que os ergonomistasfazem poucos trabalhos de documentação e divulgação docusto/benefício ergonômico, devendo passar a divulgar que boaergonomia é boa economia.

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A maioria das intervenções ergonômicas oferece um campo

comum para a colaboração dos funcionários e da

administração e, invariavelmente, ambos podem se beneficiar;

seja em termos de redução de custos e aumento de

produtividade ou em termos de melhoria na qualidade de vida

no trabalho.

Ao tomar a decisão de optar por uma intervenção

ergonômica, as empresas devem estar cientes de que não se

está incorrendo ou incorporando novas despesas, dispêndios

ou custos, e sim, optando por investimentos e inversões em

otimização de recursos produtivos

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O que se observa, é que a implantação e o desenvolvimento

de um programa ergonômico muitas vezes encontra

dificuldades na sua implantação, decorrentes de vários

fatores que podem ser canalizados tanto na cultura

organizacional, na metodologia de implantação ou na

justificação de seus custos.

Problema – necessidade de mensurar os custos

relacionados a problemas e recursos ergonômicos quando da

demanda pela realização de uma ação ergonômica

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Como calcular ?

O tempo perdido, as despesas com primeiros socorros, os danos aos

bens e às matérias primas ou os novos investimentos em treinamentos

para substituição de mão-de-obra no caso de um acidente de trabalho?

Quanto um problema de cunho não-ergonômico está custando para a

empresa? Quanto custaria solucioná-lo?

Quais os benefícios da solução dos problemas relacionados à falta de

ergonomia? E como prever os prejuízos com o desgaste de uma

companhia exposta negativamente pela mídia?

Considerando a grande diversidade de questões, cabe ainda perguntar,

os benefícios superarão os custos?

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A Prioridades é o esforço para justificar o custo

de melhorias ergonômicas (saúde e segurança).

É importante também assegurar que o custo

destas seja o mais baixo possível.

Prudente obter a melhor relação

custo/benefício.

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Justificação de melhorias ergonômicas

O manuseio da técnica de custo/benefício;

O desenvolvimento do custo de melhorias

ergonômicas;

O desenvolvimento do benefício de

melhorias ergonômicas.

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Análise de Custo/Benefício

É a forma predominante, entre outras existentes, para

justificar os gastos com mudanças propostas pela

ergonomia.

diminuição de custos

Benefícios melhoria de desempenho

Limitada quando necessita quantificar custos e benefícios

intangíveis

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Redução de custos

diminuir custos com horas extras (trabalhadores

substitutos);

custos de seguros e/ou custos de compensação

relacionados a acidentes ou lesões;

ações judiciais;

melhorar a qualidade e a quantidade da produção,

prover treinamento adicional;

etc.

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Benefícios

Ganhos de fácil mensuração

aumentos de produtividade e de qualidade;

a redução dos desperdícios;

as economias de energia; mão-de-obra, manutenção,

etc

Ganhos de difícil mensuração

redução do absenteísmo devido a acidentes e doenças

ocupacionais

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Benefícios intangíveis

satisfação do trabalhador;

o conforto;

a redução do turnover;

o aumento da motivação dos trabalhadores

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As 10 principais causas de acidentes e doenças

profissionais nos EUA são responsáveis por 86% dos US$

38,7 bilhões pagos em indenizações em 1998.

Quando os custos indiretos gerados por estes acidentes são

somados aos US$ 38,7 bilhões de custos diretos, a

economia resultante pode atingir um total aproximado de

US$ 125-155 bilhões

(Liberty Mutual Research Center, 2002)

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Custos diretos gerados pelas 10 principais causas de

acidentes e doenças profissionais nos EUA -1998

Causas de acidentes

% de custos diretos

para compensação de

trabalhadores no ano de

1998

Estimativa nacional de

custo direto para

compensação de

trabalhadores

Lesões causadas pelo

excesso de levantamentos,

puxões, arremesso, tempo

segurando objetos pesados

25.57% $ 9.8 bilhões

Quedas 11.46% $ 4.4 bilhões

Lesões resultante de maus

jeitos e escorregões, perda

de equilíbrio sem queda

9.35% $ 3.6 bilhões

Quedas em nivel mais baixo

(escada, ou sobre grades)9.33% $ 3.6 bilhões

Quedas de objetos sobre o

trabalhador8.94% $ 3.4 bilhões

Movimentos repetitivos 6.10% $ 2.3 bilhões

Acidentes no caminho do

trabalho5.46% $ 2.1 bilhões

Lesões por choques, batidas

contra equipamentos pesados4.92% $ 1.9 bilhões

Esmagamento por máquinas

ou equipamentos4.18% $ 1.6 bilhões

Contato c/ temperaturas

extremas que resultam em

choque térmico e

queimaduras (gelo, calor)

0.92% $ 3.0 bilhões

Todas causas de acidentes 100.00% $ 38.7 bilhões