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Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório de representação.
Julho 2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório
de representação.
Gabriela Peixoto Vieira – email: [email protected]
Master em arquitetura – Instituto de pós graduação de goiânia - IPOG
Salvador, Bahia, 09 de agosto de 2013
Resumo
O objetivo deste estudo é identificar deficiências ergonômicas e ambientais em um escritório
de representação. A ergonomia e a psicologia ambiental se preocupam com o bem estar das
pessoas, com a segurança, promovem a melhora da eficiência mecânica e psicológica do
sistema homem-máquina, melhoras na comunicação entre os indivíduos e entre estes e o meio
ambiente. A análise ergonômica e ambiental foi realizada mediante visita exploratória para
observação do ambiente a ser analisado, posteriormente foi elaborada planta baixa e
avaliação do layout, mobiliário e de duas funcionárias da área administrativa. Estas
avaliações foram realizadas através de alguns instrumentos de avaliação. O primeiro
instrumento é uma ficha que analisa o posto de trabalho e o ambiente, o segundo tem por
finalidade identificar e caracterizar o colaborador e o terceiro é um checklist para análise
das condições do posto de trabalho ao computador. Obteve-se como resultado da pesquisa:
uma descrição técnica do layout com mobiliário e suas características positivas e negativas;
condições do posto de trabalho; descrição dos profissionais inseridos no contexto; descrição
e avaliação das máquinas utilizadas pelos mesmos; análise da rotina de trabalho e do
conforto ambiental, onde foram observados os seguintes aspectos: iluminação, clima, ruído,
vibração.
Palavras chave: Ergonomia, Psicologia Ambiental, Conforto Ambiental.
1. Introdução
Este artigo tem por objeto de estudo uma análise de como o ambiente espacial de trabalho
pode influenciar no comportamento e na saúde dos colaboradores. Foi realizado em um
escritório de representação de materiais de construção civil, localizado na cidade de Salvador,
no bairro da Pituba. Neste foram observados dois indivíduos do sexo feminino cujas funções
laborais são do setor administrativo as quais apresentaram queixas álgicas, ergonômicas e de
ordem psicológica. O objetivo desta pesquisa é estabelecer uma análise do ambiente físico do
referido estabelecimento e descrever como essa variável pode influenciar na qualidade de vida
das funcionárias no trabalho e fora dele, de modo a subsidiar a proposição de melhorias ao
espaço, de modo a criar um conforto ambiental adequado que reflita diretamente nestes
indivíduos e em seu bem estar. Toma-se, portanto, como perguntas de investigação deste
estudo: 1) Como o ambiente influencia na vida das pessoas? 2) No ambiente a ser estudado,
como o sistema humano-tarefa-ambiente influencia na vida das funcionarias? 3) Como a
humanização do ambiente influencia na vida das funcionárias? 4) Como podemos melhorar o
ambiente para que cada individuo se sinta melhor? Uma vez observados os aspetos referidos
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anteriormente, depreende-se que este estudo é importante na medida em que atua de forma
preventiva nas doenças ocupacionais e na percepção de cada individuo sobre o ambiente a sua
volta. Para tal utilizou-se as ferramentas da Ergonomia e da Psicologia Ambiental para poder
analisar o ambiente físico de trabalho e os aspectos psicológicos nele existente. A
humanização, territorialidade, privacidade, o espaço pessoal são fatores importantíssimos para
harmonizar as pessoas e o espaço que elas ocupam.
A ergonomia é definida como a ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem. De
acordo com Dul e Weerdmeester (2004), pode-se dizer que a ergonomia é uma ciência
aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de
melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho. A definição formal da
Ergonomia adotada pela IEA (International Ergonomics Association ) é:
Ergonomia (ou fatores humanos) é uma disciplina científica que estuda as interações
dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria,
princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e
o desempenho global do sistema. (DUL, WEERDMEESTER, 2004, :1).
A ergonomia focaliza o homem e procura diminuir ao máximo as condições de insegurança,
insalubridade, desconforto e ineficiência através da adaptação das capacidades e limitações
físicas e psicológicas do homem.
A Psicologia Ambiental estuda o homem em seu contexto físico e social. Busca uma inter-
relação com o ambiente, atribuindo importância ás percepções, atitudes, avaliações ou
representações ambientais, ao mesmo tempo associa o comportamento do individuo inserido a
este ambiente. Esta se interessa pelo efeito das condições do ambiente sobre o individuo, tanto
como o individuo percebe o ambiente ao seu entorno. A recíproca entre pessoa e ambiente
vem sendo alvo de pesquisa, não somente na Psicologia, mas também na Arquitetura,
Ergonomia e Design. Os estudos realizados na Psicologia Ambiental tiveram seu auge na
metade do século XX.
A relação entre a Ergonomia e a Psicologia Ambiental (P.A.) é o bem estar do individuo, na
medida em que promove melhora na qualidade de vida dos mesmos. Neste estudo a
ergonomia se atenta ao sistema humano-tarefa-ambiente, foca principalmente na parte técnica
e de layout. E a P.A. foca no estudo do bem estar psicológico, no comportamento e nas
emoções do individuo. Com isto pode-se observar uma complementaridade entre ambas. O
que permite uma maior riqueza de detalhes na pesquisa. Portanto maior importância tem que
ser dada para as sensações provocadas pelo ambiente, relacionadas com preferências, valores,
historia pessoal e contexto sociocultural. Percebe-se que a ergonomia e a psicologia ambiental
contribuem e são fundamentais para proporcionar melhor qualidade de vida aos usuários.
2. Desenvolvimento
Toda atividade humana ocorre num espaço físico, seja natural ou construído, aberto ou
fechado. Existe uma forte relação entre as características do usuário, as atividades e o
ambiente. Apesar dos indivíduos serem a principal razão da construção dos ambientes, pode-
se observar que estes locais nem sempre estão em condições plenas para realizações das
tarefas. Dimensão e forma do espaço, mobiliários, layout, fluxo de circulação, conforto
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ambiental (iluminação, conforto térmico e acústico), devem corresponder à necessidade dos
usuários com o máximo de comodidade e segurança. Além disso, o arquiteto ou designer de
interiores tem que se preocupar com expectativas formais (esticas e psicológicas) dos
indivíduos, proporcionando-lhes ambientes agradáveis e prazerosos.
A ergonomia teve inicio na Inglaterra, na primeira metade do século XIX. Pela primeira vez,
houve uma conjunção sistemática de esforços entre tecnologia, ciências humanas e biológicas.
Médicos, psicólogos, antropólogos e engenheiros trabalham juntos para resolver os problemas
causados pela operação de equipamentos militares complexos. O trabalho foi feito no intuito
de adequação de equipamentos à capacidade fisiológica dos operadores. Com a união destas
diversas linhas de trabalho nasce a Ergonomia. Em 1949 foi fundada a primeira Sociedade de
pesquisa em Ergonomia.
Ergonomia vem do grego ergon que significa trabalho e nomos que significa regras, normas,
legislação. Desse modo, é definida como a ciência da configuração de trabalho adaptada ao
homem.
De acordo com Dul e Weerdmeester (2004, :1), pode-se dizer que a ergonomia é uma ciência
aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de
melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho. A definição formal da
Ergonomia adotada pela IEA (International Ergonomics Association) é:
Ergonomia (ou fatores humanos) é uma disciplina científica que estuda as interações
dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria,
princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e
o desempenho global do sistema. (DUL, WEERDMEESTER, 2004, :1).
A ergonomia focaliza o homem e procura diminuir ao máximo as condições de insegurança,
insalubridade, desconforto e ineficiência através da adaptação das capacidades e limitações
físicas e psicológicas do homem. O conhecimento desenvolvido pela ergonomia é capaz de
reduzir acidentes causados por erros ou falhas humanas, devido à inadequação entre
operadores, tarefa e maquinas.
Diversos aspectos são estudados pela ergonomia: o homem (características físicas,
fisiológicas, psicológicas e sociais, sexo e idade), a postura e os movimentos corporais
(sentados, em pé, empurrando, agachados, puxando e carregando cargas), a máquina
(entende-se por maquinas todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu trabalho,
englobando equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações), fatores ambientais (ruídos,
vibrações, iluminação, clima, cores e outros), informações (informações captadas pela visão,
audição e outros sentidos), conseqüência do trabalho (estudos dos erros e acidentes, como
também gastos energéticos, fadiga e estresse). O estudo adequado destes fatores permite
projetar ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na
vida cotidiana.
A ergonomia tem diversas classificações, dentre elas são: Ergonomia de concepção, correção
e conscientização. A de concepção ocorre na fase inicial do projeto, seja ele, um ambiente, um
produto, uma maquina. De estrema importância, essa é a fase, onde alternativas podem ser
estudadas, mas é a fase que necessita de maior conhecimento e experiência, pois decisões são
tomadas em cima de situações hipotéticas. Nela podem ser utilizadas experiências anteriores,
protótipos (modelos tridimensionais), simulando a situação. A ergonomia de correção é
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aplicada em reais situações, resolvendo problemas que refletem na segurança, fadiga
excessiva, em doenças do trabalhador, ou na qualidade dos produtos. A ergonomia de
conscientização é utilizada quando os problemas ergonômicos não conseguem ser totalmente
solucionados, sendo ela responsável pela conscientização do trabalhador através de cursos,
treinamento e reciclagens para que estes tenham maior informação sobre riscos que podem
surgir a qualquer momento no ambiente.
Além das classificações acima, Bins Ely (2012, :38) coloca que os ergonomistas trabalham
em domínios especializados. A ergonomia física, é a interface humano-ambiente, desenvolve
projetos de postos de trabalho, de equipamentos, design de produtos, entre outros. A
ergonomia cognitiva ocupa-se de processos mentais, aquisição e processamento de
informações, relacionados com as pessoas e elementos do sistema, como a interface humano
computador. E a ergonomia organizacional estuda a organização do trabalho, gestão de
qualidade.
Para arquitetos e designer de interiores a ergonomia física é a de maior interesse, pois se
dedica ao ambiente que irá ser estudado, dentre eles, residências, ambientes de trabalho,
ambientes públicos, áreas externas, etc. Esta tem como objetivo prático a segurança,
satisfação e o bem estar do individuo no seu relacionamento com as mais diversas atividades e
sistemas produtivos.
Na visão da ergonomia, a pessoa é o centro do sistema, controla e monitora as atividades a
partir de suas habilidades de desejos. O projeto do ambiente deve favorecer a realização de
atividades, efeitos prejudiciais são conseqüências de problema no sistema. A “categorização e
taxionomia dos problemas ergonômicos” ferramenta proposta por Moraes e Mont’ alvão
(2000, :38) identificam 22 problemas ergonômicos como: Problemas interfaciais (posturais
prejudiciais resultantes de inadequação do campo de visão), acionais (constrangimentos
biomecânicos no ataque acional e comandos e empunhaduras), movimentacionais (excesso de
peso, distancia do curso de carga, freqüência de movimentação, com risco no sistema
muscular e esquelético), acessibilidade (despreocupação com a independência de pessoas com
difícil locomoção, má acessibilidade, espaços inadequados para cadeiras de roda), entre outros
problemas como instrumentais, acionais, cognitivos, biológicos, urbanísticos, etc.
Outro fator de enorme importância na Ergonomia é o estudo da Antropométria, que é uma
disciplina baseada na Antropologia física, que estuda as dimensões dos segmentos corporais
do ser humano. O termo Antropométria deriva do grego antropos, significa “humano” e
metrikos, que significa “medida de”. A partir da década de 40, os estudos antropométricos
tomaram impulso, medidas antes limitadas a peso e estatura, contemplam hoje várias medidas
do corpo.
Não existem humanos iguais fisicamente, vários fatores são responsáveis por essa
diversidade: o sexo (a estatura do homem tende ser maior do que o da mulher); idade (as
partes do corpo crescem em diferentes velocidades); etnia (diferenças na proporção corporal),
entre outros.
Segundo Iida (2005, :28) exige que “se estabeleçam padrões mundiais de medidas
antropométricas para produção de produtos universais, adaptáveis aos usuários de diversas
etnias”.
A antropométria pode ser aplicada em quase todas as áreas do design, moveis e utensílios são
destaque na utilização, além desses as dimensões humanas são igualmente importantes no
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design de interiores quando consideramos objetos, maquinas e equipamentos a serem
utilizados, quer que sejam em residências ou áreas de trabalho. As medidas antropométricas
auxiliam na construção de modelos humanos que podem ser úteis aos arquitetos e designers
nos projetos, esses modelos podem ser bidimensionais e tridimensionais. Alguns princípios
básicos são utilizados para aplicação dos dados antropométricos, Iida (2005) define cinco
princípios para aplicação de dados antropométricos: Projetos para média da população, que é
para produtos de uso coletivos (como mesas de shopping, mobiliários urbanos, entre outros);
projetos para extremo da população, que é utilizado quando as medidas médias não
satisfazem, então se utiliza os extremos da população (percentís de 5% a 95 %); projetos para
todas as faixas da população, os produtos são disponibilizados em diversos tamanhos;
projetos de dimensões reguláveis, produtos que vise melhor se adaptar ao usuário e por fim
projetos individuais, esse é o que melhor se adapta ao usuário, pois é projetado
especificamente ao individuo.
Para a aplicação destes projetos, é utilizada a analise dos percentís da população, a maioria
dos dados antropométricos é, em geral, apresentada em forma de percentís. A população é
dividida em 100 categorias percentuais, a partir da menor para a maior, em relação a algum
tipo especifico de dimensão corporal. Um percentil é um ponto de uma escala de percentagem
cumulativa para uma população específica.
A ergonomia também se preocupa com os fatores ambientas como ruídos, vibrações,
iluminação e clima, pois estes podem afetar a segurança e o conforto das pessoas. Em
Ergonomia Prática de Jan Dul e Bernard Weewedmeester (2005), eles alertam sobre limites
máximos de exposição a cada um desses fatores, seguidas de recomendações para limitar essa
exposição.
Ruídos no ambiente de trabalho podem perturbar e com o tempo acabar provocando surdez,
pode-se cada vez mais ter dificuldade de escutar, provocando interferências na comunicação e
redução de concentração. Esses efeitos podem ser reduzidos fixando-se limites máximos
admissíveis para ruídos. Os níveis de ruídos são expressos em decibéis (dB). Manter o ruído
abaixo de 80 dB é de grande importância, o ruído que ultrapassa 80 dB durante oito horas de
exposição provoca surdez.
A vibração, segundo os autores citados anteriormente, “consiste de uma mistura complexa de
diversas ondas com freqüências e direções diferentes. A partir da análise destes componentes
é possível calcular um nível médio das vibrações. Essas transmitidas a todo corpo ou ás mãos
tem numerosos efeitos sobre o ser humano”. As maiores partes dos utensílios elétricos de mão
expõem o utilizador à vibração braço/mão. Há três fatores que influem no efeito da vibração:
a freqüência, o nível, e a duração.
Tal como ocorre com a vibração à exposição ao frio reduz a sensibilidade, temperaturas
baixas aumentam a tensão muscular. O clima deve ser sempre confortável, cada pessoa tem
sua própria preferência climática, logo o ideal é que a temperatura fosse regulável para cada
individuo. Frio e calor intenso podem provocar sobrecargas energéticas no corpo.
A iluminação é outro fator que contribui para o estudo da ergonomia, a visão humana é
considerada o sentido mais importante na recepção de informações, pois a maioria das
percepções ocorre através dos olhos. A intensidade da luz deve ser sutil, mas garantir boa
visibilidade quando se tratando de superfícies de trabalho, esta é expressa em lux. A
luminância é a quantidade de luz que é refletida para os olhos. Além disso, a quantidade de
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brilho excessiva sobre os objetos e a superfície é inconveniente, pois resultam reflexos, focos
de luz e sombras, causando grande desconforto.
Martins e Laugeni (2006, :105) recomendam uma temperatura ambiente entre 20°C e 24°C,
umidade relativa do ar entre 40% e 60%, ruídos até no máximo de 80 dB, e iluminação a
partir de 300 lux, 400 a 600 lux para trabalhos normais e 1.000 a 2.000 lux para trabalhos de
precisão. Acima de 2.000 lux pode causar fadiga visual, não apresentando vantagens para o
trabalhador.
A ergonomia busca satisfação, segurança e bem-estar dos trabalhadores no seu ambiente de
trabalho, esta tem o intuito de melhorar a vida dos homens adequando equipamentos ás
capacidades fisiológicas. Além disso, é de grande importância, pois diminui as condições de
insegurança, limitações físicas e desconforto. Os estudos contribuem para o planejamento,
projeto e avaliação de tarefas e postos de trabalho, além dos produtos, ambientes e sistemas de
modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.
É importante salientar que, a busca de um padrão ergonômico, quer seja de uma população,
quer seja de um país, é um erro, pois com a população cada vez mais miscigenada, assim
como outros fatores que possam vir a refletir ou determinar o seu crescimento, dificultam
estereotipar ou determinar tais dimensões.
O ambiente é um espaço produtor de desenvolvimento psicológico, emocional, pessoal e
profissional. O comportamento é produto da interação do homem com o meio que o cerca. A
introdução do estudo da Psicologia Ambiental no meio acadêmico se faz necessário para que
estas relações possam ser analisadas e possam permitir a transformação do ambiente de modo
a oferecer mais qualidade de vida aos indivíduos.
Morval (2007) afirma que a “Psicologia Ambiental, se desenha gradualmente como sendo o
estudo das trocas entre pessoas, os grupos e o meio natural, social e construído”. Moser
(1998) apresenta um conceito mais completo quando afirma que a PA “estuda a pessoa em
seu contexto, tendo como tema central as inter-relações – e não somente as relações – entre a
pessoa e o ambiente físico e social”. Wiesenfeld (2005) complementa os autores anteriores
quando a define como:
A disciplina que estuda as transações entre as pessoas e seus entornos, com vistas a
promover uma relação harmônica entre ambos, que redunde no bem-estar humano e
na sustentabilidade ambiental. Pode-se concluir que o foco principal de estudo da
Psicologia Ambiental é a influência da pessoa para o ambiente e vice-versa, visando
melhores condições de vida.
A Psicologia Ambiental explica a inter-relação entre pessoas e ambientes, estuda sobre a
percepção, aborda o comportamento a partir da territorialidade, espaço pessoal, privacidade e
aglomeração. Analisa como as condições ambientais afetam as a capacidades cognitivas,
mobilizando os comportamentos sociais que causam impacto à saúde mental dos indivíduos
além de contribuir para analise das percepções e interpretações das pessoas sobre o meio. Um
de seus principais focos de pesquisa é o valor simbólico do espaço, como conexões e apego
das pessoas com os lugares e a contribuição para formação da identidade individual. Ela é
também, uma grande responsável para a melhoria tanto na edificação quanto na conservação
dos lugares, beneficiando o convívio entre as pessoas nestes locais e representa estímulos
envolventes e ao mesmo tempo avassaladores. Contudo, esta reciprocidade entre pessoas e o
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ambiente físico e social tem efeito sobre as condutas humanas porque os indivíduos podem
agir sobre o ambiente modificando, observando, construindo, destruindo e analisando a partir
de sua percepção.
A percepção é um item importante nos estudos relacionados a P.A, a partir dela, atividades
mentais (avaliação) e comportamentais (atitudes) são entendidas. Ela é “alimentada” pelos
canais sensoriais, esses são a principal ligação entre conhecimentos adquiridos. Dois
resultados podem existir quando se tem conhecimento e percepção: o interno ao sistema
cognitivo refere-se á interpretação e a utilização das informações. E o comportamento direto,
que diz respeito às decisões em forma de ação. Para entendermos melhor esse esquema,
precisamos observar a dinâmica da percepção, para então, trazer a tona os conhecimentos
sobre as diferentes faces do comportamento.
A percepção é fonte fundamental para aquisição de conhecimento. Ela é o ponto de vista que
o individuo tem de seu entorno e o vinculo que ele estabelece com o mesmo. Assim, se torna
importante compreender os diferentes canais sensoriais. Pois eles asseguram as atividades
permanentes e complexas, tanto as inconscientes quanto as conscientes. Os atos inconscientes
são base para impressões passivas como: sentir a textura ou temperatura do assento de uma
cadeira (independe da nossa vontade), porém o mais freqüente é reagirmos aos estímulos que
podemos explorar com as mãos ou sentidos. Os sistemas sensoriais são divididos em cinco
partes: equilíbrio ou orientação, visão, audição, háptico e paladar/olfato.
O sistema de orientação, que está localizado no labirinto, é responsável pelo equilíbrio do
corpo, assegurando a postura correta da cabeça e do corpo durante o deslocamento. O sistema
visual permite a exploração do ambiente a partir da luz, fazendo com que consigamos
registrar formas, profundidade e distância, detecta variação de cores e transformações na luz.
Já o sistema auditivo é responsável pela orientação do individuo a partir dos sons. O sistema
háptico é responsável pela percepção do toque (involuntário ou voluntário), distinção de
temperatura e do próprio movimento. Por ultimo o sistema paladar-olfato, que possibilita a
compreensão das composições dos objetos ingeridos ou inalados, o odor tem capacidade de
evocar lembranças carregadas emocionalmente de eventos e cenas passadas, muito mais
profundas do que a visão e o som. Além da percepção outro item importante que está incluso
na P.A é a Humanização ambiental:
A humanização dos ambientes consiste na qualificação do espaço
construído de forma a prover o usuário – foco central de todo projeto
– de conforto físico e psicológico, a partir de atributos ambientais que
tragam sensação de bem-estar. Estes atributos provocam estímulos
sensoriais e evocam respostas no comportamento e nas atitudes dos
usuários. (Bins Ely, 2004, :22).
O planejamento inadequado do ambiente faz com que o humano gaste mais energia na
realização das tarefas, podendo ocorrer impacto na saúde (doenças laborais), insatisfação e
faltas no trabalho. Assim podemos afirmar que condições desfavoráveis no ambiente podem
causar “estresse ambiental”.
Dois fatores ligados à inter-relação pessoa e ambiente, são de grande importância para que
isso não ocorra. A sensação de controle sobre o ambiente e as distrações positivas advindas do
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próprio ambiente. O controle pode ser explicado como: controlar temperatura, nível de
iluminação, ruído, entre outros, quanto ao comportamento, à privacidade, sensação de
autonomia, de conforto e segurança. Podemos ainda interligar o estudo de Ergonomia com a
P.A, pois em ambos podem-se acrescentar fatores ambientais ligados a organização do
trabalho, como as pausas durante a realização das tarefas ou maior flexibilidade nos horários
de trabalho que além de boas sensações, podem melhorar o desempenho das atividades.
Para concluir, segundo (Bins Ely, 2004, :170), “A monotonia do ambiente reduz a capacidade
de percepção, atenção e concentração”.
Outro fator importante para P.A é a orientação espacial, esta consiste em referenciar
mentalmente as divisões do lugar. É composta de informações que o individuo percebeu do
ambiente. A orientação espacial pode ser de sentido de movimento orientado, que trata de
como os indivíduos se deslocam nos espaços, se a informação ambiental não puder ser
percebida ou processada, o individuo terá dificuldade ou não conseguirá se deslocar até seu
destino. Alguns fatores podem prejudicar esse deslocamento como excesso de ruídos,
poluição visual, mensagens incertas e deficientes, então, pode-se concluir que a orientação
depende da percepção dos elementos ambientais.
O comportamento, outro item bastante pesquisado dentro da P.A, permite observar como as
pessoas apropriam-se do espaço, permitindo compreender como estas realizam suas atividades
e como o ambiente contribui para essa realização. Dois níveis de comportamento são
estudados, o subjetivo e o objetivo. No nível subjetivo, o comportamento está relacionado
com o significado do ambiente, pode-se manifestar como forma de controle do local,
destacando-se dos demais indivíduos, esse controle pode ser físico (territorial) ou em termos
de espaço pessoal (fronteira invisível que nos envolve). Já o objetivo com as qualidades do
ambiente.
Alexandre (1994) diferencia o que chamamos de comportamento subjetivo e objetivo de “ato”
e “comportamento”. Os “atos” correspondem á lógica, aos movimentos, ás posturas, ao traço
deixado no ambiente pelo individuo, são totalmente observáveis. Já o comportamento implica
em significado, também observável, porém necessita de interpretação.
Como vimos logo acima, a territorialidade é um fator amplo, sendo um ato de possessão de
um espaço físico, um objeto ou uma idéia. Irwin Altman (Altman e outros, 1980) classificou o
sistema de território levando em conta dois critérios: o grau de controle sobre o território
pelos ocupantes, e a duração da possessão. Os territórios primários são controlados por um ou
mais indivíduos permanentes. Tem importância psicológica sobre os mesmos, sendo exemplo
destes a casa ou local de trabalho. Os territórios secundários, onde alguns indivíduos têm o
controle, porém podendo ter acesso de terceiros, possuem uma importância moderada,
tomamos como exemplo as salas de aula ou o bairro. E por ultimo, os territórios públicos, são
abertos ao uso coletivo, sendo o acesso relativamente livre, são ocupados provisoriamente,
como parques, praias, museus, cinemas.
O comportamento com relação a territórios primários fica bem visível na personalização do
ambiente a que o usuário ocupa. A decoração reflete a personalidade dos ocupantes afirma um
controle, indicando posição hierárquica e tempo de permanência, como numa residência ou
até na mesa de trabalho, confere a possessão do local. Já em territórios secundários e públicos
fica mais amena, porém não menos demarcada a ocupação de espaços, mesmo que e
utilização destes seja de curta duração, como exemplo, os livros na mesa em uma biblioteca,
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bandejas numa praça de alimentação, cadeira e guarda sol na praia.
Além do controle territorial temos o espaço pessoal. Espaço pessoal é o que rodeia o corpo do
indivíduo, sendo este o responsável por controlar o acesso de outros, é o espaço que dá
origem as inter-relações do dia a dia, está relacionado à proteção e comunicação. A proteção
serve para controlar a quantidade de estímulos trocados e a comunicação determina que canais
sensoriais (toque, visão, cheiro, verbal) serão utilizados na interação. Segundo Goffman
(op.cit., :44) deve-se considerar o espaço pessoal “não como um direito permanente e
egocêntrico, mas como uma reserva temporária e situacional, dentro da qual o indivíduo se
desloca”.
A privacidade é a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição e a disponibilidade de
informação acerca de si. Refere-se à percepção que o individuo tem sobre a limitação de
poder de outras pessoas sobre ele mesmo e sobre seu espaço. Logo a privacidade garante o
poder de administrar tanto as informações sobre si, quanto selecionar as pessoas que deseja
interagir. Pode-se apresentar de forma variada de acordo com três formas de influências:
pessoais, culturais e situacionais. Isso demonstra a estreita ligação entre privacidade, a
territorialidade e o espaço pessoal. A influência pessoal é iniciada pela personalidade e sexo
do individuo, atua no desejo de maior ou menor privacidade. A influência situacional esta
relacionada tanto com a influência social ou cultural que diz respeito ao status de
relacionamento dos indivíduos, a partir do nível de relacionamento, permitimos maior ou
menor acesso às nossas informações, quanto à influência espacial que se refere à relação
direta em níveis físicos.
A aglomeração é o ajuntamento ou multidão de coisas ou pessoas, refere-se a experiências
desagradáveis de restrição espacial devido à presença de outras pessoas no ambiente ou
experiência de bem estar pela percepção de adequação na ocupação do espaço, logo é uma
sensação subjetiva. Não devemos confundir aglomeração com densidade, densidade é a
medida do número de indivíduos por unidade de área. Três fatores relacionados à
aglomeração são evidenciados por Gifford (1987): influências pessoais, sociais e físicas. Nas
Influências pessoais são observadas variações em relação à aglomeração dependendo do
gênero, personalidade e cultura do individuo. Nas sociais a união ou alianças em grupos pode-
se piorar ou melhorar o sentimento de aglomeração. A influência física esta relacionada com
as escalas do ambiente ou atributos ou elementos arquitetônicos.
Conseqüências a partir da sensação de aglomeração são destacadas por Silva (2008):
observas-se alteração de suor, aumento de batimentos cardíacos e pressão sanguínea, além de
propensão de infecção por doenças de fácil contágio, dificuldade de fazer tarefas mais
complexas, alteração no comportamento social como agressividade, comportamento não
verbal, humor, atração e cooperação.
A Psicologia Ambiental nasce para produzir espaços que promovam satisfação e bem estar.
“Conhecendo a percepção do indivíduo é possível produzir espaços que promovam satisfação
e bem estar e até fazer intervenções bem sucedidas”. (Cavalcante e Maciel, 2008).
A ergonomia e a psicologia ambiental podem contribuir enormemente para melhorar o
processo produtivo das organizações, uma vez que ambas se preocupam com o bem estar das
pessoas, com a segurança, promovem a melhora da eficiência mecânica e psicológica do
sistema homem-máquina, melhoras na comunicação entre os indivíduos e entre estes e o meio
ambiente.
Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório de representação.
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3. Metodologia
Trata-se de um estudo de caso que foi realizado por meio de inquérito desenvolvido em uma
empresa de representação de materiais de construção civil, situada em Salvador. Este consiste
na análise da estrutura física e organizacional do escritório e de funcionários sob aspectos
ergonômicos e de fatores relacionados à Psicologia Ambiental. Foi selecionado um total dois
indivíduos do sexo feminino que trabalham na área administrativa da referida empresa.
A amostra foi de conveniência e o critério de inclusão na pesquisa foi à constatação de
elementos ergonômicos e psico-ambientais desfavoráveis no ambiente organizacional para os
funcionários que trabalham no setor administrativo. Os critérios de exclusão foi o seguinte:
todos os funcionários que desenvolvam pelo menos uma atividade fora do posto de trabalho
em estudo.
A coleta de dados foi realizada no período de maio de 2013. Inicialmente foi realizada uma
visita exploratória para observação do ambiente a ser analisado. Num segundo momento, foi
realizado o cadastramento técnico para elaboração da planta baixa e avaliações do layout em
anexo IV, e mobiliário existente, além do levantamento fotográfico para registro de detalhes.
Em um terceiro momento realizou-se uma avaliação ergonômica e ambiental do escritório e
dos colaboradores. Esta avaliação foi realizada através de alguns instrumentos de avaliação.
O primeiro instrumento de avaliação é uma ficha que analisa o posto de trabalho e o ambiente,
em anexo I. O segundo tem por finalidade identificar o colaborador, em anexo II. O terceiro é
um checklist para análise das condições do posto de trabalho ao computador, elaborado por
Hudson Couto, em sua versão de 2007, em anexo III.
A avaliação do ambiente físico do posto de trabalho (anexo I) analisa os fatores ambientais de
natureza física do ambiente de trabalho, tais como: ruídos, vibrações, iluminação e
climatização, que podem afetar a saúde e a segurança do trabalhador. Além de investigar o
nível de adequação e de conforto do layout e mobiliário com as atividades desenvolvidas
pelos mesmos.
O nível de ruído será avaliado de duas formas. A primeira será de forma quantitativa e a
segunda de forma qualitativa. A avaliação quantitativa será realizada através de um aplicativo
chamado Decibelímetro – Sound Meter, que foi instalado no smartphone Samsung Galaxy II
– GT-I9100 e devidamente registrado nas fichas em anexo I e II. Segundo a NBR 10152 o
nível de ruído para conforto acústico para atividades de escritório é de 30 a 45 decibéis ou
dB(A) e o nível sonoro aceitável é de 40 a 65 dB(A). Níveis superiores a estes são
considerados de desconforto, sem necessariamente implicar em risco de dano a saúde. Mas
podem provocar perturbações no ambiente, como dificuldade nas comunicações e diminuir a
capacidade de concentração. Níveis de ruídos a cima de 80 dB(A) podem provocar
perturbações e após 8 horas de exposição podem provocar surdez. A avaliação qualitativa será
realizada através de um checklist elaborado por Hudson Couto, em sua versão de 2007, que
será aplicado com os colaboradores e de acordo com sua percepção em relação a este item no
ambiente de trabalho.
O nível de vibração será avaliado de forma qualitativa segundo questões contidas em
questionários estruturados que serão aplicados aos colaboradores de acordo com a percepção
dos mesmos.
A avaliação do nível de iluminação será realizada de duas formas. A primeira será de forma
quantitativa e a segunda de forma qualitativa. A avaliação quantitativa será realizada através
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de um aplicativo chamado Light Meter, que foi instalado no smartphone Samsung Galaxy II –
GT-I9100. Deverá se considerar a iluminação ambiental ideal de 10 a 200 lux para locais
onde não há tarefas de leitura; para tarefas normais deverá se utilizar de 200 a 800 lux. A
avaliação qualitativa será realizada através de um questionário estruturado que será aplicado
com os colaboradores e de acordo com sua percepção em relação a este item no ambiente de
trabalho.
O clima de trabalho deve satisfazer as diversas condições, para ser considerado agradável.
Quatro fatores contribuem para isso: temperatura do ar, calor radiante, velocidade do ar e
umidade relativa. A atividade e o vestuário também interferem neste processo. A temperatura
ideal para trabalhos de cunho intelectual, sentado, considerando as condições de velocidade
do ar menor que 0,1m/s e umidade relativa entre 30 e 70% no Brasil é de 21 a 27 oC. Está
será medida utilizando um termômetro de mercúrio. Devem-se evitar temperaturas acima de
24o C, pois estas provocam queda do rendimento e aumento nos erros, havendo necessidade
de concessão de pausas para a recuperação do organismo.
A avaliação do layout e do mobiliário será realizada através da observação e mensuração de
algumas variáveis conforme ficha em anexo neste estudo. Serão observadas as dimensões do
ambiente físico, as vias de acesso e quanto ao fluxo de pessoas no ambiente. Quanto ao
mobiliário serão observados as mesas, as cadeiras e os acessórios para a realização dos
trabalhos.
O segundo instrumento de avaliação identifica os colaboradores, sua ocupação e o setor em
que trabalha, em anexo II.
O checklist para análise das condições do posto de trabalho ao computador (anexo III) é um
instrumento que avalia 12 itens do posto de trabalho: cadeira, mesa, suporte para teclado,
apoio para os pés, porta documentos, teclado, monitor de vídeo, gabinete e CPU, notebook e
acessórios, interação e leiaute, sistema de trabalho e iluminação do ambiente. Este
instrumento é interpretado somando-se a quantidade de questões respondidas positivamente,
chegando-se a um percentual e este comparado com o seguinte escore: 91 a 100% dos pontos
– condição ergonômica excelente; 71 a 90% dos pontos – condição ergonômica boa; 51 a 70%
dos pontos – razoável condição ergonômica; 31 a 50% dos pontos – condição ergonômica
ruim; menos que 31% dos pontos – condição ergonômica péssima.
4. Resultados
O escritório de representação analisado possui aproximadamente 42,00 m² distribuídos da
seguinte forma: 21,00 m² no piso térreo, onde se localiza o show room, espaço este, onde há
exposição de materiais que a empresa representa, sua utilização é exclusivamente para
atendimento de arquitetos, designers, engenheiros e clientes. O piso superior contém 21,00
m², onde fica situado o setor comercial, administrativo e sala de reunião, além disso, na sala
de reunião existe uma bancada que serve como apoio ao frigobar, havendo apenas esse
pequeno espaço para armazenamento de lanches e refeições, com isso fica registrado a falta
de espaço para almoço e descanso, as funcionárias sempre almoçam fora, e permanecem em
descanso na própria mesa de trabalho. Para ter acesso a esse pavimento, utiliza-se uma escada
redonda que contem vinte degraus de 18 cm de altura e 30 cm de profundidade.
Dentro do espaço analisado não existe banheiro, sendo este localizado na recepção do prédio,
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o mesmo, comum para todas as salas existentes, sendo oito no total.
Como o objetivo é avaliar as queixas das profissionais, apenas será avaliado o piso superior
do escritório, dando destaque aos seus postos de trabalho.
Neste ambiente trabalham dois sócios, quatro funcionários, que ficam 90% do tempo em
trabalho externo, e duas funcionárias que trabalham internamente. A funcionária LM tem 34
anos, mede 1,65 m, peso 57 kg, a mesma relata as seguintes queixas: cadeiras baixas,
atividades constantes ao telefone com difícil utilização, inclusive enquanto digita, fazendo
com que coloque o aparelho telefônico preso no ombro, também se queixa de dores no punho,
pescoço e cóccix. Esta funcionária mora á 30,0 km do local de trabalho, utiliza como meio de
transporte o ônibus sendo seu ponto de ônibus há 500 m do escritório.
A funcionária VAM tem 37 anos, mede 1,60 m, peso 58 kg. A mesma relata as seguintes
queixas: cadeiras baixas, atividades constantes ao telefone com difícil utilização, inclusive
enquanto digita, fazendo com que coloque o aparelho telefônico preso no ombro, também
apresenta queixas de dores nas costas e nos dedos das mãos. Esta funcionária mora á 16,0 km
do local de trabalho, se transporta da mesma forma que a funcionária LM e pega o transporte
no mesmo local.
O funcionamento do escritório é em horário comercial, das 8:00 ás 12:00 horas e de 13:30 ás
18:00 horas de segunda á sexta feira. O trabalho tem como atividades prescritas funções
administrativas e comerciais: confecção de orçamentos e pedidos; análise de frete e a de
clientes, leitura de documentos impressos e na tela do computador; atendimento a eventuais
clientes que cheguem pessoalmente no show room. E como atividades realizadas, todas as
citadas acima, além de limpeza do ambiente, varrer o chão, passar aspirados de pó no carpete
e manutenção da parte superior do escritório, fazer café caso solicitadas, limpeza e arrumação
do frigobar e bancadas de apoio.
O layout e o mobiliário organizam as funções desempenhadas pelas colaboradoras. Cada
colaboradora utiliza um espaço de aproximadamente 2,0 m2. Este espaço é composto por uma
mesa de computador, que mede 110 cm X 60 cm com altura de 75 cm, sem apoio para
teclado, contendo nesta mesa duas gavetas, sendo uma delas com chave; cadeiras giratórias
que medem 45 X 45 cm com altura regulável, braços com ajuste de altura, acento ajustável,
encosto não regulável, acento acolchoado e revestido de tecido sintético.
O maquinário de trabalho utilizado é exclusivo de cada colaboradora, esses incluem o
desktop, mouse, teclado e telefone com fio. O monitor da funcionária LM esta localizado em
frente da mesma numa altura de 1 m do chão a distância de 60 cm dos olhos da mesma. Em
contrapartida o monitor da colaboradora VAM fica inclinado em relação a ela e seus olhos
ficam há 65 cm de distância da tela e está estar à 1 metro do chão. As funcionárias não
levantam regularmente para alongarem, nem distraírem a visão.
Não existe nenhum item pessoal localizado nas mesas funcionárias, como porta retrato, porta
lápis, canetas coloridas... Apenas o celular pessoal fica exposto em cima da mesa durante o
horário de trabalho. Muitos papéis e documentos localizam-se em cima da mesa.
Outros mobiliários são utilizados em comum pelas colaboradoras, dois arquivos para guardar
orçamentos e pedidos, que além destes itens, também são utilizados como gaveta para guardar
os pertences (bolsas e sacolas) das mesmas, um armário para materiais de papelaria, higiene e
material da copa, assim como algum eventual lanche e matérias de armazém, como café
açúcar.
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Preso á parede fica localizado um móvel com o fax e a impressora, porém este móvel é fora
do alcance das funcionárias, o que as obriga a levantarem sempre que imprimirem algum
documento.
A movimentação é de forma facilitada no ambiente, pois o corredor principal mede 120 cm de
largura possibilitando duas pessoas circularem com folga, o corredor secundário, atrás da
funcionária LM mede 80 cm, esse possibilita a entrada e saída da mesma, o corredor
secundário da funcionária VAM mede 50 cm, possibilitando de forma apertada a entrada e
saída desta.
Na sala de reunião existe uma mesa grande com espaço para cinco cadeiras, sendo duas delas
para os diretores, as mesmas são acolchoadas, revestidas com tecido sintético, com braços e
acentos reguláveis e encosto reclinável. Duas gavetas localizadas nas laterais da mesa que são
de exclusiva utilização dos diretores. Além de três cadeiras localizadas na outra extremidade
da mesa que são acolchoadas no acento e no encosto, revestidas de tecido sintético, sendo as
três sem regulagem, não possui braço e são utilizadas apenas em ocasiões rápidas de reunião.
Ainda na sala de reunião existe uma bancada para apoio de copos e cafeteira, utilizada por
todos para confecção de cafés, capuchinos e chás. Abaixo dessa bancada, se localiza o
frigobar e acima da bancada se localiza um filtro de água gelada e natural.
Além do leiaute, foram observados itens importantes para o estudo, referente à ergonomia e a
psicologia ambiental, itens esses que geram conforto ambiental aos indivíduos.
A iluminação do escritório foi medida em 55 lux, essa iluminação foi analisada
principalmente em cima das mesas de trabalho, neste local não existe iluminação natural
direta, as janelas ficam localizadas na sala de reunião, porém essas janelas permitem a
iluminação natural chegar de forma leve às colaboradoras.
O clima no escritório é de difícil identificação, pois as funcionárias têm o costume de ligar e
desligar o ar-condicionado quando sentem calor e frio, foi observada uma média de 21º no
pavimento superior, neste existe dois aparelhos de ar-condicionado, um na área de trabalho
das mesmas e outro na sala de reunião que 95% do tempo fica com a porta aberta.
Outro item analisado foi o ruído, na maior parte do tempo manteve-se no nível de 55 decibéis,
pois durante 90% da carga horária de trabalho permanecem no escritório apenas as duas
funcionárias, porém quando todos os telefones tocam ou quando mais funcionários se
encontram reunidos neste ambiente o nível de ruído pode chegar a 80 decibéis. Foi observado
também que não há influencia dos ruídos provenientes da área externa.
O Checklist para análise das condições do posto de trabalho ao computador foi aplicado com
as colaboradoras e permitiu se chegar aos seguintes resultados: na avaliação das cadeiras foi
detectado que para a colaboradora LM existe uma boa condição ergonômica. Já para a
colaboradora VAM essas condições são razoáveis; na avaliação das mesas de trabalho foi
detectado que para a colaboradora LM existe uma condição ergonômica razoável e para VAM
uma boa condição; na avaliação dos teclados foi detectado que para ambas as colaboradoras
existem uma boa condição ergonômica; na avaliação dos monitores de vídeo foi detectado que
para a colaboradora LM existe uma ruim condição ergonômica e para VAM uma condição
razoável; na avaliação dos gabinetes e CPUs foi detectado que para ambas as colaboradoras
existem excelentes condições ergonômicas; a avaliação do layout detectou condições ruins
para ambas as colaboradoras; a avaliação do sistema de trabalho detectou que para LM as
condições são ruins e para VAM são razoáveis; a avaliação da iluminação do ambiente
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detectou que para LM as condições são razoáveis e para VAM são boas. Já para os itens
suporte para teclado, apoio para os pés, porta documentos, notebooks e acessórios não se
aplicaram uma vez que não existem no escritório.
5. Discussão
Conforme a Classificação Brasileira de Ocupação do Ministério do Trabalho, o profissional
administrativo tende a ser polivalente, fazendo vários trabalhos dentro do escritório. Alguns
exemplos destes trabalhos são: Tratar de documentos, prepararem relatórios, formulários e
planilhas, acompanhar processos administrativos, atender clientes, prestar apoio logístico,
acompanhar o desempenho do empreendimento.
Esse profissional trabalha em horário regular diurno, com longos períodos na posição sentada,
assume posturas inadequadas e desconfortáveis, podendo adquirir doenças ocupacionais,
principalmente LER e DORT. Acrescentando a isso, estão os problemas psicológicos
relacionados à falta de tempo para descanso de pelo menos duas em duas horas, atendimento a
clientes insatisfeitos, falta de privacidade no seu espaço de trabalho, o que gera tensão por ser
observado o tempo todo.
O fato de a impressora ser de utilização comum aos funcionários do escritório e se localizar
distante das mesas de trabalho pode ser visto como um fator positivo, pois obriga os mesmos
a se levantarem em algum momento do turno, não ficando todo o tempo na posição sentada.
As funcionárias em estudo neste artigo permanecem na postura sentada, por longos períodos,
com pés sem apoio completo, realizam digitação constante, sem o braço esta na altura correta,
atendem ao telefone ao mesmo tempo em que digitam, com o telefone preso ao ombro. A
associação destes fatores pode provocar dores em diferentes segmentos do corpo, e os torna
suscetíveis a adquirirem doenças ocupacionais, principalmente LER ou DORT. Esta condição
de trabalho se repete em outras instituições em todo o mundo e causam prejuízos econômicos,
sociais e de saúde, como por ser observado segundo relatos da literatura estudada.
O ambiente em estudo é frio e impessoal, pois se percebe que as funcionárias não se
apropriam do espaço de trabalho, o que pode gerar desconforto psicológico pela falta de
ambientação, o que poderia trazer para elas maior bem estar e conforto. Além dos fatores
relacionados ao ambiente a organização estudada não estimula a integração entre toda a
equipe e o espaço físico. A utilização de elementos decorativos, estímulos visuais, sonoros e
olfativos podem ser utilizados para promover a integração dos colaboradores entre si e destes
com o local de trabalho. A apropriação do ambiente pode ser estimulada ao se colocar objetos
pessoais na estação de trabalho das funcionárias; melhor arrumação do layout para promover
maior privacidade e promover a arrumação deste ambiente em datas comemorativas e
reuniões festivas.
A iluminação encontrada em cada posto de trabalho, medida na superfície horizontal de cada
mesa, há exatos 75 cm do solo, foi de 55 lux. Segundo a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) esta iluminação deveria ter de 200 a 800 lux em locais de tarefas de leitura.
Caso esta recomendação não seja satisfeita pode ocasionar ao colaborador dores de cabeça,
cansaço visual, fadiga e sonolência. A correção poderia ser providenciada com a troca das
lâmpadas ou a colocação de uma iluminação específica para cada funcionária.
A temperatura encontrada neste estudo apresentou uma média de 21o C. Foi observada a má
utilização dos aparelhos de ar condicionado pelas funcionárias o que causa desconforto
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térmico para as mesmas. É importante que os aparelhos sejam regulados em temperaturas
iguais e agradáveis, entre 21 a 24o C. Uma vez que temperaturas acima de 24o C provocam
queda do rendimento e aumento nos erros, havendo necessidade de concessão de pausas para
a recuperação do organismo.
O ambiente do escritório em estudo apresentou dois momentos quanto ao ruído. A maior parte
do tempo da carga horária de trabalho, 90% do tempo, as duas funcionárias permanecem
sozinhas no escritório e o nível de ruído se mantém em 55 decibéis. Segundo a NBR 10152 o
nível de ruído para conforto acústico para atividades de Ecritório é de 30 a 45 decibéis e o
nível sonoro aceitável é de 40 a 65 dB(A). No momento em que todos os telefones tocam ou
que todos os funcionários e diretores estão reunidos neste ambiente o nível de ruído pode
chegar a 80 decibéis. Percebe-se, portanto que há desconforto acústico neste segundo
momento e se mantidos podem provocar perturbações no ambiente, como dificuldade nas
comunicações e diminuir a capacidade de concentração.
As funcionárias se queixaram da falta de local de convivência e repouso, que os sanitários se
localizam na parte externa do escritório e são de uso comum a todo prédio. Embora sejam
queixas relevantes e dentro da área de estudo da psicologia ambiental não é possível realizar
mudanças no sentido de privacidade e conforto, pois são limitações do espaço físico estudado.
A organização em estudo apresenta além dos entraves citados anteriormente, falta de
perspectivas de crescimento profissional. Uma vez que a empresa é de pequeno porte, com
características de empresa familiar. Este fator determina acomodação das colaboradoras e as
desestimula para executar suas atividades e a busca por desenvolvimento profissional.
6. Conclusão
Visualizar o contexto ambiental, organizacional e psicológico para analise deste estudo foi de
grande importância para se entender como o individuo se sente e lida com os fatores
recorrentes. O alcance destas informações foi obtido através do processo de avaliação e
observação, sobre ergonomia e psicologia ambiental no ambiente estudado. A ergonomia é
uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o
objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho, a mesma, procura
diminuir as condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência através da
adaptação das capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem.
A Psicologia Ambiental o homem em seu contexto físico e social. Associa o comportamento
do homem em seu ambiente, atribuindo importância a percepção e atitudes do mesmo. Sua
ênfase se dá no estudo das condições do ambiente sobre o individuo, tanto como o individuo
percebe o ambiente ao seu entorno.
A relação entre essas duas linhas de estudo é o bem estar do individuo na medida em que
promove melhora na qualidade de vida dos mesmos.
Os instrumentos de avaliação, utilizados neste, e a observação do layout e do comportamento
das colaboradoras, serviram como elo de comunicação entre o mesmo e o avaliador. Ao
estabelecer essa comunicação e perceber o contexto no qual as funcionárias se encontram,
podem-se criar estratégias de melhoria capazes de dá uma melhor qualidade de vida ás
mesmas. Informações sobre melhor adaptação ergonômica no espaço e melhorias no conforto
do ambiente servirão para criar melhores condições de trabalho.
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Do ponto de vista ergonômico este estudo detectou que se fazem necessários ajustes em
relação às cadeiras e na altura em que se encontram os monitores em relação a cada
funcionária. As cadeiras utilizadas no escritório são adequadas, porém, mal utilizadas e
necessitam de manutenção para que se adéqüem as recomendações ergonômicas. Os
monitores necessitam apenas de um suporte que aumente a sua altura, para que os mesmo se
localizem em frente e na altura dos olhos das funcionárias.
O clima do escritório pode ser analisado tanto do sentido ergonômico quanto da psicologia
ambiental, pois influencia as funcionárias tanto em sua fisiologia, quanto psicologicamente.
Fisiologicamente porque afeta o sistema de regulação térmica e cardiorrespiratória,
provocando um maior gasto energético no corpo humano. Psicologicamente afeta o humor, a
concentração e o nível de atenção no trabalho, o que acarreta cansaço físico e mental e a
diminuição da produtividade.
Com isto observamos que o estudo proposto é de grande importância para melhorar a
qualidade de vida das funcionárias e do ambiente organizacional, além do aumento de
produtividade, na promoção, proteção da saúde das mesmas e de sua segurança. De modo que
este projeto possa servir de base para cumprir a função de auxiliar a realização e
operacionalização de tão nobre objeto.
Estudos nesta mesma linha, com amostras mais abrangentes, atentando para estas variáveis
ergonômicas e relacionadas à psicologia ambiental podem ser realizados a fim de dirimir
alguns questionamentos levantados neste estudo.
Referências
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Site: International Ergonamics Association (IEA): www.iea.cc
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ANEXO I:
INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GOAIS - IPOG
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MASTER EM ARQUITETURA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TEMA: ERGONOMIA E PSICOLOGIA AMBIENTAL: ESTUDO DESCRITIVO DE UM
ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO.
AUTOR: GABRIELA PEIXOTO VIEIRA.
ORIENTADOR: PROFESSOR LEONARDO MORAES
Instrumento de Avaliação de Ergonomia e Psicologia Ambiental
Data da Avaliação:
Horário de Inicio:
Horário Final:
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Empresa:
Função:
Divisão:
Setor:
População: Data:
Área Total: m2
Iluminação: Ventilação:
Piso:
Cobertura:
Descrição da Função:
Intensidade:
Freqüência:
m2
Área Específica:
FICHA DE AVALIAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO
FICHA DE ANÁLISE DESCRITIVA DO POSTO E DA FUNÇÃO
CARACTERÍSTICAS DO POSTO DE TRABALHO:
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Iluminamento:
Temperatura:
Ruído:
Profundidade: ( )
Altura: ( )
Largura: ( )
( )
Quina viva: Sim ( )
tela anti-reflexiva
( ) Apoio de punho para mouse
( ) Regulagens
( ) Apoio lombar
( ) Bordo arredondado
( ) Apoio antebraço
( ) Apoio de pé
Acessórios:
( ) Suporte de documentos
( ) Apoio dinâmico de pé
( ) Tela anti-reflexiva
( ) Apoio de punho para teclado
ANÁLISE DA POSTURA HABITUAL NO POSTO DE TRABALHO:
Velocidade do Ar:
Umidade:
ANÁLISE AMBIENTAL
ANÁLISE DO LAYOUT (DIMENCIONAMAMENTO E COMPOSIÇÃO)
Cadeiras:
Escada - Degraus Tipo de Fluxo - Corredor:
Uma pessoa
duas pessoas
Distância ombro-objeto principal:
Distância ombro-objeto secundário:
Corredor secundário - largura:
Corredor principal - largura:
três pessoas
Carrinhos / equipamentos
Mesas:
Não ( )
Profundidade:
Altura:
Largura:
Fonte: Elaborado pelo autor.
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ANEXO II:
Idade: Anos Sexo:
Setor:
Celular:
( ) Feminino
Endereço:
FICHA DE AVALIAÇÃO DO COLABORADOR
IDENTIFICAÇÃO DO COLABORADOR:
Data de Admissão:
Telefone:
Data da Avaliação:
Nome:
Data de Nascimento:
( ) Masculino
Ocupação atual:
Fonte: Elaborado pelo autor.
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ANEXO III:
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
8 Não (0) Sim (1)
9 Não (0) Sim (1)
10 Não (0) Sim (1)
11 Não (0) Sim (1)
12 Não (0) Sim (1)
13 Não (0) Sim (1)
14 Não (0) Sim (1)
15 Não (0) Sim (1)
16 Não (0) Sim (1)
17 Não (0) Sim (1)
18 Não (0) Sim (1)
19 Não (0) Sim (1)
20 Não (0) Sim (1)
21 Não (0) Sim (1)
Autor: Hudson Couto (versão 2007)
Colaboradores: Dr. Edivaldo Sanábio e Remi Lopes
Forma do apoio acompanhando as curvaturas normais da coluna?
Regulagem da altura do apoio dorsal: existe e é fácil?
Espaço para acomodação das nádegas?
Giratória?
Largura da cadeira de dimensão correta?
Assento na horizontal, não jogando o corpo do funcionário para trás?
Assento de forma plana?
Borda anterior do assento arredondada?
Apoio dorsal fornece um suporte firme?
A cadeira tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? *
Os braços da cadeira são de altura regulável e a regulagem é fácil?
Rodízios não muito duros nem muito leves?
Por amostragem, percebe-se que os mecanismos de regulagem de altura, de inclinação e da altura do apoio dorsal estão
funcionando bem?
Os braços da cadeira prejudicam a aproximação do trabalhador até seu posto de trabalho?
Avaliação da Cadeira
Apoio dorsal com regulagem da inclinação (seja através de regulagem própria, seja através de “mecanismo de
amortecimento”)?
CHECKLIST PARA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO POSTO DE TRABALHO AO COMPUTADOR
Cadeira estofada?
Estofado de espessura e maciez adequada?
Tecido da cadeira permite boa transpiração?
Altura regulável?
Acionamento fácil da regulagem da altura?
A altura máxima da cadeira é compatível com pessoas mais altas ou com pessoas baixas?
Interpretação:
Tais como regulagem fácil da profundidade do encosto, modelo mais largo para pessoas de dimensões maiores, regulagem da largura de
braços.
Soma dos Pontos:
Percentual
Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório de representação.
Julho 2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
8 Não (0) Sim (1)
9 Não (0) Sim (1)
12 Não (0) Sim (1)
13 Não (0) Sim (1)
14 Não (0) Sim (1)
15 Não (0) Sim (1)
17 Não (0) Sim (1)
· * Por exemplo: quando há interlocutor freqüentemente, espaço para que o mesmo se coloque de frente ao trabalhador e espaço para suas
pernas; quando envolve trabalho de consulta freqüente a livros e manuais, espaço ou local para esses elementos; quando envolve consulta a
plantas e projetos, espaço suficiente para abri-los; espaço suficiente para pacotes no caso de despacho; etc...
· ** Inclinação, no caso de projetistas; condição propícia especial para digitação de mapas em geologia;
OBSERVAÇÃO: Quando houver mais de uma mesa no posto de trabalho, aplicar o checklist acima em cada uma, em separado.
Percentual
Interpretação:
A mesa de trabalho tem algum outro mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? **
Não (0) Sim (1)
Soma dos Pontos:
Os fios ficam organizados adequadamente, não interferindo na área de trabalho? A mesa de trabalho tem algum outro
mecanismo de conforto e que seja facilmente utilizável? ** 16
Não (0) Sim (1)
10Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho? (não considerar se houver suporte do teclado – ver
avaliação específica, adiante) Não (0) Sim (1)
Não (0) Sim (1)
A mesa tem algum espaço para que o trabalhador guarde algum objeto pessoal (bolsa, pasta ou outro?)
5
11Permite ajuste da altura da tela do monitor de vídeo? Ou há acessório próprio para esta função? Ou, no caso de LCD,
obtém-se bom ajuste de altura com os recursos do próprio equipamento?
Avaliação da Mesa de Trabalho
É o tipo de móvel mais adequado para a função que é exercida? *
Altura apropriada?
Permite regulagem de altura para pessoas muito altas ou muito baixas?
Borda anterior arredondada?
Dimensões apropriadas considerando os diversos tipos de trabalho realizados pelo trabalhador? (possibilita abrir espaço
suficiente para escrita, leitura, consulta a documentos segundo a necessidade?)
O monitor pode ser posicionado mais para frente ou mais para trás?
Este ajuste pode ser feito facilmente?
Material não reflexivo? Cor adequada, para não refletir?
Espaço para as pernas suficientemente alto?
Espaço para as pernas suficientemente profundo?
Espaço para as pernas suficientemente largo?
Este ajuste pode ser feito facilmente?
Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório de representação.
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1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
8 Não (0) Sim (1)
9 Não (0) Sim (1)
Percentual
Interpretação:
O espaço para as pernas é suficientemente largo?
10 Não (0) Sim (1)
O suporte de teclado ou seu mecanismo de regulagem tem alguma quina viva ou ponta capaz de ocasionar acidente ou
ferimento nos joelhos, coxas ou pernas do usuário?Não (0) Sim (1)11
A regulagem é feita facilmente?
Suas dimensões são apropriadas, inclusive cabendo o mouse?
Sua largura permite mover o teclado mais para perto ou mais para longe do operador?
O suporte é capaz de amortecer vibrações ou sons criados ao se digitar ou datilografar?
O espaço para as pernas é suficientemente alto?
O espaço para as pernas é suficiente em profundidade?
Facilidade para a pessoa entrar e sair no posto de trabalho?
Há apoio arredondado para o carpo, ou a borda anterior da mesa é arredondada? Ou o próprio teclado tem uma aba
complementar que funciona como apoio?
Soma dos Pontos:
Avaliação do Suporte do Teclado
Aplicar esta parte somente em trabalhos de digitação, de processamento de texto, de informação, via computador (call-centers) ou em
editoração eletrônica. Não deve ser aplicado quando a pessoa, embora em algum tipo de serviço como os que foram acima descritos,
consegue se posicionar bem colocando o teclado sobre a mesa e mantém uma boa postura desta forma. Tampouco deve ser aplicado em
atividades de interação com computador, situações em que não é necessário.
A altura do suporte do teclado é regulável?
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
Interpretação:
Não (0) Sim (1)
Soma dos Pontos:
Percentual
Permite boa retenção ou fixação do documento?
Ele previne vibrações?
Ele possui o espaço suficiente normalmente o trabalhador faz uso?
6Ele permite que o usuário o coloque na posição mais próxima possível do ângulo de visão da tela e que possa ser usado
nessa posição?
Interpretação:
Avaliação do Porta-documentos
Aplicar quando a atividade envolver a transcrição de textos ou números a partir de um documento escrito.
Sua altura, distância e ângulo podem ser ajustados?
O ajuste é feito com facilidade?
Desliza facilmente no piso?
Soma dos Pontos:
Percentual
Esse item deve ser checado no global, ou seja, se a empresa disponibiliza ou não o apoio de pés. Caso não disponibilize, esse item deve pesar
desfavoravelmente no global. Caso disponibilize, aplicar o checklist.
Largura suficiente?
Altura diferentes?
Inclinação ajustável?
Pode ser movido para frente ou para trás no piso?
Avaliação do Apoio para os Pés
Ergonomia e psicologia ambiental: estudo descritivo de um escritório de representação.
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1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
Interpretação:
É configurado segundo padronização da ABNT?
Apresenta algum tipo de formato não tradicional e que complica mais do que facilita?
Soma dos Pontos:
Percentual
Avaliação do Teclado
É fino?
É macio?
As teclas têm dimensões corretas?
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
Soma dos Pontos:
Percentual
Interpretação:
Avaliação do Gabinete e CPU
Toma espaço excessivo no posto de trabalho?
Transmite calor radiante para o corpo do trabalhador?
Gera nível excessivo de ruído?
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
8 Não (0) Sim (1)
9 Não (0) Sim (1)
10 Não (0) Sim (1)
Interpretação:
O monitor de vídeo é fosco?
O monitor de vídeo é plano?
Soma dos Pontos:
Percentual
Pode ser inclinado e este ajuste pode ser feito facilmente?
Tem controle de brilho e de contraste dos caracteres?
Há tremores na tela?
A imagem permanece claramente definida à luminância máxima?
Nos monitores com tubo de imagem (CRT) a freqüência de renovação de imagem (screen refresh rate) pode ser ajustada?
Avaliação do Monitor de Vídeo
O monitor de vídeo está localizado na frente do trabalhador?
Sua altura está adequada?
Há mecanismo de regulagem de altura disponível e este ajuste pode ser feito facilmente?
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2 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
Soma dos Pontos:
Percentual
Interpretação:
3
O teclado do notebook possui desktop?
As teclas têm dimensões semelhantes às dos teclados normais?
A tela tem dimensão de 14 polegadas ou mais?
Tem dispositivos para inserção de vários tipos de mídia disponíveis?
O mesmo é leve (menos que 2,5 kg)?
O teclado mais frequentemente utilizado (do notebook ou o auxiliar) possuiteclas em separado para a função de Pgup,
Pgdn, Home e End?Não (0) Sim (1)
Avaliação do Notebook e Acessórios para o seu uso
Somente aplicar caso faça parte da atividade do trabalhador o seu uso rotineiro.
1Estão disponíveis um suporte para elevar a tela do equipamento até a altura dos olhos, um teclado externo e um mouse
externo? Não (0) Sim (1)
1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
9 Não (0) Sim (1)
10 Não (0) Sim (1)
11 Não (0) Sim (1)
Percentual
Interpretação:
O sistema de trabalho permite que o usuário alterne sua postura de modo a ficar de pé ocasionalmente?
O clima é adequado (temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC)?
O nível sonoro é apropriado (menor que 65 dB(A))?
Soma dos Pontos:
Sim (1)7
Há interferências que prejudicam o posicionamento do corpo – por exemplo, estabilizadores, caixas de lixo, caixas e
outros materiais debaixo da mesa? CPUs? Não (0) Sim (1)8
Há algum fator que leve à necessidade deestática do tronco?
Quando necessário usar disquete, CD ou pendrive, respectivos dispositivos no corpo do computador é fácil?
No caso de necessidade de consultar o terminal enquanto atende ao telefone, um equipamento tipo head set está sempre
disponível? Em número suficiente?Não (0)
Avaliação da Interação e do Leiaute
Está o trabalhador na posição correta em relação ao tipo de função e ao leiaute da sala?
Há uma área mínima de 6 metros quadrados por pessoa?
Distância entre a parte de trás de um terminal e o operador mais próximo é maior que 1,0 metro?
Quando necessário ligar algum equipamento elétrico, as tomadas estão emaltura maior que 75 cm?
Percentual
Interpretação:
2 No caso de digitação, o número médio de toques é menor que 8,000 por hora? Ou no caso de ser maior que 8,000 por
hora, há pausas de compensação bem definidas? Não (0) Sim (1)
Há pausa de 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Ou verifica-se a possibilidade real de as pessoas terem um
tempo de descanso de aproximadamente 10 minutos a cada duas horas trabalhadas? Não (0) Sim (1)3
Soma dos Pontos:
Avaliação do Sistema de Trabalho
Caso o trabalho envolva uso somente de computador, existe pausa bem estabelecida de 10 minutos a cada 50 minutos
trabalhados? Não (0) Sim (1)1
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1 Não (0) Sim (1)
2 Não (0) Sim (1)
3 Não (0) Sim (1)
4 Não (0) Sim (1)
5 Não (0) Sim (1)
6 Não (0) Sim (1)
7 Não (0) Sim (1)
8 Não (0) Sim (1)
Interpretação:
O brilho do piso é baixo?
A legibilidade do documento é satisfatória?
Soma dos Pontos:
Percentual
Para pessoas com mais de 45 anos está disponível iluminação suplementar?
A visão do trabalhador está livre de reflexos? (ver tela, teclados, mesa, papéis, etc...)?
Estão todas as fontes de deslumbramento fora do campo de visão do operador?
Estão os postos de trabalho posicionados de lado para as janelas?
Caso contrário, as janelas têm persianas e cortinas?
Avaliação da Iluminação do Ambiente
Iluminação entre 450 – 550 lux?
Critério de Interpretação
Em cada dos itens pesquisados, e também para o total de itens deste check list considere:
- 91 a 100% dos pontos – condição ergonômica excelente
- 71 a 90% dos pontos – boa condição ergonômica
- 51 a 70% dos pontos – condição ergonômica razoável
- 31 a 50% dos pontos – condição ergonômica ruim
- menos que 31% dos pontos – condição ergonômica péssima
Fonte: Couto, H; Sanábio E e Lopes R. 2007.