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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO ERGONOMIA ERGONOMIA Francisco Armond do Amaral Aula 01 O que é Ergonomia? O termo Ergonomia é derivado das palavras gregas Ergon (trabalho) e nomos (regras). Nos Estados Unidos, usa-se também, como sinônimo, human factors (fatores humanos). Ergonomics Research Society, Inglaterra, 1949 Sociedade de Pesquisa em Ergonomia. Ergonomia “é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”. Associação Internacional de Ergonomia (IEA), 1961 Representa associações de 40 diferentes países com 19 mil sócios. Ergonomia (ou human factors) “é uma disciplina científica que estuda interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.”. Segundo Itiro Iida “Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem.” Outras definições Em 1972, Wisner considera que Ergonomia é “o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e eficácia”. Em 1983, Lomov e Venda, em função das várias denominações utilizadas – Ergonomia, Ergologia, Humam Factors -, refletem sobre a finalidade deste campo de estudo: “Qualquer que seja o nome utilizado, o que se pretende é o estudo dos diferentes aspectos laborais com o propósito de otimizá-los”. Curso de Arquitetura e Urbanismo Notas de Aula de Ergonomia Prof. Francisco Armond do Amaral Página 1

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO ERGONOMIA

ERGONOMIAFrancisco Armond do Amaral

Aula 01

O que é Ergonomia?

O termo Ergonomia é derivado das palavras gregas Ergon (trabalho) e nomos (regras). Nos Estados Unidos, usa-se também, como sinônimo, human factors (fatores humanos).

Ergonomics Research Society, Inglaterra, 1949Sociedade de Pesquisa em Ergonomia.

Ergonomia “é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”.

Associação Internacional de Ergonomia (IEA), 1961Representa associações de 40 diferentes países com 19 mil sócios.

Ergonomia (ou human factors) “é uma disciplina científica que estuda interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.”.

Segundo Itiro Iida

“Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem.”

Outras definições

Em 1972, Wisner considera que Ergonomia é “o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e eficácia”.

Em 1983, Lomov e Venda, em função das várias denominações utilizadas – Ergonomia, Ergologia, Humam Factors -, refletem sobre a finalidade deste campo de estudo: “Qualquer que seja o nome utilizado, o que se pretende é o estudo dos diferentes aspectos laborais com o propósito de otimizá-los”.

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Em 1989, no Congresso Internacional de Ergonomia, adotou-se o seguinte conceito:

“A Ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a constituição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação do homem aos meios tecnológicos e aos ambientes de trabalho e de vida”.

Nascimento e Evolução da Ergonomia

Pode-se dizer que a Ergonomia surgiu quando o homem começou a utilizar objetos que facilitavam a sua vida.

Na produção artesanal havia a preocupação de se adaptar os objetos artificiais e o meio ambiente natural ao homem.

Século 18 – Revolução Industrial

As fábricas eram:- sujas;- barulhentas;- perigosas e- escuras

• Jornadas de trabalho de até 16 horas.• Regime de trabalho de semi-escravidão sem direito a férias.

No início do século 20 surge nos Estados Unidos o Movimento da Administração Científica, que ficou conhecido como Taylorismo.

Na Europa, principalmente na Alemanha, França e países escandinavos, por volta de 1900, começam a surgir pesquisas na área de fisiologia do trabalho, na tentativa de transferir para o terreno prático os conhecimentos em fisiologia desenvolvidos em laboratórios.

Durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1917), fisiologistas e psicólogos foram chamados para colaborarem no esforço de aumentar a produção de armamentos.

Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), foram utilizados conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis, para construir instrumentos bélicos complexos como submarinos, tanques, aviões...

O objetivo era adaptar os instrumentos bélicos às características e capacidades do operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes.

Após a 2ª Grande Guerra, estes conhecimentos começam a ser aplicados na vida civil. Porém os Estados Unidos, através do seu Departamento de Defesa, começou a apoiar pesquisas na área. Só recentemente começou a ser aplicada, em maior grau, na indústria não-bélica.

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Em 1857, o polonês Woitej Yastembowsky publicou um artigo intitulado “Ensaios de Ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”.

Em 12 de julho de 1949, reuniram-se na Inglaterra um grupo de cientistas e um grupo de pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência.

Em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o nome ERGONOMIA por estes mesmos pesquisadores, que na ocasião fundaram a Ergonomics Research Society, na Inglaterra. A partir daí a ergonomia se expandiu no mundo industrializado.

Em 1961 foi fundada, na Europa, a “Associação Internacional de Ergonomia – IEA”

A Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO (www.abergo.org.br) foi Fundada em 1983, filiada a IEA.

No Brasil existe a Norma Regulamentadora NR 17 – Ergonomia, Portaria nº. 3.214 de 08.06.1978 do Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria nº. 3.751 de 23.08.1990 do Ministério do Trabalho.

Hoje a ergonomia difundiu-se em praticamente todos os países do mundo.

• Muitos conhecimentos foram gerados• (Instituições de ensino e pesquisa).

• Muitas perguntas sem respostas.

Taylorismo é um termo que deriva de Frederick Winslow Taylor (1856-1915), um engenheiro americano que iniciou, no início do século 20, o movimento de “administração científica do trabalho”.

Aula 02

Abordagens em Ergonomia

- Abrangência - Momento

Quanto a abrangência

- Análise de Sistemas- Análise do Posto de Trabalho

Quanto ao momento ou ocasião

- Ergonomia de Concepção- Ergonomia de Correção

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- Ergonomia de Conscientização

Caráter Interdisciplinar da Ergonomia

- Médicos do Trabalho- Analistas do Trabalho- Psicólogos- Engenheiros e Arquitetos- Designers- Enfermeiros- Engenheiros de Segurança e Manutenção- Programadores de Produção- Administradores- Compradores

A abordagem Interdisciplinar da Ergonomia dentro de uma grande empresa, depende na sua maioria, da “vontade da alta administração”.

Aplicações da Ergonomia

Indústria

A ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a qualidade das operações industriais.

- Aperfeiçoamento do sistema homem máquina- Organização do trabalho- Melhoria das condições de trabalho

Agricultura e Mineração

As aplicações da ergonomia nestas áreas ainda não ocorrem com a intensidade desejável, devido ao caráter relativamente disperso destas atividades.

- Máquinas agrícolas- Agrotóxicos- Equipamentos para mineração

Setor de ServiçosSetor que mais cresce atualmente.

- Criação de postos de trabalhos inexistentes- Produtos que atendam as novas tecnologias- Bancos, escolas, centrais de abastecimento- Novos horários de trabalho

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Vida Diária

A ergonomia tem contribuído para melhorar a vida cotidiana, tornando os meios de transporte mais cômodos e seguros, a mobília doméstica mais confortável e os eletrodomésticos mais eficientes e seguros.

- Teste de produtos- Homologação- Circulação de pedestres em locais públicos- Deficientes físicos- Residências

Como calcular o custo benefício da ergonomia?

Aula 03

O Organismo Humano

Função Neuromuscular

Sistema Nervoso – Células Nervosas – Neurônios

- Irritabilidade (sensibilidade a estímulos)- Condutibilidade (condução de sinais elétricos)

Células nervosas

- Corpo- Terminações nervosas

- Dendrites- Axônios

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A sinapse funciona como válvula de ligação entre os neurônios e tem as seguintes propriedades básicas:

- Sentido único- Fadiga- Efeito residual- Desenvolvimento- Acidez

Músculos

- Movimentos do corpo- Energia química em contrações – movimentos- Oxidação de gorduras e hidratos de carbono- Trabalho e calor – exotérmica

- Músculos lisos – intestinos, vasos sanguíneos, bexiga, aparelho respiratório, vísceras – possuem movimentos involuntários.

- Músculo do coração – exclusivos

- Músculos estriados – Estão sobre controle do homem, e é através deles que o organismo realiza trabalhos externos.

Músculos Estriados

- Estrutura microscópica do músculo estriado- Miofibrilas

- Sarcômeros

Contração muscular

Irrigação sanguínea do músculo

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O corpo como um sistema de alavancas

- Um músculo só tem dois estados possíveis: - desenvolver tensão dentro de si mesmo ou- relaxar-se

- Para cada movimento, há pelo menos dois músculos que trabalham antagonicamente.

Da mesma forma que as alavancas mecânicas, o corpo trabalha com três tipos de alavancas:

- Interfixa – Interpotente – Inter-resistente

Coluna Vertebral

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, que se classificam em cinco grupos:- 7 cervicais- 12 torácicas ou dorsais- 5 lombares- 5 + 4 sacro-cóccix

• Movimentos da coluna vertebral

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A coluna vertebral tem ainda a função de proteger a medula espinhal, que faz parte do sistema nervoso central.

Nutrição da coluna

Os discos não possuem vasos sanguíneos. Uma contração prolongada dos discos pode causar a degeneração dos mesmos.

Deformações da Coluna Vertebral

A coluna é um dos pontos mais fracos do organismo. Está sujeita a deformações: congênitas ou adquiridas.

- Escoliose: desvio lateral- Cifose: maior convexidade da região torácica- Lordose: maior concavidade da região lombar

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Aula 04

Metabolismo

É o estudo dos aspectos energéticos do corpo humano. A energia do corpo humano é proveniente da alimentação. Uma parte da alimentação é usada para construção de tecidos e outra como combustível.

O Homem como Máquina Térmica

Os alimentos consumidos sofrem diversas transformações químicas no organismo e se transformam no combustível chamado glicogênio, que é oxidado numa reação exotérmica, gerando energia, e dando como subprodutos calor, dióxido de carbono e água.

Metabolismo Basal

- Energia necessária para manter o organismo funcionando, sem realizar trabalhos externos.

- 1.800 kcal/dia – 1.600 kcal/dia- 1 kcal é a energia necessária para elevar a temperatura de 1 litro de água por 1°C

Alimentação

- Proteínas- Carboidratos- Gorduras

Todos são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. As proteínas possuem ainda nitrogênio.

Proteínas – aminoácidos e hidrocarbonetos

- Aminoácidos contendo nitrogênio – construção de tecidos.- Hidrocarbonetos são energéticos – carboidratos e gorduras.

Os carboidratos e as gorduras se transformam em glicogênio, que é armazenado nos músculos e no fígado. Os carboidratos e gorduras também podem ser armazenados em forma de gorduras, nos tecidos, para posterior utilização.

Capacidade Muscular

- A capacidade de um músculo realizar exercícios pesados e prolongados depende diretamente da quantidade de glicogênio armazenado inicialmente no músculo, porque a sua reposição é mais lenta que o consumo.

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- Abastecimento de oxigênio.

Energia Gasta no Trabalho

- 1.800 kcal/dia – Metabolismo basal- 2.000 kcal/dia – Mínimo necessário

Mulheres:

- Digitadora ou costureira – 2.300 kcal/dia- Dona de casa ou vendedora – 2.500 kcal/dia- Trabalhadora com tarefas pesadas – 3.000 kcal/dia- Bailarina – 3.300 kcal/dia

Homens:

- Escritório – 2.500 kcal/dia- Motorista – 2.800 kcal/dia- Operário com trabalho leve – 3.000 kcal/dia- Mecânico ou marceneiro – 3.500 kcal/dia- Trabalhadores industriais – 2.800 a 4.000 kcal/dia

- Máximo de 4.500 kcal/dia, podendo chegar a 5.000 ou 6.000 kcal/dia por períodos curtos, um ou dois dias.

Se o organismo trabalhar com déficit de energia, ou seja, gastar mais calorias do que produz, a pessoa irá perder peso.

Se o organismo trabalhar com reserva de energia, ou seja, gastar menos calorias do que produz, a pessoa irá ganhar peso numa razão de 1 kg para cada 7.000 kcal de reserva.

Grandjean: Consumo total de energia do homem é composto de:

- Metabolismo basal- Calorias de lazer- Calorias do trabalho

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0500

10001500200025003000350040004500

Médio Pesado +Pesado

M BasalLazerTrabalho

Algumas atividades com o consumo médio de energia, estimado, em kcal/minuto.

- Caminhar 4,5 km/h 4,5- Jardinagem 3-4- Cavar com pá 8,5- Lazer 5-10- Serrar 6-8- Bicicleta 20 km/h 10- Correr 10 km/h 10-12- Dançar 4-8

Fatores que interferem no uso energético:

- Base genética- Condicionamento físico- Treinamento- Carga de trabalho físico- Carga de trabalho mental- Estresse- Estado de saúde

Os homens, em relação às mulheres, gastam 20% mais de energia para executar tarefas idênticas.

Visão

A visão é o órgão do sentido mais importante, tanto para o trabalho como para a vida diária.

A estrutura do olho se assemelha a uma câmara fotográfica. Quando os olhos estão abertos, a luz passa pela abertura da íris. A abertura da pupila pode variar para controlar a quantidade de luz que penetra no olho, a abertura aumenta na penumbra e se reduz sobre luz forte. Atrás da pupila situa-se o cristalino, que é a lente do olho. O foco da lente é acertado pela musculatura ciliar, que provoca alterações na curvatura da lente.

No fundo do olho fica a retina. É na retina que ficam as células fotossensíveis, os cones e os bastonetes. Estas células, sensíveis a luz e cor, transformam os estímulos

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luminosos em sinais elétricos, que são conduzidos ao cérebro pelo nervo óptico, onde se produz a sensação visual.

Cones e Bastonetes

Cones:

- 6 a 7 milhões- Concentram-se em um ponto no fundo da retina, fóvea central- Só funcionam com maior nível de iluminação- São responsáveis pela percepção das cores, percepção de espaço e acuidade

visual (pequenos detalhes)

Bastonetes:

- 130 milhões- Concentram-se na parte periférica da retina- São sensíveis a baixos níveis de iluminação- Não distinguem cores, apenas tons de cinza, do branco ao preto

A percepção diferenciada dos cones e dos bastonetes funciona como uma dupla visão. Os cones são sensíveis à luz mais forte, distinguem cores e ficam no centro do olho, os bastonetes são acromáticos, não distinguem cores, mas apenas formas, sendo sensíveis a baixos níveis de iluminação e ficam mais esparsos na retina.

Adaptação à luz e à penumbra

Quando se passa de um ambiente mais escuro para um mais claro, acontece o ofuscamento temporário, que pode durar um ou dois minutos, até que os cones comecem a funcionar.

No sentido contrário, a adaptação é mais demorada (até 30 minutos), neste caso são os cones que deixam de funcionar, para aumentar a sensibilidade dos bastonetes. O olho adaptado ao escuro se torna muito mais sensível.

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Movimentos dos olhos

A rotação para a direita e a rotação para a esquerda são iguais, podendo atingir 50° cada. Para cima é de 40° e para baixo, de 60°, no máximo em relação ao eixo visual. A rotação em torno destes eixos não supera 10°.

- Movimentos Sacádicos;- Movimentos Visuais de Perseguição.

Aula 05

Audição

A função do ouvido é captar e converter as ondas de pressão em sinais elétricos, que são transmitidas ao cérebro para produzir as sensações sonoras.

Anatomia do ouvido:

Percepção do som

Os movimentos mecânicos bruscos produzem flutuações na pressão atmosférica que se propagam na forma de ondas que, ao atingir o ouvido, produzem a sensação sonora. Um som é caracterizado por três variáveis:

- Freqüência- Intensidade- Duração

Freqüência

É o número de flutuações ou vibrações por segundo e é expressa em hertz (Hz). O ouvido humano é capaz de perceber sons na freqüência de 20 a 20.000 Hz.

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- Graves (baixa freqüência): abaixo de 1.000 Hz- Agudos (alta freqüência): acima de 3.000 Hz

Os sons existentes na natureza em geral são constituídos de vibrações de várias freqüências.

Intensidade

Depende da energia das oscilações e é definida em termos de potência por unidade de área. Como a gama de intensidades de sons audíveis é muito grande, convencionou-se medi-las por uma unidade logarítmica chamada de decibel (dB).

O ouvido humano é capaz de perceber sons de 20 a 120 dB. Os sons normalmente encontrados no lar e ambientes de trabalho estão na faixa de 50 a 80 dB. Sons acima de 120 dB causam desconforto e, quando atingem 140dB, a sensação torna-se dolorosa.

Duração

A duração do som é medida em segundos. Os sons de curta duração (menos de 0,1 s) dificultam a percepção e aparentam ser diferentes daqueles de longa duração (acima de 1 s).

Mascaramento

Ocorre quando um componente do som reduz a sensibilidade do ouvido para um outro componente.

- 20 dB acima do som ambiente- Maior para sons parecidos

Percepção da posição

- Receptores vestibulares:

Permitem ao homem manter a sua posição ereta, movimentar-se sem cair e sentir se o corpo está sendo acelerado ou desacelerado em alguma direção, mesmo sem a ajuda dos olhos.

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Outros Sentidos

Senso cinestésico

Fornece informações sobre movimentos de partes do corpo, sem exigir um acompanhamento visual. Permite também perceber as forças e tensões internas e externas exercidas pelos músculos. As células receptoras estão situadas nos músculos, tendões e juntas.

Interação entre os órgãos dos sentidos

Diversos experimentos comprovam que há interações entro os órgãos dos sentidos. Exemplo: ruídos intensos perturbam a concentração e o desempenho visual.

Dois ou mais estímulos não se somam.

Aula 06

Biomecânica Ocupacional

Estuda as interações entre o trabalho e o homem sobre o ponto de vista dos movimentos músculo-esqueletais envolvidos, e as suas conseqüências. Analisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças.

Muitos produtos e postos de trabalho inadequados provocam tensões musculares, dores e fadiga.

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Trabalho Estático e Dinâmico

Trabalho Estático: é aquele que exige contração contínua de alguns músculos, para manter uma determinada posição.

Trabalho Dinâmico: é aquele que permite contrações e relaxamentos alternados dos músculos.

- Pressão Sanguínea.- Entre 15 e 20 % da força máxima do músculo, sangue circula normalmente.- A partir de 60% da força máxima do músculo, o sangue deixa de circular.- Músculo sem circulação sanguínea, fadiga em 1 ou 2 minutos.- Músculo sendo contraído e relaxado, aumenta a circulação em até 20 vezes,

aumento da resistência contra a fadiga.

O trabalho estático é altamente fatigante e, sempre que possível, deve ser evitado. Quando não for possível, pode ser aliviado, permitindo mudanças de posturas, melhorando o posicionamento de peças e ferramentas ou providenciando apoio para partes do corpo com o objetivo de reduzir as contrações estáticas dos músculos. Também devem ser concedidas pausas de curta duração, mas com elevada freqüência, para permitir relaxamento muscular e alívio da fadiga.

Posturas do Corpo

Trabalhando ou repousando, o corpo assume três posturas básicas: as posições deitada, sentada e em pé.

Parte do corpo % do peso total

Cabeça 6 a 8 %

Tronco 40 a 46 %

Membros superiores 11 a 14 %

Membros inferiores 33 a 40 %

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Roteiro para selecionar uma postura básica

Posição deitada

- Não há concentração de tensão;- O sangue flui livremente;- Consumo energético assume o valor mínimo;- Recomendada para repouso e recuperação da fadiga.

Posição sentada

- Exige atividade muscular do dorso e do ventre;- Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o osso

ísquio;- Consumo de energia de 3 a 10 % maior em relação a horizontal;- Postura ligeiramente inclinada para frente é mais natural e menos fatigante que a

ereta;- O assento deve permitir mudanças freqüentes de postura.

Trabalho sentado

- Alterne as posições sentada / em pé / andando;- Ajuste a altura do assento e a posição do encosto;- Limite o número de ajustes possíveis da cadeira;- Ensine a forma correta de regular a cadeira;- Use cadeiras especiais para tarefas específicas;- A altura da superfície de trabalho depende da tarefa;- Compatibilize as alturas da superfície de trabalho e do assento;- Use apoio para os pés;

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- Evite manipulações fora do alcance;

- Incline a superfície para leitura;

- Deixe espaço para as pernas.

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Posição de pé

- Altamente fatigante;- O coração encontra maiores resistências;- Trabalhos dinâmicos em pé apresentam menos fadiga que o estático.

Trabalho em pé

- Alterne as posições em pé / sentada / andando;- A altura da superfície de trabalho em pé depende da tarefa;- A altura da bancada deve ser ajustável;- Reserve espaço suficiente para pernas e pés;- Evite alcances excessivos;- Coloque uma superfície inclinada para leitura.

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Muitas vezes assentos ou bancadas de trabalho obrigam o trabalhador a usar posturas inadequadas. Mantidas por um longo período de tempo, podem provocar fortes dores localizadas naquele conjunto de músculos solicitados.

POSTURA RISCO DE DORES

Em pé Pés e pernas (varizes)

Sentado sem encosto Músculos extensores do dorso

Assento muito alto Parte inferior das pernas, joelhos e pés

Assento muito baixo Dorso e pescoço

Braços esticados Ombros e braços

Pegas inadequadas Antebraços

Inclinação da cabeça para frente

- O assento é muito alto;- A mesa é muito baixa;- A cadeira esta longe do trabalho;- Há uma necessidade específica (microscópio).

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Análise de postura

Durante uma jornada de trabalho, o trabalhador pode assumir centenas de posturas diferentes. Em cada postura, um diferente conjunto de músculos é acionado.

Registro da postura

Uma das maiores dificuldades em analisar e corrigir más posturas no trabalho está na identificação e registro das mesmas.

Sistema OWAS – Ovako Working Posture Analysing System, proposto por três pesquisadores finlandeses: Karku, Kansi, Kuorinka (1977).

- Combinações das posições do dorso (4), dos Braços (3) e das Pernas (7);- Posturas classificadas em 4 categorias.

Classe 1: postura normal, dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais;

Classe 2: postura que deve ser verificada na próxima revisão rotineira dos métodos de trabalho;

Classe 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo;

Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata.

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Sistema OWAS

Localização de áreas dolorosas

Um diagrama proposto por Corlett e Manenica (1980), dividindo o corpo humano em diversos segmentos facilita a localização de áreas dolorosas.

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Aula 07

Antropometria

ANTRO = homem + METRO = medida

Trata de medidas físicas do corpo humano (Itiro Iida, 1990).

Todos os que pretendem dominar a construção devem adquirir a noção de escala e proporções do que tenham que projetar: móveis, salas edifícios, etc... (Neuffert).

- Medir as pessoas não é uma tarefa fácil;- Condições em que as medidas são realizadas;- A partir da década de 40 houve a necessidade de dados antropométricos mais

confiáveis;- Produção em massa;- Hoje, o interesse maior se concentra na diferença entre grupos e a influência de

certas variáveis como etnias, regiões e culturas.- Determinação de padrões mundiais de medidas antropométricas.

Diferenças Individuais

William Sheldon (1940) definiu três biótipos básicos, cada um com certas características dominantes:

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- Endomorfo;- Mesomorfo;- Ectomorfo.

Endomorfo

Tipo de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gorduras. Tem a característica de uma pêra (forma extrema). O abdome é grande e cheio e o tórax parece ser relativamente pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. A pele é macia.

Mesomorfo

Corpo musculoso de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdome pequeno. Os membros são musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea.

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Ectomorfo

Corpo e membros longos e finos, com o mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta, o tórax e o abdome são estreitos e finos.

Formas intermediárias

- Mesomorfo-endomórfica;- Endomorfo-ectomórfica;- Ectomorfo-mesomórfica...

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Influências

Influência do SexoInfluência da Idade

Variações Extremas

Influência da Etnia nas Proporções Corporais

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Influência da Época

Padrões Internacionais de Medidas Antropométricas

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- Antes dos anos 50: preocupação de vários países de em fazer medidas antropométricas para estabelecer seus padrões nacionais de medidas;

- Depois dos anos 50: tendência de evolução para padrões mundiais.

Realização de Medidas Antropométricas

Sempre que for possível e economicamente justificável, as medidas antropométricas devem ser realizadas diretamente com os sujeitos que serão usuários ou consumidores.

Etapas de Execução

- definição de objetivos;- definição das medidas;- escolha dos métodos de medida;- seleção da amostra;- as medições- análises estatísticas.

Definição de objetivos

Definir onde e para que serão utilizadas as medidas antropométricas. Dessa definição decorre a aplicação de antropometria estática ou dinâmica, as variáveis a serem medidas e os detalhamentos ou precisões com que estas medidas devam ser realizadas.

- Antropometria estática, dinâmica e funcional.

Definição das medidas

Envolve a descrição dos dois pontos entre os quais serão tomadas as medidas, postura do corpo, instrumentos utilizados, além de outras condições como: estatura (com ou sem calçado), peso (com ou sem roupa)

Escolha dos métodos

- Método direto: instrumentos que entram em contato físico com o organismo;

- Método indireto: fotos do corpo ou de partes de corpo contra uma malha quadriculada, uma variação desta técnica é a de traçar o contorno da sombra projetada sobre um anteparo transparente ou translúcido.

Seleção da amostra

A amostra deve ser representativa do universo onde serão aplicados os resultados. Nesta amostra, devem-se determinar as características biológicas e adquiridas.

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- Biológicas: sexo, idade, biótipo e deficiências físicas;- Adquiridas: profissão, esportes, nível de renda e outros.

As medições

Devem-se tomar certos cuidados como:

- Elaboração de um roteiro para a tomada de medidas e o desenho de formulários apropriados para anotações.

- As pessoas envolvidas devem receber treinamento prévio abrangendo conhecimentos básicos de anatomia humana, reconhecimento de posturas, identificação dos pontos de medidas e uso correto dos instrumentos de medição;

- Deve ser feito um teste inicial.

Análise estatística

As medidas antropométricas geralmente seguem uma distribuição normal ou de Gauss, que é representada por dois parâmetros: a média e o desvio padrão.

Tendo-se a média e o desvio padrão, pode-se calcular o intervalo de confiança para os percentís desejados, multiplicando-os pelos seguintes coeficientes:

PERCENTÍS COEFICIENTE10,0 - 90,0 1,282 5,0 - 95,0 1,645 2,5 - 97,5 1,960 1,0 - 99,0 2,326 0,5 - 99,5 2,576

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Aula 08

Antropometria Estática

As medidas se referem ao corpo parado ou com poucos movimentos. Deve ser aplicada a objetos sem partes móveis ou com pouca mobilidade (mobiliário).

A maior parte das tabelas existentes é de Antropometria Estática.

Tabelas de Medidas Estrangeiras

Uma das tabelas antropométricas mais completas é a norma alemã DIN 33402 (1981)

Nos EUA, as medidas mais utilizadas são apresentadas pela publicação “Weight, Hight and Selected Dimensions of Adults” (1965).

Human Scale (1974) trata de medias antropométricas para os três tipos físicos e medidas detalhadas de partes do corpo.

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Medidas Brasileiras

No Brasil, ainda não existem medidas antropométricas normalizadas. Isso significa que não existem ainda medidas abrangentes e confiáveis da população brasileira.

A ABNT tem projeto para normalização das medidas antropométricas, mas são baseadas em valores norte-americanos.

- Estudo Nacional de Despesa Familiar (1977): medidas de peso, altura e perímetro braquial, em duas regiões, RJ e PR, SC e RS.

- Iida e Wierzbicki (1973): 17 variáveis de 257 homens e 320 mulheres da linha de montagem de produtos eletrônicos da Philips (SP).

- Ferreira (1988): 3.100 trabalhadores, somente homens adultos, ocupados na produção de 26 empresas do RJ.

Comparação entre Medidas Brasileiras

Entre as tabelas brasileiras existe uma diferença em torno de 0,5% que, em estatística, é um valor insignificante.

Comparação com Medidas Estrangeiras

Brasil / Alemanha: neste caso as diferenças situam-se abaixo de 3,8%, sendo que esta diferença pode ser para mais ou para menos.

Iida (1973): Brasil / Holanda, máximo de 3%.

Os brasileiros apresentam mais semelhanças com os europeus mediterrâneos (portugueses, espanhóis, franceses, italianos e gregos), são menores que os nórdicos (suecos, dinamarqueses, noruegueses) e maiores que os povos asiáticos de modo geral.

Antropometria Dinâmica e Funcional

Mede os alcances dos movimentos. Os movimentos de cada parte do corpo são medidos mantendo o resto do corpo estático.

Registro de movimentos

• Definição dos planos para registro dos movimentos corporais.

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Alcance dos movimentos

• Valores médios (em graus) de rotações voluntárias do corpo, na antropometria dinâmica.

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Referências

Cidade, P. R. Manual de ergonomia em casa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

Cidade, P. R. Manual de ergonomia no escritório: 100 dicas para melhorar seu local de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.

Dul, J., Weerdmeester, B. Ergonomia prática. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2004.

Iida, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1992.

Kroemer, K. H. E., Grandjean, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Neufert, Ernst, Neufert, Peter. Arte de projetar em arquitetura. 17ª ed. Barcelona: Gustavo Gili GG, 2004.

Panero, J., Zelnik, M. Dimensionamento humano para espaços interiores: um livro de consulta e referência para projetos. Barcelona: Gustavo Gili SA, 2002.

Rio, R. P. do, Pires, L. Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica. 3ª ed. São Paulo: LTr, 2001.

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