Erosão Hidrica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA CURSO DE AGRONOMIA EROSÃO HÍDRICA EM ARGISSOLO VERMELHO- AMARELO CULTIVADO COM SOJA Maria Aparecida do Nascimento dos Santos Aquidauana - MS Novembro de 2010.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA

CURSO DE AGRONOMIA

EROSÃO HÍDRICA EM ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO CULTIVADO COM SOJA

Maria Aparecida do Nascimento dos Santos

Aquidauana - MS Novembro de 2010.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA CURSO DE AGRONOMIA

EROSÃO HÍDRICA EM ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO CULTIVADO COM SOJA

Acadêmica - Maria Aparecida do Nascimento dos Santos

Orientador - Elói Panachuki

“Trabalho apresentado como parte das exigências do curso de Agronomia para a obtenção do título de Engenheira Agrônoma”.

Aquidauana - MS Novembro de 2010.

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“Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve escolher.”

Salmos 25.12.

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AGRADECIMENTOS A Deus por seu imenso amor por mim e o fortalecimento durante as batalhas

que enfrentei.

Aos meus pais por todo amor e apoio que me oferecerão.

Ao professor Dr. Elói Panachuki pela orientação, dedicação e paciência durante

a execução deste trabalho.

Aos amigos que me ajudaram nas atividades de campo nesta pesquisa.

Aos professores do Curso de Agronomia da Unidade Universitária de

Aquidauana por todos os ensinamentos transmitidos.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO .................................................................................................. viii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 2

2.1 Erosão hídrica do solo.................................................................... 2

2.2 Atributos físicos do solo e erosão hídrica ....................................... 6

2.3 Influência do manejo do solo na erosão hídrica ............................. 9

3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................... 12

3.1 Aspectos gerais.............................................................................. 12

3.2 Determinação das perdas de solo e água...................................... 16

3.3 Análise Estatística .......................................................................... 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................... 18

4.1 Atributos Físicos............................................................................. 18

4.2 Perdas de Solo............................................................................... 21

4.3 Perdas de Água.............................................................................. 23

5. CONCLUSÕES .............................................................................. 26

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 27

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Valores médios de umidade inicial do solo, densidade do solo,

intensidade de precipitação aplicada, energia cinética da chuva simulada,

relação percentual entre a energia cinética da chuva simulada e a natural

(Ecs/Ecn), tempo de início de escoamento superficial......................................18

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Infiltômetro de aspersão InfiAsper/UFMS desenvolvido por Alves

Sobrinho (1997).................................................................................................12

FIGURA 2 - Sistema regulador da intensidade de precipitação (obturador

rotativo, manômetro, bicos e registro)...............................................................13

FIGURA 3 - Dispositivo demarcador da área da parcela experimental (0,70 m2).....................................................................................................................14

FIGURA 4 - (a) Parcela do Tratamento 1: plantio direto – solo com cobertura

vegetal correspondente a 2 Mg ha-1; (b) parcela do Tratamento 2: plantio direto

- solo desprovido de cobertura vegetal; (c) parcela do Tratamento 3: plantio

convencional......................................................................................................15

FIGURA 5 - Perdas acumuladas de solo (g m-2)...............................................21 FIGURA 6 - Perdas acumuladas de água (10-3 m3 m-2).....................................23

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RESUMO O trabalho foi desenvolvido numa área experimental na Unidade Universitária

de Aquidauana da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, no período

compreendido entre agosto de 2009 e julho de 2010, com o objetivo de avaliar

as perdas de solo e de água em um Argissolo Vermelho-Amarelo distroférrico,

cultivado com soja (Glycine max L. Merril), sob diferentes sistemas de manejo

do solo. A avaliação das perdas de solo e de água foi realizada por meio da

utilização de um simulador de chuva portátil (InfiAsper/UFMS), aplicando-se em

cada parcela experimental uma chuva simulada de intensidade de precipitação

de 60 mm h-1. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos

casualizados, sendo os tratamentos caracterizados pelo sistema de cultivo e

nível de cobertura: Tratamento 1: Sistema de plantio direto com cobertura do

solo (SPDCC); Tratamento 2: Sistema de plantio direto sem cobertura do solo

(SPDSC); Tratamento 3: Plantio convencional (PC). Concluiu-se que as

maiores perdas de solo ocorreram no sistema de plantio convencional, e as

maiores perdas de água nos tratamentos submetidos aos sistemas de plantio

convencional e plantio direto sem cobertura do solo.

Palavras-chave: manejo do solo, sistemas de cultivo, simulador de chuva,

Glycine max L. Merril.

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1. INTRODUÇÃO

A degradação dos solos cultivados no Brasil tem sido causada

principalmente pelas práticas de manejo inadequadas que na maioria das

vezes não proporcionam condições fundamentais para a preservação da boa

qualidade do solo, fazendo com que grandes áreas tornem-se improdutivas

vindo a ser abandonadas por serem vistas como impróprias para o plantio.

A erosão hídrica pode ser colocada como um dos processos de causa

natural e também antrópica que mais contribuem para essa degradação. As

consequências propiciadas ao solo tornam-se ainda mais evidentes nos locais

que apresentam uma declividade acentuada e falta de cobertura vegetal, já que

o solo fica exposto ao impacto das gotas da chuva e ao escoamento superficial,

ocorrendo então as perdas de solo e água.

A ação do processo erosivo necessita ser melhor entendido para que

se possa estipular quais as práticas devem ser efetuadas na área de produção

para o incremento da conservação do solo e o aumento da produtividade

agrícola.

O manejo consecutivo do solo pode alterar alguns de seus atributos,

influenciando diretamente a taxa de infiltração e consequentemente o

escoamento superficial acarretando danos na estrutura e acelerando as perdas

de solo e água, deixando o solo ainda mais suscetível ao processo erosivo.

Assim, pode-se afirmar que o conhecimento referente ao

comportamento do solo quanto às perdas de solo e de água em cada sistema

de produção agrícola é de valiosa importância, já que permite comparações

entre os sistemas em uso, possibilitando a escolha daquele que melhor se

adapta às condições específicas de cada região.

Na região de Aquidauana onde as atividades agrícolas ainda não são

efetuadas de maneira elevada tendo maior ênfase econômica a pecuária, a

realização de trabalhos que avaliam as perdas de solo e água nos diferentes

sistemas de produção ainda é pequena. Assim, considerando a importância de

se obterem maiores conhecimentos sobre as características do processo

erosivo nesta localidade, este trabalho teve como objetivo avaliar as perdas de

solo e água em diferentes sistemas de produção e níveis de cobertura, por

meio do uso do simulador de chuva.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Erosão hídrica do solo

A degradação das terras e dos recursos hídricos por assoreamento,

salinização e eutrofização tem sido causada principalmente pelos processos

erosivos que se desenvolvem inicialmente com o desprendimento e o arraste

das partículas do solo (nutrientes e matéria orgânica) pela ação da água e/ou

do vento (PRUSKI, 2006).

Em sistemas de produção agrícola, a principal razão do desgaste

progressivo do solo é atribuída à erosão, que na maioria das vezes é causada

por práticas de manejo ou uso inadequado do solo (OLIVEIRA, 2007).

As taxas de erosão e consequente desgaste do solo em todo o mundo

vêm adquirindo proporções espantosas, com enormes implicações de ordem

física, financeira e social (OLIVEIRA et al., 2010), sendo que a deterioração do

mesmo é visto como um dos principais problemas ambientais do planeta

(COGO et al., 2003).

De acordo com Römkens et al. (2001) a erosão é um fenômeno

complexo, que envolve a desagregação e o transporte das partículas de solo, a

infiltração da água e o armazenamento da parte precipitada, além do

escoamento superficial.

Sendo fundamentada em um processo físico energético, a erosão é

gerada a partir das interações de agentes ativo (vento e chuva) e passivo (solo)

do sistema natural, em que dependendo das características dos mesmos e

suas interfaces, este processo pode se transformar em trabalho, originando as

perdas de solo, água e outras substâncias do solo (CASSOL & REICHERT,

2002).

Dentre os tipos de erosão se encontra aquela que pode ser causada

tanto por fatores naturais quanto pela interferência antrópica, e que na maioria

das vezes resulta em um processo erosivo acelerado, que é denominada

erosão hídrica (PANACHUKI, 2003).

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No Brasil, a erosão hídrica é o principal fator capaz de tornar

insustentáveis os sistemas de produção agrícola e os impactos ambientais dela

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oriundos têm reflexos no aumento dos custos causando, anualmente, um

prejuízo econômico enorme ao país (HERNANI et al., 2002).

O processo complexo deste tipo de erosão se manifesta em

intensidade variável, dependendo da interação dos fatores clima, solo,

topografia, vegetação, uso da terra e práticas conservacionistas (PIRES et al.,

2006).

E pode ser dividido em três fases, sendo a primeira a desagregação

das partículas do solo que é a mais importante, consistindo no desprendimento

ou separação de grânulos individuais ou agregados de solo da massa que as

contém pela ação de agentes erosivos, a segunda o transporte do material

desprendido do seu local de origem e sua condução até a posição, onde serão

depositadas, e a última a deposição, que só ocorrerá quando a carga de

sedimentos em suspensão na água do escoamento exceder a sua capacidade

de transporte (PANACHUKI, 2008).

Com a finalidade de se avaliar as práticas de manejo e do grau de

deterioração do potencial agrícola das terras, a erosão hídrica é analisada de

acordo com a forma de manifestação na superfície do terreno, sendo

diferenciada em laminar, sulcos e em voçorocas (SANTOS & ANJOS, 2007).

Ainda segundo os mesmos autores a erosão laminar é caracterizada

como um tipo de remoção de solo incidente de forma mais ou menos uniforme

sobre a superfície de uma área, sendo resultante do escoamento superficial na

forma de fluxo laminar delgado, podendo ser turbulento pelo impacto das gotas

de chuva, e a erosão em sulcos é caracterizada por pequenos canais na

superfície do solo, onde há concentração de enxurrada e o escoamento

superficial ocorre na forma de fluxo concentrado, enquanto que a erosão em

voçorocas é vista como um estágio avançado da erosão em sulcos.

A variabilidade da erosão hídrica também se manifesta sobre a

superfície do terreno, sendo que as perdas de solo, água e nutrientes dela

resultantes são as principais responsáveis pelo empobrecimento das terras

cultiváveis, o que ocasiona uma diminuição acelerada da capacidade produtiva

e, consequentemente, insustentabilidade dos sistemas de produção agrícola

(BERTOL et al., 2004).

A erosão é um fenômeno de superfície e, por isto, as condições físicas

de superfície do solo desempenham papel primordial na mesma, dificultando-a

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ou facilitando-a, o que pode ser influenciado pelas práticas de manejo

utilizadas. As mais importantes condições físicas são a cobertura por resíduos

culturais, a rugosidade superficial induzida pelos métodos de seu preparo, a

presença de selos e, ou, crostas e a resistência do solo ao cisalhamento

(VOLK et al., 2004).

Assim torna-se importante salientar que o solo submetido ao cultivo

intensivo tende apresentar alterações na sua estrutura original, pela divisão

sucessiva dos agregados em unidades menores, com consequente redução no

volume de macroporos e aumento no volume de microporos e na densidade do

solo (PANACHUKI, 2003).

De acordo com Bertol et al. (2008) o preparo mecânico do solo além de

causar mudanças nas propriedades físicas de superfície e subsuperfície, altera

também a cobertura do solo, afetando diretamente a erosão hídrica pluvial,

sendo ainda que a densidade, rugosidade e porosidade são as propriedades de

superfície mais prontamente alteradas.

Em vários estudos alguns autores colocam que dentre as variáveis

primárias que influenciam a erosão hídrica do solo, a cobertura e a rugosidade

superficial são as mais importantes, sendo responsáveis por quase toda a

armazenagem de água e retenção de sedimentos da erosão na superfície do

solo (COGO, 1981 apud BERTOL et al., 2008).

A cobertura do solo disponibilizada pelos resíduos culturais deixados

na superfície tem ação direta e efetiva na redução da erosão hídrica, em

virtude da dissipação de energia cinética das gotas da chuva, diminuindo então

a desagregação das partículas de solo e o selamento superficial, além de

aumentar a infiltração de água (COGO et al., 2003). A mesma atua ainda na

redução da velocidade do escoamento superficial e, consequentemente, da

capacidade erosiva da enxurrada (SLONEKER & MOLDENHAUER, 1977).

A eficácia de qualquer prática recomendada para a diminuição dos

problemas relacionados ao processo erosivo do solo depende da quantidade

de resíduos vegetais mantidos sobre a superfície e, segundo Hayes (1984),

quanto maior o índice de cobertura vegetal da superfície, maior a efetividade no

controle da erosão.

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Na ausência de cobertura do solo por resíduos vegetais e assim dos

benefícios dela decorrentes, assume então importância redobrada na redução

da erosão hídrica a rugosidade superficial do solo (VOLK et al., 2004).

Assim a rugosidade superficial, ou microrrelevo do solo, que em

realidade é formado pelas diferenças nas medidas de alturas na superfície do

solo em distâncias relativamente pequenas (ALLMARAS et al., 1966), torna-se

fundamental para o armazenamento da água proveniente da chuva, bem como

o aumento da taxa de infiltração e da redução do escoamento superficial.

Em um solo preparado a rugosidade influencia a quantidade de água

que pode ficar retida nas depressões durante ou após uma chuva, de modo

que as pequenas depressões retêm por mais tempo a água empoçada na

superfície retardando o início do escoamento reduzindo a velocidade e a

energia cinética do escoamento, diminuindo, assim, o arraste e a dispersão de

agregados pela enxurrada evitando o início do processo erosivo (MELLO,

2004).

A rugosidade superficial do solo pode ser originada de duas formas,

pelas operações de preparo do solo e pelos resíduos vegetais deixados na

superfície por práticas anteriores (PANACHUKI, 2008), já seu decaimento é

influenciado pelo tipo e manejo de solo, e pelo volume e intensidade de chuva

e de enxurrada (BERTOL et al., 2006).

A chuva diminui a rugosidade, pois, ao incidir diretamente sobre o solo,

a energia cinética das suas gotas provoca separação das partículas de solo na

crista das microelevações, as quais são depositadas na base das

microdepressões do microrrelevo. Assim, as ondulações do microrrelevo

tendem a se tornar menos acentuadas ao longo da duração das chuvas

(ZOLDAN JUNIOR et. al., 2008).

Ao reduzir a rugosidade do solo à ação da chuva também pode

ocasionar a diminuição da retenção e da infiltração superficial de água no solo,

o que favorece o surgimento do selamento superficial, especialmente nas

microdepressões da rugosidade, o que acaba por refletir em maiores perdas de

água e solo aumentando assim a erosão hídrica (BURWELL & LARSON, 1969;

apud CASTRO et al., 2006).

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2.2 Atributos físicos do solo e erosão hídrica

O processo erosivo é influenciado diretamente pelas propriedades

físicas do solo, sendo que as que afetam a taxa de infiltração e permeabilidade

e aquelas que influenciam a resistência do solo às forças de dispersão, salpico

e transporte, são consideradas de maior importância nos estudos de erosão do

solo (SILVA,1994).

De acordo com Chaves et al. (1993) os atributos físicos do solo

regulam a infiltração e a movimentação da água ao longo do perfil,

influenciando o escoamento superficial e a resistência do solo ao impacto da

gota de chuva.

As práticas agrícolas utilizadas no preparo do solo provocam

mudanças nos atributos físicos e essas alterações podem ser permanentes ou

temporárias (LIMA, 2004), causando muitas vezes processos de degradação

irreversíveis.

Em seus estudos Silva et al. (2005) concluíram que alguns atributos

físicos do solo são modificados em função do manejo, fazendo com que as

perdas de solo e água sejam mais acentuadas no sistema de cultivo

convencional, no qual a camada compactada do solo é encontrada em maiores

profundidades quando comparada ao sistema de plantio direto.

Mello et al. (2003), pesquisando sobre as perdas de solo e água em

função do sistema de manejo aplicado a um Nitossolo Háplico, observaram que

o solo sob cultivo de soja, preparado com uma escarificação e uma gradagem

sobre resíduos de aveia, apresentou redução nas perdas de solo e água da

ordem de 85 e 34%, respectivamente, quando comparado ao solo preparado

convencionalmente.

Entre os aspectos negativos do preparo intensivo, destaca-se a

redução da estabilidade de agregados, a formação de camadas compactadas

subsuperficiais, aumento da taxa de decomposição de matéria orgânica e

exposição do solo à chuva, intensificando a erosão hídrica (ALEGRE et al.,

1991 apud DA SILVA et al. 2005).

Atualmente o impacto do uso e manejo do solo tem sido avaliado por

diversos pesquisadores, por meio da quantificação de vários atributos físicos,

dentre eles, estrutura, compactação do solo, densidade, porosidade total,

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tamanho e continuidade dos poros, condutividade hidráulica, estabilidade de

agregados (RAMOS, 2009).

Alguns destes atributos são tidos ainda como indicadores da qualidade

física do solo tais como a porosidade total, macroporosidade, microporosidade,

densidade do solo, resistência à penetração, permeabilidade do solo,

estabilidade de agregados e profundidade (SILVA et al., 2005).

De forma geral, essas propriedades funcionam como indicadores de

possíveis restrições ao crescimento radicular das culturas (FERNANDES et al.,

2007).

A porosidade total do solo é constituída pelo volume de vazios do solo

(ar e água), e também é inversamente proporcional à densidade do solo, sendo

que as características do espaço poroso de um solo estão intimamente ligadas

com os processos físicos, mecânicos e biológicos que ocorrem no mesmo,

apresentando interferência da textura, estrutura, compactação e teor de

matéria orgânica (EFFGEN et al., 2006).

Sendo também a porosidade de grande importância para muitos

processos relacionados ao solo, como infiltração, condutividade, drenagem,

retenção de água, difusão de nutrientes, crescimento de microrganismos,

raízes e pêlos absorventes (MOREIRA & SIQUEIRA, 2002 apud MENDES et.

al., 2006).

Os valores de porosidade do solo variam em geral de 0,3 a 0,6 m3.m

-3 ,

e solos de textura arenosa podem ser menos porosos quando comparados aos

solos de textura argilosa (KLAR, 1991).

Apesar de não ser um atributo dinâmico de qualidade do solo, a textura

tem um grande efeito no processo erosivo, pois influencia a desagregação pelo

impacto das gotas da chuva bem como pelo escoamento superficial

(REICHERT et al., 1992).

Se o preparo do solo afetar sua porosidade, afetará também a aeração

e a densidade, consequentemente, a morfologia radicular das culturas

implantadas (FERNANDES et al., 1999).

A densidade do solo por sua vez, é definida pela relação entre a massa

das partículas sólidas e o volume total do solo seco, levando em consideração

a porosidade, não apresentando valores constantes, podendo ser afetada pela

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textura, estrutura, grau de compactação e expansão do solo (EFFGEN et al.,

2006).

Esta propriedade é um importante indicativo das condições de manejo

do solo, pois reflete o arranjamento de suas partículas, que por sua vez define

as características do sistema poroso. O aumento da densidade do solo

restringe o crescimento radicular à medida que a raiz encontra poros menores

e em menor número (SANTOS et al., 2009)

Além da densidade a resistência à penetração está entre as

propriedades do solo que mais influi na expansão do sistema radicular, no solo,

podendo ocorrer naturalmente, resultante do impacto das chuvas, ou pela ação

de animais silvestres que transitam nestes locais (DALBEN & OSAKI, 2008). A

resistência à penetração é provocada pelo aumento da densidade do solo e o

grau aceito depende do propósito a ser atingido (FERNANDES & VITORIA,

1997).

A resistência do solo à penetração pode alterar o fluxo de água no solo,

reduzir a produtividade, além de aumentar os níveis de erosão, visto que

normalmente diminui a taxa de infiltração, aumentando o escoamento

superficial, pois a difusão da água depende do tamanho dos poros (SEIXAS;

OLIVEIRA & SOUZA, 1998).

Um dos atributos mais importantes para se avaliar a qualidade do solo

é a sua estrutura, porque complementa o estudo de avaliação do arranjo entre

sólidos e vazios (MENDES et al., 2006), pode ser considerada como uma das

propriedades mais suscetíveis às modificações antrópicas (ALLISON, 1973

citado por GUTH, 2010), sendo a degradação da estrutura do solo a causa da

perda de condições favoráveis ao desenvolvimento vegetal, predispondo o solo

à erosão hídrica acelerada (ALBUQUERQUE et al., 1995).

O solo quando submetido ao cultivo tende a perder a estrutura original,

pelo fracionamento dos agregados em unidades menores, com consequente

redução no volume de macroporos e aumentos no volume de microporos e na

densidade (CARPENEDO & MIELNICZUK, 1990).

Avaliações quantitativas sobre a estrutura dos solos podem ser feitas

por determinações indiretas por meio da quantidade de agregados estáveis em

água ou a seco, ou resistência dos agregados ao impacto de gotas de chuva

simulada, ou direta por alguns dos atributos físicos (MENDES et al., 2006).

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A melhoria da estrutura é acompanhada pelo aumento da

permeabilidade, pelo decréscimo na erodibilidade e pela redução no

escoamento superficial de água e, consequentemente, pela redução da erosão

hídrica e aumento da qualidade do solo (WISCHEMEIER, 1966 apud MENDES

et al., 2006).

2.3 Influência do manejo do solo na erosão hídrica

O manejo inadequado dos solos gerando erosão tem sido a principal

fonte causadora da poluição das águas superficiais e da degradação dos solos,

sendo que a não utilização de práticas conservacionistas tem comprometido

seriamente a qualidade da água dos rios e aquíferos confinados. Atualmente

medidas que minimizam os impactos negativos da agricultura no ambiente têm

sido incentivadas, buscando-se a utilização de práticas de uso e manejo do

solo que visem reduzir o volume do escoamento superficial e assim o processo

erosivo (RAMOS, 2009).

Dos componentes do manejo, o preparo do solo é a atividade que mais

influi no seu comportamento físico, pois atua diretamente na sua estrutura.

Além das modificações na porosidade e densidade, o manejo provoca

alterações na estrutura do solo, que afetam a retenção de água e a resistência

mecânica, entre outros efeitos (VIEIRA & KLEIN, 2007).

O preparo do solo envolve um conjunto de práticas que têm como

finalidade a preservação de suas características físicas, químicas e biológicas,

que ofereçam as condições ideais para a semeadura, a germinação e o

desenvolvimento das plantas (FERNANDES et al., 2007).

As áreas agrícolas sob preparo convencional são fortemente

suscetíveis à degradação do solo, pois neste sistema, ocorre intenso

revolvimento, com uma consequente desestabilização dos agregados

provocando o selamento superficial e assim o aumento do escoamento

superficial e a perda de solo (REICHERT, 2000).

O fenômeno de selamento superficial ou também chamado crosta

superficial, bastante comum em regiões de cultivo intensivo e principalmente

em solos sem cobertura vegetal, é causado pelo impacto das gotas de chuva,

que provoca a formação de uma camada superficial de maior densidade pela

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Page 19: Erosão Hidrica

destruição dos agregados do solo, de modo que as partículas menores em

suspensão penetram e obstruem os poros diminuindo a permeabilidade

(SHAEFER et al., 2002).

Devido os problemas rotineiramente causados pelo preparo

convencional, surgiram os preparos conservacionistas, que proporcionam

menor mobilização do solo e mantêm maior proteção da superfície com os

resíduos vegetais (PANACHUKI, 2003).

Os preparos de solo conservacionistas caracterizam-se pela pequena

movimentação mecânica do solo, manutenção de grande parte dos resíduos

culturais na superfície e elevação da rugosidade superficial, com exceção da

semeadura direta (BERTOL et al., 1987), o que garante a eficácia destes

sistemas de manejo no controle da erosão hídrica comparados com os

preparos convencionais (SCHICK et al., 2000).

Atualmente o plantio direto vem se consolidando como uma tecnologia

conservacionista, com sistemas adaptados às diversas regiões e níveis

tecnológicos desde o grande agricultor altamente tecnificado até o pequeno

que utiliza tração animal (SIQUEIRA, 2006).

O sistema plantio direto oferece mínima mobilização do solo e

manutenção dos resíduos culturais na superfície, diminuindo significativamente

as perdas de solo e de água por erosão hídrica. Os fatores que determinam à

redução da erosão hídrica neste sistema podem provocar mudanças na

estrutura e na porosidade do solo, quanto à infiltração de água e do

crescimento radicular, resultando em condições distintas daquelas

apresentadas pelos sistemas convencionais (FERNANDES et al., 2007).

Cassol et al. (2004) estudando o escoamento superficial e a

desagregação entre sulcos de um solo franco-argiloso-arenoso com resíduos

vegetais sob chuva simulada, constataram que com o incremento nas doses de

palha de 0,0 a 0,8 kg m-2, os valores de rugosidade hidráulica, que retratam a

resistência do solo ao escoamento, elevaram-se de 0,043 a 0,522 o que

acabou refletindo na redução da taxa de desagregação e nas perdas de solo.

Bertol et al. (2007) promovendo estudos sobre perdas de solo e água e

escoamento superficial em área cultivada sob semeadura direta com utilização

de um simulador de chuva de braços rotativos observaram que a quantidade de

sedimentos totais perdida por erosão hídrica neste tipo de semeadura foi

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Page 20: Erosão Hidrica

menor que a normalmente verificada no método convencional de preparo do

solo.

Em seu trabalho sobre perdas de solo e água num Latossolo Vermelho

aluminoférrico submetido a diferentes sistemas de preparo e cultivo sob chuva

natural, Beutler et al. (2003) observaram que os preparos de solo

conservacionistas foram mais eficazes em preservar algumas de suas

propriedades, em especial a semeadura direta que reduziu em 10 % a

densidade do solo e aumentou em 60 % o volume de macroporos em relação

aos sistemas de cultivo com preparo de solo convencional

Hernani & Fabrício (1999) avaliaram desde 1987 até 1997 em

Dourados-MS em área experimental da Embrapa, os efeitos de quatro sistemas

de manejo nas perdas de solo e água por erosão (escarificação com

escarificador de cinco hastes, gradagem com grade de 16 discos, plantio direto

e aração com arado de discos), aplicados todos os anos, antes da semeadura

da soja e do trigo cultivados em sucessão, e concluíram que o sistema de

plantio direto foi o mais eficaz no controle destas perdas, enfatizando que na

média do período de 1987 a 1994 as perdas de solo foram quatro, sete e nove

vezes menores e para as perdas de água três, quatro e seis vezes menores

que nos demais sistemas.

Comparando diferentes sistemas de manejo e sua influência nas

perdas de solo, água e nitrogênio por erosão hídrica Guadagnin et al. (2005)

concluíram que os sistemas conservacionistas de manejo do solo mostraram-

se mais eficazes, tanto em relação ao solo sem cultivo quanto ao preparo

convencional. A semeadura direta foi ainda mais eficaz do que o cultivo mínimo

na redução das perdas de solo e água, sendo que as perdas de solo foram

mais influenciadas do que as perdas de água pelos sistemas de manejo do

solo.

Os mesmos autores ressaltam ainda que a ineficácia dos preparos

convencionais na preservação e proteção das propriedades e qualidades do

solo pode ser explicada pela ausência de cobertura por resíduos vegetais,

baixa rugosidade superficial e alta quantidade de partículas desagregadas

prontamente disponíveis para o transporte, decorrentes do tratamento com

aração e gradagens, o que proporciona a diminuição da infiltração da água no

solo e aumento da enxurrada, agravando o processo erosivo.

11

Page 21: Erosão Hidrica

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Aspectos gerais

O trabalho foi realizado no período compreendido entre agosto de 2009

e julho de 2010, em área experimental da Unidade Universitária de

Aquidauana, Campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,

localizada a latitude Sul 20º20’, longitude a Oeste de Greenwich 55º48’, e

altitude média de 207 m, com declividade média de 0,04 m m-1 e solo

classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo distroférrico de textura areia

franca, com 771 g kg-1 de areia, 142 g kg-1 de silte e 87 g kg-1 de argila.

O clima regional é classificado, pelo sistema internacional de Köppen,

como “Tropical Quente, Sub-Úmido”, com precipitação média anual de 1.400

mm e temperatura média anual de 24ºC.

As perdas de solo e água foram avaliadas sob diferentes sistemas de

cultivo, através da utilização do infiltrômetro de aspersão InfiAsper/UFMS

(Figura 1), desenvolvido por Alves Sobrinho (1997).

FIGURA 1 - Infiltômetro de aspersão InfiAsper/UFMS desenvolvido por Alves Sobrinho (1997).

12

Durante todo o estudo o infiltrômetro foi calibrado para a aplicação de

uma intensidade de precipitação de 60 mm h-1, ajustando-se a abertura e o

Page 22: Erosão Hidrica

número de fendas no obturador (Figura 2) e a pressão de serviço em 32 kPa. A

calibração do infiltrômetro foi efetuada através da utilização de uma bandeja de

1,0 m de comprimento por 0,7 m de largura, colocada sob a área de ação do

equipamento para obtenção do volume precipitado.

FIGURA 2 - Sistema regulador da intensidade de precipitação (obturador rotativo, manômetro, bicos e registro).

A intensidade de precipitação (Ip), em mm h-1, fora determinada pela

relação:

tAVIp.

=

em que:

V = volume coletado, L;

A = área de coleta, correspondente à área da bandeja (0,70 m2);

t = duração da precipitação, h.

Um dispositivo de formato retangular (Figura 3) construído em chapas

de aço galvanizado número 16, foi utilizado para contornar a área da parcela

experimental (0,70 m2), permitindo a obtenção do volume de água escoado

superficialmente.

13

Page 23: Erosão Hidrica

FIGURA 3 - Dispositivo demarcador da área da parcela experimental (0,70 m2).

A área em que os experimentos foram conduzidos foi cultivada com

soja, sob dois sistemas de preparo (preparo convencional e sistema de plantio

direto), sendo no caso do preparo convencional, preparado com uma aração e

duas gradagens, e a semeadura efetuada em novembro de 2009. Os tratos

culturais foram devidamente realizados para garantir o desenvolvimento das

plantas, tais como irrigação, controle de pragas e doenças, entre outros.

As estimativas das perdas de solo e de água foram realizadas em três

tratamentos distintos, denominados de Tratamento 1 - plantio direto com

cobertura do solo; Tratamento 2 – sistema de plantio direto sem cobertura do

solo e Tratamento 3 - plantio convencional. O tratamento 1 apresentava o solo

com cobertura vegetal correspondente a 2 Mg ha-1, enquanto o tratamento 2

apresentava solo totalmente descoberto simulando uma situação bastante

frequente em muitas áreas produtivas, em que apesar da utilização do sistema

de plantio direto a presença de cobertura vegetal é mínima.

As parcelas experimentais utilizadas para avaliar as perdas de água e

de solo, correspondentes aos Tratamentos 1, 2 e 3 em estudo, podem ser

visualizadas na Figura 4.

14

Page 24: Erosão Hidrica

a)

b) c)

FIGURA 4 - (a) Parcela do Tratamento 1: plantio direto – solo com cobertura vegetal correspondente a 2 Mg ha-1; (b) parcela do Tratamento 2: plantio direto - solo desprovido de cobertura vegetal; (c) parcela do Tratamento 3: plantio convencional.

Análises físicas como densidade do solo, porosidade total, macro e

microporosidade do solo, foram realizadas através da coleta de amostras

indeformadas na área experimental, utilizando-se anéis volumétricos

centralizados nas profundidades de 2,5cm, 7,5cm e 15,0cm, seguindo o

procedimento sugerido pela Embrapa (1997).

A umidade inicial do solo, o tempo de início de escoamento superficial

e a energia cinética da precipitação foram também avaliados, em cada uma

das parcelas experimentais.

Para a determinação da umidade inicial do solo realizou-se antes do

início dos testes a coleta de amostras de solo em três profundidades (0 - 5; 5 -

10; 10 - 20 cm).

O tempo de início do escoamento superficial foi registrado com o

objetivo de verificar o intervalo de tempo entre o início da aplicação da chuva

simulada e o momento em que se inicia o escoamento superficial.

A determinação da energia cinética foi efetuada por meio do programa

computacional denominado EnerChuva, desenvolvido por Alves Sobrinho et al.

(2001), considerando a altura do bico precipitador, a pressão de serviço e a

intensidade de precipitação, no final de cada teste com o simulador de chuvas.

A partir do conhecimento dos valores desses elementos o programa calcula o

valor da velocidade média de impacto das gotas no solo e da energia cinética

por unidade de área, através da seguinte equação:

Ec/a = (10-3 / 2) ρw L v2

em que:

15

Page 25: Erosão Hidrica

Ec/a = energia cinética por unidade de área, J m-2;

ρw = massa específica da água, kg m-3;

L = lâmina média de água aplicada pelos bicos, mm;

v = velocidade terminal da gota, m s-1.

3.2 Determinação das perdas de solo e água O pré-molhamento das parcelas experimentais antes do início da coleta

dos dados de escoamento superficial foi executado mediante a calibração do

simulador para a aplicação de uma intensidade de chuva de 60 mm h-1, até que

ocorresse a saturação do solo, mas sem que houvesse escoamento superficial

e o carreamento de solo para a calha coletora, tal procedimento garante

condições mais uniformes de umidade a todas as parcelas (COGO et al.,

1984). Após 24 h da realização do pré-molhamento das parcelas, as

avaliações de perdas de solo e de água tiveram início, com a coleta de dez

amostras do volume escoado em cada parcela, em recipientes de 1 litro,

durante 6 minutos, para cada coleta, conforme Varella (1999).

A coleta da primeira amostra foi iniciada quando se verificou o

escoamento inicial de água na calha coletora, e se durante o intervalo de 6

minutos o recipiente ficasse completamente cheio, a coleta era interrompida e o

tempo registrado.

O tempo de início do escoamento superficial foi também registrado

para cada parcela do experimento, sendo o mesmo correspondente ao

intervalo de tempo compreendido entre o início da aplicação da chuva artificial

e o início da coleta.

Ao fim de toda a avaliação de campo as amostras eram encaminhadas

para o laboratório e ficavam em frascos vedados até serem feitas as medições

da massa de solo e do volume de água escoado, tal procedimento foi realizado

no laboratório de Solos da Unidade Universitária de Aquidauana da UEMS.

As amostras contidas nos frascos coletores receberam gotas de ácido

clorídrico (HCl), com o objetivo de propiciar a floculação do material sólido em

suspensão e logo em seguida, retirou-se o excesso de água e seu volume foi

quantificado e registrado, as amostras de material sólido foram então

16

Page 26: Erosão Hidrica

colocadas em estufa, à temperatura de 60 oC, por um período de tempo até

que houvesse a completa evaporação da água contida nas mesmas. A

umidade retida nas amostras foi determinada e acrescida ao volume de água

registrado.

3.3 Análise Estatística

As determinações das perdas de solo e de água foram feitas em três

tratamentos, dispostos no delineamento experimental de blocos casualizados,

com quatro repetições, ocorrendo, portanto, um total de 12 parcelas

experimentais. Em cada tratamento foram avaliadas as perdas de solo e de

água referentes aos diferentes sistemas cultivo.

Para avaliar o efeito das chuvas aplicadas nos diferentes sistemas de

cultivo, e obter uma estimativa da variância residual, foi feita análise de

variância dos dados obtidos, com a posterior aplicação do Teste de Tukey a

5% de significância, para a comparação de médias. A análise estatística foi

feita utilizando-se o programa denominado Sistema para Análises Estatísticas e

Genéticas (SAEG).

17

Page 27: Erosão Hidrica

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Atributos Físicos Os valores de umidade inicial, densidade do solo, porosidade total,

energia cinética da chuva simulada e o instante de início do escoamento

superficial de água no solo nas três profundidades e nos diferentes sistemas

experimentais avaliados, são apresentados na Tabela 1.

TABELA 1 - Valores médios de umidade inicial do solo, densidade do solo, intensidade de precipitação aplicada, energia cinética da chuva simulada, relação percentual entre a energia cinética da chuva simulada e a natural (Ecs/Ecn), tempo de início de escoamento superficial.

Profundidade SPDCC SPDSC PC (cm) Umidade inicial do solo (% a base massa) 0 - 5 17,07 a 18,25 a 15,37 a

5 - 10 15,49 a 17,39 a 14,31 a 10 - 20 14,59 a 14,12 a 13,63 a

Densidade do solo (Mg m3) 0 - 5 1,35 Ba 1,35 Ba 1,30 Ba

5 - 10 1,48 ABa 1,48 ABa 1,48 ABa 10 - 20 1,60 Aa 1,60 Aa 1,65 Aa

Porosidade Total (%) 0 - 5 49,06 49,06 50,94

5 - 10 44,15 44,15 44,15 10 - 20 39,62 39,62 37,74

Energia cinética da chuva simulada (kJ m-2) 1,66 1,53 1,51

Ecs/Ecn (%) 93,88 93,88 93,88 Tempo de início do escoamento superficial (min.) 7,00 a 1,90 b 0,90 b

SPDCC: sistema de plantio direto com cobertura do solo; SPDSC: sistema de plantio direto sem cobertura do solo; PC: plantio convencional. Médias seguidas com a mesma letra maiúscula na mesma coluna e minúscula na mesma linha não diferem entre si a 5% de significância pelo Teste de Tukey.

Observando os dados da umidade inicial, verifica-se que não houve

diferença estatística entre os tratamentos, fato que pode ser atribuído ao efeito

do pré-molhamento das parcelas, que garantiu uma maior homogeneidade no

sistema.

18

A densidade do solo não variou significativamente entre os

tratamentos, considerando-se a mesma profundidade, enquanto que, para cada

tratamento, os valores de densidade aumentaram conforme o aumento da

Page 28: Erosão Hidrica

profundidade avaliada. Este fato pode ter ocorrido devido à possibilidade de

compactação de sub-superfície, já que a área avaliada tem sido submetida

consecutivamente ao manejo mecanizado, que ocasiona na maioria das vezes

o adensamento do solo, o que corrobora com o estudo de Effgen et al. (2006)

que atribuem os valores encontrados de densidade do solo acima da média ao

constante manejo mecanizado na área de estudo.

Beutler et al. (2006) estudando o efeito da compactação na

produtividade de cultivares de soja em um Latossolo Vermelho obtiveram como

resultado que o tráfego de máquinas sobre o solo aumentou a compactação,

verificando aumento da resistência à penetração pelas raízes da soja, da

densidade do solo e da microporosidade além da redução dos macroporos.

O manejo sucessivo com plantio convencional na área de estudo

utilizando-se sempre os mesmos implementos agrícolas pode também ter

culminado na compactação do solo logo abaixo da camada arável, originando

então o chamado pé-de-grade, além disso, o uso de sistemas convencionais

influencia na diminuição da matéria orgânica do solo devido as perdas pela

erosão hídrica, e Da Silva et al. (2005) correlacionam ainda o aumento da

densidade do solo com a diminuição no teor de matéria orgânica nas maiores

profundidades.

A porosidade do solo apresentou valores inversamente proporcionais

aos da densidade, relação que já havia sido colocada por Effgen et al. (2006),

resultados como estes foram também verificados por Loss et al. (2009) onde os

menores valores de porosidade foram obtidos nas áreas que apresentaram as

maiores densidades do solo.

Spera et al. (2004) avaliando atributos físicos em diferentes

profundidades em quatro sistemas de produção integrando grãos observaram

diferenças na porosidade total em todas as camadas, com exceção de uma,

sendo que a porosidade total diminuía da camada 0-5 cm para a camada 10-15

cm, indicando segundo os mesmos a degradação da estrutura do solo.

19

Mello Ivo & Mielniczuk (1999) colocam que atualmente os métodos de

preparo de solo como o reduzido e a semeadura direta estão sendo utilizados

em substituição aos preparos convencionais principalmente por provocarem

estruturas diferentes em todo o perfil do solo, as quais podem influenciar o

desenvolvimento do sistema radicular das plantas e a produtividade.

Page 29: Erosão Hidrica

Avaliando os atributos físicos e o carbono orgânico de um Argissolo

Vermelho sob sistemas de manejo Cruz et al. (2003) observaram que a

porosidade total na camada de 0,0-0,10 m nos dois sistemas convencionais

estudados apresentaram maiores valores quando comparados aos sistemas de

plantio direto e campo nativo, com 37,77; 39,08; 32,64 e 34,32%,

respectivamente, o que foi atribuído ao maior revolvimento do solo no plantio

convencional e a compactação por máquinas e pisoteio animal nos demais,

além disso os resultados para a microporosidade nos preparos convencionais

foram maiores na camada 0,10-0,20 m valores que segundo os autores são

resultantes das operações de preparo do solo o que ocasionou o chamado pé-

de-grade na área estudada.

O maior intervalo de tempo para o início do escoamento superficial foi

observado no tratamento SPDCC possivelmente em decorrência da presença

do material vegetal sobre a superfície do solo que aumentou a sua rugosidade

superficial, fazendo com que a água da chuva ficasse retida nas pequenas

depressões existentes no terreno.

O menor valor de energia cinética foi observado no tratamento com o

menor tempo de início de escoamento superficial, onde o solo ficou menos

tempo sob a ação da chuva simulada, o que demonstra a suscetibilidade aos

processos erosivos deste solo nestas condições mesmo submetido a uma

chuva de curta duração.

Já Volk et al. (2004) comparando o preparo convencional com resíduo

cultural incorporado, o preparo convencional com resíduo cultural removido, a

semeadura direta com resíduo cultural removido e retornado e uma área sem

cultivo, observaram que os tratamentos sob preparo convencional

possibilitaram maior infiltração e retiveram por mais tempo a enxurrada nas

microdepressões o que resultou em maiores tempos para o início do

escoamento do que na semeadura direta, o que se deve não somente por a

mesma apresentar mínima rugosidade e superfície consolidada, mas também

na maioria das vezes maior densidade, fatores que atuando em conjunto

dificultam a infiltração e favorecem o escoamento superficial.

20

Page 30: Erosão Hidrica

4.2 Perdas de Solo

Os valores médios acumulados da massa de solo após aplicação de

precipitação pluviométrica simulada com intensidade de 60 mm h-1 sobre os

tratamentos em estudo, são apresentados na Figura 5.

FIGURA 5 - Perdas acumuladas de solo (g m-2).

Estabelecendo-se uma análise comparativa entre os três sistemas de

cultivo, verifica-se que houve maiores perdas de solo na área com plantio

convencional do que nas áreas de plantio direto com e sem cobertura do solo,

o que pode ser atribuído ao fato de neste sistema o solo ser bastante revolvido

favorecendo o carreamento das partículas do solo pela enxurrada, além de não

apresentar cobertura vegetal que auxilia na dissipação da energia cinética das

gotas da água responsável pela desagregação do solo.

Os resultados encontrados neste trabalho corroboram com os de

Schick et. al (2000) em que as perdas de solo no preparo com uma

aração+duas gradagens foram cerca de 1,5 e 3 vezes maiores do que aquelas

ocorridas no preparo com escarificação+gradagem e semeadura direta,

respectivamente, sendo constatada a eficácia da semeadura direta no controle

da erosão nas perdas de solo que foram de duas a três vezes menores que

nos demais preparos.

21

Page 31: Erosão Hidrica

Guadagnin et al. (2005), trabalhando com perdas de solo, água e

nitrogênio por erosão hídrica em diferentes sistemas de manejo, constataram

que as maiores perdas de solo foram nos tratamentos sob preparo

convencional, o que foi explicado pela pequena quantidade de cobertura por

resíduos vegetais, baixa rugosidade superficial e alta quantidade de partículas

desagregadas e disponíveis para o transporte, decorrentes do preparo com

aração e gradagens, propiciando a menor infiltração e aumento da enxurrada

em relação aos demais tratamentos, constatou-se ainda uma eficácia de até

99% no controle de erosão na semeadura direta em relação ao preparo

convencional.

Em seu trabalho Mello et al. (2003) observaram que as perdas de solo

em uma área cultivada com a semeadura direta de soja sobre o campo natural

dessecado e a semeadura direta de soja sobre o campo natural dessecado e

queimado foram menores que as apresentadas por todos os outros

tratamentos, resultado originado não somente pelos fatores que influem na

enxurada (rugosidade e cobertura do solo), mas também à melhor condição de

estrutura que influenciou o tempo necessário para a enxurrada atingir sua taxa

máxima e a menor quantidade de partículas soltas na superfície do solo.

Os Argissolos com textura areia franca em geral como o presente na

área de estudo apresentam uma estrutura fraca e uma baixa estabilidade de

agregados, de modo que quando submetidos ao preparo convencional tornam-

se mais vulneráveis ao processo erosivo, devido principalmente ao

revolvimento causado pelos implementos agrícolas utilizados neste sistema,

que provoca a desagregação das partículas do solo facilitando o seu

carreamento pela enxurada aumentando as perdas de solo e propiciando o

início da erosão.

22

Page 32: Erosão Hidrica

4.3 Perdas de Água

Os valores médios de massa de água após aplicação da chuva simulada

sobre os tratamentos em estudo, são apresentados na Figura 6.

FIGURA 6 - Perdas acumuladas de água (10-3 m3 m-2).

Na figura acima observa-se que as maiores perdas de água ocorreram

nos tratamentos sob plantio convencional e sistema de plantio direto sem a

presença de cobertura do solo.

O tratamento sob sistema de plantio direto com a presença de

cobertura do solo, mostrou uma maior eficiência no controle das perdas de

água, o que se justifica pela importância da cobertura vegetal que atua

diminuindo o impacto das gotas de chuva e também como barreira de contenção

ao escoamento superficial de água no solo, proporcionando, com isso, menor

desagregação e maior tempo de permanência da água sobre a superfície,

favorecendo a infiltração de água no solo.

Siqueira (2006) ressalta que se a presença de palha sobre o solo não

fosse uma das características do plantio direto o escoamento superficial neste

sistema poderia ser ainda maior que no preparo convencional, devido o não

revolvimento do solo e a frequente formação da camada compactada, sendo que

além de atuar positivamente na taxa de infiltração e no armazenamento de água

23

Page 33: Erosão Hidrica

os resíduos vegetais aumentam o teor de matéria orgânica no solo e

consequentemente proporcionam uma maior estabilidade dos agregados.

Resultados encontrados por De Lima et. al (2010) enfatizam os

benefícios dos resíduos vegetais ao solo, pois observaram que os maiores

índices de perdas de água em situação de chuva simulada foram obtidos na

condição de solo descoberto com 0 ton de palha (100%) em relação aos

demais valores de cobertura 2, 4 e 8 ton, com 58,66, 55,47 e 42,79%

respectivamente, o que foi atribuído ao efeito benéfico da palhada de caráter

físico no solo, de modo que no solo descoberto as maiores perdas foram

causadas pela ação erosiva das gotas da chuva.

Em seu estudo Da Silva et. al (2005) avaliando o efeito da cobertura

nas perdas de solo em um Argissolo Vermelho Amarelo utilizando simulador de

chuva observaram que elevando-se a porcentagem de 0 a 80 % de cobertura

vegetal houve uma redução em média de 68,8%; 78,7%; 61,5% e 83,6% nas

perdas de água para as intensidades de 60, 80, 100 e 120 mm h-1.

Em seus estudos Amorim (2003) observou que a presença da

cobertura vegetal reduziu significativamente as perdas de solo e água,

alcançando 95% e 68%, respectivamente, quando as perdas observadas nas

parcelas com cultivo de milho morro abaixo foram comparadas com aquelas

observadas na parcela com solo descoberto e preparado no sentido do declive

(parcela padrão). O mesmo autor observou ainda que a cobertura vegetal

associada ao preparo em nível proporcionou uma redução de 99% de perda de

solo e 87% de perda de água, quando comparada com a parcela padrão.

A tendência de diminuição de cobertura do solo e aumento nas perdas

de água é ressaltada ainda por Guth (2010) ao colocar que em seu estudo nos

sistemas de rotação nos quais ocorreu menor adição de massa seca ao solo,

consequentemente de cobertura vegetal ocorreu um aumento significativo nas

perdas de água.

Cogo et al. (2003) trabalhando em um Latossolo Vermelho no Rio

Grande do Sul, constataram que as diferenças nas perdas de água mostraram

tendência de serem maiores no preparo convencional e um pouco menores no

preparo reduzido, ficando a semeadura direta em posição intermediária, sendo

ainda a mesma colocada como o preparo de maior eficácia no controle da

erosão.

24

Page 34: Erosão Hidrica

Torna-se importante salientar que em todos os sistemas estudados a

maior densidade obtida nas camadas mais profundas na área experimental

afeta diretamente o processo de infiltração da água no solo o que

consecutivamente reflete-se nas perdas de água, visto que à medida que se

torna mais difícil à infiltração maior é o escoamento superficial.

25

Page 35: Erosão Hidrica

5. CONCLUSÕES

1) As análises físicas em especial as de porosidade e densidade

indicaram a possível presença de uma camada compactada logo a abaixo da

camada arável (pé-de-grade).

2) O plantio convencional devido às suas características de

revolvimento que provocam uma maior desagregação do solo e consequente

disponibilização de partículas a serem carreadas apresentou as maiores

perdas de solo em relação aos demais sistemas de manejo.

3) O sistema de plantio direto com a presença de cobertura vegetal

de 2 Mg ha -1 se mostrou o mais eficiente no controle das perdas de água.

4) A presença dos resíduos vegetais propicia um teor maior de

matéria orgânica no solo auxiliando na estabilidade dos agregados, e assim

diminuindo as perdas de solo e água.

26

Page 36: Erosão Hidrica

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, J. A. et al. Rotação de culturas e sistemas de manejo do solo: efeito sobre a forma da estrutura do solo ao final de sete anos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 19, n. 1, p. 115-119, 1995. ALLMARAS, R. R. et al. Total porosity and roughness of the interrow zone as influenced by tillage. USDA, 22p. (Cons. Res. Report, 7), 1966. ALVES SOBRINHO, T. Desenvolvimento de um infiltrômetro de aspersão portátil. Tese de Doutorado, Viçosa, MG. UFV, 1997. 85p. ALVES SOBRINHO, T. et al. Programa computacional para a definição de parâmetros hidráulicos utilizados na determinação da energia cinética da chuva simulada em infiltrômetro de aspersão. Engenharia Rural, Piracicaba, v.12, p.28-35, 2001. AMORIM, R. S. S. Avaliação dos modelos de predição da erosão hídrica USLE, RUSLE e WEPP para condições edafoclimáticas Brasileiras. Tese de Doutorado. 2003. 116p. Universidade federal de Viçosa. Viçosa, MG. BERTOL, I.; COGO, N.P. & LEVIEN, R. Relações da erosão hídrica com métodos de preparo do solo, na ausência e na presença de cobertura por resíduo cultural de trigo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 11, p.187-192, 1987. BERTOL, I. et al. Perdas de fósforo e potássio por erosão hídrica em um Inceptisol sob chuva natural. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.28, n.3, p.485-494, 2004. BERTOL, I. et al. Parâmetros relacionados com a erosão hídrica sob taxa constante da enxurrada, em diferentes métodos de preparo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 30, p.715-722, 2006. BERTOL, I. et al. Efeito de escarificação e da erosividade de chuvas sobre algumas variáveis de valores de erosão hídrica em sistemas de manejo de um nitossolo háplico. Revista Brasileira de Ciência do Solo. Viçosa, v. 32, p.747-757, 2008.

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Page 37: Erosão Hidrica

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