esacto edicao 26

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Edição nº 26 Maio/Junho de 2012 Preço: 0.20 esas. C C o o m m u u n n i i c c a a c c o o m m o o m m u u n n d d o o ! !

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edição 26 online

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Edição

nº 26 M

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2012 P

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s.

CCoommuunniiccaaccoomm oommuunnddoo!!

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Editorial

É desde o nascimento que os seres humanos iniciam o seuprocesso de comunicação com os outros e o mundo. Umrecém­nascido, mesmo sem saber falar, expressa­se atravésde sinais emocionais que não deixam de ser uma linguagem.Desta forma, desde cedo, e ao longo de toda a vida, acomunicação é intrínseca ao ser humano. A comunicação ea linguagem são, então, dois assuntos chave desta últimaedição do ano lectivo 2011/2012. É assim que nos vamosdespedindo de mais um ano na Escola Secundária deAlbufeira.Por conseguinte, é com todo o gosto que vos deixamos estaedição com uma visão sobre o tema. É de não perder aentrevista à professora Vera Duarte, de Espanhol, que irárevelar os beneficios do conhecimento de várias línguas emuito mais. O professor Fernando Carvalho direccionará,como sempre, uma luz filosofica sobre o tema no seu artigo"Bilhete sobre a linguagem". A secção "Do outro lado"mostra desfios para todos os alunos da ESA, com a"Universidade de Verão" e um destaque sobre a Universida­de Coimbra. Tudo isto e muito mais, nesta edição sobreComunicação e Linguagem.Ainda antes do Verão, a equipa esacto será ajudada pelosalunos que participaram na visita ao Parlamento dos Joenspara realizar um número especial que se candidatará ao pré­mio reportagem deste programa.Neste final de ano, a equipa ESActo deseja a todos osalunos de 11º e 12º anos um excelente estudo para osexames e uns óptimos resultados, para que não haja décimasnem centésimas que possam comprometer o seu futuro!Para os alunos de 10º um excelente Verão, que já está aporta.Voltaremos às edições regulares no próximo ano lectivo,com outra equipa ESActo, e, espero eu, mais leitores donosso Jornal escolar.

Para que este Verão possa ser interessante e informativo,todas as edições do ESActo em versão on­line encontram­sena página: hhttttpp////eessaaccttoo..eessaa..pptt//eeddiiççõõeess..hhttmmll.

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CCoommuunniiccaannddoo

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Para reflectirBBii llhheettee ssoobbrree aa ll iinngguuaaggeemm

Na tradição intelectual doOcidente, as palavras forammuitas vezes pensadas comoimagens distorcidas e fugazes darealidade. Se os acontecimentose experiências que afetam umaexistência fossem uma noz, alinguagem apenas deslizariasobre a sua casca, impotenteperante o abismo que separa asnossas almas, incapaz deconstruir significados comuns.E, contudo, a linguagem verbal éincomparavelmente mais precisado que qualquer outra forma decomunicação, conseguindoesculpir com minúcia oscontornos da vida psíquica. Alinguagem teve origem no desejode ordenar o caos primitivo dasemoções e ideias – por exemplo,ao dar um nome a uma emoçãopasso a atribuir­lhe uma forma, e A tradição intelectual doOcidente valorizousobretudo o conteúdo cognitivodas palavras, a função deexprimir estados de coisas,factos. Mas a linguagem possuiuma função efabuladora, queinventa histórias (os deuses,criados pelos poetas esacerdotes, perante os quais nosajoelhamos!...). Histórias comoas lendas, os mitos de origem, asalegorias dos livros religiosos,são modelos que as nossas vidasmaçadoras imitam; funcionamcomo guiões de um filme,determinando em grande partequais os projetos a realizar e osignificado das nossas emoçõese escolhas (embora essasnarrativas sejam reinventadasincessantemente pelo esforço deinterpretação dos homens).

Professor Fernando Carvalho

ao pensar nas relações desemelhança, oposição ouinterdependência que mantémcom todas as outras emoções,acrescento­lhe novascaracterísticas – bem como nanecessidade do indivíduo rompero seu isolamento claustrofóbico(a comunicação verbal alargouimensamente o poder de nosinfluenciarmos; sentimos umprofundo prazer escutando ostons e ritmos das palavras dosoutros). E o uso social dalinguagem deu origem aoespantoso desdobramento de sipróprio (um duplo interior), umdiálogo de si para consigo, váriasvozes, nem sempre concordantes,dentro de si mesmo (uma voz queé o policia, outra o homem queage segundo o seu desejo, aindaoutra que se arroga julgar im­

parcialmente,…).Alinguagem poética usapalavras que despertam imagensno espírito do ouvinte/leitor, opoeta queria que as suaspalavras fossem como a luz quemostra os objetos à vistahumana, de uma forma tãoimediata e clara. Já nalinguagem filosófica se realiza omovimento subterrâneo deescavar o significado daspalavras, pensando­as de modoa evitar o seu uso mecânico eimpessoal.

II IIII

IIIIII

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Por dentro

Como seria a vida sem alinguagem como aconhecemos? Esta questão é, nomínimo, pertinente. A verdade éque nunca ninguém se debatemuito sobre ela, mas eu creio queé tão importante como o encontroda definição de Ser Humano.Isto porque, ser humano, é muitomais que andar na vertical ou serracional.Para se ser racional, é precisosaber­se comunicar, nem que sejaconsigo próprio. Então, serhumano é ter linguagem, éencontrar palavras que traduzamo que se sente, pensa ou faz. Serhumano é poder estabelecerrelações com outros humanosatravés da linguagem, dacomunicação. É através daspalavras que nos damos aconhecer, mais do que comacções ou gestos. A palavra é oespelho da alma, que reflecte averdadeira essência da pessoahumana.

Agora surge a questão: mas hápessoas que utilizam as palavraspara manipular, para enganar,para iludir e tirar proveito disso.Assim sendo, nem sempre aspalavras seriam um espelho daalma. Pois refuto desde já estaideia. É um facto que não possoignorar nem desmentir que,infelizmente, o Homem tem atendência de dar um uso poucodigno das suas capacidades.Contudo, se usa o dom dacomunicação para enganar emanipular, então é essa a suaverdadeira essência. Há quem

Adriana Calado

PPaallaavvrraass mmiinnhhaass,,eessppeellhhoo mmeeuu .. .. ..

diga que não há pessoas más.Talvez não quando nascem. Maso Homem é um ser em constantemodelagem e aprendizagem.Como tal, é bem provável quealguns se tornem «maus», porquenão os ensinaram a serem«bons».Tendo em conta esta ordem deideias, pergunto­me se seríamosmesmo humanos se não nospudéssemos espelhar naspalavras desta forma. Será queseria possível termos relaçõesafectivas? Poderíamos ficar a

conhecer o outroverdadeiramente? Será que nosconheceríamos a nós próprios?A questão fica, mas a respostatem que ser encontrada por cadaum de nós, pois não há umaresposta totalmente correcta ouincorrecta. Deixo apenas odesafio de se imaginarem semlinguagem. Como pensariam?Como tomariam decisões?Como espelhariam aquilo querealmente são? E, acima detudo, pergunto: Seriamos aindahumanos?

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Por dentro

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AA iimmppoorrttâânncciiaa ddaa ll iinngguuaaIImmppoorrttaannccee ooff llaanngguuaaggeeLLaa iimmppoorrttaanncciiaa ddee llaa lleenngguuaaDDiiee BBeeddeeuuttuunngg ddeerr ZZuunnggeell '' iimmppoorrttaannccee ddee llaa llaanngguuee

Patrícia Silva

De facto, a língua faz parte davida de todos os sereshumanos sendo omnipresente.Todos nós partilhamos acapacidade de comunicar, ela étransversal. Sem a linguagem anossa vida seria dificultada, poisesta permite­nos desenvolvercapacidades, transformar eevoluir a realidade.Por um lado, a língua é um bemfundamental na vida de um serhumano, quer seja expressaatravés de gestos ou através dafala, mas nem todas as pessoastêm as mesmas capacidades. Porexemplo, os indivíduos mudosexpressam­se através de gestos.Os invisuais usam o tacto paracomunicar, através do Braille. Éde mencionar, que as váriaslínguas são importantes tambémpara história, pois elas sãopartilhadas por culturas, povos,religiões diferentes. Vejamos, emRoma, antes de Cristo, já existiaa Igreja Ortodoxa e a IgrejaCatólica. Cada uma delasutilizava uma língua diferente. AIgreja Ortodoxa utilizava o gregoe a Igreja Católica recorria aoLatim. Não podemos negar que épossível reconhecer os diferentespovos através de diferenteslínguas e pronúncias. A língua

faz parte da cultura, sendo elauma parte muito importantedesta. Vejamos o exemplo deMacau. As pessoas mais idosasainda falam português, istoporque no passado Macau estevesob administração portuguesa. Étambém através da comunicaçãonas várias línguas que sãoexpressas as diferentes ideias,opiniões, crenças e permite­nosconhecer melhor as pessoas comque nos relacionamos. Com isto,é possível atingir um progressoda realidade actual. O debate deideias é indispensável para aevolução e o melhoramento dacomunidade. Havendo uma trocade opiniões torna­se possível acomplementação de ideias eopiniões, fazendo com que sejabom viver em sociedade edesenvolver o que nos rodeia.Por outro lado, de um ponto devista mais contemporâneo, edevido à toda a dinâmica daglobalização, compreender efalar outros idiomas, dá­nos aoportunidade de estudar e/outrabalhar no estrangeiro etambém de viajar para paísesdiferentes para uma melhornoção do país e da cultura domesmo. Na área dos Estudos,temos o ERASMUS, o programa

de intercâmbio de alunos. Dá­nosa possibilidade de estudar noestrangeiro durante umdeterminado período de tempo,melhorando a interacção entre asdiferente culturas e etnias, ajuda­nos, também, a melhorar a nossacapacidade de falar diferenteslínguas. Saber mais que a línguamaterna possibilita a abertura deportas para uma vida melhor, porexemplo, hoje em dia existemuitos empregos onde énecessário ser conhecedor dalíngua inglesa. Com aaprendizagem de novos dialetos apopulação dos vários paísesinteragem de uma forma muitomais simples, rápida,consentindo assim a aproximaçãoentre as várias etnias. Com estaaproximação através dacomunicação há ummelhoramento das várias línguas,adoptando assim novos termos,ao qual chamamosestrangeirismos, como porexemplo: “ok”, “mi casa es sucasa”, “cool” ou “hasta la vista”.É sempre bom saber um poucode cada língua, nem que seja paradizer: “je ne s’est pas parléfrançais”.

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Na 1ª pessoa

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AA pprrooffeessssoorraa éé pprrooffeessssoorraa ddeellíínngguuaass.. PPaarraa ccoommeeççaarr,,ggoossttaarrííaammooss ddee ssaabbeerr oo ccuurrssoo eemmqquuee ssee ffoorrmmoouu ee aa uunniivveerrssiiddaaddee,,ppaarraa ppooddeerr sseerr pprrooffeessssoorraa ddeeLLíínngguuaass::Formei­me em Língua Espanholae Portuguesa na Universidade daBeira Interior, na Covilhã.CCoonnssiiddeerraa qquuee ooss ccuurrssooss ddeeLLíínngguuaass ssããoo iimmppoorrttaanntteess ppaarraannóóss?? TTeerrããoo uumm oorrggaanniizzaaççããooaaddeeqquuaaddaa ppaarraa ggaarraannttiirr oo ssuucceessssooddooss aalluunnooss??Na minha opinião, o curso nãoestava bem estruturado, porque o

que eu aprendi mais a nível doportuguês, no activo, de poucome serviu. Porque os professoresque tive eram já doutorados, emuitas das vezes sabiam de mais,mas não sabiam expressar bemaquilo que queriam transmitir. Jáa nível do espanhol aprendimuito mais, sem dúvida alguma.Mas, é claro que tudo o que seaprende é sempre importante.JJáá qquuee eessttaa eeddiiççããoo éé ppaarraa ddaarr aaccoonnhheecceerr aaooss aalluunnooss aass vvaannttaaggeennssddee ttiirraarr oo ccuurrssoo ddee llíínngguuaass,, ppeennssaaqquuee oo ffaallaarr mmuuiittaass llíínngguuaass éé bboomm??Acho que é vantajoso, porquepara além de ser importante

saberes expressar­te emportuguês é também importantesaberes expressar­te noutraslínguas. Hoje em dia, os livrosda universidade, para além deserem traduzidos em inglês, sãotambém traduzidos em espanhol.Daí ser importante saber asvárias línguas.AAttéé ppaarraa ttrraabbaallhhaarr nnooeessttrraannggeeiirroo……Sim, até porque hoje em dia, damaneira como o país se encontra,acho que é uma boaoportunidade pensar ememigrar...CCoommoo aa pprrooffeessssoorraa ssaabbee,, oossaalluunnooss eessccoollhheemm,, nnaa mmaaiioorriiaa,, aaddiisscciipplliinnaa ddee eessppaannhhooll.. PPoorrqquuee ééqquuee aacchhaa qquuee oo ffaazzeemm?? SSeerráá rreeaallmmeenntteeppoorr qquueerreerreemm aapprreennddeerr uummaa nnoovvaallíínngguuaa oouu aappeennaass ppaarraa aauummeennttaarr aammééddiiaa??Primeiro, acho que não é tãofácil como pensam, masconseguem ter melhores notasem espanhol do que noutralíngua. Segundo, pelaaproximação das duas línguas. E,normalmente, os de Ciências eTecnologias, que são os alunosque escolhem mais, continuamaté ao 12º ano com o objectivode subir a média. A médiainteressa­lhes. Ou, então, éporque querem estudar paraMedicina, com o objectivo deirem para Espanha, já que asmédias aqui são muito altas, porisso vêem isso como umaoportunidade de conseguirembrilhar lá fora.AAttéé ppoorrqquuee oo EEssppaannhhooll éé ddaassllíínngguuaass mmaaiiss ffaallaaddaass nnoo mmuunnddoo,,oo FFrraannccêêss ttêêmm aannddaaddoo eemmrreecceessssããoo……Sim, mas até mesmo o portuguêsé importante, porque mesmo osalunos de Ciências e Tecnologiasquando chegam à universidade,pecisam escrever muito, acomeçar pelo relatório, e váriosprofessores queixam disso

IInnDDiiáállooggoo ccoommVVeerraa DDuuaarrttee

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Na 1ª pessoamesmo. E aqui também sequeixam…EEnnttããoo oo mmeellhhoorr sseerriiaa aapprreennddeerraa ddoommiinnaarr aa ssuuaa pprróópprriiaallíínngguuaa ee ddeeppooiiss uummaa oouuttrraa……Sim, primeiro a própria e sódepois partir para outra.Porque, os erros que se fazemna nossa Língua, ao traduzirpara outra, vão aparecernovamente. Mas, hoje em dia,tenho dificuldade emaconselhar um curso deLínguas. Nem Português­Espanhol, nem Português­Francês. Só alguma línguacom uma caligrafia diferente,como Russo, Chinês. Já oscursos como, por exemplo,Relações Internacionais ouComunicação dão para paraestudar no estrangeiro e asgarantias de emprego sãomaiores. Para línguas, a ofertade emprego é muito pouca.AAoo ccoommeeççaarr aa uunniivveerrssiiddaaddee,,ppeennssaammooss eemm EErraassmmuuss.. OO qquueeaacchhaa ddoo PPrrooggrraammaa EErraassmmuuss??Acho muito importante. Irpara outro país, conheceroutra cultura, outra maneirade ensinar, porque a maneirade ensinar diferencia de paíspara país, já que em alguns oensino é disposto em níveis esó os melhores é que ficam.Por isso, é que lá fora háempregos para todos. Equando se volta para Portugalé uma mais valia podercolocar no currículo essaexperiência. O ProgramaErasmus é uma mais valia, seuma pessoa tiver no currículoque participou nesseprograma e outra não, numaentrevista de emprego, éprovável que escolham a quefez Erasmus, porque essapessoa já vem com outrasideias, com novos horizontes.SSee uummaa ppeessssooaa ttiivveerreexxppeerriiêênncciiaa nnoouuttrraass LLíínngguuaass

aaccaabbaa ppoorr sseerr mmaaiiss ccaappaacciittaaddooddeeppooiiss nnoo sseeuu ttrraabbaallhhoo ppoorrqquueeppooddee nneeggoocciiaarr ccoomm oouuttrroossppaaíísseess……Sim, até porque a maior partedas empresas, actualmente, estáa ter filiais noutros países, equantas mais línguas a pessoadominar, melhor, porque pode­se deslocar para vários países.RReellaattiivvaammeennttee àà nnoossssaa eessccoollaa,, ooqquuee aacchhaa ­­­­ jjáá qquuee iinntteeggrraa ooddeeppaarrttaammeennttoo ddee LLíínngguuaass ­­­­ ddoommooddoo ddee ccoommoo ssããoo eennssiinnaaddaass eessee oo mmééttooddoo éé oo mmaaiiss aaddeeqquuaaddoo??Na universidade aprendemosvários métodos. O métodocomunicativo, o método portarefas e, depois, cada professoradapta à sua maneira de ser e dequerer ensinar. Talvez,actualmente, aprendam maisgramática enquanto, porexemplo, nos cursosprofissionais, eles precisam decomunicar, é mais prático. E ocurso, praticamente, tem poucagramática e mais situações reais.Temos que seguir aquilo, porque

os alunos vão a exame e nós temosque os preparar para exame. E achoque o programa, a nível doministério, poderia ser menosdescritivo, menos gramatical e maisde contexto real.MMuuiittoo ddoo qquuee nnooss éé eennssiinnaaddoo nnããooccoollooccaammooss eemm pprrááttiiccaa nnoo ddiiaa­­aa­­ddiiaa,, ppoorrqquueennããoo tteemmooss sseegguurraannççaa ppaarraa ffaallaarr,, ppoorrqquueeffiiccaammooss rreessttrriittooss àà ggrraammááttiiccaa……Exacto, e isso já acontece nosprofissionais porque os alunoschegam a comunicar na Língua queaprendem e aplicam situações reais.Por exemplo, no curso de Recepção,aquela disciplina é virada mais parao contexto real para saberemcomunicar. E nos outro cursos,como os alunos têm exame escrito aespanhol, não temos outra forma deos preparar se não com a gramática,porque se chumbarem é o professorque é chamado à responsabilidade.Então, mesmo não sendo o maiscorreto em termos comunicativos,se é imposto pelo ministério, é istoque temos de seguir e aplicar.

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InESAEESSAA nnoo EEnnccoonnttrroo ddeeEEssttrruuttuurraass ddaa AAmmnniissttiiaaIInntteerrnnaacciioonnaall

Santarém foi a cidadeacolhedora do Encontro deEstruturas de 2012, que decorreunos finais do mês de Abril, umdos encontros mais importantesdo contexto dos DireitosHumanos, sob a égide daAmnistia Internacional emPortugal, no âmbito de estudo eorganização de estratégias a serdesenvolvidas por órgãosrepresentativo da mesma,espalhados por todo o país. É ocaso do Grupo de Estudantes daEscola Secundária de Albufeira /Amnistia Internacional, umaorganização que se temdemonstrando activa nodesenvolvimento de Acções deFormação, Capacitação epromoção através de acções desensibilização na comunidadeescolar, acções essas, envolvidasno contexto geral, no teor dosDireitos Humanos, que temabrangido toda a RegiãoAlgarvia. Para que possamostestemunhar um mundo em quecada pessoa goze de todos osdireitos plasmados naDeclaração Universal dosDireitos Humanos e outrospadrões internacionais,o que narealidade reflecte o objectivopilar que mantém e justifica aexistência de AmnistiaInternacional no mundo. Esteencontro reuniu no seu todo,Coordenadores, grupo deEstudantes, Núcleos, membrosda Direcção e todo o staff, quedurante dois dias de intensotrabalho, no intuito de poderconciliar momentos de partilhade informações entre os variadosgrupos representativos, acções

de formação e informação sobreas campanhas em cursos, e oestabelecimento de prioridades deacções conjuntas/estratégicas aserem desenvolvida ainda nesseano, etc.A Escola Secundária de Albufeirafez­se representar neste eventopelo Grupo de Estudantes daEscola Secundária de Albufeira /Amnistia Internacional, na pessoade Mário Lopes, enquantomembro e aluno, que sublinhou ofacto de “ estes encontros são deenaltecer, por servir tanto dePartilha, como de suporteestratégico para oaprofundamento deconhecimentos que visam aconstrução de um mundo melhorpara todos sem excepção, no querefere a verdadeira materializaçãodo cumprimento real dos Direitoshumanos, após este encontroestou mais convicto que épossível mudar o mundo!”, bem

como pela Coordenadora doGrupo Estudante da EscolaSecundária de Albufeira/Amnistia Internacional, Dr.ªRosária Rego.“Encontro como estes é deuma forte simbologia para osgrupos que actuam no terreno,como é o nosso caso, esteencontro inter­geracionaldemonstrou a coesão dosjovens a e a sua entrega acausa dos Direitos Humanosno mundo, os jovens, agorana actualidade, mais do quenunca são chamados a seractivos, a exercerem umacidadania activa, unidos numasó voz, construiremos ummundo melhor para geraçõesvindouras ” Concluiu.

M ário Lopes

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Para ser Feliz

Eu era feliz. Era. Até que umamudança súbita nos bateu àporta e eu não estava preparadapara deixá­la entrar. Até então,tinha eu oito tenros anos deidade, mas muito bem vividos.Morava com a minha mãe e osmeus irmãos mais novos numacasa modesta. O meu pai andavaonde só o destino sabe, e talveztambém a minha mãe osoubesse. Mas nunca o revelou.Para ser sincera, nunca quissaber onde ele estava, nem quemera. Tudo o que precisava, tinha­o ali, junto a mim, debaixo domesmo tecto. A riqueza nuncanos bateu à porta. Levávamosuma vida de campo muitosimples, mas ainda mais feliz.Vivíamos alegres na nossainconsciência perante o mundo,enquanto este lutava entre sipelas questões mais efémeras.Esta felicidade, que pareciatão duradoura como o ciclo dosol, terminou num só dia, numsó segundo. Foi o dia em que aminha mãe morreu, atacada poruma epidemia fatal que assolavaa nossa aldeia naquele invernoparticularmente glacial. O

SSeemm ppaallaavvrraassAdriana Calado

choque foi tal, que perdi metadede mim, e ainda mais um pouco.Esse pouco foi a capacidade deme exprimir por palavras. Nãopodia falar. Até aí, nunca metinha apercebido da realimportância que a comunicaçãotem na nossa vida. Sempre foiuma daquelas coisas que mepassava ao lado. Quando ficámosao encargo da minha tia, nemtive a oportunidade de expressara minha indignação. A verdade éque a ideia de viver com aquelamulher me assustava. Ela era altae bastante robusta, para além dofacto de ser rude e sem maneiras.Falava tão alto que pareciaquerer compensar o facto de eunão o poder fazer, subindo o tomde tal forma que parecia queestava constantemente a discutir.O facto de eu não poder falarfoi uma espécie de presenteenvenenado. Se não tivesseperdido a fala, talvez tivesseapanhado mais tareia do queaquela que apanhei, pois apenas apodia insultar na minha mente.Talvez preferisse a tareia. Omundo era assustador para umapessoa como eu. Não fazia

amigos, pois os meus colegasnunca me ficavam a conhecerverdadeiramente, nãoconseguia responder àsperguntas que a professorafazia na escola, não conseguiapedir uma simples água semter que passar pela vergonhados gestos desengonçadospara tentar explicar o quepretendia… Se o infernoexiste ou não, não o sei bem.Mas penso que já provei umpouco do seu veneno.Felizmente, acabei porrecuperar a fala passados unsanos. Nunca pensei queconseguisse, e hoje dou valora tudo o que tenho graças aisso. A provação pela qualpassei foi dura, mas ajudou­me a crescer e a construir omeu futuro com mais garra.Sei o que quero e o que nascipara fazer: ajudar crianças,que, tal como eu, não sepodem exprimir por palavras,tendo que pôr tudo quanto sãona expressão de um olhar ousorriso…

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http: //peroracao. blogspot. com/201 1 /07/viagem. html

UUmm VVeerrããooqquuee vvaallee aa ppeennaa!!

Do outro lado

As Universidades de todoo país, todos os verõesabrem as suas portas aosfuturos alunos. No Porto, emLisboa, e noutras cidades, osfuturos universitários podemexperimentar como será a suavida na faculdade. Emparticular, a Universidade deCoimbra fá­lo no âmbito demais uma edição da iniciativaUUnniivveerrssiiddaaddee ddee VVeerrããoo. A UV2012 será mais uma semanafantástica para todos nós,alunos do secundário. É umaoportunidade única para todos

os alunos de 10º,11º e 12º ano,decididos ou não com o percursoque tencionam seguir no futuro.As inscrições estão abertas a de1155 ddee AAbbrriill aa 1155 ddee JJuunnhhoo.Falando por experiência própria,e sendo participante da UV 2011,posso dizer que é umaexperiência brilhante em todosos sentidos. AA UUVV pprroocceessssaa­­ssee ddaasseegguuiinnttee ffoorrmmaa:

11.Vai ao site da UV:hhttttpp::////wwwwww..uucc..pptt//UUVV ( ou

escreve no Google UV­Coimbra) evê os vídeos das edições passadas,sobre as actividades e osparticipantes, acredito queencontrarás algo interessante!22.Na barra lateral esquerda, procuraas “Áreas do saber”, onde poderásver o programa de todas as áreasque são oferecidas pela UV. Escolhea área com a qual te identificas e aque consideras mais interessante.33.Procura, depois, as Actividadestransversais, ou seja, as actividadesnas quais vais participar depois doalmoço. Na parte da manhã, (e a

Fotografia vencedora no concurso da U V 201 1 - Grupo de Letras

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Do outro ladoUUmm VVeerrããoo

qquuee vvaallee aa ppeennaa!!

alvorada costuma ser porvolta das 7h30 ) todos osalunos assistem às chamadas“aulas”, ou seja, depois dopequeno almoço, os gruposcorrespondentes à cada áreado saber ( costumam ser entre15 a 30 alunos) deslocam­seaté as faculdades respectivas,para assistir à apresentaçãodos cursos que aí sãooferecidos. Desta forma, porexemplo: os alunos da áreadas Letras, vão para aFaculdade de Letras, onde osdocentes apresentam osdiferentes cursos, comoArqueologia, História etc…44.Após as “aulas” todosvamos almoçar às cantinaspara depois, então, participarnas actividades, que podemser debates, ou visitas àsinstalações, cinema etc… (Asrefeições, que são 5 por dia,estão incluídas no preço daUV. )55.Além disso, há sempre umdia desportivo, quando se faza descida do Rio Mondego, dekayak, e depois do almoçojoga­se râguebi, ou pratica­sejudo e outras modalidades.66.À noite costuma­se ir ver asestudantinas universitárias e ofado!PPaarraa ttee iinnssccrreevveerreess éénneecceessssáárriioo::11.Ires ao site da UV epreencher o formulário, comos dados pessoais, a área dosaber, mencionando seprecisas ou não dealojamento. OBS: oalojamento para os alunoschamados “internos” é noPolo III, ou seja nasresidências universitárias. Asinstalações são novas,confortáveis, permitemconviver com todos osparticipantes.

22.No mesmo site, encontras oboletim de saúde, que precisas depreencher e o teu encarregado deeducação tem que assinar, paraentregar aos monitores no dia darecepção na UV. OBS: Cadagrupo tem 2/3 monitores. Sãouniversitários voluntários queacabam por estar connosco diasinteiros e fazem tudo para que oproveito que tiramos da UV sejao máximo.33.Depois escolhe­se amodalidade de pagamento, opreço está mencionado no site, eacreditem que vale a pena serpago!Todos os alunos recebem umaidentificação, que tem que andar

sempre connosco e serve parautilizar os transportes públicos. Osdias são cansativos e preenchidospor actividades, e alias, não há nadaigual ao espírito de Coimbra! Oconvívio e as amizades que secriam são únicas e duradouras!Se tens Facebook, podes ir à páginada UV, é só escreveresUniversidade de Verão, para veresos comentários que os antigosparticipantes lá deixarem. Podesainda fazer perguntas e esclarecerdúvidas. Encontrarás todas asrespostas também no site da UV, oupodes falar comigo.

AA UUVV éé uumm VVeerrããoo qquuee vvaallee aappeennaa!!!!!!

Logotipo da U niversidade de Verão

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Do outro ladoOOffeerrttaa ffoorrmmaattiivvaaeemm CCoommuunniiccaaççããoo

220011 22//220011 33

ÉÉss aalluunnoo ddee 1122ºº aannoo ee pprreetteennddeess sseegguuiirr aa áárreeaa ddaa CCoommuunniiccaaççããoo??OO EESSAAccttoo aapprreesseennttaa aa ooffeerrttaa ffoorrmmaattiivvaa ddaass UUnniivveerrssiiddaaddeess ddee ttooddoo oo ppaaííss,, ppaarraaqquuee ppoossssaass eessccoollhheerr oo ccuurrssoo ee oo eessttaabbeelleecciimmeennttoo mmaaiiss aaddeeqquuaaddoo ppaarraa ttii..MMaaiiss iinnffoorrmmaaççõõeess nnoo ssiittee ddoo DDGGEESS :: hhttttpp::////wwwwww..ddggeess..mmcctteess..pptt//DDGGEESS//pptt..

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Do outro lado

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Para ler

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OO vveellhhoo qquuee ll iiaa rroommaanncceessddee aammoorrAna Ginja

António José Bolívar Proaño, natrama de Luis Sepúlveda, éconsiderado o velho que melhorconhece a floresta perto dapequena aldeia de El Idílio.Porter este “título” é chamado pararesolver um assunto que há muitose prolonga. São encontradosmortos, muitos turistas que seaventuram floresta fora paracaçarem espécies animais apenaspor desporto. Tudo indica queuma onça, querendo vingar amorte das suas crias, mataqualquer homem que se atreva apercorrer a floresta e não tenhaaparência de ser nativo da aldeia.Este livro não trata apenas o

gosto que António tinha peloslivros românticos, mas sim detoda a história deste homem, queconviveu com uma tribo que oensinou a respeitar a Natureza ea saber preservá­la e admirá­lacomo se duma obra­prima setratasse.O “velho”, então, vaiencarar o grande dilema da suavida: ou salva a sua espéciehumana ou a espécie animal.Recomendo a leitura desta obra,que Luis Sepúlveda,trabalhosamente, a idealizoupara que o leitor pudesse captartodas as imagens, cheiros esensações que o clima tropicalfavorece.

AAnneeddoottaass ddoo bbááuuDuas amigas encontraram­sedepois de algum tempo sem severem:Amiga Olga: ­ Queeeeerida! Háquantos séculos!!!!!Amiga Olga II: ­ Jooooooia!Sabes, tive um rebento!Amiga Olga: ­ Ai sim e comose chama?Amiga Olga II: ­ Sonasol.Amiga Olga: ­ Eu tambémtenho uma filha. Chamei­lheMaria.Amiga Olga II; ­ Aaaaaaai issonão é nome de bolacha?******­ Onde está o João?­ Internado no hospital.­ Não pode ser. Ainda hoje o vinum baile de Carnaval comuma super loira.­ Pois é! A mulher dele tambémviu!

O Manuel sofria de um malsingular. Sempre que tomava umcafezinho sentia uma fortepontada no olho. Um dia, umamigo dele disse: ­ Ó, Manuel,porque não tiras a colherzinhaantes de tomar o café?******A minha mulher fugiu com omeu melhor amigo. Diz o outro: ­Com quem? ­ Sei lá. Só sei queagora é o meu melhor amigo.***O Primeiro Ministro chamou oPresidente da República dementiroso. Qual é o nome dofilme?"Olha quem fala."

O rapaz queria ser escritor.Em toda a sua infância ela tinhasentido o desejo de se tornarum grande escritor.Quando lhe perguntavam quãogrande, ele dizia que queriaescrever coisas que todo omundo viesse a ler.Coisas que fizessem as pessoasemocionar­se, que as fizessemgritar, chorar, que lhes causassedesespero e raiva.Anos mais tarde, o rapazconseguiu concretizar o seusonho, quando foi trabalharpara a Microsoft, escrever asmensagens de erro doWindows.

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In VersoJack Petchey

A Cláudia revela forteenvolvimento nas atividadesletivas e não letivas, destacando­se o 2º lugar obtido na finaldistrital do Concurso Nacionalde Leitura. Deste modo, é umaaluna responsável,extremamente interessada eempenhada. Por outro lado,demonstra espírito de partilha esentido cívico, revelando váriasvezes a sua faceta altruísta,ajudando os colegas com maisdificuldades. Além de um ótimodesempenho na componenteacadémica, promove uma boarelação entre os elementos daturma e os professores.

PPrréémmiioo JJaacckk PPeettcchheeyy

O Mariano é um ser humanoexcecional. Temparticipado em várias atividadesdo projeto ESA Solidária bemcomo noutros projetos dentro efora da escola. Como delegadode turma tenta sempre que hajaharmonia, mas incuteresponsabilidades a todos.Como aluno parece nunca estarsatisfeito: quer sempre mais emelhor. É membro ativo doprojeto "Uma horta na ESA" ­sementeira e cultura de espéciesagrícolas, com intenção final deajudar pessoas carenciadas comesses legumes. Foi oferecida aprimeira colheita de favas e dealface.A atividade feita ao longo doano fez desabrochar nos alunossolidariedade, responsabilidadee entusiasmo, até entãoadormecidos. Foi concebido umcabaz semanal com produtosalimentares, já entregue.

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O Marcelo empenha­se emtodos os novos desafios,trabalhando as suas capacidadesno melhor de si próprio.Tem representado a escola nas"Olimpiadas da Oratória",sendo um motivo de orgulhopara a mesma.Para além de ser bom aluno, oMarcelo tem um lado humanoapreciável. Está sempre prontopara ajudar os colegas, sendouma fonte inspiradora paratodos eles.

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PPrrooff..CCíílliiaa LLooiissaass::Demonstra grande empenhopelas causas sociais,transmitindo o seu espíritohumanista à comunidade. (...) Éum exemplo de espírito solidáriona comunidade.PPrrooff..CCéélliiaa PPeeddrroossoo::(...) Alia à capacidade de gestão,ao rigor e a eficácia, umavertente humana de dimensãopouco usual em cargos de chefiafazendo que os restantesmembros da comunidade avejam como uma amiga queestimam e depois como umadiretora que respeitam. A escolae a comunidade albufeirensedeve­lhe um voto dereconhecimento.PPrrooff..JJeessuuss PPiinnttoo::Sempre disposta a auxiliar osalunos, transmite os seusconhecimentos da melhor formapossível, de modo a quedesenvolvam o máximo decompetências e obtenhamsucesso. É a impulsionadora devárias atividades, como aparticipação no Parlamento dosJovens, o Clube de Jornalismo eJornal Esacto (...) Exigenteconsigo própria e com quemensina, é um modelo dequalidade e empenhamento.

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Ficha Técnica:Propriedade: Escola Secundária de Albufeira,Clube de Jornalismo, Jornal ESActoRua das Ecolas, 8200­147 AlbufeiraTel: 289 586779 Fax: [email protected]ção:Olga Dryuchenko, Adriana Calado, Ana Ginja, Rita Catrupa, Patricia Silva.Colaboradores neste nº: Fernando Carvalho, M ário Lopes

Paginação: Olga Dryuchenko

Edição de de Fotografia: Olga Dryuchenko

Impressão e Montagem: ESA/ David MarquesSupervisão: Maria de Jesus PintoReprodução: Lurdes Santos (assistente operacional)