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Escoamento na berlinda Problemas com falta de infraestrutura das estradas goianas geram um prejuízo de R$ 150 milhões para produtores de grãos
Sanidade animal Aposentadoria ruralBrucelose e tuberculose bovinas preocupam pecuaristas
Regras mudam de acordo com perfil do produtor
Ano XIII | 212 | Fevereiro 2013
ISSN
217
8-57
81


PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
COnselhO editOriAl
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
editores: Francila Calica (01996/GO) e
Rhudy Crysthian (02080/GO)
reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e
Leydiane Alves
Fotografia: Jana Tomazelli Techio,
Gutiérisson Azidon
revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
diagramação: Rowan Marketing
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Comercial: (62) 3096-2200
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Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
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Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
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Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
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José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
Os desafios que o Brasil enfrenta vão muito além dos planos para transportar passageiros. Os governos estadual e nacional têm pela frente o dever de desatar o nó provo-cado por gargalos crônicos na infraestrutura das nossas estradas, ferrovias, portos e hidrovias. É necessário reali-zar grandes projetos, mas é preciso fazer muito mais para garantir progresso econômico no longo prazo.
,Como se não bastassem os problemas logísticos re-correntes, oriundos das estradas mal conservadas, falta de infraestrutura básica prejudicam o escoamento de produ-tos agrícolas e cargas pesadas. Esses gargalos aumentam o custo do frete e causam prejuízos com perdas e atrasos de produtos ao longo do trajeto. Essas perdas reais derramam nosso lucro ao longo do traçado percorrido.
Ferrovias e hidrovias são alternativas de transporte como forma de baratear os custos e otimizar o escoamento da safra. Entretanto, a falta de uma metodologia única para uso de cada um desses modais dificulta a utilização desses meios. Nesta edição vamos analisar essas alternativas e comparar os custos de transporte de cada modal. Espera-mos que nossos governos deem mais atenção a este setor e invistam mais na construção e manutenção das nossas estradas, ferrovias e hidrovias.
transporte prejudicado
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PAINEL CENTRAL
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Comercialização de GrãosSistema Faeg/Senar realiza Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola de Grãos para produtores de oito regiões do Estado.
Prosa Rural Edson Tavares, do Porto Seco Centro-Oeste, comenta que estufar grãos em container é uma tendência mundial e deve começar a ser testado em Anápolis no próximo mês. A medida pode dar maior rapidez e diminuir custos para os produtores rurais.
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Doenças animaisBrucelose e tubérculose preocupam produtores. Vacinação ainda é a melhor forma de prevenção.
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O produtor rural Marco Antônio reclama da falta de logística. Foto elaborada por Jana Tomazelli.
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo
Campo Aberto
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O produtor Silomar Cabral reclama da logística goiana. Devido a problemas nas estradas, frete está 40% mais caro este ano.
Quando aposentar
Preço do leite
Rodada de seminários sobre Legislação Previdenciária ensina produtores o passo a passo da aposentadoria pessoal e dos funcionários.
Produtores encerram o mês com aumento no preço do leite, março segue com boas perspectivas.
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Treinamentos e cursos do Senar 36
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Hora de escoar a produção 20
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AGENDA RURAL
13 a 15/03 14/03
2° Etapa do treinamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR)Hora: 8 horas
Local: Miniauditório do Senar Goiás, GoiâniaInformações: (62) 3096-2230
Seminário Regional de Legislação Previdenciária Rural
Hora: 8 horas, IpameriLocal: Sindicato Rural de Ipameri
Informações: (64) 3491-1215
20 a 21/03 20 a 22/03
Treinamento Cadastro Ambiental Rural (CAR)Hora: 8 horas
Local: Sede do Senar Goiás, GoiâniaInformações: (62) 3096-2230
Treinamento para preenchimento do imposto de rendaHora: 8 horas
Local: Augustu’s Hotel Informações: (62) 3096-2208
MARÇO19 a 23
Aulas de Encerramento do Pronatec
Hora: A partir das 09h
Local: Silvânia, Alexânia, Goianésia, Cidade de Goiás, Mineiros
Informações: (62) 3545-2620
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FIQUE SABENDO
ArmAzém
Comércio internacional do agronegócio
A Secretaria de Relações Inter-nacionais, do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou o livro “Intercâm-bio Comercial do Agronegócio: prin-cipais mercados de destino”. Esta é a sétima edição referente aos dados de 2011 com análises do comércio bilateral com os 30 principais par-ceiros do Brasil nesta área. A pu-blicação aborda o comércio bilate-ral total e não agrícola; inserção de produtos brasileiros no mercado em questão; assuntos sanitários e fitos-sanitários, além do regime tarifário. O livro traz ainda informações re-ferentes ao desempenho das expor-tações agrícolas. A obra pode ser encontrada diretamente no Mapa. O Ministério não divulgou valor co-brado pelo livro.
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escoamento da safrarEGISTrO
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, e comitiva da prefeitura de Mineiros liderada pelo vice-pre-feito, Elmo Assis, participaram de reunião, no dia 14 de fevereiro, na sede da Agência Goiana de Trans-porte e Obras (Agetop), para tratar da manutenção de trechos rodovi-ários estaduais e vicinais críticos e que comprometem o escoamento da safra goiana daquela região.
O município reivindicou um au-xílio do governo do estado para
cessão de uso de equipamentos de maquinário agrícola para realizar a manutenção de estradas vicinais e uma atenção maior ao pedido de alternativa de tráfego feito pela empresa ETH Bioenergia (Odebre-cht Agroindustrial), em parceria com a prefeitura de Mineiros, e que solicita o levantamento de greide de duas rodovias de escoamento de safra da região, a GO - 341 sen-tido Caiapônia e a GO - 220 sentido Perolândia.
pESquISA
Em cinco anos, a Embrapa Soja, a Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig) e a Fundação Triân-gulo lançarão no mercado uma va-riedade de soja preta, parecida com o feijão da mesma cor após cozida, mas com uma promessa que pode torná-la ainda mais popular que a estrela da feijoada: a de retardar o envelhecimento. O produto faz parte de uma pesquisa que pertence a um programa de quase três décadas de melhoramento da soja da Embrapa.
A soja preta incorpora outras opções de oleaginosas no mer-cado, como a de cor marrom que foi lançada em 2011. Até agora são 500 hectares cultivados com a va-riedade preta por meio de parceria com empresas que investiram no desenvolvimento da cultivar. A va-riedade ainda cultivada de forma experimental no Triângulo Mineiro apresenta rendimento e custo de produção parecidos com os de ou-tras cultivares.
embrapa cria soja preta para feijoada
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PROSA RURALEdSOn
TAvARES,Diretor-superintendente do
Porto Seco Centro-Oeste
Transporte de grãos em containersKarina Ribeiro | [email protected] para Revista Campo
Há 16 anos à frente
do Porto Seco
Centro-Oeste, o
diretor-superintendente,
Edson Tavares comenta uma
novidade logística que pode
dar maior rapidez e diminuir
custos para os produtores
rurais. Estufar grãos em
container é uma tendência
mundial e deve começar a
ser testada em Anápolis, no
próximo mês. Em entrevista
exclusiva à Revista Campo,
Edson critica a demora
da construção da ferrovia
Norte-Sul e diz que o
empreendimento não é
prioridade do Governo
Federal.
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Transporte de grãos em containers
revista Campo: Qual é o trabalho
que o Porto Seco está desenvolven-
do em relação à estufar grãos em
containers?
edson tavares: Existe uma ten-
dência mundial. O mundo não vai
parar de comer, os navios têm que
carregar muito minério e petróleo e
está faltando navios para alimentos
para transportar grãos como sor-
go, milho e soja. Então, houve uma
visualização nova e nós já vamos
fazer parcerias com grandes empre-
sas da área alimentícia para embar-
carmos esses grãos em containers.
Nós vamos estufar isso. Tenho uma
capacidade de armazenagem de 45
mil toneladas de grãos e vou passar
a estufar em containers. Ele sai da
área de mercado interno, entra na
área de mercado externo, passa por
toda a preparação de lacrar, de-
sembaraço aduaneiro pela Receita
Federal e pelo Ministério da Agricul-
tura e sai daqui pronto. Não vai ter
mais aquele sofrimento de embarcar
em Paranaguá (porto localizado no
Estado do Paraná).
revista Campo: Qual a vantagem?
edson tavares: A vantagem é a ra-
pidez e já sai daqui lacrado, pronto.
É uma experiência nova. Eu acho que
vai dar certo.
revista Campo: É possível mensu-
rar qual o tempo que se ganha com
essa nova modalidade?
edson tavares: Ganha muito. Se
pegarmos a carga em grão, trazer
para o porto e descarregar, terá
de ser passada no aerador, vai ter
que marcar com a ferrovia que não
tem trem suficiente para fazer os
comboios. Esse comboio de 1,5 mil
tonelada leva cerca de nove dias para
chegar. Um navio pega, no mínimo,
30 a 40 mil toneladas. Então, se você
leva nove dias para levar 1,5 mil to-
nelada, o navio vai ficar esperando?
Não. Container eu tenho todo dia e
estufo todo dia. Eu tenho capacidade
para estufar 700 containers por dia.
Porque o container vem de Santos
para cá e está voltando vazio. Nós
vamos aproveitar o retorno, alguém
vai diminuir o frete pela metade e
isso será bom para os dois lados.
Nós já faremos os primeiros testes
agora em março. Se tudo der certo,
faremos investimentos na ordem de
R$ 20 milhões.
revista Campo: Quais são os
maiores entraves logísticos?
edson tavares: Infraestrutura. Ela
não aconteceu, as promessas do Pro-
grama de Aceleração do Crescimento
(PAC) estão todas atrasadas. Os
portos nossos têm uma visão ainda
da década de 1960, de querer segurar
as cargas. Os portos são gargalos que
precisam expandir. A saída de Goiás
não é via portos do Sul e sim por
portos do Norte - Pecem (CE), Suape
(PE) e Itaqui (MA). O próprio governo
federal insiste no porto de Santos,
já que ele é de maior recebimento de
mercadorias. Mas depois que abrir e
ampliar o canal do Panamá, teremos
navios de grande porte que não vão
conseguir estacionar nem em Santos,
nem em Vitória e tão pouco no Rio
de Janeiro e eles vão ter que usar os
portos do Norte do Brasil, aí seremos
privilegiados, já que a região Centro-
-Oeste será interligada com a ferrovia
Norte-Sul e com a Transnordestina e a
Figueirópolis indo para Ilhéus. A Nor-
te-Sul precisa acontecer. Ela deveria
ser prioridade, mas não é. Desviaram
muitos recursos dela, já era para estar
pronta. Ela já teria diminuído nosso
custo Brasil. Somos o único País do
mundo que desloca oito mil quilôme-
tros por estradas. Isso é inconcebível
e, por isso, pagamos muito.
revista Campo: O que o Porto
Seco pode contribuir para melhorar
ainda mais a economia do Estado
de Goiás e, principalmente, do agro-
negócio?
edson tavares: Sem dúvida nenhu-
ma o Porto Seco vai dar uma guina-
da no seu leque de serviços. Estare-
mos mais próximos da Faeg, porque
percebemos a importância do agro-
negócio. Com essa nova tendência
de embarcar carga containerizada,
será um grande salto para o produ-
tor, para a própria Federação que
pode divulgar isso em parceria com
o Porto Seco. Podem ter certeza de
que haverá um ganho muito grande,
de agora em diante, principalmente,
com a ferrovia. Porque tudo o que se
fala de grãos, tem que envolver fer-
rovia, porque não se perde nada se
carregarmos em container. Ao passo
que no caminhão, há perdas desde
o momento do carregamento. Sem
falar ainda na rapidez. Os custos são
melhores e nós vamos trabalhar com
isso e queremos trabalhar bastante o
contato com a Faeg, já que o agrone-
Nossos portos
têm uma visão
ainda da década
de 1960, de
querer segurar
as cargas
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gócio é o carro-chefe da economia
goiana.
revista Campo: Qual o impacto
na economia com a guerra dos
portos?
edson tavares: Muito. Em janeiro
do ano passado para janeiro desse
ano, perdemos US$ 60 milhões em
movimentação. Uma escolha errada
dos Estados de São Paulo e do Sul,
prejudicou os Estados do Centro-
-Oeste, Norte e Nordeste. Os go-
vernos de Goiás, Santa Catarina e
Espírito Santo, brigaram muito para
que isso não ocorresse. Os Estados
não podem perder suas oportuni-
dades. Nossa principal atração é o
incentivo, porque o Rio de Janeiro e
São Paulo deram incentivos a vida in-
teira, mas quando eles viram a carga
passar, ficaram desesperados. Mas
eles não evoluíram, não desenvolve-
ram os portos. Precisa ter política de
desenvolvimento regional. A guerra
dos portos teve um fator excelente,
principalmente envolvendo os portos
secos. Foram eles que fizeram baixar
o custo do porto de Santos, do porto
do Rio de Janeiro e de Vitória. E, no
entanto, o que quiseram fazer agora
foi acabar com os portos secos, tiran-
do os incentivos.
revista Campo: Mesmo sem os
incentivos, quais os benefícios que
o Porto Seco de Anápolis oferece
em relação a outras opções?
edson tavares: As grandes em-
presas de laboratório, inclusive as
montadoras que aqui estão, mes-
mo sem o incentivo vão continuar
por aqui. Em função da estrutura,
velocidade e o conceito que temos
de porto de não armazenar. Temos
rapidez e qualidade. O comprometi-
mento com a Receita Federal, com a
Anvisa e Ministério da Agricultura
é muito grande. Optamos trabalhar
com empresas sérias. Quando fomos
assumir, fomos até a Federação das
Indústrias do Estado de Goiás (Fieg),
e conversamos com os empresá-
rios e escutamos que o setor não
conseguia mais ser achacado nos
eixos dos portos marítimos, quando
vamos desembaraçar nossas cargas.
Aqui em Goiás não tem isso e esse
será nosso diferencial.
revista Campo: Qual a importân-
cia da Ferrovia Norte-Sul? E o que
o Porto Seco está se preparando em
relação a esse modal?
edson tavares: O Porto Seco está
contribuindo de uma forma decisi-
va, porque somos uma plataforma
multimodal. Já removemos carga do
aeroporto de Guarulhos, Viracopos e
Confins para Anápolis e conhecemos
o procedimento do que precisa ser
feito. No futuro, ao invés de des-
cermos para o porto de Santos, de
Vitória ou do Rio de Janeiro, vamos
para o porto de Itaqui (MA), Pecem
(CE) e Suape (PE), para ganharmos
essa costa marítima e diminuirmos o
custo Brasil. E o aeroporto é estraté-
gico para isso. O trem precisa entrar
é na área da plataforma logística.
Passa entre o Porto Seco, que tem
um volume de carga que viabiliza
a ferrovia, e a plataforma logística
dentro do distrito industrial. Ainda
vamos fazer um anel ferroviário, em
sistema pêra e bitolas mistas, que a
Ferrovia Centro-Atlântica e a Norte-
-Sul possam fazer a órbita ferroviá-
ria, ou seja, fazer as conexões entre
uma e outra.
revista Campo: Quais os benefí-
cios e facilidades advindas com o
Aeroporto de Cargas?
edson tavares: O aeroporto de
cargas muda o perfil econômico da
nossa região. Abrimos uma grande
perspectiva, principalmente, para a
Copa do Mundo de 2014. A Fifa bus-
ca aeroportos que sejam uma opção,
esse aeroporto encaixa como uma
luva. Na região Centro-Oeste, temos
uma dificuldade gigantesca com
aeroporto de perfil cargueiro.
O governo teve a sensibilidade de
mandar os técnicos aqui e podemos
dar palpites, apontando falhas no
projeto. Aqui o perfil é de aero-
porto-cidade. Ele vai ser preparado
para ter tudo o que tem na cidade,
mas para que as pessoas fiquem ali,
próximas do aeroporto.
Estaremos a dez minutos do aero-
porto e ao lado do Distrito In-
dustrial, ao lado de Goiânia e de
Brasília. Se os governos federal,
estadual e municipal percebem isso,
a plataforma será o melhor aeropor-
to do Brasil para fazer logística e
distribuição de carga. O perfil desse
aeroporto é diferente: a carga entra e
sai. O Brasil tem um vício de querer
ganhar na armazenagem. Aeroporto
tem que ganhar na movimentação,
aeroporto, porto seco, porto mo-
lhado, não são lugares para armaze-
nar carga. A carga tem que chegar e
ser despachada.
O Porto Seco
está contribuindo de
uma forma decisiva,
porque somos
uma plataforma
multimodal
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MERCADO E PRODUTO
Como atividades econômicas ini-ciais, os municípios onde nasciam a bovinocultura e a agricultura
sempre foram os pioneiros e protagonistas. Com números menores de consumidores, que praticamente se restringia ao mercado interno, o rebanho produzia leite, carne, couro e demais produtos, porém com uma produtividade menor, quando se leva em consideração o período necessário a essa produção.
Necessitávamos de quatro a cinco anos para engordar um animal, com base em pastagens e quase nenhuma suplementação alimentar proveniente de grãos. A genética também não era tão importante para que investimentos fossem feitos. O intervalo entre os partos restringia a oferta de leite. Era assim, em um período cujo extrativismo ainda regia as regras.
Mas, os benefícios por produtores que estão na vanguarda são grandiosos. A gené-tica é um deles. Produtores vanguardistas buscaram exemplares de animais de valor genético diferenciado, até em outros países, apesar das dificuldades de importação, tanto em termos de transporte como de legislação.
Os investimentos feitos pelos produtores eram basicamente com recursos próprios. As pesquisas para o melhoramento gené-tico, com a introdução de raças europeias, a melhoria das raças zebuínas, a insemina-ção, os cruzamentos industriais aliados a conhecimentos em nutrição animal, novas variedades de capim, o sistema barreirão, a fertilização do solo e demais tecnologias, contribuíram para uma produção cada vez
mais precoce e produtiva. Essa revolução é percebida quando ve-
mos um rebanho brasileiro de bovinos que cresceu 130% e o goiano 87%, em número de cabeças, no período de 1974 para 2011. Atualmente, são cerca de 213 milhões e 22 milhões de cabeças, respectivamente, e que já reduziu em mais de dois anos, o tempo de engorda para o abate.
O interessante é que cresce o rebanho bovino e a produção de carne, porém, dimi-nui a necessidade de terras, para suprir es-ses herbívoros, que têm as pastagens como principal alimento. São menos 4% de terras em território brasileiro para esta finalidade e menos 44%, em território goiano.
Além de suprir as necessidades do mercado interno, que hoje conta com uma população de mais de 190 milhões de brasi-leiros, a bovinocultura ainda movimenta um mercado exportador, gerando US$ 5 bilhões de dólares para o Brasil e mais US$ 700 milhões de dólares para Goiás, com a venda de carne bovina, leite e derivados ao ano.
Internamente, são mais de R$ 8 bilhões referentes à comercialização da matéria--prima carne e leite, sendo inúmeras vezes maiores os valores, quando se inclui todo o comércio que gira em torno dos valores agre-gados a estes e aos demais produtos como o couro, material genético, os medicamentos, alimentos, produtos de higiene e beleza, de-coração, vestuário, calçados, eventos e muito mais que provém dos bovinos.
Diante disso, é preciso darmos a devi-da importância ao setor agropecuário. A importância que ele merece.
A revolução da bovinocultura
Christiane rossi é
assessora técnica da
Faeg para a área de
pecuária de corte.
Christiane Rossi | [email protected]
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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
ALEXÂNIA pIrANHAS
INHumAS
CABECEIrAS
A diretoria eleita do Sindicato Rural de Alexânia, para o triênio 2013/2016, tomou posse em solenidade realizada no último dia 1° de fevereiro. Edison Soares repassou a presidência da entidade ao eleito Marcelo Nicolau Pinto. O novo presidente explicou aos presentes que seu desafio frente ao Sindicato será ampliar a participação dos produtores do município nas decisões e projetos da entidade. O superintendente do Senar Central, Daniel Carrara, assumiu o posto de vice-presidente. Alberto José Marques e Ildo Pereira Borges foram eleitos para os cargos de secretário e tesoureiro, respectivamente.
O Sistema Faeg/Senar lamenta o falecimento do presidente Comissão de Segurança Rural e Assuntos Fundiários da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Willian dos Santos. Ele faleceu no dia 22 de janeiro quando voltava de Goiânia para seu município, Piranhas. Willian deixou esposa e filhos. Ele realizou importante trabalho na área de segurança rural no Estado.
O presidente do Sindicato Rural de Inhumas, José Rui Garcia, participou no último dia 5 de fevereiro, da primeira reunião ordinária da Câmara Municipal de Inhumas, que marcou a abertura das atividades do Legislativo daquele município. A solenidade foi marcada pelo compromisso entre os vereadores em defender os interesses da comunidade de Inhumas. O prefeito, Dioji Ikeda (PDT) enalteceu a parceria com o Sistema Faeg/Senar em proporcionar um Campo Saúde no município em janeiro, que beneficiou diretamente 3,5 mil pessoas. (Colaborou: Antelmo Teixeira)
O Sindicato Rural de Cabeceiras articula constantes reuniões com representantes da Cooperativa Capul para tratar das próximas eleições da entidade. Atualmente, três chapas concorrem ao pleito. Nos encontros intermediados pelo Sindicato Rural de Cabeceiras, os candidatos apresentaram suas propostas e ouviram sugestões dos associados.
nova diretoria homenagem póstuma
Compromisso público
eleição na Capul
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rIO VErDE
EquOTErApIA
mINAÇu
CrISTALINA
Com o objetivo de qualificar os profissionais, o Sindicato Rural de Rio Verde, em parceria com o Senar Goiás, ofereceram em janeiro o curso de Manutenção e Operação de Colheitadeira e Aplicação de Defensivos Agrícolas com Pulverização de Autopropelido. Os cursos foram ministrados na própria sede do Sindicato Rural e foram divididos em duas partes, teórica e prática. Por meio do curso de colheitadeiras, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre manutenção, regulagens e segurança. (Colaborou: Fabiana Sommer)
Foi realizada, no último dia 7 de fevereiro, uma reunião para a apresentação do Programa de Equoterapia do Sistema Faeg/Senar, em Inhumas. O evento ocorreu na sede do Sindicato Rural e teve a participação do anfitrião José Rui Garcia, presidente do Sindicato, do prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda, e secretários municipais. A apresentação foi feita pela coordenadora do Programa, Fátima Araújo. Durante a reunião, jforam acertadas as providências para sequência das atividades como estabelecimento dos parceiros e das entidades filantrópicas que cuidam das pessoas com necessidades especiais que serão beneficiadas. (Colaborou: Antelmo Teixeira)
O presidente do Sindicato Rural de Minaçu, Tiago de Castro Raynaud de Faria, assumiu como novo secretário da Agricultura do município. Dentro do plano de ações na pasta, Tiago destaca a ampliação da lavoura comunitária, incentivo a novas culturas no município, o fortalecimento das associações e cooperativas, entre outras ações. “Ser nomeado secretário de Agricultura por um prefeito agropecuarista de sucesso é uma honra e também uma responsabilidade muito grande”, disse. Tiago é formado em administração e reside em Minaçu há dez anos.
O Sindicato Rural de Cristalina recebeu, na noite do dia 7 de fevereiro, em um jantar, o Certificado de Consagração Pública, outorgado pela Imagem Propaganda e Marketing. Esse Prêmio é oferecido à Entidade Sindical mais lembrada em pesquisa de preferência e simpatia popular realizada com moradores de Cristalina. Estiveram presentes para receber o Prêmio o vice-presidente do Sindicato, Renato Zoboli e o diretor secretário, Daniel Sabino Vaz (na foto de blazer claro). (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)
Capacitação no campo
reabilitação solidária
secretaria da Agricultura
sindicato premiado
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Fevereiro / 2013 CAMPO | 13www.senargo.org.br

Tuberculose e Brucelose assombram criadores de gado. vacinação ainda é o melhor combate
Leydiane Alves | [email protected]
Perigo no pasto
SANIDADESh
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Todas as atividades da pro-priedade rural devem ter como objetivo a exploração
econômica com eficiência, que se caracteriza por um rebanho estável e saudável. Mas para se conseguir tal status o produtor rural deve es-tar atento às doenças zoonóticas, que são aquelas infecciosas comuns aos animais e ao homem. Visando diminuir a prevalência e a incidên-cia dessas enfermidades no reba-nho bovino e bubalino, no ano de 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), sendo posteriormente, aprovado por meio da Instrução Normativa n°06, de 08 de janeiro de 2004.
Segundo a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o último estudo da prevalência para a brucelose realizado em Goiás, no ano de 2002, apontou uma preva-lência de 17,5% em propriedades e 3% em animais. Já para a tubercu-lose, a Agrodefesa conta que no ano de 2013 será realizado o primeiro in-quérito epidemiológico, no Estado.
Em Goiás, a Agrodefesa é a ins-tituição responsável pela execução das atividades do programa. Se-gundo Glauciane Ribeiro de Castro Pires, coordenadora do Programa Estadual, o objetivo é padronizar e garantir a qualidade dos instru-
mentos e das ações como a vaci-nação obrigatória contra brucelose das bezerras de três a oito meses de idade, o controle do trânsito e o incentivo à certificação de proprie-dades como livres ou monitoradas.
Certificação O certificado de propriedade
livre para Brucelose e para Tuber-culose oferece vantagens para o produtor, como participação irres-trita do rebanho em eventos, fim da exigência de testes para trânsito animal interestadual, maior credi-bilidade para a comercialização e diferenciação do leite oriundo des-ses estabelecimentos, o que possi-bilita acesso ao mercado externo.
Segundo Glauciane, dada à im-portância do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuber-culose Animal e o impacto na saú-de pública, acreditamos que para evolução do programa as ações de-vem ser sustentadas na parceria en-tre os elos da cadeia produtiva do agronegócio e na criação de política de incentivo aos produtores rurais.
De acordo com Glauciane, as medidas de erradicação da Bruce-lose e Tuberculose das proprieda-des visam não somente a saúde dos animais, como a saúde do produ-tor, de seus familiares, tratadores, trabalhadores da propriedade e dos consumidores dos produtos de origem animal.
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vacinação é a melhor arma contra brucelose
Sem vacina desenvolvida
Abate obrigatório
Para o controle da brucelose, a vaci-nação é a arma mais eficaz. Glauciane explica que a vacina é obrigatória em fêmeas bovinas e bubalinas de três a oito meses de idade, somente uma vez na vida e tem por objetivo diminuir a ocorrência da doença nas propriedades. “Quanto maior o número de fêmeas vacinadas, maior será a imunidade do rebanho, menor o número de animais suscetíveis e menor a possibilidade de difusão da doença”, afirma Glauciane Ribeiro de Castro Pires, coordenadora do Programa Estadual. Ela lembra que é proibida a vacinação de machos de qualquer idade e de fêmeas com idade superior a oito meses.
A coordenadora do programa diz que o produtor deve comprovar a va-cinação por meio de atestado emitido pelo médico veterinário cadastrado na
Agrodefesa. “É obrigatória a compro-vação da vacinação de bezerras, no mí-nimo uma vez por semestre, ficando a data limite para o dia 31 de maio para o primeiro semestre e 30 de novem-bro para o segundo.” Ela salienta que a principal fonte de infecção da bruce-lose é a vaca prenhe infectada. Outra forma de a bactéria infectar um animal é por sua penetração via mucosas nasal e conjuntiva no ato de cheirar o feto ou outra fêmea recém-parida infectada.
Segundo Glauciane, os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos, como aborto no terço fi-nal da gestação; morte de bezerros re-cém-nascidos; nascimento de bezerros fracos; retenção de placenta; corrimen-to vaginal devido à inflamação do úte-ro; repetição de cio; queda na produção
de leite; mastite e aumento do intervalo entre partos. “Não podemos esquecer que a brucelose causa sérios danos também aos touros como a inflamação testicular, podendo levá-los à subfertili-dade e até mesmo à esterilidade.”
De acordo com a coordenadora, a brucelose pode ser transmitida ao homem e ocorre, principalmente, em pessoas que lidam diretamente com animais, como tratadores, médicos ve-terinários e laboratoristas. As medidas preventivas, em termos gerais, começa na compra de animais com certificado negativo para brucelose, adoção de um cronograma sanitário rigoroso por par-te dos criadores, tratamento adequado com os restos de abortamentos, e vaci-nação de bezerras entre três e oito me-ses de idade com vacina viva cepa B19 (vacina B19).
A tuberculose é infecciosa e conta-giosa, afeta principalmente bovinos e bubalinos, mas pode ocorrer, também, em seres humanos. Segundo Glaucia-ne Ribeiro de Castro Pires, coordena-dora do Programa Estadual, a doença acomete ainda suínos, caprinos, ovi-nos e aves, causando prejuízos à saúde dos rebanhos e perdas econômicas. A doença ocorre com maior frequên-cia em rebanhos leiteiros e naqueles
mantidos em confinamento.“Por ser uma doença crônica, cujos sintomas podem demorar a aparecer, a maioria dos animais não apresentam sintomas e a disseminação ocorre antes mesmo do aparecimento dos sinais clínicos.” Em estágios mais avançados, o animal apresentará emagrecimento, falta de ar, tosse. Algumas lesões internas na carcaça podem ser identificadas du-rante o abate do animal.
Diferente da brucelose, para a tu-berculose não existe vacina nem tra-tamento. “A melhor forma de preve-nir a doença no rebanho é comprar somente animais que apresentem resultado negativo ao teste confir-matório da doença, devendo realizar o exame periódico em todo rebanho, manter as instalações com boa venti-lação, pisos, bebedouros e comedou-ros bem higienizados”, diz Glauciane.
É importante lembrar que a bruce-lose e tuberculose bovina e a bubali-na são doenças de notificação obriga-tória. No caso de identificar animais doentes, estes serão sacrificados e a propriedade deverá passar por sane-amento, que consiste na realização de exames no rebanho. Os animais positivos devem ser marcados e afas-tados da produção imediatamente,
até que sejam sacrificados. No saneamento da propriedade
para brucelose serão testadas as fê-meas de idade igual ou superior a 24 meses, desde que vacinadas entre três e oito meses; as fêmeas não vacinadas e os machos, a partir de oito meses de idade. No saneamento para tubercu-lose serão testados todos os bovinos e bubalinos, machos e fêmeas, com
mais de seis semanas de idade. As crias recém-paridas de fême-
as positivas podem ser aproveitadas desde que o animal recém-nascido seja separado imediatamente da mãe e alimentado com colostro e leite de fêmea negativa. Posteriormente, esse animal deverá ser submetido aos tes-tes para diagnóstico de brucelose e tuberculose.
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Produtores encerram o mês de fevereiro com aumento no preço do leite. Estimativas seguem positivas para março
Rhudy Crysthian | [email protected]
Leite mais rentável
PECUÁRIA DE LEITE
Preço do leite pago ao produtor começa a se recuperar e anima setor M
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O mês de fevereiro termina com uma luz no fim do túnel, pelo menos para produtores de
leite. Combalido pela baixa rentabili-dade no fim de 2012, o setor começa a dar sinais de melhoria nos preços. O que pode favorecer ainda mais as co-tações do produto a partir de março. Em 2012, os valores permaneceram muito abaixo dos anos anteriores. Os aumentos nos custos de produção, durante o ano passado, fizeram com que o produtor perdesse sua rentabi-lidade, trabalhando boa parte do ano no vermelho.
No Brasil, segundo dados do Cen-tro de Estudos Avançados em Econo-mia Aplicada (Cepea – USP), o leite estava contado a R$ 0,81 o litro em janeiro e aumentou para R$ 0,82 em fevereiro passado. Em Goiás o cená-rio não foi diferente. O preço pago ao produtor pelo litro do leite em janeiro ficou em R$ 0,90, em fevereiro aumen-tou para R$ 0,92. Uma elevação de 2%.
Parece pouco, mas esses centavos ajudam a fechar as contas no azul. “Levando em conta que um produtor médio tira em torno de 200 litros de leite por dia, uns centavinhos fazem toda a diferença na planilha da pro-priedade”, explica o gerente de estu-dos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Alves.
Ainda há outro ponto relevante para o mercado interno que é a entra-da de produtos lácteos importados. Em 2012, foram internalizados no Brasil 1.224 milhões de litros de leite contra 114 milhões de litros exporta-dos, resultando em um crescimento de 7,5% no déficit da balança comer-cial de lácteos, na comparação 2012 ante 2011, segundo dados da agência Milk Point.
Por outro lado, os preços exter-nos recuperaram-se nas últimas se-manas, embora não na velocidade esperada, já que a produção da Nova Zelândia não superou as expectati-vas. Outro ponto favorável ao País é que o Brasil renovou recentemente o
acordo de cota de importação de leite em pó com a Argentina permitindo a entrada de até 3,6 mil toneladas men-sais. As negociações com o Uruguai ainda seguem em andamento, já que, segundo reclamações de alguns pro-dutores, aquele país usa as importa-ções de frango do Brasil como mano-bra nas rodadas de discussão.
NegociaçãoPara tratar desses e outros temas
ligados ao setor, produtores goianos de leite se reuniram nesta quinta-feira (28) na Comissão de Pecuária de Leite da Faeg. Discutiram melhorias neces-sárias para o setor e a necessidade de trabalharem melhores técnicas de comercialização do produto com as indústrias lácteas. Em Goiás, o preço pago pelo leite varia de região para região, há locais em que é pago R$ 0,78 e outros onde produtores conse-guem contratos de R$ 1,07 por litro do produto.
Essa diferença pode ser explica-
da não só pela forma de negociação e volume do produto comerciali-zado por um único produtor, mas principalmente, pela qualidade do produto. Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, 2013 será o ano do leite, pois serão direcionados programas do Sistema Faeg/Senar para melho-ria da qualidade do produto e ges-tão da propriedade. “Precisamos pensar em profissionalizar a pro-dução de leite no Estado com um modelo de gestão mais eficaz para o produtor”, disse.
O superintendente do Senar Goi-ás, Marcelo Martins, destacou que em 2012 a entidade realizou 900 treina-mentos para produtores e trabalha-dores de leite em Goiás. “Foram mais de 10 mil produtores capacitados em ações de melhoria da qualidade do lei-te entre outras atividades do setor”, explicou. Segundo ele, a intenção é intensificar essas atividades este ano para auxiliar o produtor goiano.
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Produtores de leite já percebem uma melhora nos preços neste início de ano
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Com uma infraestrutura que não acompanhou o crescimento da safra, o setor perde competitividade e sofre com a lentidão nos investimentos em ferrovias e hidrovias
Karina Martins | [email protected]
Especial para Revista Campo
Barreiras para o escoamento
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Como se não bastassem os pro-blemas logísticos recorrentes, oriundos das estradas mal
conservadas, falta de infraestrutura necessária para diversificar os modais utilizados no escoamento da produção agrícola como hidrovias e ferrovias, o aumento do óleo diesel repassado para as refinarias de 5,4% e a fiscalização
mais rígida da Lei do Caminhoneiro achatam a lucratividade do produtor e impõe mais uma barreira na competiti-vidade no mercado internacional.
Estima-se que, somente os proble-mas nas estradas que cortam o Estado, gerem um prejuízo de R$ 150 milhões para o setor. O analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, calcula que a jun-
ção destes fatores deve onerar o custo do frete em até 40%. Ele acredita que o transporte de uma saca de soja, por exemplo, deve ficar R$ 2,50 mais caro que no mesmo período do ano pas-sado. “Soma-se isso as condições de algumas estradas que estão intransi-táveis e a possível falta de caminhões para o escoamento”, afirma.
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Situação das estragas goianas atrapalham escoamento da safra
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Ele explica que, com a fiscaliza-ção da Lei do Caminhoneiro, haverá mais demora no deslocamento para o Porto de Santos, o que poderá acarre-tar em falta de veículos para carrega-mento dos grãos.
Uma alternativa seria a utilização de ferrovias e hidrovias como forma de baratear os custos e otimizar o es-
O produto de Mineiros, Marco Antônio reclama que com a dificuldade dos caminhões chegarem à lavoura, a soja foi aumentando o percentual de umidade
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coamento da safra. Entretanto, a falta de uma metodologia única para uso de cada um desses modais dificulta a utili-zação desses meios. “Em cada ferrovia, utiliza-se um tipo de equipamento. Fal-ta alinhamento”, lamenta Pedro.
Longas distânciasPara se ter ideia, conforme o su-
perintendente do Porto Seco Centro--Oeste, Edson Tavares, o País é o único que utiliza caminhões para transpor-tar grãos em distancias continentais que chegam até oito mil quilômetros. “Isso é uma logística burra”, reitera.
Esse gargalo gera uma competitivi-
dade desleal com países cujas infraes-truturas são mais adequadas para o es-coamento da safra agrícola. O custo do transporte de grãos no País é 18% mais caro que o da Argentina e 22% a mais que o dos Estados Unidos. “É como se a cada cinco safras perdemos uma para os Estados Unidos em função do custo Brasil”, resume Pedro Arantes.
O produtor de Jataí, Silomar Cabral Farias sente no bolso todos esses fato-res. Ele reclama que as estradas vicinais estão em péssimo estado, especialmen-te a da região de Serranópolis, Sudo-este goiano. Ele conta que pagava R$ 1,2 por saca e agora paga R$ 1,5 – um
incremento de 25%. Ele aponta tam-bém que faltam caminhões para fazer o transporte, o que muitas vezes, gera insegurança no produtor rural. “Todos esses problemas são antigos”, diz.
O produtor de Mineiros, Marco Antônio Oliveira Campos, lembra que as chuvas que caíram abundantemen-te na região até o início de fevereiro agravaram ainda mais a situação dos produtores rurais. Com a dificuldade dos caminhões chegarem à lavoura, a soja foi aumentando o percentual de umidade. “O caminhão não chega a tempo e aí vemos o dinheiro saindo do bolso”, avalia.
O produtor de Jataí, Silomar Cabral, observa trator puxando caminhão atolado
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Reconhecida como o calcanhar de Aquiles dos produtores rurais, a má conservação das estradas, especialmen-te as estaduais, são as principais vias de escoamento de safra. Levantamento re-alizado pela assessoria técnica da Faeg aponta alguns trechos requerem maior atenção por parte do governo estadual. Segundo relatório, são sete rodovias es-taduais não pavimentadas, localizadas nas regiões de Jataí e Rio Verde e outras cinco que necessitam de manutenção e intervenção tapa buracos, todas locali-zadas na região Sudoeste.
O presidente da Agência Goia-na de Transportes e Obras Públicas
(Agetop), Jayme Rincón, admite que produtores rurais de algumas regi-ões do Estado ainda vão sofrer com estradas ruins nesta safra. “Mas está prevista no cronograma do programa da Rodovida a recuperação de 2.119 mil quilômetros para este ano e mais 1,6 mil quilômetros em 2014”, afirma.
Também em 2014, diz o presidente, 2,4 mil quilômetros de trechos serão pavimentados com recursos advindos do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES). No Estado, há dez mil quilômetros de estradas não pavimentadas.
Segundo o diretor de logística da
Caramuru, Antônio Ballan, o custo de transporte rodoviário de soja, por mil quilômetros, custa R$ 140 por tonelada – mais que o dobro do cus-to do mesmo trajeto e quantidade de grãos que o transportado por hidro-vias (veja matérias nessa página).
Ele explica que os custos do trans-porte rodoviário estão sendo impac-tados pelas condições das estradas, pela Lei do Caminhoneiro, mas tam-bém pela falta de mão de obra. “Tam-bém temos uma super safra de grãos e a concentração do modal rodoviário para o transporte de aproximada-mente de 70% da safra”, avalia.
Estradas esburacadas
Caminhões atolados na GO - 206, em Jataí
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Significa 200 caminhões a menos nas estradas
Um empurrador com quatro barcaças
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Ferrovias - R$ 90
Segundo o diretor de logística da Caramuru, Antônio Ballan, enquanto o custo do transporte rodoviário de mil toneladas de grãos em uma distância de mil quilômetros bate a casa de R$ 140, o transporte por ferrovias custa R$ 90 – o que significa 35% mais barato.
Ele reconhece que a privatização trouxe me-lhorias para o sistema desse tipo de transporte, porém, critica as limitações de capacidade de oferta necessárias para atender o escoamento de grãos. “Além disso, é preciso solucionar a questão de limitação de velocidade em alguns trechos e também melhorar a qualidade dos ati-vos rodantes”, diz.
Para Edson Tavares, superintendente do Porto Seco Centro-Oeste, as vantagens do sis-tema ferroviário são a rapidez e a capacidade de transportar a carga sem desperdício. “No sis-tema de transporte rodoviário, perde-se grãos desde o início”, afirma.
A Rodovia Norte-Sul, uma das principais obras do Programa de Aceleração de Cresci-mento (PAC), ainda é sonho para os goianos. A ferrovia que promete cortar o País e diminuir os custos dos produtores rurais em, pelo menos, 35% está atrasada.
Em nota, A Valec Construções e Ferrovias S/A, empresa responsável pela obra, informou que a meta de conclusão das obras que inter-ligam Palmas (TO) a Anápolis (GO) é para o último 31 de dezembro deste ano. Segundo relatório da empresa, o trecho entre Palmas e Uruaçu, Norte goiano, está 89% concluído e en-tre Uruaçu – Anápolis (87%). A nota ressalta que, este trecho, depende de obras complemen-tares já que os antigos contratos foram encer-rados e a Valec está em fase de contratação de novas construtoras para terminar a obra ainda este ano.
A nota afirma ainda que a construção do trecho que liga Anápolis a Estrela D´oeste (SP), está em pleno andamento, e a previsão de entre-ga é para o dia 30 de junho de 2014. Conforme o documento, 28% deste trecho estão concluídos.
Ferrovias têm custo menor
Especialistas apontam a rapidez e o pouco desperdício como as principais vantagens do transporte por trens
O custo do transporte de grãos
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O modal mais competitivo, de menor impacto ambiental e praticamente isento de acidentes, as hidrovias, são subtilizadas pelas empresas goianas em função da falta de investimentos. O diretor de logística da Caramuru, Antônio Ballan, calcula que o transporte de mil toneladas de grãos em mil quilô-metros de extensão por meio deste modal é menos que a meta (R$ 60 por tonelada) do que se gasta com o transporte rodoviário (R$ 140 por tonelada).
Ele conta que, embora Goiás, seja privilegiado com a hidrovia em São Simão, Sudoeste do Estado, o sistema hidroviário pode ser otimizado. “É preci-
so permitir o aumento do número de barcaças por comboio e obras de melhorias do sistema devem ser atualizadas, diminuindo o tempo de viagem”.
Um empurrador com quatro barcaças, diz, to-talizando seis mil toneladas, significa tirar das estradas, em média, 200 caminhões por comboio. “Movimentamos 1,1 milhão de toneladas no ano passado, o que significou tirar mais de 36 mil ca-minhões”, afirma Antônio. Pedro Arantes, da Faeg, lembra que, embora seja o mais competitivo, o País ainda engatinha na utilização desse sistema. “Seria necessário investimentos privados altos”, afirma.
Hidrovias necessitam de investimentos
Por estradas - R$ 140
Hidrovia - R$ 60
Hidrovia é o modal de transporte de cargas mais competitivo e de menor impacto ambiental
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Por tonelada a cada mil quilômetros
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Produtores participam de rodada de seminários sobre mercado agrícola
Rhudy Crysthian | [email protected]
Mercado de grãos
COMERCIALIZAÇÃO
Produtores de Rio Verde assistem à abertura do Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola 2013
Os produtores rurais de oito macrorregiões do Estado par-ticiparam de 21 a 31 de janei-
ro, do Seminário Regional de Comer-cialização e Mercado Agrícola 2013, realizado pelo Sistema Faeg/Senar, Instituto Inovar em parceria com os Sindicatos Rurais. O evento teve como objetivo levar aos produtores rurais informações sobre o mercado de grãos e commodities agrícolas.
O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, partici-pou dos seminários e destacou algu-mas ações importantes para o setor desenvolvidas tanto pelo Sistema Faeg/Senar quanto pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA). Sobre as commodities, José Mário comentou que 2012 foi um ano que o produtor rural brasileiro de soja e milho encontrou mercado mais favorável. Isso, devido à perda de boa parte da safra norte-americana devi-do à seca e a quebra de safra de al-guns países do Mercosul.
José Mário reclamou da falta de uma política agrícola brasileira mais adequada aos suprimentos e à distri-buição de matéria-prima para as ra-ções. “A Faeg tem preocupação com este momento de tomada de decisão dos produtores, pois há tendência de reposição de estoques de grãos no mercado global e um aumento expres-sivo do custo de produção”, alertou.
Ele reforçou que a Faeg e os Sin-dicatos Rurais têm trabalhado com políticas voltadas aos grandes, mé-dios e pequenos produtores em bus-ca de melhores condições de vida das famílias rurais, além de estimular a produção agropecuária do estado e do país para a crescente deman-da internacional. “Mais de 56% dos produtores rurais são da classe D/E e possuem renda negativa, e 63% pro-duzem apenas 5% do Produtor Inter-no Bruto (PIB). Por isso, precisamos trabalhar o aspecto social e fazer com que essas pessoas entrem no proces-so produtivo, adquiram renda, pas-sem a consumir mais e melhorar sua rentabilidade”, explicou.
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Analistas de mercado dão dicas aos produtores Um dos palestrantes do Semi-
nário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola 2013, realizado pelo Sistema Faeg/Senar, Leonardo Sologuren, abordou o cenário ma-croeconômico global e os impac-tos no setor agrícola, o efeito dos países emergentes na demanda por commodities, cenário de oferta e de-manda global e o mercado domés-tico para a soja e o milho, além de comércio exterior e perspectivas de comercialização.
Para ele, há tendência de preços em patamares bons se os países emergentes continuarem com suas economias crescendo e a China con-tinuar com a sua demanda por grãos. Porém, o palestrante alertou que os preços da soja e do milho para 2013 não se repetirão nos mesmos índi-ces de 2012, pois mesmo que os EUA estejam com estoques baixos, iguais ao nível do ano de 2004, há excesso de estoques no país asiático. “O pro-dutor precisa trabalhar, agora, essa expectativa de vender sua produção de milho safrinha antes mesmo de plantá-la”, observa o palestrante.
O consultor sênior em gerencia-mento de riscos, Glauco Monte, co-mentou que 2012 foi o ano de ouro para os produtores de grãos e que houve falta de soja no Brasil entre outubro e dezembro de 2012 para
exportação. “Isso ajudou na eleva-ção dos preços, mas devemos ter atenção porque este ano teremos mais soja no mercado interno que no mesmo período do ano passa-do. Não teremos mais a escassez do produtor para ajudar a elevar os pre-ços”, explicou.
Glauco também ressaltou que em 2013 os produtores pagarão mais caro pela logística e armazenagem dos grãos. Falou também que entre os três formadores de preço para a soja e mi-lho, câmbio, mercado interno e inter-nacional, o mercado interno não será tão positivo ao produtor em compara-ção ao ano passado. Quanto à produ-ção norte-americana, ele ilustrou que
hoje os EUA já venderam 28% a mais de soja que o ano passado e já em-barcaram 38% a mais que em 2012, motivo esse, que poderia aumentar as exportações da oleaginosa brasileira àquele país e, possivelmente, melho-rar o patamar de preços.
Para o palestrante, os fatores climáticos nos EUA e na China de-vem ser acompanhados com atenção pelos produtores rurais brasileiros, porque são motivos de elevações ou baixas nos preços das commodities. Segundo ele, outra seca no país nor-te-americano pode fazer com que os preços dos grãos sejam melhores que os de hoje, que já estão bons.
Para o especialista, Glauco Monte, 2012 foi o ano de ouro para os produtores de grãos
Leonardo Sologuren acredita que há tendência de preços em patamares bons se os países emergentes continuarem com suas economias crescendo
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Produtor Rural,
Saiba o que fazer após a suspensãoda cobrança de royalties
1. Devo pagar os royalties da Soja RR1? Não, até que a ação seja julgada e haja uma decisão de�nitiva do Supremo Tribunal Federal (STF).
2. Tenho boleto vencido. O que devo fazer? Não pague. Segundo a empresa todos os boletos serão cancelados.
3. Assinei o acordo com a Monsanto. O que faço? Há três opções conforme nota da Monsanto, manter o acordo, substituí-lo ou rompê-lo. Acesse o site da empresa: www.monsanto.com.br.
4. Isso impede alguma ação judicial? Não, pois isso é opção individual de cada produtor. A FAEG, na qualidade de repre-sentante dos produtores rurais, entende que, muitas vezes, embates jurídicos são onero-sos, incertos e longos, sobretudo para pequenos e médios produtores rurais. A FAEG mantém defesa intransigente e incondicional dos produtores rurais. A entidade não se furtará em lançar mão de todos os meios necessários para que o produtor rural tenha asse-gurados os seus direitos.

Benefício da redução de imposto para o setor pode terminar em abril
Leydiane Alves | [email protected]
Faeg quer barrar aumento do imposto sobre a madeira
Produtores rurais correm o risco de perder o benefício do Convê-nio Confaz que auxilia as opera-
ções internas de madeira e produção própria do produtor que tinha uma re-dução da carga do ICMS. Desde 2010 a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), lutou para que os sil-vicultores obtivesse a redução de 17% para 3%. “Essa foi uma grande con-quista da Faeg pelos produtores. Ago-ra, nos unimos novamente para que a carga tributária não volte ao valor anterior”, explica o gerente técnico da entidade, Edson Novaes.
Focada no bem do produtor, a Faeg reuniu, nos últimos dias, com membros da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz) para discuti-rem sobre a manutenção do benefí-cio. Edson explica que esse benefício foi concedido aos produtores há dois anos e, inicialmente, tinha validade
indeterminada. “O artigo que previa a medida foi modificado e propõe que a alteração seja válida somente até o dia 30 de abril”, explica.
De acordo com Edson, a proposta de renovação será encaminhada ao Secretário da Fazenda, Simão Cirineu Dias. “Esperamos a apreciação do se-cretário e a votação na próxima reu-nião do Confaz, que acontece no mês de março.” O gerente acredita na sen-sibilidade da Sefaz para que o pedido seja renovado. “Não vemos proble-mas quanto à renovação da propos-ta. Com certeza será uma conquista não só para os produtores rurais, mas também para toda sociedade goiana, que se beneficiará com a redução da carga tributária do setor.”
MercadoSegundo o gerente técnico, o se-
tor de silvicultura do Estado de Goi-
ás, nos últimos anos, passou de uma mera alternativa econômica para o produtor, para uma atividade, em muitos casos, principal na proprieda-de rural. “A atividade tem crescido e contribuído para a economia do Esta-do. Principalmente, devido à redução da importação de madeira de outros estados, gerando mais divisas para Goiás”, analisa.
A Faeg estima que, atualmente ,sejam produzidos no Estado mais de 130 mil hectares somente de eu-calipto, carro chefe deste setor no Estado. “No entanto, diferentemente de outros setores da agropecuária, o setor de silvicultura não estava sendo competitivo devido à alta carga tri-butária que incidia sobre ele”, acres-centa Edson. Diante desse crescimen-to ascendente da silvicultura, a Faeg criou no ano passado a Comissão de Silvicultura da entidade.
SILVICULTURA
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Redução de imposto para produção de madeira de 17% para 3% pode estar com os dias contatos
Produtor Rural,
Saiba o que fazer após a suspensãoda cobrança de royalties
1. Devo pagar os royalties da Soja RR1? Não, até que a ação seja julgada e haja uma decisão de�nitiva do Supremo Tribunal Federal (STF).
2. Tenho boleto vencido. O que devo fazer? Não pague. Segundo a empresa todos os boletos serão cancelados.
3. Assinei o acordo com a Monsanto. O que faço? Há três opções conforme nota da Monsanto, manter o acordo, substituí-lo ou rompê-lo. Acesse o site da empresa: www.monsanto.com.br.
4. Isso impede alguma ação judicial? Não, pois isso é opção individual de cada produtor. A FAEG, na qualidade de repre-sentante dos produtores rurais, entende que, muitas vezes, embates jurídicos são onero-sos, incertos e longos, sobretudo para pequenos e médios produtores rurais. A FAEG mantém defesa intransigente e incondicional dos produtores rurais. A entidade não se furtará em lançar mão de todos os meios necessários para que o produtor rural tenha asse-gurados os seus direitos.
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dúvidas comuns a produtores e sindicatos rurais são sanadas em seminários ministrados pelo Senar Goiás
Karina Martins | [email protected]
Especial para Revista Campo
A hora certa de se aposentar
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIAJa
na To
maz
elli
30 | CAMPO Fevereiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

De olho nas dúvidas dos pro-dutores rurais sobre os direi-tos e deveres relacionados à
previdência social, o Sistema Faeg/Senar promove uma rodada de se-minários, ao longo do ano, nas prin-cipais cidades do Estado, sobre le-gislação trabalhista e previdenciária.
O seminário promete tirar dúvi-das práticas dos produtores rurais de quem, quando e como contri-buir para a previdência social. Para o consultor do Senar Goiás, Ary Lellis, o produtor rural, especial-mente o pequeno, precisa se cons-cientizar da necessidade de decla-rar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desde o princípio do exercício de sua atividade.
Para tanto, ele não precisa por-tar nenhum tipo de documentação. “É apenas declaratório. Ele pode ir ao INSS e declarar toda a família envolvida na atividade desde que tenha mais de 16 anos”, diz. O pe-queno produtor também pode fazer a declaração pela internet ou buscar o Sindicato Rural de seu município.
A ausência dessa declaração pode dificultar futuramente o rece-bimento dos benefícios. Ary lembra que para os pequenos produtores rurais (com área em torno de 45 hectares dependendo de cada mu-nicípio goiano), essa comprovação ainda é mais fácil. “No ato da busca pelo recebimento ele precisa ter em mãos a escritura da terra e a decla-ração do INCRA”, afirma.
O mesmo pode não ocorrer com meeiros e arrendatários. Ele conta que é comum esse tipo de traba-lhador rural não se precaver com nenhum tipo de comprovante. A saída, muitas vezes, é buscar um atestado junto ao Sindicato Rural, mas desde que seja filiado. “Ele pode também entregar documentos que comprovem sua permanência na terra como registros de filhos, título de eleitor”, afirma.
Esse tipo de segurado espe-
cial não tem contribuição direta à previdência social, sua contribui-ção ocorre pela venda de sua pro-dução, sejam pessoas jurídicas ou por meio de cooperativas. Essa condição permite que o segurado especial receba o benefício de um salário mínimo, não permitindo va-lores superiores. Vale lembrar que o exercício intercalado da atividade rural com a atividade urbana ou a contratação de um funcionário o descaracteriza como tal.
Ary lembra ainda que o produ-tor rural que emprega terceiros na atividade deve assinar a carteira de trabalho, descontar a contribuição e recolher da mesma forma que o empregador urbano. “Sujeito à multa aplicada pelo Ministério do Trabalho. O valor pode variar mas costuma ser pesada”, ressalta. Nes-te caso, o valor do repasse ao INSS varia de 8%, 9% ou 11% da remune-ração mensal do empregado.
Já a contribuição do próprio empregador rural pode ser feita de duas formas: contribuindo com alíquota de 2,1%, feita pelo com-prador que pode ser pessoa física ou próprio consumidor. Ou sobre a renda mensal, como qualidade de contribuinte individual. Caso não haja comercialização mensal, o empregador rural irá declarar sobre um valor superior a um salário mí-nimo podendo chegar até o limite máximo do salário de contribuição, atualmente, R$ 4.157,05.
Quanto ao preenchimento de do-cumentos e as orientações gerais ao trabalhador, explica, os sindicatos ru-rais estão qualificados para prestarem auxílio aos seus filiados. “No caso específico da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), se os Sindicatos Rurais não disponibilizarem o serviço, os mesmos devem procurar um contador qualificado, em virtude da alta com-plexidade de informações a serem prestadas no documento”, afirma.
segurado especial
São os posseiros e meeiros e
arrendatários rurais cuja renda é
revertida em benefício do grupo
familiar. A contribuição ocorre
pela venda de sua produção.
Condição que lhe assegura
benefício do salário mínimo. O
exercício da atividade urbana
intercalada ao da atividade rural
ocasiona a perda do
benefício rural
Fonte: INSS
Fique por dentroTodo trabalhador deve formalizar
seu vínculo com a instituição
previdenciária.
empregados
É inscrito na previdência com
a assinatura do contrato de
trabalho por seu empregador
Seu número de inscrição é o PIS.
A contribuição é feita de forma
indireta: desconta a remuneração e
repassa ao INSS o valor
correspondente a
8%, 9% e 11%
Autônomo
A inscrição é feita pelo próprio
trabalhador, via internet ou
diretamente nas agências da
previdência social. O valor da
contribuição é 20% de sua
remuneração mensal. Quando
este prestar serviços a empresas
rurais, deverá descontar 11% da
remuneração paga e
repassar ao INSS
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DELÍCIAS DO CAMPO
INGREDIENTES2 colheres (sopa) de óleo 500 gramas de filé de peito de frango em tirinhas (temperado com alho e sal)1 cebola ralada2 tomates (em cubos sem pele e semente)100 ml de conhaque1 colher (sopa) de mostarda1 colher (sopa) de catchup200 gramas de pequi em conserva 1 lata de creme de leiteCebolinha e salsinha para finalizar
MODO DE PREPARONuma frigideira grande coloque o óleo e frite o filé de frango. Retire o frango da frigideira. Doure a cebola ralada, junte os tomates em cubos tampe até derreter. Em seguida acrescente as tirinhas de frango e despeje o conhaque. Espere aquecer e incline levemente a frigideira para o conhaque incendiar. Espere acabar a chama. Junte o pequi em conserva, tampe e deixe cozinhar por dez minutos. Acrescente a mostarda e o catchup e misture bem. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por mais cinco minutos. Incorpore o creme de leite delicadamente e retire do fogo antes de ferver. Finalize com cebolinha e salsinha. Sirva com arroz branco e batata frita.
Andr
éia
Peix
oto
Receita elaborada pela instrutora de cozinha rural do Senar Goiás. Andréia Peixoto .
strogonoff sabor Goiano
Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.
Tempo de preparo40min
Porções8
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CAMPO RESPONDE
Quais motivos podem levar um pé de siriguela a não dar frutos saudáveis?Francisco Rios Osterne
Que doença começa com verrugas nas tetas das cabras até rachar o úbere ao meio? Como tratá-la?Luiz Antônio Martins
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Envie sua pergunta para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.
CONSULTOR: RICARDO PEREIRA, engenheiro agrônomo
e instrutor de fruticultura do Senar Goiás.
CONSULTOR: DIRCEU BRUNO PINTO, médico veterinário e
instrutor de ovinocaprinocultura do Senar Goiás.
As verrugas (papilomatoses) são causadas por vírus e contaminam os animais pelo contato direto entre um animal sadio e um que apresenta a verruga. Pode ser também por contato indireto, por meio de agulhas, no momento da ordenha das cabras onde as borrachas de ordenha mecânica ou a mão do ordenhador podem contaminar outro animal. Quando a pele sofre lesão pela presença da verruga, ocorre complicações secundárias pela presença de outros microorganismos. Inicialmente, pequenas verrugas podem ser retiradas por meio de cirurgia ou outros procedimentos feitos por profissional habilitado. No caso de feridas maiores em conseqüência da verruga, o principal cuidado é manter a higiene da ferida e usar produtos cicatrizantes, impedindo assim a continuidade da lesão. É reco-mendável que consulte um médico veterinário que possa ir ao local fazer o diagnóstico e os procedi-mentos necessários com os animais afetados, bem como indicar medidas de prevenção baseadas no manejo e nas condições locais.
A mosca das frutas é uma praga de importância expressiva na fruticultura brasileira. Causa danos em diversas frutas como: siriguela, manga, goia-ba, carambola, acerola, pêssego e citros. Aqui no Brasil é possível encontrar os gêneros Anastrepha sp e Ceratitis sp. A mosca pou-sa e deposita o ovo dentro do fruto e após a postura e a eclosão dos ovos, que se dá no interior dos frutos, a larva completa o ciclo, saindo apenas para se transformar em pupa. Por isso, é importantíssimo a coleta e destruição de frutos infectados ca-ídos no chão. Desse modo, rompe-se o seu ciclo reprodutivo. Como medida de controle/monitoramento pode usar armadi-lhas de garrafas pet com um orifício, contendo isca líquida como atraente alimentar, geralmente à base de melaço de cana-de-açúcar a 7%, caldo da própria fruta ou proteína hidrolisada de milho a 5%; para a captura dos adultos. Também evitar o plantio aglomerado de frutas que atraiam a mosca dentro da mesma área.
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Com técnicas do Balde Cheio, o produtor Wesley, que também é técnico do Programa, saiu de 700 litros de leite produzidos por mês e pretende alcançar 3,5 mil litros/mês
Leydiane Alves | [email protected]
Leite, um excelente negócio
CASO DE SUCESSO
O produtor rural do municí-pio de Morrinhos, Wesley de Melo Cruvinel, viu seu
negócio deslanchar após receber um convite para ser técnico do Progra-ma Balde Cheio, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em
Goiás. “Eu sou médico veterinário e sempre trabalhei dando assistência em propriedades da região. Quando o Senar trouxe o Programa para Mor-rinhos fui convidado para ser o técni-co e quis levar as informações para a minha propriedade, além das outras
20 que assessoro”, explica. O Progra-ma foi levado para Morrinho em 2011.
Lançado em agosto de 2010 no seminário “Goiás Mais Leite” do Sis-tema Faeg/Senar, este programa usa tecnologia do Projeto Balde Cheio desenvolvida na Embrapa Pecuária
Jana
Tom
azel
li
34 | CAMPO Fevereiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

tação, e adquirimos mais 60 que vão parir nos próximos quatro meses, au-mentando o número para quase 150 animais lactantes, e posteriormente para 200 até o fim do ano.”
Segundo Wesley, o diferencial do Programa Balde Cheio são as ferra-mentas oferecidas. “O que o progra-ma mais ensina no início é a questão de alimentação. Eles nos mostram os benefícios da intensificação de pasta-gem, com isso trabalhamos com pro-teína de ração mais barata.” Ele explica que é feito um balanceamento na dieta dos animais, onde se tem 10 vacas por hectare, com um capim de qualidade, o que viabiliza o custo do leite.
Um aprendizado interessante, se-gundo Wesley, é o lucro. Ele destaca que antes de participar do Programa não era possível saber quanto se ga-nhava com o litro de leite. “O processo que muitos produtores vivem e não sa-bem quanto se lucra com o alimento, pela falta de organização dos dados. Hoje eu sei quanto eu ganho com o litro de leite, eu aprendi a fazer a con-tabilidade da nossa propriedade. Sem dúvidas, o leite é um excelente negó-cio.” O lucro obtido com o negócio ele garante que é bom. “Nós tiramos por mês uma média de R$ 8 mil líquido. Dinheiro que ele garante ter mudado a realidade da propriedade.”
Sudeste. O principal objetivo é pro-mover o desenvolvimento da pecuária leiteira, utilizando como principal fer-ramenta a transferência de tecnologia para técnicos de campo dos serviços de extensão rural locais, de entidades públicas e privadas, que servirão como multiplicadores desse conhecimento.
Os resultados do trabalho já são vi-síveis na propriedade Paraíso. De acor-do com Wesley a produção aumentou de forma significativa. “No início nós produzíamos 700 litros por mês. O ano passado esse número passou para 1,2 mil e, atualmente, estamos alcan-çando 2,5 mil litros.” Ele destaca que a meta para o próximo ano é chegar a 3,5 mil litros por mês.
Ele acrescenta que para conseguir aumentar ainda mais a produção, tem investido na compra de novilhas pre-nhas. “Nós temos 70 animais em lac-
O produtor Wesley comemora os resultados do Programa Balde Cheio
Técnico do Balde Cheio e produtor rural, Wesley viu a produção de leite aumentar depois que passou a utilizar as ferramentas do Programa
Jana
Tom
azel
li
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CURSOS E TREINAMENTOS
Carne saudável e nutritivaWanessa neves | [email protected]
eM JAneirO, O senAr PrOMOVeU
186 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 26 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
2.825PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
15 82 3 3 5 52 26 9 5 9 3
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Shutt
er
36 | CAMPO Janeiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Carne saudável e nutritiva
O Brasil é o quarto maior produtor de carne suí-na do mundo, mas grande parte do que é pro-duzido, é exportado para outros países. Sabe-
-se que a proteína animal mais consumida no mundo é a carne suína, isso ocorre devido a facilidade das transformações dos diversos derivados. No mercado consumidor, a qualidade desse tipo de alimento tem considerável importância em todos os segmentos. Vi-sando aumentar ainda mais o consumo dessa carne altamente nutritiva, é que, o Senar Goiás, oferece o Treinamento de Transformação Caseira de Carne Suí-na. Este treinamento trabalha desde as normas e leis de saúde pública, serviços de inspeção animal, higie-ne pessoal, dos materiais e equipamentos até o pro-cessamento propriamente dito. A carga horária é de 24 horas com turmas de 15 pessoas por grupo.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br ou consulte o Sindicato Rural de seu município.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município
eM JAneirO, O senAr PrOMOVeU
186 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 26 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
2.825PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
15 82 3 3 5 52 26 9 5 9 3
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
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CAMPO ABERTO
Geralmente, depois da compra efetivada de uma área, as certidões exigí-
veis para a lavratura da escritura pública são obtidas após o fecha-mento do negócio, especialmen-te quando efetivada por um con-trato particular com pagamento feito à prestação. A escritura pú-blica, neste caso, somente será lavrada após o pagamento da última parcela.
Juridicamente, quando adqui-rimos um bem, o adquirente des-fruta da proteção legal contida nos artigos 441 à 457 do Código Civil, no que se refere aos vícios redibitórios e a evicção. O primei-ro se refere a defeitos ocultos no bem adquirido onde o adquirente poderá redibir o contrato ou re-clamar o abatimento do preço. Já o segundo se refere justamente à perda, que pode ser parcial ou to-tal, de um bem por motivo de de-cisão judicial relacionada à causa préexistente ao contrato como, por exemplo, a hipótese da ven-da de um bem de herdeiros cujo inventário ainda não foi aberto ou consumado com a partilha.
Na verdade não é viável con-tentar-se com os artigos prote-cionistas do Código Civil para se efetivar a compra de um imóvel rural, já que a busca do judiciário poderá ser evitada se atentarmos para algumas cautelas antes do fechamento do negócio rural.
Em primeiro lugar, é acon-selhável dirigir-se ao Cartório de Imóveis do local da proprie-
dade para obtenção da Certidão de Propriedade com negativa de ônus vintenária. Ainda com relação à situação cadastral do imóvel, de posse do Código do Imóvel Rural, podemos emitir o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR). Este do-cumento confirma se o imóvel está efetivamente cadastrado no Sistema Nacional de Cadas-tro Rural (SNCR) e é documento indispensável para transações imobiliárias e crédito bancário.
Ainda na situação cadastral, podemos verificar a situação do imóvel perante à Receita Fede-ral, por meio do Cadastro do Imóvel Rural (CAFIR). Para tan-to, temos que ter em mãos o nú-mero do Imóvel Rural na Receita Federal (NIRF).
Peça ao vendedor, se for o caso, o Ato Declaratório Am-biental (ADA). É um instrumento legal que possibilita ao proprie-tário uma redução do Imposto Territorial Rural (ITR).
Com relação à cautela para saber se o referido imóvel ru-ral possui gravames, além da já mencionada Certidão de Pro-priedade com negativa de ônus vintenária é aconselhável, ainda, que se tenha ciência do teor da Certidão Negativa de Débitos de Imóvel Rural perante à Receita Federal. Por meio desta certidão podemos verificar, por exemplo, se o imóvel está com débitos de ITR. Já perante o IBAMA, é aconselhável também requerer
a Certidão Negativa de Débitos.Ainda, se a compra for efetiva-
da de porteira fechada, é aconse-lhável verificar a situação do gado, declarações de vacinas, bem como os possíveis desmembramentos que poderá ter o imóvel, respei-tando-se o mínimo legal.
Com relação ao vendedor, podemos tomar algumas caute-las, como por exemplo, requerer Certidões Negativas da Justiça Federal, Certidões do Distribui-dor Cível e Criminal; da Vara das Fazendas; da Justiça do Traba-lho e as de Protestos de Títulos.
Por fim, é aconselhável veri-ficar se o imóvel rural está ar-rendado ou contratado por par-ceria, neste caso, o contratado terá preferência pela compra do referido imóvel.
Seguidas as cautelas neces-sárias e lavrada a escritura de compra e venda, imprescindível levar a escritura ao cartório de registro de imóveis do local. Assim, efetuado o registro do imóvel rural, tem-se a efetivação da propriedade, ou seja, o com-prador é efetivamente o dono do imóvel adquirido.
Aqui estão basicamente algu-mas cautelas para a aquisição do imóvel rural, mas é aconselhável que haja um acompanhamento de um profissional habilitado para que haja respaldo seguro para a aquisição do bem pretendido.
André Antunes é advogado mi-litante na área de Defesa do Con-sumidor e Direito Agropecuário.
Imóvel rural: aquisição e cautelas
André Antunes é
advogado na área de
Defesa do Consumidor
e Direito Agropecuário.
de Liège – Bélgica
Arqu
ivo
pess
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André Antunes | [email protected]
38 | CAMPO Fevereiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

