Escola Alerta
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Edio do 6E da Escola EB 2,3/ S de Arcozelo 2010/2011
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No fiques indiferente
Faz como ns:
AGE ! ! !
Um conselho do 6E no mbito da aco Escola Alerta
Edit
ori
al
Os alunos da turma 6E resolveram
participar no concurso Escola Alerta
Acessibilidade a Todos porque convivem com
alunos com deficincias motoras, visuais e
cognitivas. Essa convivncia f-los pensar que,
afinal, os seus colegas so especiais e
extraordinrios e vale a pena lutar por um
mundo melhor.
Hoje, esta turma e a restante
comunidade escolar, encaram a deficincia
com outros olhos e sentem-se felizes por ter
contribudo. No fim de contas, incluir o privilgio de conviver com as diferenas e
realar as capacidades.
Foi assim, com esta atitude, que
arregaaram mangas e comearam por delinear
estratgias para minorar as barreiras com que
aqueles seres especiais se deparam.
Este projecto que aqui vos
apresentamos centra-se, essencialmente, nos
aspectos positivos nessa caminhada da
incluso. Os negativos no foram descurados,
tendo havido preocupao de os analisar e
apresentar sugestes.
So apresentados no s exemplos de
boas prticas, apresentando, assim, caminhos
para a incluso mas tambm um pouco do que
eles fizeram, aprenderam e sentiram.
Para esta turma, incluir agir. Hoje sabem que no a lei que protege o
deficiente mas sim a conscincia, razo pela
qual trabalharam na sensibilizao da
comunidade educativa.
Os Coordenadores do Projecto
Ficha da Identificao
Incluir Publicao dos alunos do 6 E
Escola EB 2,3/S de Arcozelo
Lugar de Vilar
Arcozelo
4990-262 Ponte de Lima
Telefone: 258909060
Fax 258909062
www.eb23-arcozelo.rcts.pt
e-mail: [email protected]
Concelho de Ponte de Lima
Distrito de Viana do Castelo
Ano lectivo 2010/2011
Coordenao: Augusta Loureno e
Jos Antnio
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No c
am
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nclu
so
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A UAEM DE ARCOZELO
A mudana dos alunos da UAEM (Unidade de Apoio Especializado
Multideficincia) de St. Comba, para a nova sala, integrada na Escola EB2,3/S de Arcozelo,
concretizada em Maro de 2010, constituiu um passo importante no caminho para uma
prtica de escola mais inclusiva.
O processo de socializao nesta nova realidade tem vindo a ser desenvolvido de
forma bem sucedida. Deve ser de realado o esforo de toda a equipa educativa neste
processo, com destaque para a Direco da Escola e os docentes envolvidos.
Aos alunos foi assegurada uma significativa melhoria, quer nas condies fsicas da
sala de apoio, quer na qualidade do atendimento, sendo-lhes proporcionado uma resposta
mais ajustada s suas necessidades educativas e ao seu nvel etrio.
A resposta educativa integra valncias distintas e importantes para o
desenvolvimento biopsicossocial dos alunos, designadamente hidroterapia, hipoterapia,
musicoterapia e actividades de vida diria. A interveno junto dos alunos da UAEM
desenvolvida pelas docentes de Educao Especial, em articulao com as tcnicas do
Centro de Recursos Para a Incluso da APPACDM, que asseguram o apoio a nvel da
fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional e psicologia.
A relao dos alunos da UAEM com os seus pares efectiva e visvel, quer no
contexto de sala de aula quer na envolvncia da escola, nomeadamente na biblioteca, na
sala dos alunos ou no espao circundante. Este processo de interaco tem gerado uma
maior sensibilidade da comunidade escolar para a problemtica das pessoas com deficincia
e para as suas necessidades concretas.
As barreiras de ordem fsica, devidas configurao que a escola EB2,3/S apresenta,
requerem uma interveno adequada no sentido de assegurar uma melhoria da
acessibilidade, promovendo designadamente condies que permitam aos alunos uma maior
facilidade de orientao e uma maior autonomia nas deslocaes para as diversas salas de
aula.
este o sentido do projecto que a Turma do 6.E abraou, mobilizando todos os
alunos que, de forma solidria e empenhada, deram o seu contributo, propondo uma
resposta efectiva s necessidades dos alunos da UAEM, em particular do Carlos e da Ins.
Joo Miranda (Coordenador de Educao Especial)
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Funcionando desde 1988, a nossa escola est construda num local inclinado, por isso no facilita os movimentos dos alunos.
Aqui apresentamos algumas fotografias que so a prova disso.
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No existem corrimes em todas as escadas.
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Conscientes das barreiras existentes na escola, foram construdas pistas tcteis
para facilitar a deslocao do Carlos e da Ins no recinto escolar, visto serem os nicos
dos 6 que se conseguem deslocar sozinhos.
Foi a forma encontrada para minorar o problema e aumentar a sua autonomia.
Cam
inhos
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Carlos e Joo felizes!
Hipoterapia
Exemplos de actividades consideradas
Boas Prticas e Caminhos a seguir
Actividade Motora
Carla e Gabriela a reagirem ao toque!
Hidroterapia
Ins e Carlos empenhados!
Mom
ento
s
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Momentos na Sala Snoezellen
Ins deslumbrada!
Carla deliciada!
Carlos concentrado!
Joo relaxado!
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Ao longo deste ano, o 6E teve o privilgio de contactar com
colegas especiais, os 6 alunos da UAEM (unidade de Apoio
Especializado em Multideficincia): Carla, Carlos, Ins, Gabriela,
Joo e Lus.
Dois destes alunos com maior mobilidade (Carlos e Ins)
frequentam as aulas de Lngua Portuguesa, Histria e Geografia de
Portugal, Educao Visual e Tecnolgica, Educao Musical e
Formao Cvica. Os restantes no o fazem devido s suas
limitaes motoras e s barreiras arquitectnicas existentes na
escola, nomeadamente rampas inclinadas e falta de elevador para
as salas em questo.
O maior objectivo a sociabilizao e integrao na turma,
para alm das restantes inerncias.
Apresentamos, de seguida, algumas das actividades
desenvolvidas nestas disciplinas.
Numa das aulas de Lngua Portuguesa, depois da audio do
texto A Flor do Eucalipto, foi proposto turma que, com base
numa colagem feita pelo Carlos e a Ins com material real relativo
ao texto (flor e folhas de eucalipto), imaginasse o que teria
acontecido quela Flor. O texto eleito pela turma o que se segue.
Boas P
rtica
s
AO FIM DE 1 ANO A VIVER NA SOLIDO, O SR.MANUEL
PENSOU EM PEDIR MULHER SE O QUERIA DE VOLTA.A
MULHER COMO O AMAVA ACEITOU.
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Continuao da Histria Flor do Eucalipto lida na aula de Lngua Portuguesa e tendo
por base uma montagem feita pelo Carlos e pela Ins (UAEM)
Eu estava com a minha Me-rvore a falar com as minhas irms quando chegou o momento da nossa
separao, pois o destino assim escolheu.
De repente, um ciclone atingiu a minha me, levando-me consigo para um lugar longnquo, muito
escuro, sem cor, sem amigos Logo fiquei inquieto.
Com o passar do tempo comecei a sentir saudades do meu lugar, do stio onde fora feliz. Sentia
saudades da minha Me-rvore e das minhas irms. Comecei a chorar mas lembrei-me que a minha
me me dizia que cantar faz bem e assim fiz. Foi desta forma que consegui esquecer o meu sofrimento,
a minha mgoa.
Passava os dias atormentado mas continuei com as minhas melodias, sempre com uma gotcula no
canto do olho e um grande aperto no corao.
Escureceu. Aquele lugar ficou ainda mais escuro e pesado. Fiquei com medo da noite. J no tinha o
apoio da minha mezinha nem das minhas irms. Elas tinham um papel fundamental na minha vida,
ouviam-me e ajudavam-me a ultrapassar os meus receios, as minhas dificuldades.
Comecei a sentir-me muito fraca, com falta de nutrientes, sais minerais e gua. Para piorar
continuava a sentir falta da famlia e dos amigos. Quase j no tinha foras para sobreviver a esta
tragdia.
Os dias foram passando e o tempo continuava agitado e assim os ventos levaram-me para outro
lugar. Um local colorido, harmonioso, pacfico, carregado de inmeras espcies naturais. Aqui pude
enterrar o meu sofrimento e criar novos amigos.
Depois de percorrer quilmetros, encontrei uma pequena casa, muito acolhedora, simples, onde
habitava um casal com os seus filhotes. Aproximei-me e sentei-me num rochedo, esperando que
algum me ajudasse.
Quando as crianas chegaram a casa estavam muito alegres. No chovia e decidiram ir brincar para o
monte atrs da sua casa.
Ao sarem viram-me logo sentada naquele rochedo. Estava desolada, pensava que iria ficar de novo
sozinha. Mas eles colocaram-me numa lata pois uma flor to bela como eu, disseram, tinha de ter as
suas razes na terra para poder crescer. Foi o meu primeiro sorriso depois de muito tempo.
Os anos passaram e eu cresci, tornando-me numa rvore de grandes dimenses, com enorme
capacidade de reproduo, t