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Página 1 de 5 R$ zagoarte design Abstracionismo no Mundo e no Brasil Após o desenvolvimento das pesquisas e experiências que culminaram com a invenção da fotografia no século XIX, o uso de imagens nos meios de comunicação ampliou-se na primeira metade do século XX com surgimento de novas mídias. O desenvolvimento do cinema, que graças à velocidade das inovações tecnológicas rapidamente atingiu o seu auge, com a aplicação do som e das cores, após alguns anos de experimentações em preto e branco e sem falas, impulsionou a indústria fonográfica e o surgimento da televisão. Nesse contexto imagético, alguns artistas passaram a considerar que a arte figurativa, mesmo a mais expressionista, não teria mais função, seja qual fosse a intenção do artista. A Arte deveria ir além de competir com as mídias que representavam a realidade tão próxima do expectador. Na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, o núcleo vital era capturar o gestual do artista e representar o ato de abstrair as cores e as formas do mundo em pinturas, colagens, esculturas, gravuras, instalações. Mulher ll, 1952, Willem De Kooning. Como surgiu Composição 8, 1923, Wassaly Kandinsky. Desde o início do século XX, surgiram inícios que delinearam os caminhos dos abstratos. Os pioneiros Wassay Kandinsky e Paul Klee associavam ao uso das manchas à representação de sons e músicas. Mas foi com os conceitos pláticos e a estética do Expressionismo, do Cubismo e do Surrealismo que o Abstracionismo, informal e lírico, surgiu e se instalou definitivamente no cenário artístico mundial. Esses movimentos traziam subjacentes o individualismo, o uso de experiencias, o não naturalismo, o distanciamento do figurativo e a valorização das cores, das linhas e das formas puras. Das figuras psíquicas expressionistas e surrealistas ao ato de abstrair, a essência figurativa transformada em imagem foi um passo quase natural, porém uma ruptura essencial na arte independente. Quanto ao abstracionismo geométrico, suas raízes podem ser dectatadas no Construtivismo russo, na Escola Bauhaus e no Neoplasticismo de Piet Modrian. Composição com Vermelho, Amarelo e Azul, 1921, Piet Mondrian. COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS HUGO DE CARVALHO RAMOS ANO LETIVO 2018 3º BIMESTRE ATIVIDADE COMPLEMENTAR Série Turma (s) Turno 3º Ano do Ensino Médio A B C D E F G H I J K L M N MATUTINO/ NOTURNO Professor: Icleia Morbeck/ Guilherme Siqueira Disciplina: ARTE Aluno (a): Nº da chamada: Data: / / 2018 Visto do Professor Nota da Atividade XXXXXXXX Escola de Civismo e Cidadania

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    Abstracionismo no Mundo e no Brasil

    Após o desenvolvimento das pesquisas e experiências que

    culminaram com a invenção da fotografia no século XIX, o uso de

    imagens nos meios de comunicação ampliou-se na primeira metade do

    século XX com surgimento de novas mídias. O desenvolvimento do

    cinema, que graças à velocidade das inovações tecnológicas rapidamente

    atingiu o seu auge, com a aplicação do som e das cores, após alguns anos

    de experimentações em preto e branco e sem falas, impulsionou a indústria

    fonográfica e o surgimento da televisão. Nesse contexto imagético, alguns

    artistas passaram a considerar que a arte figurativa, mesmo a mais

    expressionista, não teria mais função, seja qual fosse a intenção do artista.

    A Arte deveria ir além de competir com as mídias que representavam a

    realidade tão próxima do expectador.

    Na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra

    Mundial, o núcleo vital era capturar o gestual do artista e representar o ato

    de abstrair as cores e as formas do mundo em pinturas, colagens,

    esculturas, gravuras, instalações.

    Mulher ll, 1952, Willem De Kooning.

    Como surgiu

    Composição 8, 1923, Wassaly Kandinsky.

    Desde o início do século XX, surgiram inícios

    que delinearam os caminhos dos abstratos. Os pioneiros

    Wassay Kandinsky e Paul Klee associavam ao uso das

    manchas à representação de sons e músicas. Mas foi com

    os conceitos pláticos e a estética do Expressionismo, do

    Cubismo e do Surrealismo que o Abstracionismo,

    informal e lírico, surgiu e se instalou definitivamente no

    cenário artístico mundial. Esses movimentos traziam

    subjacentes o individualismo, o uso de experiencias, o não

    naturalismo, o distanciamento do figurativo e a

    valorização das cores, das linhas e das formas puras. Das

    figuras psíquicas expressionistas e surrealistas ao ato de

    abstrair, a essência figurativa transformada em imagem foi

    um passo quase natural, porém uma ruptura essencial na

    arte independente.

    Quanto ao abstracionismo geométrico, suas

    raízes podem ser dectatadas no Construtivismo russo,

    na Escola Bauhaus e no Neoplasticismo de Piet

    Modrian.

    Composição com Vermelho, Amarelo e Azul, 1921, Piet

    Mondrian.

    COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOS

    ANO LETIVO 2018 3º BIMESTRE ATIVIDADE COMPLEMENTAR Série Turma (s) Turno

    3º Ano do Ensino Médio A B C D E F G H I J K L M N MATUTINO/ NOTURNO

    Professor: Icleia Morbeck/ Guilherme Siqueira Disciplina: ARTE

    Aluno (a): Nº da chamada:

    Data: / / 2018

    Visto do Professor Nota da Atividade

    XXXXXXXX

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    A arte contemporânea se refere aso movimentos, estilos e tendencias artísticas que ocorreram a partir de

    meados do século XX até os dias atuais. O expressionismo abstrato e, consequentemente, a arte abstrata fizeram parte

    da arte contemporânea, assim como outras tendências figurativas.

    O expressionismo abrstrato foi um movimento artístico norte-americano surgido após a Segunda Guerra

    Mundial, marcado pela heterogeneidade de estilos e amadurecido pela presença de artistas europeus vanguardistas em

    Nova York (...).

    Convergência, 1947, Jackon Pollock.

    A diversidade expressiva dos artistas plásticos

    norte-americanos se caracterizou por métodos radicais não

    ortodoxos, técnicas inovadoras, pelo uso de

    instrumentação inédita e pela quebra de conceitos

    plásticos.

    Entre outros, destacou Jackson Pollock, da Escola

    de Nova York, que, em 1947, desevolveu uma técnica

    denominada action painting pelo crítico Harold

    Rosenberg. A criação da composição passou a ter uma

    intensa relação com o artista, que não se preocupava mais

    com uma estrutura convencional, em que houve pontos

    focais, perspectiva ou relações espaciais entre elementos.

    O núcleo vital era a espontaneidade, que atingiu o auge

    expressivo. Neste contexto, a Arte não tinha função e a

    intenção do artista era a catarse do momento.

    Os estilos

    Na arte abstrata, não existem temas no conceito clássico da palavra. Os estilos abstratos estão relacionados à

    forma da composição definida pelo artista. No decorrer do movimento abstracionista surgiram duas vertentes: a

    abstração lírica, a chamada arte informal, e o abstracionismo geométrico.

    Na abstração lírica, a expressão do artista era representada por manchas uniformes e cores aleátorias, como

    fizeram Wassaly Kandinsky, Paul Klee e Joan Miró.

    Na abstração geométrica, a representação é feita por formas geométricas combinadas de maneira aleatória no

    espaço, à semelhança de Pablo Picasso, Georges Braque e Piet Mondrian.

    A abstração lírica

    Em 1947, o artista francês Georges Mathieu

    ouganizou uma exposião em Paris sobre a abstração

    lírica. Inspirado na caligrafia oriental, Mathieu

    utilizava as linhas e as cores em composições

    serenas, não agressivas. Fizeram parte dessa vertente

    vários artistas, como Nicolas de Stael, Wols, Jean

    Fautrier, Hans Hartung e Antoni Tapies, cujos estilos

    variaram entre linhas espessas, cores frias e formas

    disformes, numa ampla diversidade pictórica.

    A tinta acrílica srugiu em torno do fianal da

    década de 1940 com o nome de magna, sendo

    inicialmente à base de tinta a óleo e, mais tarde, à

    base de água. Na década de 1950, os artistas

    abstratos passaram a utilizá-la em razão da textura

    fina, usando-a como carimbos para formar manchas

    sobre telas ou como sprays.

    T 1989 E 12, 1989, Hans Hartung.

    No Brasil, a pintora inglesa Sheila Brannigan, o pintor cearence Antônio Bandeira e o modernista

    pernambucano Cícero Dias implnataram a bstração lírica na década de 1960, em oposião ao abstracionismo

    geométrico, que já estava presente entre os artistas brasileiros desde meados da década anterior.

    Tal como nos primordios, o lirismo abstrato no Brasil também foi orientado pelas raízes orientais, expressas

    na beleza do traço, no tratamento das cores e na estilização do tema representado pelos artistas nipo-brasileros

    Manabu Mabe e Tomie Ohtake.

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    A fome, 1961, Manabu Mabe.

    Cinza e vermelho, 1977, Tomie Ohtake.

    O abstracionismo geométrico

    A gênese do abstracionismo geométrico está no início do século XX com o construtivsimo russo que

    explorava a forma geométrica em duas e três dimensões, técnica que recebeu o nome de suprematismo.

    O artista russo El Lisstzky levou o suprematismo à Alemanha,

    onde doi incorporado pela Escola Bauhaus, frequentada por Klee e

    Kandinsky, entre outros artistas, mas foi na década de 1930, em Paris, por

    meio do cubismo sintético de Picasso, que a abstração geométrica passou a

    se expandir. Nessa época, surgiu o termo arte concreta, usado por Theo

    van Doesburg em uma revista homônima, que fazia forte oposição ao

    abstracionismo lírico.

    Branco sobre o branco, 1918, Kazimir Malevich.

    Após a Segunda Guerra Mundial, com a mudança de Piet Mondrian para Nova York, o estlo se estabilizou e

    influenciou novas gerações de artistas em vários países, entre eles o Brasil.

    Muitas vezes, as composições abstratas e geométricas, tanto pinturas como esculturas, apresentam influencia

    da Auquitetuta, observada no jogo de cores e nas sobreposições das formas. As referências urbanas estão presentes em

    obras de vários artistas, como Milton Dacosta e Afredo Volpi. (...)

    Composição, 1942, Milton Dacosta.

    Sem título, década de 1970, Alfredo Volpi.

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    A partir da segunda metade do século XX, as

    artes no Brasil receberam um importante impulso

    com a abertura dos museus de arte moderna, em São

    Paulo e no Rio de Janeiro (...). Nesse contexto, a arte

    noderna foi renovada com o abstracionismo

    geométrico aqui denominado arte concreta. No ano

    de 1951, o pintor russo Samsor Flexor, incentivado

    pelo então diretor do Museu de Arte Moderna de São

    Paulo, o frnacês Leon Dégand, abriu o Altlier-

    abstração na cidade, divulgando o estilo e foamando

    novos artistas.

    Vaivém diagonal, 1954, Samsor Flexor.

    Ideia visível, 1957, Waldemar Cordeiro.

    Em 1952 durgiu o Grupo Ruptura, lidrado

    por Waldemar Cordeiro, que realizou a primeira

    exposição de arte concreta no Museu de Arte

    Moderna de São Paulo, implementando a arte

    abstrata definitivamente no cenário artístico

    brasileiro. Surgiram nomes que marcaram toda a

    geração do final do século XX, tanto na pintura como

    na escultura: Algredo Volpi, em sua fase concreta e

    abstrata geométrica, e também Amilcar de Castro,

    Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark Franz

    Weissmann, entre outros.

    As esculturas abstratas

    O conceito abrstracionista nos objetos

    tridimensionais adquiriu uma aplitude expressiva

    decorrente dos experimentos com materiais e da

    ousadia de conteúdo. Nas últimas décadas do século

    XX, destacam-se estilos tridimensionais como o

    minimalimo, a arte cinética e as instalações. No

    Brasil, surgem as manifestações ambientais, os

    Penetráveis e os Parangolés do brasileiro Hélio

    Oiticica, os bixos de Lyigia Clark e as árvores

    calcinadas de Franz Krajcberg, entre outros.

    Sem título, Donald Judd, 1980, aço e alumínio.

    Bicho em si, 1962, Lygia Clark.

    No Brasil, o concretismo escultórico foi representado por artistas pláticos que marcaram toda uma geração. A

    obra de Amilcar de Castro, em grandes chapas de ferrro, é caracterizada por dobras e cortes secos que surpreendem o

    espectador pela estética marcada entre o equilíbrio e a simplicidade da forma.

    Franz Weismann representa o titmo, o dinamismo, criando módulos que dialogam com linhas e volumes, o

    interior e o exterior, a profundidade e a reentrância.

    Já Lygia Clark usou o alumínio pra criar a série “Bichos”, cuja plasticidade surpreende pelo movimento das

    superfícies que se articulam, alterando a composição.

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    A arte cinética e a Op Art

    Pavão, 1941, Alexander Calder.

    Na arte cinética, o efeito visual é

    fundamenteal para o artista. As esculturas são

    construções cujos elementos sse relacionam e

    provocam movimentos, algumas vezes, por meio de

    pequenos motores ou mesmo pelo vento. O artista

    utiliza objetos diversos, geralmente em grande escal,

    linhas, luzes e espaços para provocar um efeito

    visual que surpreenda o espectador.

    O interesse pelo efeito vidual da composição

    bidimensional fez surgir a op art (optical art), que

    empregava combinações de formas geométricas e de

    cores, estruturadas de maneira a provocar efeitos de

    movimento e profundidade na percepção visual da

    composição. A inglesa Bridget Riley, o húngaro

    Victor Vasarely e o boliviano Jesus Rafael Soto são

    alguns de seus representantes.

    Movement in squares – Bridget Riley 1961.

    As intalações do brasileiro Helio Oiticica podem ser encontradas em vários países. Ao assumir o

    tridimensional, Oiticica construiu uma obra que denominou arte ambiental, representada por um conjunto sensorial

    fundamentalmente relacionado com o espaço por meio de um conjunto de materiais diversos. Sua pesquisa

    experimental foi, na maioria das vezes, fundamentada no cotidiano, e as instalações mantinha interação cosntante com

    o espectador, tandoto pelo conteúdo como pela forma. Assim como os trabalhos da artista Lygia Clark, sua

    contemporânea, as obras de Oiticica traziam estranhamento, curiosidade e a constatação de reunirem a essência da arte

    contemporânea brasileira do final do século XX.

    Glossário

    Instalação: arte espacial com construções e montagem de materiais, permanentes ou temporárias, que permitem a interatividade com o

    espectador.

    Op Art: expressão inglesa que significa “arte óptica”, arte abstrata com efeitos ópticos.

    Arte cinética: instalações e obras de arte que contém movimento.

    Minimalismo: tendência da escultura norte-americana, na década de 1970, caracterizada pelo mínimo de recursos, adquirindo

    aparência homogênea e plana.

    Arte concreta: arte abstrata não figurativa.

    Suprematismo: movimento abstrato pioneiro fundado em Moscou, em 1913, que pregava o uso de cores puras sobre o fundo branco e

    das formas básicas geométricas.

    Action painting: pintura de ação causada pelos movimentos corporais do pintor e pelo ato de borrifar, gotejar, chapiscar e atirar a tinta

    sobre o suporte utilizando materiais diversos, como colhers de pedreiro e bastões.

    Magna: pintura com pigmentos moídos misturados em resina acrílica e diluentes.

    Arte figurativa: aquela que tenta representar figuras e/ou objetos, ou até mesmo lugares, da nossa realidade objetiva.

    Arte abstrata: utiliza-se somente das formas cores e texturas, sem retratar nenhuma figura. A significação da obra depende, essencialmente, da cor e da forma, quando o artista rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser

    abstrata.