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ESCOLA, FAMÍLIA E SOCIEDADE

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ESCOLA, FAMÍLIA E SOCIEDADE Profa.EDNA MARIA DA CUNHA DIAS

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A P R E S E N T A Ç Ã O

Estimado(a) Aluno(a),

Carinhosamente seja bem-vindo(a) aos estudos da Disciplina Escola, Família e Sociedade, sob a coordenação da Professora Edna Cunha e da Tutora Virtual Jeane Freitas!!!

Nesse nosso primeiro contato gostaríamos de lhe dar as boas-vindas, convidando-o(a) para vivenciarmos, ao longo do semestre, um processo ensino-aprendizagem que, embora seja à distância, tem como característica principal as boas relações interpessoais entre nós, Professora/Tutores/Alunos(as).

Entendemos também, que é necessário um esforço coletivo para que, ao final do semestre possamos ter êxito nos estudos, contribuindo assim para o crescimento pessoal e profissional de todos nós.

Dá nossa parte (Professora /Tutora Virtual) nos empenhamos em produzir um material teórico-prático muito rico, que possibilita aprendizagens significativas no contexto da nossa Disciplina, sob a forma UNIDADES (03), AULAS (03 por unidade) e ATIVIDADES (postas ao longo de cada aula).

A Disciplina Escola, Família e Sociedade abrange um Conteúdo Programático que envolve estudos relativos ao nosso cotidiano pessoal e profissional. Daí a importância do seu conteúdo.

Na UNIDADE I, temos como temática “Compreendendo a História Social da Família”, onde faremos um resgate das estruturas familiares mais remotas até os nossos dias, destacando as crises e os conflitos que se instauram entre os seus componentes.

Na UNIDADE II, a temática é “A formação do cidadão na Família, na Escola e na Sociedade”, onde veremos as questões básicas da cidadania nesses espaços sociais, de forma a entender as articulações que neles acontecem.

Na UNIDADE III, vamos abordar a temática “Integração Escola-Família”, quando buscaremos compreender a necessidade de um constante trabalho conjunto escola-família, estudando os encaminhamentos para que no cotidiano isso realmente se concretize.

Quanto às Atividades, iniciaremos com um Fórum de Socialização, onde estaremos nos apresentando e falando das nossas expectativas, iniciando assim essa caminhada interativa que percorreremos no decorrer da Disciplina. Além dos diversos Fóruns, teremos Estudo e Síntese de Textos, Memorial, Entrevista com Relatório, Vídeos com Análise Crítica e Auto-Avaliação.

Conforme vem sendo realizado nas demais disciplinas, na Rubric da Disciplina estarão disponibilizadas todas as informações relativas ao processo ensino-aprendizagem, onde as orientações serão postas no decorrer do semestre.

Esperamos ter com você uma relação de confiança, aconchego, respeito e responsabilidade, de modo a que possamos nos engajar nesse processo de forma prazeirosa e com força de vontade, para conquistarmos mais saberes e o conhecimento a que nos propomos.

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Pode contar com o nosso apoio para superar as dificuldades que porventura aparecerem...Desejamos muito sucesso nos estudos!Estaremos sempre à sua disposição para os contatos virtuais necessários.

UM GRANDE ABRAÇO À DISTÂNCIA!

Professora Edna Maria da Cunha Dias

Tutora Jeane de Freitas Azevedo

METODOLOGIA

O caminho a ser construído, nessa disciplina, passa pela articulação estudo-

pesquisa-produção, o que proporcionará o aprofundamento teórico nos conteúdos que

constiuem a temática central.

O estudo abrange, além dos escritos em cada aula, os Textos complementares

propostos, outros Textos selecionados pelo(a) aluno(a), e demais situações de

aprendizagem que venham reforçar o que está sendo estudado.

A pesquisa corresponde a uma postura reflexivo-questionadora, que traduz uma

busca constante pelo aprofundamento teórico, e impulsiona cada vez mais os estudos,

na conquista do conhecimento, sedimentando a aprendizagem.

A produção constitue o registro do aprendizado, através da autoria de textos

próprios, frutos da criação proporcionados pelo estudo e pela pesquisa.

Esse foi o caminho da Professora ao organizar esse material , e esse deverá ser o

caminho do(a) aluno(a) para atingir aos objetivos propostos nessa disciplina.

OBJETIVOS

Numa visão mais ampla, a disciplina Escola, Família e Sociedade pretende

estimular o entendimento da articulação entre essas categorias, esclarecendo também,

como essa compreensão pode favorecer uma postura educativa mais transformadora no

atual momento histórico.

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A partir daí, numa visão menos ampla e mais gradual, temos objetivos

específicos, como destacamos abaixo :

- Compreender com mais profundidade a história social da família;

- Oportunizar um maior entendimento da família no contexto sócio-educacional;

- Buscar compreender como se articulam a Escola e a Família, criando e

propondo formas de articulação mais favoráveis para a aprendizagem do aluno.

AVALIAÇÃO

Na Avaliação serão observados dois aspectos fundamentais para o crescimento

do(a) aluno(a) :

- Aspecto Teórico, correspondente à temática estudada, envolvendo a

compreensão das idéias dos autores, e as as conceituações e reflexões pessoais;

- Aspecto Subjetivo, envolvendo a auto-avaliação do(a) aluno(a), que deverá,

após cada aula, analisar a sua aprendizagem, bem como as dificuldades encontradas,

superadas ou não, o seu empenho nos estudos como também as suas omissões.

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Resumo da Unidade I – Nesta Unidade o foco principal será a análise da organização familiar em diversas fases do desenvolvimento da humanidade, destacando as mudanças que aconteceram ao longo dos tempos, prioritariamente, na contemporaneidade. Serão levantados os conflitos que emergem das relações familiares, e que se (des)articulam com os valores vivenciados na sociedade.

Resumo da Aula I.I – Esta primeira aula envolverá pontos relevantes sobre a história da família, nos tempos mais remotos, destacando algumas das influências que marcaram a interdependência da sociedade com a família e vice-versa. Dessa forma, a partir de então, iremos compreender melhor os fundamentos da nossa Disciplina, que abrange a articulação Escola, Família e Sociedade.

UNIDADE I – COMPREENDENDO A HISTÓRIA SOCIAL DA FAMÍLIA

AULA I.I – RESGATE HISTÓRICO SOBRE A FAMÍLIA

Ao iniciarmos as reflexões sobre o Tema “Resgate Histórico da Família”, de imediato surgem vários q uestionamentos, que nos deixam curiosos para conhecer a origem e o papel da família desde os tempos mais remotos, e como ela veio se transformando ao decorrer da história da humanidade.

É importante destacar que, desde as suas origens, a humanidade buscou se juntar e viver em grupos, para melhor enfrentar as lutas cotidianas pela sobrevivência. Quanto menos civilizadas mais as pessoas encaravam naturalmente as relações, sem normas formalmente traçadas e escritas, valendo o poder institucionalizado pela comunidade ou grupo do qual faziam parte.

O interessante é que, quando começamos a mergulhar nessa história, vamos encontrar convergências e divergências entre os estudiosos, alguns que não ressaltam

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pontos que outros o fazem, enfim, um material amplo e aprofundado sobre esta célula básica da sociedade que é a família.

Encontramos diversos olhares que analisam a história, a estrutura e o papel da família, sob vários ângulos como os Historiadores, os Sociólogos, os Antropólogos, os Educadores, os Psicanalistas e outros.

Alguns questionamentos iniciais são básicos para prosseguirmos nessa nossa conversa. , como por exemplo :

- Qual o significado da palavra família?

- Qual a origem da família? Desde quando um grupo de pessoas foi denominado família?

- Além da consangüinidade, que outros elementos determinam e são significativos para constituir uma família?

- Que estruturas familiares existiram ao longo dos tempos, e o que resta ainda dessas organizações mais antigas?

Vamos analisar alguns conteúdos que poderão responder à essas questões, sem a pretensão de esgotá-las, até porque elas serão aprofundadas através dos textos e das atividades que complementarão essa aula. Então, após um primeiro resgate histórico, faremos algumas colocações, objetivando oferecer alguns elementos para fundamentar as nossas reflexões :

- A palavra família vem do latim “famulus”, que significa escravo doméstico, servidores, séquito, sendo criado na Roma Antiga para denominar um novo grupo social, a partir do trabalho agrícola e da escravidão legalizada;

- Os povos primitivos se organizavam em grupos que, seguindo as suas próprias decisões, viviam em organizações democráticas, trabalhando pela sobrevivência, sem visar lucros, num real comunismo, onde o conjunto dos adultos era responsáveis pelas crianças, todos funcionando como uma coletividade de pais e mães;

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Alguns estudiosos negam que a mulher, em algum período possa ter tido ascendência familiar sobre o homem. Faça leituras sobre essa questão.

- As organizações familiares no antigo Testamento se apresentavam bastante diversificadas. Estudiosos e suas pesquisas destacam (sendo muitas vezes contraditórios entre si), que os casamentos eram monogâmicos (um homem e uma mulher) e sólidos, aparecendo também os que falam da existência de outras estruturas familiares, como a Bigamia (um homem e duas mulheres), Poligamia ( um homem e várias mulheres), e Poliandria ( uma mulher e vários homens);

- Ainda no período atravessado pelo Antigo Testamneto, devemos destacar que, havia uma organização compreendida da seguinte forma : Uma casa era uma família, várias casas relacionadas formavam um clã, vários clãs constituiam uma tribo que por sua vez unidos, formavam um Povo;

- É importante destacar que, na concepção de cabeça da família, vamos encontrar o Patriarcado (família sob o comando do Pai) e o Matriarcado (família sob o comando da Mãe);

- Havia ainda estruturas familiares denominadas “Família Endógama” que, preferencialmente, realizavam os casamentos entre parentes consaguíneos;

- Ressaltamos também a existência do “incesto”, quando na família ocorrem relações entre pais e filhos e entre irmãos.

Essas colocações aqui postas, deverão servir como ponto de partida para avançarmos na nossa compreensão sobre as questões históricas da família, serão reforçadas com a citação de Elizabeth Roudinesco (”Afamília em desordem” , Jorge Zahar Editor, 2003, pag.19) :

“Podemos distinguir três grandes períodos na evolução da família. Numa primeira fase, a família dita “tradicional” serve acima de tudo para assegurar a transmissão de um patrimônio. Os casamentos são então arranjados entre os pais sem que a vida sexual e afetiva dos futuros esposos, em geral unidos em idade precoce, seja levada em conta. Nessa ótica, a célula familiar repousa em uma ordem do mundo imutável e inteiramente submetida a uma autoridade patriarcal, verdadeira transposição da monarquia de direito divino. Numa segunda fase, a família dita “moderna” torna-se receptáculo de uma lógica afetiva culo modelo se impõe entre o final do século XVIII e meados do XX. Fundada no amor romântico, ela sanciona a reciprocidade dos

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Vamos buscar mais informações sobre a obra de Engels ? Alguns sites trazem sínteses, como é o caso da Wikipédia, a Universidade Livre e a Editora Escala. Procure outros sites para fundamentar o nosso Fórum de Debates no Moodle, conforme cronograma pré definido.

As leituras que deverão reforçar essa aula serão encontradas em vários sites que destacam a origem da família

sentimentos e os desejos carnais por intermédio do casamento. Mas valoriza também a divisão do trabalho entre os esposos, fazendo ao mesmo tempo do filho um sujeito cuja educação sua nação é encarregada de assegurar. A atribuição da autoridade torna-se então motivo de uma divisão incessante entre o Estado e os pais, de um lado, e entre os pais e as mães, de outro. Finalmente, a partir dos anos 1960, impõem-se a família dita “contemporrânea”- ou “pós-moderna”-, que une, ao longo de uma duração relativa, dois indivíduos em busca se relações íntimas ou realização sexual. A transmissão da autoridade vai se tornando então cada vez mais problemática à medida que divórcios, separações e recomposições conjugais aumentam”.

A citação acima reforça que as mudanças nas estruturas familiares foram

acontecendo paralelas às tranformações sociais. Nesse sentido, ressaltamos que, a família vem se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que está inserida.

Depois de tudo que colocamos sobre a origem da família, estruturas familiares e mudanças, não poderíamos deixar de falar na obra de Friederich Engels, “A origem da Família, da propriedade Privada e do Estado”, cujo conteúdo relaciona algumas mudanças ocorridas na Sociedade e na Família, com o advento da sociedade moderna.

E então, conseguiu captar as informações aqui postas e transformá-las em aprendizagem?

Não esqueça que é necessário complementá-las com leituras, pesquisas e debates com a professora, os Tutores e os colegas.

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Qualquer dúvida que você tiver com relação à Aula ou à Atividade, converse com o seu Tutor Presencial para estimular cada vez mais o debate teórico.

Vamos aproveitar agora para encaminhar a ATIVIDADE I, que está disponível na Plataforma Moodle. Não esqueça, vá lá e realize a Atividade. Fique atento(a) ao que está sendo solicitado.

Então, agora é com você !

Espero que tenha aproveitado bastante, e possa apresentar produções que representem o nível de aprendizagem pretendido nessa disciplina.

Não esqueça...Estamos juntos nessa caminhada!

Boa sorte nos estudos e nas produções!

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Para melhor discutir as informações sobre a Família Contemporânea, entre no link sobre o Forum “Estruturas da Família na Contemporaneidade”. Participe! Dessa forma você desenvolverá melhor a sua aprendizagem.

Resumo da Aula I.2 – Abordaremos nesta aula as diversas formas de organização da família na contemporaneidade. Vamos entender que, as mudanças dos valores morais e culturais ocorridos na sociedade, bem como as influências dos avanços tecnológicos, econômicos, sociais, jurídicos e políticos, refletem diretamente na Família, abrindo espaços para que ela possa assumir estruturas diversificadas.

AULA I.2 – ESTRUTURAS FAMILIARES CONTEMPORÂNEAS

Dando continuidade à aula anterior vamos focalizar agora , a evolução da organização familiar, destacando as principais mudanças que vem ocorrendo na contemporaneidade.

Conforme vimos anteriormente, ao longo dos tempos, a família apresentou estruturas variadas, articuladas com as mudanças conquistadas e implantadas na sociedade, em suas diversas áreas, notadamente as culturais, morais, políticas, jurídicas, todas permeadas pelo avanço tecnológico que funciona como mola propulsora das transformações.

E como será que essas mudanças estruturais

acontecem?

Será que é fácil reestruturar algo?

Como essas mudanças são absorvidas num grupo

Social como a Família?

Normalmente as transformações sociais requerem um longo tempo de amadurecimento, para serem devidamente implantadas e vivenciadas no cotidiano social. Primeiro começa a emergir alguma necessidade ou algum interesse no interior da sociedade. Depois são levantadas questões sobre as possibilidades de mudanças, com espaços de debate em meios de comunicação, com defesas a acusações. Quando a defesa se impõe, legisladores (ou outros profissionais) elaboram ante-projetos e projetos, seguindo-se análises, aprovações e implantação da mudança. Temos como exemplo a Lei do Divórcio que, passou longas décadas para chegar a ser aprovada.

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Mas, algumas mudanças estruturais ocorrerram e ocorrem sem projetos, simplesmente porque a população começa a buscar melhores condições de vida para sobreviver.

Nesse sentido, para reforçar essa afirmação acima, devemos destacar as grandes transformações que envolveram a Família, com o advento da Revolução Industrial, quando teve início um processo de migração das pessoas do campo para as cidades maiores, onde se instalaram os complexos industriais. Esse contexto ocasionou um desmembramento do núcleo famíliar que, no campo convivia de forma ampla, com parentes, aderentes e agregados, passando a viver pais e filhos na cidade grande. A vida numa família mais restrita, aproximou mais pais e filhos, estimulando os laços afetivos. Em contrapartida, as exigências do trabalho nas fábricas limitava o tempo que a família podia se encontrar, como até hoje acontece (mesmo outros trabalhos), salientando-se que foi nessa época que a mulher começou também a trabalhar fora de casa (também nas fábricas),integrando a população tida como economicamente ativa, e os filhos passaram a freqüentar as escolas,pois as mães necessitaram de apoio, durante as ausências para trabalhar.

PERGUNTAMOS :

Que outras repercussões teve essa saída da mulher para

trabalhar fora de casa ?

A partir de então, o regime patriarcado, que era quase uma “soberania divina”, começou a ser ofuscado por uma nova ordem sob o jugo do feminino que, aliou o poder da maternidade à participação da mulher no poder econômico, como bem reforça Elisabeth Roudinesco (pag. 11) :

“Baseada durante séculos na soberania divina do pai, a família ocidental foi desafiada, no século XVII, pela irrupção do feminino. Foi então que se transformou, com o advento da burguesia, em uma célula biológica que concedia lugar central à maternidade. A nova ordem familiar conseguiu represar a ameaça que essa irrupção do feminino representava à custa do questionamento do antigo poder patriarcal”.

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Para aprofundarmos mais essa discussão, desenvolva a atividade de pesquisa proposta no Moodle. A atividade busca ampliar o entendimento sobre a organização da família na contemporaneidade, destacando as mudanças que afetaram ou afetam a estrutura familiar, nas diversas áreas, e que ocasionaram ou ocasionam novas posturas na estrutura e na convivência da família. A escrita deve ser crítico-reflexiva, e ao final deverá conter um posiciomento do(a) aluno(a).

Veja na Plataforma Moodle a indicação de vídeo e de leitura complementar sobre A Família Contemporânea

Essa temática foi amplamente analisada por Freud, teórico que criou a Psicanálise, onde alguns estudos passam pela relação entre pais e filhos, e que explicam a origem de alguns dos distúrbios psicológicos, nas diversas fases do desenvolvimento humano.

Outra área que afeta diretamente a família, principalmente na contemporaneidade é a jurídica, pois envolve os encaminhamentos legais que interferem diretamente na constituição e na convivência da família. Desde a aprovação do divórcio, importantes decisões foram tomadas, como por exemplo, questões relativas à adoção, outras referentes à paternidade, através do Teste de DNA, e ainda as que encaminham e dão sustentáculo às uniões gays.

Como podemos ver nos comentários anteriores, para se adquirir uma maior compreensão sobre a família, precisamos assimilar o que cada área de conhecimento humano estuda sobre a questão, estabelecendo, inclusive um paralelo entre os diversos saberes. Por isso, para que você faça uma Leitura mais reflexiva, proposta no Quadro anterior, vamos completar com mais encaminhamentos no Quadro abaixo :

PERGUNTAMOS :

Mas, o que teríamos a acrescentar nessa aula, para aprofundar os nossos estudos sobre a família?

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Para aprofudar o estudo, veja na Biblioteca Virtual o Livro “A Família em Desordem”, de Elisabeth Roudinesco da Zahar.

. Caso queira discutir pessoalmente esses Tópicos, marque com o seu Tutor presencial um encontro para discutir essas questões

Além dos comentários já feitos anteriormente, vamos elencar alguns tópicos, para destacar as situações vigentes ou mudanças nas estruturas familiares contemporâneas, como vemos abaixo :

- Nos primórdios da contemporaneidade, a escolha do(a) companheiro para constituir uma família, deixou de ser uma decisão dos pais, e passou a ser regido pelo amor, pela paixão, ou uma simples atração, ou seja, deixou de ser uma questão política para ser uma questão romântica;

- A família ampliada ou extensa, é uma estrutura mais abrangente, que envolve o núcleo familiar mais os demais parentes, consangüíneos ou não, constituindo uma rede se relações mais amplas, entre os que são do mesmo sangue com os que se agregam, através de alguma ligação com alguém dessa família.

- Encontramos, também, famílias de pais únicos ou monoparental, cujos filhos são criados pela mãe ou pelo pai, devido à determinadas circunstâncias, como o divórcio, óbito do pai ou da mãe, abandono do lar, ou adoção por uma só pessoa;

- Nesse caminho encontramos ainda, pais que se separam e constituem um novo casamento, trazendo filhos das relações anteriores, instituindo assim uma grande família ou uma comunidade familiar;

- Outra forma de organização familiar envolve casais homossexuais, quando existe uma ligação conjugal ou marital,entre pessoas do mesmo sexo. Mesmo existindo inúmeros casos no mundo inteiro, atualmente existe uma grande luta, encampada por homos e heterossuais, pela oficialização da união dessas pessoas, através do casamento;

- Diversos estudiosos destacam que existem quatro tipos de relações que predominam na família : a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos), a de consanguinidade (entre parentes do mesmo sangue) e a de afetividade ou consideração (entre pessoas que fazem parte da família porque entraram nela através da união com alguém da família. Podemos destacar também os agregados, que constituem as pessoas amigas tão próximas que já são considerados da família;

- A principal função da família, na contemporaneidade, é proteger os seus membros, abrangendo o atendimento das necessidades básicas, e as orientações

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indispensáveis para cada um se equilibrar na vida, de forma a garantir o bem-estar de todos e minimizarou combater os conflitos que poderão emergir da vida, nas relações que cada um estabelece consigo próprio, com outras pessoas e com o mundo, advindos da inserção no meio social.

Esse último Tópico exige um comentário sobre a situação sócio-econômica em nosso país, onde a grande maioria da população não as mínimas condições para uma vida digna, onde o desemprego está em alta, sem o atendimento de qualidade às necessidades básicas de alimentação, saúde, segurança, educação e lazer.

VOLTAMOS A PERGUNTAR :

E aí, como ter uma família que possibilite as condições para um equilíbrio emocional condizente com as necessidades que todos têm como seres humanos?

Essa questão já nos encaminha para a próxima Aula, última dessa Unidade, onde vamos refletir sobre as Funções da Família, os Conflitos que emergem no interior da família, e aqueles que, partindo do meio social, penetram no cotidiano familiar, e criam situações de instabilidade, com crises emocionais e outros desdobramentos mais complicados no âmbito das doenças Mentais.

Espero que o assunto dessa aula tenha despertdo seu interesse para desenvolver de forma satisfatória as atividades propostas ao longo dessa nossa conversa, e também para realizar, com muita atenção a ATIVIDADE I.2, que corresponde ao final dessa aula, e que vai demonstrar o o resultado do que você aprendeu.

MOSTRE PARA VOCÊ MESMO O QUANTO APRENDEU E A SUA CAPACIDADE DE ELABORAR SUAS IDÉIAS !

VEJA NA PLATAFORMA MOODLE O QUE VOCÊ PRECISA REALIZAR E FAÇA DA MELHOR FORMA POSSÍVEL!

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NÃO ESQUEÇA QUE TEM UM PRAZO PARA CONCLUIR ESSA ATIVIDADE.

ESPERAMOS QUE VOCÊ FAÇA SEMPRE O MELHOR...SUCESSO!

ATÉ A PRÓXIMA AULA!

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Procure olhar o site do You Tube, no programa Bem Viver, coordenado por Regina Pastore, onde encontramos diversos vídeos sobre Conflitops Familiares. Vale a pena! Não esqueça!

Resumo da Aula I.3 – Nesta aula serão destacadas as funções da família, e analisados os conflitos familiares que emergem das relações, para que possamos melhor compreender o que interfere diretamente na convivência entre os seus membros e, como eles se inserem no contexto social e, mais particularmente na escola.

AULA I.3 – CONFLITOS FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE

Conforme destacamos na aula anterior, a família, enquanto organização social básica da sociedade, necessita assumir funções que são prioritárias para introduzir e manter, de forma equilibrada, o ser humano no convívio social mais amplo, ou seja, nas demais organizações sociais, onde ele é levado à desenvolver ações para as quais o cidadão é chamado a participar.

Com relação ao processo de socialização, a família tem o importante papel de formar em cada membro seu, os comportamentos adequados e aceitáveis para a sua inserção na sociedade, num processo de construção da sua identidade.

Então, as funções principais da família abrangem o apoio afetivo, e a segurança econômica, abrangendo preocupações com alimentação, saúde e educação, e, também, as orientações para uma vida cidadã.

Tudo isso vai possibilitar aos seus membros um equilíbrio emocional consistente, para encarar as crises e os conflitos que surgem nas relações intra e interpessoais, que permeiam a convivência nos diversos ambientes sociais.

Nesse sentido, cabe à família as primeiras orientações para que a pessoa tenha condição de viver e conviver na sociedade, respeitando os limites postos pelas Leis, Normas e Regimentos, que retratam os direitos e impõem os deveres do cidadão.

“Mas, será que toda família está preparada para esse papéis/funções tão abrangentes?

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Sabemos que não. E, nesse sentido, existem vários organismos e entidades na sociedade, que podem apoiar essa formação familiar, em diversas áreas de atividade humana, como por exemplo a educacional, a jurídica, a saúde e a assistência social. Mesmo assim, são grandes as crises e os conflitos familiares e sociais.

Para que essas funções aconteçam no cotidiano da familia, deve existir um clima de afetividade, solidariedade, responsabilidade e respeito entre os seus membros, de maneira que contribuam para uma vida em comum saudável, onde todos se apóiam mutuamente.

Essa (con)vivência certamente dará mais união e força à família, para se proteger ou combater os conflitos que poderão surgir e invadir a sua privacidade, e que, muitas vezes, abalam a tranqüilidade dos seus membros, desenvolvendo stress, discórdia, desavenças, intrigas, acusações e até desenlaces, ocasionando crises que poderão afetar a saúde física e mental.

PERGUNTAMOS : Quais os principais conflitos que interferem e desorganizam o cotidiano familiar?

Podemos situar os conflitos de várias maneiras, mas aqui vamos caracterizá-los considerando as suas origens, como apresentamos abaixo :

- Os que emergem no interior da própria família, e refletem na sociedade

como um todo :

. violência doméstica (desenlaces / autoritarismo / crimes sexuais );

. falta de estabilidade financeira (desemprego / descontrole);

. irresponsabilidade dos pais (descompromisso com a criação e

educação dos filhos).

- Os que advém dos diversos ambientes sociais, e penetram ou refletem

no seio da família :

. tráfico e/ou uso de drogas;

. envolvimento em atos criminosos;

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. preconceitos e crimes sexuais.

Algumas ocorrências no cotidiano familiar poderão causar conflitos ou não, como é o caso de Adoção, Gravidez na Adolescência, Separação dos Pais, Doenças Físicas e Mentais, Dificuldades Escolares e outras.

Os conflitos sempre geram crises, que por sua vez desencadeiam violências, interferindo diretamente nas relações interpessoais e provocando desequilíbrios no cotidiano familiar.

É importante destacar que, a cada momento histórico, os conflitos geram problemas próprios, afetando de forma peculiar as pessoas. Por exemplo, nos séculos anteriores (até o final do século XIX e até as primeiras décadas do século XX), reinava, de um modo geral, o autoritarismo exarcebado do pai todo poderoso, que mandava e desmandava, definindo até os casamentos dos filhos; não havia diálogo entre pais e filhos e muitas vezes os filhos fugiam para casar com quem eles escolhiam, à revelia dos pais, e eram deserdados. Nas últimas décadas (século XX até os nossos dias), iniciou-se uma relação dialógica entre pais e filhos, que nem sempre tem dado certo, pois as idéias e os comportamentos entram em choque, onde a liberdade sob controle e com responsabilidade, é confundida com permissividade e liberalidade. Nessas circunstâncias, é comum que pais e filhos percam o controle, assumam comportamentos desagregadores, carregados de violência, não existindo mais amor com limites, como reforça Roudinesco (2003,pag.21) :

“À família autoritária de outrora, triunfal ou melancólica, sucedeu a família mutilada de hoje, feita de feridas íntimas, de violências silenciosas, de lembranças recalcadas. Ao perder sua auréola de virtude, o pai, que a dominava, forneceu então uma imagem invertida de si mesmo, deixando transparecer um eu descentrado, autobiográfico, individualizado, cuja grande fratura a psicanálise tentará assumir durante todo o século XX”.

A autora citada acima destaca o olhar psicanalítico sobre a questão que estamos analisando, demonstrando que, nem sempre as explicações são estão claras e aparentes. Num maior aprofundamento, vamos encontrar questões, nesse contexto, que passam pelo inconsciente, cujo existência não temos conhecimento, e, na maioria das vezes são as causas maiores dos conflitos e suas conseqüências.

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Realize uma busca no Google, sob o Título “Conflitos Familiares”, e entre no site “Domínio Feminino”, cujo Texto inicial tem o Tìtulo “Os Conflitos Familiares e a Mediação”. Na sequência, realize a atividade proposta na Plataforma Moodle sobre essa temática.

Vamos participar do Fórum sobre Conflitos Familiares, a partir da questão:”Na sua opinião, qual o conflito familiar mais difícil de solucionar? Por que?

Certamente encontraremos muitas explicações, sobre a origem e o desencadeamento dos conflitos em diversas outras áreas do conhecimento humano, cada uma destacando o seu objeto de estudo e buscando as origens e as justificativas dos conflitos.

DESTAQUE : Fique bem atento(a)... Essa temática abrange um amplo estudo e desencadeia um profundo debate, abrangendo diversas áreas...

Mas não podemos esquecer que, em qualquer área de conhecimento humano, é fundamental que se tente resolver problemas de conflitos, a partir do diálogo, do respeito e da solidariedade, que embasam certamente as boas relações interpessoais. Caso as dificuldades persistam, é necessário buscar ajuda de profissionais, para mediar a crise, trabalhando as questões que estão interferindo no cotidiano.

Para reforçar o debate, podemos salientar que, os conflitos são estimulados

pelas necessidades que cada pessoa apresenta. Isso significa dizer que, como as pessoas são diferentes e apresentam necessidades diversas, as crises são muito intensas, e sempre ocorrem porque cada um se queixa da falta de compreensão do(s) outro(s). Daí a necessidade de alguém, profissional ou não, para mediar a questão.

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Procure na Biblioteca presencial Livros ou Textos sobre a temática família, para reforçar a sua aprendizagem.

Converse com o seu Tutor Presencial sobre as questões levantadas ao lado desse quadro. Isso vai ajudar na atividade conclusiva.

Então, ampliando mais essa nossa conversa, vamos voltar ao ponto de partida dessa aula, sobre as funções e as relações familiares. Nesse sentido, é preciso que se diga que, o aconchego familiar sob a forma de amor, carinho, atenção e proteção, é a base fundamental para o equilíbrio emocional. Muitas são as situações onde a família falha, uma vez que existem os conflitos de gerações pois os valores perpassados , atualmente pela sociedade, nem sempre são assimilados por todos os membros da família. Como exemplo temos os mais jovens assumindo posturas mais ousadas e arriscadas, enquanto os mais velhos são mais contidos e mais cuidadosos nas suas posições.

Outras leituras contribuirão para reforçar o conhecimento das fragilidades contemporâneas nas relações familiares, envolvendo pais, filhos e demais parentes. Tem aumentado excessivamente a violência entre familiares, atingindo o ápice de homicídios e outras formas de agressões.

A compreensão que buscamos ao longo dessas três aulas da Unidade I, vai nos possibilitar um maior entendimento das Unidades que se seguem( I e II ), que tratam da articulação da Família com a Sociedade e com a Escola. Há uma interdependência entre essas organizações sociais, pois são espaços de formação do cidadão para a inserção no mundo.

Então, o que achou do encaminhamento dessa aula ?

Aprendeu algo novo ?

Alguma dificuldade para compreender as questões postas?

O que considerou mais significativo?

O que pretende aprofundar ?

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• AGORA É O MOMENTO DE APRESENTAR A SUA CRIATIVIDADE...

• VAMOS DEMONSTRAR QUE VOCÊ APRENDEU E ESTÁ DOMINANDO ESSA TEMÁTICA ?

• ENTRE NA PLATAFORMA MOODLE E REALIZE A ATIVIDADE III...

• ATENÇÃO, REFLEXÃO E PRODUÇÃO !!!

• SUCESSO NO TRABALHO !!!

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UNIDADE I - REFERÊNCIAS

ENGELS, Fredrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado; tradução José Silveira Paes; apresentação Antonio Roberto Bertelli. São Paulo: Global, 1984.

Família. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia. Acesso: 18 abr 2010.

ROUDINESCO, Elisabeth. A família em desordem- Tradução de André Telles.Rio de janeiro : Jorge Zahar, 2003.

MEIRA, Yolanda Mourão(org.). O Porão da Família: ensaios de Psicanálise. São Paulo : Casa do Psicólogo, 2003.

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Faça uma pesquisa no Google, em busca de sites que tenham disponham de Textos sobre “Formação da Cidadania”para aprofundar a temática.

Resumo da Unidade II – Nesta Unidade desenvolveremos estudos, debates e produções, em torno da construção da cidadania no âmbito da Família, da Escola e da Sociedade. Daremos destaque, também, às questões sociais básicas para a cidadania, como os valores perpassados pela sociedade, às desigualdades sociais, às políticas públicas e às questões éticas que repercutem diretamente no cotidiano familiar e escolar.

Resumo da Aula I.I – O foco desta aula será o papel da família na formação do cidadão, ressaltando-se o que contribue, o que dificulta e o que impede a construção da cidadania nas relações familiares.

UNIDADE II – A FORMAÇÃO DO CIDADÃO NA FAMÍLIA, NA

ESCOLA E NA SOCIEDADE

AULA II.1 – FAMÍLIA E CIDADANIA

Depois de tudo o que estudamos, na Unidade I sobre a família, na Unidade II vamos explorar como acontece a construção da cidadania, enquanto nexo fundamental entre Família, Escola e Sociedade.

• MAS... ANTES DE TUDO... O QUE É MESMO

CIDADANIA ?

• E... QUE SIGNIFICA CONSTRUIR A CIDADANIA?

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Cidadania é um termo que usamos no nosso dia a dia para designar, geralmente, a participação do indivíduo na sociedade. No senso comum, o termo é entendido como o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo tem na sociedade em que vive. Embora essa visão não esteja errada, ela é um tanto quanto limitada. É importante adentrarmos um pouco mais nos debates que se travam sobre o tema, uma vez que, quando nos debruçamos nos estudos sobre cidadania, vemos que o termo tem sofrido algumas modificações no decorrer da história.

Antes de tudo é importante colocar que a palavra cidadania vem do latim “civitas” que significa cidade, e teve origem na Grécia clássica.

Entre os estudiosos, convencionou-se pensar a cidadania a partir de dois pontos de vista: a cidadania dos Antigos e a cidadania dos Modernos.

Para os antigos, o termo cidadão aproxima-se do sentido etimológico da palavra, isto é, o habitante da cidade. A cidadania era a condição de indivíduo que participa das decisões políticas da cidade. Nesse sentido, a cidadania tinha a idéia de um privilégio, pois não eram todas as pessoas que podiam participar dessas decisões. Estavam de fora os escravos, as mulheres e as crianças.

Para os modernos, no entanto, o termo cidadania ganha um novo sentido. Na sociedade moderna, o termo dá a idéia de homem livre, portador de direitos e obrigações a título individual, assegurados em lei.

É importante entendermos que essa noção de cidadania como um direito e não como um privilégio surge no contexto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que aparece nos primeiros meses da Revolução Francesa.

Nesse contexto, um pensador fundamental para as transformações que ocorreram na sociedade ocidental foi Jean Jacques Rousseau, autor de “O contrato Social”. Nesta obra, Rousseau apresenta a sociedade como o resultado de um acordo entre indivíduos. Para ele, a sociedade é um contrato, um pacto de associação.para a vida em comum. Interessante observarmos que para este pensador, a idéia de cidadania está associada à ideia de participação. No capitulo VI da sua obra, Rousseau descreve a sociedade como resultado de um contrato entre associação (Estado) e associados (os indivíduos):

[...] ao invés da pessoa particular de cada contratante, esse ato de associação produz um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quanto a assembléia de vozes, o qual recebe desse mesmo ato sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade. A pessoa pública, formada assim pela união de todas as

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outras, tomava outrora o nome de cidade, e toma hoje o de república ou corpo político, o qual é chamado por seus membros: Estado, quando é passivo; soberano, quando é ativo; autoridade, quando comparado a seus semelhantes. No que concerne aos associados, adquirem coletivamente o nome de povo, e se chamam particularmente cidadãos, na qualidade de participantes na autoridade soberana, e vassalos, quando sujeitos às leis do Estado. Todavia, esses termos freqüentemente se confundem e são tomados um pelo outro. É suficiente saber distingui-los, quando empregados em toda a sua precisão.(ROUSSEAU, 2002)

Nessa perspectiva, observamos que cidadão é aquele que participa das decisões dessa associação. A idéia de participação, portanto, é fundamental no pensamento de Rousseau sobre cidadania.

Outra referência fundamental nos debates sobre cidadania no período contemporâneo, é o estudo do sociólogo britânico Thomas H. Marshall a respeito do desenvolvimento da cidadania na Inglaterra. Para Marshall, cidadania refere-se ao acesso ao conjunto de três tipos de direitos: civis, políticos e sociais. Os direitos civis referem-se às liberdades individuais, isto é, direito à liberdade de ir e vir, direito à proteção igualitária, ao habeas corpus, etc. Os direitos políticos são aqueles que têm como objetivo à participação no processo de decisão da vida pública, referindo-se ao direito de votar e ser votado. Os direitos sociais, por sua vez, dizem respeito à possibilidade de usufruir de padrões de vida civilizados: ter acesso à saúde, educação de qualidade, trabalho digno, moradia, lazer, dentre outros.

Assim, podemos dizer que a cidadania é um estado de direito do cidadão, que garante a possibilidade de participação , na vida pública do Estado, nas eleições para cargos políticos e nos concursos para cargos públicos, como também, garante o direito de ser tratado com respeito pela coletividade a qual faz parte, sem qualquer tipo de preconceito.

Vale ressaltar que, a própria noção de direitos pressupõe a contrapartida de deveres, pois o direito de cada pessoa termina quando começa o direito do outro, e sendo assim, os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.

Agora vamos à segunda questão posta inicialmente. Construir a cidadania significa oportunizar formas e meios para que a pessoa, criança ou adulto, reflita e assimile os valores que levam à uma participação responsável no contexto social. Essa construção, aliás como toda construção, deve ser gradativa, exercitada no cotidiano, a partir do diálogo e de leituras, que conduzam à descobertas dos espaços favoráveis e necessários à formação do cidadão.

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Comente, por escrito, em uma lauda, a citação da autora Laura Bergamo.

Então, em sendo a família o primeiro núcleo social que o ser humano tem contato mais próximo, certamente também é o primeiro espaço que deve cuidar da formação do cidadão. É nela que devem ser transmitidas as primeiras noções de direitos e deveres, bem como estimulados e sentidos os valores a serem seguidos no seu âmbito e no âmbito social mais amplo, como reforça bem Laura Bergamo :

“A família deve ser a principal responsável pela formação da consciência cidadã do jovem, e também apoio importante no processo de adaptação das crianças para a vida em sociedade. Uma boa educação dentro de casa garante uma base sólida se segura no contato com as adversidades culturais e sociais, características do período do amadurecimento. A ausência familiar gera graves conseqüências na formação, alimentando valores egocêntricos, que levam os mais jovens ao mundo do vício e das futilidades”.

A autora cima citada destaca também, para

aprofundar a questão que “ O educador Antônio Carlos Gomes da Costa, um dos idealizadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, declara que a partir do momento em que as crianças ficam soltas na comunidade e entregues às diversões eletrônicas, há uma perda de referência em relação aos valores considerados importantes para o desenvolvimento de uma base sólida. Porém, segundo ele, não basta apenas estar presente, é preciso saber educar de forma correta. “O problema, a meu ver, não é o tempo que os pais passam com os filhos. O desafio está na qualidade dessa convivência, que deve ser maracada por um forte componente de presença educativa”, diz Costa.

Nesse sentido é preciso considerar também, a diversidade atual das estruturas familiares, com todas aquelas pendências, como estudamos na Unidade I, pois cada organização requer formas específicas de cuidados com os filhos, no acolhimento e na formação cidadã.

Uma criança que vive num ambiente familiar saudável, onde existe uma convivência harmoniosa, pautada no amor, no respeito e na solidariedade, tem respaldo para crescer no caminho da cidadania, com amplas possibilidades de assumir posturas éticas e responsáveis no contexto social onde está inserida. Essa formação cidadã no seio da vida familiar acontece, não apenas através de palavras, mas principalmente, com exemplos, gestos, atitudes, e do carinho recebido, funcionando como uma metodologia pedagógica a ser vivenciada e perseguida no cotidiano familiar.

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Buscar o Código Civil Brasileiro na biblioteca presencial, para ler e aprofundar o Tema.

Com o apoio dos tutores, deverá ser desencadeado um Fórum de Debates sobre “A declaração universal dos direitos humanos e a família”

CASO FALTE ESSA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA, PERGUNTAMOS :

“ QUAIS AS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DE UMA FORMAÇÃO CIDADÃ FAMILIAR MAIS CONSISTENTE ?”

Com certeza vamos encontrar uma criança ou um adolescente com carências múltiplas, com espaços abertos para condutas negativas, impróprias para um ser humano, onde as portas estarão abertas para os vícios e a violência. Sabemos que, a própria sociedade já guarda movimentos de violência e vícios e, caso a pessoa não tenha uma boa formação para se defender desses perigos, sucumbe com mais facilidade aos chamamentos negativos do contexto social.

A visão da área jurídica na temática Família e Cidadania contribui para garantir as questões básicas do direito familiar, inclusas principalmente no Código Civil Brasileiro.

Nesse sentido vamos encontrar o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), que promove estudos e debates sobre temas polêmicos, que envolvem diretamente textos normativos que apóiam discussões e decisões sobre os encaminhamentos necessários para que a família tenha o apoio legítimo no seu papel de formadora da cidadania.

Também devemos destacar, como instrumentos normativos da cidadania, na família e em todo contexto social, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente. São Documentos que defendem os direitos dos seres humanos, buscando a inclusão e combatendo a exclusão social.

Enfim, as proposições são várias e os documentos norteadores estão elaborados. Cabe cada um fazer a sua parte. A família precisa ser esclarecida e compreender o seu papel nessa grande construção da cidadania, sabendo o que depende dela e como buscar os seus direitos. Mas também precisa entender que necessita cumprir com os seus deveres.

Aqui cabe uma pausa para reflexão, através de uma colocação e algumas questões...

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Colocação : A família tem, gradativamente, se desobrigado do seu papel educativo de formar o cidadão, deixando para a escola essa função educativa...

Perguntamos :

-A família compreende o seu papel no tocante à construção da cidadania?

-A quem caberia esclarecer isso e, de que forma poderia ser suprido?

-Quem está falhando então?

Acreditamos que é preciso utilizar a capacidade reflexiva das pessoas, para que elas aprendam à buscar melhores condições de vida. Os diversos Programas existentes ( Fome Zero / Bolsa Família / Bolsa Escola / Outros ), apoiam minimamente os mais carentes. Mas, precisamos de Programas que desenvolvam a capacidade pensante e a criatividade das pessoas, resgatando, paralelamente, a dignidade, a responsabilidade, a solidariedade, e outras capacidades que tornam, efetivamente, o ser humano um cidadão. Aí sim, os adultos terão possibilidade de passar essa postura para as crianças e os adolescentes, servindo inclusive de modelo, educando pela ação de viver como cidadão.

Nas minhas navegadas online, encontrei um site denominado “Escola de Pais do Brasil”, que ajuda pais, futuros pais e agentes educadores a formar verdadeiros cidadãos. Nesse site li um Texto “A cidadania começa em casa” de Rita Madalena B.S.Ramos, Consultora Educacional, Especialista em Psicologia Social, Especialista no Sistema Montessori de educação. Desse texto destaco o penúltimo parágrafo, que diz :

“Seja no espaço da família, da escola ou de qualquer outro grupo social, o importante é oportunizar experiências que promovam a cidadania – o exercício da solidariedade ao conceito de comunidade – o que fortalece o crescimento pessoal-social da criança. Daí a importância dos pais estarem atentos aos movimentos que possam significar desenvolvimento social: eventos escolares, que além do exercício de socialização para toda a família, reverte-se em modelo social e mais, em valorização da atividade da escola da criança e/ou dela própria: aniversários de coleguinhas, visitar parentes, vizinhos, convidar um amiguinho para passar uma tarde, apenas para ilustrar as mais freqüentes situações que fazem parte do cotidiano das famílias, muitas vezes negligenciadas em nome do “sem tempo”. Estas simples práticas auxiliam, sobremaneira, no desenvolvimento social, e este, por sua vez, contribui para o equilíbrio emocional. São atitudes e ações que os pais devem peomover para fazer de seus filhos pessoas sensíveis e criativas. Pessoas felizes, cidadãos da paz!”

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Comentando a citação acima podemos dizer que, quando buscamos a alegria e a felicidade no nosso dia a dia, construímos um clima de bem-estar ao nosso redor, criando, como diz a Autora, uma cultura de Paz. Convivendo nesse clima, passaremos para todos o desejo de ser solidário, responsável e acolhedor, aspectos fundamentais para a construção da Cidadania.

E ENTÃO, ASSIMILOU BEM ESSA AULA?

CONSIDEROU A TEMÁTICA INTERESSANTE ?

Agora vá à Plataforma Moodle e realize a Atividade correspondente à essa Aula...

Mas faça de forma bem reflexiva...Tentando aprofundar o assunto estudado...

Sucesso no seu trabalho! Ser aprendiz é ser capaz de crescer!

BOA SORTE!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Vamos realizar um Fórum para aprofundar a Temática Construção da Cidadania. Procurar no Moodle o texto Educação e Cidadania, no site do “Recanto das Letras”. Ler e dar uma opinião sobre o conteúdo do Texto. Vamos discutir!

Resumo da Aula II.2 – Nesta aula vamos estudar as questões que envolvem o papel da escola na formação da cidadania, com destaque para as práticas pedagógicas transformadoras e para as relações interpessoais que permeiam o cotidiano escolar.

AULA II.2 – ESCOLA E CIDADANIA

Dando continuidade à essa Unidade II, que envolve fundamentalmente a construção da cidadania, vamos nos deter, nessa aula, no espaço da escola.

A divisão que fizemos nessa Unidade, relativa à construção da cidadania na Família, na Escola e na Sociedade, não deverá impedir que tenhamos uma visão interrelacionada destes três espaços sociais, pois eles funcionam sempre de forma interdependente.

Como já vimos na aula anterior, na família, a construção da cidadania na escola requer toda uma vivência dos aspectos a serem defendidos e assimilados por toda comunidade escolar.

PERGUNTAMOS ENTÃO :

- Como poderíamos definir a escola?

- Como a escola deve organizar o seu cotidiano para possibilitar espaços de construção da cidadania?

A escola é uma instituição eminentemente educativa, que deve oportunizar a formação integral do aluno, e favorecer a formação continuada dos demais segmentos que a compõem, incluindo os pais e pessoas da comunidade aonde está inserida. Com isso queremos dizer que, todos os espaços da escola deverão estar à disposição de ações e atividades que objetivem a formação educativa. Poderíamos então sintetizar que, a escola é um lugar onde se cuida de pessoas, de forma acolhedora, criando um ambiente favorável ao crescimento pessoal e profissional.

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Então, a segunda questão já nos reporta à organização da escola, para efetivamente construir espaços para a formação da cidadania. Nas diversas situações de vivências educativas, nas reuniões para decisões administrativas, nas reuniões para definições pedagógicas, nas salas de aula, nas reuniões avaliativas, nas festividades, nos esportes e nos contatos informais, em todos os âmbitos devem prevalecer aspectos essenciais para a formação da cidadania, como :

- AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO : Relações de autonomia e participação possibilitam que as pessoas pensem, defendam as suas idéias individuais ou grupais, discutam e assumam as decisões, num processo consciente de construção coletiva.

- ÉTICA E RESPONSABILIDADE : A postura ética e responsável requer que as pessoas desenvolvam relações interpessoais de respeito e compromisso, de modo a assumir suas posturas sem agressão e sem violência.

- SOLIDARIEDADE E HUMANIZAÇÃO : Apoio afetivo e material às necessidades dos outros, colaborando para minimizar o sofrimento alheio, colocando-se ao lado dos que precisam de ajuda.

Em qualquer circunstância no cotidiano escolar, esses aspectos acima citados precisam prevalecer, para que o clima escolar contribua para o bem-estar geral, gerando alegria e felicidade na convivência e nos trabalhos desenvolvidos.

Na verdade, são muitas as escolas que estão longe de vivenciarem uma situação de bem-estar no seu cotidiano, pois muitos dos seus educadores, funcionários e alunos, não assimilaram ainda os movimentos que estão acontecendo pró construção da cidadania, nem compreendem ou não querem compreender, a extrema necessidade de transformar a prática pedagógica. Então permanecem acorrentados à propostas ultrapassadas, cujas rédeas passam por uma visão autoritária do ensino, onde não há espaço para questionamentos, reflexões e mudanças. Essas escolas não se pautam pela ética, nem pela solidariedade, nem muito menos pelo compromisso social. Geralmente reina competições nefastas, agressões despropositadas, rixas nas relações interpessoais e descompromisso com a educação. Gadotti (1998) nos apresenta um dos caminhos para colocar a escola no rumo da construção da cidadania :

“Nunca nossas escolas discutiram tanto autonomia, cidadania e participação. É um dos temas mais originais e marcantes do debate educacional brasileiro de hoje. Essa preocupação tem-se traduzido sobretudo pela reivindicação de um projeto político-pedagógico próprio, específico de cada escola. Neste texto, gostaríamos de tratar deste assunto, sublinhando a sua importância e seu significado, bem como as dificuldades, obstáculos e elementos facilitadores para a elaboração do projeto político-pedagógico”.

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Vamos realizar um Fórum para tirar as dúvidas sobre a construção do PPP na escola.

Concordando com Gadotti vamos reforçar a importância da

construção do PPP (Projeto Político-Pedagógico) para implantar a gestão democrática e o trabalho coletivo nas práticas administrativo-pedagógicas da escola. As possibilidades são imensas, no sentido de favorecer a participação de todos num processo democrático, pois os estudos, as discussões e as propostas resultarão numa produção inconclusa, que representa a a alma da escola, e deverá sempre ser reformulada, a partir da reflexão sobre a prátida pedagógica.

PERGUNTAMOS :

O que antecede a construção do projeto Político-Pedagógico?

Quem deve elaborar o Projeto Político-Pedagógico ?

A construção do Projeto Político-Pedagógico deve ser precedida de reuniões preparatórias, coordenadas por uma comissão intersetorial, onde todos são conclamados a se engajarem no processo participativo dessa construção, ocasião em que também são destacados a importância e os propósitos desse trabalho.

Um ponto que deve ser bem discutido e esclarecido é que a construção do projeto político-pedagógico abrange, prioritariamente, a discussão coletiva que fundamenta e encaminha a montagem do documento. Com isso queremos destacar que, o documento elaborado sem a participação da maioria da comunidade escolar não representa os valores nem as propostas da escola.

Deverá ser criada uma comissão central com a participação de um representante de cada segmento da comunidade escolar e, paralelamente, deverão ser criadas sub-comissões abrangendo cada segmento, coordenadas pelo seu representante na comissão central. Acontecerão as reuniões específicas por cada segmento, e reuniões gerais, tipo assembléias, envolvendo a comissão central e todas as sub-comissões para leitura das propostas e votação do que deve ser encaminhado no PPP.

O processo participativo é bastante enriquecedor mas, como disse Gadotti na citação acima, são muitos os obstáculos que interferem no seiu decorrer, atingindo, principalmente, as relações interpessoais e questões de disputa pelo poder.

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Na realização do Fórum sobre o PPP(proposto no quadro anterior) precisamos discutir as etapas da construção do Projeto, bem como o esquema de elaboração do documento. Também é importante que cada aluno(a) tenha acesso a um PPP de uma escola e procure saber como foi elaborado. Nesse sentido faça uma análise crítica buscando compreender se atende aos objetivos a que se propõe.

Discutir com o seu tutor presencial sobre a construção do PPP. Buscar algum material na biblioteca para leitura complementar.

É ainda Gadotti falando sobre o Projeto Político-Pedagógico, que nos diz : “A autonomia e a participação – pressupostos do projeto político-pedagógico da escola - não se limitam à mera declaração de princípios consignados em algum documento. Sua presença precisa ser sentida no conselho de escola ou colegiado e também na escolha do livro didático; no planejamento do ensino; na organizaçãode eventos culturais; atividades cívicas, esportivas e recreativas. Não basta apenas assistir a reuniões”.

Depois de tudo que colocamos, temos a clareza e defendemos que a elaboração do projeto político-pedagógico, é um dos principais espaços no cotidiano escolar para a construção da cidadania, pois envolve autonomia, participação e propostas coletivas. Mesmo considerando as dificuldade que poderão emergir no processo, a vivência possibilitará crescimento pessoal e profissional dos participantes.

Tudo isso leva a uma maior qualidade no ensino, pois quanto mais tivermos abertura para participamos de estudos e discussões coletivas, mais desenvolveremos a nossa capacidade de assumir as mudanças que se fizerem necessárias na nossa prática pedagógica.

Os alunos(as) precisam sentir que a escola está se reconstruindo enquanto escola cidadã, e que todos devem contribuir para essa construção, participando e colaborando com as transformações que deverão acontecer. Para tanto os(as) aluno(as) devem ser inseridos nos debates e nas assembléias, já que é uma forma de aprender a participar.

Atualmente as questões de violência e das drogas têm se infiltrado no interior da escola, causando inúmeros problemas, alguns até muito graves,

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prejudicando o clima educativo, tão necessário ao processo ensino-aprendizagem e à formação integral do(a) aluno(a). As ocorrências dessa natureza devem ser trabalhadas e encaminhadas por todos da comunidade escolar, que deverá reunir forças para combatê-las, se preciso com ajuda externa à escola. Mas, com certeza, a escola será mais forte nesse combate quanto mais ela estiver num processo coletivo de construção da cidadania.

ESSA AULA TROUXE ALGO DE NOVO PARA A SUA APRENDIZAGEM ?

VAMOS DEMONSTRAR QUE APRENDEU?

Procure na Plataforma Moodle a Atividade Final dessa aula...

Procure fazer o melhor que poder...

Sucesso na sua tarefa!!!

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Pesquise no Google sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado pelo governo Lula, e destaque as principais proposições que contemplem a cidadania.

Resumo da Aula II.3 – A temática dessa aula abrangerá os aspectos que mais se destacam na formação da cidadania no âmbito mais geral da sociedade. Analisaremos as questões éticas e dos direitos humanos que permeiam o contexto social e estão inseridas no cotidiano do(a) cidadão(ã).

AULA II.3 – SOCIEDADE E CIDADANIA

Estudamos, inicialmente, a formação da cidadania na família e na escola. Agora vamos refletir sobre a formação da cidadania na sociedade, que envolve as relações sociais mais amplas, abrangendo todos os grupos sociais, todas as instituições, todos os movimentos sociais e, enfim todas as formas de organização social.

Falar de sociedade ou de contexto social significa falar de valores, ética, solidariedade e direitos humanos, que são aspectos essenciais para desenvolver a cidadania, uma vez que fundamentam as relações que se estabelecem nos diversos espaços sociais. Já falamos em alguns desses aspectos mas não os situamos no contexto social mais amplo. Para possibilitar que os aspectos citados anteriormente sejam devidamente implantados e vivenciados, existem as leis, as normas, as resoluções, os programas e os projetos, que traçam as condutas e as ações necessárias a uma vida cidadã.

E QUANDO PODEMOS FALAR EM VIDA CIDADÃ ?

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Com base na leitura proposta no quadro anterior vamos realizar um Fórum sobre os desafios e as possibilidades para o alcance da cidadania na atualidade.

Vida cidadã significa a inserção do ser humano numa sociedade democrática, usufruindo dos seus direitos e cumprindo seus deveres, vivendo com dignidade, compatível com seus valores, numa constante busca por conquistas de benefícios sociais que garantam cada vez mais uma melhor qualidade de vida. Quanto mais uma sociedade é democrática, mais vivencia a justiça, a igualdade, a solidariedade, posturas éticas e o respeito humano, com destaca Rosangela Alves, no artigo “Ética e Cidadania na Sociedade Brasileira”, postado na WebArtigos.com :

“ Estamos em um momento da história brasileira, e por que não dizer do mundo, em que a toda hora, os meios de comunicação anunciam a necessidade de ter uma comunidade mais justa e íntegra. O mundo tem acordado para essa necessidade, alguns países têm demonstrado mais expressamente enquanto que outros, mais lentamente. Mas nada acontece sem uma conscientização definida e um empenho dedicado, que nasça no seio da população, como uma necessidade intrínseca. O discurso parece ser o mesmo : agir com ética, usar a cidadania”.

Concordamos com a autora, principalmente quando ela destaca que para se

construir uma sociedade mais justa, é necessário que seja desencadeado um processo de conscientização no seio da população. Acontece que, na maioria das vezes as políticas públicas não são prioridades para os nossos governantes, e também, a desinformação e as desigualdades sociais, impedem que ocorram com mais freqüência debates conscientizadores e propostas que melhor atendam aos interesses e necessidades da comunidade.

PERGUNTAMOS :

• COMO VIABILIZAR MAIS FREQUENTEMENTE ESSA PRÁTICA DE OPORTUNIZAR ESPAÇOS DE CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO, DE FORMA A FAVORECER A CONSTRUÇÃO DA CIDADADANIA ?

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“ Um país que exclui, que não se organiza para propiciar trabalho, emprego, renda para todos os seus habitantes, não é ético; é perverso. Uma economia que não integra todas as pessoas não é ética.Uma sociedade que só oferece possibilidades de trabalho normal,regular, remunerado para uma minoria e que deixa a maioria à margem, à míngua, não é democrática; é imoral”.

( Procurar na internet a produção “Ética e Cidadania”, de Herbert de Souza e Carla Rodrigues / Editora Moderna )

Todas as ações que conduzem à participação ampla e irrestrita, para realizar debates, traçar propostas e defendê-las junto aos dirigentes, favorecem uma maior conscientização da população, ao mesmo tempo em que reforça um caminho mais democrático, com grandes conquistas sociais. Os dirigentes maiores do país precisam traçar programas com essa conotação, paralelo aos programas emergenciais que combatem a fome e a miséria.

A dignidade humana é primordial para o desenvolvimento da cidadania, pois implica na própria liberdade, na autonomia, nas conquistas e, enfim no sentimento de pertencimento à uma comunidade de seres pensantes, que têm pesonalidades e se pautam por determinados valores. Vamos analisar, no quadro abaixo o que diz o grande Herbert de Souza, o Betinho, sobre esse assunto :

No processo de conscientização da população, é preciso que todos compreendam o significado dos valores para uma vivência cidadã. Segundo Conaced, citado por Cano (2003), “Os valores são qualidades que dão sentido à vida, posto que, em alguns casos, elas são inclinações íntimas e pessoais. Alguns autores as consideram institivas; outros acreditam que são adquiridas e vão sendo aperfeiçoadas nas diversas atividades da vida. O valor é, de modo geral, uma qualidade ou um conjunto de qualidades que têm mérito, utilidade ou apreço, e podem ser consideradas existentes no indivíduo ou na comunidade, onde se manifestamde modo concretopor meio de ações. Por exemplo, a solidariedade se manifesta na ajuda concreta”.

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ENTÃO, PARA REFORÇAR O QUE ESTAMOS ESTUDANDO NESSA AULA, VAMOS REVISAR, SINTETIZAR E ACRESCENTAR QUE:

• A formação da cidadania de forma mais ampla na sociedade, envolve a vivência dos direitos humanos, das questões éticas e dos valores;

• A cidadania abrange, desde a vivência de direitos e deveres, passando pelo respaito humano, até a solidariedade para com os que mais necessitam;

• A formação da cidadania requer da população a conscientização e compreensão do contexto social, para melhor defender os seus interesses e necessidades.

• “A Ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas” (Betinho);

• A ausência de políticas públicas mais eficazes no combate ao desemprego, à violência e à pobreza, demonstram que as metas dos governos ainda são ineficientes para a maioria da população;

• “O cidadão é frequentemente definido como sujeito de direitos, porque há uma relação estreita entre direitos e cidadania. Mas o cidadão também é objeto de deveres, responsabilidades que deve assumir em relação à sua comunidade / sociedade e ao Estado” (Candau e Sacavino – 2000);

• A luta pela cidadania é uma luta constante pelos direitos humanos, dentre eles melhores condições de vida; é um processo onde o cidadão reconquista uns diretos e avança noutros que ainda não foram conquistados.

• O grande desafio está na capacidade ou dificuldade de mobilizar as pessoas para exercerem, concretamento, o papel de cidadão; muitas vezes os direitos não são conquistados ou vivenciados porque as pessoas ou desconhecem ou acham que não vale a pena lutar; isso é mais comum do que se pensa. Por isso, muitos direitos, embora não sejam negados, não

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Buscar na biblioteca de apoio presencial livros sobre Cidadania, Ética, Direitos Humanos e Valores para mais leituras.

são pretendidos nem requeridos, mas podendo ser algum dia pleiteado e recuperado, como novas conquistas.

• Enfim, a cidadania é uma constante vida social participativa, onde nada deve ser dado de “mão beijada” mas tudo deve ser conquistado, fruto de lutas coletivas e conscientes.

Com essa aula estamos concluindo a Unidade sobre “A formação do cidadão na Família, na Escola e na Sociedade. Embora tenham sido vistos separadamente, observamos que esses três segmentos se complementam, existindo uma interdependência, onde as ocorrências refletem diretamente entre eles; apenas se diferenciam com relação à abrangência, pois a família é uma núcleo social menor e mais específico, enquanto a escola já sugere uma comunidade maior e a sociedade congrega todos eles e as demais instituições e grupos sociais.

AGORA VAMOS VER...

APRENDEU BASTANTE PARA REALIZAR A ATIVIDADE DO FINAL DA AULA?

CASO TENHA ALGUMA DÚVIDA ENTRE EM CONTATO COM O PROFESSOR OU O TUTOR...

MAS... PROCURE FAZER BEM A ATIVIDADE, DEMONSTRANDO QUE APRENDEU...TENTE FAZER O MELHOR...

VEJA A PROPOSTA PARA A ATIVIDADE DESSA AULA NA PLATAFORMA MOODLE E...

BOA SORTE!!!

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UNIDADE II - REFERÊNCIAS

CANDAU, Vera Maria e Sacavino, Susana (orgs.) Educar em Direitos Humanos: Construir democracia, DP&A Editora : Rio de Janeiro, 2000.

CANO, Betuel. Ética : arte de viver. Paulinas : São Paulo, 2000.

CHIAVENATO, Júlio José. Ética globalizada & Sociedade de consumo. Editora Moderna : São Paulo, 1998.

MARSHALL, Thomas Humphrey . Cidadania e classe social. Brasília: Senado Federal, 2002.

RODRIGUES, Carla , SOUZA; Herbert de. Ética e Cidadania. São Paulo : Editora Moderna, 1994.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social.Coleção A Obra prima de cada autor. São Paulo: Martin Claret, 2004.

Salto para o Futuro. Construindo a escola cidadã, Projeto Político-Pedagógico/Secretaria de Ensino à Distância, Brasília : Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998.

Direitos Humanos – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância, 1999 Cadernos da TV Escola.

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Procurar no Google ou outro site de busca, O livro de Rubem Alves “A alegria de ensinar”É uma leitura prazerosa e que nos traz muitas reflexões.

Resumo da Unidade III – O foco principal dessa Unidade será a integração Escola-Família, onde destacaremos aspectos importantes para a educação escolar, a educação familiar e as possibilidades de parceria entre as duas instituições.

Resumo da Aula III-1 – O conteúdo dessa aula abrange os aspectos da organização administrativo-pedagógica da escola, como também a preocupação com as relações interpessoais, e toda a construção de um clima de bem-estar, propício ao desenvolvimento do aluno e ao trabalho educativo vivenciado no cotidiano.

UNIDADE III – INTEGRAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA

AULA III-1 – UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO ESCOLAR

“Vai aqui este pedido aos professores, pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças, dos adolescentes : lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido : “Por favor, me ajude a ser feliz...” (Rubem Alves /1994)

Iniciamos esta nossa aula com uma bela e tocante citação de Rubem Alves, que conclama o educador a considerar a importância da vivência da alegria e da felicidade no cotidiano escolar, na medida em que fala da necessidade de ajudar as crianças e jovens a serem felizes.

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POR QUÊ ENVEREDAMOS POR ESSE CAMINHO NO INÍCIO DESSA AULA?

Porque atualmente (há alguns anos), vem sendo defendido um novo olhar sobre a organização da escola, onde algumas preocupações devem ser essenciais no seu cotidiano, como sejam :

• Atitudes de afetividade e de acolhimento nas práticas pedagógicas, de modo a facilitar o processo ensino-aprendizagem em sala de aula, e as demais atividades que envolvam educandos, educadores e demais integrantes da comunidade escolar;

• Vivência da gestão participativa e do trabalho coletivo no encaminhamento dos debates, das reflexões e das decisões a serem propostas para a comunidade escolar, com a implantação dos diversos Conselhos Representativos da Escola, do Conselho de Classe e de outros organismos que contribuam para democratizar a instituição;

• Construção do Projeto Político-Pedagógico, de forma a traçar as intenções, os fundamentos e as demais propostas da escola;

• Desenvolvimento de Programas, com atividades diversas para favorecer e estimular uma convivência saudável de todos os segmentos envolvidos na escola, onde a solidariedade, o respeito e a ética sejam sustentáculos para as boas relações interpessoais.

A organização escolar deve envolver, com certeza, os aspectos administrativos e burocráticos, as questões metodológicas, técnicas e programáticas. Entretanto, é preciso resgatar as posturas mais humanas e afetivas, “em defesa de uma educação compromissada com a formação de pessoas livres, íntegras, críticas, autônomas, criativas, responsáveis e amorosas, cuja vida seja pautada nos princípios de igualdade, justiça, reciprocidade e cooperação, tendo em vista a construção de um mundo melhor” (Saltini,1997).

UMA ESCOLA CIDADÃ DEVE SEGUIR ESSE CAMINHO...

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Um caminho que deve repercutir em todo cotidiano escolar, nas diversas atividades desenvolvidas, envolvendo todas as pessoas que integram a comunidade. A seguir vamos destacar alguns “cuidados” que devem ser preservados para que a escola possa construir esse clima educativo e acolhedor :

• Iniciar qualquer atividade (reuniões / aulas / festividades / avaliações / outras) com uma reflexão crítica, conduzindo para os pontos de interesse de uma escola cidadã;

• Tratar o aluno como sujeito da sua aprendizagem, de forma que o professor, também sujeito, assuma o papel de mediador do processo ensino-aprendizagem;

• Realizar sistematicamente um processo de reflexão sobre a prática pedagógica, onde os diversos segmentos, inclusive os alunos, fazem a sua auto-avaliação;

• Promover encontros e debates, na formação continuada, para aprofundamento teórico dos educadores e funcionários, envolvendo também temáticas relativas às relações interpessoais;

• Prestar contas, com clareza, das ações administrativas-burocráticas, incluindo as despesas realizadas pela Administração e pelo Conselho da Escola;

• Sempre que necessário, intervir nos problemas de relacionamentos que muitas vezes extrapolam os limites da boa convivência, escutando as partes envolvidas e buscando conjuntamente as melhores soluções;

• Discutir com todos os segmentos da escola e da comunidade, as temáticas que, nesse momento, são emergentes na escola, na família e na sociedade, como por exemplo, a violência e as drogas;

• O papel de “cuidar” da instituição, deve ser preocupação de todos, mas sempre se espera que a administração junto com os

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Vamos realizar um Fórum sobre a afetividade no cotidiano escolar.

educadores da coordenação pedagógica assumam os encaminhamentos necessários à instalação e permanência de um bom clima educativo.

Esses são alguns “cuidados” educativos, que contribuem para que a escola seja cidadã e desenvolva o seu papel de instituição formadora do cidadão. Para reforçar tudo o que falamos, trazemos abaixo uma citação de Cláudio J.P. Saltini que destaca:

“ As escolas deveriam entender mais de seres humanos

e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas.

Elas tem contribuído em demasia para a construção

de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos,

de fantasias, de símbolos e de dores”.

É essa escola mais humanizada que defendemos, pois é essa

escola que tem mais condições de formar o cidadão, de facilitar a aprendizagem do aluno, e de se integrar verdadeiramente com os pais.

E como estamos num momento de grandes avanços tecnológicos, o grande desafio é trazermos para dentro da escola esse conhecimento avançado da tecnologia, sem esquecermose que, ante de tudo somos seres humanos, e precisamos sempre de afetividade e compreensão.

Esse é um novo olhar sobre a educação, um olhar que pretende pensar e construir uma escola mais humana, mais alegre e mais feliz. Uma escola onde todos são aprendizes de uma vida cidadã, cujas conquistas abrangem uma coletividade, ultrapassando a postura individualista e egoísta.

É UM DESAFIO...MAS VALE A PENA TENTAR...

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EM RELAÇÃO AO SEU APRENDIZADO NESTA AULA...

Como você se sente nessa proposta?

Acredita que é importante e necessária?

Conhece alguma escola no caminho dessa experiência?

Vamos concluir essa aula com mais uma citação de Saltini que diz :

“ Acredito que haja uma série de distorções que deveriam ser revistas. Logo nos primeiros anos a escola já é um lugar de tormentos e pressões. O meio em que a criança vive não é colocado à disposição da curiosidade e da descoberta, mas imposto autoritariamente por um programa cujos conteúdos elaborados nada têm a ver com o nível do desenvolvimento cognitivo da criança. Ela passa vinte anos de sua vida sofrendo diante de provas que pouco ou quase nada avaliam até chegar à universidade.A capacidade de fertilidade e fecundidadedessa criança fica atrofiada. Aliás, castrar é uma coisa que a educação atual sabe fazer muito bem. Quando uma criança pede a palavra em geral é pouco ouvida e as idéias próprias, que não saem dos livros, são desconsideradas”.

REFLITA SOBRE O QUE VOCÊ LEU AQUI...

REALIZE LEITURAS COMPLEMENTARES SOBRE O ASSUNTO...

E VEJA A ATIVIDADE A SER FEITA NA PLATAFORMA MOODLE...

FAÇA MELHOR QUE VOCÊ PUDER!!!

BOM TRABALHO!!!

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Buscar sites que falem sobre educação familiar para fundamentar o Fórum que será encaminhado no próximo quadro.

Resumo da Aula III.2 – Vamos focalizar aspectos educativos indispensáveis à organização familiar, de modo a refletir sobre o papel da família na educação dos filhos, e os seus desdobramentos.

AULA III.2 – UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO FAMILIAR

Na UNIDADE I estudamos muitos pontos importantes sobre a família, abrangendo, dentre outros, a história da família, estruturas familiares e conflitos familiares. Agora vamos refletir um pouco sobre o ambiente familiar que pode ser mais ou menos educativo, ou até deseducativo.

VAMOS LEVANTAR ALGUMAS COLOCAÇÕES PARA UMA MAIOR COMPREENSÃO...

Com certeza, uma boa formação doméstica, como chamamos a educação familiar, repercute fora do lar. O respeito que se aprende no convívio com os familiares prepara as crianças e os adolescentes para lidarem com os relacionamentos em outros grupos sociais.

Sabemos que, atualmente, uma das coisas consideradas mais difíceis na relação pais-filhos é colocar limites, e saber dizer sim ou não no momento adequado. É preciso se guiar pelo bom senso, com autoridade, sem autoritarismo. Preparar novas gerações mais equilibradas e psiquicamente sadias, é um trabalho grandioso que começa no próprio lar com pessoas intimamente interligadas : pais-filhos.

Quanto mais a criança tem uma educação familiar amorosa, mas firme e com limites, mais ela se sente protegida para enfrentar as adversidades da vida, sendo sociável, e normalmente se inserindo bem no meio social, pois emocionalmente tem uma postura segura, sabendo lidar com os sentimentos que não são cerceados mas conduzidos com carinho e compreensão.

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A prática educativa na família se inicia desde cedo, com estímulos, empatia e insinuações, onde os pais se utilizam do olhar acolhedor mas forte, da conversa firme e afetiva, de forma a deixar claro o que está sendo orientado, e a criança aos poucos possa desenvolver o seu auto-controle. Em casos de birra em crianças pequenas, mostrar como se fala com calma, sempre demonstrando uma atenção que focaliza naquele momento o problema em questão.O aprendizado da calma e da atenção vai, gradativamente, exercitando a criança a se concentrar nas posturas dos adultos, e assimilar mais facilmente as aprendizagens de novas habilidades, bem como aprendizagens nas relações interpessoais.

Nesse caminho, os pais precisam entender que é necessário dar atenção e escutar os filhos, pois isso é o primeiro passo para se estabelecer uma relação de confiança e respeito, de forma a captarem os sentimentos que permeiam o diálogo. Essa atitude é fundamental para a orientação educacional na família, onde os pais transmitem seus valores aos filhos reforçando também as questões éticas.

Embora muitos avanços tecnológicos contribuam para o afastamento dos membros de uma família, como é o caso da televisão, do computador, dos celulares, e de outros equipamentos que reforçam a individualidade, os pais precisam buscar a reaproximação com os filhos através do diálogo, de comentários de filmes, de passeios coletivos e enfim, em atividades que prevaleça o prazer de estarem juntos. Mas, infelizmente, está faltando uma organização familiar baseada na afetividade, que garante o sustentáculo emocional dos filhos. Vamos refletir através da citação de Maria Augusta Sanches Rossini (2004), que analisa a atual postura familiar com muita objetividade :

“Parece que o desenvolvimento social e tecnológico trouxe a dissolução das famílias.

Nas sociedades antigas existiam as aldeias, as tribos.

Na época da revolução industrial tivemos a família conhecida como nuclear : pai-mãe-filhos.

Hoje temos a família monoparental : casais divorciados após o nascimento de filhos e estes ficam ou com o pai ou com a mãe.

As crianças quase sempre ficam desprendidas do amor, da segurança. Parece que não são mais descendentes de ninguém : estão abandonadas, sem raízes, sem referências.

Quem vai assumir esta responsabilidade?

A mudan~ça do estado civil dos pais não os desobriga da função de ser pai ou mãe.

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Fórum de Debate : “Quando a família acerta e quando erra na educação dos filhos?”

PARTICIPE !

Precisamos de pais que realmente desempenhem o papel de pai e mãe com firmeza. Que estejam prontos a atender os filhos em suas necessidades básicas sem protecionismo, atentos às diferentes fases evolutivas pelas quais seus filhos passam : primeira infância, adolescência...”

Embora essa visão da autora seja bastante

pessimista, ela tem razão. Mas, acreditamos que, no atual contexto, há um movimento em prol da valorização das relações familiares e sociais, no interior Dos espaços de construção da cidadania, onde escolas, ONGs e programas sociais minimizam essa situação de abandono das crianças pelas próprias famílias.

Esse abandono acontece em dois níveis :

• Quando os pais não possuem situação estável para manter com dignidade uma família, e os deixam a mercê das ruas, sem a necessária orientação e, no abandono total.

• Quando os pais têm condições financeiras para dar uma vida tranqüila aos filhos, inclusive com excessos no âmbito material, mas não cumprem o papel de educadoras nem se compromentem em dar a devida atenção aos filhos.

O momento em que vivemos requer muito jogo de cintura e sensibilidade para lidar com toda essa problemática que emerge das relações familiares. A sociedade está completamente aberta aos grandes perigos das drogas, da AIDS, da gravidez na adolescência e da violência generalizada, ameaçando as estruturas familiares.

Infelizmente, nem todos os pais estão preparados para educar seus filhos. É preciso que, em qualquer situação, os pais sejam emocionalmente equilibrados e amadurecidos, de modo a fornecer o suporte para atender às necessidades emocionais dos filhos.

MAS ENTENDEMOS QUE NÃO É FÁCIL EDUCAR OS FILHOS NUM CONTEXTO TÃO ADVERSO COMO O NOSSO, COM TANTOS PERIGOS BATENDO NA PORTA...

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É IMPORTANTE QUE VOCÊ PARTICIPE DO Fórum de debate sobre a educação familiar, mas é necessário fazer leituras complementares para melhor domínio da temática. Procure textos postados na Plataforma Moodle ou em algum site de busca

A MISSÃO DOS PAIS É INTENSA E PROLONGADA, E ESTÁ REPLETA DE OBSTÁCULOS, MAS EXISTEM CAMINHOS QUE DIMINUEM ESTE PESO, COMO UMA RELAÇÃO AFETIVA RESPEITOSA E O DIÁLOGO...

Então a forma como educamos os nossos filhos vai refletir nos demais grupos sociais aos quais eles irão interagir, principalmente a escola. Por isso a necessidade de buscarmos sempre uma maior integração escola-família.

MAS ISSO VAMOS ANALISAR NA PRÓXIMA AULA...

AGORA É REALIZAR A ATIVIDADE FINAL DESSA AULA...

VEJA NA PLATAFORMA MOODLE E REALIZE A ATIVIDADE...

BOM TRABALHO!

.

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Procurar nos sites de busca, Programas do Governo que incentivam a Integração Escola-Família para discuti-los no Fórum de Dabate.

Resumo da Aula III.3 – Nessa aula vamos fazer uma análise crítica sobre a integração escola-família, buscando alguns caminhos que poderão trazer as possibilidades desse trabalho conjunto.

AULA III.3 – VIVÊNCIA DE UMA PARCERIA: ESCOLA-FAMÍLIA

Nas aulas anteriores, nessa Unidade, vimos que, para combater situações que prejudicam o processo educativo, na escola e na família, precisamos assumir novos olhares e novas posturas, o que favorecerá as relações interpessoais e a construção de um clima de bem-estar no seu cotidiano.

Muitos encaminhamentos feitos em nome dessa parceria, é contraditório e equivocado. Só para exemplificar, poderíamos falar sobre a postura de educadores de algumas escolas, que só chamam os pais para reclamar sobre comportamento e apresentar as notas baixas. Certamente que, essa atitude não vai favorecer a vinda dos pais à escola, pois eles querem e precisam também conversar sobre coisas gratificantes.

Caso a escola realize um trabalho junto aos pais, envolvendo estudos, debates e outras atividades, as conversas sobre esses assuntos que incomodam, tipo comportamento e notas já entram, naturalmente, como parte de uma parceria que já existe. Nesse sentido, a aproximação que já existe em outras circunstâncias, facilita a parceria para resolver essas questões que são mais pesadas e causam mal-estar.

Então poderíamos destacar que, de ambos os lados, escola e família, deve haver o devido interesse em trocar idéias e propostas sobre a educação das crianças e dos adolescentes, mesmo quando é necessário fazer alguma crítica ou sugestão.

PERGUNTAMOS:

O QUE FAZER PARA FACILITAR A INTEGRAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA?

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TANTO A ESCOLA COMO A FAMÍLIA TEM SUAS OBRIGAÇÕES NESSE PROCESSO INTEGRATIVO...

DA PARTE DA ESCOLA :

• Convidar os pais para tomar conhecimento e discutir o Projeto Político-Pedagógico, os materiais que a escola dispõe, as metodologias aplicadas, as formas de avaliar e outros assuntos importantes para a educação dos alunos;

• Ter a preocupação de estudar, discutir ou simplesmente conversar, utilizando uma linguagem acessível à todos os pais;

• Elaborar pautas diversificadas para as Reuniões, podendo inclusive convidar pais para falarem sobre assuntos de sua competência, que sejam do interesse dos demais pais;

• Abrir espaços também para lazer envolvendo só os pais, e outras ocasiões pais e filhos;

• Manter canais diversificados para comunicação com os pais, como sejam cartazes nas portas, recados nas agendas;

• Procurar tornar as reuniões atraentes e agradáveis, colocando-se sempre no lugar de compartilhar com os pais os avanços e as dificuldades dos seus filhos, e o que fazer para superá-las;

• Negociar com os pais os dias e os horários para as reuniões, de modo que a maioria opine e se comprometa com o que sugeriu.

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DA PARTE DA FAMÍLIA :

• Buscar sempre o contato com a escola, ou pelo menos perguntar aos filhos sobre os estudos e as demais ocorrências no cotidiano escolar, demonstrando interesse e preocupação pelo bem-estar deles;

• Participar ativamente das reuniões, questionando e analisando a problemática educacional apresentada pela escola;

• Procurar compreender a atuação da escola, antes de criticá-la por alguma decisão tomada;

• Conversar sempre com os filhos sobre a importância do estudo, e a responsabilidade que eles deverão ter para cada vez mais adquirir conhecimentos e formar atitudes próprias de cidadãos.

Para reforçar o que estamos falando sobre a integração escola-família, vamos colocar uma citação de LílianMaria Mendonça Ferreira, Psicóloga do Colégio Sistema Betim – COC Sistema de Ensino, que nos traz uma grande contribuição, através do Texto “Aprendizado necessita da integração entre escola, família e sociedade”, postado no site Sistema Educativo on line. A autora destaca com muita competência o que se segue abaixo :

“A parceria entre família e escola só tem a contribuir para o desenvolvimento do educando. É muito importante quando os pais expressam suas opiniões, sugestões e revelam seus desejos e aspirações. Assim, a escola passa a ser um espaço que se relaciona com a vida e não uma ilha, que se isola da sociedade. Com a participação da família no meio escolar, cria-se espaços de escuta, voz e acesso às informações que dizem respeito a seus filhos, responsáveis tanto pela materialidade da escola, bem como pelo ambiente no qual seus filhos estão inseridos. É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos de seus filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado formal ou a educação escolar, para ser bem sucedida não depende apenas de uma boa escola, de bons professores e bons programas, mas principalmente de como o educando é tratado em casa e

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Participe do fórum de dissussão sobre os Programas do governo de integração escola-família.

dos estímulos que recebe para aprender. É preciso entender que o aprender é um processo contínuo que não cessa quando ele está em casa. Qualquer gesto, palavra ou ação positiva de qualquer membro da família pode motivá-lo, porém, qualquer palavra ou ação que tenha uma conotação negativa pode gerar um bloqueio no aprendizado. É claro que, como qualquer ser humano, ele precisa de limites, e que não pode fazer tudo que quiser, porém os limites devem ser dados de maneira clara, sem o uso de palavras rudes, que agridam ou desqualifiquem-no”.

Concordamos com a autora pois entendemos que, as escolas e as famílias não podem permanecer distanciadas, pois ambas devem cuidar da educação de crianças e jovens, sendo responsáveis pela formação dos futuros cidadãos, havendo portanto uma interdependência social entre suas ações.

Dessa forma, deverá haver estreitas relações sociais entre a escola e a família, cuja cooperação e acolhimento são imprescindíveis para o bom desenvolvimento de ambas, numa troca de influências positivas, que contribuam para relações positivas de ajuda mútua, dando significado ao processo educativo.

É importante que a questão das relações interpessoais sejam sempre repensadas, no interior da escola, pois toda integração requer o estreitamento de relações conscientes e críticas, baseadas na confiança, no respeito e no comportamento ético; dessa forma, escola e família necessitam exercitar essa convivência saudável, o que certamente irá contribuir para a formação para a cidadania nesses dois espaços educativos.

Com essas palavras estamos concluindo essa Aula, a Unidade, e também a nossa Disciplina...

Esperamos ter contribuído para a sua aprendizagem, nessas temáticas aqui abordadas...

E esperamos que na sua prática pedagógica, o que estudamos e discutimos possam ser utilizados, de forma reflexiva...

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Aqui nos despedimos, orientando que você realize a atividade que se encontra na Plataforma Moodle, correspondente à essa aula e, como sempre, com muito engajamento e compromisso com a educação...

SAUDAÇÕES CIDADÃS !!!

Edna Maria da Cunha Dias

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UNIDADE III - REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo / Ars Poética, 1994.

GADOTTI, Moacir. Organização do trabalho na escola. Ed.Ática,SãoPaulo,1993.

GONZALEZ, Elias Nunes et alli. Um processo dinâmico e democrático na Escola. Editora Loyola, São Paulo / 1987.

ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Editora Vozes, Petrópolis, 2004.

LEITE, Sérgio Antônio da Silva. Afetividade e Práticas Pedagógicas. São Paulo : Casa do Psicólogo, 2006.

RODRIGUES, Maria Aparecida et alli. A escola e seus alunos. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.

SALTINI, Cláudio J.P..Afetividade & Inteligência. Rio de Janeiro: DP&A editora, 1997.

FERREIRA, Lílian Maria Mendonça. Aprendizado necessita da integração entre escola,família e sociedade. In: