ESCOLA PROFISSIONAL DE AGRICULTURA E ...autonomia da Escola Profissional de Agricultura e...
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ESCOLA PROFISSIONAL DE AGRICULTURA
E DESENVOLVIMENTO RURAL DE PONTE DE LIMA
PROJETO EDUCATIVO
________________________________
Triénio 2017 - 2020
Sei estar, sou profissional!
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Índice
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 2
1. A ESCOLA ................................................................................................... 3
1.1. História da instituição ............................................................................ 3
1.2. Especificidades formativas da escola.................................................... 3
1.3. Identidade e cultura da instituição ......................................................... 8
1.4. Reconhecimento social do papel da escola .......................................... 9
2. CONTEXTO ................................................................................................. 9
2.1. Alunos ................................................................................................... 9
2.2. Recursos humanos ............................................................................. 11
2.3. Recursos materiais.............................................................................. 12
2.4. Recursos financeiros ........................................................................... 16
2.5. Funcionamento global da escola ......................................................... 17
2.6. Redes, parcerias e protocolos ............................................................. 19
2.7. Caracterização do meio ...................................................................... 19
3. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO SÍNTESE - ANÁLISE SWOT ................. 20
4. MISSÃO E VISÃO ..................................................................................... 23
4.1. Missão ................................................................................................. 23
4.2. Visão ................................................................................................... 23
5. OBJETIVOS, METAS E ESTRATÉGIAS ................................................... 23
6. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ............................................................ 30
7. APROVAÇÃO ............................................................................................ 30
8. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO ............................................................ 30
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INTRODUÇÃO
O projeto educativo, conforme preconiza o Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril,
republicado no anexo ao Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho, consiste no
documento “que consagra a orientação educativa do agrupamento de escolas ou da
escola não agrupada, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração e
gestão para um horizonte de três anos, no qual se explicitam os princípios, os valores,
as metas e as estratégias, segundo os quais o agrupamento de escolas ou escola não
agrupada se propõe cumprir a sua função educativa.” [al. a), n.º 1, art.º 9.º].
Nesta conformidade, este documento constitui-se como um dos instrumentos de
autonomia da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de
Lima (EPADRPL), elaborado de forma objetiva, concisa e rigorosa, para o triénio de
2017-2020, que permite à escola estribar a sua ação, no sentido de conceder, por via
de um percurso distinto e peculiar, a melhor resposta possível àqueles que se
identificam com os seus valores e as suas práticas.
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1. A ESCOLA
1.1. História da instituição
A EPADRPL, inserta numa vasta propriedade agrícola, é uma escola profissional
pública vocacionada para o desenvolvimento rural do concelho de Ponte de Lima.
Foi criada em 1991, por vontade de algumas entidades locais e do então Gabinete de
Educação Tecnológica Artística e Profissional, tendo por génese a área agrícola da
Escola Secundária de Ponte de Lima. Fizeram parte da sua criação a Escola
Secundária, a Câmara Municipal, a Cooperativa de Agricultores do Vale do Lima e a
Adega Cooperativa de Ponte de Lima. Tratava-se de uma escola de natureza pública,
prosseguindo fins de interesse público e usufruindo de autonomia pedagógica,
administrativa e financeira.
Em 2000, tornou-se uma escola pública, onde um número significativo de jovens
prepara o seu futuro nas áreas de maior importância a nível de desenvolvimento local
e regional.
No ano letivo de 2017/2018, a EPADRPL leciona cursos profissionais de nível IV, nas
áreas da produção agropecuária, da gestão equina e da restauração. Estes cursos
constituem-se como um dos percursos do nível secundário de educação,
caracterizado por uma forte ligação ao mundo profissional. A aprendizagem neles
realizada valoriza o desenvolvimento de competências para o exercício de uma
profissão, em articulação com o setor empresarial local.
Desde 2007, leciona, ainda, cursos de educação e formação na área de jardinagem de
tipologia 2. Trata-se de cursos que se afiguram uma oportunidade para a conclusão da
escolaridade obrigatória, através de um percurso flexível e ajustado, ou para
prosseguimento de estudos/formação.
1.2. Especificidades formativas da escola
Área agropecuária
Esta área assume um caráter de extrema importância na qualificação do tecido
empresarial da região e tem como principal objetivo qualificar os alunos como futuros
técnicos neste setor.
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Dentro da área agropecuária, a EPADRPL encontra-se dividida em diferentes setores
de atividades:
a) Produção animal
o Bovinicultura:
Os bovinos de Raça Frísia, com grande expressividade na região, são um elemento
chave no desenvolvimento do setor primário do concelho. A escola tem vindo a
participar em vários concursos agropecuários da Raça Frísia, com o objetivo não só
de divulgar o nome, mérito e excelência da EPADRPL, mas também de demonstrar
o que de melhor se faz ao nível da produção de leite na região, tendo recebido em
diversas ocasiões o merecido reconhecimento e conquistado vários prémios.
Também a produção de leite tem tido, a cada ano, resultados cada vez mais
satisfatórios, graças ao trabalho e constante investimento feito a este nível, dentro
do qual se destaca a recolha, armazenamento e implante de embriões com recurso
a tecnologia de ponta e utilizando as mais inovadoras práticas de reprodução e
melhoramento animal na Europa. A produção de leite obtida destina-se a ser
vendida à União de Cooperativas AGROS.
Este aperfeiçoamento contínuo tem como primeiro e principal objetivo proporcionar
aos alunos da escola as melhores ferramentas para que possam desenvolver as
suas capacidades no domínio do saber-fazer, oferecendo-lhes, durante as aulas
práticas a oportunidade de contactar diariamente com as particularidades de um
setor de produção de leite.
o Ovinicultura:
A escola faz produção de ovinos da Raça Bordaleira de Entre Douro e Minho e
encontra-se a desenvolver uma experiência de sincronização de cios com o objetivo
de controlar a paternidade dos borregos e melhorar o seu potencial genético.
Grande parte dos animais da escola está certificada pela AMIBA (Associação de
Criadores de Bovinos de Raça Barrosã).
o Suinicultura:
A preocupação pela preservação das raças autóctones potenciou a criação de um
núcleo de suínos da Raça Bísara em regime de produção semiextensivo ao ar livre.
A escola possui dos melhores exemplares desta raça, já com alguns prémios
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ganhos em concurso nacionais. Estes animais reprodutores têm como objetivo o
melhoramento da raça portuguesa e o aumento do efetivo existente no país.
o Avicultura:
A escola explora duas raças autóctones portuguesas: a Pedrês Portuguesa e a
Preta Lusitânica, em regime de produção semiextensivo ao ar livre. O objetivo
principal desta exploração é o melhoramento das raças e a produção de ovos.
o Apicultura:
A apicultura é um dos setores agrícolas que revelou um franco crescimento nos
últimos anos. Praticada de forma profissional e sustentada, a apicultura é rentável,
pois o mel produzido na região é reconhecido e valorizado comercialmente.
Formativamente, os alunos são envolvidos em tarefas de maneio apícola, como a
reprodução de boas rainhas, tratamento de doenças, melhoramento genético e
produção de mel e pólen. O produto final é embalado na escola, com embalagem
própria, e comercializado, tendo muita procura.
o Curso de “Preparadores e Manejadores de Animais a Concurso”
Para além da formação que integra os cursos profissionais, a escola proporciona
determinados cursos específicos, nomeadamente o Curso de Preparadores e
Manejadores de Animais a Concurso.
b) Produção vegetal
Localizada na zona dos afamados e mundialmente únicos vinhos brancos loureiros,
destacando-se igualmente o tinto vinhão, no concelho de Ponte de Lima, o
crescimento económico deste setor fez-se sabendo manter a qualidade do produto.
Os vinhos de qualidade obtidos distinguem-se facilmente pela cor e pelo aroma
único que os caracteriza.
o Viticultura e enologia:
A escola é produtora e engarrafadora dos vinhos da marca Vinhas do Cruzeiro, que
comercializa sob a forma de vinhos monovarietais das castas Loureiro, Arinto e
Vinhão, dando este último também origem a um vinho rosado. Recentemente, a
escola iniciou a produção de Espumante, realizado com um vinho base da casta
Loureiro, um produto bastante interessante e com o objetivo de mostrar aos alunos
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um novo processo e como se pode atingir outro nicho de mercado. Assim, todos os
processos inerentes a esta atividade, desde o processo de instalação e
manutenção das vinhas, passando pela produção da uva, vinificação,
engarrafamento, rotulagem e venda são realizados na escola.
o Horticultura:
Neste setor, em cultura protegida e de ar livre, a escola possui tecnologia de
produção avançada. É produzida uma grande variedade de hortícolas, desde as
mais comuns da região (Fagaceae, ervilha, feijão verde e fava, Curcubitaceae,
meloa e pepino, Solanaceae pimento padrão tomate e beringela, Asteraceae alface,
e grande parte das Brassicaceae brócolo, couve flor, repolho, rúcula etc.), às mais
exóticas (cogumelos shitaque e batata doce) com o objetivo de estudar a sua
adaptação à região.
A escola possui também uma vertente de propagação e engorda de espécies
ornamentais (Thuyas e Camélias).
Este setor procura ainda, e sempre que possível, articular as suas produções às
necessidades do Curso de Restauração, proporcionando uma mais-valia para as
duas áreas.
Em simultâneo, facilita uma melhoria de conhecimentos na área de produção e
normalização para os alunos do Curso de Restauração.
o Jardinagem:
A escola possui espaços ajardinados, cujo objetivo é o embelezamento e a prática
dos alunos a nível de instalação e manutenção de jardins, bem como o
aperfeiçoamento das infraestruturas básicas e paisagísticas, que são parte
integrante dos cursos de Educação e Formação.
o Culturas arvenses:
Servem de apoio ao desenvolvimento da produção animal e representam a maior
área de ocupação da escola.
o Curso de aplicador de fitofármacos:
Decorrente da Lei n.º 26/2013, de 11 de abril, em que a habilitação como Aplicador
de Produtos Fitofarmacêuticos de uso profissional exige a obtenção de um
Certificado de Formação em ação de formação em aplicação de produtos
fitofarmacêuticos foi introduzida, no Curso Profissional de Técnico de Produção
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Agropecuária, a UFCD 6281. Esta habilitação é reconhecida com a emissão, pelas
Direções Regionais de Agricultura e Pescas, dos cartões de identificação
personalizados, vulgo Cartões de Aplicador.
c) Mecanização agrícola
No setor de mecanização, a escola encontra-se bastante bem equipada, quer em
tratores, quer em alfaias agrícolas, permitindo aos alunos familiarizarem-se com
este equipamento e aumentarem as suas competências na área. Com o parque de
máquinas que a escola possui, é possível executar os trabalhos necessários na
exploração, recorrendo eventualmente a empresas exteriores só em determinados
casos, como, por exemplo, na época da silagem.
o Carta de condução de trator:
Ao fim dos três anos de curso, os alunos adquirem conhecimentos e valências que
lhes permitem ficar munidos da carta de trator. No último ano do Curso Profissional
de Técnico de Produção Agropecuária existem dois módulos, um de condução e
regulação de máquinas agrícolas e outro de código, em que os alunos
complementam a sua aprendizagem. Por fim, são sujeitos a um exame em que está
presente um convidado de uma instituição parceira.
Área equina
No âmbito da dinâmica equestre a nível concelhio, a EPADRPL, desde 2013, visa a
formação de profissionais qualificados capazes de desempenhar funções em
centros hípicos, escolas de equitação, coudelarias, provas hípicas, organizações de
eventos equestres, gestão de empresas de produção de equinos, preparando e
utilizando o cavalo nas diferentes modalidades equestres, aplicando e respeitando
as normas de proteção e bem-estar animal e de segurança e saúde no trabalho.
Área da restauração
a) Restaurante/Bar
No Curso de Restaurante e Bar, a escola disponibiliza dois restaurantes de
aplicação: um de menor capacidade, localizado no antigo externato, onde se
desenvolvem as principais atividades ligadas ao Restaurante, tais como, confeções
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de sala, simulações práticas das diferentes modalidades de execução de serviço,
entre outros. O outro espaço encontra-se no edifício principal da escola, onde são
desenvolvidas as atividades principalmente relacionadas com o Bar, como seja,
execução dos diferentes tipos de serviço de bar, serviço de cafetaria, elaboração de
cocktails e outras aprendizagens relacionadas com este setor.
Em ambos os espaços, a escola trabalha com as últimas “linhas” de material de
mercado, por forma a garantir aos alunos uma formação de elevada qualidade.
b) Cozinha /Pastelaria
No Curso de Cozinha e Pastelaria, a escola dispõe de cozinhas individuais,
devidamente equipadas, designadamente, fornos de cozinha pastelaria de topo,
túnel de refrigeração, máquina de vácuo, assim como todos os outros
equipamentos que permitem aos alunos uma maior proximidade com aqueles que
encontrarão na profissão.
Destaca-se uma clara aposta na evolução tecnológica dos equipamentos e
utensílios.
1.3. Identidade e cultura da instituição
A EPADRPL tem vindo a aprofundar e a afirmar a sua identidade, de matriz agrária, no
respeito pela preservação das características do meio circundante, com o alargamento
da sua dimensão profissionalizante à gestão equina e à restauração.
A escola evidencia-se, assim, por corporizar um modelo singular de formação e
qualificação de recursos humanos, com base no desenvolvimento sócio-económico-
cultural sustentável da região onde se encontra inserida.
Todos os cursos têm uma forte componente de disciplinas técnicas de especialização,
assegurando, desse modo, uma boa preparação para o ingresso no mundo do
trabalho.
As melhorias graduais nas condições logísticas têm permitido, também, maior
adequação às necessidades do mercado de trabalho.
Partindo do lema do seu projeto educativo Sei estar, sou profissional, a EPADRPL
encontra-se organizada de forma a proporcionar aos alunos um conjunto de
experiências diversas, que potenciam a aquisição e o desenvolvimento de
competências profissionais, associadas ao saber estar e ao saber ser, indutoras da
autonomia, da solidariedade, do voluntariado e do civismo. Neste sentido, os alunos
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são corresponsáveis por todas as áreas, onde demonstram grande envolvência e
sentido de responsabilidade.
A par da atividade quotidiana escolar, os alunos participam num elevado número de
projetos, visitas de estudo, iniciativas externas, feiras, concursos e outros eventos, que
assumem um papel determinante na projeção da escola a nível local, regional,
nacional e internacional.
Posteriormente, no decorrer dos estágios da formação em contexto trabalho (FCT), os
alunos complementam o desenvolvimento das suas competências.
1.4. Reconhecimento social do papel da escola
A EPADRPL mantém uma relação de grande proximidade com as diversas entidades
locais, com destaque para a Câmara Municipal, a Cooperativa Agrícola dos
Agricultores do Vale do Lima (Coopalima), o Centro Equestre Vale do Lima e a
Associação Empresarial de Ponte de Lima.
A aposta no desenvolvimento de competências em setores chave da economia local e
regional, como a agricultura, a equinicultura e a gastronomia são consideradas pelos
parceiros como relevantes contributos para o desenvolvimento a nível rural e turístico,
valorizando os recursos endógenos do território.
O reconhecimento pela sociedade é, também, manifesto na recetividade de diversas
entidades para acolher os alunos, no âmbito da FCT, bem como para empregar alguns
deles após a conclusão do ciclo de formação. A FCT realizada em países
estrangeiros, embora ainda pouco expressiva, revela a ambição e compreensão por
parte da EPADRPL relativamente às problemáticas de um mercado de trabalho cada
vez mais global e competitivo.
De entre o conjunto de estruturas escolares públicas, distribuídas pelos cinco níveis de
ensino (educação pré-escolar, ensino básico, secundário, profissional e universitário)
que o concelho de Ponte de Lima disponibiliza, a EPADRPL distinguir-se como a
opção de mais elevada qualidade a nível da formação de caráter exclusivamente
profissional.
2. CONTEXTO
2.1. Alunos
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No ano letivo de 2017/2018, a população escolar é de 213 alunos, distribuídos pelos
seguintes cursos:
o Curso de Educação e Formação (nível II): 29 alunos (2 turmas):
Operador de Jardinagem T2 – Turma de 1.º ano: 12 alunos;
Operador de Jardinagem T2 – Turma de 2.º ano: 17 alunos.
o Cursos do ensino profissional (nível IV): 184 alunos:
Curso Profissional de Técnico de Produção Agropecuária: 103
alunos (3 turmas + 3 turmas agregadas);
Curso Profissional de Técnico de Gestão Equina: 31 alunos (3
turmas agregadas);
Curso Profissional de Técnico de Restauração (Restaurante/Bar e
Cozinha/Pastelaria): 50 alunos (3 turmas agregadas).
Os alunos são provenientes, maioritariamente, dos distritos de Viana do Castelo,
Braga e Porto. A escola é também frequentada por alunos de outras nacionalidades.
Cerca de 66 alunos encontram-se alojados em residências ou quartos arrendados em
Ponte de Lima, uma vez que a escola não dispõe de alojamento.
Os alunos beneficiam de apoios, no âmbito do Programa Operacional de Capital
Humano, a nível de alimentação, transporte e alojamento.
Pugnando por ser uma escola democrática e inclusiva que assegura o sucesso
educativo a todos os alunos, a EPADRPL conta, pelo quarto ano consecutivo, com a
valência de Educação Especial. Nesta conformidade, a escola é frequentada por 45
alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente, que
beneficiam de medidas educativas no seu processo de ensino aprendizagem ao abrigo
da legislação em vigor. 28 destes alunos beneficiam de apoio direto dos professores
de educação especial, sendo que os restantes beneficiam de apoio indireto. Dentro do
universo dos referidos 28 alunos, há cinco alunos abrangidos pela medida educativa
Currículo Específico Individual.
A nível de habilitações académicas, no que se refere às mães dos alunos, verifica-se
que 4,5% têm formação superior; 16,5% o ensino secundário; 28% o terceiro ciclo do
ensino básico; 35% o segundo ciclo do ensino básico e 16% o primeiro ciclo do ensino
básico. Já no que concerne aos pais, observa-se que 4% têm formação superior; 7% o
ensino secundário; 14% o terceiro ciclo do ensino básico; 49% o segundo ciclo do
ensino básico e 26% o primeiro ciclo do ensino básico
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No que respeita à ocupação profissional das mães dos alunos, constata-se que 31%
trabalham na indústria têxtil/transformadora; 22% são domésticas; 14% trabalham na
área do comércio/serviços; 9% trabalham na área agrícola; 7% são funcionárias de
limpeza; 5% exercem funções de secretariado/escritório; 4% estão ligadas à área da
restauração; 3% trabalham na área da saúde; 2% prestam auxílio em trabalhos com
crianças ou idosos; 2% estão ligadas à contabilidade ou advocacia e as restantes (1%)
são profissionais da área da educação.
Relativamente à ocupação profissional dos pais, observa-se que a maior percentagem
(41%) trabalha em diversas atividades relacionadas com a construção: serviço de
trolha, eletricidade, serralharia, pintura e carpintaria. Em seguida, verifica-se que 17%
trabalham na agricultura; 8% são motoristas ou operadores de máquinas diversas; 7%
são funcionários na área do comércio/serviços; 6% trabalham na área da
restauração/pastelaria/padaria; 5% são mecânicos; 3% trabalham em diversos ramos
industriais; 2% trabalham na área de limpeza e jardinagem; 2% trabalham na área da
educação, contabilidade e engenharia; 1% são agentes de segurança e 1% são
profissionais da saúde. Os restantes 7% têm profissão desconhecida ou estão
desempregados.
2.2. Recursos humanos
No ano letivo de 2017/2018, o pessoal docente, 45 no total, é constituído por 8
professores do quadro de escola, 9 professores do quadro de zona pedagógica, 13
professores contratados e por 15 técnicos especializados. Todos eles possuem
habilitações profissionais e específicas para a docência.
Um dos técnicos especializados exerce, pese embora com um número
significativamente restrito de horas, funções de orientação e psicologia no Gabinete de
Apoio ao Aluno.
O pessoal não docente é composto por 15 trabalhadores: 12 assistentes operacionais
(6 assistentes operacionais a desenvolver funções na exploração agrícola e 6 no
edifício da sede escolar, um deles ausente ao serviço, por motivo de doença), 3
assistentes técnicos e 1 chefe de serviços de administração escolar (ausente ao
serviço, por motivo de doença). Um dos assistentes operacionais exerce funções de
encarregado operacional e um dos assistentes técnicos encontra-se a desempenhar
as funções de coordenador técnico, em regime de substituição.
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Existe ainda uma equipa de marketing e comunicação, que tem por função criar,
definir e gerir a imagem da escola, estribando-se na missão e visão, nas metas e
estratégias.
2.3. Recursos materiais
A EPADRPL localiza-se numa propriedade agrícola com cerca de 14 ha, numa
envolvente natural de espécies predominantemente autóctones.
Ao longo da sua atividade, foi construindo outras infraestruturas e adquirindo
equipamentos que permitem suportar a oferta educativa existente.
Tem recorrido, quando necessário, ao aluguer de equipamentos.
Além de modernos e climatizados, todos os espaços se encontram apetrechados com
os equipamentos necessários à concretização de um ensino prático e experimental.
Os espaços de interior são constituídos por:
o 15 salas de aulas;
o 1 laboratório de ciências experimentais (construído no ano letivo de
2007/2008 a partir do orçamento privativo da escola);
o 1 laboratório de informática;
o 1 centro de recursos;
o 4 gabinetes de trabalho;
o 1 sala de professores;
o 1 auditório (com capacidade para 80 lugares sentados);
o 1 polidesportivo (construído em 2006/2007, com o orçamento
privativo);
o Balneários (para suporte à prática desportiva e ao desenvolvimento
das atividades das disciplinas técnicas dos vários cursos);
o Rádio escolar (da responsabilidade da associação de estudantes);
o 1 cantina escolar (construída numa antiga residência da quinta com
características de edifício rural, com capacidade para 120 lugares
sentados. Funciona também como restaurante pedagógico, apoiando a
prática pedagógica de restauração, nas suas variantes restaurante/ bar
e cozinha/ pastelaria);
o 1 bar;
o 1 secretaria (neste espaço funcionam os serviços administrativos, a
papelaria e reprografia; contempla, ainda, 2 salas de arquivo e um
gabinete específico para o desenvolvimento das atividades do TOC);
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o 2 salas de arquivo;
o 3 arrecadações (para guardar material e para suporte às atividades
pedagógicas teóricas e práticas. Uma dessas salas encontra-se na
exploração).
a) Setor da restauração
o Restaurante pedagógico:
Nascido da requalificação do antigo internato, destina-se exclusivamente às
práticas dos cursos de restauração.
o Bar pedagógico:
Apetrechado com todos os equipamentos e infraestruturas de suporte ao
desenvolvimento das aulas práticas do curso de restauração variante
restaurante/bar.
o Cozinha pedagógica:
Equipamento apetrechado com os utensílios e equipamentos de elevada qualidade
necessários para o desenvolvimento das aulas práticas do curso de restauração
variante cozinha/pastelaria.
O espaço exterior proporciona um ambiente acolhedor e agradável, com amplos
espaços verdes relvados e arborizados e equipados para atividades recreativas e
desportivas (paintball/ parque fitness), dos quais se destacam o parque de merendas
na mata e o grande lago no jardim central da escola com espécies piscícolas e plantas
aquáticas.
Os espaços de exterior são constituídos por:
o Exploração agrícola/quinta pedagógica:
Pela sua génese, a escola possui uma unidade agrícola de exploração, de suma
importância na sua organização estrutural. Esta estrutura proporciona o
desenvolvimento de uma formação de qualidade profissional orientada para os
cursos de produção agropecuária e jardinagem.
As atividades desenvolvidas inserem-se nos seguintes setores de exploração:
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a) Setor da produção animal
Vacaria:
A vacaria tem capacidade para um efetivo leiteiro de 60 animais. A sua estrutura foi
recentemente modernizada, sendo constituída por uma zona de vacas em lactação,
uma zona de vacas secas, uma maternidade, um viteleiro, uma enfermaria, uma
zona de cria, recria e acabamento de vitelas/ novilhas de substituição, uma zona de
exercício e uma zona de descanso, sendo esta última composta por camas
individuais com tapete de borracha que garante o máximo de conforto do animal. As
instalações contam ainda com uma sala de medicamentos e um escritório equipado
com o mais recente sistema informático. O investimento tecnológico destaca-se
ainda mais ao nível do sistema de deteção de cios, através de um chip implantado
no animal (pedómetro), no arraçoamento realizado pelo sistema UNIFEED, e nas
duas estações de alimentação totalmente automatizadas, que utilizam o chip
implantado em cada animal para fornecerem a quantidade de alimento adequada
ao seu nível de produção.
Paralelamente ao aumento da produtividade, a escola tem como princípio observar
e proporcionar aos animais as melhores condições de conforto e bem-estar.
Instalações avícolas:
Existe um espaço para galináceos, em regime de produção semiextensivo.
Ovil:
Existe um espaço para ovinos, em regime de produção semiextensivo.
Pocilga:
Existe um espaço de suínos da Raça Bísara em regime de produção semiextensivo
ao ar livre.
Apiários:
A escola possui dois apiários situados em locais diferentes e com finalidades
distintas. O apiário pedagógico, situado dentro da área escolar, destina-se à criação
de enxames, melhoramento genético da espécie Apis mellifera, experiências e
treino dos alunos. O apiário de produção, situado na freguesia de Serdedelo, a
cerca de 6 km da escola, tem como objetivo a produção de mel e pólen.
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A escola possui ainda uma Unidade de Extração Primária destinada à extração do
mel e apoio logístico.
b) Setor da viticultura e enologia
Adega:
Para o desenvolvimento deste setor, a escola possui uma adega bem equipada,
com tecnologia recente, com capacidade de vinificação de 53 400 litros, com
controlo de temperatura individual por cuba com um shiller de frio para fermentação
de vinhos. Possui os equipamentos necessários para a transformação e a
vinificação das uvas, tais como o desengaçador, bomba de massas, prensa
pneumática, filtros de placas, entre outros.
Realiza-se ainda a rotulagem do vinho com uma rotuladora também de propriedade
da escola.
c) Setor da produção vegetal
Para este setor, existem estruturas específicas, com tecnologia avançada, como o
viveiro, quatro estufas e horta biológica.
d) Setor da mecanização agrícola
A escola possui vários espaços e equipamentos destinados à mecanização
agrícola. Numa das salas de aulas da quinta, existem vários modelos elucidativos
do funcionamento do trator. O parque de máquinas agrícolas, contíguo à vacaria,
possui vários tratores e alfaias agrícolas.
e) Setor dos espaços verdes e ambiente
Este setor é, devido à sua importância no enquadramento paisagístico do espaço
escolar, objeto de uma atenção específica enquadrada na arquitetura paisagística
da escola.
A escola possui ainda espaços anexos, como os vestiários e as instalações sanitárias.
Na exploração agrícola existem os equipamentos considerados necessários e
suficientes para o desenvolvimento das atividades do ensino-aprendizagem e de
funcionamento da exploração/quinta pedagógica. Tem-se efetuado, anualmente, a
aquisição e a atualização de novos equipamentos. Há, contudo, a necessidade de
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continuar a reparação e a recuperação de máquinas e de equipamentos desgastados
ou avariados pelo uso, independentemente da aquisição de novos, em função das
prioridades e do orçamento disponível. Todos os produtos produzidos na escola têm
como objetivo primário o desenvolvimento da prática pedagógica. Não obstante, são
também aproveitados para o enriquecimento do orçamento privativo, possibilitando
assim a realização de novos investimentos essenciais ao desenvolvimento de novas
práticas pedagógicas.
o Outras valências:
a) Parque fitness;
b) Parque de estacionamento das viaturas da escola;
c) Residência com quatro quartos recentemente remodelada e equipada.
Parcerias no âmbito do setor equestre
Presentemente, a escola funciona em parceria com o Centro Equestre Vale do Lima,
em Ponte de Lima, podendo usufruir de todas as infraestruturas existentes no mesmo.
A escola possui também dois protocolos: um com a Coudelaria de Alter, em Alter do
Chão, para cedência de cavalos para uso desportivo; e outro com a Federação
Equestre Portuguesa, para a realização de exames de selas e curso de treinadores.
Os alunos podem ainda usufruir das instalações equestres do município localizadas na
Expolima (Parque de Exposições de Ponte de Lima), onde prestam apoiam e
participam nas atividades realizadas, tais como Feira do Cavalo, Concursos de
Obstáculos e de Dressage, quer nacionais, quer internacionais.
2.4. Recursos financeiros
A escola é um serviço da Administração Central, apenas com autonomia
administrativa nos atos de gestão corrente, traduzida na competência dos seus
dirigentes para autorizar a realização de despesas e o seu pagamento e para praticar,
no mesmo âmbito, atos administrativos definitivos e executórios.
Nesta conformidade, a escola é financiada por fundos públicos (Orçamento do Estado
e Fundo Social Europeu), encontrando-se, por esse motivo, sujeita às regras impostas
pela tutela (Ministério da Educação e União Europeia), nomeadamente: aprovação
pedagógica de novas turmas pela DGEstE (Direção Geral dos Estabelecimentos
Escolares) e aprovação financeira pelo POCH (Programa Operacional do Capital
Humano); controlo de execução física e financeira dos projetos pelo POCH, FSE
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(Fundo Social Europeu), IGF (Inspeção Geral de Finanças) e auditores externos; e
fiscalização e avaliação pela IGEC (Inspeção Geral de Educação e Ciência).
Relativamente ao financiamento público dos cursos profissionais de nível secundário e
CEF, estes têm por base candidaturas que são submetidas ao órgão competente,
POCH.
A escola empenha-se em maximizar as verbas disponíveis e elegíveis no POCH,
tendo em conta as necessidades formativas de cada curso e as necessidades de cada
disciplina/docente, por forma a envolver a comunidade educativa na procura de
soluções de maior motivação nas aprendizagens.
2.5. Funcionamento global da escola
A escola funciona em regime diurno, de segunda a sexta-feira.
As aulas decorrem tanto no interior do edifício, como no exterior, onde têm lugar
atividades práticas e visitas de estudo.
Os cursos ministrados pela escola são:
o Cursos de educação e formação que atribuem diplomas com equivalência
ao ensino básico (9º ano) e conferem um diploma de certificação nível II;
o Cursos de nível secundário que atribuem diplomas com equivalência ao
ensino secundário formal e conferem, simultaneamente, um diploma de
certificação profissional de nível IV.
Estes cursos possuem uma formação em contexto escolar (componente sociocultural,
científica e técnica/tecnológica), bem como uma formação em contexto de trabalho
(componente técnica/tecnológica).
No âmbito da formação em contexto de trabalho, é elaborado um protocolo de
cooperação com as entidades selecionadas, sendo os alunos acompanhados nas
mesmas por um profissional da instituição acolhedora e por um professor/orientador
da escola, que os visita com regularidade no local de trabalho.
Neste processo, existe a preocupação de negociar com os alunos e as
empresas/serviços os objetivos da formação em contexto de trabalho, de modo a
desenvolver, nos alunos, hábitos de trabalho e atitudes autónomas, independentes e
facilitadoras da inserção profissional.
É paradigma desta prática de formação em contexto de trabalho a prova de aptidão
profissional (PAP/PAF), que consiste na elaboração/desenvolvimento de um projeto
18
individual integrador dos diferentes saberes e competências adquiridos e
desenvolvidos ao longo da formação.
No âmbito da oferta do sistema educativo e de formação, a oferta curricular de escola,
no triénio, pode variar no que se refere a públicos e modalidades de formação em
função das orientações da tutela nesta matéria, bem como dos diversos contextos
sociais e económicos das comunidades regional e nacional. Nestas escolhas, são
ponderadas as necessidades profissionais decorrentes do fator empregabilidade, não
se descurando os fatores motivacionais dos alunos e das famílias.
Organigrama da EPADRPL
Conselho Geral
Rep. Docentes.
Agostinho Martins
Maria Adelina Reis
Maria Paula Oliveira
Rep. Func.
Fernanda Maria Carvalho
Maria Madalena
Fernandes
Rep. Enc. Ed.
Otília Rodrigues
Valter Mendes
Rep. Alunos
Pedro Manuel Amorim
Rep. Município
Vítor Mendes
Rep. Tecido Empresarial
Coopalima
AEPL
Conselho Pedagógico
Presidente
Joaquim Amâncio Cerqueira
Subdiretora
Maria Cristina Poço
Coord. Departamento
Carla Dalila Oliveira
Filipe César Martins
Maria Margarida Lopes
Rep. Coord. de Curso
Hélder Caridade
Rep. D. Turma
Maria Goretti Barros
Rep. Secção Restauração
Eusébio Francisco Lima
Conselho Diretores de Turma
Departamentos Curriculares
. Línguas;
. Ciências Sociais e Humanas;
. Matemática e Ciências
Experimentais;
. Secção de Restauração.
Serviços Administrativos
Diretores de Instalações
Serviços Operacionais
Outras Estruturas
Conselho Administrativo
Joaquim Amâncio Cerqueira
João Carlos Barbosa
João Carlos Rodrigues
Conselho Diretores de Curso
Secção de Avaliação do
Desempenho Docente (SAAD)
Artigo 11º do Decreto
Regulamentar nº26/2012 de 21
de fevereiro
Associação de Estudantes
DIREÇÃO
Diretor: Amâncio Cerqueira
Subdiretora: Cristina Poço
Adjunto: João Carlos Barbosa
Adjunto: Rute Alves
19
2.6. Redes, parcerias e protocolos
Os principais parceiros da EPADRPL são o Município de Ponte de Lima, a Coopalima,
o Centro Equestre Vale do Lima, IPVC – Escola Superior Agrária e outras empresas
da região.
2.7. Caracterização do meio
Ponte de Lima é uma vila portuguesa no distrito de Viana do Castelo, região do
Norte e sub-região do Minho-Lima, com cerca de 5125 habitantes.
Trata-se de uma das vilas mais antigas de Portugal. Foi fundada por Carta de Foral de
4 de março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa. Possui um valioso património
histórico-cultural. É caracterizada pela sua arquitetura medieval e pela área
envolvente, banhada pelo rio Lima.
A vila dista da capital do distrito, Viana do Castelo, 24 km; de Braga, 31 km; do Porto,
cerca de 73 km, e, da fronteira com Espanha, cerca de 40 km. O território limiano
beneficia de um importante nó de comunicação rodoviário: a A3 – Autoestrada
Porto/Braga/Valença, com ligação a Espanha (Vigo); a A27 - Ponte de Lima/Arcos de
Valdevez/Ponte da Barca; e a A28 - Viana do Castelo/Porto.
Continuando a ser uma das principais atividades económicas do concelho, a
agropecuária tem-se afirmado como um meio de desenvolvimento sustentável que,
contribuindo para a preservação do valioso património ambiental da região, incentiva e
dinamiza a economia local. Apresenta-se com dimensões e realidades diversas, como
seja a agricultura de subsistência, a agricultura de lazer, a agricultura complementar e
a agricultura profissional e empresarial. Sendo essencialmente rural, e realizada pela
maioria das pessoas que residem em Ponte de Lima, trata-se de uma área que tem
vindo a catalisar diversos investidores nacionais e, sobretudo, estrangeiros, que
pretendem instalar-se no concelho.
A par da relevância da atividade agropecuária que se regista no concelho, Ponte de
Lima cultiva, desde há séculos, uma relação estreita com o cavalo lusitano, o qual,
dada a sua versatilidade e aptidão natural, ficou para a história como cavalo de
agricultura, de caça e de batalha. A região tem assim apostado na preservação ativa
da tradição deste versátil e marcante recurso endógeno, pelo que atualmente se
releva como destino equestre de referência nacional e internacional. O papel das
atividades equestres da região é manifesto, enquanto impulsionador de diversas
20
dinâmicas ao nível social, cultural, económico, imprimindo forte impacto no setor do
turismo, do alojamento e da restauração.
Rico em saberes e sabores, Ponte de Lima, é, também, sobejamente conhecido como
um dos maiores polos gastronómicos de Portugal, pelas suas iguarias confecionadas à
base de produtos típicos da terra. Existe no concelho um grande número de
estabelecimentos onde se confecionam as grandes especialidades locais.
Neste sentido, Ponte de Lima tem vindo a evidenciar-se num setor estratégico – o
turismo, resultando num vigor crescente e com visibilidade ao nível dos resultados
obtidos. Considerando a localização estratégica de Ponte de Lima no epicentro da
euro região norte de Portugal – Galiza, a gastronomia, o enoturismo, as atividades
equestres, o património histórico e paisagístico, os desportos de natureza e o
alojamento de qualidade, complementam uma oferta notoriamente atrativa, com
identidade e qualidade. Ponte de Lima constitui-se como um dos destinos turísticos
mais procurados da região norte de Portugal, em grande parte impulsionado, pelo
facto de se destacar a nível do setor agropecuário, de se ter afirmado como um dos
maiores polos gastronómicos de Portugal e de se constituir como um destino equestre
nacional e internacional.
Acompanhando o desenvolvimento do tecido sócio-económico-cultural da região, a
EPADRPL tem vindo a adequar a sua oferta de formação às necessidades
evidenciadas pelo meio empresarial envolvente e pelas instituições locais.
Num concelho eminentemente rural, a EPADRPL tem-se afigurado como uma
alavanca que proporciona, com qualidade notoriamente reconhecida, soluções e
ofertas de especialização, na área da agropecuária, da equinicultura e do turismo,
nomeadamente no setor da restauração.
3. DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO SÍNTESE - ANÁLISE SWOT
Na página seguinte, apresenta-se o diagnóstico estratégico.
21
A
nálise
exte
rna
Ameaças Oportunidades
Redução demográfica, que implicará a
diminuição do número de alunos a
breve prazo
Valorização da marca e da imagem da
escola pelas entidades externas
Redução do financiamento disponível
no quadro comunitário de apoio
Portugal 2020
Reconhecimento da qualidade da formação
qualificante pela comunidade local,
autarquias e instituições públicas e privadas
Atrasos no pagamento do financiamento
do POCH
Inexistência de oferta formativa concelhia
em produção agropecuária e em gestão
equina
Não concertação / Sobreposição da
oferta formativa concelhia a nível da
restauração
Implementação do sistema EQAVET e da
CAF
Regras de aprovação dos cursos Necessidade de qualificação profissional por
parte das empresas
Aumento da concorrência entre escolas
para garantir a fixação de alunos
Criação de micro e médias empresas pelo
facto de o mercado não estar saturado
Emigração Crescente procura de produtos biológicos
Nível socioeconómico baixo Crescente preocupação com os espaços
verdes por parte de entidades privadas e
públicas
Baixo nível de escolaridade Existência de um património gastronómico
de elevado interesse
Parque industrial muito pequeno Desenvolvimento de atividades turístico-
recreativas (atividades náuticas no Rio Lima;
turismo de natureza; turismo de habitação;
atividades hípicas; etc.)
Existência de pequenas e médias
empresas sem mão-de-obra qualificada
Recuperação de áreas degradadas através
de investimento comunitário
Poucas empresas agrícolas no
concelho a recrutar técnicos
Financiamento comunitário para instalação
de jovens empresários
Existência da Escola Superior Agrária no
concelho
Proximidade e parceria com entidades do
ensino superior, nomeadamente o IPVC –
Escola Superior Agrária
22
An
álise
in
tern
a
Pontos fracos Pontos fortes
Fraco acompanhamento dos pais e
encarregados de educação no processo
de ensino e aprendizagem
Múltiplas parcerias e protocolos
estabelecidos com instituições e entidades
locais, nacionais e internacionais, que
potenciam a concretização de experiências
laborais e educativas diversificadas
Ambiente sociocultural das famílias que
nem sempre valoriza a escola como
parte integrante do projeto de vida dos
jovens, do qual resulta um envolvimento
menor de uma parte significativa dos
encarregados de educação
Afirmação da identidade da escola, de
matriz agrária, na preservação das
características do meio, através da criação
de produtos regionais e de animais
autóctones, como contributo para o
desenvolvimento local e regional
Indisciplina e défice de valores de
cidadania revelados por diversos alunos
Vasta experiência da escola a nível da
formação profissional e bom
apetrechamento nas áreas de agricultura,
restauração
Falta de empenho e hábitos de trabalho
revelados por diversos alunos
Recurso por parte da escola a recursos
humanos adequados para cursos nas áreas
agricultura, restauração e gestão equina
Sobreposição de várias atividades Boas ligações da escola com o tecido
empresarial local
Falta de estabilidade do corpo docente Boa imagem da escola no exterior
Ausência de procedimentos
sistemáticos de supervisão da prática
letiva em contexto da sala de aula
Tendência ascendente na taxa de conclusão
dos cursos profissionais
Ausência de um sistema integrado de
comunicação que facilita o acesso a
informações às várias estruturas
educativas, em tempo útil e oportuno
Taxas expressivas de ingresso no mercado
de trabalho
Número insuficiente de horas atribuídas
ao recurso técnico especializado
responsável pelo Gabinete de Apoio ao
Aluno
Tendência descendente nas taxas de
desistência dos cursos
23
Participação dos alunos num conjunto vasto
de feiras, concursos, serviço e outros
eventos, que assumem um papel
determinante na projeção da escola a nível
local, nacional e internacional
Especialização da escola na área agrícola
Boas relações com as empresas para a FCT
Elevado grau de satisfação dos alunos
Manutenção de boas relações com ex-
alunos
Localização central da escola
4. MISSÃO E VISÃO
4.1. Missão
A EPADRPL tem como missão formar cidadãos com uma sólida formação pessoal,
social, científica e técnica, garantindo o desenvolvimento das competências
necessárias para um bom desempenho profissional e pessoal.
4.2. Visão
A EPADRPL será reconhecida como referência de excelência educativa, quer pela
qualidade da formação profissional ministrada, quer pelo desenvolvimento da
comunidade local e regional onde se insere, orientada pelos valores da liberdade, da
responsabilidade, do respeito, da equidade, da solidariedade, da cidadania e da
sustentabilidade.
5. OBJETIVOS, METAS E ESTRATÉGIAS
O objetivo central da EPADRL é garantir o sucesso educativo dos alunos, nas suas
diversas dimensões.
As metas traçadas, qualificáveis e/ou quantificáveis, encontram-se agrupadas em dois
domínios: Resultados; e Organização e Gestão da Escola, e são apresentadas nas
páginas seguintes.
25
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Resultados
Resultados académicos
Melhorar o desempenho escolar dos alunos.
A escola propõe-se que, no final de cada ano letivo, 80% dos módulos de todas as disciplinas do total dos alunos das turmas não terminais estejam concluídos.
A escola propõe-se que, no final do ano letivo, 90% dos módulos de todas as disciplinas do total dos alunos das turmas terminais estejam concluídos.
A escola propõe-se que, no final do 12º ano, 90% dos alunos concluam o curso com sucesso.
Analisar, aprofundada e criticamente, no seio das estruturas de coordenação educativa, supervisão pedagógica e direção, os fatores explicativos e implicações dos resultados académicos;
Melhorar a coordenação interdisciplinar em cada turma/curso;
Reforçar os mecanismos de trabalho colaborativo nos grupos/departamentos;
Potenciar o ensino prático e a realização de projetos;
Incentivar e valorizar uma ética do esforço e da disciplina pessoal;
Despistar precocemente alunos que evidenciem deficiências/inadaptações/dificuldades de aprendizagem, proporcionando-lhes o acompanhamento pedagógico adequado;
Garantir a todos os alunos com défices cognitivos ou emocionais o apoio dos serviços do Gabinete de Apoio ao Aluno e/ou da educação especial;
Reforçar o apoio educativo aos alunos com dificuldades, através da componente não letiva dos docentes, de forma efetiva e contextualizada;
Prosseguir a implementação do PNPSE, particularmente para apoio aos alunos identificados com módulos em atraso, num trabalho articulado com os docentes das disciplinas visadas;
Divulgar e incentivar, por parte dos DT e Coordenador de Curso, os alunos a inscreverem-se nos exames das épocas de recuperação;
Distribuir componente não letiva a docentes das disciplinas da componente técnica para orientar a elaboração das PAF/PAP;
Reconhecer e valorizar o sucesso do desenvolvimento pessoal e profissional dos formandos através da seleção para tarefas de representação da escola, na sua distribuição pelas entidades de acolhimento no âmbito da FCT e na afixação trimestral de um quadro de mérito;
Investir na inovação, como contributo para a melhoria das aprendizagens;
Promover uma avaliação justa, transparente e rigorosa dos alunos, que reconheça a progressão e seja indutora da sua autonomia e corresponsabilização.
Número de alunos
com módulos em
atraso.
Taxa de conclusão
dos cursos
(percentagem de
alunos que
realizaram, com
sucesso, a PAP, a
FCT e todos os
módulos das
disciplinas, sobre o
número inicial de
alunos das turmas).
26
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Resulta
dos
Desistência e
abandono
escolar
Reduzir a desistência e o abandono escolar.
A escola propõe-se que, no final do ano letivo, a taxa de abandono escolar não ultrapasse uma média de 5%.
A escola propõe-se que, no final do ano letivo, a taxa de desistência (EQAVET – desistência, transferência e anulação de matrícula) não ultrapasse uma média de 8%.
Diagnosticar atempadamente situações de potencial risco;
Registar todos os casos, de modo a estudar o perfil do aluno em
risco;
Recolher dados que permitam identificar as causas do absentismo e
abandono escolar;
Encaminhar precocemente os alunos em risco para o Gabinete de
Apoio ao Aluno;
Envolver, com brevidade, todos os recursos internos (ex. Gabinete
de Apoio ao Aluno) e externos (ex. CPCJ, Escola Segura),
articuladamente, na resolução das situações;
Assegurar que os encarregados de educação acompanham todo o
processo educativo.
Taxa de abandono
escolar.
Taxa de desistência,
transferência de
cursos e anulação de
matrícula (EQAVET).
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Resulta
dos
Resultados
sociais
Melhorar as atitudes dos alunos
A escola propõe-se reduzir, anualmente, 5%, o número de ocorrências de índole disciplinar.
Promover o desenvolvimento de competências profissionais, associadas ao saber ser e ao saber estar;
Incentivar e valorizar o respeito pelos pares, pessoal não docente e pessoal docente;
Orientar os formandos para o trabalho em equipa,
responsabilizando-os pelo cumprimento de regras, horários e
prazos;
Reforçar a corresponsabilização dos alunos pelas várias áreas
agrícolas, de equitação, de restauração e demais áreas da escola;
Incentivar e responsabilizar os alunos pela utilização e bom estado
dos recursos e equipamentos;
Valorizar o comportamento dos formandos através da seleção para
tarefas de representação da escola, visitas de estudo, iniciativas
externas, feiras, concursos, projetos, desporto escolar, etc.
Criar um modelo integrado de intervenção nas questões
disciplinares;
Número de
participações e
tipologia de
ocorrências
disciplinares.
Número e tipologia
das reincidências
disciplinares.
27
Envolver, com brevidade, todos os recursos internos (ex. Gabinete
de Apoio ao Aluno) e externos (ex. CPCJ, Escola Segura),
articuladamente, na resolução das situações;
Desenvolver instrumentos e mecanismos de prevenção de
comportamento de risco em meio escolar, em colaboração com
entidades externas (PSP, Ministério Público, CPCJ, Saúde, etc.).
Prosseguir o desenvolvimento de instrumentos e mecanismos de
prevenção do consumo de drogas lícitas e ilícitas em meio escolar,
adotando medidas de informação, esclarecimento e formação de
opinião e de atitudes dos jovens, em colaboração com outras
entidades públicas e ou privadas;
Prosseguir a promoção de regulamentos respeitantes a visitas de
estudo e saídas de campo, nomeadamente ao nível do vestuário,
higiene e postura;
Assegurar que os encarregados de educação acompanham todo o
processo educativo.
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Resulta
dos
Interação
escola/famíli
a
Intensificar o
nível de
envolvimento e
participação
dos pais e
encarregados
de educação
A escola propõe-se aumentar, anualmente, 10% a presença dos pais/EE nas reuniões de período.
A escola propõe-se aumentar, anualmente, 10% a procura do Diretor de Turma de forma autónoma pelos pais/EE.
Promover reuniões com os pais e encarregados de educação para abordar temas diversos de índole formativo e pedagógico.
Incentivar os pais e encarregados de educação a um acompanhamento mais proativo do processo de aprendizagem dos alunos;
Promover a participação dos pais e encarregados de educação nos órgãos de gestão intermédia da escola.
Taxa de participação
nas reuniões.
Taxa de procura do
Diretor de Turma de
forma autónoma.
28
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Resulta
dos
Reconhecim
ento da
comunidade
Melhorar o grau
de satisfação
da comunidade
educativa
A escola propõe-se atingir, no final de cada ano letivo: grau de satisfação
dos alunos – 80%
grau de satisfação
dos encarregados de
educação – 80%
grau de satisfação do
pessoal docente –
80%
grau de satisfação do
pessoal não docente
– 70%
Aplicar os planos de melhorias da avaliação interna. Grau de satisfação
dos alunos;
Grau de satisfação
dos encarregados de
educação;
Grau de satisfação do
pessoal docente;
Grau de satisfação do
pessoal não docente.
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Organi
zação e
gestão
da
escola
Articulação
do serviço
educativo
Assegurar e
reforçar a
articulação
curricular e o
trabalho
colaborativo
entre os
docentes
A escola propõe-se atingir, no final de cada ano letivo:
45% de projetos de
articulação da
totalidade das
atividades do PAA.
15% de professores
envolvidos em
atividades de
supervisão pedagógica.
Reforçar a articulação curricular entre as componentes de formação dos cursos numa lógica de trabalho transversal e interdisciplinar;
Reforçar a articulação interdisciplinar na concretização dos projetos e no desenvolvimento das PAF e PAP;
Reforçar a articulação de atividades entre turmas de um mesmo curso e entre cursos de acordo com as dinâmicas da escola;
Reforçar as práticas colaborativas entre professores a nível de planificação, produção de materiais pedagógicos, definição/aplicação de critérios de avaliação e elaboração de instrumentos de avaliação;
Aprofundar a implementação da supervisão pedagógica (acompanhamento direto em contexto de aula, de feição colaborativa e formativa), visando o desenvolvimento profissional dos docentes;
Melhorar o circuito interno de divulgação das informações (de forma clara, única e atempada).
Número de reuniões
realizadas com registo
em ata das articulações
efetuadas;
Número de projetos
produzidos em
articulação curricular;
Nível de qualidade dos
projetos desenvolvidos;
Número de professores
envolvidos em
atividades de
supervisão pedagógica.
29
Domínio Subdomínios Objetivos Metas Estratégias de atuação Indicadores de verificação
Organi
zação e
gestão
da
escola
Autoavaliaçã
o
Reforçar a
cultura de
autoavaliação,
promovendo a
qualidade da
ação educativa
A escola propõe-se executar, no final de cada ano letivo: 90% das medidas
propostas nos planos
de melhoria.
Realizar uma avaliação sistemática das práticas, recorrendo a
metodologias participativas, de modo a identificar os problemas e a
investir na sua resolução;
Assegurar que os principais dispositivos de avaliação da escola
decorrem da construção de referenciais e garantem o
enquadramento e contextualização das análises e dos resultados
Garantir a adequação das estratégias e das atividades planificadas
às finalidades do Projeto Educativo.
Relatório de
autoavaliação;
Planos de melhoria;
Nível de adequação
das estratégias e das
atividades planificadas
às finalidades do
Projeto Educativo;
Número de ações de
melhoria
implementadas.
30
6. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
O projeto educativo deverá ser monitorizado e avaliado pela equipa de autoavaliação,
tendo em vista cotejar as metas e orientações com a respetiva execução, de modo a
proceder à sua retroação e eventual correção, a fim de se alcançarem os objetivos e
finalidades preconizadas.
O processo de acompanhamento e monitorização será contínuo, realizado pela
recolha de dados nos sistemas de acompanhamento implementados, em
conformidade com os indicadores de medida supramencionados.
No final do ciclo de vigência do projeto educativo, será realizada uma avaliação final,
de modo a medir o grau de execução do projeto e os seus desvios, bem como a
possibilitar a elaboração de um novo projeto educativo para um novo período.
7. APROVAÇÃO
O projeto educativo foi debatido em reuniões setoriais com os stakeholders internos da
instituição e devidamente ajustado, em conformidade com os seus contributos. Foi
ainda submetido, pelo Diretor, à discussão e aprovação final do Conselho Geral em
reunião realizada no dia 26/07/2018, tendo sido aprovado por unanimidade.
8. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO
Após a sua validação em conselho pedagógico e aprovação em conselho geral, o
projeto educativo será apresentado a toda a comunidade educativa, bem como à
comunidade envolvente, com a qual a escola interage e coopera.
Na sessão de apresentação, serão apresentadas as linhas gerais das metas e
estratégias que se pretendem atingir, os meios e recursos que se pretendem mobilizar,
as oportunidades e os condicionalismos que se pretendem ultrapassar.
Será disponibilizada a consulta do documento, através do site da escola.