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    E I X O T E M T I C O I - P o l t i c a s e d u c a t i v a s n a A m r i c a L a t i n a : c o n s e q ! n c i a s s o " r e a # o r m a $ % o e o t r a " a l & o d o c e n t e

    ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: DA CONCEPO PRTICA

    Silvia Maria Coelho Mota

    RESUMO

    Este estudo parte da necessidade de investigar o trabalho docente frente a um novo desafio:a implantao do Projeto Escola de Tempo Integral na ede P!blica Estadual de Ensino"Tem como #uesto central conhecer como o professor de ensino fundamental desenvolve asua pr$tica docente atrav%s das oficinas curriculares" &ssim sendo' apresenta comoobjetivos perceber e analisar as implica(es desta nova proposta curricular no papel doprofessor e de sua pr$tica" & pes#uisa de campo se desenvolve acompanhando ofuncionamento das )ficinas Curriculares da Escola de Tempo Integral' em uma escola

    p!blica estadual da bai*ada santista" Tem como procedimentos metodol+gicos: ,- a an$lisedocumental' como fonte de informao para conte*tuali.ar o antes e o depois da escola emestudo/ 0- a observao do cotidiano escolar' com o foco no desempenho das atividadesdocentes' nas condi(es para desenvolver as oficinas e no processo ensino1aprendi.agem/e 2- entrevistas semi1estruturadas reali.adas com professores' coordenadores' diretores eprofissionais envolvidos com a implantao deste projeto" 3esta perspectiva' os resultados'ainda parciais' mostram #ue as Escolas de Tempo Integral da ede P!blica Estadualenfrentam como desafios: condi(es prec$rias de trabalho e de recursos humanos emateriais/ dificuldades em relao 4 organi.ao 5tempo e espao- das atividadespropostas/ problemas em torno da formao inicial e continuada dos professores' #ue no

    esto preparados para enfrentar a Escola de Tempo Integral/ dificuldades no relacionamentoprofessor6aluno para a compreenso e o desenvolvimento das oficinas' tanto por parte dosprofessores' #uanto dos alunos" &pesar disso' alguns depoimentos coletados puderammostrar propostas e solu(es pedag+gicas na busca de enri#uecer estas e*peri7ncias e'conse#8entemente' as do corpo discente"Palavras-chave: disposio 9 tempo 9 integral6integrao"

    EXTENSO DO PERODO DE ESCOLARI!AO E O TRA"AL#O DOCENTE

    uando nos deparamos com os in!meros projetos #ue circulam na rede estadual'percebemos uma educao #ue vai al%m dos conte!dos dados em sala de aula' #ue e*ige oenvolvimento de profissionais' prontos para atuar em um processo inovador' #ue se prop(efavorecer o ensino e a aprendi.agem' estimulando o conhecimento dos professores' assimcomo o envolvimento dos estudantes"

    ;m projeto como a Escola de Tempo Integral' #ue pretende redimensionar eenri#uecer a estrutura organi.acional da escola com novos espaos e oferecer maior tempode perman7ncia aos alunos' pressup(e matri.es curriculares ampliadas e disposio dae#uipe escolar" & organi.ao curricular da Escola de Tempo Integral disp(e #ue ir$ mantero desenvolvimento do curr

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    novas oportunidades de aprendi.agem e viv7ncia atrav%s de atividades de nature.a pr$ticaconforme as >iretri.es ?erais sobre a Escola de Tempo Integral 5S@) P&;A)' 0BB-"

    )s componentes do curresde a d%cada de B' assistimos o en*ugamento dos recursosdo Estado para a Educao e' nos anos NB' o #ue se percebe % o aprofundamento daspol&AA&' 0BBK' p",K-"

    &pesar de muitos anos transcorridos' de acordo com &bdalla 50BBK-' ainda e*istemmuitas tens(es mal resolvidas' tais como: a precariedade das condi(es de trabalho/ amassificao e o pauperismo em #ue se encontram as escolas' especialmente' as p!blicas/a desvalori.ao profissional e a degradao do status da profisso entre tantas outrasdificuldades #ue surgem no dia1a1dia"

    ) #ue #ueremos enfati.ar % #ue apesar de as escolas anunciarem #ue soautnomas e #ue participam de uma gesto democr$tica' por ve.es mostram possibilidadesde ao aos educadores e' por outras' obstruem o caminho destes profissionais' mostrando1se autorit$rias e controladas pelas in!meras legisla(es" Tal fato re#uer ateno redobradapor parte dos educadores' visto #ue as mudanas propostas pela escola de Tempo Integralapresentam as marcas dos discursos oficiais' delimitando refle*(es e a(es para o campodo desenvolvimento profissional"

    ;m dos pap%is #ue esperamos da escola % o de #ue ela promova a formao depessoas aptas a e*ercerem sua plena cidadania" &s )ficinas Curriculares' de acordo com as>iretri.es ?erais' complementaro' em espaos diferenciados' as matri.es curricularesb$sicas' no intuito de reali.ar o e*erc

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    Estas )ficinas de enri#uecimento curricular viabili.aro' em temposcomplementares' os seguintes objetivos:

    Educar e cuidar da imagem positiva do aluno/

    &tender 4s diferentes necessidades de aprendi.agem/

    Promover o sentimento de pertin7ncia e o desenvolvimento de atitudes de

    compromisso e responsabilidade para com a escola e com a comunidade'instrumentali.ando1o com as compet7ncias e habilidades necess$rias aodesempenho do protagonismo juvenil e 4 participao social/

    Promover a cultura da pa. pelo desenvolvimento de atitudes de auto1respeito'

    respeito m!tuo' solidariedade' justia e di$logo"

    Para desenvolver esta pes#uisa' meu objetivo ser$ investigar o funcionamento das)ficinas Curriculares desenvolvidas na Escola de Tempo Integral' suas implica(es napr$tica pedag+gica docente e a participao do professor em um projeto ainda emimplantao' buscando conhecer suas necessidades habituais e necessidades desejadas'

    suas maneiras de ser e estar na profisso' na tentativa de articular um novo habitus5J);>IE;' 0BB,/ &J>&AA&' 0BB-" )u seja' compreender' na pr$tica' como se efetuamas inova(esF indicadas pela Escola de Tempo Integral"

    >eOe 5,NHN- j$ falava #ue a concepo ampla de h$bito envolve a formao deatitudes tanto emocionais' #uanto intelectuais/ envolve toda nossa sensibilidade e modos dereceber e responder a todas as condi(es #ue defrontamos na vidaF" Jourdieu 50BB,- e&bdalla 50BB- falam de pr em evid7ncia as capacidades criadoras' ativas' inventivas dohabitus e do agente 5#ue a palavra h$bito no di.-' chamando a ateno para a id%ia de umagente em aoF" &poiada' nestas teorias' penso #ue as mudanas propostas pela Escolade Tempo Integral' principalmente' no #ue se refere a tempo e espao escolar' s+ poderotransformar1se em ao hist+rica' isto %' em hist+ria atuada e atuante' se forem assumidaspor agentes realmente envolvidos com a educao e dispostos a assumirem uma vontadede mudana de atitude " Para isso' pretendo verificar se o docente est$ sendo devidamenteinformado e capacitado para pr tais propostas em pr$tica"

    OS CAMIN#OS DA PES$UISA

    Esta pes#uisa' primeiramente' buscar$ fundamentao te+rica' em #ue se pretendeestudar #uais pensadores e movimentos sociais escreveram sobre a Educao Integral'

    procurando perceber suas vis(es de mundo' a fim de conhecer a origem do conceito e oconte*to em #ue ele surge"Qohn >eOe 5,KN1,NK0-' fil+sofo norte1americano' influenciou educadores de v$rias

    partes do mundo' tendo por base o conceito de educao como reconstruo dae*peri7nciaF" 3o Jrasil' inspirou o movimento da Escola 3ova' liderado por &n

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    Investigando a origem do conceito de Educao Integral e o conte*to em #ue elesurge' verifi#uei #ue o termo nasceu no s%culo RIR' em plena Modernidade" Posteriormente'passarei pela hist+ria da educao brasileira' no #ue toca ao surgimento desse conceito'seus precursores e defensores e algumas e*peri7ncias reali.adas"

    & id%ia de uma educao #ue pretende trabalhar com o aluno de forma integral'

    surgiu com o movimento da Escola 3ova e foi desenvolvida' principalmente' por &n

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    & )ficina Curricular Inform$tica Educacional tem a inteno de potenciali.ar aosalunos o acesso 4s diversas tecnologias" &presenta como objetivo geral possibilitar #ue oaluno seja capa. de utili.ar as tecnologias de informao e comunicao da forma maisade#uada 4 reali.ao de suas a(es como estudante e como cidado"

    &s >iretri.es ?erais da Escola de Tempo Integral 50BB- colocam como ideal para a

    reali.ao desta )ficina a e*ist7ncia de um Aaborat+rio de Multimireito e' atrav%s das observa(esfeitas at% o momento' percebe1se #ue a docente tem procurado trabalhar com te*tosvariados' buscando despertar o interesse dos alunos" Criou um momento de leitura 9sempre ao final de cada m7s 1' em #ue os alunos so levados 4 biblioteca da escola e

    escolhem um livro de acordo com as prefer7ncias de cada um" & partir da leitura feita' elesso incentivados a contar a hist+ria' procuram relacion$1la 4 realidade e promovempe#uenos debates"

    & terceira )ficina em observao' &tividades &rt

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    e uma docente #ue mobili.a os alunos para a m!sica" Esta !ltima linguagem da arte contacom o au*urante as outras atividades 9 dana' m!sica e teatro 9 os espaos so ampliados eos alunos ficam mais dispersos" Muitos no #uerem participar alegando vergonha ou apenasse recusando a aderir 4 proposta" 3esta hora' apesar de todos os esforos dos professores'certo desconforto se instala durante a reali.ao da )ficina e at% mesmo alguns problemasdisciplinares ocorrem"

    &t% o momento' as observa(es indicam #ue as )ficinas Curriculares levam odocente a repensar sobre a concepo de tempo e de espao' pois o aluno #ue entrou naescola 4s H horas da manh e assistiu 4s aulas previstas pelo curr

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    3o projeto inicial' pretend

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    $' ou no' lugar na escola para uma pr$*isG )u ser$ #ue' namaioria das ve.es' so' sobretudo' simples pr$ticas #ue nelase desenvolvem' ou seja' um fa.er #ue ocupa o tempo e oespao' visa a um efeito' produ. um objeto 5aprendi.agens'saberes- e um sujeito1objeto 5um escolar #ue recebe esse

    saber e sofre essas aprendi.agens-' mas #ue em nenhummomento % portador de uma perspectiva de autonomia"5IMJET' 0BB2' p",K-"

    ) pensamento de Imbert 50BB2- tradu. a preocupao com a pr$tica das )ficinas' sepensarmos em pr$*is como um projeto de emancipao' na medida em #ue cria sentidosnovos a uma realidade #ue tra. mudanas e #ue e*ige #ue en*erguemos as v$riaspropostas de uma perspectiva #ue no seja tradicional' a fim de preenchermos da melhormaneira poss

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    )utro aspecto relevante % o trabalho coletivo' envolvendo professores de diferentes$reas' #ue ainda % um grande desafio" 3o diria #ue o docente oferece resist7ncia 4proposta de educao integral' mas apresenta atitudes de medo e de recusa' por seconstituir este projeto uma inovao sobre a #ual no tem dom

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    RE&ER'NCIAS "I"LIOGR&ICAS

    &J>&AA&' M"="J" O Se(s) Pr*+,c) e Ser e Es+ar (a Pr).,ss/)0 So Paulo: Corte.' 0BB"&J>&AA&' M"="J" D) 1erc2rs) e .)r3a4/) e ese(v)lv,3e(+) 1r).,ss,)(al: e(+re()r3as e 51r67 c)(ce,+)s 1ara re1e(sar a 1r).,ss/) )ce(+e0Olhar de professor0 Ponta

    ?rossa: Editora ;EP?' p" ,B 9 0K"

    &M&&A' &"A"Conflito contedo/forma em pedagogias inovadoras: a pedagogia de projetosna implantao da escola plural. In: M&I3' &"Q"' SIAU&' &"M"M"' S);X&' M"I"M"de"5orgs"-S,+2a48es ,*+,cas0 ,Y ed"' &rara#uara: QM Editora' 0BB2"

    &XEUE>)' =" de" et al" Ma(,.es+) a)s 1,)(e,r)s a E2ca4/) N)va0 ,N20" >isponEZE[' Q" E;1er,a4/) ) C2rr?c2l) 1)rPr)@e+)s e Tra9alh)/K ed"'Traduo Qussara aubert odrigues' Porto &legre: &rtes M%dicas' ,NN"

    IMJET' =" Para 23a Pr*;,s Pea==,ca" Traduo de og%rio de &ndrade C+rdova'Jras_' M" Pes2,sa e3 E2ca4/): abordagens #ualitativas" So Paulo:EP;' ,N"

    P&)' U" """ `et al"" Esc)la e Te31) I(+e=ral: desafio para o ensino p!blico" So Paulo:Corte.: &utores &ssociados' ,N"

    S@) P&;A)" C))re(a)r,a e Es+2)s e N)r3as Pea==,cas B CENP0 0Y versopreliminar das >iretri.es ?erais sobre a Escola de Tempo Integral' 0BB"

    TEIREI&' &" E2ca4/) (/) 6 1r,v,l6=,)0 " ed"' io de Qaneiro: Editora ;=Q' ,NNL"

    UI&33&' " M" Pes2,sa e3 e2ca4/): a observao" Jras