Escrita Criativa

60
Trabalhos realizados por alunos, no ano lectivo 2009/2010. Dinamização: Departamento de Línguas e Biblioteca Escolar

description

Biblioteca Escolar sde Caxarias

Transcript of Escrita Criativa

Page 1: Escrita Criativa

Trabalhos realizados por alunos, no ano lectivo

2009/2010.

Dinamização: Departamento de Línguas e

Biblioteca Escolar

Page 2: Escrita Criativa

2

A GRANDE SEMENTE

GENTE QUE MENTE

E NÃO SENTE. PESSOA QUE NÃO É GENTE, MAS SENTE.

PORQUE É QUE HÁ GENTE? PORQUE É QUE SE SENTE? PORQUE É QUE SE MENTE?

ENTÃO, QUAL É O VALOR DESTA SEMENTE?

Beatriz, 5º D

CAVALINHO, CAVALINHO

CAVALINHO, CAVALINHO DE MADEIRA BEM PINTADA

AO MONTAR O MEU CAVALINHO OS SONHOS SÃO A MINHA ESTRADA.

CAVALINHO DE MADEIRA TODO BEM ENVERNIZADO CAVALINHO DE MADEIRA EM TI EU VOU MONTADO.

CAVALINHO, CAVALINHO

DIZ-ME COMO FAZES CAVALINHO, CAVALINHO

TUDO ME TRAZES.

Flávio, 5º D

Page 3: Escrita Criativa

3

Gatos e Gatas ERA UMA VEZ UM GATO MALHADO ÀS VEZES AOS QUADRADOS OUTRAS VEZES PINTADO. ERA UMA VEZ UMA GATA ÀS BOLINHAS ÀS VEZES SALPICADA OUTRAS VEZES ÀS PINTINHAS. ERA UMA VEZ UM GATO E UMA GATA TIVERAM GATINHOS TODOS COLORIDOS E TODOS FLORIDOS.

Flávio, 5º D

Tudo a Sonhar

LETRAS E PALAVRAS A BOIAR, A SALTAR, A FLUTUAR,

A ANDAR, A GATINHAR. SERÁ ISTO NO AR OU NO MAR?

OU ESTAREI EU A SONHAR? Beatriz, 5º D

Naquela Pastelaria

NAQUELA PASTELARIA JÁ NÃO SEI COMO FALAR

PEDI AO MENINO UM CACHORRO DERAM-ME UM CÃO A LADRAR.

NAQUELA PASTELARIA

IRRITEI-ME, DEI UM BERRO PEDI UM PREGO NO PÃO

DERAM-ME UM PREGO DE FERRO. Bruno, 5º D

Page 4: Escrita Criativa

4

UM CRAVO UMA FLOR QUE NOS ENCHEU DE AMOR POIS TÃO BELA ERA A FLOR QUE À LIBERDADE DEU COR!

Mariana Antunes, 5º D

UM DIA DE VERDADE QUE TRAZ A LIBERDADE A LIBERDADE DE SONHAR, DAS ASAS SOLTAR E DE NOS CÉUS BEM ALTA VOAR!! Mariana Antunes, 5º D

A LIBERDADE NASCEU NO DIA 25

NO MÊS DE ABRIL MÊS DE ÁGUAS MIL.

NA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS SOLDADOS SE REVOLTARAM

QUERIAM A LIBERDADE E NUNCA PARARAM!

PARA VENCER, NÃO SE PODE DESISTIR

ISTO É UMA DICA PARA NOS FAZER SORRIR!!

Flávio Gomes, 5º D

Page 5: Escrita Criativa

5

A LIBERDADE É A VERDADE, A VERDADE DE VIVER E DE CRESCER. A LIBERDADE É NUNCA QUERER MORRER! Beatriz, 5º D

A 25 DE ABRIL A LIBERDADE SURGIU DA ARMA DE UM SOLDADO UM CRAVO AO PAÍS SORRIU! Sofia, 5º D

NO DIA DA LIBERDADE ALCANÇÁMOS A FELICIDADE A FELICIDADE DE SORRIR E DE COISAS BOAS SENTIR! Mariana,5º D

QUERER E TER

QUERER, PARA NÃO QUERER

TER, PARA NÃO TER QUERER E NÃO

TER. QUE SERÁ ISTO

QUE ESTAREI A LER? Beatriz, 5º D

Page 6: Escrita Criativa

6

VERMELHO Vermelho é garra, coragem e até paixão

é o sangue derramado pelos valentes da vida

que lutaram e sempre lutarão.

Vermelho é o cravo da paixão,

o cravo da revolução!

Vermelho é amor, é fraternidade

é viver em paz e igualdade.

Bendita a revolução

que nos deu a liberdade!

Vermelho é o cravo da paixão,

o cravo da revolução!

Vermelho é fogo

é querer ir mais à frente.

Vermelho é despertar

e querer abraçar toda gente.

Vermelho é o cravo da revolução

E o símbolo do fim da opressão!

Mariana Rodrigues, 6ºA

Page 7: Escrita Criativa

7

O 25 DE ABRIL É PAZ, AMOR, ALEGRIA É A PARTILHA DE UM POVO À PROCURA DE FANTASIA. CONQUISTADA A LIBERDADE NUM DIA QUE SERÁ LEMBRADO A DITADURA AMARRADA NUNCA DEIXARÁ SAUDADE. Bruno, 5º D

O 25 DE ABRIL

AGORA ATÉ É ENGRAÇADO

MAS QUANDO ACONTECEU

FOI MUITO COMPLICADO.

SEGUNDO DIZ O MEU PAI

O 25 DE ABRIL É DA SUA IDADE

COM ELE ACABOU A DITADURA

E COMEÇOU A LIBERDADE.

DO TEMPO DA REVOLUÇÃO

EU NÃO SOU

JÁ VIVO NA LIBERDADE

E NO FASCISMO VIVEU MEU AVÔ!

Vanessa Silva, 5º D

Page 8: Escrita Criativa

8

A Escola Na escola há meninos,

alguns bem pequeninos.

Podemos brincar e saltar,

mas também trabalhar.

Os professores ensinam

muitos verbos que rimam.

Que bom é aprender

onde há meninos a correr,

outros tentam o riso conter.

A escola é importante

Para não ficar ignorante

É importante querer saber

E todo o conhecimento rever.

Como estou na brincadeira,

vou sentar-me na cadeira

para o Professor ouvir

e não a companheira!

Entro na Escola

com a minha sacola

Onde o conhecimento tem lugar

e é aqui que quero estar!

Mariana Matias, 6ºC

Page 9: Escrita Criativa

9

Alegria O mundo sem alegria

Seria a preto e branco

No branco a tristeza

Que magoa o coração

No preto o egoísmo

Que separa a união.

Por isso, agradece

A alegria que ainda existe

Dá amor ao coração

E luta pela união!

João Gomes 8ºB

Paz e Amor

Queremos paz e amor

Para a guerra acabar.

Queremos paz e amor

Para mais ninguém magoar.

Queremos paz e amor

Para mais ninguém chorar

Queremos paz e amor

Para a felicidade reinar.

Queremos paz e amor

Para a igualdade relembrar.

Queremos paz e amor

E o dia de São Valentim cele-

brar.

Paula Gonçalves 8ºB

SER CRIANÇA A criança é alegria A criança é sorridente A criança noite e dia Gosta de alegrar toda a gente Sou alegre e sorridente Faço sempre uma boa acção Quando alegro a minha gente Sou feliz no coração Se há tristeza, sou alegria No desespero, sou a esperança Na escuridão, sou a luz E na vida a confiança Sou feliz porque A vida é partilhar E mais do que receber A alegria está no dar

Mariana Silva 6ºC

Page 10: Escrita Criativa

10

A Estrela Numa noite estrelada,

Uma estrela deixou de brilhar,

Fiquei muito assustada

E resolvi ajudar.

Se meu pai muda lâmpadas

Com tanta facilidade,

Vou arranjar a estrela.

Essa é que é a verdade!

Subi àquela árvore.

A maior do arvoredo

Quando cheguei lá acima,

Olhei para baixo e tive medo…

Comecei a cantar baixinho

Para o medo fugir

E para meu espanto

A estrela começou a rir.

Foi então que perguntei:

-Já não tens luz! Onde está a piada?

-Estou sozinha! Quero companhia.

Respondeu ela um tanto corada…

Agora, todas as noites,

A estrela desce do céu.

Brincamos, falamos, rimos, cantamos:

“Agora, quem está corada sou eu!”

Ana Carolina Soares-6ºD

Page 11: Escrita Criativa

11

A TristezaA TristezaA TristezaA Tristeza A menina estava triste Porque só em casa poderia estar, Visto que lá fora Estava a nevar. Lá fora, com os bonecos de neve A menina queria brincar, Mas a neve era tanta Que nem se conseguia caminhar. A menina era pobre E roupa não podia comprar, Tinha que se contentar com o que tinha Mesmo quando estava a nevar. A menina não tinha família E vivia muito sozinha, A sua casa tinha apenas Um quarto e uma cozinha.

Bernardo - 6ºD

POEMA

O calor que está aqui não vem do sol. Vem do amor, que sinto por ti. A alegria do teu abraço é como magia no espaço que tenho no meu coração cheio de emoção

Liliana P– 6ºD

Page 12: Escrita Criativa

12

Poema de amizade Neste dia especial Não sabia que oferecer Então decidi Este poema escrever: A amizade é: Dar e receber. Viver. Quando temos uma verdadeira companhia. Quando o nosso coração se enche de alegria. Quando existe a compreensão. Quando alguém nos cura o coração. E aqui digo Toda verdade Ao chamar-lhe Poema da amizade. Carolina – 6ºD

Page 13: Escrita Criativa

13

25 de Abril

Antes do vinte cinco de Abril

Não havia liberdade

O povo estava descontente

Mas era mesmo verdade.

Estavam fartos dessa vida

Organizaram uma revolução

Contra o governo e os governantes

Queriam pô-los na prisão.

Vinte cinco de Abril

Foi a data escolhida

Para pôr um fim,

Àquela cruel vida.

Começou a haver liberdade

E não houve mortos

Puseram cravos nas espingardas

Estavam felizes uns com os outros.

A partir desse dia

Acabou a ditadura

Começou a haver liberdade

E o povo deixou a sua vida dura.

Liliana Quintino - 6ºD

Page 14: Escrita Criativa

14

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Numa quente tarde de Verão, estava Alice adormecida, estica-

da na relva, ao lado da irmã que lhe lia uma história.

De repente, Alice viu um coelho a correr com um grande relógio

de prata na mão e a gritar:

- Já vou atrasado!

Cheia de curiosidade, Alice levantou-se e seguiu-o.

O coelho enfiou-se numa toca. Alice, como ia a segui-lo, dis-

traiu-se e caiu num buraco. Entretanto, viu-se numa grande sala, só

com uma porta e uma mesa de vidro. Alice tinha visto o coelho a

passar por aquela porta mas, como era muito grande, não conseguiu

passar por ela. Baixou-se, espreitou pela fechadura e viu um belo

jardim.

- Quem me dera estar naquele jardim! – pensou ela.

A portinha estava fechada à chave e Alice percebeu logo que

era muito grande para poder passar por ela. Então, viu em cima da

mesa de vidro, um cofre com uma chave. Abriu-o e lá dentro estava

uma garrafa que dizia: “Bebe-me!”. E Alice bebeu um golinho.

- Meu Deus, que pequenina que sou agora!- disse Alice aflita.

Nesse instante, viu uma caixinha de bolachas que dizia:

“Come-me!”.

Alice trincou uma e ficou tão grande que quase não cabia na

sala.

Então, desatou a chorar e as lágrimas eram tantas que alaga-

ram tudo e misturou-se nelas o líquido da garrafa. Alice bebeu mais

um trago e ficou pequena outra vez. As lágrimas formaram um rio e a

força da água abriu a porta e Alice conseguiu sair.

No jardim, ainda viu o coelho, sempre a correr e a dizer: “Já

Page 15: Escrita Criativa

15

estou atrasado! Ai que a rainha vai-me cortar a cabeça!”

Alice quis segui-lo mas não conseguiu.

Cansada, sentou-se à sombra de um cogumelo.

Ao seu lado, ouviu a voz de um lagarto: “Quem és tu?”

- Eu já não sei quem sou! – respondeu Alice – nem qual é o

meu tamanho.”

- Ora – replicou a lagarto – acontece. Mas se queres regular o

tamanho à tua vontade, come bocadinhos de cogumelo. O primeiro

bocado faz crescer, o segundo faz diminuir e assim por diante.

Alice assim fez e depois foi andando até chegar a uma mesa

posta para chá e, à volta da qual já estavam sentados a lebre de

Março, o chapeleiro maluco e o rato do campo.

Sentou-se, também, à mesa e a lebre disse-lhe:

- Parabéns pelo teu não aniversário!

- O que é não aniversário! – perguntou Alice.

- É uma festa que se pode realizar todos os dias.

“ São todos malucos” – pensou Alice, vendo que o chapeleiro

lhe servia o chá por um bule vazio. E seguiu caminho, enquanto os

dois ficaram a tentar enfiar o rato no bule.

No caminho encontrou um gato que lhe perguntou:

- Onde vais?

- Procuro um jardim, mas…

O gato sorriu e começou a desaparecer até ficar só o sorriso.

- Abre a portinha da árvore. – disse o sorriso, antes de desapa-

recer também.

Depois de pegar na chave e ficar outra vez pequena graças ao

cogumelo, Alice abriu a portinha e entrou no jardim.

À volta de um roseiral, coberto de rosas brancas, três jardinei-

Page 16: Escrita Criativa

16

ros pintavam-nas de vermelho.

- Por que estão a pintar as rosas? – perguntou Alice. A rainha só

quer rosas vermelhas e, se vê estas brancas, corta-nos a cabeça…

- Está a chegar a rainha! – ouviu-se gritar nesse momento.

Os jardineiros prostraram-se por terra diante dela, que chegou com o

rei e muitos cortesãos, entre os quais, o Coelho Branco. A rainha viu

as rosas brancas e não se conteve:

- Cortem-lhes a cabeça!

Depois começou a jogar golfe, condenando ao corte de cabeça todos

os que jogavam mal. No fim do jogo, seguiu-se o tribunal. Os condena-

dos estavam todos presentes. Os seus nomes eram anunciados pelo

Coelho Branco. Entre as testemunhas, Alice viu a Lebre de Março, o

Chapeleiro Maluco e o Rato do Campo. A rainha continuava a dispara-

tar contra todos: “ Cabeça fora! Cabeça fora!”

O Chapeleiro dizia frases sem sentido e o Rato dormia.

Por fim, Alice, cansada de tudo o que via, gritou bem alto para a

rainha:

- Pensas que metes medo a alguém? Não passas de uma rainha de

um baralho de cartas.”

E atirou ao chão algumas cartas…

- Alice, que tens? – perguntou a irmã.

- Oh, nada!...Estava a dormir! Mas nem calculas que belo sonho eu

tive!!”

Mariana Silva, 5º D

Page 17: Escrita Criativa

17

Cinderela, feliz para sempre

Em tempos que já lá vão, quando os animais ainda falavam, existia uma bela rapariga chamada Cinderela.

Esta era a rapariga mais bela da aldeia e talvez do universo, com os seus esvoaçantes cabelos dourados pelo sol, o seu sorriso fino, brilhante e encantador, o seu belo rosto empalidecido de tanto trabalhar e os seus magníficos olhos azuis, tão azuis como o mar. Mas Cinderela não era apenas bela por fora, mas de uma beleza incomparável e indescritível por dentro.

Certa vez, Cinderela foi expulsa de casa e andou, andou durante alguns dias, alimentando-se de tudo o que a natureza lhe oferecia e dormindo ao relento. Até que encontrou uma árvore violeta. Cindere-la pensou e repensou, até que se lembrou:

- É isso! - exclamou Cinderela. Ela pensou no seguinte: - Vou para o futuro e fico por lá. E assim fez, só que a árvore estava avariada e teve de esperar

ate o mecânico de árvores violetas chegar. Para passar o tempo foi regar a árvore com água violeta como

seria de esperar. O mecânico era um homem carinhoso, generoso e arranjou a

árvore num abrir e fechar de olhos. Cinderela convidou o mecânico para ir com ela e ele aceitou de

imediato. E lá foram os dois, rumo ao futuro e, quando lá chegaram, encontraram-se na véspera do casamento de Cinderela.

No dia do casamento, límpidas lágrimas corriam pelo seu rosto tão fino e pálido como uma flor de ameixoeira.

As suas lágrimas eram como a chuva que cai nas searas de tri-go ainda verdes, debaixo de um belo e colorido arco-íris do qual a luz transmitia alegria no seu coração de oiro a transbordar de felicidade.

E aquela felicidade durou apenas um mês. Sim, um único mês, pois o príncipe, agora rei, estava apaixonado pela madrasta de Cin-derela e esses sim, foram felizes para toda a eternidade.

Entretanto, Cinderela encontrou o mecânico e descobriu que sempre o amou. Casou e foi feliz para sempre.

Mariana Isabel, 5º D

Page 18: Escrita Criativa

18

Era uma vez um menino chamado capuchinho preto que vivia

com a sua mãe numa grande cidade. Como a avó estava com febre,

a mãe do capuchinho preto aproveitou e disse-lhe para ir levar um

sumo de laranja à avó e alguns biscoitos.

Mas, antes do capuchinho preto se ir embora dar as coisas à

avó, a mãe disse-lhe:

- Não fales com ninguém, enquanto não chegares a casa da avó.

Tem cuidado a atravessar a passadeira!

-Está bem, eu prometo mãe!

Lá foi ele, muito entretido na sua viagem a pé até que chegou ao

bosque, por onde tinha de passar para ir para casa da avó. Nessa

altura, ele já estava bem distraído e foi devagar porque começou a

ter medo. De repente, começou a ouvir uns passos e apareceu à

frente dele, um homem bêbedo, a fumar, que lhe perguntou:

- Onde vais com esse cestinho? Cheira muito bem! - perguntou o

bêbedo.

-Vou a casa da minha avó que fica lá em baixo da colina! - disse

ele, a tremer de medo.

O bêbedo perguntou:

- Queres fazer uma corrida para ver quem chega primeiro a casa

da tua avó?

- Pode ser – disse o capuchinho preto.

- Então vamos! “Partida lagarta fugida”, começou a corrida.

Quem chegou primeiro a casa da avó foi o homem bêbedo. O

homem bateu suavemente à porta: “Truz-truz, truz”.

-Quem é? – perguntou a avó.

Page 19: Escrita Criativa

19

-É o capuchinho preto, a tua netinha! – disse o homem, com voz

fininha.

-Podes entrar! Deixa o cesto na cozinha, se fazes favor!

Quando entrou no quarto da avó o bêbedo amarrou-a e pô-la den-

tro do armário. Quando o capuchinho preto bateu à porta, o bêbedo foi

vestir o pijama da avó e enfiou-se na cama.

- Posso entrar? – perguntou o capuchinho preto.

- Sim! – respondeu o homem, disfarçado.

- Deixa aí o cesto na cozinha e vamos conversar um bocadinho. -

disse ele.

Quando o capuchinho preto entrou no quarto viu uma figura estra-

nha na cama, mas não percebeu o que se estava a passar. Não se

conteve e foi perguntando:

- Tens uns olhos tão grandes, avó!

- É para te ver melhor, capuchinho.

- Tens umas orelhas tão grandes, avó!

- É para te ouvir melhor, capuchinho.

- Tens um nariz tão grande, avó!

- É para te cheirar melhor , capuchinho!

Quando ele acabou de perguntar tudo isto, o bêbedo começou a

sair da cama, devagar e o capuchinho viu que ele tinha uma corda na

mão e cola. De repente, saiu da cama de um salto e, logo de seguida,

amarrou-a com a corda, tapou-lhe a boca com a cola e pôs o capuchi-

nho noutro armário para a avó não saber dele. O bêbedo pensando

que era esperto, começou a dormir bem tapadinho, debaixo dos cober-

tores. Lá fora, estava um polícia à procura do bêbedo, quando ouviu

alguém lá dentro da casa a cair. Quando o polícia entrou em casa da

avó do capuchinho, viu o homem de quem andava à procura. Tinha

sido o bêbedo que caíra da cama a baixo quando estava a dormir.

Page 20: Escrita Criativa

20

Quando o polícia o reconheceu, prendeu-o logo e perguntou-lhe onde

estava a avó e o seu neto. Ele não queria responder, mas o polícia

apontou-lhe a arma e ele disse logo onde estava a avó e o seu neto. O

polícia tirou-os dos armários e prendeu o homem. O capuchinho foi

buscar o sumo de laranja e os biscoitos que tinha trazido e tinha deixa-

do na cozinha e, para comemorar, o polícia também comeu.

E a avó disse ao capuchinho:

- Nunca voltes a falar com pessoas desconhecidas, ouviste?

- Sim avó, ouvi muito bem!

Os dois abraçaram-se e viveram felizes para sempre!

Ana Rita, 5º D

CAPUCHINHO LARANJA Era uma vez, numa gigantesca cidade, uma menina de olhos azuis e cabelos loiros, tão graciosa quanto valiosa. Um dia, com um retalho de tecido laranja, a sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou belíssima, combinando muito bem com os cabelos loiros e os olhos azuis da menina. Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da cidade passa-ram a chamá-la de “Capuchinho Laranja”. Além da mãe, Capuchinho Laranja não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair do seu casarão com piscina e campo de ténis. Morava no meio da cidade. De vez em quando, ia lá visitá-la com a sua mãe e levavam sempre alguns fatos que quase pareciam de rainha pois a mãe era a melhor costureira da cidade. Um dia, a mãe da menina mandou-a ir ao centro comercial comprar gomas na sua trotineta que voava quase a 20 centímetros do chão pois isto passa-se no ano de 2054 e até, Capuchinho Laranja fazia parte de uma banda de música rock-pop, onde era guitarrista. Então, chamou a filha: — Capuchinho Laranja, vai levar estas gomas para a avó, ela gosta-rá muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de as ir buscar.

Page 21: Escrita Criativa

21

— Vou agora mesmo, mamã. — Toma cuidado, não pares para conversar com ninguém e vai a direi-tinho, sem te desviares do caminho, está bem? Há muitos perigos na cidade! — Tomarei cuidado mãe, não se preocupe. A mãe arrumou as gomas dentro de um saco e colocou também sumo de maracujá e laranja e alguns vistosos fatos, que a avó iria adorar. A avó gostava de comer aquelas gomas e beber sumo. Capuchinho Laranja pegou no saco de gomas e na garrafa de sumo e foi-se embora. A cidade era brilhante, mas muito barulhenta. No meio das pessoas, ouvia-se o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, via-se o fumo das fábricas. A menina ia na trotineta quando, de repente, lhe apareceu na frente um enorme homem ou talvez mulher, de capa azul e uma máscara misteriosa. Olhando para aquela linda menina, pensou que ela devia ser uma boa venda no mercado de tráfico de crianças. Queria mesmo levá-la, mas discretamente, é claro. Mas não teve coragem, temendo os polícias que ali eram aos montes e que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar uma técnica melhor. — Bom dia, linda menina — disse com voz doce. — Bom dia — respondeu Capuchinho Laranja. — Como te chamas? — Capuchinho Laranja. — Um nome bem certinho para ti. Mas diz-me: onde vais assim tão só? — Vou visitar a minha avó, que não está muito bem de saúde. — Muito bem! E onde mora a tua avó? — Mesmo no interior da cidade. — Explica melhor, Capuchinho Laranja. — Num casarão, com um campo de ténis e uma enorme piscina. Então, teve uma ideia e propôs: — Gostaria de ir também visitar a tua avó. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquela rua lá abaixo, e tu podes ir por esta. Capuchinho Laranja aceitou a proposta. — Um, dois, três, e já! — gritou a criatura misteriosa. Conhecendo a cidade tão bem quanto a sua máscara, a criatura esco-lhera para si o trajecto mais breve, e não demorou muito para alcançar o casarão da avó. Bateu à porta o mais delicadamente possível, com as suas enormes mãos. — Quem é? — perguntou a avó.

Page 22: Escrita Criativa

22

A criatura fez uma vozinha doce, muito doce, para responder: — Sou eu, a sua netinha, avó. Trago gomas, sumo de laranja e mara-cujá e uns fatos lindíssimos – disse a criatura, pois tinha visto o que trazia Capuchinho Laranja. A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu: — Puxa o trinco e a porta se abrirá. A criatura entrou, chegou ao meio do quarto num só passo e escondeu a pobre avozinha, no armário, antes que ela pudesse gritar. Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se por baixo das mantas e ficou à espera do Capuchinho Laranja. A essa altura o Capuchinho Laranja, já se tinha esquecido da criatura e da aposta sobre quem chegaria pri-meiro. Ia andando devagar pela rua, parando aqui e acolá: ora era atraída pelo cheirinho da comida e pedia se podia comer um pouco, ou pedia se podia brincar com os meninos que lá estavam depois de todos comerem. Finalmente, chegou à casa da avó e bateu de leve na porta. — Quem está aí? — perguntou a criatura, esquecendo-se de disfarçar a voz. Capuchinho Laranja espantou-se um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a avó ainda estava gripada. — É o Capuchinho Laranja, a sua netinha. Trago gomas, sumo de laranja e maracujá e uns fatos que a minha mãe costurou. Mas aí a criatura lembrou-se de afinar a voz cavernosa antes de res-ponder: — Puxa o trinco e a porta se abrirá. Capuchinho Laranja puxou o trinco e abriu a porta. A criatura estava escondida, por baixo das mantas, só deixando apa-recer a touca que a avó usava para dormir. - Coloca as gomas, o sumo e as roupas na cozinha, minha querida netinha, e vem aqui até à minha cama. Tenho muito frio, e tu podes ajudar-me a aquecer um pouquinho. Capuchinho Laranja obedeceu e enfiou-se por baixo das mantas mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito longa (a cria-tura tinha os chinelos da avó)! Seria efeito da doença? E foi reparando: — Oh, avozinha, que braços longos que você tem! — São para te abraçar melhor, minha querida menina! — Oh, avozinha, que olhos grandes que você tem! — São para te ver para não fugires de mim, minha menina! — Oh, avozinha, que pernas tão longas que você tem. É efeito da doença? — São para correr depressa, queridinha! Aí, Capuchinho estranhou o que a avó disse, pois ela não podia correr. — Oh, avozinha que mãos tão grandes que você tem!

Page 23: Escrita Criativa

23

— É para te apanhar melhor! Assim dizendo, a criatura deu um pulo e, num movimento só, prendeu o pobre Capuchinho Laranja. — Agora estou realmente satisfeito — resmungou a criatura. Estou até com vontade de dormir uma soneca, antes de retomar o meu caminho até ao mercado. Voltou a enfiar-se debaixo das mantas, bem quentinha. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Algumas horas mais tarde, um polícia passou em frente à casa da avó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará pas-sando um mau bocado!? Vou dar uma espreitadela.” Abriu a porta, chegou-se perto da cama e… que viu ele? A criatura, que dormia como uma pedra. O polícia ficou bem satisfeito. Há muito tempo que estava a procurar esta criatura, que já vendera muitas crianças no mercado de tráfico. — Afinal você está aqui, velho malandro! A sua carreira terminou. Já vai ver! Saiu e chamou reforços. Mas então pareceu-lhe que ouvia um zumbi-do e pensou: “Aposto que este danado escondeu a avó, sem se preo-cupar com a posição em que a metera, o que lhe podia pôr fim à vida! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”. Abriu o armário, pegou numa tesoura e, bem devagar, começou a cor-tar as cordas para tirar a avó. Obrigada, senhor polícia, agradeço muito por me ter libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Falta libertar o Capuchinho Laranja. Mas ninguém sabia onde estava a menina. O polícia começou a ouvir um pequeno choramingo debaixo da cama e pensou que fosse a menina. — E agora? — perguntou o polícia. — Temos de castigar este homem como ele merece! Capuchinho Laranja foi a correr à loja de instrumentos para comprar pratos (instrumento musical achatado e de forma arredondada). Assim que chegou tocou com toda a sua força e o malvado, assustado, gri-tou: -Aaaaaaaaaaaaaah. Quando abriu os olhos só via polícias com armas na mão, e rendeu-se logo. Os polícias foram-se embora e levaram-no para um interrogatório. Contente, a avó comeu com gosto as gomas. Capuchinho Laranja pro-meteu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mãe: “Não pares para conversar com ninguém, e vai em frente pelo teu caminho”.

Flávio, 5º D

Page 24: Escrita Criativa

24

Era uma vez uma pata que, ao chocar os seus cinco ovos, ficou

entristecida com os seus primeiros quatro filhos pois achou-os muito feios.

Qual não foi o seu espanto quando viu nascer o seu último filhote. Ficou

encantada, assim como todos os animais da quinta.

O patinho era tão bonito que os seus irmãos queriam ser como ele.

Porém, ele era muito convencido, achava-se o melhor e mais belo pato e

não queria brincar nem ser amigo dos outros animais da quinta.

Então um dia, a mãe desanimada com a atitude do seu filho mais

bonito, levou os outros com ela, ficando o patinho nas suas sete quintas,

sozinho com a sua vaidade.

Passados alguns dias, o patinho começou a sentir falta de falar com

alguém. Agarrou no seu saco e pôs-se a caminho. Mais adiante, viu um

lago enorme…todo ele brilhava. Ao aproximar-se, viu a sua mãe e os seus

irmãos que ficaram muito contentes de o ver, pois perceberam que ele

viera ao seu encontro. O patinho bonito começou a chorar, dizendo que

queria se como eles e pediu para que não o deixassem sozinho. Pediu

desculpa e todos o perdoaram.

Chamaram-no para ir brincar e ele foi mas, mal colocou a sua pata

nas águas do lago, transformou-se num patinho tão feio como os outros. A

partir daí, o patinho passou a ser como os outros, a agir como os outros e

a brincar como os outros patos. E assim, passou a ser feliz.

João Silva, 5º D

Page 25: Escrita Criativa

25

O Capuchinho preto

Era uma vez uma menina a quem chamavam Capuchinho por

trazer sempre o seu capuz na cabeça, quer chovesse, quer fizesse sol.

Todos os dias, depois da escola, ia fazer entregas de bolos por-que a sua avó era muito boa cozinheira, em tempos até tinha publi-cado um livro de receitas muito famoso que já não se encontrava à venda, por estar esgotado, tal foi o sucesso de vendas.

Mas houve um dia em que aconteceu algo inesperado. A avó da menina estava adoentada e o capuchinho foi levar-lhe alguns bolos e uma canja para ela melhorar rapidamente.

A menina despediu-se da mãe e foi na sua bicicleta visitar a avó.

Ia já perto de uma ponte quando ouviu um ruído muito estranho. Então, assustada, decidiu pedalar mais rapidamente. De repente, apercebeu-se que atrás dela vinha um homem a persegui-la. Era um lenhador que já tinha tentado ser cozinheiro e trabalhar com a avó da menina, mas esta não o queria a cozinhar com ela porque ele não tinha jeito para ser cozinheiro. Desde então, esse lenhador tinha ten-tado por várias vezes roubar o livro de receitas que a menina trans-portava sempre com ela.Com certeza, nesse dia, o homem pensou que poderia finalmente conseguir roubar o famoso livro.

Quando a menina ia a passar a ponte, o homem malvado cortou as cordas que seguravam a ponte e o Capuchinho caiu ao rio.

No entanto, depois de umas valentes braçadas, a menina lá conseguiu chegar até à margem do rio. Levantou-se e foi a correr para ir ter com a avó. Já estava mesmo quase a chegar quando apa-receu um lobo que a levou até à casa da feiticeira Toc-toc.

Era uma feiticeira muito temida na região e muito conhecida pela sua crueldade e mau feitio.

Primeiro, a feiticeira prendeu a menina com cordas muito aper-tadas e depois, com um feitiço, transformou a sua capa vermelha numa capa preta porque a feiticeira detestava a cor vermelha. Aflita, o capuchinho disse:

-Solta-me, sua bruxa horrível! O meu capuz ficou tão horrível como tu! Eu tenho de ir ter com a minha avó o mais rapidamente possível para lhe dar o medicamento, pois se não o tomar, ela pode morrer.

Então a feiticeira Toc-toc respondeu:

Page 26: Escrita Criativa

26

-Por isso mesmo, vais ficar aqui até a tua avó morrer pois eu tenho

umas continhas a ajustar com ela. Ela nunca quis dar-me a receitar do seu fabuloso bolo de cereja! Se ela morrer, será bem feito! Talvez eu te solte depois da sua morte…

Mas o capuchinho tinha um plano para a sua fuga: tinha uma navalha no bolso que a ajudaria a fugir. Assim, sem a feiticeira se aperceber, agarrou na navalha, cortou as cordas que a prendiam a uma cadeira, soltou-se e fugiu.

Quando o capuchinho chegou a casa da sua avó deu-lhe imedia-tamente o medicamento. A avó, nessa altura, já estava muito fraqui-nha.

Pouco tempo depois, sentaram-se as duas a ver televisão. A avó já estava bem melhor graças ao remédio e à vista da neta. Felizes por estarem juntas, adormeceram.

No dia seguinte, a avó já estava boa de saúde e foram as duas dar um passeio. A avó, no entanto, estava muito admirada por ver a sua neta com um capuz preto, sempre a tinha visto com o capuz ver-melho. O capuchinho contou-lhe que tinha sido a feiticeira Toc-Toc a mudar-lhe a cor do capuz. A avó prometeu-lhe que no dia seguinte iam as duas fazer com que a feiticeira Toc-toc a libertasse desse feitiço e devolvesse a cor vermelha ao capuz.

No dia seguinte, foram as duas cheias de confiança e de cora-gem até à casa da feiticeira Toc-toc para que esta libertasse o capu-chinho do feitiço. E conseguiram. Sabem porquê? A avó decidiu dar a receita do famoso bolo de cereja à feiticeira para que a sua neta vol-tasse a ser novamente o capuchinho com a sua capa vermelha!

E viveram todos felizes para sempre menos a feiticeira Toc-toc que morreu de indigestão com o bolo de cereja!

Pedro Graça, 6ºC

Page 27: Escrita Criativa

27

O LOBO BOM E OS TRÊS PORQUINHOS MAUS

Era uma vez um Lobo que habitava numa bela floresta, mas

ao contrário dos outros lobos, era muito bonzinho. Estava um dia a passear na floresta, falando sozinho: - Que maçã tão bonita e apetitosa! Vou apanhá-la e comê-la!

-disse o lobo muito entusiasmado. Pouco depois de o lobo se ter deliciado com a maçã,

regressou a sua casa, um tronco velho e muito pouco confortável, um vizinho disse-lhe:

- Olá Lobo! Já sabes da notícia? - De que notícia estás a falar? -perguntou o lobo intrigado. Andam por aí três porquinhos muito perigosos, por isso e

para mostrar que sou teu amigo, vou dar-te um conselho. - Ai é? Então e qual é esse conselho? -perguntou o lobo

cada vez mais admirado. - Constrói uma casa de palha que é bem mais resistente do

que a tua que é apenas um tronco. Sabes, ouvi dizer que esses por-quinhos são um verdadeiro terror e se eles descobrem a tua casa que é tão frágil, estás tramado!

- Se calhar, tens razão. Vou seguir o teu conselho. È melhor estar prevenido…

E lá foi o Lobo construir a sua nova casa. O Lobo ainda teve a sorte em construir a casa naquela altura

pois ainda lá viveu uns dias muito feliz. Mas também teve muito azar porque pouco depois os três malvados porquinhos resolveram pas-sar por lá.

Os porquinhos sopraram com toda a sua força e todos ao mesmo tempo. Então, num abrir e fechar de olhos, a casa voou e os porquinhos, satisfeitos pela destruição provocada, foram-se embora.

Pouco tempo depois, Cocas, um outro vizinho do lobo, disse-lhe:

- Olha, na verdade tiveste muito azar em teres ficado sem a tua casa. Mas vou dar-te um conselho, constrói uma casa de madei-ra que é mais resistente.

- Vou seguir o teu conselho -disse o Lobo. O Lobo demorou pouco tempo a construir a casa, mas teve

azar outra vez porque os porquinhos descobriram a sua nova habita-ção.

Sopraram todos outra vez com quanta força tinham. E a segunda casa do lobo voou num instante, desaparecendo para sem-

Page 28: Escrita Criativa

28

pre. Depois desta tragédia, o mesmo vizinho que o tinha anterior-

mente aconselhado a construir a casa da madeira, disse-lhe o seguin-te:

- Olha lobo, vou ser muito teu amigo, e eu vou ajudar-te a construir uma casa de cimento e tijolos. Será uma casa muito mais resistente e os porquinhos não conseguirão destruí-la.

Como eles eram dois a construírem a casa, fizeram-na muito rapidamente. Mas também num instante, os porquinhos passa-ram por lá.

Mais uma vez os porquinhos sopraram, sopraram e sopraram, mas não conseguiram derrubar a casa. Então estes, desanimados e furiosos resolveram ir embora.

- Obrigado, vizinho, muito obrigado! -disse aliviado e muito agradecido o lobo ao seu vizinho.

- De nada. Estou aqui para ajudar -disse o vizinho - os vizinhos têm de se ajudar uns aos outros.

A verdade é que os porquinhos nunca mais passaram lá naquela região.

- Parabéns ao Lobo e ao seu vizinho Cocas! Livraram-nos dos malvados porquinhos! - Gritaram os habitantes da floresta.

João Silva 6ºB

Page 29: Escrita Criativa

29

A Carta Ricardo,

Bom, tenho tanta coisa para contar! Mas, como sabes, é difí-

cil contar tudo numa carta…Espero que te estejas a adaptar bem a

essa nova cidade… Eu bem sei que não é muito fácil mas, depois

de uns tempos, habituar-te-ás…

Por cá, está quase tudo na mesma… Já veio a nova inquilina

e, desde que chegou, já três pessoas se foram embora! A mãe diz

que as pessoas partiram porque a nossa nova vizinha trouxe com

ela más energias – mas tu conhece-la: passa o dia a meditar com

aqueles rituais todos e, quando é preciso opinar sobre qualquer

assunto, a culpa é sempre das más energias! Mas o pai, como

sempre, arranja uma razão muito mais realista: a vida está má, não

há tanto dinheiro e, devem ter encontrado uma pensão bem

melhor...

Como eles nunca pedem a minha opinião para estes

assuntos, não lhes conto as minhas “teorias”… Por isso, vou con-

tar-tas…Só a ti. Sabes, sinceramente, desconfio que ela seja uma

ladra internacional muito procurada, que assaltou os nossos inquili-

nos e lhes deixou uma mensagem com uma ameaça de morte e,

eles, com medo, decidiram mudar de casa. Mas, é obvio que a mãe

ou ao pai não iriam acreditar em mim e iriam dizer que eu tenho

uma imaginação muito fértil… Mas não me importo, pois sei que

posso muito bem ter razão!

Bem sei que já começo a escrever muito…Mas, desde

que te foste, não tenho com quem conversar e, por isso, comecei a

gostar do gato da dona Amélia… Ele até é uma boa companhia e,

se passares algum tempo com ele, podes aperceber-te que ele não

Page 30: Escrita Criativa

30

é apenas um felino que nasceu para comer, miar e dormir. Ele também

sabe ronronar, coisa que eu não sabia que ele fazia… Digo-te, se ele

ronronasse em vez de miar, era capaz de não levar com os chinelos

dos vizinhos à noite! E o mais impressionante é o simples facto de

ganhar dinheiro graças a ele, a sério! A dona Amélia anda tão bem

disposta que até me paga para eu brincar com ele…

Mas vamos deixar de falar de felinos, pois a mãe já anda satu-

rada de tudo, com aquele gato ao qual ela é alérgica. Vamos continuar

com a história da nossa nova inquilina… Já imaginaste o prémio que

eu posso ganhar se a capturar?! Isto é, se ela for mesmo uma super-

criminosa… Eu já! E também já sei o que fazer se o prémio for um

camião cheio de dinheiro… Sei que sou um pouquinho viciada no

papel colorido e com grande valor que todos os trabalhadores rece-

bem no final do mês. Também sei que nem todos o recebem, mas por-

quê complicar? E, por falar nisso, tenho de fazer um trabalho acerca

da exploração de empregados… Se recebesse o dito prémio, faria um

grande parque temático e viveria lá! E, só tu, a Sofia, o Miguel, a Rita e

o Henrique poderiam entrar!

Termino aqui esta carta, deixando beijinhos e abraços da ami-

ga:

Carolina

Inês Simões, 7ºB

Texto premiado no concurso “Uma Aventura Literária”

Page 31: Escrita Criativa

31

O príncipe e a ervilha

Há muito tempo atrás, vivia num reino distante um príncipe muito

indeciso, que estava na idade de casar e não conseguia escolher uma

noiva. Para ele, todas as moças tinham defeitos: eram gordas de mais,

muito magras, altíssimas, minúsculas, muito vaidosas, demasiado

honestas, etc…

Desde muito novo que o príncipe ouvira histórias sobre príncipes

que encontravam o amor da sua vida e ficavam felizes para sempre.

Mas, ele ainda não tinha encontrado a sua bela princesa, isto é, até

que um dia viu a filha do moleiro a sair de casa. Mal viu a moça, o

príncipe apaixonou-se logo por ela e não teve mais demoras em se ir

declarar à sua amada. Quem não estava à espera de um pedido de

casamento vindo de um desconhecido que, certamente, não a conhe-

cia era a jovem filha do moleiro e, como é óbvio, recusou aquele pedi-

do de enlace.

Quem pensou que o príncipe, depois de ouvir aquela recusa vinda

da moça, desistiu de competir por ela, está muito enganado. O prínci-

pe continuou a lutar pela mão do seu amor até que um dia conseguiu

conquistar a bela jovem e conseguiu também fazer com que ela acei-

tasse o seu pedido de casamento.

Tudo parecia bem, excepto um pequeno grande pormenor: a filha

do moleiro não sabia que ia casar com o príncipe e também não podia

saber porque, se assim fosse, os pais da moça não autorizariam aque-

le matrimónio. O segredo do príncipe esteve seguro, até ao dia em que

a jovem apresentou o seu noivo aos pais, pois a mãe da rapariga, que

era muito sabida, reparou que o moço tinha muitas parecenças com o

príncipe e logo o questionou sobre as suas origens. O príncipe, por

Page 32: Escrita Criativa

32

sua vez, negou ter sangue real e aceitou realizar um teste que a sogra

lhe propôs.

Para poder provar que o jovem era o príncipe, a mãe da rapariga

decidiu fazer o teste da ervilha – ela poria uma ervilha debaixo de vinte

colchões e vinte colchas e faria o príncipe dormir sobre essa cama

gigante. Se, quando acordasse, o rapaz tivesse dores, isso provava

que ele era o príncipe.

O príncipe, que tinha aceite o convite dos futuros sogros para dor-

mir na casa deles, mal sabia o que o esperava – qual seria o teste?

Quando chegou a hora de deitar, o príncipe ficou admirado com o

tamanho da cama mas não disse nada sobre o assunto. De manhã, ao

acordar, o príncipe sentia o corpo todo dorido, mas logo se apercebeu

que as dores que sentia eram provocadas por uma ervilha e descobriu

logo qual o teste realizado pela sua futura sogra e, para não perder a

sua amada, mentiu, dizendo que tinha dormido lindamente. Quem não

gostou muito desta resposta foi a mãe da moça mas, teve de aguentar

o facto de o príncipe ter passado o teste.

Quanto à princesa desta história (a princesa e a ervilha – conto

original) não posso dizer muito, mas se ela não se tivesse atrasado na

viagem até ao castelo do príncipe, certamente seria ela a sua esposa.

Vitória, vitória, acabou-se a história.

Inês Simões Rodrigues – 7º B

Page 33: Escrita Criativa

33

Os três lobitos

Era uma vez três irmãos lobitos que gozavam férias e a quem

a mãe dera autorização para acampar no bosque.

-Vamos fazer as nossas próprias cabanas! - Disseram, entu-

siasmados, os três irmãos já no bosque.

O mais pequeno, como queria ser músico, e tinha de praticar

muito com a guitarra, resolveu construir apressadamente uma cabana

de palha. O lobinho do meio construiu uma frágil casa de madeira.

Mas também fez a casa muito à pressa, porque queria jogar à bola.

Queria muito ser futebolista e imitar os passos do Cristiano Ronaldo! O

mais velho gostava muito de construções. Para além de habilidoso era

também perfeccionista e, assim, dedicou muito tempo na edificação de

uma casa muito bonita de pedra e tijolo.

Porém, de repente, apareceu-lhes um porco horrível e esfo-

meado!

-Vamos pôr-nos a salvo! -gritaram os lobinhos. E começaram a

correr o mais que podiam, cada um para sua casa.

-Derrubo essas casitas de nada num instante! – Ameaçou o

feroz porco.

Assim, encheu os seus pulmões de ar

e…Fiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! De um sopro fez voar a cabaninha

de palha! Encheu, de novo, os pulmões e Fiuuuuuuuuuuuuuuuu! Outro

sopro e… adeus à casa de madeira! Já só sobrava de pé a casa do

irmão mais velho e os pequenos lobinhos, perseguidos pelo porco e

apavoradíssimos, correram para lá.

-À próxima casa! - rugiu o porco. E logo fiuuuuuuuuuuu, lançou

o seu sopro potente. Mas… Por muito que soprasse, a casinha ainda

Page 34: Escrita Criativa

34

estava de pé e não se tinha mexido nem um bocadinho, pelo que o

rosadinho porco rapidamente perdeu o fôlego.

-Não faz mal! Entrarei pela chaminé! - Ameaçou o porco.

-vai comer-nos! Vai comer-nos! Chegou o nosso fim! - Grita-

ram os pequenos lobinhos em grande pranto. Mas o mais velho, que

era muito ladino, acendeu uma grande fogueira na chaminé. Ah! Ao

sentir o fogo, o porco deu um grito terrível e saiu disparado pelos ares.

- Para a próxima, assamos-te e comemos-te com batatinhas

fritas, se decidires aparecer! - Exclamou o mais velho.

Não querendo virar leitãozinho dourado, o porquinho desatou

numa tremenda correria e … julgo que ainda corre, neste momento.

Paulo Pirata – 7º B

A Polegarzinha

Era uma vez uma pobre senhora que desejava muito ter um

filho. Por isso, foi pedir a uma fada que a ajudasse.

-Olá, eu gostaria de ter um filho, a senhora podia ajudar-me?

– Perguntou a pobre senhora.

- Que desejo mais fácil de concretizar! – Respondeu imedia-

tamente a fada.

A fada ofereceu-lhe uma semente de roseira e disse-lhe que

teria de a plantar num vaso e esperar que nascesse uma menina.

A senhora fez tudo o que a fada lhe recomendara. E, após

ter colocado a semente em terra fértil, uma amorosa pequenina nas-

ceu, de uma bonita flor. Era uma menina de cabelos castanhos, de

pele escura e, pasme-se, do tamanho de um polegar!

Page 35: Escrita Criativa

35

A menina, por ser tão pequena, dormia numa caixinha de fós-

foros e, para se aquecer, cobria-se com uma olorosa pétala de rosa.

Certo dia, um sapo veio visitar a menina, mas, quando a viu,

logo exclamou:

- Tu não és boa para o meu filho, és tão pequena!

Muito sentida com as duras palavras do sapo, a menina julgou

que os seus pais também pensavam o mesmo. Por isso, um belo dia,

resolveu abandonar a casa que a vira nascer.

Era Inverno, estava frio e a menina já estava a congelar. Com

muito esforço, dirigiu-se para uma casinha que avistava ao cimo de

uma colina. Quando lá chegou, timidamente, bateu à porta. Não teve

de esperar muito, pois rapidamente apareceu uma ratinha muito bran-

ca.

- Olá, o que queres? – Perguntou, gentilmente, a ratinha.

-Olá, podes ajudar- me? - Soluçou a polegarzinha.

- Claro! Entra, querida!

A pequena polegarzinha comeu, aqueceu-se e secou as lágri-

mas junto ao calor de uma bela fogueira. A ratinha emprestou-lhe

umas mantinhas e a pequena menina adormeceu perto da lareira.

No dia seguinte, quando se levantou, a pequena polegarzinha

ouviu uma conversa entre a ratinha e a toupeira. A ratinha achava a

toupeira interessante e sugeriu que casasse com a polegarzinha. Em

troca, a toupeira dar-lhe-ia um pagamento simbólico por ter acolhido a

pequena menina.

A toupeira aceitou a sugestão, juntou coragem e chegou perto

da menina a quem perguntou:

- Queres casar comigo, depois do Verão?

A pequena ficou espantada com tal proposta mas prometeu

pensar seriamente no assunto.

Page 36: Escrita Criativa

36

Desconcertada pelo convite, foi para a rua e andou de um lado

para o outro. Quando repetia a trajectória pela décima segunda vez,

apareceu um pássaro muito querido e com formosas penas azuis.

- O que tens? - Perguntou o pássaro.

A polegarzinha contou-lhe tudo e o pássaro, que para além

de bonito era bom ouvinte, escutou tudinho com muita atenção.

O Verão passou e rapidamente deu lugar ao Outono.

O pássaro tinha de ir embora e procurar climas mais amenos.

Teve, contudo, uma ideia e, com grande entusiasmo, convidou a

jovem amiga:

-Queres vir comigo, para um lugar mais quente?

- Sim, sim. Leva-me contigo! – Afirmou a menina, que já morria

de saudades pela separação anunciada.

A polegarzinha sentou-se em cima do dorso do pássaro e

agarrou-se firmemente às suas belíssimas asas. Quando chegaram ao

lugar sonhado, o pássaro disse:

- Agora, encontra a flor mais bonita para que seja o teu lar.

A polegarzinha encontrou uma rosa perfumada, trepou caule

acima e, quando chegou junto às pétalas, viu que o lugar escolhido já

se encontrava ocupado por um rapazinho encantador, da altura dela.

- Quem és tu? – Perguntou, a medo, a pequena.

- Eu sou o príncipe do Reino das Fadas. E tu és a mais linda

das flores!

A jovenzinha corou levemente mas isso não os impediu de

ficarem ali na conversa, durante preciosas horas. O pássaro sorriu: o

amor estava no ar! E, de coração sossegado, foi para o seu ninho,

junto à janela do autor desta história.

Ângela Vieira – 7º B

Page 37: Escrita Criativa

37

Um sonho a caminho da Lua Laura era uma rapariga simpática e bastante extrovertida

que sonhava vir a ser astronauta, conhecer o Espaço, os planetas, o

Sol… Mas o que ela gostaria mesmo era de conhecer a Lua.

Numa noite de Verão, quando adormeceu, mais cedo do que

era habitual, teve um sonho, um sonho bastante divertido.

Ela sonhou que era astronauta e que tinha partido da Terra

para o Espaço e tinha por missão chegar à Lua. A viagem era longa

e, Laura estava um pouco aborrecida, mas ao mesmo tempo conten-

te. Parou várias vezes nas estações espaciais, onde encontrava

sempre alguém com quem metia conversa. Seres estranhos e esqui-

sitos vindos de outros planetas vizinhos falavam com ela… Uns

tinham quatro cabeças, outros três olhos e duas bocas nas quais

estavam centenas de dentes assustadores preparados para mordis-

car. Apesar das aparências, eram seres inofensivos: Laura sabia dis-

so… Para ela, deixar as conversas era aborrecido mas, sabia que

tinha uma missão a cumprir e logo se punha a caminho.

Ia a meio da viagem pelo espaço, quando ouviu um ruído um

pouco forte: a nave onde viajava tinha tido uma falha no motor. Furio-

síssima, teve de parar novamente. Foram, todavia, necessários ape-

nas uns minutos para consertar o motor…

E, logo a seguir, a nave estava como nova. Então, partiu

seguindo viagem outra vez. Passadas umas boas horas, cumpriu a

missão: chegar à Lua…Sentiu-se realizada e satisfeita. Dentro dela

ardia uma enorme alegria que se reflectia no olhar e no sorriso

esplêndidos.

Foi então que acordou de um sonho, que para Laura tinha

Page 38: Escrita Criativa

38

sido animado e surreal. De facto, tudo não tinha passado de um sonho

mas podia ser algo que viesse a tornar-se realidade…

Ana Carolina 7ºA

A Viagem à Antárctida Um dia, duas meninas, a Ana e a Maria, foram com os pais

fazer um cruzeiro, à Antárctida. Quando lá chegaram, ficaram todos

maravilhados com tanta beleza.

A Ana não se cansava de dizer:

- Uau! Tanta água!!! Tanto gelo!!!

E, impressionada, a Maria exclamava:

- Sim, tens razão é mesmo fantástico!!!

- Vamos perguntar ao comandante quando é que podemos

sair, quero brincar e explorar a zona.

Foram perguntar ao comandante quando é que podiam sair e

tiveram uma grande surpresa quando o comandante informou:

- Saímos agora, já estamos a parar.

- Vamos, Ana, vamos!

Mais tarde, encontraram um pinguim pequenino e começaram

a brincar com ele.

- Olha Maria, que pinguim tão querido!

-Pois é! Vamos brincar com ele e depois podemos ajudá-lo a

encontrar os pais!

Brincaram um pouco com ele e foram andando, até que

encontraram os pais do pinguim, e muitos outros.

- Já reparaste na maneira como os humanos estão a poluir o

planeta? Daqui a uns anos já nada disto existirá!

Page 39: Escrita Criativa

39

- Pois é, Maria. Temos que fazer alguma coisa.

- Quando regressarmos a casa, avisamos as pessoas para não

poluírem tanto e para respeitarem o meio ambiente. – respondeu a

Ana de forma bem decidida.

Um pouco mais tarde, os pinguins mostraram-lhes os ursos

polares. Elas ficaram maravilhadas com tanta beleza. Mas como já era

tarde e estavam muito cansadas, regressaram ao navio para tomarem

um banho, jantarem e descansarem. Enquanto esperavam pelo jantar,

ouviam as outras pessoas a falar das maravilhas que tinham visto.

- Olá – disse a Maria – podemos juntar-nos a vocês?

- Claro que sim, sentem-se aí. Que tal fazermos um jogo: por

ordem, cada um diz o que fez hoje e diz a coisa que mais gostou de

fazer. E assim ficaram entretidas durante algum tempo.

O jantar veio, comeram e foram para a cama. Durante a noite o

navio seguiu viagem para outro local, a terra dos esquimós.

- Que tal ir visitar um esquimó? - propôs a Maria.

- Está bem, vamos! – respondeu a Ana

Bateram à porta de um iglô que pertencia a um esquimó chama-

do Esquimoto que tinha uma irmã mais nova que se chamava Taiusca.

As duas meninas e outros companheiros de viagem entraram,

apresentaram-se mutuamente e o Esquimoto ofereceu-lhes um chá

quentinho. Depois foram ver como é que eles viviam, trabalhavam,

caçavam e comiam. Algum tempo depois, despediram-se e regressa-

ram ao navio para voltarem para as suas casas.

Elas tiveram a ideia de fazer um livro a contar a aventura mara-

vilhosa que tiveram e também para alertar as pessoas em relação à

poluição do ambiente e à importância da preservação das espécies.

Mónica Dias – 5ºA

Page 40: Escrita Criativa

40

Um sonho quase impossível

Tomé tem doze anos de idade. Andou a estudar até ao quarto ano

de escolaridade. Não pôde estudar mais, porque os pais já tinham

uma certa idade e eram muito pobres.

Tomé tinha que ajudar nas tarefas da quinta: cuidar do gado, culti-

var, fazer a recolha dos alimentos, rachar lenha, cuidar da horta, entre

outras coisas. Todas as manhãs ia para a Serra cuidar do gado, pastar

as ovelhas. Nas várias horas que estava sentado a tomar conta delas

numa das pedras grandes da Serra, escrevia pequenos textos sobre o

que imaginava que seria o mundo. Não o conhecia, a não ser aqueles

montes e aquela vida.

Um dia, conheceu um casal que estava lá a passar as suas férias

e ao conversarem, Tomé contou-lhes o que escrevia. Leram os seus

pequenos textos sobre os seus sonhos e prometeram levá-los para

Lisboa para serem publicados. O casal juntou todos os pequenos tex-

tos e formaram com a ajuda de um Editor, um Livro.

Foram um dia buscar Tomé e levaram-no com a autorização dos

seus pais a Lisboa para que lesse o livro. Tomé escolheu como título

para o seu livro “Um Sonho quase impossível”. O livro foi publicado e

conseguiu vender muitos exemplares. Tomé conseguiu comprar brin-

quedos, dar mais conforto à casa onde vivia com os seus pais e ir

novamente para a Escola.

Tomé realizou o seu sonho, o de conseguir aprender mais e dar

mais conforto aos seus pais.

Afirmou várias vezes que quando se tem um sonho, nunca se

deve desistir do mesmo.

Tomás Tereso – 5º A

Page 41: Escrita Criativa

41

Uma Aventura na Floresta

Os quatro amigos, Maria, Julieta, Gui e Afonso, tinham acaba-

do as aulas. Chegavam finalmente as férias da Páscoa e estavam

todos ansiosos por ir acampar na floresta, muito próxima da casa da

Maria. Os meninos tinham entre dez e onze anos e, como todos

tinham tido boas notas, estava na hora de se divertirem um pouco e

carregar baterias para o 3º Período.

As mães já tinham preparado as tendas com tudo o que era

necessário. A floresta ficava só a 500 metros da casa da Maria e acre-

ditavam que seria uma grande aventura. Os pais estavam descansa-

dos porque os seus meninos estavam perto de casa. A Maria e o Gui

eram primos, já conheciam parte da floresta e quiseram mostrar aos

amigos como era linda.

Lá foram os quatro amigos montar as suas tendas. As tendas

eram grandes e eles levavam bastantes utensílios. Já com as tendas

montadas, vem a melhor parte: foram passear, descobrir a floresta.

Tinham vestido roupas a rigor, calçaram botas com rasto de borracha

e levaram uma mochila com alguns alimentos: água, máquina fotográ-

fica e claro o telemóvel e também um pau para se apoiarem. Lá foram

andando uns atrás dos outros. Por vezes, tinham de se baixar para

passar por baixo de árvores caídas.

De repente, pararam, não puderam avançar mais porque havia

um desnível no terreno que eles não conseguiam ultrapassar. O que

valeu foi o Afonso ter levado uma corda. Ataram-na a um tronco e con-

seguiram descer nela.

Enquanto caminhavam, viram alguns coelhos a passarem por

eles e a esconderem-se nas suas tocas. A Maria começou aos gritos

ao ver um esquilo, os outros também viram mas só de raspão, pois o

Page 42: Escrita Criativa

42

coitadinho assustou-se e fugiu. Como estava bastante calor nesse dia,

pensaram em sentar-se um pouco para descansar. O Gui sentou-se

em cima de uma pedra mas rapidamente se levantou pois havia formi-

gas por todo o lado e começavam a subir por ele acima; o Gui não

tinha medo mas a Julieta tinha pavor de formigas e gritava agarrada à

Maria. As árvores não eram muito altas e o Afonso descobriu ninhos

em cima de algumas. Uns ninhos eram de passarinhos pequenos,

outros eram de passarinhos maiores, via-se pelo tamanho dos ovos.

Alguns passarinhos já tinham nascido, mas não se lhes podia mexer

porque as mães, sempre atentas, não iriam gostar.

Já tinham passado algumas horas e os quatro amigos volta-

ram ao acampamento a fim de comerem alguma coisa.

O Gui tinha deixado, por distracção, a tenda aberta e os ali-

mentos dele tinham desaparecido quase todos: as maçãs, os amen-

doins, as bolachas…

- Mas que coisa! - pensaram os meninos - Quem teria levado

os alimentos?

Os outros três meninos tiveram de dividir o lanche com o Gui.

Começaram a fazer planos para ver se descobriam quem seria o

ladrão. Lá foram dar mais uma volta e, desta vez, foram até mais lon-

ge.

Chegaram ao riacho, onde se podiam ver muitos peixes, mas

não puderam pescá-los porque não tinham levado nada para o efeito.

Quanto aos lagostins, apanharam-nos, apanharam mesmo muitos.

Colocaram-nos dentro de um balde que por ali encontraram e levaram-

no para o acampamento. Assim que chegaram, telefonaram à mãe da

Maria para ir buscar os lagostins, para os cozinhar.

Foi uma tarde bem passada. A Julieta também tinha medo dos

lagostins e então os amigos divertiram-se a assustá-la.

Page 43: Escrita Criativa

43

Regressaram ao acampamento ao anoitecer. Acenderam as

lanternas e qual não foi o seu espanto ao verem que as maçãs e as

bolachas da Julieta tinham desaparecido. Agora os alimentos eram

muito menos e tinham que chegar para os quatro.

Na manhã seguinte, esconderam-se durante mais ou menos

uma hora a ver se o ladrão aparecia para o apanharem em flagrante.

Nada, não apareceu ninguém. Como já tinham poucos alimentos, pen-

saram em ir para casa ao final do dia, tinham é que aproveitar bem o

tempo que lhes restava. Colocaram mais alguma lenha na fogueira,

rodeada de pedras da noite anterior, porque assim era uma maneira

de fazer notar uma certa presença e talvez assim ninguém voltasse a

roubar no acampamento.

O Gui e a Maria foram para uma represa de água apanhar rãs

pequeninas por divertimento, a Julieta andou a apanhar flores silves-

tres e o Afonso procurou mais ninhos e seguiu o trilho de outros ani-

mais que por ali habitavam. Conseguiram ver algumas aves de rapina,

algumas garças brancas, muitos corvos e uma cobra pequenina. Mais

em baixo, viram umas cabras a pastar e uns cabritos muito bonitos.

A Primavera era realmente maravilhosa, tudo verdinho, florido

e tudo a nascer. De volta ao acampamento, passaram por outro sítio

novo. Bem, o que eles descobriram! Tocas, duas tocas grandes, enor-

mes! O mais giro foi quando foram espreitar lá para dentro, sabem o

que viram? Não imaginam! Os pacotes das bolachas vazios. Afinal o

ladrão era um animal, mas que animal seria? Estavam pegadas fres-

cas na terra!

A curiosidade era muita e o medo também. Não podiam fazer

mais nada a não ser ir embora. Em silêncio, lá foram. Pararam de

repente em frente da tenda da Maria. Algum animal tinha esgravatado

e feito um buraco por baixo da tenda da Maria. Estavam todos muito

Page 44: Escrita Criativa

44

assustados. O Gui que era o mais corajoso de todos, abriu a tenda

devagarinho e claro o que havia de lá estar? Um guaxinim, ou melhor

uma mãe guaxinim. Ela não era muito grande, mas estava furiosa,

assustada, chiava muito, guinchava, estava um pouco arrufada. Boni-

to! E agora? Eles também estavam assustados, mas o Gui entrou na

tenda e tentou aproximar-se. A mãe guaxinim fugiu para trás de outros

utensílios que estavam guardados na tenda.

De repente, uma toalha que por ali estava começou a mexer-

se. Ai! E agora o que seria? Era um bebé guaxinim! Foi a loucura total.

Ele era tão bonito, tão pequenino, que os quatro amigos depressa se

esqueceram da mãe e só tinham olhos para o bebé. O Gui muito rapi-

damente pegou numa maçã, estendeu a mão para a dar de comer ao

pequenino. Ele ainda não comia sozinho, a mãe é que o ajudava nas

refeições. A mãe aproximou-se do bebé e começou a tirar a maçã da

mão do Gui. Afinal, ela não queria fazer mal, estava apenas a defen-

der a sua cria.

A mãe guaxinim saiu da tenda, o bebé também e voltaram

para a sua toca. Muito devagarinho, os amigos seguiram-nos. A toca

ficava ali pertinho e, quando a mãe guaxinim chegou, estavam mais

dois bebés à sua espera.

Os amigos correram para casa e foram buscar mais alimentos

para os novos amiguinhos.

Os quatro amigos começaram a ir todos os dias à toca. Os

animais afeiçoaram-se aos meninos, os meninos aos animais e juntos

faziam grandes brincadeiras.

Diana Jorge – 5ºA

Page 45: Escrita Criativa

45

Uma aventura no fundo do mar

Os quatro amigos: o Bernardo, a Joana, o Ricardo e a

Mariana, nas férias de Verão, foram fazer uma viagem de barco na

praia da Areia Branca, no Algarve.

Estavam a adorar a viagem no alto mar quando o coman-

dante do barco – Caravela Azul - lhes propôs um mergulho. Todos

sabiam bem nadar e estavam numa zona sem perigos.

Eles não recusaram e ficaram animadíssimos.

Um a um, mergulharam nas águas claras do mar, na

esperança de verem lindos corais e muitas espécies de peixes.

Mas, para seu espanto, encontraram um barco afundado

com o nome de Tubarão que era muito conhecido na área quando

se afundou. O barco estava ferrugento, todo partido e cheio de

algas. Despertou-lhes a curiosidade saber o porquê daquele barco

no fundo do mar.

Quando regressaram a terra, foram pesquisar à Internet,

mas não encontraram nada sobre aquele barco. Então, foram falar

com a pessoa que mais conhecia de barcos naquela praia, o

senhor António. Ele disse-lhes que o barco escondia um tesouro e

que nunca ninguém o conseguiu encontrar por causa do polvo que

lá vivia. Isto não era problema, porque eles conheciam uns pesca-

dores de polvos que os podiam ajudar.

No dia seguinte, voltaram ao barco Caravela Azul, mas

agora com a ajuda dos pescadores de polvos, para os levarem ao

fundo do mar novamente, onde estava o barco afundado, o Tuba-

rão. Mergulharam e conseguiram encontrar o polvo gigante que

Page 46: Escrita Criativa

46

estava bem escondido no barco afundado e, desta vez, conseguiram

tirar o polvo de dentro do barco, para irem à procura do baú do tesou-

ro.

Com uma máquina de detectores de metais encontraram o

baú que estava cheio de metais, porque já tinham tirado o ouro e para

enganar, puseram metal lá dentro.

Ficaram admirados com o que aconteceu e foram logo contar

ao senhor António. O senhor António disse-lhes que um homem

depois de eles saírem, lhe perguntou onde estava o barco e ele disse-

lhe.

Mas o senhor António sabia que o nome do homem era

Pedro Ribeiro, muito conhecido naquela praia.

Perguntaram às pessoas por aquele nome e todas diziam

que a morada dele era Rua da Vitória nº55.

Então lá foram a essa morada falar com o senhor e ele man-

dou-os entrar e para seu espanto viram um baú verdadeiro cheio de

moedas de ouro. Os jovens perguntaram-lhe onde é que o tinha arran-

jado e ele respondeu que tinha feito pesca submarina e que o encon-

trou no fundo do mar, num barco afundado.

Então os quatro amigos disseram ao senhor Pedro que

entregasse o baú ao MUSEU DE HISTÓRIA pois não podia ficar com

ele.

Como se aperceberam que o senhor Pedro queria ficar com

todas as moedas de ouro para ele (por isso tinha enganado com os

metais que colocou dentro do baú) os amigos telefonaram à polícia

para que ele fosse denunciado.

A polícia chegou depressa e o baú foi logo entregue ao

MUSEU DE HISTÓRIA para analisar esta relíquia da nossa história e

assim ele ficaria acessível a toda a gente; todos poderiam ver as moe-

Page 47: Escrita Criativa

47

das de ouro antigas.

As férias estavam a acabar e os quatro amigos tinham vivido

uma grande aventura e contribuído para o nosso património cultural,

com esta descoberta.

Tiago Ribeiro – 5ºA

Chocolate Negro e os sete anões Era uma vez um rei que tinha uma filha chamada Chocolate Negro

por ser muito morena, da cor do chocolate.

A menina vivia no castelo com o pai e com a madrasta, uma

mulher ruim e invejosa.

Todas as manhãs, a madrasta interrogava o espelho para ver

confirmada a sua beleza, mas veio um dia em que o espelho respon-

deu:

- Mais bela e mais doce do que tu é Chocolate Negro.

Toda cheia de raiva, deu ordem ao guarda-caça para matar

Chocolate Negro. O homem, que tinha bom coração, não cumpriu a

ordem.

Chocolate Negro, ao saber que a madrasta que tanto adorava

a quis matar, foi esconder-se numa casinha de madeira, uma casa

bem arrumada e pequena. Furiosa começou a desarrumá-la e

depois, muito cansada, foi-se deitar.

À noite, entraram na casinha sete anões que ficaram assom-

brados ao ver a casa naquele estado e começaram a arrumá-la.

Chegou a noite, foram para o quarto e viram uma jovem muito

bonita deitada nas camas deles.

Page 48: Escrita Criativa

48

Quando Chocolate Negro acordou, pediu desculpa por ter

desarrumado a casa e contou porque o fez. Os anões compreenderam

e disseram a Chocolate Negro para não abrir a porta a ninguém, quan-

do eles não estavam em casa.

Um dia, veio bater à janela uma velha. Era a madrasta disfarça-

da que lhe ofereceu um chocolate.

- Pega este chocolate, minha jovem. - ofereceu a madrasta.

- Mas eu estou de dieta! - disse Chocolate Negro.

- Não interessa, isto não faz mal. - insistiu a madrasta com um

sorrisinho na cara.

Chocolate Negro comeu-o. O chocolate estava envenenado e a

menina caiu morta no chão.

Os anõezinhos tudo fizeram para a reanimar, mas foi inútil. Dei-

taram-na então numa urna de madeira.

De repente, aproximou-se um jovem príncipe, montado na sua

mota. Seguiu em direcção a Chocolate Negro, beijou-a e ela acordou.

Algum tempo depois, casaram e viveram felizes para sempre.

Liliana Pereira – 6ºD

Page 49: Escrita Criativa

49

Uma aventura em casa do tio Joaquim

As gémeas já não viam o tio Joaquim do Alentejo há muito

tempo.

Era o seu tio preferido: deixava-as andar de cavalo, brincar

com os cisnes etc.

No último dia de aulas à noite, antes das férias de Natal, o tio

telefonou a perguntar se queriam ir passar as férias à quinta dele.

As gémeas disseram logo que sim e ligaram de imediato

para o Chico, o Pedro e o João que ficaram radiantes com a ideia.

Nessa noite, prepararam as malas e no dia seguinte, apa-

nharam o comboio das 9.30h.

Chegaram por volta das 12.30h, com muita ansiedade. À

espera deles estava o tio e o seu cão Pincel. Nome estranho para um

cão…, mas ele tinha na pata direita uma mancha branca que parecia

ter sido pintada de propósito, com um pincel.

Quando chegaram à quinta, estava a D. Carlota, caseira há

três décadas, a fazer os últimos preparativos para o almoço. Enquanto

esperavam, foram dar uma volta pela quinta. Esta era enorme e tinha

uma paisagem magnífica.

Depois de almoço, todos foram para a floresta.

De repente, o Chico olhou para o chão e viu uma luz brilhan-

te como o sol. Não perdeu tempo em chamar os outros quatro, que

ficaram boquiabertos com a pedra maravilhosa que estava no chão.

- Procurem, nas redondezas se há mais! – propôs a Maria.

O Pedro, que era o mais novo, disse:

- Parem, vamos mostrar ao Tio Joaquim.

Dirigiram-se à quinta e verificaram que o tio não estava. Não

Page 50: Escrita Criativa

50

podiam esperar mais. Agarraram nas lanternas e lá foram eles em

direcção à floresta. Qual não foi o espanto quando encontraram mais

duas, perto de uma gruta tapada com arbustos. Acenderam as lanter-

nas e, ao entrarem, depararam-se com uma sala cheia de caixotes,

garrafas de bebida, comida e uma carta com horários de avião. Estra-

nho…

Estupefactos com aquele cenário, esqueceram-se de sair…

De repente, surgiram dois homens e uma mulher. Esta última

devia ser a chefe da quadrilha pois era ela que ditava as regras.

Dizia ela:

- Olha o que temos aqui, crianças metediças. Não sabem o

que vos espera…Acabem com eles. Atem-nos!

Todos ficaram tão enervados que até lhes afectou a espinha.

A Diana ainda tentou gritar por socorro, mas o que levou em troca, foi

um empurrão que a deixou desnorteada. Entretanto o João começou a

chorar.

A chefe da quadrilha, virou-se para os outros membros e dis-

se:

- Mudança de planos, temos que partir já. O carro que rou-

baste tem combustível, Zé?

- É claro, chefe, tudo pensado ao pormenor.

E lá foram eles para o aeroporto. Mas o melhor estava para

acontecer: a corda do Chico não ficou bem atada. Assim, ele conse-

guiu desatar a sua e a dos outros quatros. Agarraram nas bicicletas a

toda a velocidade e dirigiram-se à esquadra da polícia. Contaram tudo

o que viram e quais eram os planos dos ladrões. De imediato, a polícia

lançou um alerta para os guardas do aeroporto.

Quando os ladrões se dirigiam para a sala de embarque

foram interceptados pelos polícias. A verdade seja dita: também não

Page 51: Escrita Criativa

51

mostraram resistência e foi fácil a sua captura.

Entretanto na esquadra, ligaram para o Tio Joaquim…Para

os ir buscar.

Ele estava muito zangado, mas ao mesmo tempo feliz por

eles estarem bem.

- Para castigo, não devia dar-vos a recompensa monetária

que a polícia deu. – disse ele em tom irónico.

- Que recompensa é essa, tio? – perguntou o Chico.

- Há várias semanas que essa quadrilha é procurada e

davam uma recompensa de 500.000€ a quem lhes indicasse alguma

pista. – explicou o tio.

- Fixe! - responderam todos em coro.

- Mas tio, nós só queremos uns jogos, umas sapatilhas

novas, umas pilhas para as lanternas e pouco mais. Vai sobrar muito

dinheiro podíamos dar às crianças da Guiné. Comprávamos livros,

medicamentos, roupa e algum material informático e enviávamos em

contentores. Assim podíamos fazer outras crianças felizes. – propôs a

Maria.

O tio concordou e tratou dos últimos pormenores.

Ao jantar, uma das gémeas, pediu ao tio para não contar

nada aos pais e, em contrapartida, prometiam ficar sossegados o resto

das férias. E foi realmente o que aconteceu.

Maria João Freire – 6º D

Page 52: Escrita Criativa

52

Os Amigos

Antes, de começar a história, vou apresentar-me. Eu sou a Sarah, venho de França, tenho seis anos, vou para o primeiro ano, e sin-to-me muito triste porque não tenho amigos.

Hoje, é o meu primeiro dia de aulas em Portugal, a minha mãe está ansiosa. Mal entrei na sala de aula, todos os outros meninos come-çaram a cochichar sobre mim. Antes que eles dissessem qualquer coisa, a professora apresentou-me:

-Esta é a Sarah, a vossa nova colega. Ela vem de França! -Olá, Sarah!- disseram os miúdos. Sarah pôs-se a pensar em como o dia não tinha sido tão mau

quanto ela imaginava… Chegou a casa e fechou-se no quarto a choramingar. A mãe preo-

cupada, exclamou: -Sarah, vais ver que amanhã terás mais sorte! E, assim, no dia seguinte, a mãe foi pô-la à escola. À porta, já lá

estavam duas meninas. - Sarah, vem brincar connosco! Sarah, não respondeu, pois não sabia falar a língua delas. As meninas perceberam logo a razão de ela não responder… - Nós vamos ensinar-te a falar português, não te preocupes. No outro dia, as meninas começaram a ensiná-la a falar portu-

guês e Sarah aprendeu com alguma dificuldade. Ao fim de um ano, Sarah já falava português na perfeição. Feliz

com essa notícia, Sarah foi contar à mãe, que já sabia falar português e esta ficou contente.

- Vês? Com o tempo tudo se resolve, estou muito orgulhosa de ti. - Obrigada, mãe, por acreditares em mim. - Não, tens de quê! És minha filha, tenho de acreditar em ti! - Mãe, amanhã, são os meus anos, já te tinhas esquecido? - Não, claro que não! Já na escola, Sarah disse: - Hoje é o meu dia de anos, amigos. - Que fixe, Sarah.

Page 53: Escrita Criativa

53

- Pois é. Queria convidar-vos para os meus anos. Querem vir? - Claro, Sarah. A partir daquele dia, Sarah nunca mais ficou sem amigos.

Beatriz Vieira – 6ºD

Era uma vez dois irmãos: o Bruno e o Francisco.

Bruno era o mais velho; um rapaz aventureiro e sempre com a

mania que sabia tudo. Já o Francisco era tímido e responsável (ao

contrário do Bruno); chamavam-lhe Kiko.

Certo dia, tocaram à campainha e Kiko foi abrir: era o carteiro que

lhes vinha entregar uma carta.

- Ganhámos! - gritou o Kiko.

- Ganhámos o quê? - perguntou o Bruno já esquecido.

- Ganhámos a viagem de submarino. Lembras-te?

- “Yes”… viva… somos os maiores…

No dia seguinte, com tanto entusiasmo, foram de viagem.

- Toca a entrar. – convidou o comandante António, amigo deles.

Entraram e, logo a seguir, o submarino começou a descer.

Lá em baixo viram muitos peixes de vários tamanhos e feitios, uns

mais rápidos do que outros, mas eram todos engraçados.

De repente…

- Olhem, não viram? – disse o Kiko.

- O quê? – perguntaram os dois em uníssono.

- Uma coisa grande e verde, muito esquisita…

Ninguém sabia o que era, nem António que era um velho sábio.

- Apareceu outra vez…olhem! Olhem!

- Pelos meus cálculos, é uma espécie de mostro marinho… - disse

António.

Page 54: Escrita Criativa

54

- Monstro marinho?!... – interrogaram os irmãos.

- Cuidado, ele vai atacar! Abriguem-se! – gritou Bruno aflito.

- Socorro… - gritou Kiko. – Vamos sair daqui…

- Ele não faz mal. – explicou António.

- Mas não interessa, eu quero sair daqui. – disse Kiko cheio de

medo.

- Está bem, eu levo-os a casa, vamos.

Ao chegarem a casa os dois irmãos conversaram e pensaram

sobre esse assunto.

- Tu achas que o António tinha razão, que o monstro não fazia mal?

– perguntou Bruno a Kiko.

- Não sei, mas acho que sim.

- Vamos pedir ao António para voltarmos lá esta noite. – sugeriu o

Bruno.

Dito e feito. Voltaram ao mar para tirar dúvidas. Dirigiram-se para

perto da gruta onde estava o tal monstro, observaram muito bem e

disseram:

- Afinal só estava a proteger a sua cria. Que lindo!

E assim, os dois irmãos aprenderam que nem tudo o que parece é.

Diana Dias – 6ºD

Page 55: Escrita Criativa

55

Uma viagem à Serra da Estrela Sou a Matilde, tenho 12 anos, um irmão com 9, de seu nome

Gil, a mãe que se chama Laura e o pai que tem o nome de Jorge. Já

agora apresento também os meus amigos, André, Andreia e Miguel,

não esquecendo o meu cachorrinho Flash. Todos os meus amigos

humanos têm 12 anos, o Flash apenas alguns meses. Eles são inteli-

gentes, mas André é um pequeno “Einstein”.

Bem, passando a outro assunto: a minha vida, praticamente

desde que eu nasci tem sido um pouco complicada e com algum

azar. Para perceberem mais ou menos a minha vida vou contar ape-

nas uma pequena história.

Um dia, estávamos a caminho da Serra da Estrela, bem aper-

tadinhos na carrinha do meu pai, já a dar as voltas na montanha,

quando apareceram dois senhores e fecharam a estrada. O meu pai

saiu da carrinha furioso, fechando a porta com força, dirigindo-se a

eles.

Voltou para junto de nós e gritou:

- Vamos a isto!

Colocou a chave na ignição e rodou-a bastantes vezes, mas a

carrinha não pegava, estava muito frio e o veículo arrefecera naquele

tempo. Finalmente, passados alguns vinte minutos, pegou.

Estávamos quase a chegar ao topo, quando ficámos sem

gasóleo. O meu pai disse, lamentando-se:

- Ai a minha vida!

E lá fomos nós a pé.

Daí a quinze minutos já estávamos todos no topo. Visitámos

as lojas e fomos a uma onde tinham trenós.

- Pai, dás-me um trenó? – perguntei.

Page 56: Escrita Criativa

56

- Claro! – respondeu – Mas onde é que eu deixei a carteira? –

murmurou ele.

- O que foi pai? – perguntou o meu irmão.

- Acho que deixei a carteira na carrinha. Mas não se preocupem

eu vou lá e trago - a.

Passado algum tempo o André disse:

- Já passaram quarenta e cinco minutos!

- Tens razão! – concordaram os outros.

Então o Flash começou a ladrar e a minha mãe conseguiu ver o

meu pai ao longe.

O meu pai chegou ao pé de nós praticamente congelado mas

com a carteira.

Comprámos o trenó e fomos para a neve. Até a minha mãe

andou com o Flash ao colo. Foi uma loucura!

Passada uma hora a minha mãe chamou:

- Meninos, vamos que ainda temos muito que andar!

- Não podemos ficar mais um bocadinho, D. Laura? - pergunta-

ram os meus amigos.

- Não, vamos! – respondeu a minha mãe.

Pegámos no trenó e descemos.

Chegámos ao pé da carrinha e tivemos de ajudar a virá-la para

o lado oposto.

De regresso, vimos uma bomba de gasolina, mas estava fecha-

da. Um ou dois quilómetros à frente encontrámos outra. Atestámos e

pusemo-nos novamente a caminho, mas devagar, já que o tempo não

estava para grandes competições.

Acaba assim uma pequena história da minha vida, mas grande

em entusiasmo.

Beatriz Nunes – 6ºD

Page 57: Escrita Criativa

57

Uma aventura no comboio

Era o final das férias de Verão. Laura e Mariana que viviam

em Lisboa, e eram irmãs, iam passar uns dias a Beja a casa

da sua avó e convidaram o seu primo André, que era muito

inteligente e sabichão, e os seus dois amigos Filipe e Tiago.

- Nós vamos, amanhã, de comboio a casa da nossa avó

em Beja querem vir connosco? - convidaram em coro as

irmãs.

- Claro que sim! - responderam eles.

Fizeram, todos, as malas. Iam ficar uma semana em

Beja e isso enchia-os de expectativas; no outro dia de manhã

foram para o comboio e puseram-se a caminho.

Quando entraram no comboio repararam que este esta-

va quase vazio. É que, há umas semanas atrás, algo estranho

tinha acontecido: uns diziam que tinha sido uma avaria, porém

havia quem afirmasse que se tratava de algo mais estranho e

até falavam que estava assombrado!

No entanto, os nossos amigos não acreditavam nestes

comentários.

Enquanto estavam a viajar, o comboio de repente parou.

Não estavam em nenhuma paragem, era certo, ficaram ali

mesmo parados numa ponte onde passava, por baixo, um

pequeno rio.

- O que se passa? - perguntou Laura assustada.

- Não sei, provavelmente deve ser uma avaria - respon-

deu André - deu na televisão que há alguns dias tinha havido

uma avaria…

Page 58: Escrita Criativa

58

- Vamos perguntar ao maquinista. – sugeriu o Tiago.

Então, foram a correr até à cabine do maquinista e pergunta-

ram-lhe:

- O que se está a passar? O comboio parou porquê? –

quis saber o Filipe.

Com um ar de preocupado, mas tentando disfarçar, res-

pondeu:

- Bem, parece que estamos com um pequeno problema.

Já verifiquei tudo, mas não detectei nada de anormal, contudo o

comboio teima em não andar. Verificou-se há uns dias a mesma

situação e até a notícia passou na televisão. Os mecânicos não

encontraram qualquer explicação para o sucedido.

Mal acabou de falar, chegou ali um homem baixo, magro

já com alguma idade, com uma vassoura na mão (parecia um

empregado) quando disse muito preocupado:

- Os telefones estão avariados, os telemóveis não têm

rede e parece que uma passageira foi assaltada!

Laura, Mariana, Tiago, André e Filipe ao ouvirem aquilo

resolveram investigar. Andaram por todo o comboio, foram falar

com a senhora que foi assaltada e perguntaram:

-Foi a senhora que foi assaltada?

- Sim, infelizmente, fui. – respondeu ela com a voz a tre-

mer.

- Mas como aconteceu? Pode dizer-nos? – perguntou

André

- Claro, estava sentada num banco e depois chegou ali

um homem com uma máscara e roubou-me a carteira, vejam,

tinha lá tudo: cartão de crédito, dinheiro, muitas coisas!

- Como é que ele era? – perguntou o Tiago.

Page 59: Escrita Criativa

59

- Era baixo e magro, não vos consigo dizer mais.

- Obrigado por ter falado connosco, muito obrigado! - dis-

seram todos ao mesmo tempo.

Então, lá foram todos eles pensar no assunto. Estavam

determinados a resolver este mistério e de certeza que não ia

ser difícil, pensaram, uma vez que o comboio estava parado e

ninguém podia sair.

- Temos mais um problema! - gritou aflito o empregado.

- Acabou de desaparecer uma senhora!

- Isto é muito estranho! -disse Mariana

- É melhor vermos todo o comboio para ver se encontramos

essa tal senhora.

Tudo isto era intrigante uma vez que não havia saídas possí-

veis.

- Malta, venham cá, está aqui uma porta que vai dar a uma

carruagem! - chamou o Filipe.

De imediato, foram todos ver, correndo pela carruagem, até

que viram uma coisa no chão e para seu espanto era uma car-

teira. Será a que tinha sido roubada?!...

Andaram mais um pouco, ouviram um barulho, foram ver e

era a mulher que tinha desaparecido e estava amarrada. Retira-

ram-lhe as cordas e finalmente ela disse:

- Obrigada, um homem atou-me e trouxe-me para aqui! Está

ali! – gritou

Olharam para trás e viram que afinal era o empregado do

comboio!

O André e o Filipe apanharam-no, amarraram-no e pergunta-

ram-lhe o porquê de ter feito aquilo e ele respondeu:

- Fiz tudo isto para chamar atenção e me vingar dos míseros

Page 60: Escrita Criativa

60

tostões que me pagam.

Levaram o culpado para a cabine do maquinista. Algum tem-

po depois, conseguiram contactar a estação de comboios para

poderem voltar. Depois disso, ainda foram à televisão pois não

era o primeiro assalto que ele fazia e já tinha estado preso!

E foi assim a primeira aventura da Laura, da Mariana, do Fili-

pe, do André e do Tiago!!!!

Liliana Quintino – 6º D