Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna santa catarina

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E LAGUNA - SANTA CATARINA Tubarão 2012

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ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E LAGUNA - SANTA CATARINA

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS

ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E

LAGUNA - SANTA CATARINA

Tubarão

2012

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JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS

ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E

LAGUNA - SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito para obtenção do título de

licenciatura em Ciências Biológicas da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientador: Prof. Adilson Tibúrcio, Msc.

Co-orientador: Prof. Sergio A. Netto, Dr.

Tubarão

2012

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JEAN CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS

ESFÉRULAS PLÁSTICAS (PLASTIC PELLETS) NAS PRAIAS DE IMBITUBA E

LAGUNA - SANTA CATARINA

Este trabalho de conclusão de curso foi

julgado adequado à obtenção do grau de

Licenciado em Ciências Biológicas e aprovado

em sua forma final pelo curso de Ciências

Biológicas da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Tubarão, 30 de Novembro de 2012.

_______________________________________________________

Prof. e orientador Adilson Tibúrcio, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________________

Profª. Josiane Somariva Prophiro, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________________

Prof. Mariselma Simiano Jung, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e da sabedoria.

Aos meus pais, a minha esposa e aos meus filhos, que sempre estiveram comigo

nesta trajetória, inclusive na realização das atividades em campo para o desenvolvimento

deste trabalho e por me incentivarem a continuar meus estudos, fazendo-me entender que

nunca é tarde para se adquirir o conhecimento.

Aos meus professores Adilson Tibúrcio (orientador) e professor Sergio Antonio

Netto (co-orientador), que abraçaram esta pesquisa comigo, dando-me a oportunidade de

desenvolver um projeto de pesquisa na área em que sempre gostei, depositando em mim sua

confiança, motivação e paciência.

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Durante os últimos anos tem havido um corpo crescente de

evidência que os plásticos estão se tornando um contaminante

de praias e águas costeiras da Europa (MORRIS &

HAMILTON, 1974; KARTAR et al., 1973,1976), no Mediterrâneo.

(SHIBER, 1979), na América do Norte e América Central (CARPENTER et al.,

1972; COLTON et al., 1974; HAYS; CORMONS, 1974; AUSTIN;

STOOPS, 1973) e Nova Zelândia (GREGORY, 1978).

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RESUMO

O presente trabalho objetivou estudar a presença de esférulas plásticas “Plastic Pellets” em

oito praias dos municípios de Imbituba e Laguna. Foram estabelecidas malhas amostrais onde

foram coletados as esférulas plásticas, nas praias do Mar Grosso, Praia do Gi, Praia do Sol

(Laguna), Praia Itapirubá Norte, Itapirubá Sul, Praia da Vila, Praia do Porto e Praia da

Ribanceira (Imbituba), no período de março, abril e maio de 2012. A área dos perfis estava

localizada entre a zona de estirâncio e a região inicial das dunas embrionárias. Embora as

praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de esférula plásticas em

comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS – as mesmas se

mostraram contaminadas com este material, em função das marés ou da atividade portuária e

industrial. As concentrações médias de esférulas plásticas encontradas foram: 32,62 itens/m e

4,22g de massa total dos itens na Praia do Mar Grosso; 81,25 itens/m e 7,72g de massa total

dos itens na Praia do Gi; 27,25 itens/m e 2,93g de massa total dos itens na na Praia do Sol;

10,37 itens/m e 1,76g de massa total dos itens na Praia Itapirubá Norte; 58,75 itens/m e 3,61g

de massa total dos itens na Praia Itapirubá Sul; 15,87 itens/m e 2,44g de massa total dos itens

na Praia da Vila; 36,62 itens/m e 6,14g de massa total dos itens na Praia do Porto; 8,12

itens/m e 2,43g de massa total dos itens na Praia da Ribanceira. As esférulas apresentam

origens distintas, podendo ser de origem portuária ou marinha, possivelmente a partir de

embarcações e operações do porto para as praias da Vila, Praia do Porto e Praia da

Ribanceira; sendo que as praias de Itapirubá Norte, Itapirubá Sul e Praia do Sol, por não

apresentarem uma atividade turística muito grande, a presença das esférulas é, em sua

maioria, de origem marinha; enquanto nas praias do Mar Grosso e Praia do Gi, a origem é

predominantemente marinha e de aportes continentais. As esférulas apresentaram baixas

concentrações nas praias estudadas em comparação com outros locais já estudados, o que

demonstra que o problema é recente na região. A maioria das esférulas encontradas foi do tipo

colorida. A maior concentração de esférulas plásticas foi encontrada na Praia do Gi, sendo a

média 81,25 itens/m. A maior parte das esférulas analisadas apresentou um estado de relativa

conservação. As prováveis fontes de emissão (porto e indústrias) estão localizadas na região

estuarina. A solução para evitar o acúmulo das esférulas plásticas nas praias está na revisão

dos procedimentos de armazenamento, manuseio e transporte das mesmas.

Palavras-chave: Esférulas plásticas. Resíduos sólidos. Atividade portuária. Marés.

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ABSTRACT

The present work sought to investigate the presence of plastic beads "Plastic Pellets" in eight

municipalities of Imbituba beaches and Laguna. Sampling grids were established they were

collected materials "plastic beads" on the beaches of Mar Grosso (Laguna) and Gi Beach

(Laguna) and Praia do Sol (Laguna) and North Beach Itapiruba (Imbituba) and South

Itapiruba (Imbituba) and the Beach Vila (Imbituba) and Praia do Porto (Imbituba) and Praia

da bank (Imbituba) during March, April and May 2012. The profiles of the area was located

between the zone and estirâncio initial region of the embryonic dunes. Although the beaches

studied have shown lower concentrations of plastic bead compared to other places - Santos,

Rio Grande - they proved contaminated with this material, depending on the seas or the

Industrial and port activities. The average concentrations of plastic beads were found: 32.62

Items / m 4.22 g of total weight of the items on the shore of the Sea thick; 81.25 items / m

7.72 g of the total weight of the items on the beach of the Gi, 27,25 items / m 2.93 g of total

weight of the items on the beach in the sun; 10.37 items / m 1.76 g of the total mass of the

items on the beach Itapiruba North, 58.75 items / m 3.61 g of total mass items on the beach of

South Itapiruba; 15.87 items / m 2.44 g of the total mass of the items on the beach of the

village; 36.62 items / m 6.14 g of the total weight of the items on the beach of Porto; 8.12

items / I 2.43 g of the total weight of the items on the beach slope. The beads have different

origins at the time were being carried out port and marine samples, possibly from ships and

port operations, to the beaches of Vila do Porto Praia Beach and cliff, and that the beaches of

northern and Itapiruba Itapiruba southern sun and beach tourism does not have a very large

presence of spherules, and mostly of marine origin, and the beaches on the Sea Beach Gi thick

and the origin and predominantly marine and continental contributions. The beads showed

low concentrations in comparison with other study sites, which demonstrates that the problem

in the region and recent, most colored beads was found. The beach with the highest

concentration of plastic beads Beach was the Gi, and the average 81,25 items / m. Most beads

had analyzed on a state of preservation. The likely sources of emissions (and port industries)

are located in the estuarine region. The solution to the beads in this review of procedures for

storage, handling and transporting them.

Keywords: Plastic pellets. Solid waste. Port activity. Tides.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Esférulas plásticas ................................................................................................ 15

Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica .................................................. 16

Gráfico 1 – Quantidades de estudos por década .................................................................... 17

Figura 3 - Esférulas fragmentadas em lupa microscópica...................................................... 18

Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina ......... 21

Figura 5 - Esférulas em local de estudo ................................................................................ 22

Figura 6 - Malha amostral .................................................................................................... 22

Figura 7 - Amostras de 1m2 .................................................................................................. 23

Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada ....................................................... 29

Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada .................................................... 29

Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas ........................... 30

Figura 8 - Esférulas plásticas ................................................................................................ 31

Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias ................................................................. 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi ......................... 24

Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul ......... 25

Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto ..................... 25

Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso ........... 26

Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia do Sol ............................. 26

Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas Praia da Vila ........................... 27

Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte ...... 27

Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira ............. 28

Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e

massa total ........................................................................................................................... 28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. 12

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 12

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 13

2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO .............................................................................. 13

2.2 PLÁSTICO .................................................................................................................... 14

2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS OU PELLETS EM INGLÊS 15

3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 20

3.1 ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 20

3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ....................................... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 24

4.1 PRAIA DO GI ............................................................................................................... 24

4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL ....................................................................................... 24

4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA) ................................................................................... 25

4.4 PRAIA DO MAR GROSSO ........................................................................................... 25

4.5 PRAIA DO SOL ............................................................................................................ 26

4.6 PRAIA DA VILA .......................................................................................................... 26

4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE .................................................................................. 27

4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA ............................................................................................ 27

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 33

ANEXO .............................................................................................................................. 36

ANEXO A – Coleta praias ................................................................................................. 36

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1 INTRODUÇÃO

As alterações ambientais atingem hoje proporções preocupantes, envolvendo não

somente as regiões continentais como também os ambientes de água doce e marinhos do

planeta, especialmente aqueles próximos a regiões de grande adensamento humano, como as

zonas liorâneas.

Segundo Ferreira (1995):

A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos resíduos,

marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e

tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações

inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas

das condições mínimas de subsistência. Ao mesmo tempo em que utilizamos os

recursos da biosfera como se fossem inexauríveis, todos os dias lançamos à natureza

o desafio de ter que assimilar novos produtos artificiais, desconhecidos dos agentes

naturais, incapazes, portanto, de promover o controle de seus usos e riscos,

ultrapassando os limites da capacidade dos ciclos naturais e dos fluxos de energia.

Nas últimas décadas houve um considerável aumento na produção de materiais

sintéticos, o que mudou, significativamente, o tipo e a qualidade de lixo gerado pelas

sociedades modernas, levando a um custo ambiental muito alto. A poluição ambiental

resultante da industrialização moderna tem afetado também os ecossistemas marinhos,

comprometendo não só a qualidade da água como a vida presente nesses ecossistemas.

Para Cunha (2005), o avanço da urbanização, com formas de ocupação e uso do

solo irregulares, sem saneamento básico, é a principal ameaça aos ecossistemas costeiros. A

atividade turística desordenada é uma outra causa de destruição de habitats naturais

litorâneos. Além da poluição de origem doméstica, também a originada de atividades

industriais, portuárias, agrícolas e de mineração são mencionadas como focos de

contaminação.

A praia é um ambiente suscetível à acumulação de resíduos que chegam de

inúmeras fontes. Como o lixo não obedece fronteiras, espalha-se rapidamente, dependendo da

conjunção de condições oceanográficas favoráveis, e atinge locais pouco prováveis, como

praias desertas, ilhas oceânicas ou recifes costeiros. As fontes podem ser inúmeras, mas o

destino final é geralmente o ambiente costeiro. (TORRES; ARAÚJO, 2008).

Juntamente com outras formas de poluição extremamente danosas, os plásticos

compõem uma das maiores preocupações com o mar em termos de poluição marinha, por

causa de suas propriedades intrínsecas como baixa densidade (que facilita sua flutuação, e

consequente dispersão), acumulação lenta, persistência, aporte crescente com o tempo, e

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ampla disseminação do uso. (DIXON & DIXON,1981; GREGORY, 1999; GUIA

COMPLETO SOBRE O LIXO NO MAR, 1997 apud ARAUJO; COSTA, 2003).

Entre as inúmeras causas de problemas ambientais nos oceanos está a grande

quantidade de resíduos gerados pela atividade humana, como os resíduos sólidos. A

quantidade e tipo destes resíduos nas praias e oceanos vem sendo uma fonte geradora de

preocupações que tem merecido estudos frente aos problemas causados por esses resíduos à

fauna marinha.

Os resíduos sólidos oriundos da indústria de plásticos geralmente aparecem na

costa litorânea em pequenas dimensões conhecidas como “esférulas plásticas”. Para

D’Antonio et al. (2012), o tipo de resíduos de pequenas dimensões indetectável pelos meios

de recolhimento de lixo convencional, conhecido como microlixo, é um problema que ganhou

ampla preocupação pública nas últimas décadas.

As esférulas ou pellets são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas, que

variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias cores, principalmente brancas e

translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários

plásticos, mas na forma inicial de produção a matéria-prima granulada serve, por exemplo,

para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos.

As esférulas plásticas são liberadas no ambiente marinho muito provavelmente na

produção, transporte, processamento, manuseio pela indústria e pela lavagem da superfície

costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto. A presença das

esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros artigos científicos, assim como

sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos.

Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja,

bifenilos policlorados: PCBs,DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias

(MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de

polimerização leva a uma degradação lenta.

Associado à elevada persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à

água faz com que estes consigam flutuar ficando visíveis nas massas de água. Desta forma, e

por se encontrarem sujeitos às variadas condições meteorológicas, podem quebrar-se por ação

mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação, em fragmentos cada vez menores.

Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), os resíduos

sólidos podem ser subdivididos em categorias como plástico, papel, vidro e madeira. Entre as

categorias comumente conhecidas de resíduos sólidos, o presente estudo visa a identificar,

analisar, quantificar e classificar as esférulas plásticas ou em inglês plastic pellets.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Avaliar e quantificar a presença de esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos

municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina, identificando-as quanto à cor, peso.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Avaliar a presença e abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias do

litoral sul de Santa Catarina, localizadas nos municípios de Imbituba e Laguna;

b) Identificar a cor, peso das esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos municípios

de Imbituba e Laguna, Santa Catarina;

c) Gerar dados para incentivar futuros estudos e programas de monitoramento das

esférulas plásticas em todo o litoral de Santa Catarina.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 DEFINIÇÃO DE LIXO MARINHO

São visíveis as alterações ambientais provocadas pela humanidade, tanto em

ambientes habitados quanto nos ambientes naturais, como os mares e as zonas litorâneas por

exemplo. Existe atualmente uma grande preocupação mundial com o ambiente aquático, em

especial com o marinho, pois corresponde à maior parcela do planeta e sua importância já está

bem fundamentada e difundida.

O lixo, denominação genérica aplicada aos resíduos sólidos, é um dos

subprodutos mais deletérios das atividades humanas e passou a ocupar lugar destacado depois

do advento e disseminação dos materiais plásticos e não biodegradáveis. (IVAR DO SUL;

COSTA, 2007).

O termo lixo aplica-se a qualquer resto de atividades humanas considerado pelos

geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Apresentam-se, normalmente, sob

estado sólido, semissólido ou semilíquido, desde que o conteúdo líquido seja insuficiente para

fazê-lo fluir livremente. (ABNT, 1987 apud D’ALMEIDA; VILHENA, 2000).

Lixo marinho pode ser caracterizado como qualquer tipo de resíduo sólido que

tenha sido introduzido no oceano por qualquer tipo de fonte, normalmente constituído por

plástico, isopor, borracha, vidro, metal, tecido, entre outros materiais (COE; ROGERS, 1997).

Atualmente, os resíduos sólidos são reconhecidos como uma das mais importantes

formas de poluição marinha (LAIST, 1997). Os ambientes costeiros e marinhos têm sofrido

uma crescente ameaça nos últimos cinquenta anos devido ao aumento da utilização de

matérias não degradáveis, principalmente material plástico. (GOLIK; GARTNER, 1992).

Nos oceanos a ameaça à vida marinha ocorre de várias formas, tais como:

superexploração de recursos, poluição térmica, sonora e por despejo de resíduos, introdução

de espécies não nativas, dragagem e mudanças climáticas globais. (BEATLEY, 1991;

NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1995; IRISH; NORSE, 1996; ORMOND; GAGE;

ANGEL, 1997; TICKEL, 1997; SNELGROVE, 1999).

Os resíduos sólidos têm sido considerados um contaminante amplamente

distribuído pelo planeta (SLIP; BURTON, 1992). O plástico, nos últimos cinquenta anos, tem

gerado impactos nos ambientes costeiro e marinho em vários níveis, causando danos sobre a

biota, sobre o valor cênico e sobre o potencial recreativo dos locais contaminados, assim

como sobre a navegação e sobre a saúde humana.

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14

Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos

são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção,

material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira

antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser

criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs

(GREGORY, 1978) ou pellets.

2.2 PLÁSTICO

A maior parte dos materiais plásticos não existia antes dos anos 30. Na segunda

metade do século XIX desenvolveu-se o celulóide, um material plástico baseado em celulose

modificada de material natural que era produzido da madeira ou palha. (LIMA, 2001).

Em seguida novos compostos surgiram para explorar as características deste

produto, como a resina de acetato de celulose. Entre 1900 e 1940 muitos progressos

científicos e tecnológicos foram alcançados. Em 1907 o primeiro termorrígido, a baquelite, foi

patenteada e a 1ª Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento de materiais como o

policloreto de Vinila (PVC) na Alemanha. (LIMA, 2001).

Ainda segundo Lima (2001), No começo dos anos 30 foram desenvolvidas a

estrutura e síntese das substâncias chamadas de materiais poliméricos. São considerados

polímeros as moléculas relativamente grandes, de peso molecular da ordem de 103 a 106 cuja

estrutura é composta de unidades químicas repetidas, os monômeros. (MANO 1999).

A matéria-prima do plástico é derivada do petróleo ou gás natural, que é formado

por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato destes compostos possuírem diferentes

temperaturas de ebulição é possível separá-los em misturas ou cortes através de colunas de

destilação. Um desses cortes, a nafta, é fornecido para as centrais petroquímicas, onde passa

por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o

eteno.

A grande variedade de produtos de plásticos produzidos internacionalmente tem

criado uma demanda por diferentes tipos de resinas ou por suas combinações. Combinando

polímeros, criando novos ou incorporando aditivos, as resinas podem ser feitas sob medida de

acordo com a aplicação desejada e o produto final (EPA, 1990a).

Os oceanos são um meio de passagem cotidiana de navios e embarcações e

juntamente com as correntes marítimas ajudam a dispersão dos plásticos. O plástico acaba

ainda por ser levado por correntes superficiais para locais distantes dos de origem tendo

Page 16: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

15

efeitos prejudiciais para as espécies oceânicas e para os ecossistemas costeiros. (US-EPA,

2002). O plástico vindo do mar vai degradando muito lentamente sendo lançado nas praias

sob várias formas, mas a que tem causado grande preocupação atualmente são as esférulas

plásticas.

2.3 POLUIÇÃO MARINHA POR ESFÉRULAS PLÁSTICAS

Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos

são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção,

material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira

antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser

criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs

(GREGORY, 1978) ou pellets.

As esférulas ou pellets (figuras 1 e 2) são pequenas pastilhas mais ou menos

achatadas, arredondadas e ovóides, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias

cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como

resultado da degradação dos vários plásticos, mas na forma inicial de produção é a matéria-

prima granulada que serve, por exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de

ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos.

Os pellets mais comuns são derivados do propileno, como o polipropileno (PP), o

polietileno (PE) e o poliestireno (OS). (SHIBER, 1982 e 1987; PRUTER; PRUTER, 1987;

EPA,1992a).

Figura 1 - Esférulas plásticas

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

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16

Figura 2 - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Para Mano (199), existem dois principais tipos de resinas, que são classificadas de

acordo com as características de fusibilidade: as resinas termoplásticas e as resinas

termorrígidas. As primeiras podem ser derretidas ou reprocessadas sem danificar ou alterar as

propriedades químicas e físicas do polímero; são altamente maleáveis, mas tornam-se rígidas

quando esfriadas. Devido à estreita faixa entre o ponto de derretimento da resina

termoplástica e a temperatura na qual a resina irá se decompor, estas resinas são mantidas no

estado líquido (derretidas) por um tempo mínimo e são pelletizadas assim que possível. (EPA,

1990a). Os polímeros termoplásticos mais comumente usados são o Polietileno de Baixa

Densidade (PEBD), Policloreto de Vinila (PVC), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), o

Polipropileno (PP) e o Poliestireno (PS). (EPA, 1990a).

As publicações que primeiro apontaram para as esférulas plásticas no ambiente

datam da década de 1970 e referiam-se à presença destes em águas oceânicas, baías, estuários

e praias ( Carpenter, et. al., 1972; Cundell, 1973; Kartar, et. al., 1973; Colton, et. al., 1974;

Morris, et.al., 1974). Em seguida, estudos realizados especificamente sinalizavam a

contaminação por pequenas esférulas plásticas em praias e em águas costeiras da Nova

Zelândia, defendendo aidéia de que estes eram provenientes das regiões industrializadas do

hemisfério norte (Gregory, 1977;1978).

No Brasil são relativamente recentes e ainda escassos os estudos relativos as

esférulas plásticas no ambiente costeiro, não sendo possível,ainda, traçar um panorama que

favoreça diagnósticos, monitoramento e planejamento sobre as mesmas. As principais

contribuições, até então, registraram o tema em algumas praias do Rio Grande do Sul

Page 18: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

17

(Pianowski, 1997), Pernambuco (Costa, et al., 2009; Silva-Cavalcanti, et.al., 2009), Rio

Grande do Norte (Ivar do Sul, et.al., 2009) e São Paulo (Turra, et al., 2008; Manzano, 2009),

demonstrando a necessidade de novas investigações, a fim de se ampliar o conhecimento

sobre as esférulas plásticas, sua distribuição e conseqüências ao ambiente.

Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos descartados no

mar representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Cerca de 90% do lixo nos

oceanos é composto de plástico. (GALGANI et al., 1995a; COE e ROGERS, 1997;

DERRAIK, 2002).

As esférulas plásticas aparecem no meio ambiente devido a derramamentos

acidentais durante o manuseio, transporte marítimo ou terrestre ou pelas perdas ocasionadas

pelas indústrias de produção de plástico (GREGORY, 1978; SHIBER, 1987) e pela lavagem

da superfície costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto.

A presença das esférulas está fortemente documentada e é citada em inúmeros

artigos científicos, assim como sua capacidade de absorção de poluentes orgânicos.

Constatou-se que durante as décadas de 1980 e 1990 houve uma redução na quantidade de

estudos sobre os pellets em relação à década anterior. Mas a partir de 2000, com a intensa

chamada para os problemas que acenam para uma crise ambiental no planeta, a temática do

lixo marinho passou a ser observada de forma mais criteriosa pela comunidade científica

mundial. (Gráfico-1)

Gráfico 1: Quantidades de estudos por década

Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)

Page 19: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

18

Em 2001 revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja,

bifenilos policlorados: PCBs, DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias

(MATO et al., 2001). A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de

polimerização leva a uma degradação lenta. Associada à elevada persistência, a baixa

densidade dos plásticos relativamente à água faz com que estes consigam flutuar, ficando

visíveis nas massas de água. Dessa forma, e por se encontrarem sujeitos às variadas condições

meteorológicas, podem quebrar-se por ação mecânica, química, térmica ou por foto-oxidação,

em fragmentos cada vez menores (figura 3). Em nível de microfauna aquática, as esférulas

plásticas são também um sério problema, pois a sua degradação leva a que estes atinjam

dimensões reduzidas, fazendo com que integrem as cadeias alimentares aquáticas, conduzindo

à morte de muitos organismos. (DERRAIK, 2002).

Figura 3- Esférulas fragmentadas em lupa microscópica

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Devido ao fato das esférulas plásticas (pellets) serem pequenas, transparentes,

translúcidas e flutuantes são uma potencial ameaça para os organismos aquáticos que os

ingerem por engano, confundindo-as com ovas de peixes. (ANANTHASWAMY, 2001;

WATSON, 2001).

Diversos estudos realizados confirmam a potencialidade da ingestão de esférulas

plásticas pela fauna marinha e terrestre. Estudos mostraram que 73% (DAY, 1980) e 76%

(ROBARDS; PIATT; WOHL, 1995) do material plástico encontrado nos estômagos de aves

era composto por esférulas plásticas, assim como em petréis (Thalassoica Antarctica) na

Antártica (VAN FRANEKER; BELL, 1988). No Havaí, 16 das 18 espécies de aves marinhas

residentes ingerem plásticos, sendo 70% desta ingestão de esférulas plásticas flutuantes (FRY;

Page 20: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

19

FEFER; SILEO, 1987). Vooren e Fernandes (1989) e Petry e Fonseca (2002) observaram um

índice de contaminação por partículas plásticas respectivamente de 41% e 58% em aves

Procellariiformes mortas em praias do Rio Grande do Sul.

Page 21: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

20

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 ÁREA DE ESTUDO

A zona costeira brasileira compreende uma faixa de 8.698 km de extensão, com

largura variável, contemplando um conjunto de ecossistemas contíguos sobre uma área de

aproximadamente 388 mil km2. Esta faixa concentra quase um quarto da população do país,

abrigada em cerca de 400 municípios, com uma densidade média de 87 hab./km2, cinco vezes

superior à média nacional (17 hab./km2). São 17 os estados brasileiros litorâneos. (Projeto de

Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do Rio São

Francisco; Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado da Bacia do Rio

São Francisco e da sua Zona Costeira – PAE: GEF, 2004, p. 72).

A amostragem foi retirada da região da antepraia das praias do litoral de Imbituba

e Laguna, localizadas na região Sul do Estado de Santa Catarina (figura 4), compreendendo as

seguintes praias: Praia do Mar Grosso/Laguna coordenadas (28°29'39.195"S 48°45'43.1892"

W), Praia do Gi/Laguna coordenadas (28°25'42.9198"S 48°44'52.5978"W), Praia do

Sol/Laguna coordenadas (28°24'12.4806"S 48°44'46.0068"W), Praia de Itapirubá

Norte/Imbituba coordenadas (28°19'31.5798"S 48°42'35.4342"W), Praia de Itapirubá

Sul/Imbituba coordenadas (28°20'28.7448"S 48°42'28.5948"W), Praia da Vila/Imbituba

coordenadas (28°14'20.097"S 48°39'15.4398"W), Praia do Porto (Aguada)/Imbituba

coordenadas (28°13' 5.2818"S 48°39'59.3856"W), Praia da Ribanceira/Imbituba coordenadas

(28°11'22.64"S 48°39’45.85" W).

Page 22: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

21

Figura 4 - Localização das praias analisadas ao longo do litoral Sul de Santa Catarina

Fonte: Google Earth, 2012.

3.2 AMOSTRAGEM E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS

A definição das praias supracitadas deu-se pela verificação prévia de relativa

concentração das esférulas plásticas nos locais de estudo (figura 5). Foi estabelecida uma

malha amostral de 50 metros, perpendicular à linha da água, a partir da última maré mais alta

e a região inicial das dunas embrionárias. Por 100 metros, paralelos à linha da água (figura 6),

em cada praia, definida por GPS.

Em cada malha amostral foram coletadas 8 amostras de 1m2, com tubos de PVC,

em cada praia pesquisada (figura 7). Os locais das coletas foram escolhidos aleatoriamente

dentro do espaço de cem metros, segundo método de Wetzel (1995) adaptado de

IOC/FAO/UNEP (1989).

As esférulas plásticas coletadas superficialmente, com uso de “colher de

pedreiro”, foram despejadas em baldes com água do mar para que pudessem flutuar

(flotação). As esférulas flutuantes foram separadas dos demais sedimentos com peneira fina

(um milímetro), sendo depois embaladas em recipientes devidamente limpos, separadas por

Page 23: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

22

amostra para posterior contagem e classificação por cor e peso. Para análise da dimensão das

esférulas, foram utilizadas peneiras granulométricas e para análise do peso foi utilizada

balança de precisão.

Figura 5 - Esférulas em local de estudo

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Figura 6 - Malha amostral

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Page 24: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

23

Figura 7 - Amostras de 1m2

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Page 25: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

24

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos foram analisados de forma a facilitar a visualização dos

padrões existentes para cada área de estudo. Para tanto os dados estão dispostos em tabelas.

4.1 PRAIA DO GI

A praia do Gi foi a praia que apresentou a maior concentração de esférulas

plásticas na soma total de itens, com a média de 81,25 itens/m e 7,72 g no total geral de itens.

Uma vez que a praia localiza-se na parte central da area de estudo longe do porto

de Imbituba e dos molhes de Laguna, provalvelmente a alta concentração das esférulas

plásticas se deve as correntes de deriva litoranea.

Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 13 107 120

2 11 52 63

3 9 82 91

4 9 70 79

5 10 78 88

6 6 51 57

7 8 68 76

8 6 70 76

Total 72 578 650 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC,2012.

4.2 PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL

A praia de Itapirubá sul foi a praia com a segunda maior concentração de esférulas

plásticas na soma total de itens, com a média de 58,75 itens/m e 3,61 g no total geral de itens.

Page 26: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

25

Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 22 119 141

2 15 18 33

3 6 15 21

4 4 20 24

5 19 9 28

6 4 10 14

7 34 115 149

8 10 50 60

Total 114 356 470 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.

4.3 PRAIA DO PORTO (AGUADA)

A Praia do porto foi a praia com a terceira maior concentração de esférulas

plásticas na soma total de itens, com a média de 36,62 itens/m e 6,14 g no total geral de itens.

Apresentou maior quantidade de itens da cor branca, ou seja, as esférulas plásticas virgens, o

que pode estar relacionado com o porto de Imbituba.

Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 37 2 39

2 32 0 32

3 31 1 32

4 28 4 32

5 49 2 51

6 36 3 39

7 41 1 42

8 25 1 26

Total 279 14 293 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.

4.4 PRAIA DO MAR GROSSO

A praia do Mar Grosso foi a praia que apresentou a quarta maior concentração de

esférulas plásticas na soma total de itens, com média de 32,62 itens/m e 4,22 g no total geral

de itens, sendo a segunda a apresentar o maior número de esférulas plásticas brancas,

portanto, não apresenta porto em sua localidade, assim se pode deduzir que a presença das

esférulas plásticas se deve ao aporte marinho e continental.

Page 27: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

26

Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 33 3 36

2 29 0 29

3 76 3 79

4 65 5 70

5 10 2 12

6 2 10 12

7 5 5 10

8 9 4 13

Total 229 32 261 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.

4.5 PRAIA DO SOL

A Praia do Sol foi a praia com a quinta maior concentração de esférulas plásticas

na soma total de itens, com a média de 27,25 itens/m e 2,93 g no total geral de itens.

Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Sol

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 2 32 34

2 8 29 37

3 6 14 20

4 8 23 31

5 5 21 26

6 5 9 14

7 9 9 18

8 5 33 38

Total 48 170 218 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Laguna-SC, 2012.

4.6 PRAIA DA VILA

A Praia da Vila foi a praia com a sexta maior concentração de esférulas plásticas

na soma total de itens, com a média de 15,87 itens/m e 2,44 g no total geral de itens. A praia

da Vila, pela sua localização ao lado do porto, deveria ter apresentado uma concentração igual

ou maior do que a praia do Porto, o que não ocorreu. Isto se deve talvez à grande atividade

turística da praia, práticas esportivas e que, devido ao pisoteio, pode ter soterrado as esférulas

plásticas no sedimento, camuflando-as.

Page 28: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

27

Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Vila

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 9 0 9

2 8 2 10

3 10 8 18

4 8 6 14

5 11 10 21

6 10 15 25

7 9 8 17

8 6 7 13

Total 71 56 127 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.

4.7 PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE

A Praia de Itapirubá Norte foi a praia com a sétima maior concentração de

esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 10,37 itens/m e 1,76 g no total geral

de itens.

Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 9 3 12

2 10 4 14

3 5 6 11

4 2 1 3

5 8 6 14

6 2 1 3

7 7 0 7

8 15 4 19

Total 58 25 83 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.

4.8 PRAIA DA RIBANCEIRA

A Praia da Ribanceira foi a praia com a oitava maior concentração de esférulas

plásticas na soma total de itens, com a média de 8,12 itens/m e 2,43 g no total geral de itens.

Page 29: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

28

Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira

Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total

1 10 0 10

2 9 2 11

3 8 3 11

4 16 4 20

5 2 0 2

6 1 3 4

7 4 0 4

8 3 0 3

Total 53 12 65 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC, 2012.

A tabela 9, abaixo apresenta os resultados da abundância das esférulas plásticas nas Praias de

Imbituba e Laguna, considerando a massa total e a coloração das esférulas encontradas,

constatando-se que a Praia com a maior abundância em massa de esférulas plásticas foi a

Praia do Gi com 7.72g e aquela que apresentou menor abundância em massa foi a Praia de

Itapirubá do Norte com 1.76g.

Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e

massa total

Grosso Gi Sol Itap.

Norte

Itap.

Sul

Vila Porto Riba

Brancas 229 72 48 58 114 71 279 53

Coloridas 32 578 170 25 356 56 14 12

Total 261 650 218 83 470 127 293 65

Massa

total 4,22g 7,72g 2,93g 1,76g 3,61g 2,44g 6,14g 2,43g Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador em Imbituba-SC e Laguna-SC, 2012.

Como mostrado na tabela 9, no Porto foi o lugar com maior abundância de

esférulas brancas e a praia do Gi foi a que apresentou maior abundância de esférulas

coloridas.

Page 30: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

29

Gráfico 2 - Total de esférulas brancas por área estudada

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 3 - Total de esférulas coloridas por área estudada

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Como se pode observar a seguir, nas comparações de esférulas coloridas com as

brancas no gráfico 3, a única praia que teve índices de porcentagens parecidos para ambas foi

a Praia da Vila, sendo um numero um pouco maior para as brancas, com 56% e as coloridas

com 44%. Nas demais praias houve grandes variações, como, por exemplo a Praia do Porto

apresentando, em sua maioria, esférulas brancas, atingindo 95% e somente 5% coloridas.

Grosso Gi Sol Norte Sul Vila Porto Riba

229

72 48 58114

71 53

279

Esférulas Brancas

Porto; 14Grosso; 32

Gi; 578

Sol; 170Norte; 25

Sul; 356

Vila; 56Riba; 12

Coloridas

Page 31: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

30

Gráfico 4 - Comparação em porcentagem de esférulas brancas e coloridas

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Branca88%

Color.12%

Grossobranca

11%

color.89%

Gi

branca22%

color.78%

Sol

branca70%

color.30%

Norte

branca24%

color.76%

Sul

branca56%

color.44%

Vila

branca95%

color.5%

Porto

brancas

82%

coloridas

18%

Ribanceira

Page 32: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

31

Figura 8 - Esférulas plásticas

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Figura 9 - Esférulas plásticas em dunas primárias

Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Devido ao seu baixo impacto visual, as esférulas plásticas não devem ser

desprezadas uma vez que sua capacidade de contaminação por adsorção de produtos químicos

e os impactos que podem provocar sobre a fauna marinha já se encontra fundamentada em

diversas pesquisas. Estudos mais detalhados são necessários, visando análises químicas das

esférulas plásticas e pesquisas em região de dunas primárias onde o material tende a se

acumular significativamente.

Page 33: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

32

5 CONCLUSÃO

Conclui-se, como mostrado nos resultados, que em todas as praias pesquisadas foi

encontrada a presença das esférulas plásticas, principalmente na praia do Gi e praia de

Itapirubá Sul, que são praias com grandes atividades turísticas, onde há maior nivel de

adensamento humano.

Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de

esférulas plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS

– as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em função das atividades

portuária e industrial.

As esférulas plásticas na costa marinha estão relacionadas com problemas na

indústria, quanto ao manuseio e transporte. Assim, há necessidade de uma fiscalização e

possíveis mudanças imediatas nestas atividades.

É importante se destacar que as esférulas plásticas se enquadram na categoria

“plástica”, isto é, possuem um alto tempo de resistência no ambiente seja marinho ou

continental e que, juntamente com os fragmentos plásticos, permanecem por um longo tempo

no ambiente, causam danos à vida marinha e animais costeiros devido à ingestão dos mesmos.

Faz-se necessário incentivar estudos mais detalhados sobre a origem, dispersão no

meio marinho e monitoramento deste material no ambiente bem como seu efeito real sobre a

vida marinha e costeira.

Também é importante divulgar à comunidade, empresas e órgãos ambientais

responsáveis sobre a realidade da contaminação do meio ambiente e da fauna pelas esférulas

plásticas a fim de que se tomem medidas que busquem soluções para o problema.

Page 34: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

33

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Page 37: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

36

ANEXO

Page 38: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

36

ANEXO A – Coleta praias

Esferúlas Plásticas “ Plastic Pellets” nas Praias de Imbituba e Laguna - Santa Catarina

Orientador : Profº Adilson Tibúrcio

Co-Orientador : Profº Sergio Netto

TABELA - COLETAS PRAIAS

Praia Coordenadas Amostras

Praia do Mar

grosso / Laguna

1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Praia do Gi /

Laguna

1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Page 39: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

37

Praia do Sol /

Laguna

1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Praia de

Itapirubá Norte /

Imbituba

1. ( 09 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 08 ) Brancas ( 06 ) Coloridas

2. ( 10 ) Brancas ( 04 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 01 ) Coloridas

3. ( 05 ) Brancas ( 06 )Coloridas 7. ( 07 ) Brancas ( 00 ) Coloridas

4. ( 02 ) Brancas ( 01 )Coloridas 8. ( 15 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Praia de

Itapirubá Sul /

Imbituba

1. ( 05 ) Brancas ( 01 ) Coloridas 5. ( 00 ) Brancas ( 00 ) Coloridas

2. ( 15 ) Brancas ( 18 )Coloridas 6. ( 09 ) Brancas ( 19 ) Coloridas

3. ( 06 ) Brancas ( 15 )Coloridas 7. ( 04 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

4. ( 00 ) Brancas ( 00 )Coloridas 8. ( 00 ) Brancas ( 00 ) Coloridas

Praia da Vila /

Imbituba

1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Page 40: Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa catarina

38

Praia do Porto

(Aguada) /

Imbituba

1. ( 00 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 00 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 00 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Praia da

Ribanceira /

Imbituba

1. ( 33 ) Brancas ( 03 ) Coloridas 5. ( 10 ) Brancas ( 02 ) Coloridas

2. ( 29 ) Brancas ( 00 )Coloridas 6. ( 02 ) Brancas ( 10 ) Coloridas

3. ( 76 ) Brancas ( 03 )Coloridas 7. ( 05 ) Brancas ( 05 ) Coloridas

4. ( 65 ) Brancas ( 05 )Coloridas 8. ( 09 ) Brancas ( 04 ) Coloridas

Outras áreas

Molhes Da Barra

Laguna

Praia do Sonho