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LIBRAS

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  • Libras para Licenciatura em Espanhol Ana Regina e Souza Campello

    Ronice Muller de Quadros

    Florianpolis, 2011.

    8 Perodo

  • Governo Federal

    Presidente da Repblica: Dilma Vana RousseffMinistro da Educao: Fernando HaddadSecretrio de Educao a Distncia: Carlos Eduardo BielschowskyCoordenador da Universidade Aberta do Brasil: Celso Jos da Costa

    Universidade Federal de Santa Catarina

    Reitor: Alvaro Toubes PrataVice-reitor: Carlos Alberto Justo da Silva

    Secretrio de Educao a Distncia: Ccero BarbosaPr-reitora de Ensino de Graduao: Yara Maria Rauh MllerPr-reitora de Pesquisa e Extenso: Dbora Peres MenezesPr-reitora de Ps-Graduao: Maria Lcia de Barros CamargoPr-reitor de Desenvolvimento Humano e Social: Luiz Henrique

    Vieira da SilvaPr-reitor de Infra-Estrutura: Joo Batista FurtuosoPr-reitor de Assuntos Estudantis: Cludio Jos AmanteCentro de Cincias da Educao: Wilson Schmidt

    Curso de Licenciatura em Letras-Espanhol na Modalidade a Distncia

    Diretor Unidade de Ensino: Felcio Wessling MargottiChefe do Departamento: Adriana C. K. DellagneloCoordenadoras de Curso: Maria Jos Damiani Costa

    Vera Regina de A. VieiraCoordenadora de Tutoria: Raquel Carolina Souza Ferraz DElyCoordenao Pedaggica: LANTEC/CEDCoordenao de Ambiente Virtual: Hiperlab/CCE

    Projeto Grfico

    Coordenao: Luiz Salomo Ribas GomezEquipe: Gabriela Medved Vieira Pricila Cristina da SilvaAdaptao: Laura Martins Rodrigues

  • Comisso Editorial

    Adriana Kuerten DellagnelloMaria Jos Damiani CostaMeta Elisabeth ZipserLda Maria Braga TomitchVera Regina de Aquino Vieira

    Equipe de Desenvolvimento de Materiais

    Laboratrio de Novas Tecnologias - LANTEC/CED

    Coordenao Geral: Andrea LapaCoordenao Pedaggica: Roseli Zen Cerny

    Material Impresso e Hipermdia

    Coordenao: Cristiane Amaral, Talita vila Nunes, Thiago Rocha Oliveira, Diagramao: Joo Paulo Battisti de Abreu, Pedro Gomides Lopes, Thiago Rocha OliveiraIlustraes/Tratamento de imagem: Tarik AssisReviso gramatical: Daniela Piantola

    Design Instrucional

    Coordenao: Isabella BenficaDesigner Instrucional: Luiziane da Silva Rosa

    Copyright@2011, Universidade Federal de Santa CatarinaNenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prvia autorizao, por escrito, da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Ficha catalogrficaC193l Campello, Ana Regina e Souza

    Libras para licenciatura em Letras-Espanhol / Ana Regina e Souza Campello, Ronice Muller de Quadros. -- Florianpo-lis: LLE/CCE/UFSC, 2011.

    UFSC. Curso de Licenciatura em Letras-Espanhol, modalidade a distncia.

    1. Lngua Brasileira de Sinais. 2 Ensino de Matemtica. I Quadros, Ronice Muller de. II. Ttulo.

    CDU 800

    Catalogao da fonte: Jos Paulo Speck Pereira CRB 14/1270

  • Sumrio

    Tpico A ............................................................. 9

    1. Histria e caractersticas da Lngua de Sinais Brasileira ...........................................................................11

    1.1 Propriedades das lnguas e das lnguas de sinais ....................161.2 Mitos em relao s lnguas de sinais .........................................18

    Tpico B ........................................................... 23

    2. Introduzindo alguns conceitos ....................................252.1 Usando classificadores de diferentes tipos na lngua de

    sinais brasileira .....................................................................................26

    Tpico C ........................................................... 43

    3 A lngua de sinais e a lngua espanhola ........................453.1 O que Lengua de Seas do povo hispnico? ..........................453.2 Alguns apontamentos iniciais sobre Integrao

    de Surdos................................................................................................47

    Referncias ..................................................... 50

  • ApresentaoCaro estudante,

    A disciplina Espanhol em Lngua de Sinais Brasileira inaugurada pela

    primeira vez no Curso de Espanhol na modalidade Distncia - EAD. Esta

    disciplina tem uma carga horria de 30 horas mais 30 horas de atividades

    prticas, somando 60 horas. Nesse contexto, em cada tema, separamos tex-

    tos com roteiros de leituras e atividades prticas. Assim, vocs iro perceber

    que esta disciplina apresenta uma carga maior de atividades.

    A disciplina estar desconstruindo os mitos j estabelecidos na sociedade

    a respeito das lnguas de sinais. Organizamos este trabalho de forma a con-

    textualizar noes bsicas do ensino de Espanhol atravs da lngua de sinais

    e do espao de sinalizao. Assim, nosso objetivo geral situar o ensino de

    Espanhol atravs da lngua sinais e trazemos como objetivos especficos:

    Desconstruir os mitos estabelecidos socialmente com relao s ln-

    guas de sinais.

    Analisar as propriedades das lnguas humanas e sua relao com as ln-

    guas de sinais.

    Visualizar os conceitos da lngua espanhola atravs da lngua de sinais

    brasileira.

    Desenvolver o raciocnio lgico e visual atravs dos recursos visuais, fi-

    guras, pensamentos e citaes.

    Enfrentar situaes novas, compreenso, elaborao dos planos e reso-

    lues dos problemas.

    Conhecer as primeiras aplicaes bsicas da Lngua de Sinais Espanhola.

    Tornar a disciplina mais interessante e motivada.

    Para organizar o estudo, a disciplina de Espanhol em Lngua de Sinais Bra-

    sileira est pensada em trs tpicos e cada tpico tem a tradio de combi-

    nar figuras, vdeos e textos em espanhol ou portugus, traduzido em lngua

    de sinais brasileira ou espanhola. Tambm apresentado por meio de hi-

  • pertextos bsicos, links, vdeo, chat, atividades, sugestes de referncias e

    animaes. Assista ao DVD e vdeos no AVEA para uma compreenso geral

    da disciplina.

    O tpico A Lngua de Sinais Lngua apresenta a Histria da Lngua de

    Sinais Brasileira, propriedades das lnguas e das lnguas de sinais, mitos em

    relao lngua de sinais.

    Destaca tambm a importncia de os alunos resgatarem conceitos sobre

    lngua e sua importncia da lngua de sinais na escola inclusiva e o papel do

    professor de espanhol nesse contexto lingustico.

    J o Tpico B Aprendendo a se comunicar na lngua de sinais brasilei-

    ra ajudar a voc a identificar os sinais como cumprimentos, ambientes,

    tempo, famlia, descries das coisas e das pessoas, localizao no espao,

    lxico em geral, etc. Voc aprender a usar os vrios tipos de classificado-

    res, a compreender a configurao de Mos e Gramtica da lngua de sinais

    brasileira.

    Por ltimo, no tpico C A lngua de Sinais e a Lngua Espanhola preten-

    de inseri-lo, embora panoramicamente, no contexto da lngua de sinais em

    uma lngua estrangeira, neste caso o espanhol. Assim, voc conhecer os

    conceitos dos sinais nos contedos escolares para alunos surdos: diferen-

    a e aproximaes das lnguas de sinais: exemplos, tradues, links para

    habituar ou despertar as curiosidades da lngua de sinais espanhola e sua

    reflexo em torno de duas lnguas distintas.

    Esperamos que estas temticas ajudem voc a se preparar para a sala de

    aula.

    Desejamos a todos um bom estudo.

    Ana Regina e Souza CampelloRonice Muller de Quadros

  • Tpico ALngua de Sinais Lngua

  • Lngua de sinais lngua

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    Tpico A

    Histria e caractersticas da Lngua de Sinais Brasileira

    A Lngua de Sinais tem a sua cronologia histrica quando, em 1855, o ministro de Instruo Pblica, Drouyn de Louys, e o embaixador da Frana, Monsieur Saint George,juntamente com a corte do Rio de Ja-neiro, apresentaram o conde e professor surdo E. d. Huet, ex-diretor do Instituto de Bourges, ao ex-imperador Dom Pedro II, incentivando-o a criar um educandrio destinado ao ensino de surdos-mudos. que se-ria mais uma poltica pblica com uma tendncia mundial a criao de escolas de ensino e tambm de residenciais para deficientes.

    Os primeiros surdos, um menino de 10 e uma menina de 12 anos, foram destinados inicialmente ao Colgio Vassinon. fcil notar que no tempo imperial existia, no por acaso, um nmero significativo de pes-soas surdas no Rio de Janeiro. Eles existiam e foram acolhidos para serem educados na escola de surdos. Como coloca MOURA (2000 p.81-82):

    [...] se deu atravs de Lngua de Sinais, pode-se deduzir que ele utilizava

    os Sinais e a escrita, sendo considerado inclusive o introdutor de Lngua

    de Sinais Francesa no Brasil, onde ela acabou por mesclar-se com a Ln-

    gua de Sinais utilizada pelos Surdos em nosso pas. O currculo por ele

    apresentado, em 1856, colocava disciplinas como portugus, aritmtica,

    histria, geografia e inclua linguagem articulada e leitura sobre os l-

    bios para os que tivessem aptido para tanto

    Bacellar (1926, p. 83) afirma que a constituio da Ln-gua de Sinais Brasileira se deu em 1 de janeiro de 1856, com o programa de ensino aos alunos surdos, no Colgio Vassinon. O Marqus de Abrantes, incumbido de acompa-nhar o trabalho do professor Huet, escreveu carta a Dom Pedro II relatando os xitos dos resultados e o cumprimen-to dos deveres. Ele se empenhou na tarefa de formar uma comisso de pessoas importantes para promover a funda-o de um Instituto de Educao de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educao de Surdos.

    1

    O professor e diretor surdo E. d. Huet, que j usava a lngua

    de sinais.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

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    Portanto, pode-se afirmar que a base da lngua de sinais brasileira foi a Lngua de Sinais Francesa (LSF). A influncia da LSF no territrio brasileiro confirmada por meio das obras didticas para surdos, publi-cadas no Brasil.

    As obras didticas para surdos publicadas na Frana foram traduzidas da Lngua Francesa para a Lngua Por-tuguesa na gesto de Tobias Leite, dezenove anos depois. Nessa mesma gesto, a traduo dos livros didticos possi-bilitou o entendimento dos contedos aos surdos. Um dos exemplos: o dicionrio Iconographia dos signaes dos surdos-mudos, pelo surdo Flausino Jos da Gama, cujos desenhos foram copiados em 1875, alterando as palavras francesas para a lngua portuguesa.

    Eram os anos de ouro que duraram pouco para a comunidade surda, j que no Congresso de Milo, em 1880, com a presena de pro-fessores de surdos, chegou-se concluso de que todos os surdos deve-riam ser ensinados pelo Mtodo Oral Puro. Foi uma reviravolta para a comunidade surda, que passou a ser submetida modalidade oral. Mas foram criadas muitas associaes de surdos, que passaram a preservar a lngua de sinais: desde ento surgiram 180 Associaes de Surdos, Fede-raes Desportivas de Surdos, Confederao Brasileira dedesportos de Surdos e Federao Nacional de Educao e Integrao dos Surdos.

    O estudo sobre a Lngua de Sinais comeou na dcada de 1980, em Recife, e o primeiro Boletim sobre o assunto, o GELES, foi fundado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Inicialmente, a lngua de sinais utilizada pelos surdos das capitais do Brasil foi denominada pela sigla LSCB, ou seja, Lngua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros. Essa denominao deveu-se ao fato de j sabermos da existncia de ou-tra lngua de sinais no Brasil, a LSUK Lngua de Sinais dos ndios UrubusKaapor , descoberta por um linguista americano do Summer Institute e sobre a qual mais tarde a linguista Lucinda Brito realizou um estudo e registros em seus livros.

    No contexto poltico e lingustico, a Federao Nacional de Educao e Integrao dos Surdos (FENEIS) denominou a lngua de sinais como

  • Lngua de sinais lngua

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    Tpico A

    LIBRAS para defender e preservar a lngua de sinais brasileira. Alguns linguistas a denominam de LSB devido nomenclatura do padro inter-nacional da lngua de sinais que Lngua de Sinais Brasileira LSB.

    Para chamar a ateno a respeito da Lngua de Sinais, foi realizado o II Congresso Latino-americano de Bilinguismo, que foi um marco his-trico para a introduo da proposta de educao bilngue para os Sur-dos j estvamos defendendo essa proposta e mostrando que a Lngua de Sinais uma lngua de verdade!!

    E mais tarde, vrios linguistas comearam a publicar artigos e livros sobre Lngua de Sinais Brasileira, como Lucinda Brito, Eullia Fernandes,Ronice Quadros, Lodenir Karnopp, Tanya Fellipe, e muitos outros.

    Em 1996, na Cmara Tcnica, em Petrpolis, com o apoio da COR-DE, que organizou esse evento para dar subsdio ao Projeto de Lei da Senadora Benedita da Silva, juntamente com a FENEIS, propusesse a oficializao da LIBRAS em mbito nacional. Para reforar a credibili-dade e necessidade da divulgao do projeto de Lei, foi criada uma me-todologia para o ensino de LIBRAS pela FENEIS, com a primeira edio do material LIBRAS em contexto em contexto em parceria com MEC.

    Para obter os direitos de comunicao e de acessibilidade; os direi-toslingusticos e de respeito cultura surda; uso de instruo e difuso da Lngua de Sinais no mbito nacional, foi organizado o documento A educao que ns surdos queremos, elaborado pela comunidade surda a partir do Pr-Congresso ao V Congresso Latino-Americano de Educa-o Bilngue para Surdos, realizado em Porto Alegre (RS), entre os dias 20 e 24 de abril de 1999. Para difuso da Lngua de Sinais Brasileira, foi criado um Programa Nacional de Apoio Educao de Surdos / MEC com o objetivo de:

    Em educao, assegurar ao surdo o direito de receber os mesmos contedos que os ouvintes, mas atravs de comunicao visual. As formas conhecidas em comunicao visual importantes para o ensino do surdo so: lnguas de sinais, lngua portuguesa, e outras lnguas no que tange escrita, leitura e gramtica;

    Tanya Fellipe

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

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    Promover a capacitao dos professores de surdos no sentido de que os mesmos tenham linguagem acessvel em lnguas de sinais para atender aos educandos surdos;

    Garantir a formao e atualizao dos professores ouvintes de surdos de modo a assegurar qualidade educacional. Formar os professores de surdos, em cursos superiores e de extenso, no conhecimento da cultura, comunidade e lngua dos surdos;

    Apoiar tecnicamente as instituies de educao mdia e supe-rior na incluso de Libras como componente curricular dos cur-sos de formao de professores e de fonoaudiloga do sistema federal de ensino;

    Apoiar tcnica e financeiramente cursos de capacitao de pro-fessores (surdos e ouvintes) e instrutores surdos dos sistemas estaduais, municipais e do Distrito Federal, para o ensino de Li-bras em sala de aula;

    Apoiar tcnica e financeiramente cursos de capacitao de pro-fessores dos sistemas estaduais, municipais e do Distrito Federal, para o uso da Libras em sala de aula, como lngua de instruo;

    Apoiar tcnica e financeiramente cursos de capacitao de pro-fessores dos sistemas estaduais, municipais e do Distrito Fede-ral, para que se tornem bilnges (Libras/Lngua Portuguesa), para exercer a funo de tradutor e intrprete de Libras em sala de aula.

    Com o engajamento do reconhecimento da Lngua de Sinais da co-munidade Surda, foi criada uma Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 e seu Decreto 5.626/ 2005 que garante os direitos dos Surdos no seu status lingsticos, que oferece a acessibilidade em todos os nveis (estudo fun-damental at ps-graduao), como a abertura do primeiro Curso de Letras Libras atravs da educao distncia.

  • Lngua de sinais lngua

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    Tpico A

    Atividades para Reflexo

    Nos sites abaixo relacionados h maiores informaes sobre esse assunto,

    veja-os e depois comente com seus colegas a sua impresso relacionando

    com a histria de Lngua de Sinais no Brasil.

    www.ines.org.br

    www.editora-arara-azul.com.br/pdf/artigo15.pdf

    www.feneis.org.br

    www.cbds.org.br

    www.legendanacional.com.br

    www.institutosantateresinha.org.br

    www.assp.com.br

    Roteiro para a anlise

    1. Aps a leitura dos textos dos sites mencionados acima, possvel dizer que h discriminao contra a Lngua de Sinais? Justifique sua resposta.

    2. Quais as contribuies que a Lngua de Sinais Brasileira oferece na escola inclusiva ou escola para todos?

    3. Qual a Associao de Surdos mais prximo da sua residncia? Cite o nome e descrevacomo ela ?

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

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    1.1 Propriedades das lnguas e das lnguas de sinais

    Veja por que as lnguas de sinais apresentam as propriedades das lnguas humanas:

    Propriedades das lnguas humanas nas lnguas de sinais

    Flexibilidade e versatilidadeAs lnguas apresentam vrias possibilidades de uso em diferentes contextos.

    As lnguas de sinais so usadas para pensar, so usa-das para desempenhar diferentes funes. Voc pode argumentar em sinais, pode fazer poesia em sinais, pode simplesmente informar, pode persuadir, pode dar ordens, fazer perguntas em sinais.Veja os exemplos em lngua de sinais no Vdeo 1 disponibilizado no AVEA.

    ArbitrariedadeA palavra (signo lingstico) arbitrria porque sempre uma conveno reconhecida pelos falantes de uma lngua.

    As lnguas de sinais apresentam palavras em que no h relao direta entre a forma e o significado.Veja os exemplos em lngua de sinais no Vdeo 2 disponibilizado no AVEA.

    DescontinuidadeDiferenas mnimas entre as palavras e os seus signi-ficados so descontinuados por meio da distribuio que apresentam nos diferentes nveis lingsticos.

    Na lngua de sinais verificamos o carter descontnuo da diferena formal entre a forma e o significado. H vrios exemplos que ilustram isso, por exemplo, o sinal de MORENO e de SURDO so realizados na mes-ma locao, com a mesma configurao de mo, mas com uma pequena mudana no movimento, mesmo assim nunca so confundidos ao serem produzidos em um enunciado. Tais sinais apresentam uma distri-buio semntica que no permite a confuso entre os significados apresentados dentro de um determi-nado contexto.Veja exemplos em lngua de sinais no Vdeo 3 dispo-nibilizado no AVEA.

    Criatividade/produtividade Voc pode dizer o que quiser e de muitas formas uma determinada informa-o seguindo um conjunto finito de regras. A partir desse conjunto, voc pode produzir uma sentena infinita nas lnguas humanas.

    As lnguas de sinais so produtivas assim como quais-quer outras lnguas. Veja exemplos em lngua de sinais no Vdeo 4 dispo-nibilizado no AVEA.

  • Lngua de sinais lngua

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    Tpico A

    Dupla articulaoAs lnguas humanas apresentam duas articulaes: a primeira das unidades menores sem significado e a segunda, das unidades que combinadas formam unidades com significado.

    As lnguas de sinais tambm apresentam o nvel da forma e o nvel do significado. Por exemplo, as con-figuraes por si s no apresentam significado, mas ao serem combinadas formam sinais que significam alguma coisa.Veja o exemplo em lngua de sinais no Vdeo 5 dispo-nibilizado no AVEA.

    PadroAs lnguas tm um conjunto de regras compartilha-das por um grupo de pessoas.

    As lnguas de sinais so altamente restringidas por regras. Voc no pode produzir os sinais de qualquer jeito ao usar a lngua de sinais brasileira, por exemplo. Voc deve observar suas regras.Veja o exemplo em lngua de sinais no Vdeo 6 dispo-nibilizado no AVEA.

    Dependncia estruturalH uma relao estrutural entre os elementos da lngua, ou seja, eles no podem ser combinados de forma aleatria.

    Tambm observada uma dependncia estrutural entre os termos produzidos nas lnguas de sinais.Veja exemplos em lngua de sinais no Vdeo 7 disponi-bilizado no AVEA.

    Quadro 1. Propriedades da Lngua de Sinais

    Atividades para reflexo

    Acesse alguns dicionrios de LIBRAS disponveis on-line como: e Neles, alm de voc aprender todos os sinais e ver que a lngua de sinais ex-

    tremamente verstil, voc poder compreender as propriedades listadas

    anteriormente.

    Como atividade de reflexo, comente a sua impresso relacionando com as

    propriedades listadas.

    Os vdeos do primeiro site esto disponveis para compra pelo site , ou faa consulta nas bibliotecas do polo de EAD.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

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    1.2 Mitos em relao s lnguas de sinais

    Vrias pessoas acreditam em coisas que no necessariamente so verdadeiras. Observamos nos discursos das pessoas que no conhecem os surdos e as lnguas de sinais que h uma srie de crenas que no corres-pondem realidade. As pessoas pensam essas coisas sobre as lnguas de sinais, porque por muitos anos houve ideias a respeito disseminadas por questes filosficas, religiosas, polticas e econmicas. Talvez voc mesmo pense que essas coisas sejam verdadeiras. No se sinta culpado, pois isso fruto do desconhecimento. Apesar do impacto dessas concepes, as pesquisas avanaram muito e nos mostraram elas so equivocadas.

    Apresentaremos, portanto, evidncias para desmistificar tais ideias. Quadros e Karnopp (2004, p. 31-37) organizaram uma lista de mitos, que so apresentados a seguir:

    Mitos Desmistificao

    1 A lngua de sinais seria uma mistura de panto-mima e gesticulao concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos.

    Tal concepo est atrelada idia filosfica de que o mundo das idias abstrato e que o mundo dos gestos concreto. O equvoco desta concepo entender sinais como gestos. Na verdade, os sinais so palavras, apesar de no serem orais-auditivas. Os sinais so to arbitrrios quanto s palavras. A pro-duo gestual na lngua de sinais tambm acontece como observado nas lnguas faladas. A diferena que no caso dos sinais, os gestos tambm so visu-ais-espaciais tornando as fronteiras mais difceis de serem estabelecidas. Os sinais das lnguas de sinais podem expressar quaisquer idias abstratas. Pode-mos falar sobre as emoes, os sentimentos, os con-ceitos em lngua de sinais, assim como nas lnguas faladas.

    2 Haveria uma nica e universal lngua de sinais usada por todas as pessoas surdas.

    Esta idia est relacionada com o mito anterior. Se as lnguas de sinais so consideradas gestuais, en-to elas so universais. Isto uma falcia, pois as vrias lnguas de sinais que j foram estudadas so diferentes umas das outras. Assim como as lnguas faladas, temos lnguas de sinais que pertencem a troncos diferentes. Temos pelo menos dois troncos identificados, as lnguas de origem francesa e as ln-guas de origem inglesa. Provavelmente, nossa lngua de sinais pertence ao tronco das lnguas de sinais que se originaram na lngua de sinais francesa.

    Mito

    Narrativa de significao simblica, e que encerra

    uma verdade cuja memria se perdeu no tempo.

    (AURLIO, 1993).

  • Lngua de sinais lngua

    19

    Tpico A

    3 Haveria uma falha na organizao gramatical da lngua de sinais que seria derivada das lnguas de si-nais, sendo um pidgin sem estrutura prpria, subor-dinado e inferior s lnguas orais.

    Como as lnguas de sinais so consideradas gestu-ais, elas no poderiam apresentar a mesma comple-xidade das lnguas faladas. Isso tambm no ver-dadeiro, pois em primeiro lugar as lnguas de sinais so lnguas de fato. Em segundo lugar, as lnguas de sinais independem das lnguas faladas. Um exemplo que evidencia isso claramente que a lngua de si-nais portuguesa de origem inglesa e a lngua de sinais brasileira de origem francesa, mesmo sendo o portugus a lngua falada nos respectivos pases, ou seja, Portugal e Brasil. Como estas lnguas de si-nais pertencem a troncos diferentes, elas so muito diferentes uma da outra. claro que no podemos negar o fato de ambas as lnguas estarem em con-tato, principalmente entre os surdos letrados. O que se observa diante deste contato que, assim como observado entre lnguas faladas em contato, existem alguns emprstimos lingsticos. Para alm disso, as lnguas de sinais no tm relao com as lnguas fala-das do seu pas. Elas so autnomas e apresentam o mesmo estatuto lingstico identificado nas lnguas faladas, ou seja, dispem dos mesmos nveis ling-sticos de anlise e so to complexas quanto s ln-guas faladas.

    4 A lngua de sinais seria um sistema de comunica-o superficial, com contedo restrito, sendo estti-ca, expressiva e lingisticamente inferior ao sistema de comunicao oral.

    Como as lnguas de sinais so to complexas quanto s lnguas faladas, esta afirmao no procede. Ns j vimos que as lnguas de sinais podem ser utiliza-das para as inmeras funes identificadas na pro-duo das lnguas humanas. Voc pode usar a lngua de sinais para produzir um poema, uma estria, um conto, uma informao, um argumento. Voc pode persuadir, criticar, aconselhar, entre tantas outras possibilidades que se apresentam ao se dispor de uma lngua. Assim, a lngua de sinais no inferior a nenhuma outra lngua, mas sim, to lingisticamen-te reconhecida quanto qualquer outra lngua.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    20

    5 As lnguas de sinais derivariam da comunicao gestual espontnea dos ouvintes.

    A idia de que a lngua de sinais seja gestual tam-bm reaparece neste mito. As pessoas pensam que as lnguas de sinais so de fcil aquisio por esta-rem diretamente relacionadas com o sistema gestual utilizado por todas as pessoas que falam uma lngua. Como isso no verdade, as lnguas de sinais so to difceis de serem adquiridas quanto quaisquer ou-tras lnguas. Precisamos de anos de dedicao para aprendermos uma lngua de sinais, mas com base neste mito, as pessoas pensam que sabem a lngua de sinais por usarem alguns gestos e alguns sinais que aprendem nas aulas de lngua de sinais. A co-municao gestual usada exclusivamente extrema-mente limitada, pois torna invivel a comunicao re-lacionada com questes mais abstratas. Assim, voc vai precisar da lngua de sinais para poder comunicar estas idias. verdade que voc pode comunicar al-gumas coisas utilizando apenas gestos, assim como voc faz quando chega a um pas em que falada uma lngua desconhecida por voc. Mas, tambm verdade que voc estar limitado identificao di-reta entre o gesto e sua inteno, sem poder entrar em nveis de detalhamento necessrio para transcor-rer sobre um determinado assunto. Para transcorrer sobre um determinado assunto qualquer, voc vai precisar de uma lngua. No caso da comunicao com surdos, voc vai precisar da lngua de sinais.

    6 As lnguas de sinais, por serem organizadas es-pacialmente, estariam representadas no hemisfrio direito do crebro, uma vez que esse hemisfrio responsvel pelo processamento de informao es-pacial, enquanto que o esquerdo, pela linguagem.

    As pesquisas com surdos apresentando leses em um dos hemisfrios apresentam evidncias de que as lnguas de sinais so processadas lingisticamen-te no hemisfrio esquerdo da mesma forma que as lnguas faladas. Existe sim uma diferena que est relacionada com informaes espaciais, pois estas, alm de serem processadas no hemisfrio esquerdo com suas informaes lingsticas, so tambm pro-cessadas no hemisfrio direito quanto s suas infor-maes de ordem puramente espacial. Assim, parece haver um processamento at mais complexo do que o observado em pessoas que usam lnguas faladas. As investigaes concluem que a lngua de sinais um sistema, que faz parte da linguagem humana, processado no hemisfrio esquerdo e no hemisfrio direito.

    Quadro 2. Mitos em relao Lngua de Sinais. Fonte: Quadros; Karnopp (2004)

  • Lngua de sinais lngua

    21

    Tpico A

    Assim, Quadros e Karnopp (2004, p. 36-37) concluem esta anlise dos mitos observando que:

    tais concepes equivocadas em relao s lnguas de sinais compar-

    tilham traos comuns, assinalando um estatuto lingstico inferior em

    relao ao plano da superfcie. Todavia, as investigaes mostram que

    as lnguas de sinais, sob o ponto de vista lingstico, so completas,

    complexas e possuem uma abstrata estruturao em todos os nveis

    de anlise.

    Atividades para reflexo

    a. Identifique os mitos que aparecem nos dilogos a seguir, justificando a sua resposta:

    b. Agora, assista os vdeos disponibilizados no AVEA acompanhando os dilogos a seguir. Assista-os quantas vezes achar necessrio. Observe

    como se comunicam e reflita sobre o que esto dizendo.

    Dilogo 1.(Vdeo 8)

    1. Meus pais so surdos.

    2. mesmo?!!! Como voc aprendeu a sinalizar?

    1. Aprendi a lngua de sinais com eles e o portugus com vizinhos e outros parentes.

    2. Mas a lngua de sinais lngua? Como eles ensinaram as coisas para ti?

    Dilogo 2. ( Vdeo 9)

    2. Como voc se comunica com eles?

    1. Eu uso a lngua de sinais brasileira, eles me ensinaram todas as coi-sas por meio dessa lngua.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    22

    2. Lngua de sinais brasileira? No tudo igual no mundo inteiro?

    Dilogo 3. ( Vdeo 10)

    2. Eu pensei que era tudo gesto. Nunca imaginei que fosse uma ln-

    gua, mas lngua de verdade mesmo? Parece gesto.....

    1. No, lngua, assim como o portugus.

    Dilogo 4.(Vdeo 11)

    2. Ah, ento o portugus que vocs fazem como gesto.

    1. No, no tem nada haver com a lngua portuguesa.

    2. Eu pensei, ento, que esses gestos vocs colocavam na estrutura da lngua portuguesa.

    Dilogo 5. ( Vdeo 12)

    2. Eu fico pensando, como os teus pais te ensinaram coisas abstra-

    tas, como explicar o que certo e errado, falar sobre sentimentos,

    idias...

    1. Do mesmo jeito que os pais fazem quando ensinam as crianas, explicando, s que na lngua de sinais.

  • Tpico BAprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    Neste captulo, apresentamos os primeiros passos para voc se comunicar na lngua de sinais. Voc vai aprender a

    diferenciar, identificar, comparar, conhecer, discutir e situar alguns concei-tos de sinais. Voc tambm ir aprender

    os contextos da classificao dos diferentes tipos de classificadores

    existentes na lngua de sinais brasileira.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    25

    Tpico B

    Introduzindo alguns conceitos

    Na aula presencial, nos vdeos disponibilizados no AVEA ou no DVD do Curso de Lngua de Sinais Brasileira para Ouvintes vol. 1 Bsico, disponvel para compra pelo site voc vai aprender alguns conceitos que vo auxiliar no seu entendimento da lngua de sinais brasileira.

    Nome dos alunos

    Tem o objetivo de identificar os nomes dos colegas atravs dos si-nais e da localizao espacial.

    Conhecendo algum

    Tem o objetivo de identificar os nomes dos colegas, quem quem na sala de aula.

    Igual, diferente e parecido

    Tem o objetivo de comparar pessoas, coisas e formas.

    Conhecendo algum melhor

    Tem o objetivo de conhecer os nmeros cardinais.

    Passeando no shopping

    Tem o objetivo de conhecer os nmeros ordinais.

    Fazendo as contas

    Tem o objetivo de discernir os nmeros de quantidade, dos nme-ros cardinais e ordinais.

    Descrever as pessoas de acordo com sua aparncia e localizao no espao

    Tem o objetivo de descrever as pessoas de acordo com sua aparn-cia e localizao no espao.

    2

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    26

    Lnguas, diferenas e similaridades

    Tem o objetivo de discutir sobre o estatuto lingstico da lngua de sinais brasileira. Explorar o espao da sinalizao.

    Descrevendo coisas

    Tem o objetivo de usar classificadores e os sinais das cores para realizar descries.

    Ambientes. Que lugar este?

    Tem o objetivo de conhecer os sinais para diferentes ambientes.

    Tempo

    Tem o objetivo de situar a conversao no tempo.

    Famlia

    Tem o objetivo de situar os membros de diferentes famlias.

    2.1 Usando classificadores de diferentes tipos na lngua de sinais brasileira

    Nas lnguas orais, como nas tribos da frica, da Austrlia, e algu-mas ilhas da Oceania e do Brasil, as classificaes ou descries imag-ticas podem se manifestar de vrias formas. No Brasil, a indexao das classificaes nas palavras (ou lxicos) pode ser:

    uma desinncia, como em portugus, que classifica os subs-tantivos e os adjetivos em masculino e feminino: menina - menino;

    e ainda pode ser uma desinncia (plural e tempo) que se colo-ca no verbo para estabelecer concordncia.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    27

    Tpico B

    Ao se atribuir uma qualidade ou quantidade a uma determinada coisa como, por exemplo, arredondada, quadrado, cheio de bolas, de listras, etc, representa um tipo de classificao porque uma descrio imagtica (atravs de adjetivo ou substantivo). Porm, isso no quer di-zer que seja, necessariamente, um classificador ou descrio imagtica como se vem trabalhando este conceito nos estudos lingsticos.

    Na LIBRAS, os classificadores ou descries imagticas so utili-zados atravs de configuraes de mos, expresses faciais e corporais que, relacionadas coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordncia ou para mostrar as imagens.

    As classificaes possuem estas categorias abaixo relacionadas:

    2.1.1 Classificadores descritivos

    As descries visuais podem ser captadas de acordo com as ima-gens dos objetos animados ou inanimados. Observam-se aspectos tais como: som, tamanho, textura, paladar, tato, cheiro, olhar, sentimentos ou formas visuais, bem como a localizao e a ao incorporada ao clas-sificador. Essa classificao pode ter at trs dimenses:

    a. dimensional - dar dimenses determinadas e adequadas de acordo com o que est sendo visualizado;

    b. bidimensional dar o dobro das dimenses determinadas ade-quando-as ao que est sendo visualizado;

    c. tridimensional dar as trs dimenses do que est sendo visua-lizado dando a sensao de penetrao do relevo visual.

    Na descrio visual para referir a forma, tamanho, textura, paladar, cheiro, sentimentos, olhar, ou desenhos de forma assimtrica ou sim-trica utilizado, dependendo da situao, uma mo ou duas. Acompa-nhe a seguir as imagens e suas descries nos vdeos disponibilizados no ambiente virtual.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    28

    A forma, a textura e o tamanho da mochila

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 13.

    A forma e o paladar do abacaxi Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 14.

    A forma, a fora do jacar Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 15.

    Sentimentos de uma pessoa surda conhecendo outra pessoa ouvinte

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 16.

    Olhar de um homem ciumento e bravo

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 17.

    Quadro 3. Classificadores descritivos

    H tambm o classificador descritivo locativo que envolve uma ao que determina o objeto em relao ao outro objeto, seja animado ou inanimado. So usados com uma ou duas configu-raes de mos.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    29

    Tpico B

    Surfando Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 18.

    Carro batendo no poste Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 19.

    Moto voando na pista Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 20.

    rvore sendo cortada Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 21.

    Quadro 4: Exemplo de classificador descritivo locativo

    Outro classificador descritivo envolve uma ao ou posio de vrias partes do corpo humano, objetos animados e inanimados.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    30

    Boca de jacar Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 22.

    Lgrima saindo dos olhos Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 23.

    Mentir faz nariz crescer Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 24.

    Lngua saboreando comida gostosa

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 25.

    Quadro 5: exemplo de classificador descritivo de ao e posio

    2.1.2 Classificadores especificadores

    A sua funo descrever visualmente a forma, o tamanho, a textura, o paladar, o cheiro, os sentimentos, o olhar, os sons do material, do corpo da pessoa e dos animais.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    31

    Tpico B

    Som do relgio do desperta-dor

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 26.

    Forma humana Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 27.

    Celular tocando no quadril Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 28.

    Forma animal (quatro patas) Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 29.

    Quadro 6: Classificadores especificadores

    H tambm os classificadores que especificam elementos gasosos.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    32

    Fumaa do cigarro Veja este exemplo em ln-gua de sinais no vdeo 30.

    Fumaa da exploso da bomba atmica

    Veja este exemplo em ln-gua de sinais no vdeo 31.

    Fumaa do churrasco Veja este exemplo em ln-gua de sinais no vdeo 32.

    Fumaa do fogo a lenha Veja este exemplo em ln-gua de sinais no vdeo 33.

    Quadro 7: Exemplo de classificador especificador: elementos gasosos.

    Outro especificador a descrio dos smbolos e nomes das logomarcas.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    33

    Tpico B

    Mcdonalds Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 34.

    Volkswagen Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 35.

    Paris Veja este exemplo em lngua de sinais no DVD. Vdeo 36.

    Quadro 8: Exemplo de classificador especificador: Marcas e logomarcas.

    Tambm h o classificador especificador que descreve os nmeros relacionados ao objeto animado e inanimado.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    34

    Nmero da camisa de futebol Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 37.

    Nmero da residncia Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 38.

    Nmero de telefone Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 39.

    Quadro 9: Exemplo de classificador especificador: nmero relacionado ao objeto

    2.1.3 Classificadores de plural

    A configurao de mo substitui o objeto em si sendo repetido vrias vezes.

    Configurao de me em b em movimento para o lado direito

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 40.

    Indicando vrios livros na estante na posio vertical

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 41.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    35

    Tpico B

    Em movimento para cima indi-cando vrios livros empilhados

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 42.

    Indicando vrios carros estaciona-dos um ao lado do outro

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 43.

    Carros no ptio da fbrica Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 44.

    Muitas rvores (floresta) Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 45.

    Quadro 10: Classificadores de plural

    Exemplos com a incorporao do objeto repetido vrias vezes: um conjunto de potes lado a lado, quadros espalhados na parede.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    36

    Um conjunto de potes lado a lado

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 47.

    Quadros espalhados na pare-de (organizados)

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 48.

    Quadros espalhados na pare-de (desorganizados)

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 49.

    Cadeiras na roda para brinca-deira

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 50.

    Cadeiras enfileiradas em auditrio

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 51.

    Quadro 10: Exemplo de classificadores de plural: conjunto

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    37

    Tpico B

    2.1.4 Classificadores instrumentais

    a incorporao do instrumento descrevendo a ao gerada por ele.

    Usar a furadeira Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 52.

    Usar o revlver Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 53.

    Pintar com o pincel a pare-de

    Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 54.

    Pintar com o lpis no papel Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 55.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    38

    Escrever no papel Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 56.

    Escrever na areia Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 57.

    Escrever no teclado Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 58.

    Escovar cabelo Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 59.

    Escovar dentes Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 60.

    Quadro 11: Classificadores instrumentais

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    39

    Tpico B

    2.1.5 Classificadores de corpo

    o classificador que descreve como uma ao acontece na reali-dade por meio da expresso corporal de seres animados.

    Relao facial do gato Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 61.

    O andar do cachorro Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 62.

    O andar do elefante Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 63.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    40

    O cabelo grande com faixa Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 64.

    O cabelo Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 65.

    Leo bravo Veja este exemplo em lngua de sinais no vdeo 66.

    Quadro 12: Classificadores de corpo

    2.1.6 Quadro de Configurao das Mos

    Observe agora como composta a configurao das mos em LIBRAS.

  • Aprendendo a se comunicar na Lngua de Sinais

    41

    Tpico B

    Configurao de Mos

    01 02 03 04 05 06 07

    08 09 10 11 12 13 14

    15 16 17 18 19 20 21

    27 2822 23 24 25 26

    29 30 31 32 33 34 35

    36 37 38 39 40 41 42

    43 44 45 46 47 48 49

    50 51 52 53 54 55 56

    57 58 59 60 61

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    42

    Atividades para reflexo

    1. Observe o ambiente ao seu redor. Independente onde voc esteja, esco-lha dois objetos e tente classific-los para cada categoria em LIBRAS: a)

    Descrio da superfcie e b) descrio do corpo associado ao olhar. Para

    isso utilize o quadro de configurao de mos.

    2. Faa um levantamento das configuraes de mos que so utilizadas como classificadores do corpo. Para isso, veja novamente o quadro de

    configurao de mos apresentado anteriormente neste material.

  • Tpico CA Lngua de Sinais e a Lngua Espanhola

  • A Lngua de Sinais e a Lngua Espanhola

    45

    Tpico c

    A lngua de sinais e a lngua espanhola

    Voc vai ver agora a lngua de sinais e a lngua espanhola a partir do vis histrico enfocado, posteriormente, no seu contexto em sala de aula

    3.1 O que Lengua de Seas do povo hispnico?

    A LS, comumente chamada de Lengua de Seas ou de Signos, a lngua de sinais utilizada pela comunidade Surda residente ou nascida nos pases hispnicos, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolvia, e ou-tros pases da Europa. Quer dizer tambm que a comunidade Surda usa esta lngua como lngua natural para se comunicar com os seus pares no dia a dia.

    Historicamente, na Espanha,o monge beneditino Pedro Ponce de Leonfoi instrudo para educar as crianas surdas de famlias nobres es-panholas e fez muito sucesso pelos seus mtodos de ensino.

    Inspirado pelo sucesso de Ponde de Leon, outro monge espanhol chamado de Juan Pablo de Bonet, passou a usar esses e seus prprios mtodos para ensinar os surdos tambm. Ele usou os mtodos ante-riores de leitura, escrita e ler os lbios, assim como seu prprio alfabeto manual para educar os surdos.Este foi o primeiro alfabeto conhecido no sistema manual da histria da lngua de sinais.A Configurao de Mos (unidade mnima fonmica) neste alfabeto representadas os sons da fala diferente.

    Como a educao de surdos no existia at 1750, o abade francs Charles Michel de LEppe,criou em Paris a primeira instituio de Sur-dos-Mudos e foi uma das pessoas mais importantes na lngua de sinais.

    Uma histria comum, recontada atravs de lngua sinais, diz que o abade LEpee conheceu duas irms surdas-mudas por acaso, ao visitar uma das regies pobres de Paris.A me das Surdas-Mudas queria que

    Juan Pablo de Bonet

    3

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    46

    ele educasse suas filhas conforme a sua religio.Depois de descobrir sua surdez, ele se inspirou para educ-las, assim como recolheu os Surdos-Mudos mendicantes nas redondezas de Paris. Logo depois, dedicou sua vida totalmente na educao de surdos.

    Assim, o abade Charles Michel de LEpee estabeleceu a primei-ra escola pblica gratuita para crianas surdas em 1771.Era chamado deInstitut National des-Jeune Sourds Muets (Instituto Nacional de Sur-dos-mudos).O instituo recebia crianas vindas de todo o pas a maioria eram crianas que tinham sido excludas de casa. Nessa escola, as crian-as aprendiam com o abade LEpee a usar sinais diferentes.Ele usou os sinais que ele aprendeu dos surdos nativos e passou a ensinar aos seus alunos franceses.

    As pessoas Surdas que aprenderam dentro das instituies, torna-ram-se professores e viajaram para pases afora, mesclaram a lngua de sinais espanhola em terras hispnicas, de acordo com a cultura e dos usos de comunicao das pessoas nativas. A lngua de sinais, assim como no espanhol oral, tem suas variantes de um pas para outro. Cada pas tem sua variante, e at mesmo os grandes pases tem lngua prpria, assim com a lngua de sinais colombiana e a lngua de sinais mexicana. Portanto, existem variaes lingusticas entre nas terras hispnicas.

    3.2 Alguns apontamentos iniciais sobre Integrao de Surdos

    Voc j deve ter percebido que o desafio como integrar o aluno surdo na sala de aula de lngua estrangeira, em nosso caso, o espanhol. Essa reflexo no est longe de acabar e tampouco h respostas defini-tivas. O fato que devemos construir juntos uma escola integradora, inter e multicutural, que respeite a diversidade na sala de aula. A lngua estrangeira tem muito a contribuir para esse fim, basta pensar em pro-postas inovadoras e de integrao de pessoas surdas sem fechar o foco para prescries j pr-estabelecidas no ensino. Conforme Medeiros e Ferreira (S/d, online) ainda precisamos de muita reflexo terica e for-

  • A Lngua de Sinais e a Lngua Espanhola

    47

    Tpico c

    mao prtica dos educadores voltados para a educao inclusiva.

    Para maiores informaes, consulte algumas referncias sugeridas no AVEA sobre proposta de integrao de jovens surdos na escola. De antemo, damos algumas sugestes:

    Ingls para alunos surdos: quem ser de fato o includo o pro-fessor ou o aluno?

    Integrao Escolar do Aluno Surdo

    Metodologias especficas ao Ensino de Surdos

    Aprendizagem de Lngua Estrangeira: um direito do aluno surdo

    O surdo na escola inclusiva aprendendo uma lngua estrangei-ra (ingls): um desafio para professores e alunos

    Atividades para reflexo

    a. Observe no site que se dedica especificamente a lngua de sinais argentina, e no site que se dedica especificamente a lngua

    de sinais espanhola, tentando perceber as proximidades e as pos-

    sveis variaes lingusticas da lngua de sinais do povo hispnico.

    Socialize com seus colegas do polo as aproximaes e distancia-

    mentos encontrados.

    b. Navegue por esses sites e outros mais sugeridos em nossa Web Re-

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    48

    ferncia e veja a riqueza de materiais e recursos utilizados. Explore

    esses materiais e depois responda:

    Para qual pblico esto direcionados esses sites?

    Que tipo de informao est presente neles?

    O que lhe chamou mais a ateno e por qu?

    Pode-se estabelecer alguma relao com o que voc aprendeu

    no Tpico 2? O qut? Justifique a sua resposta.

    Voc acha que se comunicar em lngua de sinais traduzir do

    portugus para a lngua de sinais? E se essa correspondncia se

    der em outra lngua estrangeira? O que voc pensa sobre tradu-

    o e interpretao de lngua de sinais?

    c. Alm de revisar o que voc j aprendeu e refletir sobre a introdu-o lngua de sinais hispnica que tentamos passar, reflita agora

    sobre a importncia do seu ensino para alunos surdos brasileiros.

    O que ensinar? Como ensinar? Quais os objetivos pedaggicos? O

    que fazer? Voc j pensou nisso? Aproveite para visitar as discipli-

    nas de prtica de ensino e lngua espanhola para enriquecer a sua

    argumentao. Visite tambm os sites do item 3.2 e faa uma lei-

    tura cuidadosa e crtica. Com certeza essas leituras ajudaro voc a

    argumentar sobre esse item.

    Visite os jogos sugeridos nos sites de nossa WEB Referencia e no AVEA. Com certeza eles ajudaro a memorizar e aprender algo mais sobre a lngua de sinais.

  • A Lngua de Sinais e a Lngua Espanhola

    49

    Tpico c

    RefernciasALLAN, K. Classifiers. Language, 53: 285-311, 1977

    AIKHENVALD, Alexandra. 2000. Classifiers: A typology of noun categoriza-tion devices. New York: Oxford University Press.

    BELLUGI, U. & KLIMA, E. vanHOEK; LILLO-MARTIN, D.; OGRADY, L. The ac-quisition of syntax and space in young deaf signers. In Language Develo-pment in Exceptional Circumstances. Churchill Livingston. 1988. p.132-149.

    BAKER, C. & COKELY, D. American Sign Language: a teachers resource text on grammar and culture. [s.l.,s.n.] 1980.

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    BERENZ, N. & FERREIRA BRITO, L. Pronouns in BCSL and ASL. In Papers from The Fourth International Symposium on Sign Language Research. La-pperanta, Finlndia. 1987. p. 26-36.

    CAMPELLO, Ana Regina. Constituio da Lngua de Sinais Brasileira. Em prelo para dissertao de Mestrado. Florianpolis: UFSC, 2007.

    CENTURIN, Marlia. Porta Aberta: Matemtica. Ed. Nova, FTD: So Paulo, 2005

    FERREIRA-BRITO, L. Por uma gramtica das lnguas de sinais. Tempo Bra-sileiro. UFRJ. Rio de Janeiro: INES, 1995. http://www.ines.org.br/ines_li-vros/SUMARIO.HTM

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    PIMENTA, Nelson. Aprendendo LSB. Complementao. Livro do aluno. Rio de Janeiro: LSBVideo, 2004

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    SANDLER, W.; LILLO-MARTIN, D. Sign language and linguistic universals. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

  • Libras para Licenciatura em Espanhol

    50

    Webreferencia

    a. Aprende lengua de Seas Espaola - http://aprendelengua-designos.com/saludos-y-preguntas-en-lengua-de-signos-es-paola-los-sentidos-en-lse/

    b. Sematos.Eu - http://www.sematos.eu/lse.html

    c. Sordopolis - http://www.teatrodesordos.org.mx/sordopolis.php

    d. Hablar con las manos - http://www.hablarconlasmanos.net/

    e. Sitio de sordos - http://www.sitiodesordos.com.ar/alfabeto1.htm

    f. Biblioteca de Signos - http://bib.cervantesvirtual.com/sec-cion/signos/index.jsp

    g. Adis a la sordera - http://www.adiosalasordera.com/sin-gLang/lenguaje.htm

    h. Hablar con las manos Traductor http://manosquehablan.com.ar/traductor/

    i. ARASAAC - http://www.catedu.es/arasaac/herramientas.php

  • A Lngua de Sinais e a Lngua Espanhola

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    Tpico c