Espaço Mariano ano 2 - n.02

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O "Espaço Mariano" é um subsídio, o material didático que serve de apoio para a Associação Nossa Senhora das Dores.

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APRESENTAÇÃO

Temos a alegria de apresentar no segundo subsídio de Espaço Mariano de 2011, o significativo tema sobre Maria na experiência pascal. Assim canta o poeta Frei David M. Turoldo, da Ordem dos Servos de Maria: “Só tu, ó Mãe, crês que vivo, Ele está? Silêncio é norma p’ra quem acredita: este é o evento real e concreto, que só uma vida haverá de provar”! Por sua vez, irmã Monica, smr, nos propõe este conteúdo formativo que conduz a descobrir a Mãe de Jesus, o ressuscitado por Deus (cf. At 2,32), como participante ativa na primeira comunidade cristã.

A segunda parte deste subsídio, nada melhor que o

aprofundamento de Jesus Cristo, fundamento da espiritualidade cristã e do nosso discipulado como Servas de Maria Reparadoras. Irmã Valdete Guimarães, smr, apresenta-nos a centralidade do seguimento de Jesus no cristianismo que consiste em assumir a sua proposta e seguir suas pegadas; que seguimento, discipulado e missão estão estreitamente unidos. Portanto, o discípulo e a discípula de Jesus, a exemplo de Maria, primeira discípula do seu Filho, tomam parte de sua missão.

E concluí-se com a alegria de acolher, de contemplar o jeito

peculiar de como Elisa Andreoli aprendeu e vivenciou a integração entre fé e vida; sua confiança inabalável em Deus através da experiência do seu Amor desde o início de sua vida. Temos também a satisfação de acolher o testemunho de algumas pessoas que pertencem à Associação Nossa Senhora das Dores e, portanto, empenham-se em viver nossa espiritualidade, dispondo-se a partilhar as próprias ressonâncias sobre a leitura da Biografia de Elisa, para a edificação comum. A comunicação favorece a circulação do amor entre as pessoas e faz parte da herança espiritual que madre Elisa nos deixou para que o empenho de integração entre fé e vida se torne sempre mais realidade em nós e na sociedade atual.

A redação

I. MARIA, QUEM ELA É

Maria na experiência pascal

A proposta desse artigo formativo fundamenta-se nos textos bíblicos do Definitivo Testamento e de uma breve reflexão da teóloga Elizabeth Johnson. Pensar na mãe de Jesus de Nazaré, o Cristo, professado segundo a “fala de Pedro”, como “aquele que foi ressuscitado” (At 2,32), qual membro ativo, participativo na primeira comunidade judeu cristã, composta de homens e mulheres que fazem a experiência pascal.

Nesta comunidade de vida, como disse Pedro: “porque não era possível que a morte o retivesse” (cf. At 2,34b), descobriremos, através da experiência, que a páscoa:

• tem uma circularidade • é reinterpretação • é criatividade da vida.

Portanto, não é apenas Maria, a mulher da Páscoa ou aquela aclamada na liturgia no tempo pascal como Rainha do céu, mas entraremos numa dinâmica própria do cristianismo: ela faz esta experiência com homens e mulheres, a comunidade primeira. Uma circularidade

A expressão páscoa é carregada de significado, tem uma circularidade, um movimento interno e por isso, coligada com a existência humana. Ou seja, outros povos, além dos judeus, possuíam a certeza de uma divindade que gerava a vida continuamente (cf. Gn 1-2). O relato da criação, não é “propriedade” dos judeus. Estes incorporaram de outras civilizações a beleza da narração da criação realizada por Deus e os seres humanos serão os “cuidadores” com Ele. Os judeus adotaram essa experiência e contaram às gerações, chegando até Jesus e os discípulos.

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Por sua vez, também os símbolos são utilizados para expressar essa circularidade, por exemplo, paraíso, árvore, fruta, deserto, maná, montanha, água, vento, nuvem, fogo, animais carneiro, bezerro, cobra.

Maria, uma judia pré-pascal, absorve essa circularidade e a repassa para seu filho. Ambos, como tantos outros de sua raça, experimentam a vida amorosamente cuidada por Javé.

É nesta dinâmica do cuidado que ela é entendida como mulher dentro da experiência pascal. Maria acredita e medita nesta certeza, educa seu filho do mesmo jeito amoroso e divino. Reinterpretação

Assim disse Paulo, apóstolo, aos gregos: como afirmam os poetas de vocês, somos de sua raça (cf. At 17,28), reinterpretando para anunciar a Boa Nova, que é Jesus o Cristo.

De agora em diante refletiremos a Páscoa: => como PASSAGEM. Percebemos nos relatos da experiência

do povo de Deus escravo nas terras do Egito. A saída, como também a travessia pelo deserto.

=> como MUDANÇA . De povo para Nação, do sedentarismo para a organização, de um rei que dominava/governava, para os juízes que coordenavam.

=> como TEIMOSIA. A certeza de ser povo eleito, nação santa; certeza presente na vida de cada membro e na vida da comunidade; a proposta para outros povos acolherem ser povo de Deus.

Os apóstolos, conscientes da passagem/mudança experimentada na prática do seguimento, “teimosamente”. Voltaram para o lugar onde se reuniram. Todos, unânimes, eram assíduos na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus e com os irmãos de Jesus (At 1,14).

Como Paulo, os discípulos e discípulas diante da tradição e com tudo o que ela lhes dava, começaram a reinterpretar a vida a partir da proposta de Jesus de Nazaré. É Ele quem ilumina.

A comunidade equaciona da seguinte maneira: tradição judaica e toda a vida coerente de Jesus = RESSURREIÇÃO, prática libertadora.

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Várias vezes, Pedro dirá: “Somos testemunhas” (At 2,32; 3,15), porque a convivência com Ele deu condições para entender o passado, rever o presente e manter o seguimento na “aparente ausência”. As ações dos discípulos são as falas e os gestos de Jesus (cf. At 4,10).

Não é possível ver a mãe Maria nesse universo de movimento interpretativo cuja centralidade é “Atos dos Apóstolos”, que explicita somente “eles” e não “elas”. Enquanto que na comunidade primitiva Maria estava presente. Neste espaço a VIDA acontece, é lugar de experiência segundo o profeta Joel: “acontecera nos últimos dias, diz Deus, derramarei meu Espírito sobre toda carne, vossos filhos e filhas serão profetas...” (Jl 3,1-5 em At 2,17). Vê-la junto com as outras mulheres, grupo representante dos marginalizados da escala social e além das mulheres, os escravos, as crianças, fazem profecia, anunciam. E no dizer de Elizabeth A. Johnson: em Pentecostes e, historicamente, também no texto dos Atos, Maria vive entre as mulheres fundadoras da Igreja juntamente com os homens. Ela é a mãe de Jesus que lhe deu à luz em circunstâncias aflitivas, o ensinou, alimentou e, com um amor muito grande, o deixou seguir seu destino. Maria, com as outras mulheres são discípulas de Jesus. Foram as mulheres que apoiaram seu ministério, testemunharam sua morte e seu sepultamento e tiveram a responsabilidade importante de ser testemunhas principais de sua ressurreição (cf. Nossa verdadeira irmã. Teologia de Maria na comunhão dos santos, p. 362). É criatividade da vida

Basta olhar para algumas expressões artísticas que tentam transmitir o vivido pelos cristãos naquele momento intenso da vida, paixão e morte de Jesus de Nazaré para percebermos como surgem imagens aproximativas da ânsia mais profunda do ser humano: não morrer.

A frase da primeira apóstola aos apóstolos Pedro e João (palavra que significa testemunha confiável), Maria Madalena, da cidade de Magdala: “Eu vi o Senhor, e eis o que ele disse...” (Jo 20,18), foi retratada de várias maneiras, como também os encontros do Ressuscitado com os apóstolos e milhares de pessoas.

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Com Maria de Nazaré, não foi diferente. A tradição apostólica, os escritos apócrifos iluminam, como fez no passado, as poesias, os hinos litúrgicos, a arte teatral e a cinematográfica. Movimentos religiosos, Congregações, Ordens, pequenos grupos, dedicam-se à Mãe do Ressuscitado, à Virgem da Páscoa, com orações específicas: coroa das alegrias, mistérios da ressurreição, celebrações do Encontro com o Ressuscitado.

A cada cristão e cristã cabe manter, na atualidade, a profecia de Joel, os discursos de Pedro, o anúncio criativo dos cristãos da “diáspora” = dispersão, e manter-se atentos/as através do conhecimento e aprofundamento.

No período medieval e pós-medieval do anúncio cristão da páscoa, na sua riqueza de significado, Maria, a mãe daquele que foi ressuscitado, foi esquecida. A Maria da experiência pascal quase não é mencionada.

Além disso, segue uma última consideração sobre essa mulher: Sua vida foi um processo de fé; da sua casa de Nazaré até o quarto superior, o Cenáculo; da juventude ao casamento e à viuvez, experimentou situações econômicas e políticas opressoras, como afirma Johnson E. A:

...do nascimento de seu primogênito a sua morte horrenda, a quando ouviu proclamado Senhor, Messias e Salvador, ela seguiu o caminho de sua vida guardando a fé em seu Deus indulgente, o Santo de Israel que agiu para cumprir a antiga promessa feita a seu povo. Toda a criação move-se em direção a uma transformação vivificante. A morte não tem a última palavra. Cheia de energia incontida, ela, como todas as outras mulheres (e os homens), recebem o poder de testemunhar com coragem e deixar um legado ainda capaz de inflamar corações com esperança no Deus vivo... (cf. Obra já cidata, p. 363-364). Resta-nos lembrar o imperativo da memória registrada: “Não

nos ardia o coração quando ele nos explicava as escrituras?” (Lc 24,34).

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Experiência vivida pela comunidade quando Ele coerentemente vivia a circularidade do significado da páscoa judaica, fez a reinterpretação da tradição pascal do seu povo e manteve a criatividade da vida, comendo, bebendo, celebrando e envolvendo homens e mulheres de seu ambiente sócio-cultural-religioso.

Para reflexão pessoal ou em grupo:

1. Comente partes importantes. 2. Crie, escreva uma breve homenagem à Maria a partir da sua experiência de celebrar a ressurreição do Filho muito amado.

Irmã Maria Monica Gomes Coutinho, smr

Fonte da Figura: Brustolin, Leomar A. Via-Sacra da Ressurreição.

Paulinas, 2010

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II. SEGUIMENTO DE JESUS CRISTO

A centralidade do seguimento de Jesus no cristianismo

A revelação bíblica afirma que a ação salvífica de Deus em Cristo muda o ser humano e o estabelece em uma nova condição de justiça e santidade (cf. 1Jo 5,1; 1Cor 5,17). O homem e mulher novos devem agora caminhar em uma nova vida. Em relação a isso, Paulo é claro quando escreve aos cristãos de Éfeso (Ef 4,22-24). A vida cristã deve ser uma conformação ou configuração a Cristo.

Ao longo da tradição cristã tal configuração a Cristo foi designada por dois termos principais: imitação e seguimento. A reflexão teológica atual privilegia a expressão seguimento por esta acentuar com maior profundidade o movimento do cristão e da cristã em seguir atualizando o caminho de Jesus Cristo entre nós. No início do cristianismo os cristãos eram chamados de adeptos do caminho (At 9,2; 18,25-26).

Estar a caminho era assumir a proposta de Jesus, seguir suas pegadas sem confundir o seu projeto. Essa imagem do início do cristianismo nos faz afirmar com segurança de que o centro da espiritualidade cristã de todos os tempos é o seguimento de Jesus Cristo.

É importante ressaltar que seguimento, discipulado e missão estão estreitamente unidos. Os discípulos de Jesus não se tornam somente participantes de sua ciência a respeito da lei. O discípulo/a de Jesus toma parte de sua missão, é aquele/a para o qual o absoluto é o Reino. O verdadeiro discípulo é aquele que escuta, que se deixa formar pela Palavra e que segue a via de Jesus, disposto a compartilhar verdadeiramente de seu jugo (At 11,9). Enfim, é alguém que conhece Jesus a partir de dentro e o conhece na fé.

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A novidade trazida por Jesus: o sentido do discipulado no tempo de Jesus e na tradição rabínica

Na cultura hebraica (tempo de Jesus) o estudo é um pressuposto indispensável para se alcançar a plenitude da vida religiosa. A figura do mestre era de capital importância, pois ele era o depositário dos ensinamentos divinos. A lei não podia ser exclusividade de uma geração de mestres, daí a necessidade de se formar novos mestres. Na convivência com o mestre, o discípulo devia cultivar algumas atitudes:

� Não lhe era permitido chamar o mestre pelo nome. � Quando o mestre chegava, devia levantar-se, permanecer

diante dele com respeito. � Não podia discordar de seus ensinamentos. � Ao caminhar na companhia do mestre, não devia andar ao

lado dele, mas segui-lo a uma distância razoável. � A sede oficial da instrução era a casa do mestre e os

discípulos eram obrigados a viver com o mestre durante o período de formação.

� O seguimento do mestre era até o discípulo atingir o objetivo proposto: tornar-se intérprete da lei.

� O centro do discipulado era a lei e a relação mestre/discípulo centrava-se no aprender e ensinar uma doutrina, mas não se limitava ao campo teórico, mas à prática.

O mestre também tinha seus deveres:

� Não devia ser pedante, mas compreender com paciência a debilidade intelectual do aluno.

� O seguimento de Jesus não tem limite de tempo, não é o início de uma carreira, mas é uma entrega total e permanente.

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Por um lado, Jesus se insere no universo cultural de seu tempo e até é reconhecido por seus contemporâneos como mestre, porém Jesus porta uma novidade fundamental. O seguimento de Jesus parte de um encontro profundo, de uma experiência fundante que, como foi dito acima, transforma a vida das pessoas. O Documento de Aparecida insiste que o discipulado inicia através do encontro com o Cristo vivo (DA 243). Eis algumas contradições em relação aos Rabis de sua época:

� O centro do seguimento não é a lei, a Torá, mas Jesus e a fé em sua pessoa como Filho de Deus.

� Como mestre, a autoridade de Jesus não está no saber que possui, mas em sua própria pessoa, o enviado do Pai.

� Os discípulos estabelecem uma comunhão vital com Jesus.

� O seguimento de Jesus não tem limite de tempo, não é o início de uma carreira, mas é uma entrega total e permanente.

De fato, o seguimento de Cristo não é realizado segundo um cronograma de tempo, mas é um processo no qual o discípulo vai se deixando moldar pelo Mestre. Gradualmente vai adentrando em sua vida e aprofundando a intimidade com ele. A meta é atingir a maturidade na fé, adotando as atitudes do Mestre, fazendo do Evangelho seu programa de vida, de modo que seja possível dizer como o Apóstolo Paulo: Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim (Gl 2, 20).

Para reflexão pessoal ou em grupo: 1. Após um tempo de reflexão, expresse a sua experiência de permanecer no seguimento de Jesus, acolhendo a proposta de ser cuidador/a da vida.

Irmã Maria Valdete Guimarães, smr

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III. INTEGRAÇÃO ENTRE FÉ E VIDA

O carisma de cada homem e mulher, dom de Deus para a edificação comum, exige ser assimilado, vivido intensamente e transmitido a outras pessoas, a fim de que continue circulando e gerando sempre mais vida. Na história e espiritualidade de madre Elisa Andreoli é possível perceber claramente que ela, desde cedo, experimentou profundamente o amor de Deus, viveu a dinâmica integradora entre fé e vida na aventura peculiar de sua história. Nós Servas de Maria Reparadoras, para conhecer, aprofundar e encarnar no dia a dia a herança espiritual que nossa fundadora nos deixou, acolhemos entre outros instrumentos, o livro escrito por Maria Rosária Del Genio, A Força da fragilidade, portador de um título significativo por integrar “fragilidade e força”, “fé e vida”. Esta biografia de Elisa Andreoli aproxima a leitora e leitor à aventura de fé que lhe coube de assumir porque ela soube integrar sua vida e sua fé a tal ponto que costumava expressar com freqüência e convicção: “A Deus só eu busco”. E santo Agostinho: “Criaste-nos para ti e o nosso coração está inquieto, até que repouse em ti”. Estas palavras de Agostinho se aplicam também à vida de madre Elisa. Ela busca constantemente Deus e sua vontade. Quando encontra a sua “sarça ardente”, nada mais consegue desviá-la do seguimento do Senhor. E a resposta da Virgem Maria: “Eis a Serva do Senhor, Fiat”, é também a sua resposta (cf. A Força da Fragilidade, p. 123).

Com alegria apresentamos aos leitores/as alguns testemunhos como partilha de mulheres e homens que aderiram viver a espiritualidade da nossa Família religiosa integrando-se na “Associação Nossa Senhora das Dores” (ANSD), que leram ou estão lendo o Livro: A Força da fragilidade, Uma biografia de Elisa Andreoli, hoje aceita pela Igreja com decreto de Venerabilidade:

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“A força da fragilidade, seja de que natureza for, só se sustenta com equilíbrio, perseverança, oração, entrega, amor a Deus sobre todas as coisas. Foi o que madre Elisa fez: de sua vocação na entrega de todo o seu ser, sem reservas, como Maria, aguardando com confiança os sinais que o Espírito Santo lhe daria no momento certo. Foi deste modo que a obra de Deus foi se realizando em sua vida em favor de muitos”.

Maria de Lurdes Santos Araújo ANSD, Grupo local: Olhar misericordioso de Maria

Santa Margarida – Campo Grande – RJ

“Com toda sua fragilidade = humildade, madre Elisa, a exemplo de Maria, foi uma mulher forte, dedicada. Obediente, se entrega nas mãos de Deus e faz a experiência de fé, não desistindo mesmo nas dificuldades, colocando em prática tudo aquilo que seu coração desejava para ajudar a todos, principalmente aos mais necessitados. Madre Elisa costumava repetir: “Deus não tem necessidade de nós” e eu completo: nós é que temos necessidade d’Ele”!

Vaneide Delfim Dionísio ANSD, Grupo local: Olhar misericordioso de Maria

Santa Margarida – Campo Grande – RJ

“Li até o terceiro Capítulo do livro: A força da fragilidade. Para mim, o mais importante é o carisma desta mulher, Elisa Andreoli. Uma mulher iluminada e escolhida por Deus e pela Virgem Maria. O que mais me tocou o coração ao ler as primeiras páginas de sua biografia foi a garra, a certeza, a inspiração e a vocação que ela tinha em seguir sempre em frente, mesmo com mil empecilhos e com a saúde abalada. Tão frágil fisicamente, mas tão forte de coração e de alma.

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Também me sensibilizei com sua mãe Margarida Ferraretto, que nos fez lembrar das muitas mães que seguem seus filhos com garra. Suas vidas são uma contínua itinerância, de um lugar para outro, de uma experiência a outra. Ela foi determinante no caminho da fé de Elisa. Elas duas, Elisa e Margarida, seguiram realmente as pegadas de Maria, a jovem mulher de Nazaré, revivendo as suas atitudes e experiências. Em certo momento a escritora cita que Elisa não é uma mulher de grandes fenômenos místicos, mas que vive em atenção contínua à voz do Espírito Santo. Ela O segue de perto e quando se sente segura da sua presença, não se detém diante de nada. Logo que eu tenha lido o restante deste livro enviarei algumas linhas dizendo do que mais gostei e o que mais tocou meu coração sobre esta mulher maravilhosa, Elisa Andreoli”.

Dirce Bernadoni ANSD Grupo local: Nossa Senhora de Guadalupe

Capinzal - SC

“Alguns aspectos do livro, A força da fragilidade, que marcaram minha vida: “Elisa, órfã de pai, por abandono, foi com sua mãe acolhida num abrigo na cidade de Este, onde a mãe trabalhou e a filha aprendeu muitas coisas: brincar, estudar, rezar... A sua primeira comunhão, no dia 14 de abril de 1870, foi uma data que Elisa recordou todos os anos. Isto demonstra o amor por Jesus na Eucaristia que ela aprendeu e manteve durante toda a sua vida. Lendo este maravilhoso e abençoado livro sobre a vida de Elisa, fiquei maravilhada com tamanha fidelidade a Deus. Se eu for citar aqui tudo o que senti até agora lendo este testemunho de vida, vou escrever um livro inacabável, pois estou amando este exemplo de amor, de serviço, de vida. Eu sou uma leiga, uma pequena ovelha perdida que ao ler este amor, dedicado a Deus sinto que madre Elisa sempre estará viva, sustentando-nos com sua fé. Quero pertencer à ANSD, aprofundar o conhecimento sobre a vida de Elisa Andreoli esta grande mulher”.

Ana Maria da Silva Rezende Vocacionada à ANSD, Grupo Local: Maria Discípula da Palavra

Belo Horizonte – MG

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“Sinto-me agradecida em conhecer um pouco a vida de madre Maria Elisa. O que mais me chamou atenção sobre a sua vida foi o amor para com suas filhas (as irmãs), para as quais “pede a Maria Santíssima para fazer uma visita a cada uma..., com aquele amor com o qual ela visitou Santa Isabel”. Madre Elisa me transmitiu também o reflexo do Amor divino, adornado de humildade, confiança em Deus: “FIAT”, e perseverança na oração, se deixando guiar sempre pelo Espírito Santo. Esta luz ainda está acesa em mim e me sinto acolhida por este mesmo amor de Deus. Portanto, sinto-me agradecida por este dom”!

Rosilane Ferreira Camargo

ANSD - Grupo local: Maria Mãe da Graça Campo Grande – RJ

“O livro A Força da fragilidade, vem nos contar a odisséia de uma mulher, Elisa Andreoli, e sua mãe Margarida, que romperam barreiras para atingir seus sonhos e objetivos. Na luta constante de sua vida, superou obstáculos, enfrentou poderosos da Igreja e não se deixou abater e nem se intimidar. Contando sempre com a presença da Mãe das Dores, através das orações, percorreu caminhos pedregosos expondo até mesmo sua saúde. Sempre obediente na fé, se entregou de corpo e alma aos seus propósitos, muitas vezes contrariados. Doou sua vida na adesão às obras sociais, assistenciais e educacionais. Mesmo diante das perseguições, fundou a Congregação das Servas de Maria, difundindo o carisma da Reparação. Realmente o título do livro tem muito a ver com pessoa de madre Elisa, que usou de todas as forças para deixar como legado a cada uma de suas filhas uma gama de sabedoria, discernimento, fé, amor e principalmente fidelidade ao projeto de Deus”.

Maurício de Andrade Silva ANSD – Grupo local: Maria Mãe da Graça

Campo Grande – RJ

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Como podemos perceber, a comunicação e partilha de vida, abre caminho à comunicação e circulação de amor. Sabemos que a iniciativa do amor vem de Deus e cabe ao ser humano aderir a esta gratuidade divina. Vimos, através de sua biografia, que Elisa Andreoli aprendeu desde cedo ir à fonte do Amor e descobrir nele o fundamento e o sentido de sua vida. Por isso, ela soube cultivar esta fonte inesgotável, geradora de vida. Elisa se deixou realmente tocar por esse Amor do qual teve origem o seu estilo de seguimento de Jesus Cristo, a sua mística, a manifestação de uma espiritualidade, a sua admiração e aproximação de Maria como modelo inspirador de adesão ao projeto de Deus. Elisa Andreoli assumiu este estilo de vida com garra e confiança nos momentos felizes como também nas muitas provações. Por isso ela toca profundamente o coração da leitora e do leitor, motiva a empreender com coragem os caminhos que o Espírito Santo vai apontando no cotidiano de cada um, a enfrentar toda limitação humana, porque com o Amor de Deus tudo é possível. Ele, de fato, conhece nossa fragilidade, espera do ser humano somente confiança, muita confiança e coragem. Elisa assim testemunha a sua fé: “Nas provações que Deus envia, há sempre uma graça escondida”. Então repete: “Obrigada, obrigada e sempre, obrigada”!

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Para reflexão pessoal ou em grupo: 1. A experiência de Deus feita por madre Elisa, suscita em você ao ler estes testemunhos sobre a ação divina, de possibilitar impulso à vitória do que aparentemente é fraqueza? Como?

Equipe de reflexão

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Glorificai comigo o Senhor!

Esta manhã, festa de todos os Santos e Beatos da Ordem dos Servos de Maria, aconteceu no Vaticano o Congresso ordinário dos Cardeais e dos Bispos que se pronunciou favorável em relação à heroicidade das virtudes de madre Elisa. Isto significa o decreto de Venerabilidade emitido pelo Dicastério das Causas dos Santos. Com imensa alegria por este acontecimento agradeçamos o Senhor e a Virgem Maria. A felicidade torna-se ainda maior porque o pronunciamento da Igreja aconteceu exatamente nesta data, 16 de novembro, em que a liturgia da Família Servita nos convida a honrar os nossos santos e santas, dos quais madre Elisa dizia: «Somos filhas de Santos, santas devemos tornar-nos também nós». Entre os nossos santos agora a Igreja propõe-nos de incluí-la.

Irmã Maria Nadia Padovan Priora geral e Conselho

Irmã Maria Rosaura Fabbri, postuladora

Irmã Maria Lisa Burani Secretária geral Roma, 16 de novembro de 2010

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