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Coleção Licenciatura em Matemática

Álgebra Linear I

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Dedicatória

À minha esposa Fernanda, meus pais, José Raimundo e Joana,

meus irmãos, Ricardo e Bárbara, e sobrinhos (muitos), e aos meus

filhos, Fábio Hugo e Fabiana, em especial, pois o estudo é o ali-

cerce da vida.

(F.F.F.)

À minha querida esposa Tatiana Abreu, meus familiares e amigos.

(B.F.M.)

A Jaqueline, Ana Clara e Caroline em retribuição ao amor, cari-

nho, dedicação e paciência que vocês tem me dispensado. Vocês

fazem a diferença.

(H.N.P.)

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Coleção Licenciatura em Matemática

Álgebra Linear I

Fábio Freitas Ferreira

Licenciado em Matemática pela FFP/UERJ, Mestre e Doutor em

Matemática Aplicada e Modelagem Computacional pelo

IPRJ/UERJ. Foi professor substituto da FFP/UERJ e do

GEM/UFF. Atualmente é Coordenador e Professor do curso de

Licenciatura em Matemática da FACNEC-ITA.

Bruno da Fonseca Monteiro

Licenciado em Matemática pela FFP/UERJ, Mestre em Engenha-

ria Civil pela COPPE/UFRJ. Foi professor de cursos pré-

vestibulares e colégios da rede privada. Atualmente é professor da

rede estadual de ensino do Rio de Janeiro e do curso de Licencia-

tura em Matemática da FACNEC-ITA.

Herivelto Nunes Paiva

É bacharel em estatística pela FACEN/UNIVERSO, Licenciado

em Matemática pela UNIVERSO, Pós-graduado em Matemática e

Estatística pela UFLA, e Mestre em Ensino de Ciências da Saúde

e do Ambiente pela UNIPLI. Mais de 22 anos como Professor

das redes públicas e privadas de ensino. Atualmente, leciona na

FACNEC nos cursos de Administração, Matemática e Pedagogia.

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Sumário

1 Matrizes..........................................................................................1 1.1 Igualdade entre matrizes......................................................4 1.2 Tipos especiais de matrizes .................................................5 1.3 Operações com matrizes .....................................................8 1.4 Adição de matrizes ...............................................................9 1.5 Propriedades da adição de matrizes.................................10 1.6 Exercícios.............................................................................11 1.7 Multiplicação de uma matriz por um escalar..................13 1.8 Propriedades........................................................................14 1.9 Transposta de uma matriz.................................................16 1.10 Propriedades que envolvem matrizes transpostas.........16 1.11 Multiplicação de matrizes ..................................................17 1.12 Propriedades da multiplicação de matrizes.....................22 1.13 Matriz Inversa .....................................................................25 1.14 Propriedades da Matriz Inversa........................................26 1.15 Questões de vestibular .......................................................27

2 Sistemas Lineares........................................................................56 2.1 Introdução ...........................................................................56 2.2 Equações lineares................................................................57 2.3 Solução das equações lineares...........................................57 2.4 Sistemas de equações lineares...........................................58 2.5 Solução do sistema linear ..................................................61 2.6 Sistemas Lineares Homogêneos.......................................66 2.7 Matriz escalonada ...............................................................67 2.8 Solução do sistema por retro-substituição......................71 2.9 Solução do sistema pelo método de Gauss – Jordan....75 2.10 Solução do sistema pelo método da Matriz Inversa .....79 2.11 Cálculo da Matriz Inversa..................................................80

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2.12 Exercícios.............................................................................83 2.13 Questões de vestibular .......................................................86 2.14 Resposta dos exercícios propostos ..................................98 2.15 Questões de vestibular .......................................................99

3 Espaço Vetorial ........................................................................100 3.1 Combinação linear............................................................102 3.2 Subespaço vetorial ............................................................103 3.3 Exercícios...........................................................................105 3.4 Dependência e independência linear .............................107 3.5 Base de um espaço vetorial .............................................109 3.6 Dimensão...........................................................................111 3.7 Exercícios...........................................................................112 3.8 Os quatro subespaços fundamentais .............................112 3.9 Exercícios...........................................................................118

4 Transformações Lineares ........................................................127 4.1 Transformações do plano no plano...............................131 4.2 Exercícios...........................................................................137 4.3 Questões de vestibular .....................................................141

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Prefácio

Desde os tempos de graduação e agora lecionando para cur-

sos de licenciatura em matemática sentimos a carência de livros

voltados exclusivamente para este fim. Em sua maioria são livros

de conteúdo extremamente teóricos, pouco explicativos e de difí-

cil leitura, ou livros voltados para os cursos de engenharia, não

sendo assim adequados à formação de novos professores para os

ensinos fundamentais e médios.

Partindo deste prisma surgiu o desejo de escrever uma cole-

ção para satisfazer as necessidades deste seguimento. Este, então,

vem a ser o primeiro livro deste projeto.

Álgebra Linear I traz um texto claro e auto-explicativo que vai

de encontro às necessidades tanto do professor quanto do aluno.

Tornando-se um livro útil para a vida acadêmica e para as ativida-

des profissionais.

Este primeiro livro se desenvolve em 4 capítulos: Matrizes,

Sistemas Lineares, Espaço Vetorial, Transformações Lineares,

todos com exemplos resolvidos passo a passo além de exercícios

propostos.

Fica aqui o desejo de suprir este vácuo.

Os autores.

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1 Matrizes

A quantidade de informações que são geradas nos dias de ho-

je é enorme. Apesar do enorme esforço em como gerá-las ou

obtê-las, outra grande questão está em como tratá-las. Não basta

gerar ou obter dados de forma aleatória. É necessário organizá-los,

ordená-los, e dar significados a eles. A maior parte destes dados

(informações) está organizada em forma de tabelas, ou pode ser

organizada desta forma. Temos como exemplos pesquisas quanti-

tativas (pesquisas eleitorais, por exemplo), ou resultados de pes-

quisas científicas (distribuição de temperatura em superfícies, por

exemplo), entre outros. Isto nos motiva a entender melhor estas

tabelas. Assim, introduzimos a idéia de matriz.

Um exemplo simples é dado a seguir: podemos organizar as

informações pertinentes aos vértices de um icosaedro regular, de

raio unitário, cujos dois vértices opostos estão fixados nos pontos

( )0,0,1 e ( )−0,0, 1 , veja a Figura 1.1, em forma de uma tabela,

veja a Tabela 1.

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2 Álgebra Linear 1

Figura 1.1: Icosaedro regular

Tabela 1: Vértices do icosaedro regular de raio unitário.

x y z

V01 0 0 1

V02 0,89 0 0,45

V03 0,28 0,85 0,45

V04 -0,72 0,53 0,45

V05 -0,72 -0,53 0,45

V06 0,28 -0,85 0,45

V07 0,72 0,53 -0,45

V08 -0,28 0,85 -0,45

V09 -0,89 0 -0,45

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Álgebra Linear 1 3

V10 -0,28 -0,85 -0,45

V11 0,72 -0,53 -0,45

V12 0 0 -1

Fazendo uma análise mais detalhada desta tabela, temos as

coordenadas x dispostas na coluna um, as coordenadas y dis-

postas na coluna dois, e as coordenadas z dispostas na coluna

três. Os vértices referem-se às linhas da tabela. Assim, se quiser-

mos saber qual a coordenada y do vértice onze do icosaedro, basta

eu ir até a linha onze, e até a coluna dois. Desta forma, numa no-

tação mais formal, que veremos mais adiante, a matriz A repre-

senta as coordenadas do icosaedro descrito.

0 0 1

0

0 1

A

= −

0,89 0,45

0,28 0,85 0,45

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

Page 12: espaço vetorial 108

4 Álgebra Linear 1

Motivados pelo exemplo dado anteriormente, a matriz que

contém os vértices do icosaedro, observamos que cada elemento

da matriz A pode ser representado por ija , onde 1, ,12i = … e

1, ,3j = … . De forma genérica, usando a notação matemática,

representamos uma matriz de m linhas por n colunas por

11 1

1

n

m mn

a a

A

a a

=

� � �

onde a letra maiúscula A representa a matriz, m é quantidade de

linhas da matriz, n é quantidade de colunas da matriz, m n× é a

ordem da matriz, e ij

a , 1, ,i m= … , 1, ,j n= … , representa cada

elemento da matriz.

Podemos representar as matrizes, também, através de parên-

teses e barras, como nos exemplos a seguir.

11 1

1

n

m mn

a a

A

a a

=

� � �

, ou 11 1

1

n

m mn

a a

A

a a

=

� � �

.

1.1 Igualdade entre matrizes

Duas matrizes m n

A × e m n

B × são ditas iguais se elas têm o

mesmo número de linhas e o mesmo número de colunas, e todos

os seus elementos correspondentes (elementos que estão posicio-

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Álgebra Linear 1 5

nados na mesma linha e na mesma coluna de ambas as matrizes)

são iguais. A seguir vemos um exemplo.

2

2

3 1 log1

2 2 5 2 4 5

09 sen 90 0=

1.2 Tipos especiais de matrizes

Vários problemas de engenharia podem ser representados

por equações matriciais. Nestes casos, geralmente, as matrizes

associadas aos problemas aparecem de uma forma especial, facili-

tando assim a interpretação do comportamento destes problemas.

Assim, veremos a seguir alguns tipos especiais de matrizes.

Matriz nula é toda matriz onde o elemento 0ij

a = para todo

1, ,i m= … , 1, ,j n= … .

0 0

0 0

A

=

� � �

.

Matriz quadrada é toda matriz onde m n= . Neste caso, di-

zemos que a matriz tem ordem n , isto é, 1, ,i n= … e 1, ,j n= … .

11 1

1

n

n nn

a a

A

a a

=

� � �

.

Page 14: espaço vetorial 108

6 Álgebra Linear 1

Matriz diagonal é toda matriz quadrada de ordem n onde

0ij

a = sempre que i j≠ .

11 0 0

0

0

0 0nn

a

A

a

=

��

.

Matriz identidade é toda matriz diagonal de ordem n onde

1ij

a = sempre que i j= . Usamos a letra I para denotar a matriz

identidade.

1 0

0 1

I

=

� � �

.

Matriz triangular superior é toda matriz quadrada de or-

dem n onde 0ij

a = sempre que i j> .

11 12 1

22 2

0

0 0

n

n

nn

a a a

a aA

a

=

� �

� � �

.

Matriz triangular inferior é toda matriz quadrada de ordem

n onde 0ij

a = sempre i j< .

Page 15: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 7

11

21 22

1 2

0 0

0

n n nn

a

a aA

a a a

=

� � � �

.

Matriz coluna é toda matriz onde 1n = . Assim, um vetor ou

uma n -upla também é uma matriz coluna.

11

1

1

ij m

n

a

A a

= =

� .

Matriz linha é toda matriz onde 1m = .

[ ]11 11ij nnA a a a

× = = � .

Matriz simétrica é toda matriz quadrada de ordem n onde

ij jia a= .

11 12 1

12 22 2

1 2

n

n

n n nn

a a a

a a aA

a a a

=

� � � �

.

Matriz antissimétrica é toda matriz quadrada de ordem n

onde ij ji

a a= − .

12 1

12 2

1 2

0

0

0

n

n

n n

a a

a aA

a a

− = − −

� � � �

.

Page 16: espaço vetorial 108

8 Álgebra Linear 1

Podemos observar, pelo fato de termos ij ji

a a= − , que a dia-

gonal principal tem que ser nula, e os elementos simétricos com

relação à diagonal principal são opostos.

1.3 Operações com matrizes

Voltamos ao exemplo dado anteriormente: a matriz que ar-

mazena informações sobre os vértices do icosaedro regular. Se

quisermos transladar este icosaedro sobre o eixo x três unidades

para a direita, basta somarmos três unidades na coordenada x ,

isto é,

0 0 1 3 0 0

0 3 0 0

3 0 0

3 0 0

3 0 0

3 0 0

3 0 0

3 0 0

3 0

0 1

0,89 0,45

0,28 0,85 0,45

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

+ −

3 0 1

0

0

3 0 0

3 0 0

3 0 0 0 1

3,89 0,45

3,28 0,85 0,45

-3,72 0,53 0,45

-3,72 -0,53 0,45

3,28 -0,85 0,45

3,72 0,53 -0,45

-3,28 0,85 -0,45

-3,89 0 -0,45

-3,28 -0,85 -0,45

3,72 -0,53 -0,45

3

= −

.

Podemos observar na Figura 1.2 os dois icosaedros: o original

e o transladado em três unidades no eixo x .

Page 17: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 9

Neste exemplo dado, vimos como é importante a soma de

matrizes. Existem outras operações que envolvem matrizes, e as

veremos, numa notação formal, a partir deste momento.

Figura 1.2: Icosaedro transladado

1.4 Adição de matrizes

Sejam m n ij m n

A a× × = e

m n ij m nB b× ×

= , então a adição de ma-

trizes é ij ij m n

A B a b×

+ = + . Notamos que para somarmos matri-

zes é necessário que as mesmas tenham o mesmo número de li-

nhas e de colunas, o que já foi introduzido na notação de forma

implícita. Veja um exemplo a seguir.

Page 18: espaço vetorial 108

10 Álgebra Linear 1

2 0 4 2 5 1

1 2 5 7 0 3

2 2 0 5 4 1 4 5 3

1 7 2 0 5 3 8 2 8

− + = −

+ + − = = + − + + −

1.5 Propriedades da adição de matrizes

Veremos nesta seção, com exemplos, as propriedades que

envolvem a adição de matrizes. Sejam então A , B e C matrizes

de mesma ordem m n× .

Comutativa: A B B A+ = + .

Com efeito, pois ij ij ij ijm n m n

A B a b b a B A× ×

+ = + = + = + .

2 0 4 2 5 1 4 5 3

1 2 5 7 0 3 8 2 8

− + = − −

.

2 5 1 2 0 4 4 5 3

7 0 3 1 2 5 8 2 8

− + = − −

.

Associativa: ( ) ( )A B C A B C+ + = + + .

Com efeito, pois ( ) ( )ij ij ijA B C a b c + + = + + =

( )ij ij ija b c + + = ( )A B C+ + .

1 2 2 0 4 3 1 2 6 3 7 5

2 2 1 2 8 8 2 2 9 6 7 8

+ + = + = − − −

.

Page 19: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 11

1 2 2 0 4 3 3 2 4 3 7 5

2 2 1 2 8 8 1 0 8 8 7 8

+ + = + = − − −

.

Elemento neutro da adição: 0A A+ = , onde 0 denota a

matriz nula.

É fácil de verificar, pois 0 0ij ij

A a a A + = + = = .

0 05 5 0 0 5

0 0cos 0 cos 0 0 0 cos 0

sen sen senπ π π

π π π

+ ++ = =

+ + .

1.6 Exercícios

1) Qual o valor de k para que a igualdade a seguir seja verdadei-

ra?

2) 0 1 0

0 1 0 1

kπ =

sen.

3) Quais os valores de x que satisfazem a igualdade

2

0 0 0 0

0 0 2x

=

?

4) Quais os valores de x e y para que a matriz 0

0

x y

x y

+ −

seja uma matriz identidade?

Page 20: espaço vetorial 108

12 Álgebra Linear 1

5) Sejam 2 5

0 1A

=

e 7 0

0 7B

=

. Faça a) A B+ ; b) B A+ ;

c) A A+ ; d) B B+ ; e) A A− ; e f) B B− .

6) Quais são os valores de x e k para que a matriz

2

1 3 5

cos 2 1

0 2 2 4 5

k

x x

π

+ − −

seja uma matriz triangular superior?

7) Responda quais os possíveis resultados das adições a seguir.

a) Duas matrizes triangulares superior.

b) Duas matrizes onde uma é oposta a outra.

c) De uma matriz diagonal com uma matriz nula.

d) De uma matriz identidade com uma matriz triangular inferior.

e) De uma matriz simétrica com uma matriz diagonal.

f) Duas matrizes simétricas.

g) De uma matriz triângulo inferior com uma matriz triangular

superior.

h) De uma matriz simétrica com uma matriz cheia qualquer.

Page 21: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 13

1.7 Multiplicação de uma matriz por um escalar

Se multiplicarmos cada componente dos vértices do icosaedro que

está sendo utilizado como exemplo por dois, então a distância da

origem do sistema cartesiano para cada vértice do icosaedro tam-

bém será multiplicada por dois.

Figura 1.3: Icosaedro regular expandido.

Page 22: espaço vetorial 108

14 Álgebra Linear 1

0 0 1 0 0 2

0 0

2

0 1

0,89 0,45 1,79 0,90

0,28 0,85 0,45 0,56 1,70 0,90

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

⋅ = − 0 2

-1,44 1,06 0,90

-1,44 -1,06 0,90

0,56 -1,70 0,90

1,44 1,06 -0,90

-0,56 1,70 -0,90

-1,79 0 -0,90

-0,56 -1,70 -0,90

1,44 -1,06 -0,90

0

Sejam uma matriz A e um escalar k , então ij

kA ka = .

5 1 5 5 5 15 5 5

5 2 21 00 5 5 0

10 10

⋅ ⋅ = = ⋅ ⋅

.

1.8 Propriedades

Sejam A e B matrizes de ordem m n× e k , 1k e

2k escala-

res.

i) ( )k A B kA kB+ = +

Temos que ( )( )ij ij ij ij

k A B k a b ka kb kA kB + = + = + = + .

Page 23: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 15

1 1 2 1 3 2 9 63 3

1 1 1 2 2 3 6 9

+ = =

.

1 1 2 1 3 3 6 3 9 63 3

1 1 1 2 3 3 3 6 6 9

+ = + =

.

ii) ( )1 2 1 2k k A k A k A+ = + .

Com efeito, pois ( )1 2k k A+ = ( )1 2 ijk k a + =

1 2ij ijk a k a + =

1 2k A k A+ .

( )3 5 3 5 21 35

2 5 78 15 8 15 56 105

− − − + = =

.

( )3 5 3 5 3 5

2 5 2 58 15 8 15 8 15

− − − + = + =

6 10 15 25 21 35

16 30 40 75 56 105

− − − = + =

.

iii) 0 0A = .1

Com efeito, 0 0 0ij

A a = ⋅ = .

3 1 0 00

0 03 π

− =

.

iv) ( ) ( )1 2 1 2k k A k k A= ⋅ .

1 Note que o símbolo 0 disposto no lado esquerdo da igualdade refere-se ao escalar zero, e o símbolo 0 que aparece no lado direi-to da igualdade refere-se à matriz nula.

Page 24: espaço vetorial 108

16 Álgebra Linear 1

Com efeito, pois ( ) ( ) ( ) ( )1 2 1 2 1 2 1 2ij ijk k A k k a k k a k k A = = = .

3 5 15 25 30 502 5 2

8 15 40 75 80 150

− − − = =

.

( )3 5 3 5 30 50

2 5 108 15 8 15 80 150

− − − ⋅ = =

.

1.9 Transposta de uma matriz

Seja m n ij m n

A a× × = . A transposta da matriz A é a matriz TA

tal que T

m n ji n mA a× ×

= . Em outras palavras, o que é linha se torna

coluna, e o que é coluna se torna linha.

Se 3 4 7

8 2 4A

− − =

, então 3 8

4 2

7 4

tA

− = −

.

1.10 Propriedades que envolvem matrizes transpostas

i) Uma matriz é simétrica se e somente se TA A= .

Com efeito, como em uma matriz simétrica, ij ji

a a= , temos

que T

ji ijA a a A = = = .

Page 25: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 17

2 8

8 3

TA A

− = =

.

ii) ( )T

TA A= .

Com efeito, pois T

jiA a = . Assim, ( )

TT

ijA a A = = .

3 8

4 2

7 4

A

− = −

, 3 4 7

8 2 4

TA

− − =

, e ( )3 8

4 2

7 4

TT

A

− = −

.

iii) ( )T T T

A B A B+ = + .

Temos que ij ij

A B a b + = + . Mas ( )T

ji jiA B a b + = + . Co-

mo T

jiA a = e T

jiB b = , logo temos

( )TT T

ji jiA B a b A B + = + = + .

iv) ( )T T

kA kA= , para todo k escalar.

Com efeito, pois temos que ( )TT T

ij jikA ka ka kA = = = .

1.11 Multiplicação de matrizes

Uma aplicação prática seria separar as coordenadas x , y e

z , do icosaedro, em matrizes diferentes. Bem, poderíamos sim-

Page 26: espaço vetorial 108

18 Álgebra Linear 1 plesmente criar três matrizes coluna e armazenar essas informa-

ções. Outra forma seria usar a matriz A já existente para obter

essas matrizes coluna. Veja a seguir.

3

0 0 1

0

0

0

1

0 1

0,89 0,45

0,28 0,85 0,45

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45 e

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

A e

= −

,

então

( )( ) ( )

( )( )

( ) ( )( ) ( )

( ) ( ) ( )

3

0 0 0 0 1 1

0,89 0 0 0 0,45 1

0, 28 0 0,85 0 0, 45 1

0,72 0 0,53 0 0, 45 1

0,72 0 0,53 0 0, 45 1

0, 28 0 0,85 0 0, 45 1

0,72 0 0,53 0 0,45 1

0,28 0 0,85 0 0,45 1

0,89 0 0 0 0, 45 1

0,28 0 0,85 0 0,45

Ae

⋅ + ⋅ + ⋅

⋅ + ⋅ + ⋅

⋅ + ⋅ + ⋅

− ⋅ + ⋅ + ⋅

− ⋅ + − ⋅ + ⋅

⋅ + − ⋅ + ⋅=

⋅ + ⋅ + − ⋅

− ⋅ + ⋅ + − ⋅

− ⋅ + ⋅ + − ⋅

− ⋅ + − ⋅ + − ⋅

( ) ( )( )

1

0, 45

0, 45

0, 45

0, 45

0, 45

0,45

0,45

0,45

1 0,45

0,72 0 0,53 0 0,45 1 0,45

0 0 0 0 1 1 1

= − −

− −

⋅ + − ⋅ + − ⋅ − ⋅ + ⋅ + − ⋅ −

.

Page 27: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 19

Como podemos observar, multiplicamos uma matriz A de

ordem 12 3× por uma matriz coluna de ordem 3 1× , e obtemos

como resultado uma matriz coluna de ordem 12 1× . O primeiro

elemento da matriz resultante foi obtido multiplicando o primeiro

elemento da primeira linha da matriz A pelo primeiro elemento

da coluna da matriz coluna, o segundo elemento da primeira linha

da matriz A pelo segundo elemento da coluna da matriz coluna, o

terceiro elemento da primeira linha da matriz A pelo terceiro

elemento da coluna da matriz coluna, e por último somando o

resultado destas três multiplicações, isto é, 0 0 0 0 1 1 1⋅ + ⋅ + ⋅ = . Este

procedimento foi realizado para obter cada elemento da matriz

resultante. Notamos que a segunda matriz só tem uma coluna, o

que facilitou um pouco o nosso trabalho.

Considerando que o circuncentro do icosaedro que está sen-

do tratado está na origem do sistema cartesiano, temos que as

coordenadas dos vértices do icosaedro formam vetores que tem

extremidades na origem do sistema cartesiano e nos vértices do

icosaedro. Assim, uma aplicação interessante seria obter informa-

ções sobre os ângulos formados entre esses vetores, veja na Figura

1.4: Representação de vetores no icosaedro.. Esta matriz é simé-

trica, pois o ângulo formado pelos vetores i e j é o igual ao ân-

gulo formado pelos vetores j e i .

Page 28: espaço vetorial 108

20 Álgebra Linear 1

0 0 1

0

0 1

0,89 0,45

0,28 0,85 0,45

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

A

= −

e

0

0

1 1

TA

= −

0,89 0,28 -0,72 -0,72 0,28 0,72 -0,28 -0,89 -0,28 0,72 0

0 0,85 0,53 -0,53 -0,85 0,53 0,85 0 -0,85 -0,53 0

0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45

Page 29: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 21

1

1

TAA =

1 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -1

0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -1 -0,45 0,45 -0,45

0,45 0,45 1 0,45 -0,45 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -1 -0,45 -0,45

0,45 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -1 -0,45

0,45 1

1

1 1−

-0,45 -0,45 0,45 0,45 -1 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45

0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 -0,45 -1 -0,45 0,45 0,45 -0,45

-0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 0,45

-0,45 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -1 0,45 1 0,45 -0,45 -0,45 0,45

-0,45 -1 -0,45

0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 1 0,45 -0,45 0,45

-0,45 -0,45 -1 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 1 0,45 0,45

-0,45 0,45 -0,45 -1 -0,45 0,45 0,45 -0,45 -0,45 0,45 1 0,45

-1 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45 -0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 1

Figura 1.4: Representação de vetores no icosaedro.

O resultado foi obtido multiplicando cada linha da matriz A

por cada coluna da matriz TA . Por exemplo, o elemento da linha

três, coluna quatro, foi obtido fazendo

0,28 (-0,72) + 0,85 0,53 + 0,45 0,45 = 0,45⋅ ⋅ ⋅ . Desta forma, o ângulo

formado pelos vetores 3 e 4 é de aproximadamente 63o . A in-

formação que a matriz resultante, TAA , nos mostra é que na dia-

gonal principal estão os valores dos cossenos dos ângulos forma-

Page 30: espaço vetorial 108

22 Álgebra Linear 1 dos entre os vetores com eles mesmos. O resultado só poderia ser

1 , pois o ângulo formado entre um vetor e ele mesmo é 0o grau,

ou seja, cos0 1= . Os outros ângulos são fáceis de determinar, pois

basta calcular o arco cosseno dos valores obtidos na matriz resul-

tante.

Definimos a multiplicação de matrizes numa notação mais

formal. Sejam [ ]m p ik m pA a× ×

= e p n kj p n

B b× × = , então

ij m nAB c

× = onde

1

p

ij ik kjkc a b

==∑ . Em outras palavras, na multi-

plicação de matrizes, multiplicamos cada linha da primeira matriz

por cada coluna da segunda matriz. Por este motivo, o número de

colunas da primeira matriz tem que ser igual ao número de linhas

da segunda matriz, como pode ser observado na definição. Desta

forma, se multiplicarmos uma matriz 3 2A × por uma matriz

2 7B ×

obteremos uma matriz de ordem C AB= de ordem 3 7× .

Outro exemplo de multiplicação de matrizes pode ser obser-

vado a seguir.

( ) ( )( ) ( )

3 2 8 0 3 1 8 33 8 2 1 6 21

4 2 2 0 4 1 2 34 2 0 3 8 2

− ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ − − = = − ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅− −

.

1.12 Propriedades da multiplicação de matrizes

i) Em geral, AB BA≠ .

Page 31: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 23

Para que possamos fazer a multiplicação AB e BA , é neces-

sário que o número de colunas da matriz A seja igual ao número

de linhas da matriz B , e o número de linhas da matriz A seja

igual ao número de colunas da matriz B . Se A tem ordem m n×

então B tem que ter ordem n m× . Daí, o produto AB tem or-

dem m e o produto BA tem ordem n . Para que exista a comuta-

tividade, é necessário que as matrizes A e B sejam quadradas e

tenham a mesma ordem. Mesmo nestas condições há a possibili-

dade de não existir a comutatividade (o que é mais comum).

Temos que 1

n

ij ik kikm

AB c a b=

= = ∑ e

1

m

ji jk kikn

BA c b a=

= = ∑ , o que pode gerar resultados iguais nas

condições discutidas anteriormente. Desta forma,

6 21 57 30 31 2 3

8 2 2 14 223 2 1

1 0 1 2 3

− − = − −

, e

6 211 2 3 21 25

8 23 2 1 33 67

1 0

− − − = −

.

Page 32: espaço vetorial 108

24 Álgebra Linear 1

ii) AI IA A= = . 2

1 0 01 2 3 1 2 3

0 1 03 2 1 3 2 1

0 0 1

=

, e

1 0 1 2 3 1 2 3

0 1 3 2 1 3 2 1

=

.

iii) ( )A B C AB AC+ = + .

1 0 2 3 4 2 1 0 6 1 6 1

1 1 3 2 2 1 1 1 1 3 7 2

− + = = − − − − −

1 0 2 3 1 0 4 2 2 3 4 2 6 1

1 1 3 2 1 1 2 1 5 1 2 3 7 2

− − + = + = − − − − − − −

iv) ( )A B C AC BC+ = + .

v) ( ) ( )AB C A BC= .

vi) ( )T T T

AB B A= .

vii) 0 0A = 3 e 0 0A = .

0 0 1 2 3 0 0 0

0 0 3 2 1 0 0 0

=

, e

2 Note que se A é uma matriz de ordem m n× , então a matriz identida-de que multiplica A pela direita é de ordem n , e a matriz identidade que multiplica A pela esquerda é de ordem m . 3 Aqui o símbolo 0 denota a matriz nula.

Page 33: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 25

0 0 01 2 3 0 0 0

0 0 03 2 1 0 0 0

0 0 0

=

. 4

As propriedades não exemplificadas ficam como exercícios

para o leitor.

1.13 Matriz Inversa

Uma matriz quadrada A de ordem n é invertível, ou não-

singular, se existe uma matriz B , quadrada e de mesma ordem

que satisfaça a condição AB BA I= = .

B é chamada inversa de A e se representa por 1A− .

Se a matriz A não possui inversa, dizemos que A é singular

ou não-invertível.

Como exemplo, tomemos as matrizes 2 5

1 3A

=

e

3 5

1 2B

− =

− , e calculemos AB . Logo, temos que

2

2 5 3 5 1 0

1 3 1 2 0 1AB I

− = ⋅ = =

− . O mesmo resultado aconte-

cerá se fizermos a multiplicação BA ,

4 A matriz nula pode ter qualquer ordem, alterando assim a ordem do produto, basta respeitar a condição necessária para multiplicar matrizes

Page 34: espaço vetorial 108

26 Álgebra Linear 1

2

3 5 2 5 1 0

1 2 1 3 0 1BA I

− = ⋅ = =

− . Portanto B é a inversa de

A .

1.14 Propriedades da Matriz Inversa

i) Se uma matriz possui uma inversa, então esta inversa é

única.

De fato, vamos supor que A é invertível, que B e C sejam

suas inversas e ainda B C≠ . Dessa forma AB BA I= = e

AC CA I= = . Tomando a primeira equação e multiplicando am-

bos os lados da equação à esquerda por C , temos ( )C AB CI= ,

ou seja, ( )CA B C= . Logo, B C= .

ii) Se A é invertível, então 1A

− também é e ( )1

1A A

−− = .

iii) Se A e B são invertíveis, então AB também é e

( )1 1 1

AB B A− − −= .

Para verificarmos esta propriedade devemos mostrar que

( ) 1 1AB B A I− − = e ( )1 1B A AB I− − = . Mostraremos somente a

primeira identidade já que a segunda é análoga. Desta forma, Te-

mos que ( ) ( )1 1 1 1 1 1AB B A A BB A AIA AA I

− − − − − −= = = = .

iv) Se A é invertível, então TA também é e ( ) ( )

11

TT

A A−

−= .

Page 35: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 27

Com efeito, ( ) ( )1 1T

T TT T

A A A A I I− −

= = = e analogamente

mostra-se que ( )1T

TA A I

− =

1.15 Questões de vestibular

1) (FUVEST 94) a) Dada a matriz A , calcule a sua inversa 1A

− .

b) A relação especial que você deve ter observado entre A e 1A

− ,

seria também encontrada se calculássemos as matrizes inversas de

B , C e D .

Generalize e demonstre o resultado observado.

2 3

1 2A

− = −

, 3 4

2 3B

− = −

, 5 6

4 5C

− = −

e 1 2

0 1D

− =

.

2) (ITA 95) Dizemos que duas matrizes n n× A e B são seme-

lhantes se existe uma matriz n n× inversível P tal que

1B P AP

−= . Se A e B são matrizes semelhantes quaisquer, então:

a) B é sempre inversível.

b) se A é simétrica, então B também é simétrica.

c) 2B é semelhante a A .

d) se C é semelhante a A , então BC é semelhante a 2A .

e) ( ) ( )det detI B I Aλ λ− = − , onde λ é um real qualquer.

Page 36: espaço vetorial 108

28 Álgebra Linear 1

3) (ITA 95) Sejam A e B matrizes reais 3 3× . Se ( )tr A denota

a soma dos elementos da diagonal principal de A , considere as

afirmações:

(I) ( ) ( )tr trA B=

(II) Se A é inversível, então ( )tr 0A ≠ .

(III) ( ) ( ) ( )tr tr trA B A Bλ λ+ = + , para todo λ ∈� .

Temos que:

a) todas as afirmações são verdadeiras.

b) todas as afirmações são falsas.

c) apenas a afirmação (I) é verdadeira.

d) apenas a afirmação (II) é falsa.

e) apenas a afirmação (III) é falsa.

4) (UNESP 94) Determine os valores de x , y e z na igualda-

de a seguir, envolvendo matrizes reais 2 2× :

0 0 0 0 4 0

0 0 0 0

x x y z

x x z y z

− − = + −

5) (UNESP 93) Seja ijA a = a matriz 2 2× real definida por

1ija = se i j≤ e 1ija = − se i j> . Calcule 2A .

Page 37: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 29

6) (UNESP 93) Seja ijA a = a matriz real 2 2× definida por

1ija = se i j≤ e 1ija = − se i j> . Calcule 1A− .

7) (UFPR 95) Considere a matriz ijA a = , de ordem 4 4× ,

cujos elementos são mostrados a seguir.

1,

0,ij

i ja

i j

≠=

=

É correto afirmar que:

01) Na matriz A , o elemento 23a é igual ao elemento 23a .

02) Os elementos da diagonal principal da matriz A são todos

nulos.

08) Se a matriz B é [ ]1 1 1 1− − , então o produto B . A é a

matriz B− .

16) Sendo I a matriz identidade de ordem 4, a matriz A I+ pos-

sui todos os elementos iguais a 1.

8) (FEI 94) Se as matrizes ( )ijA a= e ( )ijB b= estão assim

definidas:

1,

0,

ij

ij

a i j

a i j

= =

= ≠ e

1, 4

0, 4

ij

ij

b i j

b i j

= + =

= + ≠

onde 3i ≤ , 3j ≤ , então a matriz A B+ é:

Page 38: espaço vetorial 108

30 Álgebra Linear 1

a) 1 0 0

0 1 0

0 0 1

b) 0 0 1

0 1 0

1 0 0

c) 1 0 1

0 1 0

1 0 1

d) 1 0 1

0 2 0

1 0 1

e) 1 1 0

0 1 1

0 1 0

9) (FEI 95) Dadas as matrizes A e B , a matriz de x de 2�

ordem que é solução da equação matricial 0Ax B+ = , onde 0

representa a matriz nula de ordem 2 é:

1 2

3 4A

=

e 4 3

2 1B

=

a) 6 5

5 4

− −

b) 1 3

4 5

c) 2 3

7 9

d) 1 3

4 2

− −

e) 1 2

4 7

− −

10) (ITA 96) Seja a ∈� , 0a > e 1a ≠ e considere a matriz A :

( )233

10

1

1 110

log log

log log

log log

aaa

aaa a

a

A

= −

Para que a característica de A seja máxima, o valor de a deve ser

tal que:

a) 0a ≠ e 1 3a ≠ b) 10a ≠ e 1 3a ≠

c) 5a ≠ e 10a ≠ d) 2a ≠ e 3a ≠

e) 2a ≠ e 10a ≠

Page 39: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 31

11) (ITA 96) Seja a ∈� e considere as matrizes reais 2 2× ,

3 1

1 3

a

aA

−=

− e

1 3

3

7 8

7 2

a a

B

− −

=

O produto AB será inversível se e somente se:

a) 2 5 6 0a a− + ≠ b) 2 5 0a a− ≠

c) 2 3 0a a− ≠ d) 2 2 1 0a a− + ≠

e) 2 2 0a a− ≠

12) (PUCCAMP 95) Os números reais x , y e z que satisfazem

a equação matricial mostradas a seguir, são tais que sua soma é

igual a

1 2 1 1 3 0

0 1 2 5

x y

z x y z

− + − = + + −

a) -3 b) -2 c) -1 d) 2 e) 3

13) (UEL 94) Sejam A e B matrizes quadradas de ordem 2. Se

I e 0 são, respectivamente, as matrizes identidade e nula, de

ordem 2, é verdade que

a) A B B A+ ≠ + b) ( ) ( )AB C A BC=

c) 0 0 ou 0AB A B= ⇔ = = d) AB BA=

e) AI I=

Page 40: espaço vetorial 108

32 Álgebra Linear 1

14) (UEL 96) Considere as matrizes M e 2M representadas a

seguir. Conclui-se que o número real a pode ser

0aM

b a

= −

e 2 8 0

0 8M

=

.

a) 2 3 b) 2 2 c) 2 d) 2− e) 3−

15) (UNESP 96) Considere as matrizes reais 2 2× do tipo

( )cos sen

sen cos

x xA x

x x

=

a) Calcule o produto ( ) ( )A x A x⋅ .

b) Determine todos os valores de [ ]0, 2x π∈ para os quais

( ) ( ) ( )A x A x A x⋅ = .

16) (UECE 96) Sejam as matrizes 1M e 2M representadas na

figura a seguir e considere a operação entre estas matrizes.

1

1 0

1 0M

=

, 21 1

p qM

=

e 2 1 1 2

2 2

3 2M M M M

− ⋅ − ⋅ = − −

.

Nessas condições p q+ é igual a:

a) 5 b) 6 c) 7 d) 8

Page 41: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 33

17) (MACKENZIE 96) Considere as matrizes A e B a seguir.

2 0

1 0

3 1

A

=

e 1 1

0 1 0

aB

=

.

Se a ∈� , então a matriz AB :

a) é inversível somente se 0a = .

b) é inversível somente se 1a = .

c) é inversível somente se 2a = .

d) é inversível qualquer que seja a .

e) nunca é inversível, qualquer que seja a .

18) (FGV 95) Observe que se 0 1

2 3A

=

e 4 5

6 7B

=

, então AB

é a matriz

a) 0 5

12 21

b) 6 7

26 31

c) 6 26

7 31

d) 0 12

5 21

e) 0 0

12 14

19) (UEL 95) Sejam as matrizes A e B , respectivamente, 3 4× e

p q× . Se a matriz AB é 3 5× , então é verdade que

a) 5p = e 5q = b) 4p = e 5q = c) 3p = e 5q =

d) 3p = e 4q = e) 3p = e 3q =

Page 42: espaço vetorial 108

34 Álgebra Linear 1 20) (MACKENZIE 96) Sejam as matrizes a seguir

( )

( )4 3

3 4

,

,

jij ij

iij ij

A a a i

B b b j

×

×

= =

= =

Se C AB= , então 22c vale:

a) 3 b) 14 c) 39 d) 84 e) 258

21) (FEI 96) Considere as matrizes A e B .

2

0 2

a aA

a

=

e 2 2

0

b bB

b

− =

Se a inversa da matriz A é a matriz B então:

a) 0a = ou 0b = b) 1ab = c) 1/ 2ab =

d) 0a = e 0b = e) 1/ 2a b+ =

22) (UFF 97) Toda matriz de ordem 2 2× , que é igual a sua

transposta, possui:

a) pelo menos dois elementos iguais.

b) os elementos da diagonal principal iguais a zero.

c) determinante nulo.

d) linhas proporcionais.

e) todos os elementos iguais a zero.

Page 43: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 35

23) (UECE 97) Sejam as matrizes 3

3

qM

n

=

e 6 6

6 6P

=

. Se

TM M P⋅ = , sendo TM a matriz transposta de M , então

2n nq+ é igual a:

a) 6 b) 9 c) 12 d) 18

24) (UNIRIO 97) Considere as matrizes A , B e C na figura

adiante:

3 5

2 1

0 1

A

= −

, 4

3B

=

e [ ]2 1 3C = .

A adição da transposta de A com o produto de B por C é:

a) impossível de se efetuar, pois não existe o produto de B por

C .

b) impossível de se efetuar, pois as matrizes são todas de tipos

diferentes.

c) impossível de se efetuar, pois não existe a soma da transposta

de A com o produto de B por C .

d) possível de se efetuar e o seu resultado é do tipo 2 3× .

e) possível de se efetuar e o seu resultado é do tipo 3 2× .

25) (ITA 98) Sejam as matrizes reais de ordem 2,

2

1 1

a aA

+ =

e 1 1

2B

a a

= +

Page 44: espaço vetorial 108

36 Álgebra Linear 1

Então, a soma dos elementos da diagonal principal de ( )1

AB− é

igual a:

a) 1a + b) ( )4 1a + c) ( )21/ 4 5 2a a+ +

d) ( )21/ 4 1 2a a+ + e) ( )21/ 2 5 2a a+ +

26) (UEL 97) Sobre as sentenças:

I. O produto de matrizes 3 2 2 1A B× × é uma matriz 3 1× .

II. O produto de matrizes 5 4 5 2A B× × é uma matriz 4 2× .

III. O produto de matrizes 2 3 3 2A B× × é uma matriz quadrada 2 2× .

é verdade que

a) somente I é falsa.

b) somente II é falsa.

c) somente III é falsa.

d) somente I e III são falsas.

e) I, II e III são falsas.

Page 45: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 37

27) (UNIRIO 96) O produto das matrizes representadas a se-

guir,

é tal que

a bA

b a

=

e c d

Bd c

=

a) ac bd

ABbd ac

=

b) ad bd

ABbd ac

=

c) ac bd

BAbd ac

+ = +

d) abcd abcd

ABabcd abcd

=

e) AB BA= , ∀ a , b , c e d .

28) (UNESP 99) Seja a matriz A mostrada na figura adiante.

3 10

2 2

1 30

2 2

0 0 1

A

= −

a) Justifique, através do cálculo do determinante, que A é inversí-

vel.

b) Mostre que 1A A

− = .

Page 46: espaço vetorial 108

38 Álgebra Linear 1 29) (UNESP 99) Se A , B e C forem matrizes quadradas quais-

quer de ordem n , assinale a única alternativa verdadeira.

a) AB BA= .

b) Se AB AC= , então B C= .

c) Se 2 0nA = (matriz nula), então 0nA = .

d) ( ) ( )AB C A BC= .

e) ( )2 2 22A B A AB B+ = + + .

30) (UFRJ 99) Antônio, Bernardo e Cláudio saíram para tomar

chope, de bar em bar, tanto no sábado quanto no domingo.

As matrizes a seguir resumem quantos chopes cada um consumiu

e como a despesa foi dividida:

4 1 4

0 2 0

3 1 5

S

=

e 5 5 3

0 3 0

2 1 3

D

=

S refere-se às despesas de sábado e D às de domingo.

Cada elemento ija nos dá o número de chopes que i pagou para

j , sendo Antônio o número 1, Bernardo o número 2 e Cláudio o

número 3 ( ija representa o elemento da linha i , coluna j de cada

matriz).

Assim, no sábado Antônio pagou 4 chopes que ele próprio bebeu,

1 chope de Bernardo e 4 de Cláudio (primeira linha da matriz S ).

a) Quem bebeu mais chope no fim de semana?

b) Quantos chopes Cláudio ficou devendo para Antônio?

Page 47: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 39

31) (UFRJ 99) Seja a matriz A representada a seguir:

a) Determine 3A A A A= ⋅ ⋅

1 1

0 1A

=

b) Se nA denota o produto de A por A n vezes, determine o

valor do número natural k tal que 2 5 6k k

A A A I− + = , onde I é a

matriz identidade.

32) (UNIRIO 98) Dada a matriz representada na figura adiante

5 3

3 2A

− − =

Determine o valor de 12A A I

− + − .

33) (PUCCAMP 98) Sejam A , B e C matrizes quadradas de

ordem n e os números reais α e β , não nulos. Das sentenças a

seguir, a FALSA é

a) ( ) ( )AB C A BC= b) ( ) ( )A B C C A B+ = +

c) IA AI A= = d) ( ) ( )A B C A B C+ + = + +

e) ( )A A Aα β α β+ = +

Page 48: espaço vetorial 108

40 Álgebra Linear 1 34) (UEL 98) Uma matriz quadrada A se diz ANTI-

SIMÉTRICA se TA A= − . Nessas condições, se a matriz A mos-

trada na figura adiante é uma matriz anti-simétrica, então x y z+ +

é igual a

a) 3 b) 1 c) 0 d) -1 e) -3

2 0 3

1 3 0

x y z

A

= − −

35) (UNICAMP 99) Considere as matrizes mostradas na figura,

cos sen 0

sen cos 0

0 0 1

M

θ θ

θ θ

= −

, x

X y

z

=

e 1

0

3

Y

=

.

a) Calcule a matriz inversa de M .

b) Resolva o sistema MX Y= .

36) (UFRS 96) A matriz C fornece, em reais, o custo das por-

ções de arroz, carne e salada usados num restaurante:

A matriz P fornece o número de porções de arroz, carne e salada

usados na composição dos pratos tipo 1P , 2P , 3P desse restauran-

te:

A matriz que fornece o custo de produção, em reais, dos pratos

1P , 2P e 3P , está indicada na alternativa

Page 49: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 41

37) (ITA 99) Considere as matrizes

1 0 1

0 1 2A

− = −

, 1 0

0 1I

=

, x

Xy

=

e 1

2B

=

.

Se x e y são soluções do sistema ( )3TAA I X B− = , então x y+

é igual a:

a) 2 b) 1 c) 0 d) -1 e) -2

38) (ITA 99) Sejam x, y e z números reais com y · 0. Considere a

matriz inversível

1 1

0 0

1 1

x

A y

z

= −

Então :

Page 50: espaço vetorial 108

42 Álgebra Linear 1

a) A soma dos termos da primeira linha de 1A

− é igual a 1x + .

b) A soma dos termos da primeira linha de 1A

− é igual a 0.

c) A soma dos termos da primeira coluna de 1A

− é igual a 1.

d) O produto dos termos da segunda linha de 1A

− é igual a y .

e) O produto dos termos da terceira coluna de 1A

− é igual a 1.

39) (UERJ 99) João comeu uma salada de frutas com a , m e p

porções de 100 g de abacaxi, manga e pêra, respectivamente, con-

forme a matriz X . A matriz A representa as quantidades de calo-

rias, vitamina C e cálcio, em mg, e a matriz B indica os preços,

em reais, dessas frutas em 3 diferentes supermercados. A matriz

C mostra que João ingeriu 295,6cal, 143,9 mg de vitamina C e 93

mg de cálcio.

Page 51: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 43

Considerando que as matrizes inversas de A e B são 1A− e 1B− ,

o custo dessa salada de frutas, em cada supermercado, é determi-

nado pelas seguintes operações:

a) 1BA C

− b) 1CA B

− c) 1 1A B C

− − d) 1 1B A C

− −

40) (UFF 99) Determine o(s) valor(es) de x para que a matriz

3 0 1

1 0

0 1

x

M x

x

= −

, x ∈� .

não admita inversa.

41) (UFV 99) Considerando a matriz 3 3A × cujo termo geral é

dado por ( )1x y

xya+

= − , é CORRETO afirmar que:

a) TA A= − b) A é inversível. c) 11 22 33 0a a a+ + =

d) ( )( )cosxya x y π= + e) 11 21 31 0a a a+ + =

42) (UFV 99) Dada a matriz mostrada na figura adiante

1 2 3

0 1 2

1 1 1

A

= − −

determine:

a) 2A b) TA A c) 2 3 TA A+

Page 52: espaço vetorial 108

44 Álgebra Linear 1 43) (UEL 99) A soma de todos os elementos da inversa da ma-

triz M mostrada na figura é igual a

a) -2 b) -1 c) 0 d) 1 e) 2

1 1

0 2M

− =

44) (UFES 99) Considere a matriz mostrada na figura a seguir

1 3

3 1A

−=

.

Determine 1998A .

45) (MACKENZIEMACKENZIEMACKENZIEMACKENZIE 99) Dada a matriz M , mostrada na figura

adiante

3

2

3

2

k

M

k

=

se 1M M− = , então k pode ser:

a) 3/ 4 b) 3/ 4− c) 1/ 4 d) 3/ 2− e) 1/ 2

Page 53: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 45

46) (ITAITAITAITA 2000) Considere as matrizes mostradas na figura adi-

ante

1 1 3

0 1 0

2 3 1

M

− =

, 1 0 2

3 2 0

1 1 1

N

=

, 0

1

0

P

=

e x

X y

z

=

.

Se X é solução de 1M NX P

− = , então 2 2 2x y z+ + é igual a

a) 35 b) 17 c) 38 d) 14 e) 29

47) (UFRJ) Há 5 senadores designados para a Comissão Parla-

mentar de Inquéritos. Estes devem escolher entre si um presiden-

te para a Comissão, sendo que cada senador pode votar em até

três nomes. Realizada a votação onde cada um deles recebeu um

número de um a cinco, os votos foram tabulados na matriz

( )ijA a= , abaixo indicada. Na matriz A , cada elemento ija é igual

a 1 (um), se i votou em j , e é igual a 0 (zero) caso contrário.

A =

1 0 1 0 1

0 0 1 1 0

0 1 0 1 1

0 0 0 0 1

1 0 0 0 1

Responda, justificando:

Page 54: espaço vetorial 108

46 Álgebra Linear 1 a) Qual o candidato mais votado?

b) Quantos candidatos votaram em si mesmo?

48) (UFRJ) Em uma cidade, há três revistas de noticiário sema-

nal: 1, 2 e 3. Na matriz ( )ijA a= abaixo, o elemento ija represen-

ta a probabilidade de um assinante trocar de assinatura da revista

i para a revista j , na época da renovação.

A = 0,6 0,1 0,3

0,1 0,7 0, 2

0, 4 0,2 0, 4

a) Qual é a probabilidade de os assinantes da revista 2 trocarem de

revista quando forem renovar a assinatura.

b) Quais os leitores menos satisfeitos com a revista que estão

assinando?

49) (UFRJ) Considere as matrizes

19941994 19941994

19941994 19941995A

=

e 1 1

1 1B

− =

− .

Seja 2A A A= ⋅ e 2

B B B= ⋅ . Determine a matriz

( )( )2 2C A B A B A B= − − + − .

Page 55: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 47

50) (UFRJ) Uma confecção vai fabricar 3 tipos de roupa utili-

zando materiais diferentes. Considere a matriz ( )ijA a= abaixo,

onde ija representa quantas unidades do material j serão empre-

gadas para fabricar uma roupa do tipo i.

5 0 2

0 1 3

4 2 1

A

=

a) Quantas unidades do material 3 serão empregadas na confecção

e uma roupa do tipo 2?

b) Calcule o total de unidades do material 1 que será empregado

para fabricar cinco roupas do tipo 1, quatro roupas do tipo 2 e

duas roupas do tipo 3.

51) (UNIFICADO-RJ) Cláudio anotou suas médias bimestrais

de matemática, português, ciências estudos sociais em uma tabela

com quatro linhas e quatro colunas, formando uma matriz como

mostra a figura.

1º 2º 3º 4º

5,0 4,5 6, 2 5,9

8,4 6,5 7,1 6,6

9,0 7,8 6,8 8,6

7,7 5,9 5,6 6,2

Sabe-se que as notas de todos os bimestres têm o mesmo peso,

isto é, para calcular a média anual do aluno em cada matéria basta

fazer a média aritmética de suas médias bimestrais.

Page 56: espaço vetorial 108

48 Álgebra Linear 1 Para gerar uma nova matriz cujos elementos representam as mé-

dias anuais de Cláudio na mesma ordem acima apresentada bastará

multiplicar essa matriz por:

a) 1/ 2 b) (1/ 4 1/ 4 1/ 4 1/ 4 ) c)

1/ 2

1/ 2

1/ 2

1/ 2

d) 1/ 4 e)

1/ 4

1/ 4

1/ 4

1/ 4

52) (ACAFE-SC) Considere as matrizes 1 2

2 1A

=

− − ,

xB

y

=

e

6

9C

=

.

Sabendo-se que AB C= , o valor de x y+ é:

a) 15 b) 1 c) 57 d) 9 e) 39

53) (ACAFE-SC) Dada a matriz 0 1

2 2A

=

− , seja T

A a sua ma-

triz transposta. O produto TAA é a matriz:

a) 0 1

2 2

− b)

0 2

1 2

− c)

1 2

2 0

− d)

1 0

2 1

e) 1 2

2 8

Page 57: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 49

54) (UFRS) A matriz ( )2 2

ijA a×

= é definida por 2ija i j= − .

Determine TA A− .

a) 0 3

3 0

b) 0 3

3 0

c) 0 3

3 0

− d)

0 2

2 0

− e)

0 2

2 0

55) (PUC-SP) Determine a os quais 1

3 6

aA

− =

é inversível.

a) a ≠ 0 b) a ≠ 6 c) a ≠ 3 d) a ≠ -2 e) a ≠ -6

56) (PUC-PR) Se a matriz 1 3 2

2A

x

− =

é a matriz inversa de

1 1

31

2

A

− = −

, então o valor de x é:

a) -1 b) 2 c) 1 d) -2 e) 0

57) (ITA-SP) Considere P a matriz inversa da matriz

10

3

11

7

M

=

. A soma doa elementos da diagonal principal da ma-

triz P é:

a) 4

9− b)

9

4 c) 4 d)

9

5 e)

9

1−

Page 58: espaço vetorial 108

50 Álgebra Linear 1

58) (UCSALVADOR) A solução da equação matricial

1 2 1 1

0 1 2 2

1 0 1 3

x

y

z

− =

é a matriz:

a) 3

2

1

b) 3

2

0

c) 3

0

2

d) 2

3

0

e) 2

0

3

59) (UNESP) Seja ( )ijA a= a matriz 2x2 real definida por

1ija = se i j≤ e 1ija = − se i j> . Calcule 1A

− .

60) (UEL) A soma de todos os elementos da inversa da matriz

1 1

0 2M

− =

é igual a:

a) -2 b) -1 c) 0 d) 1 e) 2

61) (UEL) Considere as matrizes M e 2M representadas a se-

guir. Conclui-se que o número real pode ser:

0aM

b a

=

− 2 8 0

0 8M

=

a) 2√3 b) 2√2 c) 2 d) -√2 e) -√3

Page 59: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 51

62) (FGV-SP) Observe que, se 0 1

2 3A

=

e 4 5

6 7B

=

, então

AB é a matriz:

a) 0 5

12 21

b) 6 7

26 31

c) 6 26

7 31

d) 0 12

5 21

e) 0 0

12 14

63) (PUCCAMP-SP) Os números reais x, y e z, que satisfazem a

equação matricial mostradas a seguir, são tais que a soma é igual a:

1 2 1 1 3 0

0 1 2 5

x y

z x y z

− + − =

+ + −

a) -3 b) -2 c) -1 d) 2 e) 3

64) (FAAP-SP) Dada a matriz 2 1

1 1A

− =

− , achar a matriz B , tal

que AB I= , sendo 1 0

0 1I

=

.

a) 1 1

1 2

− b)

1 1

1 2

− c)

1 1

2 2

d) 1 0

1 0

e) n.d.a.

65) (FUVEST-SP) Considere as matrizes:

1) ( )ijA a= , 4× 7, definida por ija i j= − ;

2) ( )ijB b= , 7× 9, definida por ijb i= ;

3) ( )ijC c= , C AB= ;

O elemento 63C é:

Page 60: espaço vetorial 108

52 Álgebra Linear 1 a) -112 b) -18 c) -9 d) 112 e) não existe.

66) (UNB-DF) A matriz oposta da matriz 2× 2, definida por

2 ,

2 ,

ij

ij

a i j i j

a i j i j

= + ≠

= − =, é:

a) 1 5

4 2

− b)

1 4

5 2

− c)

2 4

5 1

d) 1 5

4 2

− e)

5 1

4 2

67) (UFPA) A matriz ( )3 3

ijA a×

= é definida de tal modo que

( 1) ,

0,

i j

ij

i ja

i j

+ − ≠=

=.

Então, A é igual a :

a) 0 1 1

1 0 1

1 1 0

− − −

b) 1 0 0

0 1 0

0 0 1

c) 0 1 1

1 0 1

1 1 0

− −

d) 1 0 0

0 1 0

0 0 1

− −

e) 0 1 1

1 0 1

1 1 0

− −

Page 61: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 53

68) (UNIRIO) Um laboratório farmacêutico fabrica três tipos de

remédios utilizando diferentes compostos. Considere a matriz

( )ijA a= dada a seguir, onde ija representa quantas unidades do

composto j serão utilizadas para fabricar uma unidade do remé-

dio do tipo i .

1 2 4

2 5 3

0 1 4

A

=

Quantas unidades do composto 2 serão necessárias para fabricar 3

remédios do tipo 1; 2 remédios do tipo 2 e 5 remédios do tipo 3?

69) (UNIRIO) Seja 0

0

aB

b

=

, , 0a b ≠ uma matriz que satisfaz

a equação 1 0 93

5 0

aB A

− + =

, onde

0 3

2 0A

− =

. A soma dos ele-

mentos da diagonal principal de B é:

a) 1

3 b) -1 c) 11

6

− d) 13

6

− e) 19

6

70) (UFF-RJ) Nos processos de digitalização, imagens podem se

r representadas por matrizes cujos elementos são algarismos 0 e 1.

Considere que a matriz linha ( )1 0 1 0 0 1L = representa a figura

a seguir:

Page 62: espaço vetorial 108

54 Álgebra Linear 1 onde 1 representa o quadrinho escuro e 0 representa o quadrinho

branco. Seja X a matriz linha dada por X LM= , onde M é a

matriz ( )ijM m= com

1, 7, 1 6, 1 6

0, 7ij

i jM i j

i j

+ == ≤ ≤ ≤ ≤

+ ≠

Dessa forma, a matriz X representa a figura da opção:

a)

b)

c)

d)

e)

71) (UFRRJ) Determine a matriz inversa da matriz ( )2 2

ijA a×

= ,

em que os elementos de A são definidos por

sen( ) ,

cos( ) ,ij

i j i ja

j i i j

π

π

+ ==

− ≠.

72) (PUC-SP) Considere a equação matricial:

1 3

0 1 1

i i x i

y i

− + =

− + .

Page 63: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 55

em que i é a unidade imaginária. Os números complexos x e y

satisfazem essa equação são tais que a medida do argumento prin-

cipal de x y+ é:

a) 120° b) 135° c)225° d) 240° e) 330°

73) (UNIRIO) Matrizes binárias são matrizes cujos elementos

pertencem ao conjunto { }0,1 e têm aplicação em Ciência da

Computação. A matriz obtida pela soma de todas as matrizes

binárias 2 2× é:

a) 6 6

6 6

b) 6 4

4 8

c) 4 4

4 4

d) 8 8

8 8

e) 4 6

6 4

Page 64: espaço vetorial 108

2 Sistemas Lineares

2.1 Introdução

Os sistemas lineares estão presentes e são de relevante impor-

tância em diversas aplicações da física, química, engenharia, com-

putação e da própria matemática.

Ao longo da história, os problemas que implicavam em sis-

temas de equações lineares deram grande vigor ao estudo de ma-

trizes e determinantes, conceitos estes, que tiveram, sua história

entrelaçada. O matemático italiano Gerônimo Cardano (1501-

1576), em sua obra Ars Magna (A Grande Arte), de 1545, mostrou

uma regra para a solução de sistemas de duas equações lineares

chamada regula de modo. Outros resultados importantes foram mos-

trados pelo matemático alemão Gottfried Wilhelm Von Leibniz

(1646-1716) e pelo matemático suíço Gabriel Cramer (1704-1752),

tornando estes conceitos objetos de investigação matemática.

Neste capítulo serão apresentados conceitos e métodos para a

resolução de sistemas de equações lineares.

Page 65: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 57

2.2 Equações lineares

Uma equação é dita linear quando tem a forma

1 1 2 2 ... n na x a x a x b+ + + = , onde, 1 2, ,...,a a b são constantes reais e

o expoente das variáveis 1 2, ,..., nx x x é no máximo 1. São equações

lineares 1 2 32 5 3 20x x x+ − = , 5 4 40x y− = e 3 5 8 16 0a b c+ − + = .

São equações não lineares 23 5 0x y+ = , 2 3 2 5xy x y− + = ,

12 0

x− = e 3 2 1a b+ = .

2.3 Solução das equações lineares

Dizemos que a solução de uma equação de n variáveis é uma

seqüência ou uma n -upla ordenada de números reais, de forma

que quando substituídas no lugar das respectivas variáveis forne-

cem uma sentença verdadeira, ou seja, 1 2 3[ , , ,..., ]nS s s s s= é solu-

ção da equação linear 1 1 2 2 3 3 ... n na x a x a x a x b+ + + + = se

1 1 2 2 3 3 ... n na s a s a s a s b+ + + + = for uma sentença verdadeira. O

conjunto S é chamado conjunto solução da equação ou raiz da

equação.

Como exemplo simples, temos que a equação 2 6 0x − = tem

como solução o conjunto { }3 , pois 2 3 6 0× − = . Já a equação

Page 66: espaço vetorial 108

58 Álgebra Linear 1

6x y+ = admite infinitas soluções, onde algumas dessas soluções

são os pares ordenados ( )5;1 ; ( )2;4 ; ( )10;16− e ( )25; 19− .5

2.4 Sistemas de equações lineares

Um sistema de equações lineares ou simplesmente sistema li-

near é um conjunto de equações lineares cuja forma é

11 1 12 2 13 3 1 1

21 1 22 2 23 3 2 2

1 1 2 2 3 3

...

...

...

n n

n n

m m m mn n m

a x a x a x a x b

a x a x a x a x b

a x a x a x a x b

+ + + + =

+ + + + = + + + + =

� � �

em que ija e kb são constantes reais, para , 1, ,i k m= � e

1, ,j n= � , em outras palavras é um sistema linear com m equa-

ções e n incógnitas.

Todo sistema de equações lineares pode ser reescrito através

de uma notação matricial. Desta forma, a matriz dos coeficien-

tes é

11 12 1

21 22 2

1 2

n

n

m m mn

a a a

a a aA

a a a

=

� � � �

,

5 Esta equação linear também é conhecida como equação Diofantina, e

no curso de Teoria dos Números é possível determinar a sua solução

geral.

Page 67: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 59

e a matriz dos termos independentes é uma matriz coluna de

ordem 1m× ,

1

2

m

b

bb

b

=

�.

A matriz incógnita também é uma matriz coluna de ordem

1m× , isto é,

1

2

m

x

xx

x

=

�.

Desta forma, podemos reescrever o sistema de equações line-

ares anterior como um produto de matrizes formando uma equa-

ção matricial, Ax b= .

Além da matriz dos coeficientes, um sistema de equações li-

neares possui uma matriz aumentada, cuja ordem é ( )1m n× + ,

formada pela matriz dos coeficientes, A , e a matriz dos termos

independentes, b , disposta como segue.

11 12 1 1

21 22 2 2

1 2

[ | ]

n

n

m m mn m

a a a b

a a a bA B

a a a b

=

� �

� �

� � � � ��

� �

.

Page 68: espaço vetorial 108

60 Álgebra Linear 1

A seguir mostramos três exemplos de sistemas lineares nas

formas de equações lineares, equação matricial e como matriz

aumentada.

Exemplo 1:

Sistema de equações lineares: 3 2

2 3

x y

x y

− =

+ =.

Equação matricial Ax b= : 1 3 2

2 1 3

x

y

− =

.

Matriz aumentada: 1 3 2

2 1 3

Exemplo 2:

Sistema de equações lineares: 2 3

2 3 4

3 2 1

x y z

x y z

x y z

+ + =

− − = − − =

.

Equação matricial Ax b= : 1 2 1 3

2 3 1 4

3 1 2 1

x

y

z

− − = − −

.

Matriz aumentada: 1 2 1 3

2 3 1 4

3 1 2 1

− − − −

.

Exemplo 3:

Page 69: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 61

Sistema de equações lineares:

1 2 3

1 2 3

1 2

1 2 3

2 3 1

2 5 5

3 6 10

4 2 1

x x x

x x x

x x

x x x

+ − =

− + − =

− = − + = −

.

Equação matricial Ax b= :

1

2

3

4

1 2 3 1

2 5 1 5

3 6 0 10

4 1 2 1

x

x

x

x

− − = −

− −

.

Matriz aumentada:

1 2 3 1

2 5 1 5

3 6 0 10

4 1 2 1

− − − −

− −

.

2.5 Solução do sistema linear

Um sistema linear quanto à solução pode ser classificado de

acordo com o diagrama a seguir.

Para ilustrar as possibilidades que podem ocorrer na solução

de sistemas lineares, vamos considerar um sistema geral de duas

equações lineares nas incógnitas x e y ,

1 1 11 1 2 2

2 2 2

, com , , , 0.a x b y c

a b a ba x b y c

+ =≠

+ =

Page 70: espaço vetorial 108

62 Álgebra Linear 1

Os gráficos destas equações (um estudo mais aprofundado

pode ser feito no curso de geometria analítica) são retas que de-

nominaremos por 1r e 2r . A solução do sistema corresponderá

aos pontos de interseção das retas 1r e 2r . Temos dessa forma três

possibilidades. Na primeira possibilidade discutimos a idéia de

quando o sistema seja possível e determinado, isto é, tenha solu-

ção única. Neste caso, as 1r e 2r , se interceptam num único ponto

e, assim, o sistemas possui exatamente uma única solução, Figura

2.1.

Sistema Linear

Ax b=

Possível: Admite solu-

ção

Indeterminado: Admite infinitas

soluções

Determinado: Admite uma única

solução

Impossível: Não admite solução

P

1r 2r

x

y

Figura 2.1: A interseção de 1r e 2r é { }P .

Page 71: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 63

Na Figura 2.2 observamos a possibilidade de obtermos infini-

tas soluções, isto é, o sistema ser possível e indeterminado. As

retas 1r e 2r deste caso são coincidentes existindo assim infinitos

pontos de interseção entre elas. A terceira e última possibilidade

refere-se ao caso do sistema não ter solução, isto é, ser impossível.

Geometricamente isso acontece quando as retas 1r e 2r são parale-

las, Figura 2.3.

1 2r r≡

x

y

1r

2r

x

y

Figura 2.2: A interseção de 1r e 2r é a própria reta.

Figura 2.3: A interseção de 1r e 2r é vazia.

Page 72: espaço vetorial 108

64 Álgebra Linear 1

Agora fica fácil de analisar o sistema de equações e dizer se

ele é possível e determinado, ou se é possível e indeterminado, ou

se é impossível. Veremos alguns exemplos comentados a seguir.

Seja o sistema de equações

2 1

3 2 4

x y

x y

+ =

+ =.

Para sabermos o comportamento da solução, basta olhar para

a matriz aumentada do sistema, isto é, para os coeficientes e para

os termos independentes. Neste primeiro exemplo temos que

2 3 1 2 1 4≠ ≠ . Isto significa que as retas se interceptam num

único ponto, ou seja, o sistema de equações lineares tem solução

única.

Seja agora o sistema de equações

10 5 15

2 3

x y

x y

+ =

+ =.

Neste caso temos que 10 / 2 5 /1 15 / 3 5= = = . Como os coefi-

cientes da primeira reta são proporcionais aos coeficientes da

segunda reta numa mesma razão k , temos que as retas são coin-

cidentes. Em outras palavras, o sistema de equações lineares tem

infinitas soluções.

Neste último caso apresentamos retas paralelas. Seja o siste-

ma de equações

Page 73: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 65

3 2 1

3 2 4

x y

x y

+ =

+ =.

Observamos que 3/ 3 2 / 2 1 1/ 4= = ≠ , o que nos garante que

as retas são paralelas, e o sistema de equações lineares não tem

solução.

Para o caso de três equações nas incógnitas x, y e z, podemos

ilustrar da seguinte maneira:

Figura 2.4: uma única solução

Figura 2.5: nenhuma solução

Page 74: espaço vetorial 108

66 Álgebra Linear 1

Figura 2.6: infinitas soluções

2.6 Sistemas Lineares Homogêneos

Um sistema linear é dito homogêneo quando todos os termos

independentes de todas as equações que compõe este sistema são

iguais a zero.

São sistemas lineares homogêneos

2 8 0

6 0

x y

x y

+ =

− =,

2 0

3 4 2 0

6 2 8 0

x y z

x y z

x y z

+ + =

− + = − + =

, e 1 2 3

1 2 3

5 3 9 0

2 7 0

x x x

x x x

+ + =

− + =.

Pode-se observar que o sistema linear homogêneo que tem o

mesmo número de incógnitas e equações admite sempre a solução

nula, ( ) elementos

0,0,0, ,0

n

…������������

, que é chamada solução trivial.

Assim, o sistema homogêneo é sempre compatível. Quando é

determinado admite apenas a solução trivial e quando é indeter-

minado admite outras infinitas soluções.

Page 75: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 67

2.7 Matriz escalonada

Uma forma de resolver um sistema linear é substituir o siste-

ma inicial por outro que tenha o mesmo conjunto solução do

primeiro, mas que seja mais fácil de resolver. O outro sistema é

obtido depois de aplicar sucessivamente uma série de operações,

que não alteram a solução do sistema, sobre as equações.

As operações elementares com matrizes (operações elementa-

res de linhas para obter uma matriz equivalente) são operações

que mantém tanto a ordem da matriz quanto a sua característica.

São operações elementares de linhas: trocar a posição de duas

equações do sistema, que indicaremos por i jl l←→ ; multiplicar

uma equação por um escalar não-nulo, que indicaremos por

i il kl← ; somar a uma equação outra equação multiplicada por

um escalar, que indicaremos por i i jl l kl← + .

Uma matriz ij m nA a

× = está na forma escalonada reduzi-

da (veremos como determiná-la na próxima seção) quando satis-

faz as seguintes condições: todas as linhas nulas (formadas intei-

ramente por zeros) ocorrem abaixo das linhas não nulas; o primei-

ro elemento não nulo de cada linha não nula é igual a 1 (chamado

de pivô); o pivô da linha 1i + ocorre à direita do pivô da linha i,

Page 76: espaço vetorial 108

68 Álgebra Linear 1 para 1, , 1i m= −… ; se uma coluna contém um pivô, então todos

os seus outros elementos são iguais a zero.

Se uma matriz satisfaz as três primeiras condições, mas não

necessariamente satisfaz a última condição, dizemos que ela é uma

matriz escalonada, o que podemos verificar nos exemplos a

seguir.

Vamos escalonar a matriz 1 2 1

1 3 2

2 4 5

A

=

. Para realizarmos

o escalonamento desta matriz vamos utilizar as operações elemen-

tares de linhas.

Como na primeira linha o primeiro elemento é igual a 1 , não

há nada o que fazer nela (segunda condição). Logo, vamos traba-

lhar para obter linhas equivalentes para as linhas 2 e 3 , elegendo

o primeiro elemento da primeira linha como pivô, e fazendo com

que os primeiros elementos dessas linhas equivalentes sejam nu-

los. Em outras palavras, vamos substituir a segunda linha, reali-

zando uma operação elementar de linhas, por ela própria menos a

linha 1 , e vamos substituir a terceira linha por ela mesma menos

duas vezes a linha 1 .

1 2 1

1 3 2

2 4 5

2 2 1

3 3 12

l l l

l l l

← −

← −

1 2 1

0 1 1

0 0 3

pivô

Page 77: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 69

A matriz equivalente obtida ainda não está na forma escalona,

pois o primeiro elemento da última linha não é igual a 1 . Então

faremos mais uma operação elementar de linhas, ou seja, dividi-

remos a terceira linha por três.

1 2 1

0 1 1

0 0 3

3 3

1

3l l←

1 2 1

0 1 1

0 0 1

Portanto 1 2 1

´ 0 1 1

0 0 1

A

=

é a matriz escalonada, e conseqüen-

temente equivalente, da matriz A dada.

Vamos agora escrever a matriz 2 4 1

1 3 1

4 6 2

A

=

na forma es-

calonada. Podemos observar que a primeira linha não tem pivô.

Então vamos procurar na primeira coluna um pivô para a primeira

linha6. Iremos realizar uma operação elementar de linhas, a troca

de linhas, para “trazer” o pivô para a primeira linha. Como o pivô

é igual a um, escolhemos para pivô o elemento de posição 2 1.

Com o objetivo de simplificar algumas contas, e como todos os

elementos da terceira linha são divisíveis por dois, iremos trocá-la

por uma linha equivalente.

6 Vale à pena ressaltar que podemos trocar, sem preocupação, linhas e colunas até encontrar o pivô, sem perdas de equivalência.

Page 78: espaço vetorial 108

70 Álgebra Linear 1

2 4 1

1 3 1

4 6 2

1 2

3 3

1

2

l l

l l

←→

1 3 1

2 4 1

2 3 1

Observe que a nova matriz (equivalente) agora possui um pi-

vô na primeira linha. Desta forma, iremos trocar as linhas 2 e 3

por linhas equivalentes onde os elementos da primeira coluna

sejam nulos.

1 3 1

2 4 1

2 3 1

2 2 1

3 3 1

2

2

l l l

l l l

← −

← −

1 3 1

0 2 1

0 3 1

− − − −

Podemos observar agora que a linha dois não tem um pivô,

pois o primeiro elemento não nulo é diferente de 1 . Logo dividi-

remos esta linha por 2− .

1 3 1

0 2 1

0 3 1

− − − −

1 1

1

2l l← −

1 3 1

10 1

2

0 3 1

− −

Agora temos que substituir a linha 3 por uma linha equiva-

lente onde os elementos abaixo dos pivôs sejam todos nulos.

1 3 1

10 1

2

0 3 1

− −

3 3 23l l l← +

1 3 1

10 1

2

10 0

2

Page 79: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 71

Para finalizar o processo de escalonamento da matriz, basta

obter o pivô da última linha, isto é, basta multiplicar a linha 3 por

2 .

1 3 1

10 1

2

10 0

2

3 32l l←

1 3 1

10 1

2

0 0 1

A

′=

Temos então que A′ é a matriz escalonada da matriz A da-

da.

2.8 Solução do sistema por retro-substituição

Uma das formas de resolver um sistema de equações lineares

é através da retro-substituição. É um processo simples que envol-

ve a matriz aumentada do sistema, e o escalonamento desta ma-

triz. Vamos trabalhar no sistema a seguir como exemplo.

6

4 2 5

3 2 13

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ − = + + =

Fazendo uma breve análise, como as equações não são múlti-

plas entre si, duas a duas, sabemos que o sistema tem solução

única. Escrevendo o sistema na forma de matriz aumentada temos

Page 80: espaço vetorial 108

72 Álgebra Linear 1

1 1 1 6

4 2 1 5

1 3 2 13

Como na primeira linha tem pivô, não há nada o que fazer

com ela. Logo, vamos substituir as linhas 2 e 3 por linhas equiva-

lentes onde os elementos da primeira coluna são nulos.

1 1 1 6

4 2 1 5

1 3 2 13

2 2 1

3 3 1

4l l l

l l l

← − +

← −

1 1 1 6

0 2 5 19

0 2 1 7

1 1 1 6

0 2 5 19

0 2 1 7

3 2 3l l l← −1 1 1 6

0 2 5 19

0 0 4 12

1 1 1 6

0 2 5 19

0 0 4 12

2 2

3 3

1

2

1

4

l l

l l

1 1 1 6

5 190 12 2

0 0 1 3

Esta matriz escalonada é equivalente ao sistema dado e é a

matriz aumentada do sistema

6

5 192 2

3

x y z

y z

z

+ + =

+ =

=

.

Page 81: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 73

Por retro-substituição obtemos ( )5 19

32 2

y + ⋅ = , isto é, 2y = .

Continuando a retro-substituição, temos que ( ) ( )2 3 6x + + = , ou

seja, 1x = . Assim, a solução do sistema é ( )1, 2,3S = .

Para fixarmos o processo de retro-substituição, resolveremos

o sistema a seguir. Seja 1 2 3

1 2 3

1 2 3

2 16

2 15

2 17

x x x

x x x

x x x

+ + =

+ + = + + =

.

Como primeiro passo devemos extrair a matriz aumentada do

sistema,

1 2 1 16

2 1 1 15

1 1 2 17

.

Agora devemos escalonar essa matriz. Como na primeira li-

nha temos pivô, passemos então para as outras linhas. Seguindo o

script, trocamos as linhas 2 e 3 por linhas equivalentes onde os

elementos da primeira coluna são nulos.

1 2 1 16

2 1 1 15

1 1 2 17

2 1 2

3 3 1

2l l l

l l l

← −

← −

1 2 1 16

0 3 1 17

0 1 1 1

Para obtermos o pivô da linha 2 faremos uma operação de

troca de linhas.

Page 82: espaço vetorial 108

74 Álgebra Linear 1

1 2 1 16

0 3 1 17

0 1 1 1

2 3l l←→ −

1 2 1 16

0 1 1 1

0 3 1 17

− −

Trabalharemos agora para obter uma linha equivalente a linha

3 onde os elementos das colunas que contem pivô sejam nulos.

1 2 1 16

0 1 1 1

0 3 1 17

− −

3 3 23l l l← −

1 2 1 16

0 1 1 1

0 0 4 20

− −

Para obter o pivô da linha 3 basta dividi-la por 4 .

1 2 1 16

0 1 1 1

0 0 4 20

− −

3 3

1

4l l←

1 2 1 16

0 1 1 1

0 0 1 5

− −

Esta matriz escalonada é a matriz aumentada do sistema e-

quivalente ao sistema dado

1 2 3

2 3

3

2 16

1

5

x x x

x x

x

+ + =

− = − =

.

Realizando o processo de retro-substituição, obtemos

( )2 5 1x − = − , isto é, 2 4x = ; e ( ) ( )1 2 4 5 16x + ⋅ + = , ou seja, 1 3x = .

Portanto, a solução do sistema é ( )3,4,5S = .

Page 83: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 75

2.9 Solução do sistema pelo método de Gauss – Jordan

Este método é utilizado para obter a solução de um sistema

de n equações lineares e mesmo número de variáveis de forma

prática. Da mesma forma que aplicamos as operações elementares

de linhas para obter a matriz escalonada procedemos para obter a

matriz unidade a partir da matriz dos coeficientes, acrescentando

operações nas linhas acima do pivô escolhido, para que os ele-

mentos da mesma coluna deste pivô sejam todos iguais a zero.

Devemos escrever o sistema na forma de matriz aumentada e

desta forma quando a matriz dos coeficientes se tornar a matriz

identidade a matriz dos termos independentes ficará transformada

na solução do sistema. Observe a aplicação deste método através

da resolução do sistema abaixo:

1 2 3

1 2 3

2 3

1 2 3

2 5 1

3 4 7

15

2 3 8

x x x

x x x

x x

x x x

+ + = + + = −

− = −− + + = −

Observamos inicialmente que as equações não são múltiplas

entre si, duas a duas, logo o sistema tem solução única. Escreve-

mos o sistema linear na forma de matriz aumentada:

2 1 5 1

1 3 4 7

0 5 1 15

1 2 3 8

− − −

− −

Page 84: espaço vetorial 108

76 Álgebra Linear 1

Vamos aproveitar que se tem 1 na primeira coluna para esco-

lhê-lo como pivô, para tanto permutaremos as linhas 1 e 2, e se-

guimos com as operações elementares de linhas.

2 1 5 1

1 3 4 7

0 5 1 15

1 2 3 8

− − −

− −

1 2l l←→

1 3 4 7

2 1 5 1

0 5 1 15

1 2 3 8

− − −

− −

2 2 1

4 4 1

2l l l

l l l

← −

← +

1 3 4 7

0 5 3 15

0 5 1 15

0 5 7 15

− − − −

2 2

1

5l l← −

1 3 4 7

30 1 3

5

0 5 1 15

0 5 7 15

− − − − −

1 1 2

3 3 2

4 4 2

3

5

5

l l l

l l l

l l l

← −

← −

← −

Observe que neste ponto voltamos a operar com a primeira

linha para que o elemento acima do pivô seja zero.

111 0 2

5

30 1 3

5

0 0 4 0

0 0 4 0

3 3

1

4l l← −

111 0 2

5

30 1 3

5

0 0 1 0

0 0 4 0

1 1 3

2 2 3

4 4 3

11

5

3

5

4

l l l

l l l

l l l

← −

← −

← −

1 0 0 2

0 1 0 3

0 0 1 0

0 0 0 0

Vemos que a matriz dos coeficientes foi transformada na ma-

triz identidade e desta forma a matriz dos termos independentes é

a solução do sistema ( )2, 3,0S = − . De fato, temos que o sistema

inicial de equações lineares se transformou no sistema equivalente

Page 85: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 77

1 2 3

1 2 3

1 2 3

1 2 3

0 0 2

0 0 3

0 0 0

0 0 0 0

x x x

x x x

x x x

x x x

+ + = + + = −

+ + = + + =

,

isto é,

1

2

3

2

3

0

x

x

x

=

= −

=

Que é a solução do sistema.

Caro leitor, acompanhe agora a resolução para obtenção da

equação geral do sistema homogêneo

2 3 4

1 2 3 4

1 2 3 4

1 3 4

5 8 0

3 2 0

2 0

5 3 0

x x x

x x x x

x x x x

x x x

− − + =

− + + − =

− − + = − + + =

.

Tomando a matriz dos coeficientes e aplicando as operações

elementares sobre linhas temos

3 311 0

5 5

1 80 1

5 5

0 0 0 0

0 0 0 0

− −

.

Dessa forma temos o sistema equivalente

Page 86: espaço vetorial 108

78 Álgebra Linear 1

1 3 4

2 3 4

3 310

5 5

1 80

5 5

x x x

x x x

− − =

+ − =

e isolando 1 2 e x x temos a solução geral do sistema 1 3 4

3 31

5 5x x x= +

e 2 3 4

1 8

5 5x x x= − + ,

3 4,x x ∈� são chamadas variáveis livres.

Uma ressalva importante que podemos fazer neste ponto re-

fere-se ao número de soluções do sistema linear a partir da sim-

ples observação da matriz escalonada. Se o número de incógnitas

for igual ao número de equações não-degeneradas sua solução é

única, se o número de incógnitas for superior ao número de equa-

ções não-degeneradas têm-se infinitas soluções e pode-se expres-

sar a solução geral em função das variáveis livres. E, por fim, se os

coeficientes de uma equação forem zeros e o termo independente

não nulo, o sistema é inconsistente ou incompatível, ou seja, não

tem solução. Vamos aplicar este conhecimento no exemplo a

seguir.

Determine o valor de λ para que o sistema 1 2

1 2 3

1 2 3

2

0

4

x x

x x x

x x x

λ

− =

+ + =− + − =

se-

ja compatível.

Escrevendo na forma de matriz aumentada e aplicando as

operações elementares sobre as linhas temos:

Page 87: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 79

1 1 0 2

1 1 0

1 1 1 4

λ

− − −

2 2 1

3 3 1

l l l

l l l

← −

← +

1 1 0 2

0 1 1 2

0 0 1 6

λ

+ − −

2 2 3l l l← +

1 1 0 2

0 1 0 4

0 0 1 6

λ

+ −

Neste ponto, observamos que na segunda equação se

1 0λ + = esta equação se torna degenerada e o sistema é incompa-

tível. Portanto, para que o mesmo seja compatível devemos ter

1 0λ + ≠ , logo 1λ ≠ − .

2.10 Solução do sistema pelo método da Matriz Inversa

Um sistema de equações lineares Ax b= pode ser resolvido

multiplicando-se a matriz inversa de A , isto é, 1A

− , caso exista,

pela matriz dos coeficientes b .

Com efeito, admitindo que exista 1A

− , então podemos multi-

plicar Ax b= em ambos os membros por 1A

− , ou seja,

1 1A Ax A b

− −= . Mas 1A A I

− = e Ix x= . Portanto 1x A b

−= .

Como exemplo, temos o sistema 2 4

3 4 8

x y

x y

+ =

+ = − que é equiva-

lente a 1 2 4

3 4 8

x

y

=

− . A matriz inversa da matriz dos coeficien-

tes é 2 1

3 2 1 2

. De fato, pois 1 2 2 1 1 0

3 4 3 2 1 2 0 1

− =

− . Dessa

Page 88: espaço vetorial 108

80 Álgebra Linear 1 forma a solução do sistema pode ser obtida multiplicando-se a

matriz inversa pela matriz dos termos independentes

2 1 4 16

3 2 1 2 8 10

− − =

− − . Portanto a solução do sistema é

16

10S

− =

.

2.11 Cálculo da Matriz Inversa

Este método consiste em determinar a inversa da matriz A

aplicando o método de Gauss-Jordan na matriz A I , até que se

obtenha a matriz escalonada reduzida da matriz A , B S . Se

B I= então S é a matriz inversa da matriz A , isto é, 1A S

− = ;

caso contrário, a matriz A não admite inversa ( A é singular).

Dessa forma vamos tomar como exemplo a matriz

2 1 1

1 1 1

2 3 2

A

=

cuja inversa se deseja obter. Inicialmente vamos

escrever na forma A I

2 1 1 1 0 0

1 1 1 0 1 0

2 3 2 0 0 1

.

Procedemos agora aplicando Gauss-Jordan até que A esteja na

forma escalonada reduzida. Faremos, a cargo de mais um exem-

plo, o escalonamento passo a passo. O primeiro passo é obter um

Page 89: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 81

pivô para a linha 1. Poderíamos simplesmente dividir a linha 1 por

2, mas apareceria frações (as vezes é inevitável). Ao invés disso,

substituímos a linha 1 por uma combinação entre ela e a linha 2.

2 1 1 1 0 0

1 1 1 0 1 0

2 3 2 0 0 1

1 1 2l l l← −

Agora temos que transformar as linhas 2 e 3 em linhas equi-

valentes onde os elementos abaixo do pivô são nulos.

1 0 0 1 1 0

1 1 1 0 1 0

2 3 2 0 0 1

2 2 1

3 3 12

l l l

l l l

← −

← −

Na linha 2 já apareceu um pivô com as operações que foram

feitas.

1 0 0 1 1 0

0 1 1 1 2 0

0 3 2 2 2 1

− −

3 3 23l l l← −

Agora iremos trocar a linha 3 por uma linha equivalente onde

os elementos abaixo do pivô são nulos. Como na linha 3 apareceu

um elemento diferente de 1, iremos trocá-la por uma linha equiva-

lente onde esse elemento seja 1.

1 0 0 1 1 0

0 1 1 1 2 0

0 0 1 1 4 1

− − −

3 3l l← −

Page 90: espaço vetorial 108

82 Álgebra Linear 1

Por fim, falta apenas trocar as linhas 1 e 2 por linhas equiva-

lentes onde os elementos acima do pivô sejam nulos.

1 0 0 1 1 0

0 1 1 1 2 0

0 0 1 1 4 1

− − −

2 2 3l l l← −

Temos então a matriz inversa da matriz A .

1 0 0 1 1 0

0 1 0 0 2 1

0 0 1 1 4 1

− − −

Como a matriz A é linha-equivalente à matriz identidade,

temos que a matriz 1 1 0

0 2 1

1 4 1

− − −

é a inversa da matriz A .

Outro exemplo pode observado agora, considerando a matriz

1 6 4

2 4 1

1 2 5

A

= − −

na qual buscaremos sua inversa. As operações

serão indicadas ao lado de cada passo.

1 6 4 1 0 0

2 4 1 0 1 0

1 2 5 0 0 1

− −

2 2 1

3 3 1

2l l l

l l l

← −

← +

1 6 4 1 0 0

0 8 9 2 1 0

0 8 9 1 0 1

− − −

3 3 2l l l← +

Page 91: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 83

1 6 4 1 0 0

0 8 9 2 1 0

0 0 0 1 1 1

− − − −

Como nós obtivemos uma linha de zeros no lado esquerdo, a

matriz A não é invertível, isto é, A é singular.

2.12 Exercícios

1) Determine se os vetores ( 8,6,1,1)u = − e ( 10,5,1,2)v = − são soluções

do sistema de equações lineares 4 3 5

2 3 2 1

2 5 4 3

x y z w

x y z w

x y z w

+ + + =

+ + − = + − + =

.

2) Resolva os sistemas abaixo:

a) 1 2 3 4

1 2 3 4

1 2 3 4

3 2 5 4

2 8 9 9

3 5 12 17 7

x x x x

x x x x

x x x x

+ − + =

+ − + = + − + =

b) 1 2 3

1 2 3

1 2 3

2 3

2 5 4

3 2 5

x x x

x x x

x x x

+ + =

+ − = − − − =

c) 2 2

2 3 9

3 3 2 3

x y z

x y z

x y z

+ − =

− + = + − =

d) 10 0

5 0

3 0

x y

x z

y z

+ − =

− − = − − =

e) 2 2 5

2 2 3

2

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ + = + + =

f) 1 2 3

1 2 3

1 2 3

2 8

2 3 1

3 7 4 10

x x x

x x x

x x x

+ + =

− − + = − + =

g) 1 2 3 4

1 2 3 4

1 2 3 4

1 4

2 1

2 2 2 2

2 4 1

3 3 3

x x x x

x x x x

x x x x

x x

− + − = −

+ − − = −

− + − + = − = −

Page 92: espaço vetorial 108

84 Álgebra Linear 1

h) 1 2 3 4

1 2 3 4

1 2 3 4

2 4 1

3 7 2 2

12 11 16 5

x x x x

x x x x

x x x x

− + − =

+ + + = − − − =

i) 8

2 3 1

3 7 4 10

x y z

x y z

x y z

+ + =

− − + = − + =

j) 4 2 2

8 4 5 6

12 7 10 6

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ + = + + =

k) 2 2

3 7

1

x y z

y z

x z

+ − = −

+ = − = −

3) Determine o valor de λ em cada sistema abaixo de acordo

com cada exigência:

a) 6 12

4 4 8

x y

x y

λ+ =

+ = seja indeterminado.

b) 3 2 1

4 0

x y

x yλ

+ =

− = admita uma solução única.

c) 2

2 4 5

y z

x y z a

x y z

λ

λ

− + = −

+ + = − + = −

seja compatível e determinado.

d) 2

2

4 5

x y

x y z

x y z

λ

λ

λ

+ = −

− + = + + = −

seja impossível.

e) (FUVEST-SP/adaptado) 1

3 2 3

2

x y z

x y z

y zλ

+ + =

− + = + = −

é compatível e

determinado.

4) (UFES) Examinando os anúncios a seguir, conclua o preço de

cada faca, garfo e colher.

Page 93: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 85

5) Uma loja vende certo equipamento de informática, que é

fabricado por três marcas diferentes: A, B e C. Um levantamento

sobre as vendas desse equipamento, realizado durante três dias

consecutivos, revelou que:

• no 1º dia, foram vendidos dois equipamentos da marca A, um

da marca B e um da marca C, resultando um total de vendas igual

a R$ 150,00;

• no 2º dia, foram vendidos quatro equipamentos da marca A,

três da marca B e nenhum da marca C, num total de R$ 240,00;

• no último dia, não houve vendas da marca A, mas foram vendi-

dos cinco da marca B e três da marca C, totalizando R$ 350,00.

Qual é o preço do equipamento fabricado por A? E por B? E por

C?

Page 94: espaço vetorial 108

86 Álgebra Linear 1 6) Na feira uma dona de casa verificou que as barracas A, B e C

tinham preços diferentes por quilo de produto, conforme a tabela

a seguir:

Tomate Batata Cebola

R$40,00 R$50,00 R$30,00

R$50,00 R$40,00 R$40,00

R$50,00 R$40,00 R$30,00

Comprando-se x quilos de tomate, y quilos de batatas e z qui-

los de cebolas tanto na barraca A quanto na B, a dona de casa

gastaria a mesma quantia: R$260,00. Comprando-se as mesmas

quantidades na barraca C, ela economizaria R$ 10,00. Determine

x+y+z.

2.13 Questões de vestibular

1. (FMU – SP) O valor de a para que o sistema

=−

=+

543

182

ayx

yx

seja possível e indeterminado é:

a) -6 b) 6 c) 2 d) -2 e) 3/2

Page 95: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 87

2. (FGV – SP) O sistema 2 3 0

2 4 0

14 0

x y z

x y z

x z

+ − =

+ + = − =

é:

a) determinado.

b) Impossível

c) Determinado e admite como solução (1, 1, 1).

d) Indeterminado.

e) N.D.A.

3. (UFRN) A solução do sistema 6

4 2 5

3 2 13

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ − = + + =

é:

a) (-2, 7, 1) b) (4, -3, 5) c) (0, 1, 5) d) (2, 3, 1) e) (1, 2, 3)

4. (OSEC – SP) O sistema linear 2 2

2 3 4 9

4 2 7

x y z

x y z

x y z

− + =

+ + = + + =

:

a) admite solução única;

b) admite infinitas soluções;

c) admite apenas duas soluções;

d) não admite solução;

e) N.D.A.

Page 96: espaço vetorial 108

88 Álgebra Linear 1

5. (EFOA – MG) O sistema de equações

=+

=+

0

55

ybx

yax , terá uma

única solução se:

a) ba 5= b) 05 =+ ba c) 05 ≠− ba d) 05 =ab e) 05 ≠ab

6. (FAAP – SP) Para que o sistema linear

=+

=−

152

7

yx

byax admita

uma única solução, é necessário que:

a) 5

2ba

−≠ b)

5

2ba

−= c)

2

5ba

−≠ d)

5

2ba ≠ e)

2

5ba

−=

7. (FCC – BA) O sistema linear

=+

=+

12yxa

ayx é impossível se e

somente se:

a) 1≠a e 1−≠a b) 1=a ou a = –1

c) 1=a d) 1−=a

e) Ra ∉

8. (FEI – SP) Se x = A, y = B e z = C são as soluções do sistema

3

4

4 10

x y

x z

y z

− =

+ = + =

, então ABC vale:

a) -5 b) 8 c) -6 d) -10 e) 5

Page 97: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 89

9. (UFRS) O sistema sobre R 2 3 1

2

4 11 11

x y z

x y z b

x y z

− + = −

− − =− − + = −

, terá solução

apenas se o valor de b for igual a:

a) 6 b) 4 c) 1 d) -11 e) -12

10. (MACK – SP) O sistema 2

4 2

x y k

x my

+ =

+ = é indeterminado.

Então k + m vale:

a) 1/2 b) 1 c) 3/2 d) 2 e) 3

11. (UFSC) Para qual valor de m o sistema

=−

=−−

=−−

023

02

02

yx

zmyx

zymx

ad-

mite infinitas soluções?

a) m = 0 b) 0≠m c) m = 2 d) m = 10 e) m = 1

12. (FCC – BA) O sistema

=+

=−

0

02

kyx

yxk nas incógnitas x e y:

a) é impossível se 1−≠k

b) admite apenas a solução trivial se k = 1

c) é possível e indeterminado se k = -1

d) é impossível para todo k real

e) admite apenas a solução trivial para todo k real.

Page 98: espaço vetorial 108

90 Álgebra Linear 1

13. (CESGRANRIO) O sistema

=+

=+−

=−+

byx

zayx

zyax

1

0

tem uma infini-

dade de soluções. Então, sobre os valores dos parâmetros a e b,

podemos concluir que:

a) a = 1 e b arbitrário. b) a = 1 e 0≠b

c) a = 1 e b = 1 d) a = 0 e b = 1

e) a = 0 e b = 0

14. (FUVEST – SP) O sistema linear:

=−−

=++

=−α+

3

1

02

zyx

zyx

zyx

não admi-

te solução se α for igual a:

a) 0 b) 1 c) -1 d) 2 e) -2

15. (FUVEST – SP) Carlos e sua irmã Andréia foram com seu

cachorro Bidu à farmácia de seu avô. Lá encontraram uma velha

balança com defeito que só indicava corretamente pesos superio-

res a 60 kg. Assim eles se pesaram dois a dois e obtiveram as se-

guintes marcas:

• Carlos e o cão pesam juntos 87 kg;

• Carlos e Andréia pesam 123 kg;

• Andréia e Bidu pesam 66 kg.

Page 99: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 91

Podemos afirmar que:

a) cada um deles pesa menos que 60 kg.

b) dois deles pesam mais de 60 kg.

c) Andréia é a mais pesada dos três.

d) o peso de Andréia é a média aritmética dos pesos de Carlos e

de Bidu

e) Carlos é mais pesado que Andréia e Bidu juntos.

16. (UNESP) Um indivíduo fez uma viagem de 630 km e teria

gastado menos de 4 dias se tivesse caminhado mais 10 km por dia.

Quantos dias gastou na viagem e quantos quilômetros caminhou

por dia?

17. (UNICAMP) O IBGE contratou um certo número de entre-

vistadores para realizar o recenseamento em uma cidade. Se cada

um deles recenseasse 100 residências, 60 delas não seriam visita-

das. Como, no entanto, todas as residências foram visitadas e cada

recenseador visitou 102, quantas residências tem a cidade?

18. (UFMG) Um barril cheio, contendo uma mistura com 70%

de vinho puro e 30% de suco, custa R$ 240,00. O litro de vinho

puro é R$ 6,00 e o preço do litro do suco é R$ 2,00. Qual é a ca-

pacidade do barril?

19. (UNICAMP) Em um restaurante, todas as pessoas de um

Page 100: espaço vetorial 108

92 Álgebra Linear 1 grupo pediram um mesmo prato principal e uma mesma sobreme-

sa. Com o prato principal, o grupo gastou R$ 56,00 e com a so-

bremesa, R$ 35,00; cada sobremesa custou R$ 3,00 a menos que o

prato principal.

a) Encontre o número de pessoas neste grupo.

b) Qual é o preço do prato principal?

20. (FEI-SP) Se ( ),P a b= é o ponto de interseção das retas

9 3 7 0x y− − = e 3 6 14 0x y+ − = . Então a b+ é igual a:

a) 1a = b) 1b = c) 1a = − d) 2b = − e) 2a =

21. (UEL) Se os sistemas a seguir são equivalentes, então ab é

igual a:

3 0

2 0

ax y

x by

− =

− = e

2 3 1

3 2 4

x y

x y

+ =

+ =.

a) 2

7− b) 4 c)

2

9− d) -5 e) 6

22) (UFPE) Se ( ), ,a b c é a solução do sistema 2 3 11

1

3 2 5

x y z

x y z

x y z

+ + =

− + = + + =

,

calcule ( )4

a b c+ + .

23) (FUVEST) 2

2

y x b

S z y b

az x b

+ =

= − = + =

. Resolva o sistema S para:

Page 101: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 93

c) 0a = e 1b =

d) 4a = e 0b =

24) (PUC-MG) O sistema 3

2 4 3

x my

x y m

+ =

+ = é indeterminado. O

valor de 2 / 2m m é:

a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4

25) (UEL) O sistema 3 2

2 0

ax y

x y

+ =

− = é possível e indeterminado

e) para qualquer valor de 0a =

f) somente para 0a =

g) somente para 6a =

h) se 0a ≠

i) se 6a ≠ −

26) (UEL) Considere o seguinte sistema nas incógnitas x e

y3 5

3 6 15

kx y

x y

+ =

− + = −.

Esse sistema tem uma e uma só solução se o número real k for

diferente de:

a) 1/5 b) 1/4 c) 2/5 d) 1/3

27) (UNITAU) O sistema 2 5

3 6 15

x y

x y

− =

− + = −

j) é possível e determinado.

k) é possível e indeterminado.

l) é impossível.

m) Tem determinante principal diferente de zero.

Page 102: espaço vetorial 108

94 Álgebra Linear 1 n) Não admite nenhuma raiz real.

28) (UNITAU) Calcule o valor de k para que o sistema a seguir

tenha solução diferente da trivial.

3 0

2 (2 ) 2 0

(1 ) 2 0

x y z

x k y z

x y k y z

+ + =

+ − + = + + − + =

29) (UFJF) Calcule os valores de a e b para que o sistema

3 3 4

( ) 2 8

x y a b

a b x y

+ = +

+ + = seja possível e indeterminado.

30) (UFMG) Uma indústria produz três produtos, A , B e C ,

utilizando dois tipos de insumo, X e Y . Para a manufatura de

cada quilo de A são utilizados 1 grama do insumo X e 2 gramas

do insumo Y ; para cada quilo de B , 1 grama de insumo X e 1

grama de insumo Y e, para cada quilo de C , 1 grama de X e 4

gramas de Y . O preço de venda do quilo de cada um dos produ-

tos A , B e C é de R$ 2,00, R$ 3,00 e R$ 5,00, respectivamente.

Com a venda da produção de A , B e C manufaturada com 1

quilo de X e 2 quilos de Y , essa indústria arrecadou R$ 2.500,00.

Determine quantos quilos de cada um dos produtos A , B e C

foram vendidos.

31) (FGV-SP) Considere o sistema linear nas incógnitas x e y ,

2 3

4 4 2

mx y

x y b

− =

− =;

o) Para que valores de m e n o sistema é determinado, indeter-

minado ou impossível?

Page 103: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 95

p) Resolva o sistema para 3m = e 2n − .

32) (FUVEST-SP) Seja o sistema

2 0

3 0

3

x y z

x my z

x y mz m

+ − =

− − = + + =

q) Determine todos os valores de m para os quais o sistema

admite solução.

r) Resolva o sistema supondo 0m = .

33) (UNB) Para o dia das mães, uma loja ofereceu a seus clientes

a possibilidade de comprarem lençóis, fronhas e colchas, agrupa-

dos nos seguintes jogos:

I. 2 lençois e 2 fronhas.

II. 2 lençois e 2 colchas.

III. 1 lençol, 1 fronha e 1 colcha.

Considerando que o preço de cada peça é o mesmo em qualquer

um dos jogos I, II e III que são vendidos por R$ 130,00, R$

256,00 e R$ 143,00, respectivamente, calcule, em reais, o preço

unitário da colcha, desprezando os centavos, caso existam.

34) (UNESP) U m negociante trabalha com as mercadorias A, B

e C das quais, de cada uma, tem um pequeno estoque não nulo. Se

vender cada unidade de A por R$ 2,00, cada unidade de B por R$

3,00 e cada unidade de C por R$ 4,00, obtém uma receita de R$

50,00. Mas se vender cada unidade por respectivamente por R$

2,00, R$ 6,00 e R$ 3,00, a receita será de R$ 60,00. Calcule o

número de unidades que possui cada uma das mercadorias.

Page 104: espaço vetorial 108

96 Álgebra Linear 1 35) (FEI-SP) Um comerciante adquiriu 80 rolos de arame, alguns

com 30 m outros com 20 m, num total de 2.080 m de comprimen-

to. Quantos rolos de 30 m foram adquiridos?

a) 40 b) 52 c) 28 d) 32 e) 48

36) (CESGRANRIO) Resolvendo-se a equação matricial mos-

trada na figura, encontramos para x e y valores respectivamente

iguais a 1 2 5

4 3 10

x

y

=

.

a) -2 e 1 b) -1 e 2 c) 1 e -2 d) 1 e 2 e) 2 e -1

37) (FUVEST-SP) Durante uma viagem, choveu 5 vezes. A chu-

va caía pela manhã ou à tarde, nunca o dia todo. Houve 6 manhãs

e 3 tardes sem chuvas. Quantos dias durou a viagem?

a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10

38) (FUVEST-SP) O valor, em reais, de um a pedra semipreciosa

é sempre numericamente igual ao quadrado de sua massa, em

gramas. Infelizmente uma dessas pedras, de 8 gramas, caiu e se

partiu em dois pedaços. O prejuízo foi o maior possível. Em rela-

ção ao valor original, o prejuízo foi de:

a) 92% b) 80% c) 50% d) 20% e) 18%

39) (UFMG) Supondo que 48 quilogramas de chumbo custam o

mesmo que 56.000 gramas de aço e 7 quilos aço custam R$

300,00, o preço de 150 quilogramas de chumbo é:

a) R$ 7.500,00 b) R$ 9.000,00 c) R$ 12.000,00 d) R$ 13.500,00

40) (PUCCAMP-SP) Um certo número de alunos fazia prova em

uma sala. Em um dado momento, retiraram-se 15 moças, ficando

Page 105: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 97

o número de rapazes igual ao dobro do número de moças. Em

seguida, retiraram-se 31 rapazes, ficando na sala igual número de

moças e rapazes. O total de alunos que fazia prova nessa sala era:

a) 96 b) 98 c) 108 d) 116 e) 128

41) (UEL) Um lojista pretende colocar um certo número de aga-

salhos em algumas prateleiras, de modo que o número de peças

em cada prateleira seja o mesmo. Se colocar 9 agasalhos em cada

prateleira, duas delas deixarão de ser usadas; entretanto, se colocar

7 em cada um, usará todas as prateleiras. O número de agasalhos

que deve acomodar é:

a) 52 b) 56 c) 58 d) 61 e) 63

42) (UFES) Por ocasião do Natal, uma empresa gratificará seus

funcionários com um certo número de cédulas de R$ 50,00. Se

cada funcionário receber 8 cédulas sobrarão 45 delas; se cada um

receber 11 cédulas, faltarão 27. O montante a ser distribuído é:

a) R$ 9.600,00 b) R$ 10.500,00 c) R$ 11.000,00

d) R$ 13.250,00 e)R$15.000,00

43) (UNIRIO) Luís e Maria resolveram comparar suas coleções

de CDs. Descobriram que têm ao todo 104 compact disc e que,

se Maria tivesse 12 CDs a menos, teria o triplo do número de

discos de Luís. É possível afirmar que a quantidade de CDs que

Luís possui é:

a) 23 b) 29 c) 31 d) 52 e) 75

44) (UNIRIO) Na solução do sistema

Page 106: espaço vetorial 108

98 Álgebra Linear 1

=−

=−+

74

2log3log1log(

yx

yx, o valor de x é:

a) 15 b) 13 c) 8 d) 5

45) (PUC-PR) Resolvendo o sistema

−+++

=−−

=++

33

123

23

zyx

zyx

zyx

, o valor

da soma x y z+ + é:

a) 5 b) 15 c)6 d) 12 e) 0

46) (UNIFICADO-RJ) Se o sistema 3

(2 1) 4

y mx

y m x

= +

= − +, tem ape-

nas uma solução (x,y), então o parâmetro m satisfaz a condição:

a) m ≠ 1 b) m ≠ -1 c) m ≠ 0 d) m ≠ ½ e) m ≠ 2

2.14 Resposta dos exercícios propostos

i) u é solução do sistema pois é solução de cada equação já v não é

solução do sistema pois não é solução da segunda equação (não é

necessário substituir v na terceira equação).

ii)

a) não possui solução;

b) {(2, 1,3)}S = −

c) {(2, 1,0)}S = −

d) {(1, 2,3)}S =

e) {(6, 4,1)}S =

f) {(1, 2, 1)}S = −

Page 107: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 99

g) 1 4 2 3 3 4{ 1; 2 ; , }S x x x x x x= = − = ∈�

h) Sistema Incompatível

i) {(11 3,5 3,8 3)}S =

j) {(2, 2, 4)}S = −

k) {(1,1, 2)}S =

l)

iii)

a) λ = 6

b) λ ≠ −6

c) { }| 4 e 1λ λ λ∈ ≠ − ≠�

d) λ = −4 ou λ = 1

e) 1|

4λ λ

∈ ≠

iv) Faca: 5,50; colher: 3,00; garfo: 4,00

v) 30+40+50=120

2.15 Questões de vestibular

1. a

2. d

3. e

4. b

5. c

6. a

7. d

8. c

9. b

10. e

11. c

12. c

13. d

14. e

15. e

Page 108: espaço vetorial 108

3 Espaço Vetorial

Voltamos ao icosaedro, ou melhor, as coordenadas do icosa-

edro representadas pela matriz A no capítulo 0. Vimos que ao

multiplicar a matriz A por um escalar k qualquer, resultou-se em

ou um icosaedro expandido ( 1k > ), ou um icosaedro contraído

0 1k< < , ou reduzimos o icosaedro a um ponto ( 0k = ), ou refle-

timos o icosaedro ( 0k < ). O mesmo acontece quando somamos

as coordenadas de dois icosaedros, ou quando transladamos o

icosaedro. Todas essas operações irão gerar um número infinito

de icosaedros. Somam-se a este conjunto as operações com matri-

zes de ordem 12 3× que não representam as coordenadas de um

icosaedro, e também não contribuem para as translações. Resu-

mindo, com todas essas operações mencionadas, e talvez mais

algumas, temos um conjunto de infinitas matrizes de ordem

12 3× , que representam ou não um icosaedro. A este conjunto

chamaremos de espaço vetorial.

Veremos então, numa notação mais formal, a definição de

espaço vetorial. Seja K um corpo7 (conjunto dos números reais,

7 A definição de corpo pode ser vista em qualquer livro de álgebra abstra-

ta.

Page 109: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 101

conjunto dos números racionais, etc.) e seja V um conjunto não

vazio com a propriedade do fechamento para as operações de

adição e de multiplicação por escalar, isto é, sejam ,u v V∈ então a

soma u v+ pertence a V , e seja e u V k K∈ ∈ então o produto

ku pertence a V . Logo, V é chamado de espaço vetorial sobre

K se os seguintes axiomas são verdadeiros:

A1) Propriedade associativa da adição – sejam , , ,u v w V∈ en-

tão ( ) ( )u v w u v w+ + = + + .

A2) Elemento neutro da adição – , 0u V u u∀ ∈ + = onde 0 é o

vetor nulo.

A3) Elemento oposto da adição – ( ), 0u V u u∀ ∈ + − = .

A4) Propriedade comutativa da adição – sejam ,u v V∈ , então

u v v u+ = + .

M1) Sejam k K∈ e ,u v V∈ , então ( )k u v ku kv+ = + .

M2) Sejam ,a b K∈ e u V∈ , então ( )a b u au bu+ = + .

M3) Sejam ,a b K∈ e u V∈ , então ( ) ( )ab u a bu= .

M4) Elemento neutro da multiplicação – seja u V∈ , então 1u u= .

Os elementos de um espaço vetorial são chamados de veto-

res.

Page 110: espaço vetorial 108

102 Álgebra Linear 1 3.1 Combinação linear

Já foram discutidas aqui várias idéias envolvendo a matriz dos

vértices de um icosaedro. Vimos que a translação do icosaedro é

na verdade a soma de duas matrizes. Neste exemplo transladamos

o icosaedro três unidades referentes ao eixo x . Podemos reescre-

ver esta translação da forma

0 0 1

0

1 3

0 1

u

⋅ + ⋅ − ��������������������

0,89 0,45

0,28 0,85 0,45

-0,72 0,53 0,45

-0,72 -0,53 0,45

0,28 -0,85 0,45

0,72 0,53 -0,45

-0,28 0,85 -0,45

-0,89 0 -0,45

-0,28 -0,85 -0,45

0,72 -0,53 -0,45

0

1 0 0 3 0 1

1 0 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

v

= ����������

3,89 0,45

3,28 0,85 0,45

-3,72 0,53 0,45

-3,72 -0,53 0,45

3,28 -0,85 0,45

3,72 0,53 -0,45

-3,28 0,85 -0,45

-3,89 0 -0,45

-3,28 -0,85 -

0 1

w

− ��������������������

0,45

3,72 -0,53 -0,45

3

,

onde denotando 1 1a = e

2 3a = , reescrevemos esta última expres-

são como 1 2a u a v w+ = . Assim, podemos dizer que w é uma

combinação linear u e v . Vale a pena notar que 1a e

2a pode

assumir qualquer valor, e que u e v podem ser quaisquer matrizes

de ordem 12 3× . Evidentemente, uma combinação de u e v não

necessariamente representará os vértices de um icosaedro.

Page 111: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 103

Assim, estamos prontos para definir uma combinação linear.

Sejam V um espaço vetorial real (ou complexo), 1 2, , ,

nv v v V∈� e

1 2, , ,

na a a� números reais (ou complexos). Então, o vetor

1 1 2 2 n nv a v a v a v= + + +� é um elemento de V ao que chamamos

de combinação linear de 1 2, , ,

nv v v� .

3.2 Subespaço vetorial

Dados 1, ,

nv v V∈� , o conjunto W de todos os vetores de V

que são combinação linear destes, é um subespaço vetorial. Di-

zemos que W é um subespaço vetorial gerado por 1 2, , ,

nv v v� , e

usamos a notação [ ]1, ,

nW v v= � . Também podemos escrever o

conjunto W como { }1 1: , ,1

n n iW v V v a v a v a i n= ∈ = + + ∈ ≤ ≤� � .

Veremos a seguir alguns exemplos clássicos de subespaços

vetoriais. Podemos enxergar a reta como um espaço vetorial. Isto

é, seja 3V = � , v V∈ , 0v ≠ , então [ ] { }:v av a= ∈� , ou seja, [ ]v

é a reta que contém o vetor v .

Figura 3.1: reta gerada pelo vetor v .

y

x

z

[ ]vv

Page 112: espaço vetorial 108

104 Álgebra Linear 1

Num segundo exemplo, temos 2V = � , onde 1

1

0e

=

e

2

0

1e

=

são os vetores canônicos de 2� . Logo, temos que o

espaço 2� é gerado por esses vetores, isto é, [ ]1 2,V e e= . Isto é

fácil de verificar, pois qualquer vetor é da forma 2x

vy

= ∈

� , ou

seja, 1 0

0 1

xx y

y

= +

,

1 2v xe ye= + .

Figura 3.2: espaço 2� gerado por 1e e 2e .

Vejamos agora o subespaço vetorial gerado pelas matrizes de

ordem 2 2× da forma 1

1 0

0 0v

=

e 2

0 1

0 0v

=

. Temos que

[ ]1 2, : ,0 0

a bv v a b

= ∈

� .

Sejam 3

1 2,v v ∈� tal que 1 2v vα ≠ (

1v não seja paralelo e nem

coincidente a 2v ), α∀ ∈� , então [ ]1 2,v v será o plano que passa

pela origem e contém 1 2 e v v .

x

y

1 2v e x e y= +

1e

2e

Page 113: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 105

Seja um terceiro vetor que é gerado por 1 2 e v v , [ ]3 1 2,v v v∈ ,

então temos que [ ] [ ]1 2 1 2 3, , ,v v v v v= , pois todo vetor que é combi-

nação linear de 1 2 3, e v v v é também combinação linear de 1 2 e v v .

Figura 3.3: plano, em 3� , gerado por 1v e 2v .

3.3 Exercícios

01. Escreva o vetor 1

2

5

v

= −

como combinação linear dos veto-

res 1 2 1

1 1 2

1 , 2 e 1

1 3 1

u u u

= = = − −

.

x

y

z [ ]1 2,v v

1v

2v

Page 114: espaço vetorial 108

106 Álgebra Linear 1

02. Escreva o vetor 2

5

3

v

= −

como combinação linear dos veto-

res 1 2 1

1 2 1

3 , 4 e 5

2 1 7

u u u

= − = − = − −

.

03. Determine o valor de k para que o vetor 1

2u

k

= −

seja uma

combinação linear dos vetores 1 2

3 2

0 e 1

2 5

v v

= = − − −

.

04. Escreva o polinômio 2 4 3v t t= + − como uma combinação

linear dos polinômios 2

1 2 5u t t= − + , 2

2 2 3u t t= − e 3 3u t= + .

05. Escreva a matriz 3 1

1 1A

= −

como uma combinação linear

das matrizes 1 1

1 0B

=

, 0 0

1 1C

=

e 0 2

0 1D

= −

.

06. Suponhamos que u é uma combinação linear dos vetores

1, ,n

v v… e suponhamos que cada vetor iv é combinação linear

dos vetores 1 , ,

nw w… . Mostre que u também é uma combinação

linear dos iw .

Page 115: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 107

3.4 Dependência e independência linear

Seja um espaço vetorial V e a combinação linear dos vetores

1, ,n

v v V∈� com os coeficientes 1 , ,

na a… , isto é,

1 1 2 2 n nw a v a v a v= + + +… . Os vetores

1, ,n

v v… são linearmente

independentes, e que a partir de agora chamaremos simplesmente

de LI, se a única combinação linear que produz o vetor nulo é

quando os coeficientes são nulos, isto é, 1 2 0

na a a= = = =� .

Caso contrário, ou seja, se existe algum 0ia ≠ dizemos que os

vetores 1, ,

nv v� são linearmente dependentes, ou, para referências

futuras, LD. Varemos alguns exemplos a seguir.

Seja 1 4 1 2

3 5 3 2

2 2 1 3

B

=

. Temos que as colunas da matriz B

são LD, pois se fizermos uma combinação linear delas, temos

1

2

1 2 3 4

3

4

1 4 1 2 1 4 1 2

3 5 3 2 3 5 3 2

2 2 1 3 2 2 1 3

a

aa a a a

a

a

+ + + =

. Para que as

colunas de B fossem LI, teríamos que ter uma única solução

1

2

3

4

0

0

0

0

a

a

a

a

=

para o sistema 0Ba = . Mas este sistema tem várias

Page 116: espaço vetorial 108

108 Álgebra Linear 1 soluções, pois é homogêneo e o número de linhas é menor que o

número de colunas. Logo, os vetores são LD.

Sejam 3V = � e

1 2,v v V∈ . Logo,

1 2 e v v são LD se e somen-

te se 1 2

v vλ= , isto é, 1 2 e v v estiverem sobre a mesma reta que

passa pela origem.

Figura 3.4: 1v e 2v são colineares.

Sejam 3V = � e

1 2 3, ,v v v V∈ ,

1 2 3, ,v v v são LD se eles estive-

rem no mesmo plano, que passa pela origem. Isto significa que ou

1v ou

2v ou

3v é uma combinação linear dos outros dois.

Figura 3.5: 1v , 2v e 3v são coplanares.

x

y

z

1v

2v

3v

x

y

z

1v

2v

Page 117: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 109

Sejam 2V = � , 1

1

0e

=

e 2

0

1e

=

. Os vetores 1e e

2 e são

LI, pois a única forma para 1 1 2 2 0a e a e+ = é quando

1 0a = e

2 0a = . Em outras palavras, 1 2

1 0 0

0 1 0a a

+ =

, isto é,

1

2

0

0

a

a

=

.

O mesmo acontece com o espaço n� . Os vetores canônicos

deste espaço são LI. Outro exemplo refere-se ao espaço 3V = � .

Sejam 1 2,e e e

3e os vetores canônicos deste espaço. Logo,

1 1 2 2 3 3 1 2 3

1 0 0 0

0 1 0 0

0 0 1 0

a e a e a e a a a

+ + = + + =

, isto é, 1

2

3

0

0

0

a

a

a

=

.

3.5 Base de um espaço vetorial

Seja V um espaço vetorial. A base desse espaço vetorial é

formada pelos vetores 1, ,

nv v� , LI, que geram o mesmo. Deno-

tamos esta base por β , { }1 , ,n

v vβ = … .

Sejam 2V = � , 1

1

0e

=

e 2

0

1e

=

. Logo, [ ]1 2,V e e= , isto é,

1e e 2e formam a base de V que é conhecida como base canônica

de 2� .

Page 118: espaço vetorial 108

110 Álgebra Linear 1

Figura 3.6: base canônica de 2� .

Temos que 1

0

1v

=

e 2

0

2v

=

não formam uma base para

2� , pois 1 2

1 2

00 0 0

21 2 0a a

a a

+ = = +

, isto é, 1 22a a= − . Logo,

podemos ter valores diferentes de 0 para 1a e 2a que façam com

que a combinação linear de 1v e

2v seja nula. Assim 1v e 2v são

LD.

Figura 3.7: 1v e 2v não geram 2� .

O conjunto de todos os vetores canônicos do espaço n�

forma uma base do mesmo. Eles são LI entre si e geram todo o

espaço n� . Diferentemente do exemplo que veremos a seguir.

x

y

1v

2v

x

y

1e

2e

Page 119: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 111

Sejam 1

1

0

0

e

=

e 2

0

1

0

e

=

vetores canônicos de 3� . Apesar de

serem LI, eles não formam uma base para 3� , pois eles não ge-

ram todo o espaço. Na verdade eles geram todo o plano xy , isto

é, 1 0

0 1

0 0 0

x

x y y

+ =

, que é um subespaço de 3� .

Seja ( )2, 2V M= o espaço de todas as matrizes de ordem 2 .

Logo, 1 0 0 1 0 0 0 0

, , e formam uma base para .0 0 0 0 1 0 0 1

V

Vale à pena ressaltar que um espaço vetorial tem mais de uma

base, além da base canônica. Mas o que interessa para nós não é a

quantidade de bases que um espaço tem, mas sim a quantidade de

elementos que essa base tem. Faremos essa discussão a seguir.

3.6 Dimensão

Qualquer base de um espaço vetorial tem sempre o mesmo

número de elementos. Esse número é chamado de dimensão da

base. Verificando alguns exemplos de espaços vetoriais dados

anteriormente, temos 2V = � , onde [ ]1 2,V e e= . Então

dim 2V = . Outro exemplo é o espaço 3V = � onde

Page 120: espaço vetorial 108

112 Álgebra Linear 1

[ ]1 2 3, ,V e e e= , isto é, dim 3V = . Vimos também o espaço das

matrizes de ordem 2 onde a dimensão da base deste espaço é 4 .

Um corolário importante diz se dimV n= , qualquer conjunto

de n vetores LI, pertencentes a V , formará uma base de V.

3.7 Exercícios

1. Verifique se os vetores abaixo formam uma base de 4� . Diga

qual a dimensão do espaço gerado por esses vetores.

1 0 0 0

1 1 0 0, , e

1 1 1 0

1 1 1 1

.

2. Encontre uma base para 2 5 4

3 , 2 , 6

4 1 8

V

= −

. Diga qual a

dimensão de V.

3.8 Os quatro subespaços fundamentais

Nós vimos que a base de um espaço vetorial gera todo o es-

paço. Isto é, todos os outros elementos do espaço são obtidos

através de uma combinação linear dos elementos da base desse

espaço. Por exemplo, os espaços � , 2� , ou n� são obtidos pela

Page 121: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 113

combinação de seus vetores canônicos. Claro que esses espaços

podem ter outras bases. Essa noção nos levar a definir a imagem

ou espaço coluna associado à matriz A . Por exemplo, sejam

1, , nv v… vetores que geram o espaço n� . Logo,

1 1 n n ix v x v b+ + =� , isto é, para cada conjunto de valores reais

1, , nx x… obtemos um vetor ib diferente. Podemos dizer então

que 1, , nv v… gera uma imagem que está contida em m� , onde m

é a quantidade de elementos do vetor iv (número de linhas da

matriz A ). Neste exemplo que estamos trabalhando temos n

vetores que formam a base do espaço, com n elementos cada um.

Logo a imagem é o próprio n� . Em outras palavras, qualquer

vetor de n� pode ser escrito como uma combinação linear de

1, , nv v… . Reescrevendo 1 1 n n ix v x v b+ + =� numa notação matrici-

al, temos que 1 1

1

| |

| |

n

n n

x b

v v

x b

=

� � � , ou de forma mais compacta,

Ax b= . Esta notação nos ajuda a entender porque a imagem de

A também é chamada de espaço coluna de A , ou seja, é o espaço

que é gerado pelas colunas da matriz A (isto se todas as colunas

forem LI).

O segundo espaço fundamental é o espaço nulo, também

conhecido como núcleo, da matriz A . O espaço nulo é o espaço

que contém todos os vetores x que multiplicados pela matriz A

Page 122: espaço vetorial 108

114 Álgebra Linear 1 retornam o vetor nulo, isto é, 0Ax = . Como o vetor x tem n

elementos, então o espaço coluna de A está contido em n� .

O espaço linha de A é gerado pelas colunas da matriz TA

que são LI. Por isso esse espaço também é chamado de espaço

coluna de TA ou imagem de T

A .

O quarto e último espaço fundamental é chamado de espaço

nulo de TA , e como 0TA y = se e somente se 0T

y A = , este es-

paço também é conhecido como espaço nulo a esquerda de A .

Apresentamos, de forma resumida, uma tabela contendo todos os

espaços fundamentais apresentados nesta seção, assim como as

suas respectivas dimensões.

Tabela 3.1: os 4 subespaços fundamentais

Espaço coluna ( )Im mA ⊂ � dim r=

mxnA

Espaço nulo ( ) nN A ⊂ � dim n r= −

Espaço coluna de TA

Espaço linha de A ( )Im TA dim r=

T

nxmA Espaço nulo de T

A

Espaço nulo a es-

querda de A

( )TN A dim n r= −

Page 123: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 115

Nesta tabela r representa a dimensão do espaço coluna de A

(quantidade de pivôs obtidos no escalonamento da matriz A ,

equivalente ao posto da matriz A que é a quantidade de linhas

não nulas no processo de escalonamento), e n a quantidade de

colunas da matriz A .

3.8.1 Fatoração A=LU

Toda matriz A pode ser fatorada da forma PA LU= , onde

P é a matriz permutação, L é uma matriz triangular inferior que

contém os pivôs utilizados no escalonamento da matriz A e U é a

matriz resultante do escalonamento de A. Como exemplo fatora-

mos a matriz 2 1 1

4 6 0

2 7 2

A

= − −

. No processo de escalonamento

obtemos a matriz que contém os pivôs do escalonamento

1 0 0

2 1 0

1 1 1

L

= − −

, e a matriz equivalente escalonada

2 1 1

0 8 2

0 0 1

U

= − −

.

A matriz permutação é, inicialmente, a matriz identidade. No

processo de escalonamento, quando trocamos uma linha ou uma

coluna de lugar com outra, devemos realizar a mesma troca na

matriz permutação. Como não houve permutação de linhas ou de

Page 124: espaço vetorial 108

116 Álgebra Linear 1

colunas no processo de escalonamento, a matriz 1 0 0

0 1 0

0 0 1

P

=

é a

própria matriz identidade, e como IA A= , não há necessidade de

escrever PA LU= , bastando apenas escrever A LU= . As contas

podem ser refeitas pelo leitor a cargo de prática.

3.8.2 Base dos quatro subespaços fundamentais

Uma base para o espaço coluna associado à matriz A é for-

mado pelas colunas da matriz A que correspondem às colunas de

U que contém pivô, ou seja, pelas colunas da matriz A que são

LI.

Uma base para o espaço nulo associado à matriz A é forma-

da resolvendo-se o sistema 0Ux = .

Observe a matriz 5 3 6

4 2 8

0 1 1

A

= −

. Escalonando-a temos

2 1 1

0 8 2

0 0 1

U

= − −

. Portanto, o espaço coluna de A é

( )5 3 6

Im 4 , 2 , 8

0 1 1

A

= −

e a dimensão é ( )dim Im 3A = .

Page 125: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 117

O espaço nulo de A é formado resolvendo-se o sistema

0Ux = . Daí, temos que 2 1 1 0

0 8 2 0

0 0 1 0

x

y

z

− − =

, onde, por retro

substituição, temos que 0x y z= = = , ou seja, o único vetor que

aplicado à matriz A que dá o vetor nulo é o próprio vetor nulo.

Logo ( )dim 0N A = e ( )0

0

0

N A

=

.

Veremos agora um segundo exemplo. Seja 2 5 1

4 6 0A

− =

,

onde, escalonando a matriz, temos que 2 5 1

0 4 2U

− =

− . Portan-

to, o espaço coluna de A é ( )2 5

Im ,4 6

A

=

e

( )dim Im 2A = .

Obtemos o espaço nulo de A resolvendo o sistema 0Ux = .

Temos que 2 5 1 0

0 4 2 0

x

y

z

= −

. Reescrevendo o sistema,

temos 2 5 0

4 2 0

x y z

y z

+ − =

− + =, onde, podemos observar, z é uma variá-

vel livre. Logo, 1

2y z= e 3

4x z= − . Assim, escrevemos a solução

Page 126: espaço vetorial 108

118 Álgebra Linear 1

do sistema como

3 34 4

1 12 2

1

zx

y z z

z z

− − = =

. Portanto, o núcleo da

matriz A é ( )

34

12

1

N A

− =

e ( )dim 1N A = .

3.9 Exercícios

1) Seja V o conjunto do primeiro quadrante do plano xy , isto

é, : 0, 0x

V x yy

= ≥ ≥

. a) Se u e v pertencem a V , então

u v+ pertencem a V ? Justifique. b) Encontre um vetor u perten-

cente a V e um escalar c tal que cu não pertence a V .

2) Seja W o conjunto da união do primeiro e terceiro quadrante

do plano xy , ou seja, : 0x

W xyy

= ≥

. a) Se u W∈ e c é um

escalar qualquer, então cu W∈ ? Por quê? b) Encontre vetores u e

v pertencentes a W tal que u v W+ ∉ . Esse contra exemplo é

suficiente para mostrar que W não é um subespaço.

Page 127: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 119

3) Seja C o conjunto de todos os pontos do círculo unitário,

isto é, 2 2: 1x

C x yy

= + ≤

. Encontre um contra exemplo para

mostrar que C não é um subespaço vetorial de 2� .

4) Seja 2:x

H y xy

= ≥

. Encontre um contra exemplo e mos-

tre que H não é um subespaço de 2� .

Nos exercícios de 5-8 determine se o conjunto dado é um subes-

paço de nP para um determinado valor de n .

5) Todos os polinômios da forma ( ) 2P x cx= , onde c ∈� .

6) Todos os polinômios da forma ( ) 2P x c x= + , onde c ∈� .

7) Todos os polinômios de grau maior ou igual a 3, onde os

coeficientes são números inteiros.

8) Todos os polinômios em nP tal que ( )0 0P = .

9) Seja V o conjunto de todos os vetores da forma 3

5

x

x

x

. En-

contre um vetor 3v ∈� tal que [ ]V v= . Mostre que V é um sub-

espaço de 3� .

Page 128: espaço vetorial 108

120 Álgebra Linear 1

10) Seja V o conjunto de todos os vetores da forma 2

0

x

x

. Mos-

tre que V é um subespaço de 3� .

11) Seja V o conjunto de todos os vetores da forma 3b c

b

c

+

onde b e c são números reais. Encontre vetores u e v tal que

[ ],V u v= . Mostre que V é um subespaço de 3� .

12) Seja W o conjunto de todos os vetores da forma

2

2

2

3

x y

x y

x y

x

+ − −

.

Mostre que W é um subespaço de 4� .

13) Determine quais dos subconjuntos de n n×� são subespaços

de n n� .

a) matrizes simétricas; b) matrizes diagonal;

c) matrizes não singulares; d) matrizes singulares;

e) matrizes triangulares inferior; f) matrizes triangulares superior.

g) todas as matrizes que comutam com uma matriz dada A .

h) todas as matrizes tal que 2A A= .

i) todas as matrizes tal que ( )tr 0A = .

Page 129: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 121

14) Seja 1

1

0

1

v

= −

, 2

2

1

3

v

=

, 3

4

2

6

v

=

e 3

1

2

w

=

.

a) { }1 2 3, ,w v v v∈ ? Quantos vetores pertencem a { }1 2 3, ,v v v ?

b) Quantos vetores pertencem a [ ]1 2 3, ,v v v ? c) w pertencem ao

subespaço gerado por { }1 2 3, ,v v v ?

15) Sejam 1v , 2v e 3v os mesmos do exercício anterior, e seja

8

4

7

w

=

. Logo, w pertencem ao subespaço gerado por

{ }1 2 3, ,v v v ?

Nos exercícios 15-18, W é um conjunto de todos os vetores da

forma mostrada, onde a , b e c são números reais arbitrários.

Em cada caso, ou encontre um conjunto V de vetores que gera

W ou um contra exemplo que mostre que W não é um espaço

vetorial.

16) 3

4

5

a b

a b

+ −

17) 1

6

2

a

a b

b a

− + − +

18)

a b

b c

c a

b

− − −

19)

4 3

0

2

a b

a b c

c a

+ + +

20) Determine se o conjunto V de todas as matrizes 0

a b

d

é um

subespaço de 2 2M × .

Page 130: espaço vetorial 108

122 Álgebra Linear 1 Nos exercícios 20-31 determine quais conjuntos formam uma

base para 2� ou 3� . Os conjuntos que não formam uma base,

determinar se são LI ou LD e quais geram 2� ou 3� .

21) 3

2

e 7

5

.

22) 4

0

, 1

1

e 3

5

.

23) 1

3

, 4

12

e 2

6

.

24) 4

6

e 6

9

.

25) 1

0

0

, 1

1

0

e 1

1

1

. 26) 1

0

1

, 0

0

0

e 0

1

0

.

27) 1

0

2

, 3

2

4

e 3

5

1

− −

. 28) 2

2

1

, 1

3

2

e 7

5

0

.

29) 1

3

0

, 2

9

0

, 0

0

0

e 0

3

5

. 30) 1

2

3

e 4

5

6

− −

.

31) 2

3

0

e 6

1

5

. 32) 1

4

3

, 0

3

1

, 3

5

4

e 0

2

2

.

Encontre bases para os espaços coluna e nulo das matrizes dadas

nos exercícios 32-33.

Page 131: espaço vetorial 108

33) 1 0 3 2

0 1 5 4

3 2 1 2

− − − −

34) 1 0 5 1 4

2 1 6 2 2

0 2 8 1 9

− − − − −

35) Encontre as dimensões dos espaços coluna e nula da matriz

3 6 1 1 7

1 2 2 3 1

2 4 5 8 4

A

− − − = − − − −

.

Para os exercícios 35-40 encontre a base e a sua respectiva dimen-

são.

36) 2

: ,

3

x y

x y x y

y

− + ∈

� 37) 4

3 : ,

x

x x y

y

− ∈ −

38)

2

: , ,3

2

z

x yx y z

y z

x y

− ∈ − +

� 39) 2

: ,3

x y

xx y

x y

y

+ ∈ − −

40)

4 2

2 5 4: , ,

2

3 7 6

x y z

x y zx y z

x y

x y z

− − + − ∈ − + − + +

41)

3 6

6 2 2: , ,

9 5 3

3

x y z

x y zx y z

x y z

x y z

+ − − − ∈ − + + − + +

Page 132: espaço vetorial 108

42) Determine os conjuntos que geram cada um dos 4 subespaços

fundamentais associados com 1 2 1 1 5

2 4 0 4 2

1 2 2 4 9

A

= − − −

.

43) Considere o sistema de equações lineares m nA x b× = . a) Ex-

plique porque Ax b= se e somente se ( )Imb A∈ . b) Explique

porque um sistema consistente Ax b= tem solução única se e

somente se ( ) { }0N A = .

44) Suponha que A é uma matriz 3 3× tal que

( )1 1

Im 2 , 1

3 2

A

= −

e ( )2

1

0

N A

=

, e considere o sistema

linear Ax b= tal que 1

7

0

b

= −

. a) Explique porque Ax b= deve

ser consistente. b) Explique porque Ax b= não tem solução úni-

ca.

45) Sejam

1 1 1 2 1

1 0 3 4 2

1 0 3 5 3

1 0 3 6 4

1 0 3 6 4

A

− − − − = − − − − − −

e

2

5

6

7

7

b

− − = − − −

. ( )Imb A∈ ?

Page 133: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 125

46) Suponha que A é uma matriz n n× . a) Se ( )Imn

A = � , expli-

que porque A deve ser não singular. b) Se A é não singular, des-

creva os seus quatro subespaços fundamentais.

47) Considere as matrizes 1 1 5

2 0 6

1 2 7

A

=

e 1 4 4

4 8 6

0 4 5

B

= − −

. a) A e

B tem o mesmo espaço linha? b) A e B tem o mesmo espaço

coluna? c) A e B tem o mesmo espaço nulo? d) A e B tem o

mesmo espaço nulo a esquerda?

Determine quais dos conjuntos dados nos exercícios 48-51 são LI.

48) 1 2 1

2 , 1 , 5

3 0 9

49) ( ) ( ) ( ) ( ){ }1 2 3 , 0 4 5 , 0 0 6 , 1 1 1

50) 3 1 2

2 , 0 , 1

1 0 0

51)

1 0 0 0

2 2 2 2

0 0 1 0

, , ,4 4 4 4

0 1 0 0

3 3 3 3

0 0 0 1

52) Considere a matriz 2 1 1 0

4 2 1 2

6 3 2 2

A

=

. a) Determine o maior

subconjunto LI das colunas de A . b) Determine o número total

Page 134: espaço vetorial 108

126 Álgebra Linear 1 de subconjuntos que podem ser construídos a partir das colunas

de A .

53) Suponha que em uma população de um milhão de crianças a

altura de cada uma delas aos 1 ano, 2 anos e três anos de idade, e

esses dados são acumulados na matriz

11 12 13

21 22 23

1 2 23

1 2 3crianças/idade

#1

#2

# i i

h h h

h h hH

h h hi

=

� � ��

� � ��

.

Explique porque há no máximo três “crianças independentes” no

sentido de que as alturas de todas as outras crianças devem ser

uma combinação linear desses três.

54) Determine se o conjunto de matrizes a seguir é ou não LI.

1 0 1 1 1 1 1 1, , ,

0 0 0 0 1 0 1 1

.

Page 135: espaço vetorial 108

4 Transformações Lineares

Como o próprio nome já diz, transformar objetos. Mas o que

significa transformar linearmente? Por exemplo, quando nós ex-

pandimos o icosaedro aconteceu uma transformação. Transfor-

mamos o icosaedro original (que estamos trabalhando desde o

capítulo 1) num icosaedro onde suas arestas são maiores. Poderí-

amos ter diminuído o icosaedro, ou simplesmente mantermos o

tamanho dele, para isso bastaria que a constante k fosse igual a 1 .

Mas será que essa transformação do icosaedro seria linear? Isto é,

dado um icosaedro, o qual a matriz das coordenadas é A , a sua

transformação, ( )T A kA= (expansão do icosaedro), é uma trans-

formação linear?

Para que a transformação seja linear, basta verificarmos duas

propriedades: a) se a transformação da soma de dois icosaedros é

igual à soma das transformações desses icosaedros; b) se a trans-

formação do icosaedro multiplicado por um escalar é igual o esca-

lar multiplicado pela transformação. Essas duas propriedades

caracterizam a linearidade.

Page 136: espaço vetorial 108

128 Álgebra Linear 1

Formalmente, ( ) ( ) ( )1 2 1 2T A A T A T A+ = + e ( ) ( )T cA cT A= ?

Aplicando a transformação, temos que ( ) ( )1 2 1 2T A A k A A+ = + .

Mas como ( )1 2 1 2k A A kA kA+ = + , e ( ) ( )1 2 1 2kA kA T A T A+ = + .

Também temos que ( )T cA ckA= , isto é, ( ) ( )T cA cT A= . Na figu-

ra a seguir, podemos visualizar a transformação da soma de dois

icosaedros.

Vamos definir a seguir, formalmente, o que transformação li-

near.

Definição: Sejam V e W dois espaços vetoriais. Uma trans-

formação linear é uma função de V em W , :F V W→ , que satis-

faz as condições:

i. Quaisquer que sejam u e v em V , ( ) ( ) ( )F u v F u F v+ = +

Figura 4.1: Transformação linear da soma de dois icosaedros.

Page 137: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 129

ii. Quaisquer que sejam k ∈� e v V∈ , ( ) ( )F kv kF v= .

Vamos ver algumas funções e verificar se elas são ou não

transformações lineares.

Seja e V W= =� � , :F →� � , v av ou ( )F v av= . Pela

primeira condição, ( ) ( ) ( ) ( )F u v a u v au av F u F v+ = + = + = + .

Pela segunda condição temos que ( ) ( ) ( ) ( )F kv a kv k av kF v= = = .

Portanto, F é uma transformação linear. O gráfico desta função é

uma reta que passa pela origem.

Será que uma função quadrática é uma transformação linear?

Aprendemos desde o primeiro ano do ensino médio que uma

função quadrática (como o próprio nome sugere) não é linear.

Veremos o porquê. Seja 2v v ou ( ) 2

F v v= . Logo, pela primeira

condição temos que ( ) ( )2 2 22F u v u v u uv v+ = + = + + . Mas

( ) ( ) 2 2F u F v u v+ = + . Logo, a primeira condição não é satisfeita e

esta função não é uma transformação linear.

Suponhamos agora uma transformação que vai do espaço bi-

dimensional para o espaço tridimensional. Sejam 2 3,V W= =� � ,

2 3:F →� � tal que

2

0

xx

yx y

+

.

Page 138: espaço vetorial 108

130 Álgebra Linear 1

Pela primeira condição temos dois vetores tais que 1

1

xu

y

=

e

2

2

xv

y

=

onde ,i i

x y ∈� . Aplicando a transformação da soma,

temos que

( ) 1 2 1 2

1 2 1 2

x x x xF u v F F

y y y y

+ + = + = = +

( )

( ) ( )( ) ( )

1 2 1 2

1 2 1 2 1 1 2 2

2 2 2

0 0 0

x x x x

F u F v

x x y y x y x y

+ = = + = + + + + + +

.

Agora, pela segunda condição,

( ) ( )2 2

0 0

kx xx kx

F kv F k F k kF vy ky

kx ky x y

= = = = = + +

.

Portanto, F é uma transformação linear.

Numa transformação linear, ao aplicarmos o vetor nulo, o re-

sultado tem que ser o vetor nulo, isto é, ( )0 0T = . Se isso não

acontecer, isto é, ( )0 0T ≠ , então a T não é linear. Mas ( )0 0T =

não é suficiente para que T seja linear. É necessário fazer o teste

das duas condições.

Agora vamos verificar se a derivada de uma função polinomi-

al é uma transformação linear. Seja n

P o espaço dos polinômios

Page 139: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 131

de grau menor ou igual a n , e 1:

n nD P P −→ , f f ′ , a função

derivada. Das propriedades do cálculo temos que

( ) ( ) ( )D f g D f D g+ = + e ( ) ( )D kf kD f= , que é exatamente as

duas condições de linearidade.

Sejam n� e m� os espaços n-dimensional e m-dimensional.

Seja mxn

A uma matriz. Seja a função : n m

AL →� � , tal que

v Av , onde 1

n

x

v

x

=

� , ou seja, ( )1 1

A

n n

x y

L v A

x y

= =

� � . Pela pri-

meira condição, e aplicando as propriedades de matrizes, temos

que ( ) ( ) ( ) ( )A A AL u v A u v Au Av L u L v+ = + = + = + . Pela segunda

condição, temos que ( ) ( ) ( ) ( )A AL kv A kv k Av kL v= = = . Portanto,

AL é uma transformação linear.

4.1 Transformações do plano no plano

Algumas idéias apresentadas aqui, no plano, já foram discuti-

das anteriormente. Assim, fica mais fácil a visualização das mes-

mas.

A primeira transformação que veremos é a multiplicação por

um escalar, isto é, expansão, contração ou reflexão na origem,

Page 140: espaço vetorial 108

132 Álgebra Linear 1

dependendo do valor deste escalar. Sejam então 2 2:T →� � , e

a ∈� , tal que v av ou x x

T ay y

=

.

No primeiro caso 1a ≥ temos a expansão uniforme, como

mostra na figura a seguir.

v

x

y

T ( )T v

v

x

y

Figura 4.2: Expansão.

Figura 4.3: Janela do Windows.

Page 141: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 133

Uma comparação é feita usando janelas do Windows. Quan-

do aumentamos ou diminuímos uma janela é como se tivéssemos

aplicando uma transformação linear do plano no plano. Outros

movimentos de janelas no sistema Windows podem ser compara-

dos com as próximas transformações.

No caso em que 0 1a< < temos a contração uniforme, como

mostra na figura a seguir.

v

x

y

T

( )T v

v

x

y

Figura 4.4: Expansão da janela do Windows.

Figura 4.5: Contração.

Page 142: espaço vetorial 108

134 Álgebra Linear 1

No caso de 1a = , então T transforma v nele mesmo. Se

0a = , então T leva v na origem, qualquer que seja o v .

No caso de termos 1a = − então a reflexão é em torno da o-

rigem, como mostra na figura a seguir.

Observamos que podemos escrever qualquer transformação

linear em forma matricial, isto é, a transformação x x

ay y

pode ser reescrita como 0

0

x a x

y a y

.

Outra transformação do plano no plano é a reflexão em tor-

no do eixo Ox . Seja 2 2:T →� � , tal que x x

y y

→ −

ou

1 0

0 1

x x

y y

→ − −

.

v

x

y

T v

x

y

( )T v

Figura 4.6: Reflexão em torno da origem.

Page 143: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 135

Queremos agora fazer uma rotação de oθ do vetor v , no

sentido anti-horário.

Temos que o ângulo do vetor eR é α θ+ . Logo,

( )cosx

rα θ

′+ = . Assim, temos que ( )cosx r α θ′ = + , ou seja,

cos cos sen senx r rα θ α θ′ = − . Mas cosr xα = e senr yα = ,

v

x

y

T v

x

y

( )T v

v

x

y

T

v

θ

( )R vθ

x

y

α

x x´

y

Figura 4.7: Reflexão em torno do eixo x .

Figura 4.8: Rotação.

Page 144: espaço vetorial 108

136 Álgebra Linear 1 então cos senx x yθ θ′ = − . De forma análoga, temos que

cos seny y xθ θ′ = + .

Logo, ( ) ( ), cos sen , cos senR x y x y y xθ θ θ θ β= − + , ou, em

notação matricial, cos sen cos sen

cos sen sen cos

x x y x

y y x y

θ θ θ θ

θ θ θ θ

− − = +

,

onde a matriz cos sen

sen cos

θ θ

θ θ

é chamada de matriz rotação.

Faça o esboço do gráfico considerando 2

πθ = .

Outra transformação do plano no plano é o cisalhamento ho-

rizontal. Sejam x x ay

Ty y

+ =

, e a ∈� , então o cisalhamento

é dado por 1

0 1

x x ay a x

y y y

+ =

. A representação geomé-

trica é apresentada na figura a seguir.

v

x

y

T v

x

y

( )T v

Figura 4.9: Cisalhamento horizontal.

Page 145: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 137

Verifique se a função T , dada a seguir, é uma transformação

linear.

, ,x x a

T a by y b

+ = ∈ +

� , 1 0

0 1

x x a x a

y y b y b

+ = + +

.

4.2 Exercícios

1) Qual é a matriz que representa o resultado das seguintes duas

transformações em 3� ?

a) reflexão no plano xy ;

b) giro em torno do eixo Oz , de 45º no sentido de Oy (positivo) para

Ox (positivo).

2) Quais os vetores ( )* *,x y não nulos em 2� , que ao sofrerem a

aplicação de cisalhamento ( ) ( ), , / 3T x y x x y= + ficam ampliados ou

reduzidos (na mesma direção)?

3) Encontre a transformação linear 32:T M → � tal que

( )1 0

2,0,50 0

T

=

, ( )1 1

0, 1,30 0

T

= −

, ( )1 1

3,0,01 0

T

=

e

( )1 1

1,0, 21 1

T

= −

.

4) Determine se as transformações a seguir são lineares

2 2:T →� � .

Page 146: espaço vetorial 108

138 Álgebra Linear 1 a) T(x, y) = (x + 2y, xy); b) T(x, y) = (x + 2y, x − y);

c) T(x, y) = (x2 + 2y, y); d) T(x, y) = (x + 2y, 0);

e) T(x, y) = (x + 2, 2x − y).

5) Seja :T V W→ . A definição correta para o núcleo de T é:

a) ( ){ }| 0w W T w∈ = ; b) ( ){ }| 0w W T w∈ = ;

c) ( ){ }| 0v V T v∈ = ; d) ( ){ }| 0v V T v∈ = .

6) Seja nP o espaço vetorial dos polinômios de grau máximo menor

ou igual a n . Verifique quais aplicações a seguir são lineares:

a) 4 4:T P P→ definida por ( )( )( ) ( )1T P x P x= + ;

b) 2 2:T P P→ definida por ( )( )( ) ( ) 1T P x P x= + ;

c) 2:T P → � definida por ( )( ) ( ) ( )( )0 1 / 2T P P P= + .

d) 2 2:T P P→ definida por ( )( )( ) 2T P x cx ax b= + + se

( ) 2P x ax bx c= + + ;

(e) 5 5:T P P→ definida por ( )( )( ) ( ) 2T P x P x= + .

7) Determine o núcleo, a imagem e suas respectivas dimensões de:

a) 3 5:T →� � onde ( ) ( ), , , 2 ,3 2 2 , 2 ,2T x y z z x y x z x y y x y z= − + − + − − ;

b) 3 4:T →� � , onde ( ) ( ), , , , ,T x y z x y y z y x y z= − − − − + ;

c) 3 3:T →� � , onde ( ) ( ), , , 2 , 2T x y z x y z x y z= − + + ;

d) 4 3:T →� � , onde ( ) ( ), , , , 2 , 2 2T x y z w x z w y x x y z aw= + + − + + + com a ∈� ;

e) 3 4:T →� � , onde ( ) ( ), , 2 , , 4 , 2 2 2T x y z x y z y z x y z x y z= − + − − + − + ;

f) 4 3:T →� � , onde ( ) ( ), , , 3 , 2 ,3 2T x y z w x y z w x y z w x w= − + − + − + − ;

Page 147: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 139

g) 5 3:T →� � , onde ( ) ( ), , , , 3 , , 4T a b c d e a b c c d b a c d= − + − + + − .

8) Considere 3 2:T →� � dada por

( ) ( ), , 4 2 , 2 / 2T x y z x y z x y z= − + − + − .

a) Determine se ( )1, 2 pertence a ( )Im T .

b) Determine a dimensão e uma base para o ( )N T . 9) Determine quais das funções a seguir são transformações linea-

res sobre 2� .

a) ( ) ( ), ,1T x y x y= + b) ( ) ( ), 0,T x y xy=

c) ( ) ( ), ,T x y y x= d) ( ) ( )2 2, ,T x y x y=

e) ( ) ( ), ,senT x y x x= f) ( ) ( ), ,T x y x y x y= + −

10) Para n nA

×∈� , determine quais das seguintes funções são trans-

formações lineares.

a) ( )n nT X AX XA× = − . b) ( )1nT X Ax b× = + , 0b ≠ .

c) ( ) TT A A= . c) ( ) ( ) / 2T

n nT X X X× = + .

11) Seja :T V W→ uma função. a) Explique porque se T é uma

transformação linear então ( )0 0T = . b) Explique o porque ( )0 0T ≠

é suficiente para garantir que T não é uma transformação linear.

12) Qual é a transformação linear 3 2:T →� � tal que

( ) ( )1,0,0 2,0T = , ( ) ( )0,1,0 1,1T = e ( ) ( )0,0,1 0, 1T = − .

13) Qual é a transformação linear do plano no plano que é uma re-

flexão em torno da reta y x= − ? Faça a representação matricial.

Page 148: espaço vetorial 108

140 Álgebra Linear 1 14) Qual é a transformação linear do plano no plano que é uma re-

flexão em torno da reta y x= ? Faça a representação matricial.

15) Qual é a transformação linear do plano no plano que representa

o cisalhamento vertical? Faça a representação matricial.

16) Qual matriz tem o efeito de rotacionar qualquer vetor em 090 e

então projetar o resultado sobre o eixo Ox ?

17) A matriz 2 0

0 1A

=

produz uma extensão horizontal. Desenhe a

circunferência 2 2 1x y+ = e esboce em torno dela os pontos ( )2 ,x y

que resultam da multiplicação por A . Qual é a forma da curva?

18) A matriz 1 0

3 1A

=

retorna uma transformação de cisalhamento

vertical. Faça um esboço gráfico aplicando os vetores ( )1,0 , ( )2,0 ,

( )1,0− , ( )1,1 e ( )1, 1− na transformação. O que acontece com os

eixos Ox e Oy ?

19) Quais matrizes 3 por 3 que representam as transformações onde:

a) projeta qualquer vetor sobre o plano xy ? b) reflete qualquer vetor

através do plano xy ? c) gira o plano xy em 090 , fazendo com que o

eixo Oz fique isolado?

Page 149: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 141

4.3 Questões de vestibular

1) (UFF 94) Considerando a transformação linear 3 3:T →� � ,

com ( ) ( )1,0,0 1,0,0T = , ( ) ( )0,1,0 0,1,0T = e ( ) ( )0,0,1 0,0,0T = ,

pode-se afirmar que ( )300,500,700T é igual a:

a) (300 ,700, 0); b) (300, 500, 0); c) (0, 300, 700);

d) (700, 0, 500); e) (500, 700, 0).

2) No gráfico a seguir está representada uma circunferência de

raio R centrada na origem, na qual foram destacados os pontos

M , N e P . Considere a transformação 2 2:T →� � tal que

( ) ( ), ,T x y y x= − .

Se ( ) 1T M M= , ( ) 1T N N= e ( ) 1T P P= , o gráfico que melhor

representa 1M , 1N e 1P é:

x

P

M

N

R

Page 150: espaço vetorial 108

142 Álgebra Linear 1

x

P1

M1

N1

R

y

x

N1

R

P1

y

M1

x

P1 M1

R

y

N1

x

P1

M1

N1

R

y

x

P1

R

y

M1

N1

a) b) c)

d) e)

3) (ESFAO 92) Seja 2:T →� � a transformação linear para a

qual ( )1,1 3T = e ( )0,1 2T = − . Determine ( ),T a b .

a) ( ), 4 3T a b a b= + b) ( ), 6 3T a b a b= − c) ( ), 5 2T a b a b= −

d) ( ), 2T a b a b= − e) ( ), 2 3T a b a b= +

4) (UFF 93) Considere 2 2:f →� � a transformação linear tal

que

( ) ( )( ) ( )

1,1 1,3

1, 1 3,3

f

f

=

− =.

A imagem de ( )0,1 , por f , é:

Page 151: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 143

a) (2,-1) b) (3,0) c) (2,3) d) (0,-1) e) (-1,0)

5) (UFRJ 91) Considere o triângulo T da figura a seguir.

Se outro triângulo T ′ , definido do seguinte modo: a cada ponto

( ),x y de T está associado um ponto ( ),x y′ ′ de T ′ pela equação:

4 4

0 1

x x

y y

′ = ′

.

Determine a área do triângulo T ′ .

6) (UERJ) Considere as transformações do plano definidas por:

( ) ( )1 , ,T x y y x= , ( ) ( )2 , ,T x y y x= − , ( ) ( )3 , 2 , 2T x y x y= . 1T , 2T e

3T são, respectivamente:

a) homotetia, simetria, rotação;

b) rotação, simetria, homotetia;

c) rotação, rotação, homotetia;

d) simetria, rotação, homotetia;

1 -1

2

x

y

T

Page 152: espaço vetorial 108

144 Álgebra Linear 1 e) simetria, simetria, homotetia.

7) (PUC) A matriz 0

0

π

π

representa, na base canônica do 2� ,

a aplicação linear 2 2:T →� � tal que:

a) multiplica por π cada vetor;

b) gira de π cada vetor, no sentido horário;

c) gira de π cada vetor, no sentido anti-horário;

d) leva ( ),x y em ( ),x yπ π+ + .

e) ( )0 0T = .

Page 153: espaço vetorial 108

Álgebra Linear 1 145

5 Referências

1) Anton, Howard A. Elementary Linear Algebra Vol 2.

Santos, Reginaldo J., Álgebra Linear e Aplicações – UFMG 2004.

2) Orellana, Carlos M. A. D., Álgebra Linear I – Notas de aula –

– UERJ 2002.

3) Lipson, Seymour Lipschuts Marc, Shaums Easy Outlines of

Linear Algebra, 2002

4) Paulino, Petronio, Álgebra Linear e suas Aplicações – Notas

de aula – Unicamp 2008

5) Steinbruch, Alfredo, Winterle, Paulo, Álgebra Linear 2ª

edição – Pearson Makron Books.

6) Lay, David C., Linear Algebra and its Application, Addison-

Wesley Publishing Company, 1994.

7) Meyer, Carl D., Matrix Analysis and Applied Linear Algebra,

SIAM.

8) Strang, G., Linear Algebra and its Applications, terceira

edição, Harcourt College Publishers.