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CYNTHIA ADRIANE DE ALMEIDA ESPAÇOS PÚBLICOS DE ESPORTE E LAZER DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS: FORMAS DE (DES) APROPRIAÇÃO CURITIBA 2008

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  • CYNTHIA ADRIANE DE ALMEIDA

    ESPAOS PBLICOS DE ESPORTE E LAZER DO MUNICPIO DE SO JOS DOS PINHAIS: FORMAS DE (DES) APROPRIAO

    CURITIBA 2008

  • CYNTHIA ADRIANE DE ALMEIDA

    ESPAOS PBLICOS DE ESPORTE E LAZER DO MUNICPIO DE SO JOS DOS PINHAIS: FORMAS DE (DES) APROPRIAO

    Monografia apresentada como requisito parcial para concluso do Curso de Licenciatura em Educao Fsica, do Departamento de Educao Fsica, Setor de Cincias Biolgicas, da Universidade Federal do Paran.

    ORIENTADORA: PROF Dr SIMONE RECHIA

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo quele que sempre esteve comigo e se fez presentes em todos os momentos da minha graduao para ti, Jesus. Tudo o que eu conquistei para Tua glria e para o Teu louvor. minha me, Terezinha, pelo apoio, por sempre estar ao meu lado e pela mulher maravilhosa que a senhora . Voc um exemplo pra mim e eu te amarei pra sempre! Obrigada por tudo! Ao meu eterno pai Geraldo, por ter sido o melhor pai do mundo, pelo amor, pela inteligncia e fora de vontade. Queria muito que estivesse aqui! Quanta falta o senhor me faz! Aos meus tios: Maria, Antonio, Giba, Santina, Dileno e Eliza. Agradeo pela fora e por torcerem pelo meu sucesso. Vocs so um presente de Deus na minha vida. Aos meus pastores: Mrcio e Naine, pelas oraes, por serem beno e um referencial para mim. minha orientadora Prof. Dr. Simone Rechia que eu aprendi a admirar cada vez mais, por acreditar em mim e me ensinar tantas coisas. Obrigada por tudo! Agradeo tambm alguns professores que, com certeza, fizeram diferena na minha formao. So eles: Prof. Dr. Neiva Leite (pela sua competncia), Prof, Dr. Maria Regina da Costa (por me incentivar a seguir a carreira docente), Prof. Dr. Marynelma Camargo Garanhani (pela confiana e por me fazer amar as crianas), Prof. Dr. Wagner de Campos (pela sua tranqilidade), Prof. Ms. Ricardo Marinelli Martins (pela sua ousadia) e Prof. Ms. Paulo Bento (pela sua dedicao). Aos meus verdadeiros amigos: Andrey, Rmulo, Lilian, Fernanda e Sofia por todos esses anos de amizade. Aos meus amigos de faculdade, companheiros de caminhada: Luis (Obrigada pelas longas conversas e pelas partidas da Copa DEF), Gabriel (por ser meu primeiro amigo da faculdade), Gabi (por ver todas as minhas apresentaes), Bruno, Felipe e Diogo (ex-amigos, pelo abrao sincero de vocs durante todos esses anos), Andrei Jade (pela sua perseverana), Leila (pelo seu companheirismo) e Gislaine (por cada coisa que passamos naquele DEF). Vocs so muito importantes para mim!

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    Talvez no tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. No somos o que deveramos ser, mas somos o que iremos ser e graas

    a DEUS no somos o que ramos. (Martin Luther King)

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    SUMRIO

    RESUMO..................................................................................................................... vi 1.0 INTRODUO ...................................................................................................... 1 2.0 REVISO DE LITERATURA ................................................................................. 5 2.1 REALIDADE DOS ESPAOS EM SO JOS DOS PINHAIS .......................... 12 2.1.1 Centros Culturais ........................................................................................... 12 2.1.2 Parques e Praas ........................................................................................... 14 2.1.3 Centros Esportivos ........................................................................................ 16 3.0 METODOLOGIA.................................................................................................. 18 3.1 Acessibilidade: muito alm de 2 rodas ............................................................ 19 3.2 Organizao dos espaos: da formao profissional a experincia ............ 24 3.3 Manuteno/Iluminao/Segurana: contradies entre espaos ................ 28 3.4 Uso e apropriao dos espaos: o que h de errado? ................................... 33 3.5 rea Verde: a preservao est presente na cidade?..................................... 39 4.0 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................ 43 REFERNCIAS.......................................................................................................... 46 ANEXOS .................................................................................................................... 49

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    RESUMO

    Compreendemos o fenmeno chamado Lazer a partir da idia que ele se materializa por meio de um tempo e espao de vivncias ldicas organizadas por uma determinada cultura. Desta forma, as experincias de Lazer podem influenciar e sofrer influncia de determinados espaos e equipamentos, pois dependem e so sensivelmente demarcadas pelos ambientes onde acontecem. De acordo com essa afirmao, surge a seguinte problemtica. Como esses espaos e equipamentos esto sendo apropriados pela populao do municpio de So Jos dos Pinhais? Trata-se de uma pesquisa descritiva, de carter qualitativo. Para tanto, foram mapeados na cidade de So Jos dos Pinhais os seguintes espaos de Esporte e Lazer: Parques, Praas, Centros Culturais e Centros Esportivos. Agregado a esse procedimento utilizamos um Protocolo de observao, dirio de campo e entrevista semi-estruturada com os Secretrios do Esporte e Lazer, Urbanismo e Cultura. Aps co-relacionar esses instrumentos de pesquisa localizamos algumas categorias de anlise, entre elas: Acessibilidade, Organizao dos espaos, Iluminao/Manuteno/Segurana, Uso e apropriao dos espaos e rea Verde. Conclumos que alguns espaos e equipamentos de Esporte e Lazer nessa cidade encontram-se com pouca diversidade de formas e usos. Demonstrando uma viso restrita dos gestores sobre a potencialidade dos espaos de Esporte e Lazer da cidade.

    Palavras chaves: Espaos Pblicos, Lazer, Polticas Pblicas.

  • 1.0 INTRODUO

    Descrevemos o fenmeno chamado Lazer a partir da idia que ele se materializa por meio de um tempo e espao de vivncias ldicas organizadas por uma determinada cultura. Essas vivncias esto ligadas tanto com o tempo de no trabalho como com atividades que compreendem um planejamento pessoal de cada individuo. Esse planejamento pode ser organizado de acordo com a capacidade de consumo dos indivduos, ou seja, a forma como usufrudo no tempo livre para desenvolver suas vivncias no mbito do Lazer.

    Este tempo livre pode ser visto no somente para o Lazer e sim para as necessidades imediatas onde, para muitos, pode ser obtida atravs do trabalho e o tempo no qual cada indivduo se dedica a ele. E quando se fala em tempo de trabalho este Lazer surge das tenses com o capital a partir da luta dos trabalhadores pelo aumento do tempo livre e a conseqente reduo da jornada de trabalho com a finalidade de se ter um tempo para o desenvolvimento pessoal e social, j que atravs do trabalho assalariado no possvel tal desenvolvimento.

    Rodrigues (2000) ressalta estudos mostrando que, no Brasil, o Lazer visto como fenmeno moderno foi marcado, inicialmente, pela urbanizao ocorrida nos anos 30 e sedimentado com o capitalismo dos anos 70, momento em que a palavra Lazer incorpora o nosso vocabulrio comum.

    Toda e qualquer experincia de Lazer se desenvolve no interior de espaos e equipamentos, de modo em que as atividades de Lazer dependem e so sensivelmente demarcadas pelos ambientes onde acontecem. Estes espaos remetem a um problema para o setor pblico que, ao planejar uma poltica de lazer, deve considerar os equipamentos j existentes, a disputa pela apropriao do territrio ocupado e as condies do espao social a ser destinado e usufrudo pela populao.

    Isso nos remete o conceito de espao e lugar onde Rechia e Frana (2006) destacam que eles so componentes bsicos do mundo vivo. Assim como espao

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    indiferenciado transforma-se em lugar medida que conhecemos melhor e o dotamos de valor.1

    Entretanto estes espaos so encontrados com a predominncia de muitos valores que impedem o incremento e ampliao das oportunidades de experincias amplas no mbito do Lazer, o que tem dificultado a disseminao e a potencializao da cultura e do lazer nos grandes centros urbanos. (MEZZADRI, RECHIA E STAREPRAVO, 2008, p. 74). Ou seja, a limitao de experincias no mbito do Lazer nesses espaos nos permite refletir a partir desses ambientes pblicos quando houver um planejamento dos espaos com o intuito de oportunizar diferentes praticas corporais e culturais e tambm trs em questo o uso desses ambientes e como se d a sua apropriao ou desapropriao, fazendo com que esses lugares/espaos tornam-se significativos para a populao em seu momento de Lazer. Assim como afirma Rechia (2003) que os espaos pblicos se originam da necessidade de contato, comunicao, organizao e troca entre as pessoas e que a partir deles se estabelece o estreito vnculo entre participao ativa e vida na cidade. o prprio pulsar da vida urbana. E que atravs de experincias no mbito do Lazer e do Esporte pode-se conquistar um novo tipo de relao entre espao-tempo e cidade-cidado, como resposta a esse processo, o qual pode produzir um novo modo de viver, ver e perceber a cidade (RECHIA e FRANA, 2006, p.68).

    Portanto em relao aos espaos e equipamentos com o Lazer, tal como o conhecemos hoje, uma problemtica tipicamente urbana, caracterstica das grandes cidades, porm ultrapassa suas fronteiras, uma vez que os grandes centros urbanos a levam, com as mesmas caractersticas, atravs da mdia, para outras regies do pas, nem to grandes, nem to urbanizadas. Esse problema ligado poltica Urbana. (MARCELLINO, BARBOSA, MARIANO, SILVA E FERNANDES, 2007, p.15).

    Essa questo nos faz pensar a possibilidade de compreenso dos gestores e professores de Educao Fsica sobre as Polticas Pblicas de uma cidade que contempla os problemas que ocorrem nos espaos de Esporte e Lazer. Como o

    1 Este conceito de espao e lugar explicado por Tuan, 1983, p. 3: Espao como um smbolo

    comum de liberdade no mundo ocidental. O espao permanece aberto, sugere futuro e convida a ao. O espao fechado e humanizado lugar. Os seres humanos necessitam de espao e lugar, pois as suas vidas so um movimento dialtico entre refgio e aventura, dependncia e liberdade. O lugar representa a segurana, enquanto o espao representa a liberdade.

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    Lazer se encontra na Constituio como um direito social para os/as brasileiros/as, esse direito desigual porque nos faz perceber os fatores culturais e sociais destes espaos e como eles esto sendo administrados pelos gestores responsveis pelas Polticas Pblicas do Esporte e Lazer.

    Santos (2006) afirma que infelizmente o profissional de Educao Fsica no tem esse olhar voltado para a anlise de determinados espaos que possam ser desenvolvidos a prtica do Lazer. Ele ainda enfatiza que essa anlise no tem acumulado um volume significativo de anlises capazes de orientar estudos que procurem interpretar a ao do sujeito a partir de sua condio espacial.

    Infelizmente em muitas cidades h uma escassez de espaos pblicos para prticas esportivas e prticas de Lazer. Rosa (2007) afirma que a falta destes espaos na cidade dificulta o acesso da populao em relao necessidade de recursos humanos e principalmente impossibilita o desenvolvimento das prticas culturais, esportivas e de lazer.

    Oliveira, Siqueira, Muniz e Silva (2005) afirmam que em pases aonde a maioria da populao vive em cidades, vem enfrentando grandes dificuldades quando o assunto falta de espao de Lazer. Por isso que essencial o planejamento urbano e regional para a soluo desses problemas. Saldanha (2003) salienta que esta falta de planejamento do poder pblico se agrava com o crescimento das populaes e que o Lazer geralmente no visto como algo importante no contexto social e no se enquadra nos projetos polticos das administraes, apesar de ser um direito constitucional e fazer parte da vida cotidiana do cidado, no tem uma necessria ateno dos fruns de polticas pblicas, como tem as polticas de educao, sade, habitao e segurana.

    Na cidade de So Jos dos Pinhais2 h alguns anos atrs houve uma busca de desenvolvimento na rea de Esporte e Lazer porque os espaos destinados para a prtica dessas atividades eram precrios e no possua nenhum cuidado tanto administrativo quanto em relao restaurao desses espaos. (Ferreira, Silva e

    2 Cidade situada na regio metropolitana de Curitiba com aproximadamente 262.622 habitantes.

    http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm

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    Silva, 2002). Atravs do Secretrio de Esporte e Lazer e de autoridades governamentais, esse problema vem melhorando3.

    De acordo com essa afirmao anterior, surgem a seguinte problemtica: Como esses espaos esto sendo apropriados pela populao da cidade?

    Oliveira et alli (2005) aponta que os espaos para o Lazer devem contribuir na construo e no desenvolvimento do sentimento de cidadania e democracia na populao, no qual, cabe ao poder pblico planejar, reservar e preservar esses espaos de direito e de uso comum. Portanto esses problemas podem ser solucionados se houver uma preocupao das autoridades pblicas que tem o poder de intervir na infra-estrutura e facilitar o acesso da populao para a apropriao desses espaos.

    Procuro atravs deste estudo analisar as Polticas Pblicas de So Jos dos Pinhais em relao ao planejamento dos espaos e equipamentos de Esporte e Lazer. A partir desta anlise, investigar como que os espaos de Esporte e Lazer so distribudos na cidade, como eles so organizados em relao localizao, acessibilidade, manuteno, segurana, etc, para depois refletir sobre as possveis formas de apropriao dos mesmos.

    Devido carncia de programas pblicos de Esporte e Lazer, Filho (2002) afirma que para que isto no ocorra, imprescindvel a participao da sociedade na definio dos rumos e propriedades do poder pblico e no fortalecimento do estado para o atendimento das necessidades fundamentais da populao. Ele ainda ressalta que a participao da comunidade fundamental para o conhecimento do valor dos espaos pblicos urbanos para o Esporte o Lazer. Por isso, surgiu a possibilidade de analisar e compreender qual o vnculo dos habitantes com esses espaos pblicos e se eles realmente esto em boas condies para que a populao se aproprie dos espaos de esporte e lazer.

    Portanto, est pesquisa tem com o intuito de proporcionar uma produo escrita sobre o assunto, devido escassez de publicaes sobre as polticas pblicas na cidade de So Jos dos Pinhais. Alm de obter um conhecimento

    3 Segundo Carvalho apud Rosa (2007) nos ltimos 10 anos a Secretaria de Esporte e Lazer de So

    Jos dos Pinhais em conjunto com a Prefeitura Municipal valorizaram o crescimento de oportunidades para a prtica do Esporte e do Lazer na cidade.

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    acadmico sobre estes espaos, partindo do princpio de ser um direito constitucional do cidado4.

    Rodrigues (2003) afirma que a entrada do Lazer na Constituio amplia sua abrangncia. O Estado passou, ento, a ser convocado a garanti-lo como direito, portando cabe, entender a atuao do Estado na manuteno e garantia do lazer enquanto direito social.

    A partir disso, considera-se esse estudo descritivo, de carter qualitativo. Para tanto, utiliza-se como mtodo investigativo os seguintes encaminhamentos: Inicialmente busquei mapear os espaos pblicos como: parques, praas, centros esportivos e culturais a partir de pesquisas em sites da prefeitura de So Jos dos Pinhais; na seqncia entrei em contatos com a Secretria de Esporte e Lazer que responsvel pelos Centros Esportivos, a Secretaria da Cultura que responsvel pelos Centros Culturais e a Secretaria do Urbanismo, responsvel pelos Parques e Praas da cidade, para mais informaes sobre os lugares que foram analisados; em seguida apliquei o protocolo de observao (em anexo), que permitiu analisar as possveis formas de apropriao dos usurios, analisando, o tamanho, a localizao, o objetivo, a acessibilidade, a descrio dos equipamentos e as condies de limpeza, segurana, iluminao e manuteno. Este processo metodolgico de anlise foi elaborado tendo como base metodolgica uma proposta adotada por Rechia e Frana (2006); na seqncia, tendo um processo de observao dos espaos e equipamentos tambm realizei entrevistas com os secretrios de Esporte e Lazer, Cultura e Urbanismo da cidade com perguntas referentes ao objetivo proposto nesta pesquisa; em seguida foi feita uma triangulao dos seguintes dados: Protocolo de Observao, Entrevista e Dirio de Campo elaborado a partir das observaes nos espaos; para finalmente analise, interpretao e reflexo dos resultados coletados a partir de categorias de anlise finalizando, assim, com algumas Consideraes Finais.

    4 De acordo com a Constituio Federal, no Art. 182, a poltica de desenvolvimento urbano,

    executado pelo poder pblico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei tm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. (BRASIL, 1988, ementa 2000).

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    2.0 REVISO DE LITERATURA

    Dando incio ao estudo destes espaos de Esporte e Lazer na cidade de So Jos dos Pinhais, venho fazer um relato sobre a histria da cidade relacionando com o Esporte e Lazer atravs de literaturas existentes sobre o municpio.

    At o final do sculo XIX, o espao urbano do municpio de So Jos dos Pinhais era muito pequeno. Nele, localizavam-se pouqussimas casas comerciais, algumas microempresas prestadoras de servios e poucas residncias. As ruas, todas estreitas, no caladas e sem alinhamento, tambm eram escassas. Porm, Marochi (2006), afirma que os imigrantes europeus que se estabeleceram neste espao do municpio trouxeram mudanas, como a melhoria de estradas de rodagens que facilitou a locomoo das pessoas de um local para outro.

    Durante o sculo XIX, So Jos dos Pinhais atingiu um considervel crescimento econmico e populacional, deixando de ser uma vila pacata e tornando-se um municpio integrado economia paranaense como um todo, devido o crescimento comercial, a agricultura, a pecuria, a extrao e o beneficiamento da erva-mate. (Lobo e Schimidt, 1996, p. 54).

    Segundo Lobo e Schimidt (1996), as pessoas se encontravam nas ruas centrais e ficavam horas conversando e no centro da cidade presenciavam-se apresentaes de bandas locais no coreto da Igreja Matriz.

    Os novos imigrantes europeus chegavam trazendo em suas bagagens outras vises de cidade e um novo tipo de comportamento social e comercial. Era no espao urbano que eles acreditavam vencer ou obter o sucesso financeiro. Viam ali a possibilidade de efetivamente afirmarem que no Brasil teriam uma vida melhor. (Marochi, 2006, p. 287).

    Se procedermos relao lazer/espao urbano, verificaremos uma srie de descompassos, derivados, da natureza do crescimento das nossas cidades, relativamente recente, e caracterizado pela acelerao e imediatismo. O aumento da populao urbana no foi acompanhado pelo desenvolvimento da infra-estrutura, gerando desnveis na ocupao do solo e diferenciando marcadamente, de um lado as reas centrais, concentradas de benefcios, e de outro a periferia, verdadeiro depsito de habitaes. (MARCELLINO, 2000, p. 25).

    Nas colnias, desde o incio, os momentos de lazer eram poucos, quer fossem eles crianas ou adultos. Segundo Marochi (2006), a vida dentro de uma

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    comunidade agrcola exigia um trabalho contnuo de todos os membros da famlia, inclusive das crianas quando estas no estavam na escola. O lazer individual ou coletivo ficava restrito aos dias santificados ou aos domingos.

    Um pouco mais afastado do centro, na regio que se pode caracterizar como a periferia da cidade, moravam famlias de baixa renda, formada por descendentes de imigrantes que deixavam as colnias em busca de uma vida melhor na cidade. Para esses moradores, o cotidiano era diferente. Eles realizavam servios no especializados e no possuam instruo. Alguns homens trabalhavam na principal rua comercial da cidade, onde segundo Colnaghi, Filho e Magalhes (1992) relatam no inicio do sculo funcionava a primeira e mais importante opo de trabalho do municpio na poca: a fbrica Joo Senegaglia. Hoje, o espao que durante anos abrigou to importante indstria foi desapropriado pela prefeitura a passou a denominar-se Centro de Vivencia Joo Senegaglia. Este espao encontra-se um conjunto de edifcios formado por quatro blocos frontais e laterais, utilizado como espao pblico de lazer. Marochi (2006) relata que em Novembro de 2004, atendendo a solicitao da populao por unanimidade, os vereadores aprovaram um Projeto Lei prevendo o Tombamento para o Patrimnio Histrico e Cultural de So Jos dos Pinhais de todo o prdio da fbrica.5

    Em relao poltica administrativa, no sculo XIX, constituiu-se uma tarefa principalmente de elites que disputavam entre si os seus interesses particulares; tanto que na poca no houve prefeito, somente vereadores.

    A primeira eleio em So Jos dos Pinhais para prefeito ocorreu em 1900. Neste incio do sculo comearam a serem dados os primeiros passos, tendo em vista a urbanizao da cidade. Em trs mandatos consecutivos, o Prefeito Francisco de Paula Killian (1908 a 1920) construiu os primeiros nivelamentos de ruas, colocao de meio-fio e calamento de passeios, comunicao por telefones com Curitiba, iluminao eltrica, instalao de uma casa bancria e a construo da Praa 8 de Janeiro.

    O urbanismo surgiu em estreita relao com a arquitetura, tendo como objetivo estudar a formao e o desenvolvimento das cidades ou das chamadas reas urbanas. Sob a perspectiva da planificao e organizao espacial, observou-se que a cidade apresentou diferentes formas e modelos de traados. O aparecimento de

    5 No dia sete de Dezembro de 2004, de acordo com a Lei Orgnica do Municpio, a Lei 659/04 foi

    promulgada pelo presidente da Cmara Municipal. (Marochi, 2006, p. 256).

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    problemas de sade pblica, saneamento bsico, abastecimento, poluio, lazer, entre outros, provocou a necessidade de planejar o desenvolvimento urbano. (VERSSINO apud RODRIGUES E BRAMANTE, 2003, p. 27).

    No final da dcada de 20, surgiram as primeiras sociedades recreativas da cidade: em 1929 o Esperana Futebol Clube, que teve seu nome alterado posteriormente, em 1934, para Sociedade Beneficente Operrio Esperana, e em 1933 surgiu a Sociedade So Jos Esporte Clube que organizavam festas e bailes e partidas de futebol entre os dois times da cidade.

    Lobo e Schimidt (1996) ainda ressaltam que em relao ao lazer e cultura nos anos 40/50, eram totalmente diferente aos dias de hoje.

    A cidade possua um cinema6, onde havia uma nica sala e era entretenimento tanto pra elite como para as camadas populares, o coreto com apresentaes de bandas, bailes e festas promovidas pelas famlias, partidas animadas de futebol, corrida de cavalos e os circos que se apresentavam periodicamente na cidade.

    Colnaghi et alli (1992) relatam que um professor curitibano Joo da Costa Viana foi precursor de festas teatrais, procurando com isso proporcionar mocidade da poca alegres diverses. Tratavam-se de festas teatrais porque eram encenadas em residncias particulares, uma vez que no existia ainda teatro na cidade. Foi uma sala de visitas da famlia Borges que o professor Costa Viana montou a primeira pea de teatro, qual seja, Branca de Neva e os Sete Anes.

    importante salientar que esses bailes e festas familiares eram promovidos pelos moradores do centro da cidade, portanto, no participavam pessoas desconhecidas ou pessoas mais pobres. Contudo, os mais pobres tambm tinham as suas festas. Elas eram realizadas no bairro A Carioca, um bairro pobre, porm prximo ao centro da cidade, onde a Nh Chica Preta organizava bailes animados para os negros do bairro. Nesses bailes, tambm no era comum a presena de moradores do centro. Percebe-se que havia uma distino entre as classes tambm nos momentos de lazer.

    6 Marochi (2006) relata que para a poca, este espao de lazer foi um grande acontecimento aos

    poucos moradores do centro urbano. Sua casa de espetculo se encontrava bem localizada, na Rua XV de Novembro, prximo a Igreja Matriz.

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    Os acontecimentos mais marcantes na cidade eram, sem duvida, a chegada dos circos mambembes. O mais clebre era o Circo Hambrusch que fazia anualmente temporada em So Jos dos Pinhais. (Colnaghi, Filho e Magalhes, 1992, p. 137).

    O Lazer, nas colnias de imigrantes poloneses, estava todo ele ligado religio. As maiores festas da colnia eram de cunho religioso e seguiam as tradies polonesas. O Natal, o Ano Novo, o Dia de Reis e Pscoa eram festas nas casas das famlias, mas com muitas celebraes na igreja, ou fora dela, com nfase na religiosidade. (Marochi, 2006, p. 84). Nas colnias de imigrantes italianos havia muito trabalho, deixando o lazer em um segundo plano. As diverses ficavam apenas concentradas nas festas religiosas ou quermesses, em algumas visitas a parentes e vizinhos ou ainda nos casamentos envolvendo pessoas da colnia. (Marochi, 2006, p. 96).

    Havia clubes sociais como o Clube Sojoseano, fundado por jovens pertencentes elite sojossense. Tambm foi criado do Clube XV de Novembro, fundado por ocasio da Proclamao da Repblica.

    Na ocasio em comemorao ao centenrio do municpio, no ano de 1953, um grupo de jovens intelectuais, apaixonados pela literatura, pela msica, pela poesia e histria, criou o Centro Cultural Scharffenberg de Quadros, com o objetivo de romper com o isolamento cultural da cidade, congregando jovens intelectuais interessados em promover um intercmbio cultural com outras cidades do pas ou com outros pases. As exposies e eventos realizados pelo centro cultural deram incio inaugurao, mais tarde, de mais um espao cultural na cidade: o Museu Atlio Rocco, criado em 1977, pelo prefeito Moacir Piovesan.

    Em meados os anos sessenta, a cidade era simplesmente a sede do municpio, o local onde havia a Prefeitura, a Cmara, a Igreja Matriz, alguns estabelecimentos comerciais e industriais e algumas residncias. Porm, a maior parte da populao vivia no campo e dele tirava o seu sustento. A cidade era o lugar de passeio de compras. (Lobo e Schimidt, 1996, p. 174).

    Nos dias quentes de vero, os so-joseenses costumavam fazer piqueniques nos inmeros recantos agradveis do municpio. Nesses piqueniques alguns tomavam banho no Feitio (Rio Iguau), um rio muito bonito, todo contornado por

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    uma vrzea arborizada, com a gua lmpida e ainda no poluda pelos esgotos de Curitiba (Colnaghi, Filho e Magalhes, 1992, p. 140).

    As dcadas que se sucederam ao perodo da comemorao do Centenrio de So Jos dos Pinhais foram marcadas por profundas transformaes, as quais afetariam a histria da cidade. Colnaghi, Filho e Magalhes (1992) afirmam que por meio da publicidade, propaganda poltica e o estilo de vida da classe mdia dos pases desenvolvidos passou a ser difundido, influenciando o estilo de vida no municpio de So Jos dos Pinhais. Eles ainda relatam que a populao de So Jos dos Pinhais se mobilizava no sentido de reivindicar seu ingresso na vida moderna e que caberia ao Estado, ou seja, a administrao pblica municipal e estadual, o papel de indutor desse crescimento.

    Contudo, atravs do poder legislativo local, seria realizado uma medida que atrasse empresrios para a instalao de indstrias no municpio e que aumentaria a oferta de emprego na cidade. Por esta razo, foi aprovado pela Cmara o Cdigo de Posturas de So Jos dos Pinhais, porque at 1964, no era conhecida a existncia de uma norma que dispusesse sobre os deveres e direitos do cidado, a nvel local, para So Jos dos Pinhais. Este documento previa o comportamento da populao no que se refere higiene, saneamento, ordem, circulao pelas vias pblicas, produo e consumo de alimentos sob vigilncia dos rgos executivos oficiais. (Colnaghi, Filho e Magalhes, 1992, p. 181).

    O ordenamento do espao e do tempo por parte de uma administrao pblica no constituiu uma novidade histrica nos anos sessenta. Ela permeia toda a sociedade moderna, desde o final do sculo XVIII at nossos dias. Foucault (1981) e Thompson (1979) apud Colnaghi, Filho e Magalhes (1992, p.182) afirmam que a utopia de uma populao disciplinada, cujo cotidiano evidencia-se pela rgida diviso entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer, entre a vida privada, perseguida por vrias instituies do mundo moderno. Contudo, os poderes pblicos de So Jos dos Pinhais, integraram s suas tarefas tradicionais, a de zelar pela ordem, segurana e bem estar de seus cidados e de sua cidade.

    Este Cdigo proibia qualquer postura que ameaasse a segurana da populao, at o uso de animais nas vias pblicas. Assim exigiu um padro de qualidade mnimo para a construo de residncias (o que no foi acatado devido as

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    camadas pobres), ordenou o arruamento e o trnsito, racionalizando o espao pblico em favor da otimizao do tempo no momento da circulao.7

    A partir da, a autora afirma que o Lazer, ou seja, os costumes e divertimentos foram normatizados, apresentando assim uma populao plenamente higienizada e apta para o trabalho.

    Relaciono essa afirmao da autora com Mascarenhas (2001) comentando sobre a maneira que a populao ensinada a valorizar o trabalho, no oportunizando o tempo de no trabalho:

    Pejorativamente, associam o cio aos vcios da vagabundagem, inutilidade, preguia e vadiagem. Isto quer dizer que se o trabalhador no est trabalhando e, em seu tempo livre, no est na escola, igreja ou com a boa famlia, nada de conversas no botequim, rodas de samba, arruaas e cachaa. (MASCARENHAS, 2001, p.3).

    Portanto, o trabalho, segundo Rodrigues (2003) assume uma importncia fundamental e o Lazer configura-se como o no-trabalho, desempenhando um papel secundrio, quase como um desvio de rotas de conquistas voltadas ao capital. Entretanto, salienta-se que:

    A sociedade necessita de espaos onde a integrao para o lazer possa ser possvel de forma democrtica e ldica j que as presses de trabalho em relao ao tempo livre nos pases em desenvolvimento, tm provocado uma diminuio do tempo de lazer, principalmente para as classes mdia e baixa. (RIBEIRO, 2005. p. 36).

    Neste contexto, a cidade de So Jos dos Pinhais, nos ltimos anos teve um grande crescimento com a vinda de inmeras empresas e conseqentemente, o nmero de pessoas, novos bairros foram aparecendo muito rapidamente.

    Lobo e Schimidt (1996) ainda afirmam que novos conjuntos residenciais foram criados e reformas urbanas foram feitas na regio central e perifrica do municpio. No incio dos anos 80, praticamente todas as ruas centrais e boa parte das estradas que interligavam os bairros mais populosos ao centro foram asfaltadas ou cobertas com anti-p.

    7 expressamente proibido (...) promover batuques, congadas e outros divertimentos congneres da

    cidade, vilas e povoados, sem licena das autoridades, no se compreendendo nesta vedao os bailes e reunies familiares. (Art. 28, item G, cap 1, Ttulo II). Colnaghi, Filho e Magalhes, 1992, p. 183.

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    Os espaos de Lazer tambm foram reordenados. Como na capital paranaense, a rua XV de Novembro de So Jos dos Pinhais foi transformada em um calado para pedestres, com luminrias, bancos e floreiras. Tambm foi efetuada uma arborizao das principais ruas da cidade. A rua XV se transformou em um grande centro comercial e em um local de passeio. Eram criados pelo poder pblico as primeiras estruturas pblicas de lazer da cidade.

    Com a urbanizao, surge a necessidade de planejamento do espao. Para Malthus (1998) apud Frana (2005) apesar dos avanos, o planejamento urbano no alcanou seu principal objetivo, que seria "implementar polticas urbanas eficazes para o tratamento nesse sentido o instrumento executivo e normativo do poder pblico". Portanto, o planejamento urbano foi utilizado como forma de atender aos interesses de uma minoria privilegiada, e sobretudo das grandes empresas, o que gerou descontentamento e reivindicao das classes populares, por uma gesto mais democrtica, participativa e includente. (FRANA, 2005, p. 2).

    2.1 REALIDADE DOS ESPAOS EM SO JOS DOS PINHAIS

    Segundo o site atualmente na cidade existem os seguintes espaos de esporte e lazer8:

    2.1.1 Centros Culturais: A Biblioteca Pblica Municipal, localizada na rua Largo Vereador Segismundo

    Salata (entre as Praas 08 de Janeiro e Getlio Vargas). Este espao se encontra em um prdio em linhas clssicas inaugurado em 1912. Abrigou o Grupo Escolar Silveira da Motta e aps foi sede do Frum, Biblioteca, Cmara Municipal. Atualmente sede da Biblioteca Pblica Municipal Scharffenberg de Quadros. Possui um acervo de aproximadamente 34.000 livros que abrangem todas as reas, 6 ttulos dirios de jornais e 35 ttulos de revistas. De 1989 at Dezembro de 2004 a

    8 Espaos mapeados para esta pesquisa foram pesquisados atravs do site da Prefeitura de So

    Jos dos Pinhais: http://www.sjp.pr.gov.br/portal/conteudo.php?id=1127492555300831 e tambm pelo: http://www.guiasjp.com/opcoes.php?option=623&id_canal=10&offset=8

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    biblioteca funcionou no prdio que data de 1904, onde funcionava a fbrica Senegalia (metalrgica). Em 1980, tombado como Patrimnio Histrico Municipal.

    O Centro de Vivncia Cultura Joo Senegaglia, localizado na rua XV de Novembro, 1800. O prdio construdo em 1904, onde funcionou a Fbrica Senegaglia (metalrgica). O complexo cultural compreende o Espao Cultural Zacarias Alves Pereira, Galeria de Arte e o Teatro de Bolso Igua, Departamento de Ao Cultural, Museu do Boneco Animado, Cia de dana - Corpo So e a Secretaria Municipal de Cultura.

    O centro de Educao Ambiental, localizado no Parque Metropolitano do Iguau, com acesso na Avenida das Torres, foi fundado em 2003 pelo Batalho da Polcias Florestais, divisas entre Curitiba e So Jos dos Pinhais. Apresenta exposio permanente de animais empalhados e armadilhas apreendidas de pesca e caa ilegal. Possui um auditrio com capacidade para 80 pessoas. O Batalho Florestal realiza atividades de educao ambiental junto a escolas de ensino fundamental e palestras para os visitantes, mediante agendamento com antecedncia mnima de 10 dias. Possui amplo estacionamento.

    O Ncleo de Educao Alimentar da Criana, localizado na rua Vitrio Marenda, no bairro Afonso Pena. Possui um espao com aproximadamente 7 mil metros quadrados, voltados para o desenvolvimento das atividades de sade e educao alimentar infantil.

    A Usina do Conhecimento, localizada na rua Verssimo Marques, 299. um prdio cultural, resultado da parceria do Governo do Estado do Paran e Prefeitura de So Jos dos Pinhais. Inaugurada no dia 12 de dezembro de 2001, tem como principal finalidade oferecer cursos comunidade. Possui rea construda de 572 m com arquitetura arrojada e funcional que possibilita a rpida transformao dos espaos em atelier de arte e cultura; cincia e tecnologia; informao e comunicao; auditrio interativo com capacidade para 100 lugares e facilidade de acesso a portadores de deficincia. Na sua rea externa um amplo teatro de arena, possibilita atividades.

    O Museu Municipal Atlio Rocco, localizado na rua XV de Novembro. Teve sua primeira sede Rua Mendes Leito, nmero 2571, em uma pequena sala onde permaneceu por quatro anos at passar definitivamente para a sede atual, no dia de 19 de maro de 1981. Foi criado pela lei 34/77, de 19 de setembro de 1977, e

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    denominado pelo decreto 35/81, de 27/2/1981. Idealizado pelo Sr. Ernani Ztona, concretizou-se graas ao empenho do Lions Clube de So Jos dos Pinhais. Em sua construo em 1910 serviu de residncia para Famlia Ordine at 1920, quando foi vendida para a municipalidade. Abrigou simultaneamente o Poder Legislativo, Executivo e Judicirio e a partir de 1981 o Museu Municipal, que cedeu temporariamente um espao para a Associao Comercial de So Jos dos Pinhais. Seu acervo possui mais de 6.000 peas classificadas em Arquivo Histrico (atendimento com agendamento prvio), Etnologia Indgena Brasileira, Numismtica (moedas e cdulas), Fotografia e Histria Natural. Seu acervo foi inicialmente constitudo de doaes feitas por famlias tradicionais de So Jos dos Pinhais, a partir de dezembro de 1978. Em 1980, tombado como Patrimnio Histrico Municipal e em 2006 foi construdo o anexo, destinado a exposies e cinemateca.

    2.1.2 Parques e praas: O Parque da Fonte, localizado na rua Almirante Alexandrino, esquina com a Tavares de Lira. Inaugurado em 2000. Neste parque encontra-se tambm a Casa do Papai Noel, uma casa decorada para o Natal e de grande atrao na cidade em Dezembro. Possui uma reserva de mata com 70% de vegetao nativa predominando a Araucria Angustifolia (Pinheiro do Paran). Possui aproximadamente 3,5 hectares de rea, topografia suave, trilhas para caminhada, mini-palco e uma Fonte de gua.

    O Parque Metropolitano do Iguau, localizado na Avenida das Torres, Avenida Marechal Floriano e Rio Iguau. uma rea com 649.039.43 m. Acolhe o Batalho da Policia Ambiental Fora Verde que mantinha o Museu de Taxidermia. O Viveiro Guatup, localizado na BR-277, km 72 no bairro do Guatup. O viveiro, implantado em 1987, uma parceria entre a Prefeitura de So Jos dos Pinhais e o Instituto Ambiental do Paran - IAP, para a produo de mudas de plantas exticas. Fornece mensalmente aos produtores rurais 25 mudas para reflorestamento de suas propriedades. Praa Missionrio do Verbo Divino localizada na rua Verssimo Marques, foi fundada em 2000. Na praa projetada uma pista de skate, palco ilustrado com mural do artista plstico Roney W. Erthal, mirante, cascata e espelho dgua, quadra de futebol, pista para caminhada e parque infantil.

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    A Praa 8 de Janeiro, localizada na rua XV de Novembro. de grande importncia para o municpio, pois neste local teve inicio a historia da cidade e homenageia a data da Emancipao Poltica do Municpio, data de fundao da praa, em janeiro de 1853. Por todos esses anos a praa j passou por vrias reformas e hoje com a revitalizao da Rua XV de Novembro foi reestruturada com a troca de calamento, poda de algumas rvores e colocao de novas bancas de revistas e floreiras, tornando-a um espao de lazer para a comunidade. A Praa Getlio Vargas, localizada tambm na Rua XV de Novembro e Padre Bittencourt. Essa praa se encontra dentro do Terminal Central de So Jos dos Pinhais. Possui um monumento datado de 8 de Janeiro de 1973, em homenagem aos heris da Fora Expedicionria Brasileira: Cabo Joo Fagundes Machado, Soldados Erminio Cardoso e Francisco Pereira dos Santos. Acolhe tambm a Caixa Dgua, monumento muito conhecido da cidade e que hoje est desativada. A Praa Largo do Expedicionrio, localiza-se no centro da cidade no Calado da Rua XV de Novembro, junto ao Museu Municipal Atlio Rocco. Possui placa de inaugurao com dois poemas de Leopoldo Scherner e Eullia Maria Radtke, homenageando os expedicionrios de So Jos dos Pinhais. H tambm um painel pintado na parede do Largo, de Roney W. Erthal, em comemorao ao aniversrio dos 300 anos do Municpio. A Praa Constantino Zaniollo, localizada entre as ruas Padre Bittencourt e Zacarias Alvez Pereira, foi construda para homenagear o filho da terra e Nossa. Senhora. de Ftima. O monumento foi inaugurado no ano 2000 seguindo uma determinao do grupo da Imaculada Ftima-Portugal, o qual se dedica a espalhar e a viver a devoo ao Imaculado Corao de Maria. Estes monumentos so sempre iguais em qualquer parte do mundo e sua construo possui um significado espiritual, sendo 196 em Portugal, 50 em outros pases dos quais 21 no Brasil e 04 no Paran, destes, um est aqui em So Jos dos Pinhais. Estes Monumentos ficam nas terras, cujo povo queira solenemente consagrar-se ao Imaculado Corao de Maria. A Praa Nelvin Jones, localizada nas ruas Jos Ernesto Killian e Av. Senador Souza Naves. Inaugurada em 30 de junho de 1979 em homenagem ao fundador do Lion's Club Internacional. A Praa Montemor-o-velho localizada nas ruas Mal. Mallet e Toledo

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    Homenageia a cidade irm em Portugal. A Praa Antnio Costa se encontra na Rua Joinville, esquina com rua Mena Barreto.Possui canteiros com grama e arbustos; bancos em pedra; poste central de iluminao. A Praa Pedro Moro localizada na rua Joinville. Homenageia a Pedro Moro Redeschi (15/11/1878 - 17/6/1961), imigrante italiano em 1889. Praa Alice Sperling da Cruz localizada na Rua Voluntrios da Ptria, esquina com Mendes Leito. Canteiros com grama e rvores, bancos, capela morturia, iluminao; possui moradores; ainda no foi inaugurada.

    2.1.3 Centros Esportivos: Centro de Esporte e Lazer Ney Braga. Possui dois pavilhes, um denominada Centro de Excelncia do Basquetebol e Centro de Esporte e Lazer. Localizado na rua Isabel Redentora no centro da cidade. Devido a sua localizao atende em sua maior parte das escolhinhas de treinamento a classe social e predominante a mdia alta, j a de rendimento atende atletas de varias regies de So Jos dos Pinhais e at de outras cidades da regio metropolitana. Ncleo de Esporte e Lazer Contenda ou Centro de Esporte e Lazer Tio Zico, inaugurado em 18 de Maro de 2003, localiza-se na rua Professora Maria Andregueto Kusma, no bairro Contenda, rea rural do Municpio. Segundo Lara apud Rosa (2007), uma das regies mais distantes do centro da cidade e tem por objetivo desenvolver escolhinhas de iniciao esportiva e diversas modalidades esportivas. Ncleo de Esporte e Lazer Malhada recebendo o nome de Aluisio Mikos, ex-morador da regio, foi inaugurado no dia 30 de Agosto de 2003 localizado na estrada principal da colnia Malhada na zona rural, atende crianas, jovens e adultos que percorre grande distancias at o ginsio. Ncleo de Esporte e Lazer Quississana, encontra-se na rua Gioconda dalStella, no bairro quissisana na vida Jardim Alvorecer. Ncleo de Esporte e Lazer Colnia Rio Grande (Maria Pissaia Zanqueta), encontra-se na Avenida Rui Barbosa, no bairro Colnia Rio Grande.

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    Ncleo de Esporte e Lazer Cidade Jardim, localiza-se na rua Professor Teodoro Winkler no bairro Cidade Jardim. Ncleo de Esporte e Lazer Borda do Campo, localizado na rua Manoel Tiburcio Machado, no bairro da Borda do Campo na vila Jardim Martinpolis. Ncleo de Esporte e Lazer Santos Dumont, encontra-se na rua Hilho Pedro Gasparello, nos bairro Jardim Santos Dumont IV. Ncleo de Esporte e Lazer Ftima, localizado na rua Raphael Nester, no bairro Rio Pequeno. Ncleo de Esporte e Lazer Marambaia, encontra-se na rua Ilho Antoninho Mozer, no bairro do Guatup, Jardim Marambaia. Big Ball Centro Esportivo de Futsal, localiza-se na rua Acre, no bairro Santos Dumont. O Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos, inaugurado em Abril de 2000, encontra-se na rua Olvio Tozzo, no bairro So Marcos. Neste ncleo localiza-se o Centro de Excelncia do Futsal.

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    3.0 METODOLOGIA

    Neste terceiro captulo, descrevo os procedimentos metodolgicos realizados para anlise e interpretao dos espaos de Esporte e Lazer da cidade de So Jos dos Pinhais. Este estudo de carter descritivo e qualitativo, onde utilizei inicialmente o mapeamento destes espaos de Esporte e Lazer, ou seja: Parques, Praas, Centros Culturais e Esportivos. A partir deste primeiro contato com os espaos, foram utilizadas quatro ferramentas nesta pesquisa como: informaes divulgadas no Site da Prefeitura da cidade, o Protocolo de Observao que permitiu analisar pessoalmente os espaos com referncia a localizao, o objetivo, a acessibilidade, condies de limpeza, manuteno e iluminao e as possveis formas de apropriao desses espaos9; juntamente com este Protocolo de observao, um Dirio de Campo na qual fiz algumas anotaes referentes a cada espao no dia das observaes; entrevista semi-estruturada com os Secretrios de Esporte e Lazer (responsvel pelos Centros Esportivos), Cultura (Centros Culturais), e Urbanismo10 (responsvel pelos Parques e Praas). A partir das informaes coletadas, elaboramos a discusso em 2 etapas: a primeira etapa foi estabelecer a relao entre o Protocolo de observao, e o Dirio de Campo com a realidade desses espaos descritos no site da Prefeitura da cidade. A segunda etapa foi estabelecer relaes entre essas anlises com as entrevistas dos Secretrios. Aps interpretao desses dados localizamos algumas categorias de anlise a serem discutidas com mais profundidade nessa pesquisa.

    9 Esta proposta metodolgica foi adotada por RECHIA e FRANA (2006) no artigo titulado: O Estado

    do Paran e seus espaos e equipamentos de Esporte e Lazer: Apropriao, desapropriao ou reapropriao?. 10

    Gostaria de ressaltar que nesta referente pesquisa no houve a possibilidade de entrar em contato com o Secretario de Urbanismo responsvel pelos parques e praas da cidade devido a diversos motivos que estarei justificando nas Consideraes Finais.

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    3.1 Acessibilidade: Muito alm de 2 rodas

    Espaos/ Categoria Acessibilidade Parque da Fonte - Possui rampas para cadeirantes,

    porm em alguns lugares no h acesso. - O acesso a fonte de gua do parque est destruda, existem madeiras no local impedindo algum deficiente de se aproximar no local. - o Parque aberto todos os dias

    Parque Metropolitano - Possui acesso a cadeirantes. - o espao aberto

    Praa 8 de Janeiro - Com a construo da nova calada da Rua XV de Novembro, a praa foi reestruturada, adquirindo acessibilidade para os deficientes fsicos.

    Praa Getlio Vargas - Possui total acesso devido a praa se encontrar dentro do Terminal Central da cidade.

    Praa Rotary International - no se encontra rampas de acesso a praa. - a calada em alguns lugares da praa, impede o acesso.

    Praa Missionrio do Verbo Divino - a praa mais nova da cidade, possui rampas na entrada e na parte de concreto da praa onde so feitas apresentaes e onde se encontram bancos, playground e quadra poliesportiva

    Praa Constantino Zaniolo - nesta praa no se encontra acesso a cadeirante. - em toda a praa existem um degrau de concreto (meio fio).

    Largo do Expedicionrio - possui acesso a cadeirantes - aberto de Segunda a Sexta s 9h s 17h juntamente com o Museu Atlio Rocco.

    Biblioteca Pblica Municipal - na entrada da Biblioteca possui duas rampas de acesso. - nas salas onde se localizam os livros de literaturas, possuem um espao bem alto onde s tem escadas de ferro. - o espao disponvel de Segunda a

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    Sexta das 9h s 18h. Centro de Vivncia Cultural Joo Senegaglia

    - Existem duas entradas para o Centro, porm somente uma deles possui rampa de acesso. - o Museu do Boneco Animado que pertence ao meso centro, no possui acesso a cadeirantes. - o Teatro Iguau e as salas onde ocorrem cursos e oficinas, possuem rampas de acesso com corrimo. - aberto de segunda a sbado das 9h s 18h.

    Usina do Conhecimento - no espao encontra-se rampas no estacionamento e no local onde acontecem palestras e cursos. - Devido no dia da observao o local se encontrar fechado, no tive acesso ao horrio de atendimento.

    Museu Atlio Rocco - Devido o local do museu ser uma casa antiga da cidade, possui uma escada impedindo o acesso de cadeirantes. - aberto de segunda a sexta das 9h s 18h.

    Ginsio de Esportes Ney Braga - Neste espao localiza-se 2 ginsios: o Centro de Excelncia do Basquetebol (mais antigo) e o Centro se Esporte e Lazer. - O ginsio mais antigo (Centro de Excelncia do Basquetebol) no possui acesso a deficientes fsicos devido ele ser o mais antigo. - o ginsio mais novo possui rampas de acesso, porm no na arquibancada de concreto. - aberto todos os dias

    Ncleo de Esporte e Lazer Contenda - Rampas de concreto para cadeirantes na entrada - aberto todos os dias

    Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos

    - Possui acesso a cadeirantes na entrada do ginsio. - aberto todos dos dias

    Ncleo de Esporte e Lazer Cidade Jardim

    - Encontra-se uma rampa de concreto na entrada. - aberto todos os dias.

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    De acordo com o Protocolo de Observao destaco que a maioria dos espaos observados possui acesso para Pessoas com Deficincia (PcD). Porm ressalto que esta acessibilidade permitida apenas na entrada dos espaos. Durante as minhas observaes, percebi que foram encontrados no percurso destes espaos caladas em precrias condies, pedras e buracos pelo caminho. Entretanto enfatizo que estes percursos de chegada nestes espaos poderiam planejados de uma melhor forma nesses locais, fazendo com que no exista apenas uma rampa de acesso, mas verificar o caminho para esta acessibilidade.

    ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICINCIA NAS SALAS ONDE SO MINISTRADOS OS CURSOS E OFICINAS NO CENTRO DE VIVNCIA JOO SENEGAGLIA

    Entretanto, destaco a Praa 8 de Janeiro na qual suas caladas foram reformadas permitindo no somente um acesso facilitado aos cadeirantes, mas o acesso aos indivduos em geral possibilitam a apropriao da praa de uma forma autnoma. No museu Atlio Rocco no possui nenhuma rampa de acesso para cadeirantes. Segundo uma moradora que estava no local, uma rampa de acesso

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    perderia a originalidade do museu que antigamente era uma casa da Famlia Ordine. Portanto, manter essa originalidade limita a apropriao de Pessoas com Deficincia.

    MUSEU ATLIO ROCCO SEM ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICINCIA

    Outro fator ligado a acessibilidade que gostaria de salientar como um fator positivo so os horrios de atendimento dos espaos como: Bibliotecas, Centros Esportivos e Culturais onde encontram-se abertos em dias teis e nos finais de semana. Porm a Usina do Conhecimento que se encontrava fechada no dia da observao.

    A acessibilidade tambm foi comentada pelos secretrios de Esporte e Lazer e Cultura. O Secretrio de Esporte e Lazer afirma que:

    O Estdio Atlio Bortolotti (espao de responsabilidade da Secretaria de Esporte e Lazer) eu precisei colocar umas rampas de acesso, muros de proteo. Foi s R$ 100 mil no estdio municipal. (...) Com materiais de expediente ns gastamos R$ 60 a 80 mil s de bolas e materiais. Depois mais R$ 60 a 80 mil s de trofus por ano, uniformes,

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    medalhas. Quando voc ta investindo nos trofus, no material, voc t investindo no esporte, quando voc est pagando a gua que ns damos pra beber para o pessoal da caminhada orientada de manh para a terceira idade e para o muncipe que participa, voc est investindo no esporte. Por isso no adianta s o municpio investir nisso, construir espaos, a comunidade tem que participar, reconhecer esse nosso trabalho.

    Percebemos que esta fala contempla apenas o Esporte como rendimento, ou seja, para os Centros Esportivos este investimento est quem no visa o esporte como uma prtica de treinamento, a no ter acessibilidade nesses espaos apenas para praticar uma modalidade por Lazer. Isso nos remete a refletir sobre os investimentos da Secretaria de Esporte e Lazer da cidade e nos permite afirmar que h problemas referentes a acessibilidade para pessoas com deficincia mas que tambm h problema para indivduos que no praticam esportes de rendimento.

    CENTROS ESPORTIVOS INVESTIMENTOS NO ESPORTE COMO TREINAMENTO

    A Secretaria da Cultura que d outro enfoque sobre esta categoria e nos deixa claro que existem dificuldades, mas que demonstra a necessidade de novos investimentos neste quesito:

    Todas as nossas oficinas so oferecidas e a h muita procura. Aqui tem uma lista de espera muito grande. Tudo o que ns temos, o espao muito pequeno ento no tem como oferecer tudo. A procura muito grande e a participao tambm. Voc pode ter acesso a uma oficina tanto em relao ao contedo e quanto ao profissional que trabalha nele. No h reclamaes. O que ns queremos ir mais longe. Ns queremos, por exemplo, ter um Conservatrio de msica. Uma grande conquista nossa a Cinemateca que a quarta no Brasil e est funcionando muito bem.

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    Portanto, percebemos o interesse em ampliar o acesso a um maior nmero de pessoas. Conclui-se que nestes espaos no h somente problemas referentes ao acesso a cadeirantes e sim que esta categoria analisada nesta pesquisa vai muito mais alm da construo de rampas de acesso, mas que a populao em geral se aproprie destes locais e tenha acesso livre.

    3.2 Organizao dos Espaos: da formao profissional a experincia

    Espaos/ Categoria Organizao dos Espaos Parque da Fonte - Trilhas para caminhadas, bancos,

    poucas lixeiras. - por uma cerca separado a Casa do Papai Noel onde muito freqentado na data festiva do Natal. O espao da Casa do Papai Noel se encontra playground e casinhas de bonecas. - no h banheiros. - encontra-se tambm uma fonte de gua.

    Parque Metropolitano - Totaliza 649.039,43 m. - Trilhas para caminhadas - Quiosques com mesas e cadeiras

    Praa 8 de Janeiro - local onde localiza-se a Igreja Matriz da cidade. - possui bancos, vrias lixeiras, canteiros de flores e um ponto de taxi. - em volta da praa se encontra vrios pontos comerciais e o ponto inicial do calado da Rua XV de Novembro. - no h banheiros no local

    Praa Getlio Vargas - possui bancos e vrios vendedores ambulantes com carrinhos de pipoca e doces. - fica dentro do Terminal Central da cidade - possui lojas, uma lotrica, farmcia e bancas de revistas. - existem vrias placas de homenagens aos expedicionrios da cidade. - possui um banheiro, pertencente ao Terminal da cidade.

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    Praa Rotary International - possui bancos, porm no h lixeiras. - no centro da praa encontra-se um memorial do fundador da praa e uma imagem de um santo onde geralmente so colocados velas e flores em seu altar.

    Praa Verbo Divino - um espao amplo com trilhas para caminhada, bancos, lixeiras, playground, uma quadra poliesportiva e um palco para apresentaes. - possui uma pista de Skate. - possui 2 banheiros femininos e masculinos. - possui um memorial de inaugurao e uma placa da prefeitura mostrando as reformas que ocorreram na praa. - no palco de apresentaes, se encontra uma obra do artista Poty Lazarotto.

    Praa Constantino Zaniolo - Possui alguns bancos feitos de concreto e poucas lixeiras - no h banheiros no local.

    Largo do Expedicionrio - fica no mesmo local do Museu Atlio Rocco onde encontram-se uma cimemateca bancos e lixeiras. - possui um memorial da histria de So Jos dos Pinhais com um poema de Eullia Radtke.

    Biblioteca Pblica Municipal - o espao era localizada a antiga Cmara Municipal da cidade onde so organizadas vrias salas e tambm as salas com acervos bibliogrficos e peridicos, recorte de vrias revistas que so separados por pastas de arquivos, jornais antigos e atuais. - este espao se encontrava anteriormente no Centro de Vivncia Joo Senegaglia. - possui mesas e cadeiras. Sendo que em uma sala exclusivamente para crianas, disponibilizado mesas e cadeiras de acordo com o tamanho delas. - possui uma sala de computadores com Internet Adsl. - Guarda-volume para os freqentadores. - 1 banheiro masculino e 1 feminino

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    Centro de Vivncia Cultural Joo Senegaglia

    - o espao possui uma Escola de Dana, Gabinete do Secretrio, Teatro de Bolso Iguau, Galeria Municipal da Arte, Sala para oficinas Culturais e o Museu do Boneco Animado. - possui 1 banheiro para ambos os sexos, lixeiras e bancos. - o espao disponvel de Segunda a Sexta nos horrios das 8h s 12h e depois das 13h s 17:30h. Aberto nas frias e nos Sbados.

    Usina do Conhecimento - o espao se encontrava fechado no momento da observao. - do lado de fora da Usina, so vistas lixeiras, bancos e um amplo estacionamento - no interior do espao existem salas de oficinas e salas de palestras.

    Museu Atlio Rocco - encontram-se expostos vrios objetos que simbolizam a histria da cidade e fotos dos antigos moradores e da cidade. - a cinemateca que pertence ao Museu o 4 do pas onde futuramente ser aberto para a populao para amostras de cinema.

    Ginsio de Esportes Ney Braga - o espao possui 2 ginsios. ginsio 1: o centro de Excelncia do Basquetebol e no ginsio 2: o Centro de Esporte e Lazer. - ginsio 1: possui uma sala de materiais esportivos, uma cantina, arquibancada de concreto, espao para impressa, rea vip nas arquibancadas com cadeiras, secretaria. Na sala de materiais se encontram bolas, redes, cones, etc. Na quadra se encontram 2 traves de futsal, 2 cestas oficiais de basquete. Possui 1 banheiro feminino e 1 masculino. - ginsio 2: possui uma arquibancada de concreto, sala de materiais, sala de dana e ginstica e departamento de esporte e lazer. Possui um banheiro feminino e um masculino - em ambos os ginsios se encontram vrias lixeiras.

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    - na parte de trs do ginsio encontra-se uma pista de caminhada, uma quadra de vlei de areia e um playground.

    Ncleo de Esporte e Lazer Contenda - Possui um quadra poliesportiva, traves de futsal e cestas de basquete. - salas de materiais, 1 banheiro feminino e 1 masculino. - arquibancadas de concreto, vrias lixeiras, secretaria.

    Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos

    - salas de materiais, 1 banheiro feminino e 1 masculino. - arquibancadas de concreto, vrias lixeiras, secretaria. - quadra poliesportiva

    Ncleo de Esporte e Lazer Cidade Jardim

    - quadra poliesportiva - 1 banheiro feminino e 1 masculino - arquibancadas de concreto, lixeiras na entrada do ginsio. - salas de materiais e secretaria.

    Nesta categoria destaco a Praa 8 de Janeiro na qual encontra-se um espao denominado Prefeitura Online. Este espao oferecido populao Internet ADSL gratuita. Achei interessante ser localizado justamente em frente a praa de maior movimento da cidade e onde inicia-se o calado da Rua XV de Novembro. Entretanto, enfatizo esta organizao deve ser implantada nos demais locais da cidade e no apenas na parte central. Quanto a organizao dos espaos nos Centros Esportivos, destaco que a maioria deles possuem a mesma organizao, ou seja, o mesmo modelo de construo de quadras poliesportivas, banheiros, local das lixeiras e das arquibancadas de concreto. Entretanto ressalto que no h diversidade de equipamentos. Portanto no oportunizam formas variadas de apropriao, porm esta no diversidade devido a uma manuteno e administrao mais facilitada da parte do poder pblico.

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    Centros de Esporte e Lazer So Marcos e Contenda mesma estrutura.

    Centros de Esporte e Lazer Cidade Jardim e Quissisana tambm possuem o mesmo modelo.

    Percebemos na fala dos secretrios que as Polticas Pblicas so reflexos das experincias dos gestores na Prefeitura do Municpio. O Secretario de Esporte e Lazer relata:

    Na verdade eu sou formado em Teologia, a minha experincia era com eventos religiosos que eu fazia na igreja e por essa oportunidade que o Prefeito viu a maneira como eu trabalhava com os jovens, com eventos.

    A Secretaria da Cultura: A minha formao em Psicologia, porm eu sou da rea da educao. Trabalhei muitos anos na Secretaria Municipal da Educao. Ento eu acredito que com a experincia que eu tenho de administrao pblica durante todos esses anos que eu trabalhei na Secretaria da Educao... alm da Secretaria da Educao, eu trabalhei na Secretaria da Sade, sendo diretora de uma clnica para mulheres, trabalhei tambm na Secretaria de Promoo Social(...). Portanto esta questo da formao profissional pode ser um dos aspectos que influenciou nos programas criados por cada secretaria em So Jos dos Pinhais.

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    3.3 Manuteno/Iluminao/Segurana: contradies entre espaos

    Espaos/ Categoria Manuteno/Iluninao/Segurana Parque da Fonte - a manuteno da limpeza do parque

    tima. No se encontram lixos ao redor. - a manuteno do local tambm tima, somente a fonte de gua que est em precrias condies com vrias madeiras quebradas no local da fonte, dificultando o acesso a ela. - nas trilhas no h iluminao, o que impede a populao caminhar a noite no parque. - apesar de o local possuir um porto grande na entrada e ser totalmente cercado, ele no fechado.

    Parque Metropolitano - postes de iluminao somente no estacionamento e no local onde se encontra a Policia Florestal. - o local bem limpo e possui segurana dos prprios policiais florestais.

    Praa 8 de Janeiro - bem iluminada - na praa se encontram guardas municipais que vigiam o local freqentemente. - o espao limpo e geralmente encontrado um funcionrio da prefeitura encarregado na limpeza do local.

    Praa Getlio Vargas - possui iluminao e manuteno da limpeza. - no espao geralmente encontrado alguns guardas municipais. - o espao aberto, por ser dentro do terminal.

    Praa Rotary International - no h manuteno de limpeza no espao. - existe um poste que ilumina o local, alm dos postes das ruas que cercam a praa.

    Praa Verbo Divino - possui iluminao, mas no h manuteno em relao aos banheiros. Eles so muito precrios e no h nenhuma manuteno de

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    limpeza. - a quadra poliesportiva e a pista de Skate so bem cuidadas e possuem alambrados que as cercam. - o espao aberto. No possui muros.

    Praa Constantino Zaniolo - no h limpeza no local. No dia da observao encontrei lixos no local, como: garrafas Pet e cigarros. - o local iluminado por ser em uma rea nobre e se encontra em uma das principais ruas da cidade.

    Largo do Expedicionrio - o local limpo e pouco iluminado, porque o espao se localiza no calado da Rua XV de Novembro e tambm no se encontra aberto a noite. - a manuteno tima onde ocorrem podas das plantas e das rvores do local.

    Biblioteca Pblica Municipal - iluminado em todas as salas do espao. - possui funcionrios que so responsveis na limpeza do local.

    Centro de Vivncia Cultural Joo Senegaglia

    - o espao possui uma sala de manuteno e bem limpo. - possui 2 postes para iluminao. - 2 portes grandes.

    Usina do Conhecimento - o local bem limpo, mas no possui iluminao na parte exterior do espao. - no bosque que se encontra ao lado da Usina no h nenhuma segurana e no possui nenhuma manuteno nas trilhas de caminhada que existem no local.

    Museu Atlio Rocco - o museu se mantm muito limpo e com seguranas no local impedindo ao extravio dos pertences do local e tambm proibido o manuseio dos mesmos tambm.

    Ginsio de Esportes Ney Braga - o local bem iluminado e a manuteno tima. - no local encontram-se funcionrios responsveis pela limpeza do ginsio. - alm dos ginsios possurem segurana no interior deles. Na parte exterior o espao cercado por

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    grades de ferro. - aos fundos do ginsio existem uma trilha para caminhada e uma cancha de areia de voleibol e um playground.

    Ncleo de Esporte e Lazer Contenda - iluminao da parte externa apenas pelos postes de iluminao das ruas. - possui uma tima limpeza e manuteno. - no haviam funcionrios de segurana no local

    Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos

    - no haviam seguranas, nem funcionrios cuidando do local - local bem limpo e com excelente manuteno. - iluminao boa na parte interna e externa do local.

    Ncleo de Esporte e Lazer Cidade Jardim

    - Boa iluminao na parte interna. Na parte externa a iluminao feita apenas pelos postes de iluminao das ruas que se encontram ao redor do local

    Nesta categoria destaco a falta de limpeza da Praa do Verbo Divino. Os banheiros do local se encontram em pssimas condies de uso, sujo e com os vidros quebrados.

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    Banheiros da Praa do Verbo Divino precrias condies.

    No Parque da Fonte no se encontram postes de iluminao impedindo o uso do local a noite. Segundo um morador que estava no local, o espao muito freqentado a noite por usurios de drogas tornando impossvel ficar no parque. No espao onde se encontra o Parque da Fonte localiza-se a Casa do Papai Noel. Esse local somente aberto nas datas que antecedem o Natal. Esta parte do espao iluminada e com cercas de proteo ao redor. Ressalto que aqui h uma contradio, porque o espao para uso coletivo precrio, sem iluminaes e segurana e o espao turstico, referente a Casa do Papai Noel possui iluminao e proteo. A parte externa onde se localiza a Usina do Conhecimento est abandonada e sem nenhuma segurana. Nesta parte externa localiza-se um bosque com trilhas e rvores. A manuteno de uma ponte de madeira que liga um pequeno percurso de guas na qual desemboca em um esgoto a cu aberto, est em precrias condies e as trilhas de caminhadas do bosque tambm.

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    Espao externo da Usina do Conhecimento Sem manuteno e segurana.

    Quanto a Praa 8 de Janeiro um exemplo de manuteno, limpeza, segurana. Entretanto, esse espao est localizado no centro da cidade e que essa manuteno no acontece nos espaos mais distantes. Referente ao Ncleo de Esportes de Contenda, Lara apud Rosa (2007) destaca que esse centro esportivo parceiro de uma associao de moradores da regio, na qual mantm a cantina do local, cujos recursos inclusive as locaes, so revertidos Associaes que utiliza o beneficio da prpria comunidade, alm de colaborar para a manuteno do espao e dos equipamentos. Em relao aos Centros Esportivos, o Secretrio de Esporte e Lazer afirma essa questo de manuteno e segurana:

    Todo ano ns gastamos em mdia de R$ 150 mil s de reforma de alambrado. Hoje a manuteno dos espaos fsicos, a grosso modo, ns temos por ano R$ 800 mil a 1 milho. Manuteno dos gramados, pintura, alambrado, troca de portes, lmpadas. Os materiais esportivos so manuteno de material de expediente.

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    3.4 Uso e Apropriao dos Espaos: o que h de errado?

    Espaos/ Categoria Uso e apropriao dos Espaos Parque da Fonte - no espao diariamente ocorrem

    caminhada orientada e ginstica para os idosos. - Fora da poca do Natal, o espao onde se localiza a Casa do Papai Noel, realizado cursos de artesanato. - no dia da observao haviam crianas no campo de futebol. - haviam jovens de aproximadamente 11 a 13 anos que conversavam nos bancos do parque. - e algumas pessoas que estavam fazendo um piquenique. Este dia foi em uma quarta feira. - haviam 2 mulheres que caminhavam pelo bosque e um homem que corria em todo o trajeto da trilha.

    Parque Metropolitano - no local encontram-se vrios pescadores.

    Praa 8 de Janeiro - existiam muitas pessoas que passavam pela rua XV e de vez em quando sentavam nos bancos. - 3 ou 4 taxistas que conversavam na praa. - senhoras que chegavam no espao para entrar na Igreja Matriz. - existiam tambm jovens casais nos bancos da praa. - nos finais de semana o espao acontecem feiras artesanais e uma fez por ano ocorre uma feira municipal do livro.

    Praa Getlio Vargas - haviam pessoas que sentavam nos bancos da praa porque estavam esperando os nibus ou porque estavam tomando um sorvete ou comendo uma pipoca. - haviam tambm muitos estudantes que tinham acabado de sair da escola que fica em frente a praa.

    Praa Rotary International - no local haviam alguns catadores de papel que estavam sentados nos bancos da praa separando o lixo

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    reciclvel. - algumas senhora moradoras do bairro que caminhavam pela praa - todos os finais de semana acontece um feiro de automveis usados na praa.

    Praa Verbo Divino - na quadra poliesportiva haviam garotos que jogavam futebol. - logo aps apareceram 2 meninas que sentaram no banco e conversavam - havia tambm 1 rapaz que assistia ao jogo. - logo aps chegaram um casal que tambm ficou observando o jogo na quadra. - neste dia no havia nenhum skatista na pista.

    Praa Constantino Zaniolo - No existe nenhum projeto no local - haviam alguns moradores do bairro que passeavam no local. - um homem e uma mulher que conversavam nos bancos da praa e uma senhora de idade que estava sentada no banco e uma outra mulher que fumava no local.

    Largo do Expedicionrio - no momento da observao haviam 2 homens sentados no local. - geralmente freqentado por estudantes que freqentam o Museu.

    Biblioteca Pblica Municipal - no local realizado Exposies Individuais de artistas so joseenses. - a biblioteca possui um livro de registro de exposies onde quem visita a biblioteca, avalia a exposio dos artistas. - no momento da observao haviam vrios jovens com idades aproximadamente de 16 anos nas salas de computador e alguns homens com idade aproximada aos 50 anos lendo jornais na sala dos peridicos.

    Centro de Vivncia Cultural Joo Senegaglia

    - no momento da observao estavam ocorrendo aulas de bal. - geralmente ocorrem aulas de teatro, oficina de pintura em tela, malabares, dana e no prprio local realizado um coral com senhoras com mais de

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    70 anos. - segundo uma funcionria do local, a maioria do pblico que participa das oficinas so crianas com idades de 6 anos e jovens adolescentes de 13 a 14 anos.

    Usina do Conhecimento - no dia da observao o local estava fechado. - Segundo o site ocorrem cursos e oficinas de artesanatos, croch, tric e pinturas. - na parte externa do local se encontrava um bosque onde no tinha nenhuma pessoa. Parecia um local totalmente abandonado.

    Museu Atlio Rocco - o museu geralmente visitado por estudantes de vrias escolas, principalmente de escolas do prprio municpio. - alguns moradores do bairro tambm freqentam o local.

    Ginsio de Esportes Ney Braga - no espao ocorrem iniciao esportiva de diversas modalidades como: handebol, futsal, vlei e basquete. - so feitos no local caminhada orientada, recreao para a terceira idade e ginstica. - no local ocorrem geralmente eventos da cidade, a Copa So Jos de Futsal e de Voleibol. - no dia da observao haviam 3 garotos com idade aproximada a 12 anos de idade que jogavam basquete no ginsio 1 e no ginsio 2 estava acontecendo um treino de vlei feminino.

    Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos

    - centro de excelncia do futsal. - no momento da observao no havia treinos e nem pessoas no local

    Ncleo de Esporte e Lazer Cidade Jardim

    - no dia da observao havia um treino de futsal com meninos 8 a 10 anos aproximadamente. - no espao ocorrem treinos de futsal, vlei e iniciao esportiva.

    Destaco que a Usina do Conhecimento se encontrava fechada no dia da observao (dia 23/07/2008 s 13h e 15 min) sem nenhuma forma de apropriao.

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    Embora o site da Prefeitura afirme que no local ocorrem cursos e oficinas, no havia nenhuma pessoa que pudesse me informar em que horrio aconteciam os cursos.

    O Ncleo de Esporte e Lazer do So Marcos tambm possui parceria com uma associao. Essa associao administra a cantina e o valor referente s locaes das quadras; valores estes, administrados pela associao, que so revertidas para a prpria comunidade. Alm disso, essas associaes repassam aos estagirios de Educao Fsica que trabalham no local, vales transporte para o seu deslocamento nos dias em que prestam atendimento quelas comunidades, devido estes espaos serem distantes do centro da cidade. Segundo Ges e Silva apud Rosa (2007) essa forma de gesto surgida em Janeiro de 1997 iniciou uma nova fase para os Centros Esportivos de So Jos dos Pinhais, proporcionando diversas modalidades esportivas, mudanas significativas na forma de reestruturao, ampliao e implantao de novas atividades esportivas. Neto apud Rosa (2007) afirma que foram construdos entre ginsios de esporte e quadras cobertas e em construo somam-se 12 novos espaos, alem de 2 estdios de futebol, um no bairro Cidade Jardim e o outro no bairro Jardim Independncia. Foram construdos tambm 2 canchas de futebol com iluminao, 3 pistas de caminhadas, uma na praa do Verbo Divino e outra no Centro de Esporte e Lazer Ney Braga e no bairro Jardim Santos Dumont IX, 12 canchas de vlei de praia em diversos locais, 6 parques infantis, alm de diversas reformas e ampliaes nos espaos e equipamentos j existentes. Portanto, concluo que referente a apropriao essa forma de gesto compartilhada entre associaes e construes de novos espaos podem potencializar a forma de uso e apropriao nos Centros Esportivos. De acordo com os secretrios, a questo a apropriao dos espaos depende da descentralizao dos locais: Secretrio de Esporte e Lazer:

    A meta, o nosso objetivo era descentralizar.

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    Secretria da Cultura:

    Quando eu entrei na Secretaria da Cultura o que eu pude constatar que as aes culturais eram muito centralizadas. As atividades aconteciam mais aqui a nvel central e a minha grande preocupao foi levar para os bairros, postos de apoios culturais, para que as pessoas, no digo todas, mas algumas pessoas que no morassem aqui no centro tivessem tambm acesso a produo cultural.

    J para os gestores a apropriao est relacionada a parcerias com as escolas. O Secretrio de Esporte e Lazer afirma que:

    A nossa filosofia, nossa metodologia de oferecer ao muncipe e a clientela escolar daquela regio, porque muitas vezes a escola no tem ginsio, cancha coberta, ento eles podem usar o ginsio do municpio. A noite para aquelas pessoas que praticam o esporte no seu lazer, pois durante o dia so as escolhinhas ensinando a modalidade para as crianas; tem o treinamento para competies e a noite e final de semana a gente procura deixar para a comunidade para o seu lazer.

    Outra questo interessante relatado pelo Secretario de Esporte e Lazer:

    (...). Durante o dia de graa e a noite se cobra um taxa beneficente, mas no para a prefeitura, pra prpria comunidade. uma pequena cobrana para fazer uma obra social dentro do bairro, para a associao do bairro.

    Esta afirmao nos faz refletir sobre a apropriao destes espaos para a populao trabalhadora, onde a noite esses espaos oportunizam o uso dos Centros Esportivos com a cobrana de uma taxa simblica na qual esses valores arrecadados sero revertidos para ajudar as associaes do bairro onde se encontram esses espaos. Esta questo de auxiliar as associaes dos bairros uma boa iniciativa, mas a taxa est somente sendo cobrada do individuo que trabalha e que a noite no seu momento de lazer dever pagar para se apropriar do espao, sendo que no perodo vespertino no cobrado esse valor para indivduos que praticam as modalidades oferecidas pelos centros esportivos. Em relao ao uso e apropriao de outras experincias no tempo/espao de Lazer, a Secretria da Cultura afirma:

    Ampliamos e muito o atendimento na Escola Livre de Dana, de Teatro que na poca passada atendamos cerca de 400 alunos e agora atendemos quase

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    1000 alunos tanto na dana quanto no teatro. Eles no tinham um espao adequado para desenvolver os trabalhos principalmente da escola, eles agora tem um espao adequado. E so todos gratuitos. Atendem crianas de 5 anos at a idade adulta. (...)Ainda pouco, mas ns estamos lutando o nosso espao nos bairros, nas periferias para que as pessoas tenham acesso a cultura que oferecida no municpio, seja na msica, nas oficinas, no teatro, na dana e em relao a todas as linguagens culturais. (...)E ai ns trabalhamos dentro dos espaos da Secretaria Municipal de Promoo Social nos bairros que antigamente eram os Centros de Produo Humana. nesses espaos que ns oferecemos os cursos de msica e oficinas de arte. Quando eu digo que ainda pouco, mas ns estamos conseguindo descentralizar a cultura.

    Percebemos que a Secretaria oportuniza diferentes linguagens culturais nestes espaos e que apesar das dificuldades a secretaria vem trabalhando para que este acesso a cultura seja alcanada em diferentes locais da cidade. Analisando estas falas, percebemos perspectivas diferenciadas entre os Secretrios. Entretanto ambas afirmam que a disponibilidade e gratuidade dos espaos determinam a ampliao do uso. Ressalto, porm, que esses Centros Esportivos poderiam ser mais apropriados pela populao a partir do momento em que no cobrasse um valor para o uso e que oportunizassem essa gratuidade nos horrios de maior procura desses espaos. Em relao aos Centros Culturais, percebemos que h uma escassez dos espaos, mas que h um interesse da comunidade em participar dos cursos e oficinas oferecidos, portanto, a secretaria tenta oportunizar este atendimento fazendo parcerias com outras secretarias do municpio ampliando esta apropriao.

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    3.5 rea Verde: a preservao est presente na cidade? Espaos/ Categoria rea Verde Parque da Fonte - o local muito arborizado.

    - encontram-se vrias rvores centenrias e pinheiros que cobrem toda a extenso do parque

    Parque Metropolitano - possui rvores centenrias em todo o territrio do parque

    Praa 8 de Janeiro - devido a praa ser no inicio do calado da Rua XV de Novembro, no existem muitas rvores. -no local se encontram apenas 2 Ips.

    Praa Getlio Vargas - existem algumas rvores no local e canteiros de flores e plantas.

    Praa Rotary International - na praa existe bastante rvores, canteiros de flores e um pequeno gramado.

    Praa Verbo Divino - no local existe apenas uma rvore e um gramado nos fundos da praa.

    Praa Constantino Zaniolo - possui algumas flores e rvores no centro da praa.

    Largo do Expedicionrio - apesar de o local ser muito pequeno, h uma rea verde muito significativa com canteiros de plantas e flores e uma rvore centenria.

    Biblioteca Pblica Municipal - na parte externa do local encontram-se vrios canteiros de flores e nos fundos da biblioteca uma rvore.

    Centro de Vivncia Cultural Joo Senegaglia

    - existem alguns canteiros de flores e plantas - no local existe apenas uma rvore.

    Usina do Conhecimento - como encontrei a Usina fechada no dia da observao observei a parte externa do espao. - do lado de fora da Usina existe um bosque muito grande e bonito, com equipamentos de ginstica, porm mal cuidados, uma trilha de caminhada, mas no utilizada.

    Museu Atlio Rocco - a parte externa do museu bastante arborizada.

    Ginsio de Esportes Ney Braga - na parte externa do ginsio no existem reas verdes somente gramados nos fundos do ginsio 1.

    Ncleo de Esporte e Lazer So Marcos

    - na parte externa do espao, no h rea verde

    Ncleo de Esporte e Lazer Cid.Jardim - no encontram-se rvores no local

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    De acordo com as minhas observaes nos locais e pelo o que eu conheo sobre a cidade de So Jos dos Pinhais, a questo de rea Verde e Meio Ambiente no enfatizada para a populao, ou seja, tanto os moradores de So Jos dos Pinhais quanto autoridades no possuem uma conscientizao da importncia de preservar reas verdes.

    Afirmo isto porque h 4 anos atrs foram tiradas rvores centenrias do local e no lugar colocaram vrios canteiros de flores que se estendem por todo o calado da cidade. A justificativa para a retirada destas rvores foi a construo da nova calada da Praa 8 de Janeiro que se prolongaria para o Calado da Rua XV de Novembro.

    Praa 8 de Janeiro calada reformada, rvores centenrias trocadas por vasos de flores.

    Entretanto, gostaria de ressaltar que a rea verde da Usina do Conhecimento, apesar de no existir uma apropriao dos moradores no espao, ele muito arborizado. Isso me chamou a ateno pelo fato de ser um espao que se encontra no centro da cidade, onde geralmente no preserva-se rea verde em funo do processo de urbanizao. Os parques da Fonte e Metropolitano tambm so exemplos de rea verde que se localizam em toda a extenso dos espaos e que so preservados.

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    Apesar da desapropriao na maioria dos espaos da cidade, na rea verde do Parque da Fonte haviam muitas pessoas.

    Conclui-se que necessrio um comprometimento mais efetivo das Polticas Pblicas do Meio Ambiente para a preservao e ampliao destes espaos e que existam programas referentes a conscientizao da populao de So Jos dos Pinhais para valoriz-los. Em relao a fala dos secretrios no houve meno a questo da rea verde, mas em seus depoimentos fizeram meno a alguns programas que poderiam ser vinculados a essa questo. O Secretario de Esporte e Lazer diz:

    Programa nibus do Lazer11 que serve de exemplo pra qualquer cidade do Brasil. O atendimento do nibus uma vez por semana ( interessante ressaltar) que ele atende a clientela com necessidades especiais.

    Este programa citado pelo secretario poderia atender no somente a centros e associaes referentes a pessoas com deficincia, mas que tambm estendessem para ambientes onde se encontra uma proporo significativa de rea verde, para que a partir desta relao de prticas corporais e educao para o Lazer, a populao menos favorecida tambm tivesse a conscientizao do meio ambiente O programa citado pela Secretaria da Cultura:

    Um programa chamado CulturArte que todo o Sbado ns apresentamos aqui na rua XV algumas linguagens culturais. O artesanato vem aqui na rua XV e oferecem seus produtos; os nossos artistas plsticos vm tambm e apresentam seu trabalho; a literatura na nossa gesto foi muito estimulada, incentivada. (...) um programa que j vem sendo realizado a bastante tempo. Houve um incentivo muito grande nas Artes Plsticas aumentando os espaos culturais

    11 O programa nibus do Lazer, desde a sua criao, contou com um equipe selecionada de

    estagirios de Educao Fsica, coordenada por profissionais formados e especializados, desenvolvendo desta forma um trabalho de Educar atravs do Lazer. Um verdadeiro centro de Lazer mvel, com palco, brinquedos, jogos e danas idealizado para atender as comunidades mais carentes e mais distantes do municpio. (FERREIRA apud ROSA, 2007, p. 150).

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    para que o artista pudesse dispor de local para fazer as suas exposies, ns aumentamos muito esses espaos.

    Relacionando com esta categoria rea verde, este programa criado na gesto da secretaria tambm poderia trazer uma relao com estes espaos de reas verdes no utilizados a partir de diferentes linguagens culturais. Esse evento realizado uma vez por ms na cidade, poderia no se localizar apenas na praa central da cidade e no calado da Rua XV, mas em outros locais como praas e parque.

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    4.0 CONSIDERAES FINAIS

    Finalizando esta pesquisa ressalto a importncia que foi estudar e observar estes espaos de Esporte e Lazer da cidade de So Jos dos Pinhais. Primeiramente porque este contato fez com que eu me interessasse pelo Lazer no municpio e como estes espaos representam para a populao, mesmo eles no sendo to significativos na cidade, mas para mim se tornou de extrema relevncia. Isto me levou ao conhecimento sobre as polticas pblicas de uma cidade e como funciona a administrao de diferentes secretarias. Partindo do principio da organizao e administrao das Secretarias da cidade, destaco neste captulo algumas dificuldades que ocorreram durante este processo de observao. Como a apropriao favoreceu ou no nesta concluso sobre os responsveis pelos parques e praas e a preocupao dos mesmos em diversificar as formas de uso e representatividade desses locais.

    Esta pesquisa proporcionou um contato com os secretrios e as entrevistas semi-estruturadas oportunizaram um conhecimento sobre o que cada gestor pensa ao falar dos problemas e avanos do municpio. Esta conversa no ocorreu com o Secretrio de Urbanismo, responsvel pelos parques e praas, devido aos problemas de horrios disponveis para a entrevista e perodo de frias. Isso me fez questionar a forma como cada espao est sendo cuidado.

    Outro momento ocorrido foi no contato com a Secretaria do Urbanismo, que os prprios funcionrios afirmavam que parques e praas de So Jos dos Pinhais no so de competncia da secretria e o Meio Ambiente era responsvel pelas polticas pblicas destes locais.

    Obtendo esta informao, entrei em contato com o Meio Ambiente solicitando uma entrevista12, porm esta conversa foi mais uma vez dificultada, pois de acordo com o Secretrio do Meio Ambiente, os parques e praas no eram de competncia dele, mas da Secretaria do Urbanismo.

    12 Primeiramente foi feito um contato com as Secretarias responsveis pelos seus respectivos

    espaos com uma carta de apresentao mostrando o objetivo desta pesquisa. Logo aps as entrevistas foi pedido para que cada secretrio assinasse um termo de autorizao, permitindo que os depoimentos fornecidos fossem transcritos nesta pesquisa

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    Este problema me fez chegar a concluso que as polticas pblicas responsveis por estes espaos no possuem uma articulao com outros gestores, pois no h apenas um rgo pblico que efetivamente administre estes espaos onde essa apropriao se torne um programa de relevncia para a cidade. Ou seja, a Secretaria do Urbanismo no se preocupa com a maneira na qual a populao utilizar estes espaos, pois estas autoridades tm uma viso restrita sobre as formas de uso destes locais e como eles podero auxiliar na produo de novas experincias no mbito do Esporte e Lazer se os habitantes no se sentem no direito de reivindicar a qualidade destes espaos. A respeito da populao reivindicar este direito:

    No Brasil, as discusses envolvendo as polticas pblicas de lazer so relativamente novas e se intensificam na medida em que h um crescimento da demanda, motivada, principalmente, pela organizao de determinados setores da sociedade que, inspirados na idia do lazer como um direito social, reivindicam dos poderes pblicos aes que atendam essa realidade. (ROCHA, 2004, p. 3).

    Parafraseando o que Rocha (2004) afirma que atualmente h um crescimento muito grande nas cidades. De acordo com dados do IBGE, a populao de So Jos dos Pinhais um dos municpios que nos ltimos anos mais se desenvolveram e obteve um crescimento populacional juntamente com as moradias e tambm no setor secundrio com a vinda das multinacionais. Entretanto este crescente nmero de pessoas nos centros urbanos representa a falta de iniciativa da populao em reivindicar investimentos no setor de urbanismo e o uso destes parques e praas no tempo de Lazer dos indivduos, no oportuniza a reflexo de aplicar recursos que ampliem os cuidados na parte administrativa das secretarias. Outro fator que saliento so as diferentes formas de administrao. Pois como j mencionei no capitulo anterior a viso de cada secretrio sobre o que se deve fazer nas polticas pblicas e a possibilidade de desenvolver prticas culturais e corporais nestes espaos. Porm, apesar da diferena na parte administrativa e a como investida a verba referente a cada setor da prefeitura, ressalto a preocupao de ambas as secretarias entrevistadas em descentralizar estes espaos e procurar uma melhoria neste contexto social presente somente na parte perifrica da cidade:

    Deste modo, as polticas pblicas podem se constituir numa excelente oportunidade de refletir e alterar este quadro atravs de

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    aes que privilegiem as prioridades da populao, equacionando ou minimizando as desigualdades existentes entre os diferentes grupos, principalmente aqueles que esto marginalizados e excludos do processo social pela poltica econmica adotada no pas centrada na concepo de mercado. (ROCHA, 2004, p. 3).

    Diante desta afirmao concluo que a apropriao desenvolvida de acordo como estes espaos representam para a populao e quais so as possibilidades de (re) construo destas prticas corporais e culturais no mbito do Lazer, pois estas experincias podero ser facilitadas a partir do momento onde houver uma preocupao relevante por parte do poder pblico diante das questes que envolvem a acessibilidade, manuteno, limpeza, iluminao, organizao, reas verdes e uso e apropriao dos espaos.

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    REFERNCIAS

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui Acessado em (02/05/2008 s 18:51).

    COLNAGHI, Maria Cristina; FILHO, Francisco de Borja Baptista de Magalhes; MAGALHES, Marionilde Dias Brepohl de. So Jos dos Pinhais: a trajetria de uma cidade. Prefeitura Municipal de So Jos dos Pinhais. Secretria Municipal de Cultura e Esporte. So Jos dos Pinhais: editora Prephacio, 1992.

    FERREIRA, Cleyton Fernando; SILVA, Paula Melhado Gomes da; SILVA, Aderson Roberto Ribeiro da. O Esporte e Lazer da cidade de So Jos dos Pinhais PR In: 14 Encontro Nacional de Recreao e Lazer, Uni sc, Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul: 2002.

    FILHO, Matheus Saldanha. Formulando Polticas Pblicas do Esporte e Lazer no mbito da cidade. Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul: 2002.

    FRANA, Jssika Paiva. Gesto dos Espaos Pblicos de lazer, turismo e paisagem urbana em Belm/ PA. Caderno Virtual de Turismo. Vol.5, n. 2, 2005.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATTICA. (IBGE): Acessado em (02/05/2008 s 17:46).

    LOBO, Andra Maria Carneiro; SCHMIDT, Maria Auxiliadora M. S. So Jos dos Pinhais: uma histria para ser ensinada. Prefeitura Municipal de So Jos dos Pinhais. Secretaria Municipal da Educao. Universidade Federal do Paran. So Jos dos Pinhais: editora Amaro, 1996.

    MARCELLINO, Nelson Carvalho; BARBOSA, Felipe Soligo; MARIANO, Stphanie Helena; SILVA, Alice; FERNANDES, rica Aparecida de Oliveira. Espaos e Equipamentos de Lazer em regio metropolitana: caso da regio metropolitana de Campinas. 1. Edio, Opus Editora, Curitiba: 2007.

    MARCELLINO, Nelson Carvalho; BARBOSA, Felipe Soligo; MARIANO, Stphanie Helena; SILVA, Alice; FERNANDES, rica Aparecida de Oliveira. Lazer, Cultura e Patrimnio Ambiental Urbano Polticas Pblicas: os casos de Campinas e Piracicaba/ SP. 1. Edio, Opus Editora, Curitiba: 2007.

    MARCELLINO, Nelson C. E