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Produtos “quarentões” ocupam lugar de destaque nas prateleiras e nas listas de compras de pais e filhos POR ANDRÉIA BRASIL, FILHA DE FRANCISCO E FÁTIMA, E JANAÍNA GIMAEL, FILHA DE MISAEL E LUNALVA.

marcas que ficam

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Susi

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Johnson's Baby

Nestlé

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O professor Ivan Pinto, pai de Marcela, Ênio, Guilherme e Gustavo, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), concorda com Cecília e diz que “a empresa que aprende a cuidar da relação com o consumidor, que se sintoniza com ela e lida com as mudanças, consegue se man-ter”. Em outras palavras, são marcas que en-tram na nossa casa e passam a fazer parte da família da gente. Para comemorar o nosso aniversário, contamos um pouco da histó-ria dessas marcas que que convivem com a gente há mais de 40 anos. Boa viagem!

Nutrição Nos anos 60, as mães queriam “sustân-

cia”, mas a praticidade já era importanteSe tem um produto que não pode fal-

tar, e que parece que sempre existiu, é o Leite Moça. Fabricado pela Nestlé, che-gou aqui no final do século XIX sob o nome de Milkmaid. Em 1921 se transfor-mou em Leite Moça, e em 1962 o rótulo trazia suas primeiras receitas: pudim e doce de leite. Hoje, há a versão desnata-da e também o Mocinha, um tubinho no tamanho ideal para as crianças.

Além do Leite Moça, a Nestlé tem muitas outras marcas que ajudam os pais na nutrição dos filhos há mais de 40 anos. Uma das mais conhecidas é o leite Ninho, praticamente sinônimo de leite em pó. A data de início de sua produção é um pouco incerta, havendo registros que indicam que a versão integral co-meçou a ser produzida em 1928, e ou-tros, em 1944. O slogan “Todo mundo é Ninho desde Pequenininho” mostra a força da marca.

Outros produtos que fizeram parte da nossa infância e hoje alimentam nossos filhos são o cereal Mucilon e as Papinhas, conhecidas popularmente como “poti-nhos”. Mucilon foi lançado em 1960 pa-ra oferecer uma alimentação balanceada aos bebês. Atualmente, com sabores co-mo milho, maçã e chocolate, é indicado a partir dos 6 meses de idade. Exatamente em 1968, surgiram as Papinhas Nestlé. Os bebês daquela época já comiam o pu-rê fino e homogêneo feito de alimentos como carnes, legumes e frutas. Em 2006, a linha teve redução no teor de açúcar e sal das receitas, e hoje são 31 variedades, entre doces e salgadas.

Também não faltava nas mesas de café-da-manhã uma latinha de aveia, da Quaker. Repaginada, com embalagem de papel e uma linha variada, a marca ainda está pre-sente nos lares brasileiros, principalmente com a atual preocupação com a saúde.

Existem marcas que nunca envelhe-cem. Os anos passam, as pessoas crescem, e elas estão aí, como se tivessem nascido ontem, prontas

para acompanhar nossos filhos e até os fi-lhos deles. Em 1968, muitos dos produtos que usamos hoje já existiam. A edição nú-mero 1 da Pais e Filhos teve 38 anuncian-tes, muitos dos quais ainda estão por aí vai, firmes e fortes, como Nestlé, a Johnson´s, Pompom e Hering. Outros dizem muito so-bre a época, como Tergal, tipo de tecido sin-tético que não amassa e até a Philip Morris (cigarros podiam anunciar livremente).

A sócia-diretora da Troiano Consultoria de Marca, Cecília Russo, mãe de Beatriz e Gabriel, compara a resistência de algumas marcas à personagem Sherazade que, nas “Mil e Uma Noites”, contava muitas histó-rias diferentes para o sultão. “A marca pre-cisa criar uma história com o consumidor. Se não alimentar essa relação, não dura 40 anos”, afirma. Esse trabalho é ainda mais especial quando se trata de produtos volta-dos para as pais e filhos. Como a gente sabe, para nós a preocupação com a qualidade é ainda maior. “Essas marcas sempre de-monstraram uma compreensão muito clara do vínculo mãe e filho. Elas têm um com-promisso em ajudar a mãe e até ensiná-la a desempenhar melhor sua tarefa, em forma de parceria”, avalia Cecília.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Sustagen: Começou a ser vendido - em farmá-

cias - em 1963. Até então, ele era distribuído só a médicos. Em 1988, a distribuição passou a ser na-cional e também chegou aos supermercados. Pó Royal: foi lançado em 1923. Sua embala-

gem foi remodelada em 2003, quando ga-nhou uma lata mais gordinha e baixinha, que atendia à maior solicitação das consumidoras: colocar a colher de sopa dentro da latinha. Açúcar União: A marca, que nasceu em 1910,

descobriu nas receitas um importante canal de comunicação com seus consumidores e, em 1958, criou o Docelar União - primeira cozinha ex-perimental, feita para testar receitas e dar cursos de culinária.

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Royal

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Leite Moça

Açúcar União

Toddy

Quaker

ESSAS MARCAS DEMONSTRARAM UMA COMPREENSÃO CLARA DO VÍNCULO MÃE E FILHO, ESTABELECENDO UMA PARCERIA COM A CONSUMIDORA. Cecília Russo, da Troiano Consultoria de Marca

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Também é sucesso desde o seu lança-mento, em 1955, o Polenguinho, queijo pasteurizado, vendido em pequenos ta-bletes. É o carro-chefe da Polenghi, que hoje tem mais de dez sabores diferentes. Entre os achocolatados, continuam nas prateleiras o Toddy, também da Quaker e com presença no mercado há 75 anos, e o Chocomilk, da Batavo. Lançado em 1958, é o achocolatado líquido mais antigo do país. Outra parceira na cozinha é a Maizena, que chegou ao Brasil em 1874. Gerações foram, e continuam sendo, criadas com os min-gaus e biscoitos à base da farinha, que virou sinônimo de amido de milho. A linha atual tem misturas para bolos, novos sabores de Cremogema e a farinha de arroz Arrozina.

Brincadeira e diversãoDa bike Calhambeque, do rei Roberto, à

Susi de minissaia Quem era criança em 1968 deve se lem-

brar da Berlineta, bicicleta dobrável, ou da bike Calhambeque, modelo lançado por Roberto Carlos no auge da Jovem Guarda. Na década de 1980, a sensação entre as me-ninas era a Ceci, todas da Caloi. “A Caloi é uma empresa que tem o carinho do povo brasileiro. É uma empresa tradicional, de 110 anos, e, ao mesmo tempo, jovem e ino-vadora”, explica a diretora de marketing, Juliana Grossi, mãe de Luiza.

O Autorama, com pistas de corrida e carrinhos, e a Prosinha, boneca que fala-va 14 frases diferentes e funcionava à cor-da, também faziam sucesso entre os pim-polhos. Além desses, muitos brinquedos da época foram produzidos pela Estrela, que também criou a Susi. Aos 42 anos, a boneca tem diversos modelos, roupas e estilos. Nos anos 60, ela seguia a moda da época, claro, com direito a chapéu e tu-do. Hoje freqüenta academia, tem várias profissões e usa as grifes do momento. O segredo para se manter nas prateleiras por tanto tempo? Aires Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela, e pai de Mariana e Humberto, diz que a chave é tentar entender os desejos da criança.

VestuárioAs malhas sobreviveram aos tecidos sin-

téticos como melhor opção para criançasExistem várias marcas que se torna-

ram referência em roupas e acessórios para bebês e crianças e que estão no mer-cado há mais de 40 anos. A Tip Top, por exemplo, foi fundada em 1952.

Muitos pais e mães, que usaram rou-pas da grife, hoje vestem seus filhos com a marca, que acaba de lançar sua primei-ra loja exclusiva, e desenvolve modelos e acessórios, como meias, bolsas, pelúcias e perfumes. No ano do nosso nascimento, também surge a Malwee, primeira marca da Malwee Malhas. Para Wilmar Raboch, gerente de marketing, pai de Henrique e Luíza, o segredo desses 40 anos é “de-senvolver produtos atuais, pesquisar as necessidades dos consumidores e in-vestir em tecnologia. Há pouco tempo, a empresa lançou a marca Zig Zig Zaa, elaborada sob orientação de pedagogos e que visa estimular o desenvolvimento da criança e a interação entre pais e filhos, preocupações mais do que atuais.

Aos 55 anos, a Noruega também con-tinua produzindo moda para meninos e meninas, de 0 a 16 anos. Na década de 1960, as coleções foram assinadas pela es-tilista espanhola Anita Diaz, especialista em malharia infantil. E pais e mães que eram crianças na década de 1980 devem se lembrar da apresentadora Angélica e de Afonso Nigro e Marcos Quintela (olha a foto ao lado, lá em cima!!), ex-integran-tes do grupo Dominó, como garotos-pro-paganda da marca.

Cuidados com o bebêJohnson´s ajudou a inventar o Dia das

Crianças. Sinônimo de bebê bonito, ainda divide o trocador com Pom Pom e Hipoglós

Junto com a Estrela, a Johnson & Johnson foi uma das responsáveis pela invenção do Dia das Crianças. Nos anos 60, as duas em-presas se uniram para criar a Semana do Bebê Robusto. Logo depois, mais compa-nhias se juntaram à iniciativa e escolheram 12 de outubro como a melhor data para in-centivar a venda de produtos infantis. Na primeira Pais e Filhos, a Jonhson´s anuncia-va seu talco. Agora, são mais de 30 produ-tos, para todos os momentos dos bebês de 0 a 2 anos. Como a hora do banho é uma das mais importantes, o xampu e o sabonete são os mais procurados. Para hidratar e nutrir a pele do bebê, a marca, além da tradicional loção hidratante, lançou recentemente uma linha enriquecida com proteínas do leite.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Faber - Castell: De origem alemã, está

no Brasil desde 1930. Mães e pais de hoje devem se lembrar da marca ao escutar “Aquarela”, trilha da campanha de 1983. Elka: Já tem 53 anos e, além de

produtos hi-tech, continua produzindo brinquedos que foram sucesso nos anos 60. Os pais mais saudosistas podem apresentar seus filhos às guitarras, réplicas de caminhão e aos Pinos Mágicos, que marcaram a infância de muita gente.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Hering: A Hering se tornou sinônimo de ca-

miseta, e aos 130 anos, é a maior empresa de franquia de vestuário do Brasil. Há mais de 30 anos, criou a grife infantil PUC. Brandili: Nascida em 1964, começou com

conjuntos de batizado e blusas infantis. Em 1990 começou a produzir roupas 100% algo-dão, apenas para o público infantil. Marisol: Em 1964 era uma confecção de

chapéus de praia, uma associação das palavras “mar e sol”. Em 1991, criou a Lilica Ripilica, para meninas, e, dois anos depois, a Tigor T. Tigre, para meninos.

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O NOSSO OXIGÊNIO É A NOVIDADE. A CRIANÇA HOJE TEM MUITA INFORMAÇÃO E TEMOS DE TENTAR SEMPRE SURPREENDÊ-LA.Aires Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela

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Os anos 60 também foram a época do concurso Bebê Johnson´s. Todos os anos, a empresa recebia mais de 10 mil cartas com fotos de bebês de todas as partes do Brasil. O bebê vencedor recebia uma co-roa de ouro e os outros participantes re-cebiam diplomas e medalhas. Ficou tão famoso que bebê Johnson´s virou sinôni-mo de bebê fofo. No ano passado, a em-presa ressuscitou o concurso, desta vez dando carros home theaters, TV LCD e câmeras digitais como prêmio.

Em 2005, a Hipoglós, marca que é qua-se sinônimo de pomada contra assadura, criou o concurso Bebê Hipoglós. A poma-da, que chegou ao Brasil em 1939, acompa-nhou várias gerações. Em 2003, promoveu sua primeira novidade: o tamanho grande. Dois anos depois, a embalagem ganhou um tubo plástico e em 2006 foi lançado o Hipoglós megaeconômico, versão com 135g e tampa exclusiva “abre fácil”.

Quem não se lembra do jingle “Pom Pom com Protex protege o nenê?” Há exatamente 40 anos as mamães contam com a ajuda da marca na hora de cuidar dos filhos. A Pom Pom, que começou fa-bricando roupas e acessórios, cresceu e diversificou sua linha, até chegar às fral-das descartáveis, que vão da básica, para o dia-a-dia, à especial noturna.

Farmacinha Receita para aliviar incômodos das crian-

ças ainda é a mesmaDepois que a cólica vai embora, são os

dentes que começam a incomodar. Para ajudar a aliviar a dor e a coceira, há 45 anos as mamães têm um aliado: Nenê dent. Em 1998, uma alteração na fórmula fez com que a ação analgésica do produto começasse a agir em segundos. Com dentes fortes, é ho-ra de se alimentar. E para ter fome de leão, que criança não tomou Biotônico Fontoura? O fortificante foi criado em 1910 e é um dos medicamentos mais populares para es-timular o apetite e combater anemia leve. Contra os sintomas de gripe e resfriados, há mais de 75 anos as famílias utilizam Vick, marca identificada pelo triângulo verde e seus aromas de cânfora, mentol e eucalip-to. No começo era apenas o Vick Vaporub, mas a família foi crescendo e hoje tem uma linha com xaropes, descongestionantes e pastilhas. Contra alergias, coceiras e pica-das de inseto, Polaramine. A marca nasceu em 1960 e tinha duas versões: xarope, mais usado por crianças, e comprimidos, para os adultos. Hoje há creme e as versões líquidas têm sabor de frutas, sem corantes.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Brastemp: A Brastemp nasceu em 1954. Inova-

dora, lançou a primeira máquina de lavar auto-mática do Brasil, em 1959. Na década seguinte, lançou seu primeiro fogão, a primeira geladeira brasileira de duas portas e a secadora de rou-pas. Hoje, a linha da Brastemp tem refrigerador, freezer, frigobar, fogões, cooktops, dominós, fornos de parede, microondas, coifas, depura-dores de ar, lava-louças, lavadoras, secadoras, winecooler e purificadores de água. Kodak: Ao longo dos anos, as mamães não

receberam ajuda apenas no cuidado com os filhotes. A Kodak, já com 88 anos, desde o começo ofereceu ferramentas para que as lembranças ficassem gravadas não só na men-te, mas também no papel. A primeira câmera da Kodak brasileira surgiu em 1965 e chamava-se Rio–400, em homenagem ao centenário da cidade maravilhosa.

Casa e companhiaOmo lava mais branco desde 1957. Hoje,

marca incentiva direito de brincar.Omo chegou ao Brasil em 1957, num

período em que a lavagem no tanque envolvia uma complexa operação, como preparar o molho, esfregar e alvejar. Nos anos 60, demonstradoras percorreram o interior do Brasil em caminhões distri-buindo amostras da então novidade máxi-ma, o sabão em pó Omo, e ensinando as donas-de-casa a usar o produto. A marca, que incentiva o processo de aprendizado e desenvolvimento infantil, tem uma fa-mília grande, com versões que vão do bá-sico Multiação ao especial Omo Baby.

BancosPara além dos cofrinhos, bancos oferecem

opções para garantir os estudos do filhoSe quem casa quer casa, quem tem

filho quer garantir o futuro do rebento. A preocupação com poupança e investi-mentos vai além das moedas no cofrinho que a gente enchia nos tempos de infla-ção. Instituições que ajudam pais e mães nessas aplicações também têm história. O Bradesco, por exemplo, foi fundado em 1943, em Marília, interior de São Paulo. Em 1956, criou a Fundação Bradesco, pa-ra oferecer educação gratuita e de qua-lidade para pessoas sem recursos. Hoje,

são 40 escolas em todo o país. Já o Banco Itaú foi fundado em 1945 e em 1967, após algumas fusões, inaugurou em Salvador a primeira agência do Banco no nordeste. Os pais que querem investir no futuro de seus filhotes podem escolher a poupança, o meio mais conservador, ou os planos de previdência. O Itaú oferece, por exemplo, o First Flexprev Itaú PGBL, com investi-mento mensal mínimo de R$50,00.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Dramin: o inimigo de enjôos e náuseas, há

mais de 40 anos. Rinosoro: desenvolvido há mais de 40 anos

para aliviar os sintomas de congestão nasal. Novalgina: presente nas farmácias domés-

ticas há mais de 80 anos. Entre as décadas de 1920 e 1930 era possível encontrar o produto em gotas e comprimido. York: começou fabricando produtos cirúr-

gicos e se especializou na área de proteção e saúde. Hoje, a York tem as linhas mulher, cuidados pessoais, pronto-socorro e baby. Redoxon: a vitamina C, produzida pela

Bayer, está presente no cotidiano dos brasi-leiros há 72 anos.

OUTRAS MARCAS QUE FICARAM: Neopan: Fundada em 1957, lançou uma linha

de produtos infantis em 1965, com mamadeiras de vidro e bicos de látex, chupetas e outros acessórios para bebês. Hoje, além da linha própria, tem os licenciados Turma da Mônica e Backyardigans. Baruel: Centenária, começou produzindo

medicamentos e hoje tem produtos para bebês, crianças e adultos. Granado: Para cuidar de mães e filhos, a

Granado, que já tem 138 anos, criou produtos tradicionais. Em 1968, faziam sucesso o Polvilho Antisséptico e o sabonete de glicerina neutro. A linha bebê foi criada no final dos anos 90.

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