Especial Food Service

6
Jornal do empreendedor São Paulo, quarta-feira, 5 de dezembro de 2012 A indústria da alimentação fora de casa, o Food Service, representa 2,4% do PIB brasileiro e fornece 63 milhões de refeições por dia. O suculento mercado de R$ 88 bilhões Divulgação LUIZ CARLOS DE ASSIS mentação que cresce muito acima da taxa de crescimento da economia brasileira, por conta dos novos hábitos dos consumidores. O segmento representa 2,4% do PIB brasi- leiro e quase 40% do PIB do tu- rismo. É um dos maiores em- pregadores do País, com cerca de 6 milhões de profissionais. Acima das previsões Em 2009, comer fora de ca- sa representava 31% dos gas- tos de uma família em alimen- tação, de acordo com o IBGE. Nesse mesmo ano, São Paulo gastava 39%; o Rio de Janeiro, 41%; Brasília, 37%; e Minas Gerais, 30%. A região Sudeste gastava 37% na média. Até 2014, a expectativa é que o percentual nacional passe de 31% para 38%, nas previsões do consultor Enzo Donna. Com isso, o Sudeste deverá chegar a algo entre 45% e 46%, bem próximo da previsão para os Estados Unidos, principal país nesse mercado, que terá mais ou menos 48%. "O IBGE publicou recente- mente o Pesquisa de Orçamen- tos Familiares (POF) 2008- 2009, que apresentou cresci- mento de 79% nos gastos das famílias com alimentação fora do lar, em relação ao POF 2002- 2003, superando todas às pre- visões feitas até hoje deste mercado. Em 2003 o POF apon- tou para um mercado de 24,04% nos gastos com alimen- tação fora do lar e acreditáva- mos que o segmento represen- tava entre 26% e 28% do mer- cado. Porém, o instituto apon- tou 31,04%, uma excelente notícia para todo o setor", ana- lisa o consultor Jean Pontara. Em valores, o IBGE consta- tou que a despesa média men- sal familiar com alimentação foi de R$ 421,72. Desse total, R$ 131,33 correspondem aos gastos com alimentação fora do domicílio. O restante tamento do consumidor, se- guindo o padrão dos outros países do mundo emergente e cidades grandes cada vez maiores, pessoas trabalhan- do mais, estudando mais e passando menos tempo em casa, portanto com menos tempo para cozinhar. É o que comprova o estudo da consul- toria GS&MD - Gouvêa de Sou- ra essa atividade, ela, marido e filhos alimentam-se hoje mais fora do lar. Assim, encai- xa-se também na definição de Food Service a alimentação que pode ser comprada em su- permercados ou restaurantes para ser aquecida ou em fase final de preparação em casa. Mercado promissor Embora grandes empresas internacionais do setor já ope- rem aqui – caso de McDo- nald's, Subway, Burger King, Outback, Applebee's e KFC –, o Brasil é um dos mercados mais desafiadores por causa das particularidades do mercado, da legislação fiscal e das dife- renças de hábitos dos consu- midores nas diversas regiões, segundo aponta a consultoria GS&MD - Gouvêa de Souza. Mas é, certamente, um merca- do repleto de oportunidades. A GS&MD identifica essas oportunidades. Na indústria, mesmo as empresas grandes e ativas no mercado global ainda carecem de soluções dedicadas ao segmento. Na distribuição, há um grande de- safio de logística e especiali- zação. Os operadores ainda são pulverizados: os restau- rantes são, na maioria, inde- pendentes – as grandes redes ainda detêm participação re- lativamente pequena do mer- cado. E, afinal, os varejistas oferecem opções ainda tími- das para um consumidor que tem demandas a cada dia mais específicas, em ques- tões de qualidade, funcionali- dade, conveniência, tendên- cias étnicas e saúde, entre ou- tras. "O que eu percebo é que o mercado caminha para a es- pecialização – diz o consultor Jean Pontara, da J. Pontara In- teligência de Mercado. Há dez anos, explica ele, quando se falava em Food Ser- vice, falava-se de uma massa grande de todo tipo de serviço – restaurante, bar, pizzaria. Mal se falava em rotisserie. E tocava-se tudo da mesma for- ma. Ao longo dos anos, confor- me a segmentação foi evo- luindo, expandindo, foi de- mandando produtos mais es- pecíficos, tanto de preparo quanto de serviço. Hoje, se- gundo ele, a especialização – por indústrias, prestadores de serviços e operadores – é o que se vê com mais frequência. Essa indústria tem seus cus- tos distribuídos entre matéria- prima, cerca de 35%, e mão de obra (22%). Gasta 13% em im- postos e 8% em custo de ocu- pação (aluguel, condomínio e outros), segundo a consulto- ria ECD. Ao longo dos últimos anos, os operadores estão se profissionalizando para en- frentar esses desafios. Segun- do o portal Alimentação Fora do Lar, fazem compras menos aleatoriamente e mais basea- dos no cardápio, têm ideia quase exata do número de re- feições servidas por dia, co- nhecem as safras, os produtos e seu rendimento. Estão aten- tos ao prazo de validade das mercadorias e conferem sem- pre a pontualidade e a idonei- dade de seus fornecedores. NÚMEROS DO FOOD SERVICE R$ 88 bilhões de faturamento anual (Abia) 1,4 milhão de pontos de venda no País (Abrasel) 6 milhões de empregos diretos (Abrasel) 15% de crescimento médio na última década (ECD Consultoria) 31% da população comem fora no Brasil (IBGE) (R$ 290,39) representa os gastos com alimentação no domicílio. Também cresceu o gasto individual, o tíquete dos consumidores. Cada transa- ção passou de R$ 4,00 em 2004 para R$ 8,28 em 2010, segundo a consultoria ECD. Mudança de comportamento Esta mudança forte no mer- cado é orientada por uma rápi- da transformação no compor- za, no qual 77% dos respon- dentes utilizam o delivery. En- tre os destaques, 80% das mu- lheres e 78% da Classe C já aderiram a essa modalidade. Outros fatores explicam o crescimento vertiginoso do setor: aumentou a participa- ção da mulher no mercado de trabalho – de 41% em 1999 pa- ra 46% este ano, segundo o Euromonitor. Em geral, é a mulher que cuida da alimenta- ção da família. Sem tempo pa- ESPECIAL FOOD SERVICE T odos os dias, sai às ruas do Brasil uma clientela cativa e que não para de crescer. À hora do almoço, do café da manhã, no lanche da tarde, happy hour e no jantar, mi- lhões de brasileiros conso- mem 63 milhões de refeições, de um simples sanduíche a um jantar completo. É esse con- tingente enorme que faz a in- dústria da alimentação fora do lar, também conhecida por Food Service, crescer cerca de 15% ao ano nos últimos dez anos (17% no ano passado) e que movimenta nada menos que R$ 88 bilhões por ano, de acordo com a Associação Bra- sileira da Indústria da Alimen- tação (Abia). É uma parte expressiva da in- dústria de alimentação brasilei- ra, que faturou, no total, R$ 343 bilhões no ano passado. Mais de 25% da indústria está voltada para este segmento, abaste- cendo cerca de 1,4 milhão de estabelecimentos no País. Es- tão nesse grande bolo os res- taurantes, as cadeias de fast food e de entrega em domicílio, bares, hotéis, refeições coleti- vas e padarias. Estima a Abia que 23% da distribuição do ca- nal está em restaurantes co- merciais, 15% em padarias e 18% em bares e lanchonetes. "É um segmento com grande potencial de expansão", diz En- zo Donna, da ECD, consultoria especializada nesta área. O Food Service é o canal de vendas da indústria da ali-

description

O suculento mercado de R$ 88 bilhões

Transcript of Especial Food Service

Page 1: Especial Food Service

Jornal do empreendedor

São Paulo, quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A indústria da alimentação fora de casa, o Food Service, representa 2,4% do PIB brasileiro e fornece 63 milhões de refeições por dia.

O suculentomercado de R$ 88 bilhões

Div

ulga

ção

LUIZ CA R LOS DE AS SIS mentação que cresce muitoacima da taxa de crescimentoda economia brasileira, porconta dos novos hábitos dosconsumidores. O segmentorepresenta 2,4% do PIB brasi-leiro e quase 40% do PIB do tu-rismo. É um dos maiores em-pregadores do País, com cercade 6 milhões de profissionais.

Acima das previsões

Em 2009, comer fora de ca-sa representava 31% dos gas-tos de uma família em alimen-tação, de acordo com o IBGE.Nesse mesmo ano, São Paulogastava 39%; o Rio de Janeiro,41%; Brasília, 37%; e MinasGerais, 30%. A região Sudestegastava 37% na média. Até2014, a expectativa é que opercentual nacional passe de31% para 38%, nas previsõesdo consultor Enzo Donna. Comisso, o Sudeste deverá chegara algo entre 45% e 46%, bempróximo da previsão para osEstados Unidos, principal paísnesse mercado, que terá maisou menos 48%.

"O IBGE publicou recente-mente o Pesquisa de Orçamen-tos Familiares (POF) 2008-2009, que apresentou cresci-mento de 79% nos gastos dasfamílias com alimentação forado lar, em relação ao POF 2002-2003, superando todas às pre-visões feitas até hoje destemercado. Em 2003 o POF apon-tou para um mercado de24,04% nos gastos com alimen-tação fora do lar e acreditáva-mos queo segmento represen-tava entre 26% e 28% do mer-

cado. Porém, o instituto apon-tou 31,04%, uma excelentenotícia para todo o setor", ana-lisa o consultor Jean Pontara.

Em valores, o IBGE consta-tou que a despesa média men-sal familiar com alimentaçãofoi de R$ 421,72. Desse total,R$ 131,33 correspondem aosgastos com alimentação forado domic í l i o . O res tante

tamento do consumidor, se-guindo o padrão dos outrospaíses do mundo emergente ecidades grandes cada vezmaiores, pessoas trabalhan-do mais, estudando mais epassando menos tempo emcasa, portanto com menostempo para cozinhar. É o quecomprova o estudo da consul-toria GS&MD - Gouvêa de Sou-

ra essa atividade, ela, maridoe filhos alimentam-se hojemais fora do lar. Assim, encai-xa-se também na definição deFood Service a alimentaçãoque pode ser comprada em su-permercados ou restaurantespara ser aquecida ou em fasefinal de preparação em casa.

Mercado promissor

Embora grandes empresasinternacionais do setor já ope-rem aqui – caso de McDo-nald's, Subway, Burger King,Outback, Applebee's e KFC –, oBrasil é um dos mercados maisdesafiadores por causa dasparticularidades do mercado,da legislação fiscal e das dife-renças de hábitos dos consu-midores nas diversas regiões,segundo aponta a consultoriaGS&MD - Gouvêa de Souza.Mas é, certamente, um merca-do repleto de oportunidades.

A GS&MD identifica essasoportunidades. Na indústria,mesmo as empresas grandese ativas no mercado globalainda carecem de soluçõesdedicadas ao segmento. Nadistribuição, há um grande de-safio de logística e especiali-zação. Os operadores aindasão pulverizados: os restau-rantes são, na maioria, inde-pendentes – as grandes redesainda detêm participação re-lativamente pequena do mer-cado. E, afinal, os varejistasoferecem opções ainda tími-das para um consumidor quetem demandas a cada diamais específicas, em ques-tões de qualidade, funcionali-

dade, conveniência, tendên-cias étnicas e saúde, entre ou-tras. "O que eu percebo é que omercado caminha para a es-pecialização – diz o consultorJean Pontara, da J. Pontara In-teligência de Mercado.

Há dez anos, explica ele,quando se falava em Food Ser-vice, falava-se de uma massagrande de todo tipo de serviço– restaurante, bar, pizzaria.Mal se falava em rotisserie. Etocava-se tudo da mesma for-ma. Ao longo dos anos, confor-me a segmentação foi evo-luindo, expandindo, foi de-mandando produtos mais es-pecíficos, tanto de preparoquanto de serviço. Hoje, se-gundo ele, a especialização –por indústrias, prestadores deserviços e operadores – é o quese vê com mais frequência.

Essa indústria tem seus cus-tos distribuídos entre matéria-prima, cerca de 35%, e mão deobra (22%). Gasta 13% em im-postos e 8% em custo de ocu-pação (aluguel, condomínio eoutros), segundo a consulto-ria ECD. Ao longo dos últimosanos, os operadores estão seprofissionalizando para en-frentar esses desafios. Segun-do o portal Alimentação Forado Lar, fazem compras menosaleatoriamente e mais basea-dos no cardápio, têm ideiaquase exata do número de re-feições servidas por dia, co-nhecem as safras, os produtose seu rendimento. Estão aten-tos ao prazo de validade dasmercadorias e conferem sem-pre a pontualidade e a idonei-dade de seus fornecedores.

NÚMEROS DO FOOD SERVICE

� R$ 88 bilhões de faturamento anual (Abia)

� 1,4 milhão de pontos de venda no País(Abrasel)

� 6 milhões de empregosdiretos (Abrasel)

� 15% de crescimento médiona última década (ECDConsultoria)

� 31% da população comemfora no Brasil (IBGE)

(R$ 290,39) representa osgastos com alimentação nodomicílio. Também cresceu ogasto individual, o tíquete dosconsumidores. Cada transa-ção passou de R$ 4,00 em2004 para R$ 8,28 em 2010,segundo a consultoria ECD.

Mudança de comportamento

Esta mudança forte no mer-cado é orientada por uma rápi-da transformação no compor-

za, no qual 77% dos respon-dentes utilizam o delivery. En-tre os destaques, 80% das mu-lheres e 78% da Classe C jáaderiram a essa modalidade.

Outros fatores explicam ocrescimento vertiginoso dosetor: aumentou a participa-ção da mulher no mercado detrabalho – de 41% em 1999 pa-ra 46% este ano, segundo oEuromonitor. Em geral, é amulher que cuida da alimenta-ção da família. Sem tempo pa-

ESPECIAL FOOD SERVICE

Todos os dias, sai àsruas do Brasil umaclientela cativa e quenão para de crescer.

À hora do almoço, do café damanhã, no lanche da tarde,happy hour e no jantar, mi-lhões de brasileiros conso-mem 63 milhões de refeições,de um simples sanduíche a umjantar completo. É esse con-tingente enorme que faz a in-dústria da alimentação fora dolar, também conhecida porFood Service, crescer cerca de15% ao ano nos últimos dezanos (17% no ano passado) eque movimenta nada menosque R$ 88 bilhões por ano, deacordo com a Associação Bra-sileira da Indústria da Alimen-tação (Abia).

É uma parte expressiva da in-dústria de alimentação brasilei-ra, que faturou, no total, R$ 343bilhões no ano passado. Mais de25% da indústria está voltadapara este segmento, abaste-cendo cerca de 1,4 milhão deestabelecimentos no País. Es-tão nesse grande bolo os res-taurantes, as cadeias de fastfood e de entrega em domicílio,bares, hotéis, refeições coleti-vas e padarias. Estima a Abiaque 23% da distribuição do ca-nal está em restaurantes co-merciais, 15% em padarias e18% em bares e lanchonetes."É um segmento com grandepotencial de expansão", diz En-zo Donna, da ECD, consultoriaespecializada nesta área.

O Food Service é o canal devendas da indústria da ali-

Page 2: Especial Food Service

quarta-feira, 5 de dezembro de 20122 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

E d i t o r- C h e feJosé Guilherme R. Ferreira

EdiçãoCarlos Ossamu

Repor tagemLuiz Carlos de Assis

D i ag r a m a ç ã oLino Fernandes

Gerente Executiva de PublicidadeSonia Oliveira

Telefone: [email protected]

O bom momentoda indústria de alimentos

Nos últimos dez anos, as vendas da indústria de alimentos para o mercado de Food Service cresceram quase 300%

Gasta-se no Brasil US$ 670 per capita por ano comalimentação fora do lar. No detalhe, Edmundo Klotz, da Abia.

Gilberto Abelha/Gazeta do Povo/Futura Press

Goleada deoportunidades

Se não houver um grande esforço paramelhorar toda a cadeia do Food Service,daqui a um ano e meio o Brasil

enfrentará um grande problema – que aomesmo tempo é uma grande oportunidadepara os empreendedores. O Brasil já consome63 milhões de refeições por dia e, pelas taxasque vêm se repetindo há dez anos, vaiconsumir mais de 70 milhões em 2014. Só queesse ano é também o da Copa do Mundo. Ademanda, de acordo com o consultor EnzoDonna, vai estourar e é bem possível que sechegue a 80 milhões de refeições diárias."Será um colapso gastronômico", prevê.

Pelas previsões do Ministério do Turismo,estarão em viagem pelo País, durante a Copa,cerca de 3 milhões de turistas brasileiros emais 600 mil estrangeiros. A média é de trêsrefeições por dia, cada um, o que dá quase 11milhões de refeições a mais, todos os dias. Ese essa conta for conservadora – pode havermais turistas e muitos podem comer mais detrês refeições diárias –, pode mesmo haverum colapso não só nas 12 cidades-sede daCopa, como em 184 cidades e destinosturísticos próximos. A lista ainda podeaumentar, porque a Embratur está estudandonovos destinos ao mesmo tempo em que jápromove os locais de maior interesse,principalmente no exterior. "Teremos umproblema sério: um consumo no mesmo níveldo americano, mas sem indústria nem malhade distribuidores. Não temos nem redes delojas preparadas para este incremento deconsumo", afirma Enzo.

Essa preocupação com a alimentaçãodesse contingente extra – quase 4 milhões depessoas – é objeto de estudo da FundaçãoGetúlio Vargas para o Ministério do Turismo.Assim como os meios de hospedagem, diz oestudo, os estabelecimentos de alimentação,bebidas e similares têm papel fundamentalna composição da cadeia produtiva doturismo. Vale destacar, diz o documento, queos restaurantes não se limitam aofornecimento de alimentação, mas sãoresponsáveis pela promoção de experiênciassignificativas para os turistas.

E funcionam como agentes promotores deinteração entre os visitantes e a cultura local.Essa realidade é mais evidenciada nosestabelecimentos especializados emculinária típica ou regional. A quantidade e avariedade de restaurantes são itens tãoimportantes quanto à conduta dosestabelecimentos diante de aspectos comohigiene e apresentação. A gastronomia podeser, em muitos casos, o motivo da extensãoda permanência do turista ou, ainda, um fatormotivacional da escolha do destino.

Esse clima positivo do setor com aproximidade dos eventos da Copa e dos JogosOlímpicos tem fomentado mais coragem nosinvestidores, segundo nota o consultor JeanPontara, da J. Pontara Inteligência deMercado. Todo esse clima positivo temconvergido em muito investimento. (L .C.A.)

Receita de sucesso

Há um sorriso largona face de cada in-dustrial que se de-dicou ao ramo de

Food Service. Pela primeiravez na história, o segmentosuperou a casa dos 30% emparticipação no faturamentoda indústria de alimentos nomercado interno. É pratica-mente um terço de tudo que seproduz pelo setor no Brasil.

Foi um longo caminho paraa indústria, que cresceu mui-to desde que, há uma déca-da, era apenas um ramo inci-piente do setor. Com o au-mento do mercado, as ven-das da indústria de alimentospara o mercado de alimenta-ção fora do lar aumentaramnada menos que 292%. A mé-dia de crescimento anual é de14,6%. No mesmo período, ofaturamento nominal do se-tor com origem no varejo ali-mentar cresceu 11,9% aoano, em média, o correspon-dente a 209% na soma dos re-sultados de 2002 a 2011.

O ritmo deve continuar, se-gundo diz o presidente daAbia, Edmundo Klotz. Afirmaele que o crescimento da par-ticipação do Food Service nasvendas da indústria será per-manente nos próximos anos."Gasta-se no Brasil US$ 670per capita por ano com ali-mentação fora do lar, en-quanto nos Estados Unidos,Japão e França, esses gastosultrapassam US$ 1.900. Essecenário, somado ao aumentoda renda dos brasileiros, de-nota toda potencialidade doFood Service no País", anali-sa Klotz.

E specialidades

É uma conjun-ção de fatores fa-v o r á v e i s . U mdeles é o aumen-to da classe mé-dia, que agoratem mais dinhei-ro para comer forade casa. O nível dedesemprego é baixo ehá a considerar a forte en-trada das mulheres no mer-cado de trabalho, segundoJean Louis Belo Gallego, coor-denador da Comissão de Fo-od Se rv i ce da Ab ia . "Em1971, as mulheres represen-tavam apenas 23% da forçade trabalho do País. Em 2010,elas já eram quase metadeda população economica-mente ativa", diz Gallego.

Conforme dados do Ministé-

r i o d oT ra b a lh o

e Emprego,os estabeleci-

mentos comerciaisque compõem o Food Serviceempregaram formalmente1,9 milhão de profissionais em2011. Estudo da Abia estimaque o faturamento do merca-do de alimentação fora do lartenha ultrapassado R$ 235 bi-lhões no ano passado. A indús-tria brasileira da alimentaçãoatende o mercado interno(79,9% da produção local) e omercado externo (20,1% é

destinado à exportação), se-gundo dados da Abia.

As indústrias correm atrásdesse mercado, e até já estãose especializando, em funçãoda demanda. Hoje, apontaJean Pontara, da J. Pontara In-teligência de Mercado, já háindústrias que produzem es-pecificamente para cafete-rias, para refeições coletivas,bem como para pequeno va-rejo do Food Service. "Novosdesenhos de organogramatêm surgido nas empresas daárea. As novas já nascem maisespecializadas, atendendo ni-

chos como mercado de ali-mentação saudável, rotisse-rie, delivery", diz Pontara.

Uma dúvida comum que afli-ge as indústrias que desejamatuar no mercado de alimenta-ção fora do lar, e faz com queprojetos não saiam do papel,está no questionamento se osegmento irá atender suas ne-cessidades mercadológicas. Éque,nagrande maioria, ospro-dutos desenvolvidos por elasnasceram com foco no varejo,com formatação voltada paraatender ao consumidor no pon-to de venda. (L .C.A.)

Levantamento da Asso-ciação Brasileira de Ba-res e Restaurantes

(Abrasel) mostra: de cada100 estabelecimentos inau-gurados em São Paulo, cercade 35 não conseguem semanter e fecham depois deapenas um ano de atividade.Portanto, é preciso certacautela quando se abre umempreendimento na área dealimentação fora do lar. Po-de ser um negócio muito lu-crativo, mas é complexo, di-fícil e demanda esforço.

Não basta ter boa vontadee receitas de bons pratos.Cozinhar bem não é garantiade que o negócio será bem-sucedido, diz o consultor demarketing do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas de SãoPaulo (Sebrae-SP), MarceloSinelli. E há que se ver o localdo estabelecimento: re-giões comerciais e de gran-de fluxo de pessoas indicamum restaurante que vendecomida por quilo. Alguns lo-cais podem funcionar no jan-

tar, mas terão certamenteum público diferente. Os res-taurantes à la carte funcio-nam melhor no jantar, mastambém pode trabalharbem no almoço: a diferençaé o público, que exige maisqualidade e gasta mais tem-po na refeição. Bom atendi-mento é essencial em qual-quer nível, mas nos restau-rantes de mais qualidade édecisivo.

Qualidade na preparaçãodos pratos é muito impor-tante, e a inovação é o quefaz o diferencial de cadaponto. Diz o Sebrae-SP que osetor vive de novidades. Ouo estabelecimento oferecenovidades absolutas ou pe-ga carona nos modismos. Háoportunidades nos dois mo-dos. "Não há modelo certo,tem modelo em que a im-plantação foi correta. O maisimportante é definir a estra-tégia que o restaurante vaiutilizar e ser coerente a ela eao público-alvo", diz Sinelli.

O valor máximo de investi-mento deve ser calculado

com base no faturamentoprevisto. Segundo analistasdo setor, o lucro líquido nãopode ser menor do que 4% doinvestimento no negócio.Como exemplo, considereum restaurante que faturaR$ 100 mil por mês e tem lu-cro líquido, em média, de R$20 mil (20% do faturamentobruto). Nesse caso, o investi-mento não pode ultrapassar

R$ 500 mil, pois o lucro (R$ 20mil) representa 4% do queserá investido (R$ 500 mil).

"O mercado brasileiro es-tá vivendo um grande mo-mento e há muitas oportuni-dades para empreender,mas é importante que essadecisão seja planejada",afirma o presidente do Se-brae, Luiz Eduardo PereiraBarretto Filho. (L .C.A.)

Se não houverinvestimentos,pode ocorrerum colapso

gastronômicono período daCopa de 2014.

SXC

Rafa

el H

upse

l/LU

Z

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

Page 3: Especial Food Service

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

Um novo consumidor,que pagamenos eexige maisA classe média emergente vemimpulsionando o mercado deconsumo, incluindo o segmento deFood Service

A ascensão daclasseemergenteprovocou umaumento emtodos os itensde consumodas redes defranquias dealimentação.

Newton Santos/Hype

Alguns a chamamsimplesmente declasses C e D, outrosde nova classe mé-

dia ou de classe emergente.Não importa o nome, há umaclasse social intermediária en-tre a considerada de baixarenda e a classe média tradi-cional. Esse contingente sur-giu com a melhor distribuiçãoda riqueza, consome cerca deR$ 834 bilhões por ano (se-gundo o Instituto Data Popu-lar) e vem comprando de tudo– de eletrodomésticos a casaprópria – e, claro, também vi-rou cliente do Food Service.

Hoje, só a chamada classe Ccorresponde a cerca de meta-de da população brasileira, se-gundo o índice Euromonitor.Além disso, mostra levanta-mento do instituto de pesqui-sas Ipsos Public Affairs, cercade 48 milhões de brasileirosmigraram das classes D/E paraas classes A, B e C, entre 2005 e2011. A mobilidade social, cer-tamente, ajuda o negócio daalimentação fora do lar.

Esses milhões de pessoas

com mais poder aquisitivo vãomais aos shoppings e frequen-tam as praças de alimentação,segundo observa o especialis-ta Enzo Donna, da consultoriaECD. A ascensão da classeemergente provocou, na ver-dade, um aumento em todosos itens de consumo das redesde franquias de alimentação,mercado analisado pela ECDsob dois ângulos: o da alimen-tação fora do lar e aquela queele leva para casa. Neste ân-gulo, especificamente, 37%do público pesquisado com-pra o alimento para consumirno próprio lar. Já 75% da ali-mentação em delivery (entre-ga domiciliar) estão concen-trados no Sudeste do País.

Co n s u m o

Juntas, as famílias da novaclasse média agora gastammais do que as famílias consi-deradas ricas, de acordo comdados da Pesquisa de Orça-mento Familiar (POF), do Insti-tuto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). Para o se-

cretário executivo da Secreta-ria de Assuntos Estratégicos(SAE), a classe C beneficiou-sedas políticas sociais que, des-de 2003, diminuíram a desi-gualdade. Conforme os dadosda Pesqu isa Nac iona l deAmostra Domiciliar (Pnad), de2009, a taxa de crescimentona renda per capita dos 10%mais pobres foi cerca de qua-tro vezes acima da taxa decrescimento entre os 10%

mais ricos da população.Não à toa, as grandes ca-

deias de alimentação, comoas lanchonetes McDonald's,Burger King e Subway, tive-ram sua atenção despertada efizeram pratos na medida pa-ra esse consumidor. Nas lojasdessas e de outras redes já sepode encontrar sanduíches apartir de R$ 3,50. No McDo-nald's, o Big Mac custa R$ 6,parte da campanha Pequenos

Preços, iniciada em 2009. Aempresa gosta de dizer que éuma "rede democrática", comopções para refeição para to-dos os públicos.

Outras redes, como a Kope-nhagen, tradicional vendedo-ra de chocolates finos, do Gru-po CRM, lançou em 2009 a re-de de franquias Brasil Cacau,que é dirigida às classes C e D.Já são cerca de 130 pontos devenda – abre-se na média umaloja a cada semana.

Especialistas como a consul-toria GS&MD - Gouvêa de Sou-za apontam que essa novaclasse tem mais condições decompra, mas exige melhoratendimento, melhor serviçopor preço menor. "O consumi-dor mais por menos redefine ovarejo" foi o tema de estudoapresentado pela GS&MD -Gouvêa de Souza durante o 15ºForum de Varejo da AméricaLatina, realizado em agosto.

O estudo ouviu 360 pessoasque migraram de classe socialnos últimos cinco anos em SãoPaulo. Apesar da renda melhor,essa parcela da população traza chamada herança do preçobaixo. Para 91% dos entrevis-tados, o valor dos produtos foiapontado como principal fatorde decisão de compra.

A exigência de preços maisacessíveis, entretanto, nãosignifica que outros atributosdevam ser deixados de lado,como já descobriram váriasredes e indústrias. A UnileverFood Solutions, por exemplo,conta com 60 funcionários emtodo o País, entre nutricionis-tas e chefs de cozinha, no de-partamento Trade Marketing,que interage com cerca de 10mil estabelecimentos, entrebares, restaurantes, hotéis ecaterings, não só para divul-gar sua marca como prestarserviços. (L .C.A.)

Consumidores danova classe médiaestão indo mais aosshopping centers efrequentando aspraças dealimentação

EN ZO DONNA

Divulgação

Page 4: Especial Food Service

quarta-feira, 5 de dezembro de 20124 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fr a n q u i a s :a complexidade em ação.

A operação envolve um número enorme de variáveis, administrar o pessoal e negociar com fornecedores e os shoppings

Os shoppingscontinuam sendoos líderes naconcentração deabertura de lojas.E como em cadaempreendimentoa área paraalimentação émínima, os preçosdo metroquadrado sobem,encarecendo aoperação. Mesmoassim, é um bomnegócio.

Patrícia Cruz/Luz

Saudável,sim.

Natureba,não.

Nordeste, a novafronteira

Faz cerca de 20a n o s q u eLuís Feli-

pe Camposno tou queh a v i a , n oexterior, al-go novo naárea de ali-me nt açã o.Talvez fosseuma herançado mov imentohippie, que resistiu ín-tegro nas décadas de 1960 e1970 e depois virou apenasmoda. Ele percebeu, porém,que ficou uma inclinação parao lado espiritual, mais puro,das coisas. Não havia mais aaura da contracultura, apenasa preocupação com simplici-dade e saúde. Era uma ten-dência, não um modismo,acentua Luís Felipe, e talveztenha sido aí que ele fundou asbases da Seletti Culinária Sau-dável.

Mas não imediatamente. Aideia meio que maturou aolongo desses 20 anos, en-quanto ele fazia um curso deGerenciamento de Hotel emLes Roches, na Suíça. E crista-lizou-se quando ele começoua pensar o ideal da comidasaudável como negócio. Issofoi em 2007. Ele e a mulher fi-zeram pesquisas de mercado,inspecionaram shoppings, de-finiram cardápio. E abriramuma primeira loja Seletti noShopping Villa-Lobos, na zonaOeste de São Paulo.

Cinco anos depois, eis osdois no comando uma opera-ção de 40 lojas, agora muitasfranqueadas, sistema que elemontou há dois anos. Devechegar a 55 pontos no finaldeste ano. "Não me preocupomuito com o número de lojas",diz ele.

Ca rd á p i o

Nas lojas da Seletti nem tu-do é verdurinha e frutinha,muito menos vegetariano ex-tremado. Tem frango, ham-búrger, baby beef (e até carnevegetal), mas são sempre gre-lhados, jamais fritos. Pode-secombinar um prato de proteí-nas (uma carne) com umamassa e escolher entre 12acompanhamentos.

Entre os sanduíches, háhambúrgueres, só que em lu-gar da maionese entra molhode tomate. As frutas e sucosvão na mesma linha: agriãocom laranja e mel, por exem-plo. As sobremesas incluembolo de cenoura com cobertu-ra de chocolate. (L .C.A.)

Coloque-se na posição deum franqueador da áreade alimentação: nãobasta colocar a merca-

doria à venda e dar bom atendi-mento. Tem de preparar o produtofinal, administrar uma quantidadeenorme de variáveis e de pessoas.Mesmo quem conhece bem o setorde franchising admite: as fran-quias de alimentação são total-mente diferentes, complexas.

Exatamente pela complexida-de da operação é que os empre-sários da área pensam duas ve-zes antes de entrar no ramo. Asrecompensas podem ser gran-des, desde que se ultrapasse osproblemas. Sidney Eduardo Ka-laes, da SMZTO, que administrafranquias como Mixirica, Donnase Yakisoba Factory, diz que pen-sar em um plano de negócios queseja perfeito é quase improvável.Isto é, que contemporize almoçoe jantar, que se faça sempre aquantidade exata de produtos(para sobrar quase nada) e que osfuncionários realmente funcio-nem. "Dificilmente, fecha-se aconta pela quantidade de refei-ções servidas no dia", diz Kalaes.Para faturar R$ 120.000, ele fazas contas, precisa ganhar R$6.000 por dia, o que significa cer-ca de 300 pratos diários.

Para o sucesso do empreendi-mento, é preciso encontrar pontoscomerciais bem localizados. Háuma corrida de ocupação do mer-cado, dado o aumento de marcasno Food Service, segundo SimoneGalante, da consultoria Galunion.A Associação Brasileira de Fran-chising (ABF) lhe dá razão: o núme-ro de marcas aumentou mais de16% no último ano. Por isso, a cor-rida para as praças de alimenta-ção. "Todas as grandes redes es-tão negociando presença nas pra-ças de alimentação", diz Simone."São poucas as franquias que con-seguem um lugar ao sol", concor-da Sidney Eduardo Kales.

Limitações nos shoppings

De fato, em cada shopping novoque se inaugura há cerca de 250 lo-jas, em média. E apenas 30, atémenos, são separadas para a pra-ça de alimentação. De acordo comSidney, isso representa um es-trangulamento na área. Assim, se-gundo ele, as franquias na práticadependem da construção de no-vos shoppings. E como em cadaempreendimento a área para ali-mentação é mínima, os preços so-bem. "Como tem a carência, oshopping abusa", comenta Sid-ney. Você chega a pagar R$ 600mil, R$ 700 mil só pelo ponto deuma loja de 40 m². Além disso, teminstalação, equipamentos, ade-quação. Um investimento em umaloja de franquia acaba chegando aR$ 1 milhão, talvez R$ 1,2 milhão.E, assim, a conta não fecha.

Mesmo desse modo, os shop-pings continuam sendo os líderesda concentração de abertura delojas: 57% em 2011. Para os próxi-mos três anos, projeta-se que con-t inuará ass im: os shoppingsatraem público significativo e ge-ram tráfego intenso. Já as lojas derua se mantiveram na mesma po-sição da pesquisa em comparaçãoa 2010, com 30%, aumento de5,8%. Os hipermercados e gale-rias comerciais são menos repre-sentativos, com 7% e 1%, respec-tivamente. Com a vantagem docusto menor, a expansão de quios-ques se dá mais nos shoppings,também, com 78% de presença,seguida de hipermercados (6%) egalerias comerciais (2%).

Inovação à solta

Em meio a pouco espaço e muitacompetição, as franquias têm deser altamente inovadoras. Fran-queadores e franqueados têm pro-curado novos nichos para garantir

a expansão. É o que demandamconsumidores e os próprios shop-pings. Franquias que chegam ago-ra ao mercado conquistam clien-tes pela proposta. É o caso da Don-na's Cozinha Criativa, administra-da pe la SMZTO: segundo osadministradores foi a primeirafranquia a oferecer sanduíches nomodelo autosserviço, que permitea cada cliente personalizar o lan-che de acordo com sua preferên-cia. Além disso, o estabelecimentodispõe de 15 tipos de porções echopes bem gelados para acom-panhar o happy hour.

Outras franquias apostam nonome e na marca. É o caso do LePain Quotidien, administrada pelaGalunion. É uma franquia belga,presente em 19 países, que vende

baguetes, pães e doces, brioches,waffles, geleias, chocolates, umambiente sofisticado, que lembrauma antiga fazenda. Todos os pro-dutos são frescos e feitos na hora.

Todo dia, aparece uma ideianova. Cleusa da Silva descobriuque podia vender bolos por meiode franquia e montou uma opera-ção que hoje tem mais de cem lo-jas em cinco Estados do País.Vende mais de cem bolos por dia,200 nos finais de semana. No ca-so da Seletti, loja de comida sau-dável com a proposta de ser gos-tosa, Luís Felipe Campos oferecegrelhados, massas e sanduíchesque podem ser combinados pelajunção de uma proteína, um car-boidrato e verduras, sem perdero sabor. (L .C.A.)

Luís FelipeCampos: apóscinco anos deoperação, arede Selettideve fechar2012 com55 lojas.

Com umaeconomiaque cresceacima damédia doPaís, oNordesteconfiguracomoexcelentepolo deconsumo.

Patrícia Cruz/Luz

Paulo Pamplin/Digna

Max Haack/Cooperphoto/AE

Div

ulga

ção

Quando 2014 chegar,nas contas daAssociação

Brasileira de Franchising(ABF) e da consultoria ECD,27% das novas lojas dealimentação fora do larestarão não mais noSudeste, regiãotradicionalmente de maiorcrescimento, mas noNordeste. Não que oSudeste deixe de ser oprincipal polo do setor, maso ritmo de abertura vai cair.O Nordeste será a novafronteira do Food Service.

Já em 2011, segundo oestudo, a região Nordestefoi a que mais cresceu nosegmento. Atualmente,concentra 10% das lojas doPaís, segundo Enzo Donna,da ECD Consultoria,

coordenador da pesquisa. Éque, de acordo com dadosdo Banco Central, oNordeste foi a região quemenos sofreu com osimpactos da crise mundial,o que se traduz no PIBregional, superior à médianacional: atingiu 1,7% naBahia, 3,1% no Ceará e3,8% em Pernambuco.

Com uma economia quecresce acima da média doPaís, o Nordeste seconfigura como excelentepolo de consumo para osegmento de shoppings. Aascensão da classe médianessa região aumentou123% nos últimos 10 anos,de acordo com o estudoVozes da Classe Média -Para Entender o NovoBrasil/ Dimensões da

Classe Média Brasileira,realizado pelo InstitutoData Popular. Superou amédia em todo o Brasil, de57%. Com 22% denordestinos pertencentes aessa faixa de renda, oNordeste alcança asegunda posição no rankingde pessoas na classe C,ficando atrás apenas do

Sudeste, com 46%.E tudo isso com o preço

mais alto em relação aorestante do País. Comer forade casa é mais caro noNordeste: segundo oInstituto Datafolha, o preçomédio para refeições fora dolar foi de R$ 29,35 - a médianacional foi de R$ 27,46 noano passado. (L .C.A.)

Page 5: Especial Food Service

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

glês, na década de 1920. Tem tra-dição na cozinha das casas brasi-leiras e presença nas principaisindústrias alimentícias do País.Marcos Pereira, gerente nacionalde Vendas da Nita, acredita que oFood Service é o futuro do seusegmento. Segundo ele, as pes-soas trabalham mais fora de casae tendem a deixar de comer emcasa. Também existe um cresci-mento natural para quem traba-lha com produtos de transforma-ção, como doceiras, boleiros econfeiteiros. "É o mercado do fu-turo", diz Pereira.

Por consequência, é um merca-do em que se aprende um poucomais a cada dia. Ainda mais paraempresas como a Nita, que pre-tende participar de todos os seg-mentos. Seu maior mercado é ode panificação, onde seus produ-tos são vistos não só como maté-ria-prima, mas também comomelhoradores "Nosso produto évisto como melhorador paraquem trabalha conosco e aceitapagar um pouco mais por causada qualidade".

Novato s

Nova no mercado, a SPA, de VilaVelha, no Espírito Santo, quer fa-zer com o café o que aconteceucom o cacau. Consumido comobebida até 1849, o consumo decacau mudou quando a empresade Joseph Fry, utilizando cacauem pó, açúcar e manteiga de ca-cau, fez o chocolate para comer.Do mesmo modo, esperam os do-nos da SPA, as marcas CoffeeBeans e Coffee Coins chegamagora, em 2012, construindo umpossível marco na história do ca-fé. O café que era somente consu-mido como bebida passa a sertambém para comer. E para o Fo-od Service há embalagens parauso culinário. "Foram quase qua-tro anos de dedicação, apostandoem uma ideia para chegar aosprodutos f inais", diz RenatoAbaurre, diretor da SPA.

Como Abaurre, Cristiano Mo-raes, diretor comercial da Que-ensberry, também está apren-dendo. Ele diz que o mercado deFood Service é, para as indústrias,um canal que merece toda a aten-ção, porque já está consolidado."No entanto, as indústrias aindaestão aprendendo a trabalharcom ele. É muito desafiador."

A Queensberry entrou nessesegmento há dois anos. E só agoracomeça a colher frutos. O que elequer dizer é que não há resultadosimediatos. Precisa trabalhar mui-to, principalmente a fidelidade.Mas é um mercado que, uma vezque consegue gerar demanda, éfiel. "Afinal, você faz parte do pro-duto do cliente". (L .C.A.)

Vivendo e aprendendodia a dia com o mercado

Food Service não é só embalagem grande. Definir e lançar produtos é um desafio.

Showroom da fabricante Nita

Divulgação

Novidades de darágua na boca

Os bolos da dona Cleusa

Uma empresa entrou nomercado porque já eraatacadista – descobriuque há diferenças. Ou-

tra demorou mais de dois anos pa-ra começar a colher frutos, e achaque ainda não aprendeu tudo quedevia. Uma terceira está nessemercado desde que ele surgiu co-mo indústria, e ainda aprende acada dia. Cristiano de Moraes, di-retor comercial da Queensberry,resume o que, na prática, todas asempresas do ramo pensam: "Asempresas ainda estão aprenden-do a trabalhar com o Food Servi-ce", diz Moraes.

Embalagens grandes

O mercado de Food Service noBrasil ainda é uma parcela peque-na do mercado total de alimentos,de acordo com Renata Holzer, ge-rente de Marketing da Vigor FoodService. Entretanto, diz ela, nosúltimos dez anos, o segmentovem crescendo a taxas muito al-tas, sempre de dois dígitos. Trata-se de um mercado lucrativo paraa indústria, uma vez que o varejoé um segmento competitivo.

No começo, a Vigor atendia aosestabelecimentos simplesmentecom embalagens maiores que asdestinadas ao consumidor final.Com a profissionalização do mer-cado, os fornecedores precisamoferecer produtos direcionadosao mercado de atuação de seusclientes, o que inclui rendimentoespecífico, resultado final otimi-zado e facilidade para a mão deobra." Por este motivo, a indústriatem investido em tecnologia paragarantir que os produtos e os in-gredientes sejam tecnicamenteviáveis e relevantes para os clien-tes", conta Renata.

A Vigor mantém um sistema dedistribuição e logística pensadoem assegurar a qualidade dosprodutos para todos os operado-res de Food Service, de modo queeles possam atender seus clien-tes. Por isso mesmo, a área de as-sistência técnica é o coração daoperação, como diz Renata. "Nos-so suporte tem muitas facetas:além de ajudar o cliente a desen-volver e otimizar seu cardápio, deforma que seja mais aderente aoconsumidor, também treinamosa mão de obra", diz ela.

Atacadista na origem

Já a La Rioja entrou nesse ramonaturalmente. Atacadista na ori-gem, a empresa vendia produtosde commodities para distribuido-res e varejista. Daí para o FoodService foi um pulo, porque a em-presa já oferecia ao mercadosprodutos em embalagens gran-des, um quilo pelo menos. Vende

frutas secas (nozes, amêndoas,avelãs, damasco, uva passa), emembalagem stand-pouch de 1 kg.Tem linha de azeites direcionadaao Food Service, em embalagemPET de 3 e 5 litros. Seu mais novoproduto é o creme de avelã embalde de 3 kg, para hotéis, cate-ring, cozinhas industriais, docei-ras, confeitarias e até pizzarias.

Atualmente, os produtos damarca La Rioja, conta Walter Leo-ne, são produzidos no parque in-dustrial na cidade de Alumínio, in-terior de São Paulo.

Desde o início

A Nita está no mercado há bas-tante tempo. Era o antigo MoinhoPaulista, fundado pelo Moinho In-

Veja algumas das novidades que acabam de che-gar ao mercado de Food Service. Cada indústriatem sua linha para atender restaurantes, lancho-

netes, panificadoras, pizzarias, hotéis e caterings. Aspalavras de ordem são praticidade, rapidez e qualida-de. E, claro, todas as embalagens são grandes.

NitaEspecializada na produção de farinha de trigo e

misturas para bolos e pães, a Nita Alimentos ingressaem um novo segmento de mercado com o lançamentoda sua linha de Confeitaria Doce. A nova linha oferece

recheios prontos nos sabores Beijinho, Brigadeiro,Doce de Leite, Chocolate, Cocada Cremosa, Ganache

e Creme de Avelã. As novidades chegam paraprofissionais do segmento e transformadores em

embalagens entre 2 kg e 5 kg.Também fazem parte dessa família a Cerenita,enfeite à base de algas marinhas usado para

decoração ou recheio em substituição à cerejanatural. A Geleia de Brilho é utilizada para destacar osprodutos no ponto de venda. E as bisnagas de 1 kg deRecheios Forneáveis vêm nos sabores Doce de Leite,

Chocolate e Leite Condensado.

Café para comerHá 20 anos no mercado, a indústria nacional de

alimentos SPA inova na gastronomia mundial com olançamento das marcas de café para comer Coffee

Beans – para consumidor final – e Coffee Coins – paraprofissionais de gastronomia. "Até agora,

praticamente todo o café consumido no mundo ébebida. Podemos, pela primeira vez, enquadrá-lo em

uma nova categoria no segmento gastronômico,agora também como comida, podendo ser consumidoa qualquer momento, em qualquer lugar e, inclusive,com acesso às crianças. Isso é um marco na históriado café e, com muito orgulho, o Brasil estará como

protagonista dessa 'página'", ressalta RenatoAbaurre, diretor da SPA.

Mondelez(antiga Kraft Foods)

A novidade do cream cheese Philadelphia, daMondelez (antiga Kraft Foods), é o lançamento deuma embalagem para o canal Food Service. Atéentão, a marca já oferecia para restaurantes,

padarias, bufês e lojas de conveniência as versões embisnaga de 1,5 kg, baldes de 1,5 Kg e 3,6 Kg e blister

de 18 g. Inclui agora em seu portfólio a opção de 400 gpara facilitar o armazenamento do produto em

restaurantes, principalmente japoneses etemakerias. Adequada para o uso em receitas quedemandam menores quantidades, garante melhor

manuseio do produto.

La RiojaTradicional importador e um dos maiores

fornecedores de azeites, conservas, temperos efrutas secas, a La Rioja lançou a embalagem do

creme de avelã com 3 kg. "Essa opção deembalagem é para atender o segmento de FoodService, cozinhas industriais e catering", afirma

Walter Leone, gerente de Marketing da empresa, quetambém supre hotéis, restaurantes, pizzarias,

docerias e confeitarias. O creme de avelã serve pararecheios e coberturas de pizzas, bolos e também na

produção de sorvetes e sobremesas. A La Riojatambém pferece uma ampla linha de conservas para

Food Service: azeitonas (preta e verde), vegetais(fundo de alcachofra, coração de alcachofra,

berinjela grelhada, abobrinha grelhada, cebolinhasgrelhadas, em vidro de 900 g e 1,8 kg; e o tomatesem pele, de 2,5 kg. Tudo importado da Itália. As

conservas já vêm em óleo vegetal, o que adianta opreparo do antepasto para o dono do restaurante,

segundo Walter Leone. (L .C.A.)

Creme de avelã da La Rioja

Coffee Beans, novidade da SPA

Linha Amélia, da Vigor

Geleia de frutas Queensberry

Dona Cleusa criou a Sodiê Doces, hoje com 102 lojas.

Div

ulga

ção

al. campinas, 530 - jardins Reservas: 11 3541-2220

Pão-de-ló, ingredientesde qualidade, frutasfrescas. Com esses

itens, qualquer um faz umbolo gostoso. Dona Cleusafez mais: montou uma redeespecializada em bolos arte-sanais, que começou na ci-dade de Salto, no interior deSão Paulo, e hoje tem 102 lo-jas em cinco Estados. Cleusada Silva é a fundadora, con-feiteira e administradora daSodiê Doces.

Recentemente, em outu-bro, ela inaugurou mais cincolojas da marca: uma em Cam-po Grande (MS) e as outrasquatro no Estado de São Pau-lo, uma em Diadema, na Gran-de São Paulo, uma em São Jo-sé dos Campos, região do Valedo Paraíba, e duas localizadasna capital paulista, nos bairrosde Santana (Zona Norte) e Be-lenzinho (Zona Leste).

Para os próximos meses,estão previstos lançamen-tos de novas unidades emSão Paulo, no bairro da VilaZelina, Mauá, e mais duas

unidades em São Bernardodo Campo, além da cidade deHortolândia, interior do Esta-do. Novas lojas também se-rão instaladas em Pouso Ale-gre e Contagem (Minas Ge-rais) e em Toledo (Paraná).Dentro de cinco anos, Cleusaespera ter 200 lojas.

Para manter o negócio fun-cionando, ela supervisionatudo pessoalmente (na me-dida do possível). Não se in-comoda de viajar três, qua-tro horas em automóvel

(com motorista) para verifi-car suas lojas no interior.

Cleusa da Silva, 45 anos,começou a produção de bo-los por acaso. Costumava fa-zer bolos para os amigos. Pa-ra ajudar uma amiga, boleiraconhecida em Salto e comproblemas de saúde, duran-te algum tempo aumentou aprodução. Quando a amigadecidiu largar o negócio, ce-deu os clientes para Cleusa.

Ela topou a tarefa, mas ti-nha de trabalhar durante o

dia em uma empresa; à noi-te, fazia os bolos. Após doisanos, mesmo sem formaçãosuperior e nenhuma expe-riência em comércio, largouo emprego e apostou na pro-dução de bolos. A demanda ea clientela haviam crescidoconsideravelmente.

Por volta de 1999, apóstestar e criar suas própriasreceitas, Cleusa abriu a pri-meira loja em sociedade como irmão. Aos poucos foi en-volvendo toda a família nonegócio para dar suporte aocrescimento da marca, an-tes chamada Sensações Do-ces. Os fregueses acabaramenvolvendo dona Cleusa,também: a rede se expandiu,em boa medida, por forçados próprios clientes, quegostavam muito dos bolos ede levar o negócio para ou-tras cidades.

Elaborou sua própria car-ta, que hoje tem 78 saboresdiferentes. Todos os bolossão elaborados com uma ba-se de pão de ló. (L .C.A.)

Page 6: Especial Food Service

quarta-feira, 5 de dezembro de 20126 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

As padariasabocanham boa fatia

A alimentaçãofora do lar

transformou osantigos

estabelecimentosque só vendiam

pão. Osestrangeiros jácopiam a ideia.

O modelo denegócios das

padariasbrasileiras se

tornoureferência

para o mundopor conta da

diversidade deprodutos.

Zé Carlos Barretta/Hype

Dicas para oempreendedor

DNão tenha medo dagrande padaria. Se

esses estabelecimentospodem fazer pão e atrairclientela, você,pequeno comerciante,também pode. Compoucos equipamentos eum investimento de nãomais de R$ 40 mil, épossível montar umapequena loja que fazcerca de 5 mil pães pordia, ou 250 quilos. Compropaganda (pode serboca-a-boca) e bonsprodutos, é possívelfaturar R$ 2.000 por dia,R$ 60.000 por mês. Nãoé um bom negócio?

O importante éencontrar um bomponto, o que nemsempre é fácil. Masimagine uma pequenalojinha de bairro, umcanto de galeria oupequeno shopping. Se oempreendedor já édono de um mercadinhode bairro, tem meiocaminho andado. OSupermercado TrêsAmigos, pequenoestabelecimento deInterlagos, montou umapadaria no interior daloja e, com isso,conseguiu manter umaclientela fiel, mesmonos momentos maisdifíceis da economia.Carlos, que herdou osupermercado do pai,conseguiu aumentar omovimento geral da lojaem cerca de 30% só porcausa da minipadarialocalizada no fundo daloja, ao lado doaçougue.

Ele, como outrospequenosempreendedores, usaequipamentoscompletos, como osvendidos pelas fábricasPerfecta ou Brasforno.Apesar de completos,são todos pequenos,ocupam pouco espaço,cerca de 8 metrosquadrados. A massa éprocessada namisturadora, cortadaem tamanhos aescolher, modeladafacilmente e finalmenteassada com perfeição.Só depende do talentodo padeiro. E não só oconhecido pão francês,como pão doce, pão dequeijo, croissant,folhados, bolos e tortas.

Esses outros produtosgarantem um lucromelhor. Poucos clientesdeixam de levar um pãodoce ou uma torta comcerta frequência, alémdo pão francês. Nosmercadinhos, alocalização daminipadaria no fundofaz o cliente percorreras demais gôndolas, oque ajuda a aumentaras vendas. (L .C.A.)

No fim deste ano,quando o setor depanificação fizer ascontas, terá cresci-

do algo em torno de 10%, istoé, um faturamento de quaseR$ 70 bilhões. Não será sur-presa: desde 2007 as padariasvêm crescendo acima de doisdígitos – no ano passado, ocrescimento foi de 11,88%,segundo o Instituto Tecnológi-co ITPC, em parceria com a As-sociação Brasileira da Indús-tria de Panificação e Confeita-ria (Abip), por meio de pesqui-s a c o m m a i s d e 1 . 2 0 0empresas. Boa parte dessesbons números as padarias de-vem ao Food Service.

Já faz alguns anos – de acor-do com a Sindipan/Aipan-SP, osindicato das panificadoras –que houve não só um aumentodo faturamento com a vendade pães, bolos e tortas, masuma mudança de perfil dos ne-gócios. Hoje, padarias ven-dem também café da manhã,almoço, sanduíches, café,chocolates, sorvetes e até fru-tas. Sem falar em pizzas, so-

pas e outros produtos .A criação de áreas para ca-

fé, restaurantes, lanchonetes,produtos assados na hora,além de novos produtos e va-riações de receitas vem fazen-do com que as padarias se tor-nem "centros gastronômi-cos", capazes de receber e su-prir os clientes em vários deseus momentos de compra.Claro que o pão continua a sero centro dos negócios das pa-darias, quase metade do ne-gócio, R$ 27,6 bilhões do totalde R$ 63 bilhões em vendas noano passado. Diversificar éapenas uma evolução naturale não, necessariamente, umasubversão do ramo.

Mas é certo que a alimenta-ção fora do lar está crescendo.Pesquisa recente do InstitutoTecnológico ITPC, em parceriacom a Abip, sobre os indicado-res do setor no ano passado,confirma que o Food Servicefoi responsável por 36,05% dofaturamento de quase R$ 63b i lhões do segmento em2011. Pode ultrapassar 40%dentro de dois anos.

"Antes, cada comércio tinhauma única área de atuação euma limitação na linha de pro-dutos. Hoje, temos padariasdos tipos tradicional, artesa-nal e com forte serviço em ali-mentação. Quem vende pãonão concorre só com padarias,mas também com mercados elojas de conveniência", expli-ca Rodrigo Palermo, consultordo Sebrae-SP.

Referência no mundo

Para o consultor, as panifi-cadoras podem apresentar di-ferenciais que as deixarão emvantagem mesmo diante degrande redes. "Os empresá-rios, principalmente das lojasmenores, conhecem melhoros clientes da região, podemoferecer um produto que umagrande panificadora não te-nha ou oferecer facilidades naentrega e no pagamento".

O gosto regional também édecisivo para os pequenos es-tabelecimentos que se lan-çam a aumentar seu fatura-mento por meio do Food Servi-

ce. No Nordeste, por exemplo,as padarias já estão oferecen-do bolos de batata, milho emacaxeira, bem como pães edoces temáticos de olho naCopa do Mundo de 2014. Deacordo com o departamentode gestão de projetos indus-triais do Sebrae-CE, durante aCopa do Mundo, serão vendi-dos sanduíches que terão as-pecto visual de bola.

Toda essa criatividade estáfazendo das padarias brasilei-ras um produto em si. O modelode negócios tornou-se referên-cia para o mundo inteiro. Nasfeiras internacionais, muitos in-vestidores estrangeiros têm seencantado com a padaria, queé mais do que uma vendedorade pão, como conta o presiden-te do Sindipan, Antero José Pe-reira. "A maioria das padariasno mundo fabrica e vende sópão. Algumas por opção pró-pria e outras porque as legisla-ções dos países não permitemoutro modelo. Nossa padariaoferece uma variedade de pro-dutos que não se vê nas pada-rias pelo mundo". (L .C.A.)

Cozinhas inovadoras

Diante de um mercado grande ecomplicado como o do Food Ser-vice, com vasta oferta de produ-

tos e ingredientes, ainda tem um itemque todos os operadores têm de consi-derar e do qual não há muita disponibi-lidade: os equipamentos de cozinha.Foi por isso que a Electrolux, tradicionalfabricante de eletrodomésticos, en-trou no segmento.

Segundo Laurent Vergenau, diretorpara a América Latina da empresa, aElectrolux está apostando no Brasilnessa divisão profissional, voltada pa-ra os segmentos hoteleiro, hospitalar,industrial, escolar, gastronômico, dehigienização. "Atende às necessidades

dos clientes interessados em produtivi-dade, inovação, rentabilidade e resul-tado final", afirma Vergenau.

Na visão da empresa, hoje existemalgumas necessidades que não erampreocupação poucos anos atrás, comoa melhor ocupação do espaço para al-cançar o mesmo resultado. Hoje, com opreço do espaço, em especial nas gran-des cidades, otimizar a área de traba-lho é crucial. Diz Vergenau: "O raciocí-nio básico é aumentar a produtividadeda cozinha. Muitas vezes para melho-rar a produtividade é preciso escolher oequipamento adequado".

Segundo o executivo, "provavelmen-te a Electrolux é a única marca que tem

uma solução completa. Sãocozinhas modulares, aces-síveis a restaurantes dequalquer porte. Para cadaum há uma solução".

Desde sua primeira co-zinha modular de alto luxocriada em 1960, a Electro-lux Profissional vem aprimo-rando seu conceito de excelên-cia. Para tanto, a empresa investe3% do faturamento anual em desenvol-vimento e pesquisas para manter o di-ferencial em relação ao mercado e con-corrência, como um departamentopróprio de design e laboratórios de úl-tima geração.

Vergenau:cozinhasmodulares,acessíveis arestaurantesde qualquerporte.

New

ton

Sant

os/H

ype

L.C. Leite/Luz

Zé Carlos Barretta/Hype

Div

ulga

ção

SXC