Especial - Mercado de TI faturou US$ 61 bi

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São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 9, 10 e 11 de agosto de 2014 www.dcomercio.com.br Jornal do empreendedor ESPECIAL Mercado de TI faturou US$ 61 bi O Brasil é o sétimo no ranking de países que mais investem em tecnologia e o primeiro na América Latina Carlos Ossamu SXC Jorge Sukarie, da Abes. Os principais polos paulistas de tecnologia A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), vinculada à Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, concluiu estudo que identifica os principais polos e municípios paulistas nos setores de software e serviços de tecnologia da informação e telecomunicações. O estudo apurou que o segmento, formado por empresas de micro e pequeno portes, empregava 249 mil pessoas em 2012, distribuídas em 9.500 empresas no Estado. Entre 2008 e 2012, intensificou-se na capital a concentração de algumas atividades especializadas. Nesse período, os dois segmentos que tiveram crescimento mais expressivo na participação do total dos empregos foram os de desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, que passou de 46,6% para 62,1%, e o de consultoria, que aumentou de 44,8% para 54,6%. O município de São Paulo se destacou como principal polo no subgrupo de software, com 46% das pessoas ocupadas na atividade. Das 25 empresas com mais de 500 pessoas ocupadas localizadas no Estado, 19 estavam na capital. O subgrupo também tem destaque em outros municípios paulistas. A análise dos empregos gerados no segmento de software entre 2008 e 2012 mostrou a consolidação da região metropolitana de SXC O mercado brasileiro de Tecnologia da In- formação (TI) movi- mentou US$ 61,6 bilhões no ano passado, se- gundo levantamento da em- presa de consultoria IDC Bra- sil, um crescimento de 15,4% em relação a 2012. Deste montante, hardware partici- pou com US$ 36,5 bilhões, ser- viços com US$ 14,4 bilhões e software com US$ 10,7 bi- lhões. Na América Latina, o Brasil está no topo da lista em investimentos em TI, repre- sentando 47,4% do mercado; já no mundo estamos na séti- ma posição, com 3%. Segundo Jorge Sukarie, pre- sidente da Abes – Associação Brasileira das Empresas de Software, este ano o setor de- ve crescer menos, em torno de 12%; e em 2015 o Brasil deve superar a França em investi- mentos em TI. Nesta entrevis- ta, o executivo fala sobre o mercado, as tendências, de- safios e os entraves que atra- palham o setor. Diário do Comércio – Como tem sido o desempenho do setor de Tecnologia da Informação (TI)? Jorge Sukarie - O setor de TI tem crescido em ritmo acele- rado, na casa dos dois dígitos. No ano passado este mercado cresceu 15,4%, contra uma média mundial de 4,8%, ou se- ja, crescemos três vezes mais que o mundo. As empresas têm investido maciçamente em tecnologia? Sim, os investimentos em TI no ano passado somaram US$ 61,6 bilhões, dos quais hardware com US$ 36,5 bi- lhões, serviços com US$ 14,4 bilhões e software com US$ 10,7 bilhões. Um país é mais maduro tecnologicamente quando se investe mais em software e serviços. O ideal é que tivéssemos um investi- mento superior a 50% em software e serviços. Hardware é a parte de infraestrutura, a inteligência está em software e serviços. O Brasil vem cami- nhando nesta direção, pois vem crescendo os investi- mentos nesses setores de in- teligência. Mas no ano passa- do as vendas de tablets e smartphones dispararam, mas a expectativas para este ano é de vendas menores des- ses equipamentos. Aplicativos para tablets e smartphones geram receitas? Estamos naquele fenôme- no da 3ª Plataforma, como a IDC chama, quando o usuário tem vários devices além do computador pessoal, como ta- blet, smartphone, notebook e desktop. Isso gera uma de- manda por aplicativos. Esta- mos migrando para um am- biente onde teremos milhares de aplicativos móveis. Até pe- lo perfil do usuário de smart- phones e tablets, esses aplica- tivos têm uma modalidade de comercialização diferente do que estávamos habituados com os PCs. Há muitas oportu- nidades para o Brasil neste segmento de desenvolvimen- to de aplicativos, mas que são comercializados de maneiras diferentes, eventualmente geram receitas não pela ven- da direta, mas por merchandi- sing ou por anúncios. A participação do Brasil no mercado global de TI cresceu para 3%, o que é positivo, não é mesmo? Há pouco tempo o Brasil re- presentava 1% do mercado global de TI, hoje a participa- ção é de 3% e somos o sétimo maior mercado. A expectativa é que passemos a França em 2015, já que temos crescido dois dígitos por ano, ao contrá- rio da França. Apesar das pre- visões pessimistas da econo- mia, o mercado de TI deve crescer 12% este ano, menos do que em 2013, mas mesmo assim na casa dos dois dígitos – o mundo deve crescer 4,6%. Novas formas de comercialização de softwares surgiram no mercado, como o SaaS (software como um serviço). Isso é positivo? Hoje o usuário tem diversas formas de adquirir o software, antigamente era obrigado a comprar licenças, fazer um in- vestimento inicial que muitas vezes era inacessível para uma pequena empresa. Hoje é possível pagar de várias for- mas, como uma mensalidade, no caso do SaaS. Os aplicati- vos para devices muitas vezes são gratuitos, mas se o usuá- rio precisar de uma versão mais sofisticada, ele paga por isso. Hoje há mais alternativas para adquirir o software de for- ma legal. É um ponto bastante positivo para o usuário e tam- bém para a indústria. A nossa principal bandeira é a prote- ção da propriedade intelec- tual, com o combate à pirata- ria. Quando fundamos a Abes, a pirataria era superior a 90%. Os últimos dados indicam que o índice agora está em 50%, caiu 3% em relação a 2011. Ainda é uma taxa alta, mas em comparação há três décadas, tivemos um grande avanço. A média mundial é de 43% e o Brasil é hoje o país com menor índice de pirataria na América Latina. Em termos de valores, as perdas superam os US$ 2,8 bilhões. Muitas vezes o software é bitributado, pagando ISS e ICMS. Este problema persiste? Este problema continua, apesar de que, no nosso en- tendimento, software é servi- ço e deveria pagar somente ISS. Porém, existe o entendi- mento de que se pode catego- rizar o software, como softwa- re de prateleira e games, que deveriam pagar ICMS por se- rem mercadorias. Tem Estado que entende que game de computador em nenhuma hi- pótese é serviço. Este proble- ma perdura há muito tempo. Fica esta insegurança jurídica, mesmo com a Lei Comple- mentar 116 de 2003, que dei- xa claro que o licenciamento de software deve ser encara- do como serviço. Em alguns Estados, como São Paulo, eles cobram ICMS sobre a mídia e o manual. Assim, a nossa reco- mendação no Estado de São Paulo é que o associado pague os dois impostos, apesar de ser bitributação, pois enten- demos que o valor não é eleva- do em relação ao ICMS e por is- so não vale a pena essa briga, pois isso pode colocar a em- presa em situação de insol- vência. De qualquer forma, é uma situação absurda. Quais outros entraves o setor enfrenta? Na área de relações de tra- balho é inconcebível pensar em um setor de tecnologia, que trabalha com inovação, em que o funcionário precisa bater o cartão, guardar o com- provante em papel. É preciso ter o entendimento que o pro- fissional não tem hora para tra- balhar, a dinâmica do nosso se- tor é bem diferente de uma fá- brica – tem gente que produz melhor de manhã, outro de madrugada, a empresa preci- sa se adaptar ao jeito que esses grandes talentos trabalham. Mas no cenário que a gente vi- ve, eles precisam bater cartão e pegar o comprovante. Infeli- zmente a legislação não per- mite ser diferente. Há outros pontos que a Abes defende? Outro ponto que defende- mos envolve criar no País um ambiente de negócio favorá- vel ao crescimento das empre- sas do nosso setor. Isso signifi- ca abrir e fechar uma empresa com maior facilidade, uma car- ga tributária adequada, clara, fácil de ser cumprida, e menos burocracia. Neste quesito de ambiente de negócio, em to- dos os estudos o Brasil sempre aparece em posições muito ruins. As dificuldades aqui são inúmeras, existe uma quanti- dade enorme de obrigações acessórias, demandando um número grande de funcioná- rios na área fiscal, cada Estado tem regras diferentes, abrir uma filial pode levar muito tempo, tudo isso encarece o custo. Também os juros são elevados e faltam linhas de fi- nanciamento adequadas. Campinas como centro de desenvolvimento de programas de computador sob encomenda e desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis. As empresas de grande porte especializadas no desenvolvimento de programas sob encomenda instaladas em Jaguariúna e Americana, somadas às de Campinas, formam o segundo maior contingente de pessoas ocupadas na atividade no Estado. Já São José dos Campos e Ribeirão Preto destacaram-se no período como potenciais polos de Tecnologia da Informação. Entre 2008 e 2012, a participação das atividades de desenvolvimento de programas de computador sob encomenda em São José dos Campos aumentou de 7,8% para 17,2%, e o desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis cresceu de 4,4% para 10,0%. Em termos absolutos, esses empregos ampliaram-se de 145 para 804. Em Ribeirão Preto, no mesmo período, a participação das atividades de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis cresceu de 15,3% para 35,4%, passando de 126 para 808 pessoas ocupadas. O estudo identificou, ainda, que as empresas do setor de software e serviços de TI e Telecom têm trabalhadores com elevado nível de instrução. Em 2012, enquanto graduados e pós- graduados representavam 18,8% do total de empregos no Estado, no setor essa presença chegou a 47,4%. 10 Bilhões de dólares foi o faturamento do setor de software

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O Brasil é o sétimo no ranking de países que mais investem em tecnologia e o primeiro na América Latina

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São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 9, 10 e 11 de agosto de 2014www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

ESPECIAL

Mercadode TIfaturouUS$ 61 bi

O Brasil é osétimo noranking de

países que maisinvestem em

tecnologia e oprimeiro na

América Latina

Carlos Ossamu

SXC

Jorge Sukarie, da Abes.

Os principais polos paulistas de tecnologia

AFundação Sistema

Estadual de Análise

de Dados (Seade),

vinculada à

Secretaria Estadual de

Planejamento e

Desenvolvimento Regional

do Estado de São Paulo,

concluiu estudo que

identifica os principais polos e

municípios paulistas nos

setores de software e

serviços de tecnologia da

informação e

telecomunicações.

O estudo apurou que o

segmento, formado por

empresas de micro e

pequeno portes, empregava

249 mil pessoas em 2012,

distribuídas em 9.500

empresas no Estado.

Entre 2008 e 2012,

intensificou-se na capital a

concentração de algumas

atividades especializadas.

Nesse período, os dois

segmentos que tiveram

crescimento mais expressivo

na participação do total dos

empregos foram os de

desenvolvimento de

programas de computador

sob encomenda, que passou

de 46,6% para 62,1%, e o de

consultoria, que

aumentou de

44,8% para

54,6%.

O município

de São Paulo se

destacou como

principal polo

no subgrupo de software,

com 46% das pessoas

ocupadas na atividade.

Das 25 empresas com mais

de 500 pessoas ocupadas

localizadas no Estado, 19

estavam na capital. O

subgrupo também tem

destaque em outros

municípios paulistas. A

análise dos empregos

gerados no segmento de

software entre 2008 e 2012

mostrou a consolidação da

região metropolitana de

SXC

Omercado brasileiro

de Tecnologia da In-

formação (TI) movi-

mentou US$ 61,6

bilhões no ano passado, se-

gundo levantamento da em-

presa de consultoria IDC Bra-

sil, um crescimento de 15,4%

em relação a 2012. Deste

montante, hardware partici-

pou com US$ 36,5 bilhões, ser-

viços com US$ 14,4 bilhões e

software com US$ 10,7 bi-

lhões. Na América Latina, o

Brasil está no topo da lista em

investimentos em TI, repre-

sentando 47,4% do mercado;

já no mundo estamos na séti-

ma posição, com 3%.

Segundo Jorge Sukarie, pre-

sidente da Abes – As soc iaç ão

Brasileira das Empresas de

Software, este ano o setor de-

ve crescer menos, em torno de

12%; e em 2015 o Brasil deve

superar a França em investi-

mentos em TI. Nesta entrevis-

ta, o executivo fala sobre o

mercado, as tendências, de-

safios e os entraves que atra-

palham o setor.

Diário do Comércio – Comotem sido o desempenho dosetor de Tecnologia daInformação (TI)?

Jorge Sukarie - O setor de TI

tem crescido em ritmo acele-

rado, na casa dos dois dígitos.

No ano passado este mercado

cresceu 15,4%, contra uma

média mundial de 4,8%, ou se-

ja, crescemos três vezes mais

que o mundo.

As empresas têm investidomaciçamente em tecnologia?

Sim, os investimentos em TI

no ano passado somaram US$

6 1 , 6 b i l h õ e s , d o s q u a i s

hardware com US$ 36,5 bi-

lhões, serviços com US$ 14,4

bilhões e software com US$

10,7 bilhões. Um país é mais

maduro tecnologicamente

quando se investe mais em

software e serviços. O ideal é

que tivéssemos um investi-

mento superior a 50% em

software e serviços. Hardware

é a parte de infraestrutura, a

inteligência está em software

e serviços. O Brasil vem cami-

nhando nesta direção, pois

vem crescendo os investi-

mentos nesses setores de in-

teligência. Mas no ano passa-

do as vendas de tablets e

smartphones dispararam,

mas a expectativas para este

ano é de vendas menores des-

ses equipamentos.

Aplicativos para tablets esmartphones geram receitas?

Estamos naquele fenôme-

no da 3ª Plataforma, como a

IDC chama, quando o usuário

tem vários devices além do

computador pessoal, como ta-

blet, smartphone, notebook e

desktop. Isso gera uma de-

manda por aplicativos. Esta-

mos migrando para um am-

biente onde teremos milhares

de aplicativos móveis. Até pe-

lo perfil do usuário de smart-

phones e tablets, esses aplica-

tivos têm uma modalidade de

comercialização diferente do

que estávamos habituados

com os PCs. Há muitas oportu-

nidades para o Brasil neste

segmento de desenvolvimen-

to de aplicativos, mas que são

comercializados de maneiras

diferentes, eventualmente

geram receitas não pela ven-

da direta, mas por merchandi-

sing ou por anúncios.

A participação do Brasil nomercado global de TI cresceupara 3%, o que é positivo, não émesmo?

Há pouco tempo o Brasil re-

presentava 1% do mercado

global de TI, hoje a participa-

ção é de 3% e somos o sétimo

maior mercado. A expectativa

é que passemos a França em

2015, já que temos crescido

dois dígitos por ano, ao contrá-

rio da França. Apesar das pre-

visões pessimistas da econo-

mia, o mercado de TI deve

crescer 12% este ano, menos

do que em 2013, mas mesmo

assim na casa dos dois dígitos

– o mundo deve crescer 4,6%.

Novas formas decomercialização de softwaressurgiram no mercado, como oSaaS (software como umserviço). Isso é positivo?

Hoje o usuário tem diversas

formas de adquirir o software,

antigamente era obrigado a

comprar licenças, fazer um in-

vestimento inicial que muitas

vezes era inacessível para

uma pequena empresa. Hoje é

possível pagar de várias for-

mas, como uma mensalidade,

no caso do SaaS. Os aplicati-

vos para devices muitas vezes

são gratuitos, mas se o usuá-

rio precisar de uma versão

mais sofisticada, ele paga por

isso. Hoje há mais alternativas

para adquirir o software de for-

ma legal. É um ponto bastante

positivo para o usuário e tam-

bém para a indústria. A nossa

principal bandeira é a prote-

ção da propriedade intelec-

tual, com o combate à pirata-

ria. Quando fundamos a Abes,

a pirataria era superior a 90%.

Os últimos dados indicam que

o índice agora está em 50%,

caiu 3% em relação a 2011.

Ainda é uma taxa alta, mas em

comparação há três décadas,

tivemos um grande avanço. A

média mundial é de 43% e o

Brasil é hoje o país com menor

índice de pirataria na América

Latina. Em termos de valores,

as perdas superam os US$ 2,8

bilhões.

Muitas vezes o software ébitributado, pagando ISS eICMS. Este problema persiste?

Este problema continua,

apesar de que, no nosso en-

tendimento, software é servi-

ço e deveria pagar somente

ISS. Porém, existe o entendi-

mento de que se pode catego-

rizar o software, como softwa-

re de prateleira e games, que

deveriam pagar ICMS por se-

rem mercadorias. Tem Estado

que entende que game de

computador em nenhuma hi-

pótese é serviço. Este proble-

ma perdura há muito tempo.

Fica esta insegurança jurídica,

mesmo com a Lei Comple-

mentar 116 de 2003, que dei-

xa claro que o licenciamento

de software deve ser encara-

do como serviço. Em alguns

Estados, como São Paulo, eles

cobram ICMS sobre a mídia e o

manual. Assim, a nossa reco-

mendação no Estado de São

Paulo é que o associado pague

os dois impostos, apesar de

ser bitributação, pois enten-

demos que o valor não é eleva-

do em relação ao ICMS e por is-

so não vale a pena essa briga,

pois isso pode colocar a em-

presa em situação de insol-

vência. De qualquer forma, é

uma situação absurda.

Quais outros entraves osetor enfrenta?

Na área de relações de tra-

balho é inconcebível pensar

em um setor de tecnologia,

que trabalha com inovação,

em que o funcionário precisa

bater o cartão, guardar o com-

provante em papel. É preciso

ter o entendimento que o pro-

fissional não tem hora para tra-

balhar, a dinâmica do nosso se-

tor é bem diferente de uma fá-

brica – tem gente que produz

melhor de manhã, outro de

madrugada, a empresa preci-

sa se adaptar ao jeito que esses

grandes talentos trabalham.

Mas no cenário que a gente vi-

ve, eles precisam bater cartão

e pegar o comprovante. Infeli-

zmente a legislação não per-

mite ser diferente.

Há outros pontos que a Abesdefende?

Outro ponto que defende-

mos envolve criar no País um

ambiente de negócio favorá-

vel ao crescimento das empre-

sas do nosso setor. Isso signifi-

ca abrir e fechar uma empresa

com maior facilidade, uma car-

ga tributária adequada, clara,

fácil de ser cumprida, e menos

burocracia. Neste quesito de

ambiente de negócio, em to-

dos os estudos o Brasil sempre

aparece em posições muito

ruins. As dificuldades aqui são

inúmeras, existe uma quanti-

dade enorme de obrigações

acessórias, demandando um

número grande de funcioná-

rios na área fiscal, cada Estado

tem regras diferentes, abrir

uma filial pode levar muito

tempo, tudo isso encarece o

custo. Também os juros são

elevados e faltam linhas de fi-

nanciamento adequadas.

Campinas como centro de

desenvolvimento de

programas de computador

sob encomenda e

desenvolvimento e

licenciamento de programas

de computador

customizáveis.

As empresas de grande

porte especializadas no

desenvolvimento de

programas sob encomenda

instaladas em Jaguariúna e

Americana, somadas às de

Campinas, formam o

segundo maior contingente

de pessoas ocupadas na

atividade no Estado.

Já São José dos Campos e

Ribeirão Preto destacaram-se

no período como potenciais

polos de Tecnologia da

Informação. Entre 2008 e

2012, a participação das

atividades de

desenvolvimento de

programas de computador sob

encomenda em São José dos

Campos aumentou de 7,8%

para 17,2%, e o

desenvolvimento e

licenciamento de programas

de computador customizáveis

cresceu de 4,4% para 10,0%.

Em termos absolutos, esses

empregos ampliaram-se de

145 para 804.

Em Ribeirão Preto, no

mesmo período, a

participação das atividades

de desenvolvimento e

licenciamento de programas

de computador

customizáveis cresceu de

15,3% para 35,4%, passando

de 126 para 808 pessoas

ocupadas.

O estudo identificou, ainda,

que as empresas do setor de

software e serviços de TI e

Telecom têm trabalhadores

com elevado nível de

instrução. Em 2012,

enquanto graduados e pós-

graduados representavam

18,8% do total de empregos

no Estado, no setor essa

presença chegou a 47,4%.

10Bilhões de dólares

foi o faturamento do

setor de software

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2 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 9, 10 e 11 de agosto de 2014

Investimentos emTI e Telecom em alta

Previsão é de que o Brasil alcance a 4ª posição no mercado mundial ainda este ano

AIDC Brasil, consulto-

ria especializada em

Tecnologia, divul-

gou um estudo com

previsões sobre as principais

tendências para o mercado

brasileiro em 2014. Segundo

a empresa, o País deve conso-

lidar sua posição de 4º maior

mercado de TIC do mundo,

somando TI e Telecomunica-

ções. Estima-se que os inves-

timentos nesta área che-

guem a US$ 175 bilhões neste

ano e que 71 mi lhões de

Smart Connected Devices

(desktops, notebooks, ta-

blets e smartphones) sejam

vendidos no Brasil em 2014.

“A 3ª plataforma, com solu-

ções baseadas em mobilida-

de, cloud computing, Big Da-

ta e social business, é o novo

centro de inovação”, disse

Alexandre Campos, diretor

de pesquisas da IDC Brasil.

De acordo com a consulto-

ria, as tecnologias da 3ª Plata-

forma estão alinhadas ao au-

mento da influência dos exe-

cutivos de negócios nos in-

v e s t i m e n t o s d e T I ,

comprando soluções cada

vez mais específicas para

suas indústrias. A estimativa

é de que US$ 6 bilhões dos in-

vestimentos em TI venham

diretamente do orçamento

de negócios.

Ao combinar novos disposi-

tivos (smartphones, tablets e

outros dispositivos sem fio) e

novas aplicações (comunica-

ções unificadas, vídeo, vir-

tualização, gerenciamento

de dispositivos móveis), a 3ª

Plataforma estimula o upgra-

de das redes corporativas pa-

ra dar conta do aumento do

volume de dados. Segundo o

relatório IDC Networking Tra-

cker, o volume mundial de in-

formações digitais alcançará

5,4 zettabytes em 2014 (1

zettabytes corresponde a 1

trilhão de gigabytes).

A 3ª Plataforma também

deve proporcionar o aumento

da venda de serviços de Tele-

com, tendo os dados como

peça central. O crescimento

previsto para os serviços de

dados fixos é de 9,7%, de da-

dos móveis, 21%, e de data

center, 13%. A segurança de

redes de longa distância

(WAN) também vai ganhar

espaço na agenda dos execu-

tivos de tec-

nologia. A IDC

também pre-

vê que a rede

4G estará em

plena opera-

ção comer-

cial até o final

do ano, com

uma base de

3 milhões de

assinantes.

Outra ten-

dência forte

para este ano é o amadureci-

mento de estruturas de Big

Data/Analytics, que deve mo-

vimentar cerca de US$ 426

mi lhões no Bras i l , entre

hardware, software e servi-

ços, apesar de desafios como

a escassez de mão de obra es-

pecializada e concorrência

com outras prioridades, co-

SXC

A estimativada consultoriaIDC é que os

investimentosem TI e

Te l e c o m ,juntos,

cheguem aUS$ 175bilhões

este ano.

São 136 milhõesde computadoresno Brasil,segundo a FGV

Salão ExpoCell começa hoje no Anhembi

OGVcia, Centro de Tecnologia de

Informação Aplicada da Escola de

Administração de Empresas de São

Paulo da Fundação Getulio Vargas

(FGV-EAESP), divulga anualmente um amplo

retrato do mercado de Tecnologia de

Informação (TI), com resultados de pesquisas

do uso nas empresas.

Os valores e estudos divulgados comprovam

um crescente processo de informatização das

empresas e da sociedade. O GVcia é

considerado um centro de referência na área e

traz em suas pesquisas números inéditos e

interessantes, retratando o cenário atual e as

tendências desse ambiente.

A 25ª edição do estudo, que teve como base

6 mil empresas de médio e grande porte,

indicou que hoje existem 136 milhões de

computadores em uso no Brasil (corporativo e

doméstico), dos quais 18 milhões são tablets.

Isso significa um densidade de 67% per capita

ou 2 computadores para cada 3 habitantes.

O total de equipamentos em uso continua

dobrando a cada quatro anos, desde 2000.

Para este ano, a estimativa de vendas é de

24,8 milhões de unidades, ou um computador

vendido por segundo. Assim, em 2016 o Brasil

terá 200 milhões de computadores em

operação, um por habitante. Já em relação à

densidade de telefones (fixo e celular), o

Brasil ultrapassou os EUA: já temos 3

telefones para cada 2 habitantes.

Segundo o estudo, as empresas investem

7,5% da sua receita anual em TI, valor que

dobrou em 14 anos. O Custo Anual por Usuário

(Gastos e Investimentos totais no ano dividido

pelo número de usuários) subiu para R$ 26,5

mil, um valor que continuará crescendo

acima do Custo Anual por Teclado que está

em R$ 23,3 mil.

Em relação ao ambiente de TI, a Microsoft

continua dominando a estação de trabalho

das empresas com

Windows, Explorer e Office

com mais de 90% do uso.

Nos servidores

corporativos, a plataforma

Windows tem 70% e o Linux

18% do uso. Das empresas

pesquisadas, 84%

afirmaram que usam algum

tipo de Sistema Integrado

de Gestão (ERP), em que os

diversos sistemas da

empresa “conversam”

entre si, demonstrando um

grau maior de maturidade

tecnológica. Os fabricantes

TOTVS, SAP e Oracle detêm,

juntos, 83% deste mercado.

Começa hoje no Pavi-

lhão de Exposições do

Anhembi a Office Bra-

sil Escolar 2014 –28ª Feira In-

ternacional de Produtos para

Papelaria, Escritórios e Esco-

las. Dentro da feira, de forma

integrada, ocorre o Salão Ex-

poCell – Salão Internacional

de Tecnologia e Acessórios

para Celulares.

Segundo a Francal, organi-

zadora da feira, importantes

ações foram tomadas este

ano para potencializar a visi-

tação de lojistas de todo o Bra-

sil, como sorteio de passa-

gens aéreas e hospedagem a

papelarias de fora de São Pau-

lo, cortesia de viagem para

cerca de 200 lojistas indica-

dos pelos representantes co-

merciais parceiros e carava-

nas gratuitas para papelarias

pequenas, que muitas vezes

não têm a oportunidade visi-

tar um evento deste porte.

A exemplo dos anos ante-

riores, varejistas de todo o

Brasil que realizarem com-

pras de expositores com sede

no Estado de São Paulo exclu-

sivamente durante a feira, te-

rão prorrogação de 30 dias no

recolhimento do ICMS/ST in-

cidente nas saídas de merca-

dorias.

A edição 2014 reúne 180

empresas em 30 mil m² de

área e oferece um amplo mix

de produtos para abastecer

os diferentes tipos de estabe-

lecimentos que compõem o

varejo de papelarias: mochi-

las, material de escritório, in-

formática, brinquedos didáti-

cos, presentes, entre outros.

Para esta edição, são espera-

dos a visita de mais de 20 mil

profissionais do setor.

Com a popularização dos

celulares – são quase 270 mi-

lhões de linhas habilitadas no

País –, dos smartphones e ta-

blets aumentou a demanda

por acessórios para estes

aparelhos nas papelarias. Em

razão disso, o foi criado o Sa-

lão ExpoCell – Salão Interna-

cional de Tecnologia e Aces-

sórios para Celulares, que

funciona de forma integrada

à Office Brasil Escolar 2014,

como forma de atender a esta

nova necessidade do varejo.

Segundo a empresa de

consultoria IDC Brasil, no ano

passado foram vendidos 8,4

milhões de tablets, o que re-

presenta um crescimento de

157% se comparado ao volu-

me comercializado em 2012.

Apenas no último trimestre

de 2013 foram comercializa-

dos 3 milhões de unidades,

crescimento de 149% em re-

lação ao mesmo período do

ano anterior. “Este resultado

é inédito para o setor. No ulti-

mo trimestre de 2013 foi a pri-

meira vez, desde que foram

lançados, que os tablets su-

peram os notebooks em volu-

me de vendas em mais de

800 mil unidades”, diz Pedro

Hagge, analista de mercado

da IDC Brasil.

Ainda segundo a IDC, no

ano as vendas totais de tele-

fones celulares somaram

67,8 milhões de unidades,

sendo 35,6 milhões de smart-

phones, número recorde e

que representa um cresci-

mento de 123% frente ao ano

anterior. Foi a primeira vez no

Brasil que se vendeu mais

smartphones do que celula-

res convencionais.

Pa l e s t r a sA fim de reforçar seu cará-

ter de realização de negó-

cios, a Office Brasil Escolar

abriga anda o Ciclo de Pales-

tras, nos dias 11 e 12 de

agosto, com seis temas im-

portantes para a gestão dos

pontos de venda. Entre elas,

o destaque é o Cartão Mate-

rial Escolar, um dos temas

mais relevantes para o setor

na atualidade, uma vez sua

implantação pode voltar a

impulsionar as vendas perdi-

das com a doação de kits es-

colares para alunos da rede

pública de ensino.

Complementa a progra-

mação paralela o Seminário

de Educação, realizado pela

Abrigraf São Paulo – Associa-

ção Brasileira da Indústria

Gráfica e Francal Feiras, pro-

motora da Office Brasil Esco-

lar, para resgatar a presença

de profissionais da área edu-

cacional na feira, importante

público formador de opinião e

de decisão na escolha do ma-

terial escolar em suas insti-

tuições de ensino.

SSERVIÇOERVIÇOOffice Brasil Escolar 2014Data: 11 a 14 de agostoHorário: das 13h às 21h (dia 14,das 13h às 19h)Local. Pavilhão de Exposiçõesdo AnhembiSi te :w w w. o f f i ce b ra s i l e s co l a r. co m . b r

mo nuvem e mobilidade. A

principal aplicação ainda se-

rá o chamado “So c i a l y t ic s ”,

para captura e análise de da-

dos gerados nas redes so-

ciais. “Será necessário o in-

vestimento em capacitação

de profissionais, e devem sur-

gir empresas data brokers ou

analytics providers. Os pro-

vedores de soluções e fabri-

cantes também terão de se

preparar para mostrar como

esta tecnologia gera mais va-

lor em relação ao Analytics

tr ad ici ona l”, comenta o dire-

tor da IDC Brasil.

Os data centers terão um

papel fundamental e a neces-

sidade de otimização vai pro-

vocar um ciclo de renovação,

com mais de 20% dos servido-

res vendidos no Brasil em 2014

sendo destinados a centros de

dados. A busca por Colocation

e Hosting continuará forte,

mas haverá um grande cresci-

mento na contratação de IaaS

(infraestrutura como serviço),

e a legislação pode impactar

positivamente na adoção de

data centers locais.

A adoção da nuvem pública

impulsionada pela moderni-

zação de aplicações é outra

tendência importante. Os in-

vestimentos devem atingir

US$ 569 milhões em 2014, e

para 2017 a previsão é que

cheguem a US$ 2,6 bilhões.

A mobilidade continua em

alta. A transição para disposi-

tivos móveis continuará ace-

lerada neste ano. Os smart-

phones e tablets deverão en-

cerrar o ano com vendas de

mais de 58 milhões de unida-

des e 81% de

pa rtic ipaç ão

no mercado

d e S m a r t

Conn ec ted

Devices, ga-

nhando ain-

da mais terre-

no em re la-

ção a desk-

t o p s e

notebooks.

O s “ p h a-

bl ets ”, híbri-

dos de telefones e tablets,

ainda dão seus primeiros pas-

sos, mas lançamentos de

smartphones com telas aci-

ma de 5 polegadas prometem

agitar o segmento neste ano.

Do lado das empresas, os

executivos de TI já percebe-

ram a importância de uma es-

tratégia de mobilidade.

SXC

Este ano devem ser vendidos quase 25 milhões de computadores.

58Milhões de tablets e

smartphones serão

vendidos este ano

Office Brasil Escolar 2014: evento reúne este ano cerca de 180 empresas expositoras.

Div

ulga

ção

Page 3: Especial - Mercado de TI faturou US$ 61 bi

sábado, domingo e segunda-feira, 9, 10 e 11 de agosto de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ESPECIAL - 3

Uma boahora paravenderautomaçãoPara o presidente da distribuidoraScanSource CDC Brasil, é emperíodos de baixo crescimento daeconomia que as empresasinvestem em tecnologia

Adistribuidora norte-

amer i cana Scan-

Source está no mer-

cado nacional desde

2011, quando adquiriu a CDC

Brasil, tornando-se a Scan-

Source CDC Brasil. Trata-se de

uma das maiores distribuido-

ra de tecnologia do mundo,

atuando no segmento de au-

tomação comercial, AIDC

(captura de dados), Telecom,

networking (redes) e TI.

Para Alexandre Conde, pre-

sidente da subsidiária brasi-

leira, apesar do baixo cresci-

mento da economia, o setor

de automação vem apresen-

tando bom desempenho. “Se

nas empresas o orçamento

em TI diminuiu, aumentou os

investimentos em ferramen-

tas de produtividade. O Brasil

não é mais um país de salários

baixos. Com isso, aumenta a

necessidade de automatizar

processos, que não é colocar

robôs, mas ter os sistemas in-

tegrados com um ERP, ter co-

letores de dados etc”, diz.

Diário do Comércio – Comoatua a ScanSource CDC Brasil

no mercado detecnologia?

Alexandre Conde–O nosso

negócio é a distribuição de

hardware, não trabalhamos

com softwares. Temos todos

os equipamentos, de todos os

fabricantes, os nossos parcei-

ros encontram aqui todos os

equipamentos que precisam

em um só lugar. Também não

atuamos no segmento de

commodities, e sim de proje-

tos, com tudo que está ligado a

integração de hardware,

software e serviços.

Por que a ScanSource nãotrabalha com softwares?

Este mercado de software e

serviços é muito segmentado

e pulverizado, existem muitos

aplicativos para o PDV – se o

supermercado é grande, ele

usa um, se é pequeno, usa ou-

tro; o aplicativo para uma far-

mácia é um, para loja é outro.

Por isso nós não distribuímos

softwares, que são fornecidos

por softwares houses e reven-

das de integração, chamados

VARs, que complementam es-

ses equipamentos que distri-

buímos e

e n t r e g a m a o

cliente uma solução.

Qual o perfil das revendasque fazem parte do canal daScanSource?

São mais de 4 mil revende-

dores em nosso canal que

atendemos por trimestre. Es-

sas revendas integram os nos-

s o s e q u i p a m e n t o s c o m

softwares e serviços. São re-

vendas de valor agregado,

voltadas a projetos, elas não

vendem apenas equipamen-

tos. Um varejista não conse-

gue simplesmente ir a uma lo-

ja e comprar um PDV e usar, é

preciso fazer a instalação do

hardware e do software, ter

treinamento para usar o siste-

ma. Cada cliente demanda um

tipo de equipamento, a reven-

da instala o aplicativo, presta

serviços de implementação,

treinamento e pós-venda,

com suporte técnico.

No mercadode automação

comercial,historicamente há um

atrito entre fabricantes e ocanal. Isso continua?

Alguns fabricantes pos-

suem programas de canais,

que diferenciam quem inves-

te mais na parceria. Tem aque-

la revenda que se certificou

para vender a solução, fez trei-

namento, investiu, gastou

tempo e por isso tem mais pro-

jetos, mais clientes e mais vo-

lume. Já outra revenda, não.

Então, se o fabricante não tem

um programa de canais claro,

ele acaba vendendo com o

mesmo preço para qualquer

revenda, sem fazer essa dis-

tinção de quem se certificou e

investiu em capacitação. Esta

geralmente é a reclamação,

pelo fato de o fabricante não

ter uma política clara para os

canais, não fazer esta distin-

ção, o que de fato faz sentido.

Existe uma evolução no nú-

mero de fabricantes que im-

plantaram programas de ca-

nais, o que demonstra uma

maior profissionalização, o

que é bom para o mercado.

Como o baixo crescimentoda economia tem afetado omercado de automação?

A busca pela eficiência é

mais urgente no Brasil, pois te-

mos uma economia indexada

– independentemente da em-

presa crescer as suas vendas

ou não, os salários vão subir de

acordo com o dissídio, o alu-

guel vai ser reajustado pelo

IGP-M, coisa que não acontece

em outros países. Aqui, mes-

mo não aumentando a receita,

a despesa aumenta todo ano.

Assim, em períodos em que a

economia cresce menos e os

custos continuam subindo, as

empresas buscam mais efi-

ciência e investem em produ-

tividade.

Por que isso acontece?Em 2010, com o PIB crescen-

do 7,5%, as empresas estavam

menos preocupadas em olhar

para dentro, na melhoria dos

seus processos. Em alguns se-

tores, as empresas estavam

c o m p r a n d o

mais tecnolo-

gia de inova-

ção, novida-

des para usar

como marke-

ting, e menos

de produtivi-

dade. Hoje, is-

so se inverteu,

e l a s e s t ã o

olhando me-

nos para ino-

vação e mais

para produtividade. Apesar de

a economia não estar boa, esta-

mos crescendo mais agora do

que em períodos em que a eco-

nomia estava melhor. Nós ven-

demos automação, soluções

para aumento de produtivida-

de. Se nas empresas o orça-

mento em TI diminuiu, aumen-

tou os investimentos em ferra-

mentas de produtividade. O

Brasil não é mais um país de sa-

lários baixos. Com isso, aumen-

Divulgação

ta a necessidade de automati-

zar processos, que não é colo-

car robôs, mas ter os sistemas

integrados com um ERP, ter co-

letores de dados etc. Com isso,

com poucas pessoas se conse-

gue fazer o mesmo processo

que se fazia com dez, sem erros

na operação, sem retrabalho.

O SAT – Sistema deAutenticação e Transmissão vaisubstituir a impressora fiscal.Qual o impacto disso para ocanal de automação comercial?

Com a chegada do SAT, o

que muda é a

troca da im-

pressora fiscal

pela não fiscal

como compro-

vante da com-

pra –a nota fis-

cal o consumi-

dor poderá re-

ceber por e-

mail. Cada Es-

tado está ado-

tando uma le-

gislação dife-

rente. O impacto para o setor

será para quem não sabe ven-

der automação – o revendedor

que ia até o comerciante e dizia

que ele tinha de comprar uma

impressora fiscal porque a lei

manda, este vai sofrer. Vai vol-

tar ao que a gente tinha há 20

anos, antes da legislação fis-

cal, que é vender os benefícios

da automação, ou seja, geren-

ciar melhor o estoque, atender

bem o cliente.

Alexandre Conde, da ScanSource

Impressão no pontode venda

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

Ed i to r - Ch e feJosé Guilherme

Rodrigues Ferreira

Edição e reportagemCarlos Ossamu

D iagramaçãoLino Fernandes

Gerente Executivade Publicidade

Sonia Oliveira

Telefone: 3180-3029s o l i ve i ra @ a c s p. co m . b r

AEpson do Brasil lançou

uma linha de mini

i m p re s s o r a s

inteligentes, que traz um

novo conceito de tecnologia

para o mercado de

automação comercial. Trata-

se da TM-T88 V-i, que, por

conta de uma CPU instalada

no próprio equipamento e um

servidor Web integrado,

oferece ao usuário a

facilidade de imprimir a partir

de qualquer dispositivo

móvel e utilizar diferentes

aplicações, em uma interface

inteligente.

Este conceito de inovação

que a Epson apresenta nesta

nova linha expande a

capacidade do ponto de

venda, já que permite utilizar

diversas aplicações

simultâneas, como máquina

de senhas, cupom

promocional, entre outras.

“Esta nova classe de soluções

inteligentes é um elo entre as

aplicações tradicionais e

web, que permitirão ao

comércio aproveitar as novas

aplicações de ponto de venda

sem sacrificar o atual

investimento em tecnologia”,

destaca Dulce Macedo,

gerente de produtos da Epson

do Brasil.

Outro destaque da

impressora inteligente é a

mobilidade, já que oferece

interface de rede ou Wi.Fi e

acesso às informações via

nuvem. “Trouxemos esta

nova linha em resposta às

demandas dos

consumidores, por um

processo de compra mais

personalizado, e do

comércio, por maior

mobilidade no ponto de

venda”, ressalta a executiva.

Outra versão, a TM-T88 V-

DT, apresenta uma CPU

integrada com sistema

operacional Windows

Embedded POSReady 7 ou

Linux, que dispensa o uso de

um PC. Através das portas

Div

ulga

ção

Impressora inteligente Epson

SXC

4Mil revendedores

fazem parte do canal

da ScanSource

USB, o equipamento pode

controlar diversos

periféricos, como display,

scanner, balanças, leitores

diversos e terminais TEF, sem

a necessidade de driver

adicional.

O PC encolheuA Schalter, empresa de

desenvolvimento, fabricação e

comercialização de soluções

integradas de automação

comercial e bancária,

apresenta o novo Mini PC: S-

QUAD Quad Core Mini PC, com

design compacto, mas com

tudo que um computador

precisa. O equipamento

apresenta baixo consumo de

energia (APU - máximo de 25W

TDP) e grande desempenho

gráfico, o novo Mini PC da

Schalter é CPU, GPU e I/O em

um único chip, desenvolvido

utilizando processadores AMD

Embedded G-series Quad Core

1.5 e 2.0 GHz. Cada APU

suporta displays de alta

resolução simples ou dual-

independente e excepcional

capacidade de multimídia com

suporte de hardware para

decodificação de H.264, VC-1,

MPEG2, WMV, DivX e Adobe

Flash, além disso suporta

memória RAM de até 16 GB.

Conta com processamento

SOC (System on a Chip)

posicionando o S-QUAD uma

geração à frente das CPUs

comuns de mercado.

Preparado para qualquer

desafio de áudio e som, o S-

QUAD conta com um núcleo

de vídeo ATI Radeon série

8000.

Page 4: Especial - Mercado de TI faturou US$ 61 bi

4 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 9, 10 e 11 de agosto de 2014

Brasil terá o maior sistemade biometria do mundo

Pequena empresa de Campinas de alta tecnologia fornece o sistema que fará a validação biométrica

SXC

Nova estratégia emoutsourcing de TI

Divulgação

FabianoPardini: os

novos serviçosde outsourcingoferecem umarelação custo x

benefíciobastante

atraente paraas empresas.

Nas eleições desteano, quase 800municípios de todosos Estados e do

Distrito Federal vão utilizar osistema de identificação porbiometria por impressãodigital. O Programa deIdentificação Biométrica doEleitor do TSE foi iniciado em2008 como um projeto piloto,em apenas três municípios.Em 2010, a biometria foiampliada para 60 cidades. Em2012, a votação comidentificação biométricaocorreu em 300 localidades.Em 2018 todos os eleitoresdeverão utilizar este sistemade identificação, atingindo160 milhões de pessoas. Estenúmero faz com que o sistemade identificação biométricanacional seja considerado omaior do mundo.

Em maio, foi divulgado oresultado da concorrênciapública que selecionou oresponsável pela certificação egerenciamento do banco dedados do Tribunal SuperiorEleitoral (TSE). A ganhadora

foi a Griaule Biometrics, umapequena empresa brasileirade Campinas (SP),especializada em soluções embiometria. A empresa assinouum contrato no valor de R$ 82milhões para fornecer, pordois anos, sistemas deverificação de impressãodigital em larga escala para oórgão eleitoral federal.

Considerando que sãocoletadas as digitais dos 10dedos de cada pessoa, onúmero de comparações que osoftware de reconhecimentotem que processar é da ordemde quintilhões. O que osistema da Griaule irá fazer é avalidação biométrica de toda abase coletada até agora, com afinalidade de garantir asegurança do pleito. “O TSEpossui atualmente um bancode dados com 24 milhões deeleitores cadastrados.Entretanto, essa base nãopossui garantia de unicidade:ou seja, é possível que umapessoa mal intencionadatenha se cadastrado duasvezes nesse banco, com nomes

diferentes. O objetivo dacontratação do TSE é validar abase de dados, verificando,registro por registro, se existealguma duplicidade”, explicaIron Daher, CEO da GriauleB i o m e t ri c s.

O produto adquirido peloTSE, o GBS Server, é fruto demais de 10 anos dedesenvolvimento e pesquisafeitos pela Griaule, com oapoio de instituições defomento à inovação epesquisa como a Finep, aFapesp e o Cnpq, além daAgência de Inovação InovaUnicamp. O GBS Server é umservidor de autenticaçãobiométrica, responsável porarmazenar, validar eautenticar os dadosbiométricos dos eleitoresb ra s i l e i ro s.

Segundo a empresa, osistema é o mais preciso domundo, recebendocertificações deinteroperabilidade equalidade de órgãos norte-americanos, como o FederalBureau of Investigation (FBI) e

o National Institute ofStandards and Tecnology(NIST). Em 2006, o algoritmode reconhecimento doSistema Automatizado deIdentificação de ImpressõesDigitais em larga escala (AFIS)da Griaule conquistou oprimeiro lugar na FigerprintVerification Competitition(FVC2006), considerado oPrêmio Nobel na área deb i o m e t ri a .

Exemplo de startup nascidana incubadora de empresas daUniversidade Estadual deCampinas (Unicamp), aGriaule foi, no início de suasatividades em 2002, apoiadafinanceiramente peloprograma PIPE (PesquisaInovativa em PequenasEmpresas), da FAPESP. Oreconhecimento veio em 2005,com a escolha da empresapara o Prêmio Finep(Financiadora de Estudos eProjetos), do Ministério daCiência, Tecnologia eInovação, na categoria depequena empresa emInovação Tecnológica. O

sistema biométrico que aGriaule desenvolveu ficou nomesmo ano em primeiro lugarna Fingerprint VerificationCompetition – FVC2006 –como a tecnologia maisprecisa do mundo paraverificação de digitais. Depoisa empresa abriu uma filial emSan Jose, no Vale do Silício,na Califórnia (EUA), e passoua exportar seus serviços.Os clientes da Griaule estãoespalhados por mais de 50p a í s e s.

Scanner reconhecedigital e veias

A CIS, fabricante desoluções para captura dedados, lançou o scannerbiométrico DigiVein, quecombina duas tecnologias:fingerprint e fingervein. Onovo scanner unificado dedigitais e veias com câmeraque funcionams i m u l t a n e a m e nte,necessitando de apenas umpouso do dedo. O produtopossibilita o reconhecimentodo usuário pela digital, bem

como imagem das veias.Com esta nova tecnologia,

os erros de falso positivo, falsonegativo ou de nãocadastramento reduzemdrasticamente, tendendo azero, pois, o leitor das veiasdos dedos será usado comocontingência do leitor digital,que tem dificuldade em ler asdigitais de pessoas comproblema de alergia oudesgastes de suas digitais emfunção do seu trabalho.

O DigiVein utiliza o sensorFS88, homologado pelo FBI,sendo totalmente aderente asistemas AFIS de identificaçãoautomática de indivíduos. Asimagens e as minúcias da veiapodem ser usadas tambémcomo uma poderosaferramenta de verificação de“prova de vida” do dedo “LFD(Live FingerDetection)”.

Com design compacto einovador, o DigiVein é idealpara uso em Desktops, ATMsou em outros equipamentosde alta segurança já que é dealta confiabilidade e não podeser falsificado.

AMicrocity, que atua no

segmento de outsour-

cing (terceirização) de

Tecnologia da Informa-

ção, reestruturou sua estratégia

com a criação de ofertas de pro-

dutos e serviços. Para isso a em-

presa investiu R$ 10 milhões,

desde 2011, em novas tecnolo-

gias e em uma equipe especiali-

zada em serviços de TI, originan-

do o SAM (Serviços Avançados

M i c ro c i t y ) .

Esses novos serviços aten-

dem a 12 verticais: aceleradores

de rede WAN, ambientes virtua-

lizados, backup, storage, balan-

ceadores de links de rede WAN,

infraestrutura de redes, rotea-

dores de borda, Segurança da

Informação (SI), servidores, re-

des WiFi, planos de continuidade

dos negócios e comunicação

unificada. “Sabemos que a cons-

trução de toda a infraestrutura

de TI (equipamentos, mão de

obra e licenças de software) cus-

ta muito às empresas, e o SAM

vêm de encontro a essas neces-

sidades, oferecendo um custo x

benefício bem atraente”, afirma

Fabiano Pardini, diretor de ope-

rações e serviços da Microcity.

Atualmente, os Serv iços

Avançados já representam 30%

da receita da companhia, com

destaque para a terceirização

de aceleradores e balanceado-

res de links de rede WAN, e Se-

gurança da Informação. De

acordo com executivo da Micro-

city, houve uma grande adesão

da base instalada de clientes

que perceberam grandes bene-

fícios na nova oferta. “É o que

eles necessitam hoje para agre-

gar valor às estratégias que en-

volvem pessoas, processos e

tecnologias”.

Com foco nos resultados de

negócio dos clientes, o SAM, se-

gundo Pardini é um importante

passo para o futuro da empresa.

“É nossa forma de inovar ofere-

cendo um escopo completo de

serviços inovadores, reforçando

nossa excelência na prestação

de outsourcing corporativo.”

Com 30 anos de atuação, a Mi-

crocity fornece infraestrutura de

TI como Serviço (IaaS - Infras-

tructure as a Service) e é uma

das principais empresas brasi-

leiras de outsourcing de infraes-

trutura de TI de LAN (rede local) e

desktops do mercado, com uma

base instalada de 200 mil equi-

pamentos.

Computação em nuvem:o impacto no canal de vendas

Adistribuidora Officer, com 28

anos de mercado e uma cartei-

ra de mais de 11 mil revendas

em todo o País, lançou uma

plataforma de gestão de licenças de

software na nuvem. Com ela, a revenda

faz agora o pedido do software eletroni-

camente, a Officer envia para a revenda

um link do programa com o seu código

de licença, que por sua vez é repassado

para o usuário final, que fará o download

para a sua máquina. É um sistema muito

parecido com o que ocorre hoje com

a venda de programas antivírus.

Por enquanto, essa

modalidade de ven-

da vale para o Mi-

crosoft Office, Of-

fice 365 e progra-

mas da Adobe, co-

m o P h o t o s h o p ,

Ilustrator e outros.

Segundo expli-

ca Ronaldo Miran-

da, CEO da distri-

buidora, este mode-

lo de comercialização é

uma tendência: ao invés de

comprar a caixa com o CD, o usuário

faz o download do programa e recebe o

código de licença. “Os produtos da Ado-

be já não são mais vendidos em caixas,

o usuário baixa o programa pela inter-

net e paga uma mensalidade, com direi-

to as atualizações, mas será preciso re-

novar a licença anualmente. O Office

365 também adota esse modelo de

mensalidades, mas o usuário tem a op-

ção de fazer o download do Office pa-

drão, pagando apenas uma vez”, diz o

exe c u t i v o.

Mas para que o modelo funcione, é

preciso um sistema que faça a gestão

dos contratos de licenças. Como a maior

parte das revendas é de pequeno porte,

elas não têm condições de fazer esse

gerenciamento. “Por essa razão desen-

volvemos esta plataforma de gestão,

que é única no Brasil, oferecendo esse

serviço para os nossos parceiros. Por en-

quanto, este modelo serve para o Micro-

soft Office e produtos da Adobe, mas es-

tamos em negociações com a Syman-

tec e McAfee, para antivírus, e no futuro

podem entrar sistemas mais com-

plexos, como ERP e CRM”, pre-

vê Miranda.

A computação

em nuvem, cha-

m a d o C l o u d

C o m p u t i n g , é

apontada como

forte tendência no

mercado de tec-

nologia. As em-

presas hoje não

precisam mais ter

um servidor de e-

mail próprio, poden-

do contratar serviços co-

mo o Google Gmail, que funciona

na nuvem. Da mesma forma, fabrican-

tes como Adobe falam que no futuro o

usuário não precisará mais baixar os

programas em sua máquina, usando

uma modal idade chamada SaaS

(Software as a Service ou software co-

mo um serviço). Por enquanto, a qua-

lidade da banda larga brasileira invia-

biliza esse serviço.

Para o CEO da Officer, tudo isso cria

novos desafios para distribuidores e re-

vendas, que precisam acompanhar a

evolução do mercado.

SXC