ESPECIAL SAÚDE Que indústria química queremos? · para todos, melhorando a qualidade de vida no...

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ESPECIAL SAÚDE junho de 2011- nº 1270 Visite nosso site: www.quimicosabc.org.br Jornal do Sindicato dos Químicos do ABC Que indústria química queremos? N o Ano internacional da Química, os trabalhadores(as) têm muito a contri- buir com o debate sobre a indústria química que queremos para 2020. É preciso acabar com os processos de produ- ção que adoecem e matam, poluem e explo- ram, excluem e discriminam trabalhadores e trabalhadoras. É preciso abolir produtos que causam câncer, que provocam anomalias e má formação em fe- tos, que consomem muita energia, que não são recicláveis e não renováveis e que agridem a camada de ozônio. E as palavras chaves para isso são PREVENÇÃO, PRECAUÇÃO e SUBSTITUIÇÃO. É esse trabalho que o Sindicato faz quando prioriza a política de visitas técnicas às fábricas para envolver os trabalhadores, por meio da CIPA, e dialogar com empregadores para garan- tir, a cada dia, um ambiente saudável e seguro para todos, melhorando a qualidade de vida no planeta desde o nosso local de trabalho. Meio Ambiente limpo e sem contaminação Segurança e Saúde para o trabalhador(a) e a população Jornal Sindiquim 1270 Saude.pmd 30/5/2011, 18:30 1

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ESPECIAL SAÚDE

junho de 2011- nº 1270

Visite nosso site: www.quimicosabc.org.br

Jornal do Sindicato dos Químicos do ABC

Que indústria química queremos?

No Ano internacional da Química, ostrabalhadores(as) têm muito a contri-buir com o debate sobre a indústriaquímica que queremos para 2020.

É preciso acabar com os processos de produ-ção que adoecem e matam, poluem e explo-ram, excluem e discriminam trabalhadores etrabalhadoras.

É preciso abolir produtos que causam câncer,que provocam anomalias e má formação em fe-tos, que consomem muita energia, que não sãorecicláveis e não renováveis e que agridem acamada de ozônio.

E as palavras chaves para isso são PREVENÇÃO,PRECAUÇÃO e SUBSTITUIÇÃO.

É esse trabalho que o Sindicato faz quandoprioriza a política de visitas técnicas às fábricaspara envolver os trabalhadores, por meio daCIPA, e dialogar com empregadores para garan-tir, a cada dia, um ambiente saudável e seguropara todos, melhorando a qualidade de vida noplaneta desde o nosso local de trabalho.

Meio Ambiente limpo e sem contaminaçãoSegurança e Saúde para o trabalhador(a) e a população

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®

EDITORIAL

Publicação do Sindicato dos Trabalha-dores e das Trabalhadoras nas Indús-trias Químicas, Petroquímicas, Farma-cêuticas, Tintas e Vernizes, Plásticas,

Resinas Sintéticas e Explosivos doABCD, Mauá, Ribeirão Pires e Rio

Grande da Serra.

Presidente: Paulo Antônio Lage

Secretário Geral e de Imprensa: SidneyAraújo dos Santos

Secretário de Saúde, Trabalho e MeioAmbiente: José Freire

Colaboração: Nilton Freitas, AndréAraújo e Uélson Kalinovski (TVT)

Redação, edição, revisão e projetográfico: Ágama - Criação em Mídia e

Imagem

Jornalista responsável: GisleneMadarazo – Mtb: 36.373

Diagramação: Maria Cristina Colameo

Fotografia: Dino Santos

Ilustração: Márcio Baraldi

Data de fechamento: 27/05/2011

E-mail: [email protected]: www.quimicosabc.org.br

Impressão: NSA

Tiragem: 21.000 exemplares

Permitida a reprodução desde quecitada a fonte. O jornal não se

responsabiliza por declarações deterceiros e matérias assinadas.

Expediente

Para nós, trabalhadores(as) doramo químico, a defesa do meioambiente em geral começa com adefesa do nosso ambiente de tra-balho. Afinal, se os processos in-dustriais forem mais enclausura-dos e seguros, haverá menos emis-sões de vapores, gases e poeiraspara o ambiente. Se os produtosmuito tóxicos forem substituídospor outros menos nocivos, seu im-pacto sobre o meio ambiente serámenor. E, em todas as situações, asaúde do trabalhador e da popula-ção será menos afetada.

Esse é o sentido do trabalhorealizado pelo nosso Sindicato hámais de 25 anos: proteger a saúdedo trabalhador(a) por meio de ins-

Trabalho saudável, planeta sustentávelpeções de segurança nos locais detrabalho; negociar a melhoria dasinstalações, da segurança e do con-trole da saúde; propor alteração dasnormas nacionais de segurança esaúde; e muito mais.

Para alcançar esses objetivos oSindicato sempre contou com as-sessoria técnica competente (mé-dico, engenheiro e técnico de se-gurança do trabalho, advogados,educadores etc.) que realiza as ins-peções técnicas, promove cursos deformação para membros de CIPA,Comissão de Fábrica e de SistemaÚnico de Representação (SUR), pro-põe cláusulas específicas na Con-venção Coletiva e assessora a dire-toria nas negociações.

Muitas de nossas conquistasforam ampliadas para todo o Paíse todas as categorias. É o caso dodireito de saber (resultado de exa-mes médicos e das avaliaçõesambientais, por exemplo) e do di-reito de recusa ao trabalho quan-do se sentir em condição de riscograve e iminente.

A proteção do meio ambienteexige também a avaliação do im-pacto do produto durante todo seuciclo de vida, considerando o con-sumo de energia para sua produ-ção, os perigos que representa notransporte e no uso e a sua desti-nação final. Por exemplo: aparelhoscelulares, pilhas, computadores eeletroeletrônicos em geral repre-sentam sério risco ao ambiente e àsaúde, devido sua carga de chum-bo, mercúrio, cádmio e outras subs-tâncias nocivas.

Quanto mais poluído o meioambiente, mais risco à saúde e me-nor a nossa qualidade de vida. Por-tanto, nossa luta é por ambientesaudável, tecnologias limpas, pro-dutos menos tóxicos e menos noci-vos em substituição aos mais peri-gosos. Exija essas mudanças no seulocal de trabalho. Essa é a nossaluta e o nosso compromisso.

José FreireSecretário de Saúde, Trabalho

e Meio Ambiente

CURTAS

FRASE & IMAGEM

No mês de maio foi renovada a as-sinatura, retroativa à setembro, daConvenção Coletiva sobre preven-ção de acidentes em máquinasinjetoras, que nos últimos quinzeanos reduziu consideravelmenteos acidentes nos segmentos in-dustriais da indústria do plástico.Os avanços são o acréscimo doAnexo IV, que trata da segurançaem máquinas moldadoras de EPS(Poliestireno Expandido) e simi-lares, e a inclusão de dispositivosde segurança para máquinas comeixo elétrico (injetoras elétricas).A Convenção tem vigência de doisanos (de 26/09/2010 a 25/09/2012).

Parceria campo/cidade contra o

abuso de agrotóxicosO Brasil está entreos maiores consu-midores de agro-tóxicos do mundoe a Agência Naci-

onal de Vigilância Sanitária(ANVISA) diz que o descuido comos agrotóxicos pode ser fatal ecausar agravos à saúde, taiscomo: irritações na pele e nosolhos, problemas respiratórios,câncer em vários órgãos e distúr-bios sexuais, como impotência eesterilidade. Já no meio ambien-te, o uso abusivo de agrotóxicospode causar a contaminação doar, solo, água e dos seres vivos,determinando a extinção de es-pécies de menor amplitude eco-lógica.Segundo a OMS, há 20.000 óbi-tos/ano em consequência damanipulação, inalação e consu-mo indireto de pesticidas, nospaíses em desenvolvimento,como o Brasil.Preocupada com essa situação,a Secretaria de Saúde do Sindi-cato pretende fazer uma parcei-ra com os sindicatos rurais paradiscutir ações contra o uso abu-sivo de agrotóxicos, inclusive naagricultura familiar. Estão sen-do contatados o Sindicato dosEmpregados Rurais Assalariadosde Ribeirão Branco e Guapiara ea Federação dos trabalhadoresna Agricultura Familiar de SãoPaulo (FAF-CUT), ambos já de-senvolvem um trabalho em par-ceria com o Sindicato dos Quí-micos do ABC, de intercâmbioentre jovens rurais e químicos.

Ações integradas de Saúde eSegurança do Trabalhador no

Grande ABCINSTITUIÇÕES BUSCAM SOLUÇÕES CONJUNTAMENTE

A região do Grande ABC podeser a primeira do Brasil a ter um fó-rum para ações integradas na áreade Saúde e Segurança dos Traba-lhadores. O primeiro passo foi dadoem março, em reunião sediada noSindicato dos Químicos do ABCcom os atores sociais e instituiçõesdo governo.

A atividade foi destinada asinstituições conhecerem o traba-lho desenvolvido por cada uma de-las na área. Além do movimento sin-dical, participaram representantes

da FIESP, do INSS, do MinistérioPúblico do Trabalho; da GerênciaRegional do Trabalho (ex-DRT) e osCentros de Referências em Saúdedo Trabalhador (CEREST) da região.

As informações estão sendo sis-tematizadas e organizadas paraabrir a discussão da criação do fó-rum numa próxima reunião quedeve ocorrer ainda neste semestre.

A idéia é que haja melhoria noatendimento ao trabalhador, sejano âmbito da prevenção, assistên-cia e até mesmo da reabilitação.

Melhorando aprevenção

Saúde Ambiental“Fortalecimento da política e efetivação das ações de saúde do traba-lhador da floresta, do campo, do litoral e da cidade, visando à elimina-ção da exposição dos trabalhadores aos riscos no ambiente de traba-lho e as repercussões na vida do trabalhador e família, a partir daaplicação de alternativas de pre-venção, controle e vigilância des-tes riscos, considerando ainda aspopulações que residem no entor-no destas áreas”

Uma das diretrizes aprovadas na1ª Conferência Nacional de

Saúde Ambiental, realizada emdezembro de 2009

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ACIDENTES NO TRABALHO:

Garantindo a saúde do trabalhador e domeio ambientePRÁTICA DE PREVENÇÃO JÁBENEFICIOU MAIS DE 12.000TRABALHADORES (VISITASTÉCNICAS)

Um dos principais trabalhosda Secretaria de Saúde, em con-junto com a COMSAT (Comissãode Saúde do Trabalhador), são asvisitas técnicas às empresas, quebuscam garantir a prática de pre-venção dentro do local de traba-lho e, por consequência, a preser-vação do meio ambiente dentro efora da fábrica. Desde 2001, já fo-ram realizadas 62 visitas, benefi-ciando cerca de 12.903 trabalha-dores da categoria.

As visitas são feitas por repre-sentantes do Sindicato, ou seja,pelo técnico de segurança e dire-

O papel da CIPAA primeira coisa que o Sindicato

faz na visita técnica, antes mesmo deir ao chão de fábrica, é solicitar a pre-sença de um representante da CIPAeleito pelos trabalhadores e não o re-presentante indicado da empresa. Eleacompanhará toda visita em tempointegral e deverá envolver os demaistrabalhadores nas questões levanta-das pelo relatório.

O compromisso e a participaçãodos cipeiros são fundamentais para aimplantação das melhorias de formaadequada e monitoramento posteriordo ambiente de trabalho.

Troca de experiênciasA Secretaria de Saúde pretende

chamar um encontro para reunir to-dos os cipeiros que participaram dasvisitas técnicas para que troquemexperiências sobre o acompanhamen-to e monitoramento no ambiente detrabalho, além de informar quais asdificuldades encontradas nesse traba-lho. A idéia é esclarecer dúvidas,mostrar as diferentes realidades nasempresas da categoria e até a for-ma de como elas tratam o tema comseus trabalhadores e na relação como Sindicato.

“Precisamos ter os trabalhado-res preocupados com o que aconteceem seu ambiente de trabalho e noque o seu trabalho pode contribuirpara termos um ambiente dentro efora da fábrica bom para todo mun-do. E também que esses trabalhado-res possam entender a importânciade sua atuação nesse processo, quesejam sujeitos e não meros coadju-vantes. Afinal será que todos conhe-cem as substâncias que estão mani-pulando? Têm acompanhado o des-carte dos resíduos pela empresa? Oque estas substâncias podem trazerde problemas para sua saúde e atéde seus familiares?”, comenta Freire,lembrando que para cada substân-cia existe uma ficha chamada deFISPQ (Ficha de Informação de Se-gurança do Produto Químico) e nelaestão inseridas quase todas essasrespostas. “Mas não podem confun-dir com a ficha de transporte do pro-duto, devem atentar-se para onome”, alerta.

tor (a), com acompanhamento deum ou mais integrantes da CIPAque tenha sido eleito pelos demaistrabalhadores, da Comissão de Fá-brica ou do SUR (Sistema Único deRepresentação). Em conjunto, ana-lisam como está o local de trabalhoe se as reais condições condizemcom os programas de saúde e se-gurança e Mapa de Riscos apresen-tados pela empresa.

Depois, o técnico de segurançaelabora um relatório detalhado so-bre essas condições, que é entre-gue à direção da empresa e à CIPA,apontando os problemas e sugerin-do as mudanças necessárias, deacordo com as legislações em vigor,mas sempre recomendando que assugestões sejam discutidas e nego-ciadas nas reuniões mensais daComissão.

Este trabalho vem melhorandosignificativamente os ambientesde trabalho, ou seja, eliminando,neutralizando os acidentes, doen-ças e contaminações ao meio am-biente dentro e fora da fábrica.

Parceria com o poder públicoEm geral, as visitas são

consensuadas com a própria empre-sa, que também não quer contami-nar o meio ambiente, acidentar ouadoecer os trabalhadores (as). Masnem sempre é assim. “Muitas vezesé necessário acionar o Centro deReferência em Saúde do Trabalha-dor (CEREST) ou as próprias Gerên-cias Regionais do Trabalho (ex-DRT),

Vistoria no sistema de operação daempresa Brasóxidos

com eles a gente entra nesses espa-ços que temos mais dificuldades eembora deixe de ser uma visita téc-nica, pois passa a ser uma vigilân-cia ou fiscalização, conseguimoselaborar nosso relatório e posterior-mente negociamos essas modifica-ções no local de trabalho. Não en-tendemos muito bem essas dificul-dades, pois não dá para acreditarque algum empregador queira tertrabalhadores doentes ou acidenta-dos, mas elas existem”, comenta oSecretário de Saúde, Trabalho eMeio Ambiente, José Freire.

Qualquer trabalhador pode so-licitar uma visita técnica, bastaque entre em contato com um di-rigente sindical responsável pelostrabalhos nas regionais. Seguemcontatos:

As centrais sindicais estiveramem audiência com o ministro daPrevidência, Garibaldi Alves Filho,no dia 11 de maio, para discutir asreivindicações da campanha per-manente pela humanização nasperícias médicas.

O documento entregue ao mi-nistro aborda alguns pontos comoa informalidade na atuação do pe-rito médico do INSS; o problemada contestação de atestados mé-dicos de médicos assistentes e es-pecialistas; a qualificação dosperitos médicos do INSS e o trata-mento dispensado aos trabalha-dores segurados.

Foram discutidas outras pro-postas para a melhoria dos servi-ços do INSS. Entre elas, a exigên-cia de que o perito médico funda-mente seu laudo, principalmente

Centrais sindicais pedem a ministro maishumanização nas perícias médicas

se for desfavorável ao trabalhador.As Centrais Sindicais sugeri-

ram a criação urgente de um grupode trabalho para analisar os aspec-tos formais e de conteúdo do pro-cesso da perícia médica no INSS.Foi sugerido também um aperfei-çoamento contínuo no sentido degarantir a sua eficiência e transpa-rência, evitando a informalidadeprocessual e criando elementos

técnicos suficientes para a huma-nização da perícia médica.

Humilhações e dificuldadesHá muito tempo, trabalhadores

e trabalhadoras convivem com umproblema enraizado na sociedade:quando necessitam ir ao INSS (Ins-tituto Nacional do Seguro Social)em busca de afastamento por do-ença ou acidente enfrentam humi-

lhações e dificuldades causadaspor má conduta de parte dos peri-tos médicos que lá prestam atendi-mento.

Aqui na região, por exemplo,não são poucos os segurados queaguardam por uma reabilitação, eainda a reabilitação hoje oferecidapelo INSS, na maioria das vezes, nãogarante o retorno do trabalhadorpara empresa, em geral eles são ofe-recidos a outras empresas para pre-enchimento da cota de pessoascom deficiência. “E ainda usam odiscurso de inclusão”, comenta oSecretário de Trabalho, Saúde eMeio Ambiente, José Freire. “EmSão Bernardo do Campo, por exem-plo, o Conselho da Previdência sóexiste no papel, pois na prática nãotem se reunido”, observa.

Santo André4433.5800

São Bernardo do Campo4127.2999

Diadema4057.4244

PERÍCIAS DO INSS

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Melhorar a qualidadedesde o nosso local dA POLUIÇÃO QUE SE ORIGINA DENTRO DAS FÁBRICAS E CONTAMINA

A história de mais de 70 anos doSindicato dos Químicos do ABCtem muito a ver com a luta por

ambientes seguros e saudáveis, tantodentro da fábrica como fora dela. Ao lon-go desse período, o Sindicato vem mos-trando que os trabalhadores em açõesconjuntas com a Comissão de Saúde doTrabalhador (COMSAT) do Sindicatotêm capacidade para constatar, denun-ciar e contribuir para modificar os pro-cessos de produção inseguros e insalu-bres. Confira algumas dessas ações apartir da criação da COMSAT, em 1984.

FERRO ENAMEL: Sindicatorealiza a primeira greve nopaís por condições detrabalho. A mobilização foivitoriosa e a empresa teveque tomar medidas paradiminuir o risco decontaminação dostrabalhadores pelo chumbo

1984 – Criada em maio a COMSAT – entãoComissão de Saúde do Trabalhador. Emjunho, é iniciada a publicação do SOSSindiquim Saúde – informativo da COMSAT.Também é criado o Programa de Saúde doTrabalhador Químico em convênio com aSecretaria Estadual de Saúde com oobjetivo de acompanhar o adoecimentodos trabalhadores na categoria.

INÍC

IO

1986 – Fechamento da Matarazzo: após uma grande luta doSindicato contra a contaminação que estava adoecendo ematando trabalhadores, fiscais da DRT (hoje GRTE) fechama Matarazzo. É o primeirocaso que se tem notícia defechamento de uma fábricano Brasil por pressão de umsindicato em defesa dasaúde do trabalhador.

1988 – Greve contra acontaminação de mercúrio naEletrocloro devido à morosidadeda empresa em tomar as medidaspara melhoria das condições detrabalho acordadas com oSindicato, na DRT, em 1987.

1989 – Sindicato lança acampanha “Não à contaminaçãoe à poluição”, na qual sugereuma ação integrada epersistente para dar fim àscondições de trabalho queprovocam contaminações eintoxicações com produtos comosolventes, metais pesados,resinas, corantes e agrotóxicos.

1987 – Começa a luta por tecnologia limpana produção de cloro. Diversostrabalhadores apresentaram contaminaçãopor mercúrio na Eletrocloro (atual Solvay).

Matarazzo é condenada pela morte dotrabalhador Pedro Mangueira Filho. Pelaprimeira vez no Brasil, se conseguecondenação por doença profissional.

1990 – Sindicato aciona a CETESB quecomprovou a existência de mercúrio nas águasdo Rio Grande em níveis acima dos aceitáveis ea Solvay foiobrigada adescontaminar aágua em seusubsolo, queameaçava chegarà RepresaBillings.

1991 – Luta contra contaminação detrabalhadores na COFADE (fechada) eFERRO ENAMEL. Nesse ano também, cresultado de uma luta de quatro anosSecretaria de Saúde do Estado defineoficialmente critérios para diagnóstictratamento, afastamento e alta doscontaminados por mercúrio. Sindicatointegra a comissão organizadora dacampanha “Caça-benzeno”.

1992 – Sindicato promVida, no portão 2 da Pa um trabalhador morseguida de incêndio: industrial de desenvosaúde, salário, empre

Sindicato e o Movimedenunciam a existêncprédio abandonado da

2011 – CETESB confirma contaminação naárea da Matarazzo em audiência públicarealizada na Câmara Municipal de SãoCaetano e dá a entender que além doparque, também está previsto umempreendimento imobiliário no local.Sindicato solicita participar da Comissão deVereadores que acompanhará a situação.

2010 – Com a divulgação da construção de umparque-escola ecológico no terrenocontaminado da Matarazzo, Sindicato solicitainformações sobre o processo dedescontaminação da área para a VigilânciaSanitária de São Caetano do Sul, para aSecretaria Municipal de Meio Ambiente eSustentabilidade e para a CETESB, a única anão responder.

2009 – Explosões sincêndio na Di-All QDiadema, levam o propor projeto de leum canal de comunrisco de acidente inampliado, de desmoe inundações. O praprovado e a lei já Diadema pode ser para os demais muABCD e cidades pró

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ade de vida no planetaal de trabalho!NTAMINA O MEIO AMBIENTE FORA DELAS ATINGE TODA A POPULAÇÃO

contaminação deOFADE (fechada) esse ano também, como

uta de quatro anos, ado Estado define

os para diagnóstico,mento e alta dosmercúrio. Sindicatoorganizadora danzeno”.

2 – Sindicato promove Ato Ecumênico pelaa, no portão 2 da Petroquímica União, em honram trabalhador morto durante uma explosãouida de incêndio: “queremos uma políticaustrial de desenvolvimento, que respeite ade, salário, emprego e meio ambiente”.

dicato e o Movimento em Defesa da Vidaunciam a existência de BHC no laboratório dodio abandonado da Matarazzo.

1999 – É criado, na Kolynos (atual Colgate), o primeiro SUR (Sistema Único deRepresentação), que une a CIPA e Comissão de Fábrica em uma nova forma deorganização dos trabalhadores dentro da fábrica.

1996 – Protesto no 28 de Abril: Dia de Luto e de Luta, no Pólo Petroquímicode Capuava.

1995: Mais de dez anos de luta culminam com a assinatura do AcordoNacional Tripartite do Benzeno. Sindicato é participante ativo de todo oprocesso.

1993: Órgãos públicos reconhecem que a leucopenia de 12trabalhadores da COFADE foram resultado das más condiçõesde trabalho e exposição descontrolada a diversos agentesquímicos. Anos depois de fechada a empresa, foram

construídos osedifícios doCondomínio Barãode Mauá em cimado terrenocontaminado (videano 2000).

09 – Explosões seguidas deêndio na Di-All Química, emdema, levam o Sindicato apor projeto de lei criandocanal de comunicação sobreo de acidente industrialpliado, de desmoronamentoundações. O projeto foiovado e a lei já vigora emdema pode ser estendidaa os demais municípios do

CD e cidades próximas.

2009 – Começa a funcionar a nova unidade eletrolíticade produção de soda cáustica e cloro, com tecnologiade membrana, na Solvay. Sindicato acompanha parte doprocesso de desativação da antiga planta, à base demercúrio, que exige cuidados específicos para nãocontaminar trabalhadores e o meio ambiente.

2006 – Sindicato lança o gibi “Lesão por EsforçoRepetitivo (LER)”, a nova epidemia dentro da categoria.

2004 – COMSAT completa 20 anos de luta, conquistas econscientização: “Saúde e segurança não têm preço, avida da gente não tem preço”.

2000 – Caso Barão de Mauá: explosão em um dos blocos deapartamentos mata um homem e fere outro com gravidade quandotrabalhavam no local. O fato trouxe à tona a contaminação dosolo, confirmada em 2001 pela CETESB. Os laudos apontaram

presença de 44 substâncias nocivas à saúde.Sindicato divulga nota à imprensa informandoque a área onde foi construído o condomíniotinha sediado a Cofade, que tem em seuhistórico trabalhadores com leucopenia devidoà exposição a agentes químicos.

Água:resíduos industriais

despejadosindiscriminadamente

matam rios e córregos,contaminam plantas e peixes e,

no caso da região do Grande ABC,contribuem para aumentar

a poluição da RepresaBillings.

Ar:sem controle, agentes

químicos expelidos pelasindústrias no ar contaminam o meioambiente, aumentando a incidência

de doenças respiratórias,câncer, entre outras.

Solo:o uso abusivo de

agrotóxicos, os aterros de lixo,o lixo tóxico e radioativo são os

principais poluentes econtaminantes do solo, que também

recebe a ação das chuvas, dos ventos eda umidade. Se o solo estiver poluído,

os vegetais serão contaminados,portanto se comermos,

também seremoscontaminados.

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O empresariado químico bra-sileiro planeja crescer muito até2020, a ponto de colocar a indús-tria química brasileira na 4ª posi-ção no ranking mundial do setor.E nós, trabalhadores, que indús-tria química queremos? Ao olhar-mos o passado não tão distante, te-mos claro que não queremos umtrabalho que adoece e mata, quepolui e explora, que exclui e dis-crimina. Queremos a geração deempregos decentes e processos deprodução seguros e limpos, quepreservem nossa saúde e a domeio ambiente.

Essa é a discussão que norteiatodo o Ciclo de Debates e a Confe-rência Internacional que o Sindi-cato dos Químicos do ABC promo-verá neste Ano Internacional daQuímica.

Na dimensão ambiental do Ci-clo de Debates, a ser realizado emagosto, estão previstos painéisabordando os impactos ambien-

De olho no futuro: que indústria químicaqueremos em 2020?

tais da indústria química e a rotaaté 2020 e a indústria química noABCD: da luta contra a contami-nação para a promoção da susten-tabilidade.

Na Conferência Internacional,que deve ocorrer em outubro, oponto chave das discussões da di-mensão ambiental será a PolíticaNacional de Resíduos Sólidos.

Desafio é de todos:Coleta Seletiva em

todo Brasil até 2014Até 3 de agosto de 2014 o

Brasil estará livre dos lixões acéu aberto e também será proi-bido colocar em aterros sanitári-os qualquer tipo de resíduo queseja passível de reciclagem oureutilização. É o que estabelecea Política Nacional de ResíduosSólidos (PNRS), sancionada emagosto e regulamentada em de-zembro de 2010. Dessa forma,para se adequarem à lei, todosos municípios brasileiros terãoque criar leis para implantaçãoda coleta seletiva até 2014.

A Política Nacional de Resídu-os Sólidos contém diretrizes paraa gestão, o gerenciamento e o ma-nejo dos resíduos sólidos. Ela tam-bém incentiva os fabricantes aadotar procedimentos adequadosà produção de produtos nãoagressivos ao ambiente e à saúdehumana e à destinação final cor-reta dos rejeitos da produção.

CICLO DE DEBATES

Sindicato noComdema

A categoriaquímica do ABCestá representa-da pelo diretordo Sindicato,Francisco SalesVieira, no Conse-

lho Municipal de Meio Ambien-te de Diadema (COMDEMA). Cri-ado em 1993, o Conselho é com-posto por 21 membros, sendo dezdo poder público, dez da socie-dade civil e um do PoderLegislativo. Francisco, que com-põe a COMSAT, já está em seusegundo mandato.

O Plano Municipal de Saúde doTrabalhador de Diadema para 2011contempla praticamente todas asreivindicações levadas pelo movi-mento sindical na 7ª Conferênciada Saúde do município, realizadade 28 a 30 de maio de 2010. De fato,a participação e intervenção dossindicatos fez a diferença.

“O movimento sindical se arti-culou para fazer uma boa interven-ção. Nós selecionamos todas as re-soluções da 3ª Conferência Nacio-nal de Saúde do Trabalhador, rea-

POLÍTICAS PÚBLICAS

Atuação dos sindicatos faz a diferença nasconferências municipaisTRABALHADORES APROVAM PROPOSTAS NA CONFERÊNCIA DESAÚDE DE DIADEMA E NA PRÉ-CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDEDE SÃO BERNARDO

lizada em 2005, e que ainda nãoestavam sendo implementadas,separamos as relacionadas à rea-lidade de Diadema e apresenta-mos e defendemos na plenária.Todas foram aprovadas e agoraconstam do plano municipal dacidade”, conta o secretário de Saú-de, Trabalho e Meio Ambiente doSindicato, José Freire.

Dentre as resoluções presentesno Plano, destaca-se a proposta decontinuidade das ações de vigilân-cia nos ambientes de trabalho de-

senvolvidas pelo CEREST, organi-zando-as com programação a par-tir de prioridades eleitas por gra-vidade de risco, situação epide-miológica, eventos sentinela e/oudemanda sindical, além de outrasque o plano para 2011 já levou emconsideração.

São BernardoRealizada dia 9 de maio passa-

do, a pré-conferencia municipalde Saúde de São Bernardo do Cam-po, temática SINDICATOS (dosusuários trabalhadores), tambémteve uma participação bem repre-sentativa dos trabalhadores. Fo-ram 11 sindicatos da região pre-sentes. Entre as propostas aprova-das, estão:

Reconhecimento do acidentede trabalho por todos os serviçosde saúde do setor privado

Qualificar a política de Saúdedo trabalhador, destacando o cui-dado na prevenção do adoecimentoclínico e psíquico em todos os ní-veis da rede, ampliando a oferta deações em horário adequado à roti-na de trabalho

Ampliar o acesso dos usuári-os à rede de saúde, garantindo

Também serão debatidos o mane-jo seguro de substâncias na indús-tria química, as nanotecnologiase a responsabilidade social ambi-ental e o futuro da indústria quí-mica brasileira.

Fique atento à programaçãocompleta que será publicada, embreve, no Sindiquim e no nosso sitee participe!

uma melhor compreensão sobre afunção de cada serviço e o papeldos diferentes órgãos relacionadoao SUS.

Também foram eleitos os de-legados que irão à plenária finalda conferência municipal defen-der estas e outras propostas quevisam melhorar a saúde e a vidade todos que moram e trabalhamno município.

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ENTREVISTA

Brasóxidos: exemplo de que a proteção coletivaé o melhor caminhoMUDANÇAS FORAM DISCUTIDAS E ACOMPANHADAS PELA CIPA E PELO SINDICATO

Um dos melhores exemplos doresultado das visitas técnicas fei-tas pela COMSAT é, sem dúvida, aBrasóxidos, empresa produtora dematérias primas para as industriasde borracha, tintas etc., localizadaem Mauá.

O trabalho foi iniciado em 2001,em parceria com os trabalhadorese empresa, e resultou em importan-tes alterações no ambiente de tra-balho. A empresa mudou para um

“Investimento deR$ 2 milhões”

Daniel Cardoso, gerentecomercial da Brasóxidos

A empresa mudou para umgalpão maior para garantir boascondições de trabalho. Valeu apena?Valeu sim, porque não somentea segurança do trabalhador me-lhorou como deixamos de perderdinheiro. Quando se perdiam aspartículas no ar era o meu pro-duto que eu estava jogando forae ainda condenando a saúde dotrabalhador.

A poeira era o próprio produtoda venda?Meu produto, e às vezes até a mi-nha matéria prima. Isso influi di-retamente no meu custo de pro-dução e consequentemente nocusto do meu produto final.

A empresa conseguiu mais clien-tes com isso?Sim, o cliente vem à empresa, olhaa estrutura, o nível de ambientesalubre de trabalho e tem maisconfiança de comprar o nossoproduto.

Quanto foi investido para a em-presa se adaptar às regras e nor-mas exigidas pelo Sindicato?Nessa nova unidade, em torno de2 milhões de reais

Os trabalhadores estão satis-feitos?Com certeza, falaram que o am-biente está mais agradável, nãotem mais tanta poeira e o própriovisual ficou bem melhor. Isso mo-tiva o trabalhador cada vez mais.

“Todos ganham coma mudança”

José Freire, Secretário deSaúde, Trabalho e MeioAmbiente do Sindicato

Qual a avaliação do Sindicatonas mudanças ocorridas naBrasóxidos?Elas demonstram que é possíveltermos alterações no ambientede trabalho para melhorar ascondições de saúde e seguran-ça do trabalhador e que todosganham com essas mudanças:trabalhadores e empresa. A visi-ta técnica tem sido um dos prin-cipais trabalhos nossos da Se-cretaria porque possibilita a par-ticipação dos trabalhadores nasdiscussões dos problemas e dassoluções. Com o envolvimentodos integrantes das representa-ções dos trabalhadores no localde trabalho, como a CIPA, a Co-missão de Fábrica ou o SUR (Sis-tema Único de Representação),temos obtidos resultados concre-tos na melhoria do ambiente dasfábricas e no monitoramentodessas melhorias pelos própriostrabalhadores.

O que o Sindicato busca com asvisitas?O nosso foco é mudar as condiçõesde trabalho, eliminando o ambien-te insalubre para que o trabalha-dor possa trabalhar em seguran-ça e manter sua saúde. Para quequando venha a se aposentar, nãomorra logo em seguida.

“Exemplo para acategoria química”

André Araújo de Almeida,técnico de segurança do trabalho -Sindicato dos Químicos do ABC

Como foi o trabalho da visita naBrasóxidos?Esse trabalho teve início no anode 2001. A empresa estava ins-talada em outro local e em par-ceria com a CIPA e com os re-presentantes da Brasóxidos nósconsensuamos que ela precisa-va mudar de lugar, pois não ofe-recia condições para melhoraro ambiente de trabalho, e issofoi feito. Hoje a empresa funci-ona em outro galpão, muitomaior.

Quais foram os procedimentospara as mudanças?Inicialmente foi solicitada aquestão dos EPIs (equipamen-tos de proteções individuais),mas sabemos que isso deve serusado em situações de emer-gência ou até que as medidascoletivas e administrativas se-jam implementadas. Durante asvisitas, observamos que a em-presa está investindo naquiloque propusemos em conjunto:medidas coletivas que são ossistemas de exaustão. É umgrande avanço obtido na ques-tão da preservação do meio am-biente e prevenção da saúde dostrabalhadores. É um exemplopara toda a categoria química.

“Mudança foi pramelhor”

Ednácio Felício da Silva,trabalhador

Como era trabalhar no antigogalpão?Lá tinha muita poeira, muita fu-maça, o telhado era mais baixo.

E agora no novo galpão?Está cem por cento melhor, por-que a poeira e a fumaça estavamprejudicando o trabalhador. Amudança pra cá foi bem melhor,estamos num ambiente melhor ea saúde da gente melhorou.

É importante a participação dostrabalhadores?Sem dúvida, com a participaçãoda CIPA, dos trabalhadores atendência é a gente ir melhoran-do cada vez mais.

galpão maior para que fosse possí-vel implementar medidas coletivasde proteção como sistema deexaustão e captação de resíduos.

Hoje, todos estão mais satisfei-tos. Os trabalhadores, com maissaúde, segurança e conforto. A em-presa se beneficiou com a reduçãode desperdício da matéria-prima emaior credibilidade junto aos seusclientes. Confira a visão de cada umsobre esse processo.

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Atuações da Secretaria de SaúdeA rotina de trabalho da Secretaria de Saúde, Trabalho e Meio Ambiente do Sindicato não inclui somente as

visitas técnicas, mas diversos trabalhos em defesa da integridade física do trabalhador(a) e da preservação domeio ambiente, dentro e fora da fábrica. São alguns deles:

Declaração de Seulsobre Segurança eSaúde no Trabalho

(http://www.seouldeclaration.org)

A cada ano cerca de 160 mi-lhões de pessoas são afetadas pordoenças profissionais, em todo omundo. A Declaração de Seul ex-pressa o compromisso de incluira segurança e a saúde no traba-lho como um assunto prioritáriodentro dos programas e daspoliticas públicas nacionais.

A Declaração de Seul sobre Se-gurança e Saúde no Trabalho foiadotada em 29 de junho de 2008por 50 personalidades técnicas epolíticas provenientes de todo omundo, como um novo e importan-te projeto para criar uma culturamundial de segurança e saúde notrabalho.

A Organização Internacionaldo Trabalho (OIT), a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), a Asso-ciação Internacional do SeguroSocial (AISS), a Agência Coreanade Segurança e Saúde Ocupacio-nal (KOSHA) e a ConfederaçãoSindical Internacional (CSI) estãoentre os 50 signatários originaisda Declaração.

O SINDICATO DOS QUÍMICOSDO ABC é a ÚNICA organizaçãosindical brasileira a ratificar seuapoio à Declaração (Dresden, Ale-manha, 3 de fevereiro de 2011).

Leia mais sobre a Declaraçãoem: www.seouldeclaration.org

Os acidentes gerados por faltade dispositivos de segurança nosmaquinários são muito graves, poresse motivo, a prefeitura de Diade-ma decidiu desenvolver um proje-to de prevenção de acidentes nosetor plástico.

O projeto teve início com umSeminário que reuniu, no final de

TRABALHO DECENTE

Diadema inicia projeto para reduzir acidentes no Setor PlásticoINICIATIVA DA PREFEITURATEM DURAÇÃO DE DOIS ANOS

março deste ano, representantesdos trabalhadores, das empresas etécnicos da Fundacentro (MTE ). Aatividade abordou a realidade dosacidentes de trabalho no setor plás-tico em Diadema e apresentou aopúblico o trabalho desenvolvidopelo CEREST (Centro de Referênciaem Saúde do Trabalhador).

No Seminário, o Sindicato dosQuímicos do ABC fez uma exposi-ção sobre as cláusulas das Conven-ções Coletivas de Segurança deMáquinas do Setor Plástico (Injeto-ras, Moinhos e Sopradoras).

O projeto tem previsão de im-plementação de dois anos e apósesse período os participantes farãouma avaliação dos resultados, emespecial ao cumprimento do crono-grama de adequação das máqui-nas, número de trabalhadores ca-pacitados, número de empresascom selo de segurança e informa-ções epidemiológicas.

O grupo que discute o traba-lho decente no grande ABC reto-mou suas atividades com o objeti-vo de dar prosseguimento à Agen-da Regional do Trabalho Decentee preparar os atores sociais para a1ª Conferência Nacional de Em-prego e Trabalho decente, queserá realizada em 2012 e prometeum duro embate com o setor pa-tronal sobre o modelo deregulação do trabalho.

A agenda regional está sendoelaborada a partir do diagnósticofeito nas várias etapas da confe-rência “O ABC do trabalho decen-te”, realizada em maio do ano pas-sado, que teve uma participaçãoefetiva dos sindicatos.

O Sindicato dos Químicos doABC esteve à frente na organiza-ção da conferência regional e in-tegra o grupo de trabalho pormeio da representação do secre-tário de Saúde, Trabalho e Meioambiente, José Freire.

O que é Trabalho DecenteTrabalho Decente é um traba-

lho adequadamente remunerado,exercido em condições de liberda-de, equidade e segurança, capazde garantir uma vida digna.

O conceito de Trabalho Decen-te da Organização Internacionaldo Trabalho (OIT) se apoia em qua-tro pilares: os direitos e princípiosfundamentais do trabalho, a pro-moção do emprego de qualidade,a extensão da proteção social e odiálogo social.

Agenda Regional deTrabalho Decente naordem do dia

- Publicações.- Campanha Salarial (Propostas decláusulas sobre Segurança, Saúde eMeio Ambiente)- Participação nas SIPATs (Semana In-terna de Prevenção de Acidentes deTrabalho)- Sistematizações e arquivos de docu-mentos enviados pelas empresas, con-forme legislação e convenções coleti-vas (processo eleitoral de CIPAs, Co-municação de Acidente de Trabalho(CAT), Perfil Profissiográfico Previden-

ciário (PPP), Relatório de Inspeção deCaldeiras, entre outros)- Fóruns externos (Conselho da Previdên-cia Social)- Solicitações de fiscalizações e vigilân-cias às entidades públicas- Acompanhamento de perícias- Participação na elaboração denormatizações (NR- 20, PL - Di All,

Convenções de Segurança – Setor Plástico).- Atendimento ao trabalhador referentea dúvidas de segurança, saúde e meioambiente- Cursos/capacitações- Investigações de acidentes- Visitas técnicas- Participação em seminários, conferên-cias e congressos

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