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ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA: PROBLEMAS E SOLUÇÕES Sílvia R. Ziller 1 , Rafael D. Zenni 2 , Michele de Sá Dechoum 3 RESUMO Espécies exóticas invasoras configuram a segunda causa mundial de perda de biodiversidade. A falta de conhecimento público do assunto, assim como lacunas existentes no aspecto legal, na formação escolar e universitária contribuem para o agravamento do problema. O uso de espécies inadequadas na arborização tem causado prejuízos em diversos aspectos, porém a seleção adequada de espécies para evitar impactos em ambientes naturais próximos a cidades é um conceito ainda inovador. Paisagistas, arquitetos, urbanistas, comerciantes e produtores de plantas ornamentais públicos e privados são lideranças na incorporação desses conceitos. Há iniciativas de sucesso em esforços de conscientização pública e parcerias com o setor privado. As Prefeituras Municipais de Campinas e de Curitiba têm trabalhos desenvolvidos no controle e na substituição de espécies exóticas invasoras e na produção e uso de espécies nativas ornamentais. O Programa de Espécies Exóticas Invasoras para a América do Sul da The Nature Conservancy, a Associação Paranaense de Paisagismo e Jardinagem, o Instituto Hórus, o laboratório de paisagismo da UFPR e entidades privadas ligadas ao setor de plantas ornamentais lideram uma iniciativa para adoção de códigos de conduta voluntários para a utilização de plantas adequadas na arborização urbana, no paisagismo e na restauração de áreas degradadas. Palavras-chave: espécies exóticas invasoras, invasões biológicas, códigos de conduta voluntários. 1 Eng. Florestal, M.Sc., Dr. Conservação da Natureza. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis – SC, [email protected] 2 Eng. Florestal. The Nature Conservancy, Programa de Espécies Exóticas Invasoras para a América do Sul, Curitiba – PR, [email protected] 3 Bióloga, M.Sc., Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, [email protected]

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  • ESPCIES EXTICAS INVASORAS NA ARBORIZAO URBANA: PROBLEMAS E SOLUES

    Slvia R. Ziller1, Rafael D. Zenni2, Michele de S Dechoum3

    RESUMO

    Espcies exticas invasoras configuram a segunda causa mundial de perda de biodiversidade.

    A falta de conhecimento pblico do assunto, assim como lacunas existentes no aspecto legal,

    na formao escolar e universitria contribuem para o agravamento do problema. O uso de

    espcies inadequadas na arborizao tem causado prejuzos em diversos aspectos, porm a

    seleo adequada de espcies para evitar impactos em ambientes naturais prximos a cidades

    um conceito ainda inovador. Paisagistas, arquitetos, urbanistas, comerciantes e produtores de

    plantas ornamentais pblicos e privados so lideranas na incorporao desses conceitos. H

    iniciativas de sucesso em esforos de conscientizao pblica e parcerias com o setor privado.

    As Prefeituras Municipais de Campinas e de Curitiba tm trabalhos desenvolvidos no controle e

    na substituio de espcies exticas invasoras e na produo e uso de espcies nativas

    ornamentais. O Programa de Espcies Exticas Invasoras para a Amrica do Sul da The Nature

    Conservancy, a Associao Paranaense de Paisagismo e Jardinagem, o Instituto Hrus, o

    laboratrio de paisagismo da UFPR e entidades privadas ligadas ao setor de plantas

    ornamentais lideram uma iniciativa para adoo de cdigos de conduta voluntrios para a

    utilizao de plantas adequadas na arborizao urbana, no paisagismo e na restaurao de

    reas degradadas.

    Palavras-chave: espcies exticas invasoras, invases biolgicas, cdigos de conduta

    voluntrios.

    1 Eng. Florestal, M.Sc., Dr. Conservao da Natureza. Instituto Hrus de Desenvolvimento e Conservao Ambiental,

    Florianpolis SC, [email protected] 2 Eng. Florestal. The Nature Conservancy, Programa de Espcies Exticas Invasoras para a Amrica do Sul, Curitiba

    PR, [email protected] 3 Biloga, M.Sc., Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos do Esprito Santo,

    [email protected]

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    INVASIVE ALIEN SPECIES IN URBAN LANDSCAPING: PROBLEMS AND SOLUTIONS

    ABSTRACT

    Invasive alien species are the second global cause of biodiversity loss. The lack of public

    knowledge, as well as existing gaps in legal frameworks, in school and university curricula of

    professionals linked to the use of natural resources and environments, aggravate the problem.

    The use of inadequate species in urban landscaping has long caused damage to urban

    infrastructure, but the adequate selection of species to avoid impacts on natural habitats still is a

    new concept. Landscapers, architects, urbanists, public and private ornamental plant sellers and

    breeders are essential stakeholders in consolidating and applying this concept. There are

    successful linitiatives in public awareness and partnerships with the private sector. The

    municipalities of Campinas and Curitiba have developed work in controlling and replacing

    invasive alien species and in producing seedlings of native species for ornamental use and

    restoration. The Nature Conservancy South America Invasive Species Program, the

    Landscaping and Gardening Association of Parana state, the Horus Institute, the landscaping

    laboratory of the Federal University of Parana and private companies linked to the ornamental

    plant sector lead an effort for the adoption of voluntary codes of conduct for the use of adequate

    plants in urban landscaping, gardening and restoration of degraded areas.

    Key-words: invasive alien species, biological invasions, voluntary codes of conduct.

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    INTRODUO

    A presena de reas verdes e a arborizao de vias nas malhas urbanas so considerados

    elementos importantes no planejamento das cidades, na tentativa de uma convivncia

    harmnica entre o espao natural e o espao construdo. So conhecidas por sua importncia

    social, relacionada ao chamado conforto ambiental, uma vez que tem o papel de amenizadoras

    da paisagem. Auxiliam tambm na reduo da temperatura do ar e na emisso de poluentes e

    de rudos sonoros na atmosfera, pelos efeitos de cobertura e amortecimento das folhas. No

    caso de reas muito urbanizadas, nas quais o solo encontra-se quase totalmente

    impermeabilizado, so importantes ainda como reas com maior permeabilidade, agindo como

    tampes no escoamento de gua para os cursos dgua e reduzindo os efeitos de grandes

    enchentes.

    A escolha adequada de espcies para uso na arborizao urbana tem sido embasada

    principalmente em caractersticas biolgicas como porte, forma da copa, rusticidade,

    longevidade, pocas, tipos e cores de florao e frutificao, forma, efeito esttico, persistncia

    das folhas, velocidade de crescimento e sistema radicular em acordo com os locais de

    implantao (GONALVES et al., 2004; COPEL, 2007). Um critrio de extrema importncia

    para a conservao da biodiversidade ainda no est, de modo geral, incorporado a essa

    escolha e se refere s espcies em si, independente de serem adequadas em funo das

    demais caractersticas.

    Pequenos fragmentos de vegetao nativa existentes em parques e nas malhas urbanas de

    grandes cidades podem, em muitos casos, abrigar considervel riqueza de espcies. Por outro

    lado, encontram-se isolados na paisagem, sem nenhuma garantia de que as espcies nativas e

    as funes e interaes ecolgicas do ecossistema permaneam em condies necessrias

    para se manterem. Formar corredores de vegetao nativa por meio da arborizao urbana,

    visando dar conectividade a estes fragmentos, pode ser uma estratgia conservacionista

    extremamente interessante no ambiente urbano.

    Espcies exticas invasoras constituem a segunda causa mundial de perda de biodiversidade,

    perdendo apenas para a converso direta de ambientes e equiparando-se em grau de impacto

    s mudanas climticas globais (IUCN, 2000). O uso dessas espcies na arborizao urbana

    traz impactos ambientais que muitas vezes passam desapercebidos pelos responsveis por

    esses plantios, podendo gerar impactos que afetam a biodiversidade, a economia e/ou valores

    culturais nos arredores das reas urbanas ou mesmo em parques municipais, reas de

    preservao permanente e outras reas verdes.

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    Em acordo com a Conveno Internacional sobre Diversidade Biolgica (CDB) define-se como

    espcies nativas aquelas que evoluram naturalmente num dado ambiente; espcies exticas,

    como aquelas que se encontram fora de sua rea de distribuio natural passada ou presente,

    incluindo qualquer parte, gametas, sementes, ovos ou propgulos dessa espcie que possam

    sobreviver e subseqentemente reproduzir-se; e espcies exticas invasoras como aquelas

    espcies exticas cuja introduo ou disperso ameaa a diversidade biolgica (CONVENO

    SOBRE DIVERSIDADE BIOLGICA, Deciso VI/23, 2002).

    Espcies exticas invasoras no s afetam a diversidade biolgica, mas tm impactos sobre a

    economia, valores culturais e sobre a sade humana e animal. Podem transformar a estrutura e

    a composio de espcies de ecossistemas naturais atravs da represso ou da excluso de

    espcies nativas, seja pela competio por recursos naturais ou indiretamente porque alteram

    ciclos naturais. Podem, ainda, quebrar o funcionamento de ecossistemas naturais e suprimir a

    sua sustentabilidade, tendendo a exercer dominncia e a promover extines locais de

    espcies (MCNEELY; MOONEY; NEVILLE; SCHEI; WAAGE, 2001). Invases biolgicas criam

    uma tendncia global de um nmero relativamente pequeno de espcies, beneficiadas por

    aes humanas, formarem comunidades animais e vegetais homogneas, ao invs de um

    mundo caracterizado por grande diversidade biolgica e distino local como existe hoje

    (MCNEELY et al., 2001).

    Muitas das espcies exticas comumente utilizadas em arborizao urbana e projetos de

    paisagismo so dispersas por animais, com destaque para a avifauna, ou pelo vento, o que

    possibilita sua chegada a reas naturais urbanas ou periurbanas limtrofes. Outro vetor possvel

    a disperso pela populao que coleta propgulos na rea urbana e dissemina plantas para

    fora da cidade, em propriedades rurais, de onde h maiores oportunidades para a invaso de

    ambientes naturais.

    MATERIAIS E MTODOS

    Realizou-se uma reviso de listas de espcies disponveis no comrcio de plantas ornamentais

    no Brasil e de espcies utilizadas para arborizao urbana com vistas a identificar invasoras

    consagradas. A base de referncia principal para apontar espcies com potencial de invaso

    a base de dados nacional de espcies exticas invasoras, mantida pelo Instituto Hrus e pelo

    Programa de Espcies Exticas Invasoras para a Amrica do Sul da The Nature Conservancy

    (TNC). Outras referncias internacionais so igualmente importantes, especialmente para

    espcies cujo potencial de invaso ainda no est expresso no pas. Entre estes, vale citar o

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    programa Hawaiian Ecosystems at Risk, o Global Compendium of Weeds e as bases de dados

    da rede I3N (IABIN Invasives Information Network).

    Desenvolveu-se ainda uma sugesto muito simplificada de verificao de potencial invasor de

    plantas para orientar gestores, paisagistas, comerciantes, produtores de plantas ornamentais e

    o pblico interessado na escolha de espcies para uso. Essa verificao partiu do pressuposto

    de que a grande parte desse pblico dispe de acesso internet e que, portanto, tem condio

    de realizar uma anlise rpida para utilizar espcies que no tragam risco a ecossistemas

    naturais. O critrio de base para anlise a disponibilidade de informao, assim como

    protocolos de anlise de risco (GROVES; PANETTA; VIRTUE, 2001) estabelecidos e em uso

    em diversos pases, principalmente na Nova Zelndia, Austrlia, Estados Unidos, frica do Sul

    e ilhas de Galpagos e do Hava. A simplificao desses protocolos se fundamenta,

    basicamente, na busca de dados sobre a rea de distribuio natural das espcies e seu

    histrico de invaso fora da mesma (WITTENBERG; COCK, 2001).

    A fim de aplicar esses conceitos, formou-se uma rede de colaboradores que desenvolveram

    cdigos de conduta voluntrios para adoo pelos diferentes atores do setor de plantas

    ornamentais. Esses cdigos constituem regras de tica e de compromisso com a conservao

    da diversidade biolgica e tem o objetivo de orientar os usurios de plantas ornamentais sobre

    cuidados a serem tomados e espcies adequadas para uso e critrios tcnicos sobre locais

    apropriados para uso de certas plantas. Os cdigos de conduta voluntrios tambm visam

    estabelecer um processo de capacitao e informao tcnica em que as pessoas envolvidas

    assumem a responsabilidade de buscarem informao qualificada e de propagarem essa

    informao tanto na prtica do dia-a-dia quanto no repasse ao pblico e a parceiros.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Para facilitar a apresentao dos resultados, os mesmos foram divididos em trs temas: um

    panorama das espcies exticas invasoras comumente utilizadas na arborizao urbana no

    Brasil, um roteiro para a realizao de uma verificao de potencial invasor simplificada e os

    resultados obtidos na aplicao prtica desses conceitos atravs do uso de cdigos de conduta

    voluntrios no Estado do Paran.

    Espcies exticas invasoras utilizadas na arborizao urbana no Brasil Um levantamento de espcies exticas invasoras comumente utilizadas para fins de

    arborizao urbana no Brasil apresentado na Tabela 1. A relao de espcies apresentadas

    no compreende todo o universo de invasoras utilizadas na arborizao urbana no Brasil e no

    mundo. O principal objetivo de se apresentar esta lista trazer ao conhecimento do leitor

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    algumas espcies que so comumente utilizadas e que tm impacto reconhecido em ambientes

    naturais.

    Tabela 1 Lista de espcies utilizadas na arborizao urbana no Brasil com antecedentes de invaso em ambientes naturais. Fonte: Base de dados I3N de espcies exticas invasoras do Brasil, (www.institutohorus.org.br).

    Nome cientfico Nome comum Famlia Distribuio natural

    Distribuio como invasora

    Acacia longifolia Accia-martima Mimosaceae Austrlia Brasil, Portugal, frica do Sul, Uruguai

    Acacia mangium Accia-mangium Mimosaceae Austrlia Brasil, Bangladesh, Camares, Costa Rica, Hava, Filipinas

    Acacia mearnsii Accia-negra Mimosaceae Austrlia Brasil, lhas Reunio, Frana, Espanha, Portugal, Itlia, Iugoslvia, Romnia, frica do Sul, Tanznia e Estados Unidos (Hava e Califrnia)

    Archontophoenix cunninghamiana

    Palmeira-australiana

    Arecaceae Austrlia Brasil

    Artocarpus heterophyllus

    Jaqueira Moraceae sia Brasil

    Azadirachta indica Nim Meliaceae ndia Brasil, Fiji, Austrlia, Repblica Dominicana, Amrica Central, ndia, Gana, Gmbia e na regio do Sahel, alm de outros pases da frica Ocidental

    Caryota urens Palmeira rabo-de-peixe

    Arecaceae India, Sri Lanka, Myanmar e Malsia

    Brasil sudeste

    Casuarina equisetifolia Casuarina Casuarinaceae Austrlia Brasil, Estados Unidos (Hava e Flrida), Porto Rico, Bahamas, inmeras ilhas Caribenhas, Argentina

    Clitoria fairchidiana Sombreiro Fabaceae Norte da Amrica do Sul

    Brasil, ndia, Filipinas, Repblica Dominicana Estados Unidos, Colmbia e Venezuela

    Elaeis guineensis Dend Arecaceae frica Ocidental

    Brasil, lhas do oceano Pacfico, Hava, Polinsia Francesa

    Eriobotrya japonica Nspera, ameixa-amarela

    Rosaceae Japo Brasil, frica do Sul, Estados Unidos e Argentina. Na ndia e no Japo considerada naturalizada

    Euphorbia tirucalli rvore do lpis, rvore-deso-sebastio

    Euphorbiaceae frica Brasil, Estados Unidos da Amrica (Hava)

    Grevillea banksii Grevlea-an Proteaceae Austrlia Brasil

    Grevillea robusta Grevlea Proteaceae Austrlia Estados Unidos, Jamaica, Ilhas do Pacfico, Argentina, frica do Sul e Zimbabue

    Hovenia dulcis Uva-do-japo Rhamnaceae Japo, China

    Austrlia, Tanznia, Brasil, Paraguai e Argentina

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    Nome cientfico Nome comum Famlia Distribuio natural

    Distribuio como invasora

    Leucaena leucocephala Leucena Mimosaceae Amrica Central

    Brasil, Samoa Americana, Angola, Anguilla, Antigua e Barbuda, Argentina, Aruba, Austrlia, Bahamas, Bangladesh, Barbados, Benin, Bermuda, Bolvia, Botswana, Brunei, Darussalam, Burkina Faso, Burundi, Camboja, Camares, Cabo Verde, Ilhas Caim, Repblica Central Africana, Chad, China, Ilhas Cocos (Keeling), Colmbia, Congo, Ilhas Cook, Costa Rica, Cote d`Ivoire, Cuba, Djibouti, Repblica Dominicana, Timor Leste, Equador, Egito, El Salvador, Guin Equatorial, Eritrea, Etipia, Estados Federados da Micronsia, Fiji, Guiana Francesa, Polinsia Francesa, Gabo, Gambia, Ghana, Granada, Guadalupe, Guam, Guatemala, Guin, Guin-Bissau, Guiana, Haiti, Honduras, ndia, Indonsia, Jamaica, Qunia, Kiribati, Repblica Popular Democrtica do Lao, Libria, Madagascar, Malawi, Malsia, Mali, Martinica, Mauritius, Montserrat, Marrocos, Moambique, Myanmar (Burma), Nepal, Antilhas Finlandesas, Nova Calednia, Niger, Nigria, Paquisto, Panam, Papua Nova Guin, Paraguai, Peru, Filipinas, Porto Rico, Reunio, Ruanda, Santa Helena, Saint Kitts e Nevis, Santa Lcia, Saint Vincent e as Grenadines, Samoa, Senegal, Seicheles, Serra Leoa, Singapura, Ilhas Salomo, Somlia, frica do Sul, Sri Lanka, Sudo, Suriname, Swazilndia, Tanznia, Tailndia, Togo, Tonga, Trinidad e Tobago, Tunsia, Turks e Caicos, Uganda, Estados Unidos, Uruguai, Vanuatu, Venezuela, Vietn, Ilhas Virgens, Zaire, Zmbia e Zimbbue

    Ligustrum deciduum Ligustro, alfeneiro Oleaceae Japo Brasil

    Ligustrum japonicum Ligustro, alfeneiro Oleaceae Japo Brasil, frica do Sul, Estados Unidos e Porto Rico

    Ligustrum lucidum Ligustro, alfeneiro Oleaceae Japo Brasil

    Malvaviscus rosa-sinensis

    Hibisco Malvaceae sia oriental - China

    Brasil sudeste

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    Nome cientfico Nome comum Famlia Distribuio natural

    Distribuio como invasora

    Melia azedarach Cinamomo, paraso Meliaceae ndia Brasil, frica do Sul, Estados Unidos

    Mimosa caesalpiniifolia Sabi Mimosaceae Brasil - Caatinga

    Brasil - sudeste

    Morus alba Amoreira Moraceae China Brasil, Argentina, Estados Unidos (Virginia), Canad (Ontrio), frica do Sul

    Morus nigra Amoreira Moraceae China Brasil, Estados Unidos

    Prosopis juliflora Algaroba Mimosaceae Estados Unidos e Mxico

    Brasil, Etipia, frica do Sul

    Prosopis pallida Algaroba Mimosaceae Peru, Colmbia e Equador

    Brasil, Europa meridional, parte da sia e norte da frica. Porto Rico, Hava, ndia e Austrlia

    Psidium guajava Goiabeira Myrtaceae Amrica Central

    Brasil, Ilhas do Pacfico , Ilhas Galpagos, Nova Zelndia, Austrlia, Estados Unidos (Hava, Florida), sudeste da frica, Zimbbue, Malsia, Nova Calednia, Fiji, Porto Rico, Cuba

    Spathodea campanulata

    Tulipa africana Bignoniaceae frica Oriental

    Brasil, Austrlia, Hava, Ilha Christmas, Polinsia Francesa e ilhas Fiji

    Syzygium cumini Jambo Myrtaceae ndia Brasil, Ilhas Cook, ilhas Fiji, Polinsia Francesa, Guam, Hava, Florida, Nova Calednia, Niue, Palau, Tonga, China, Indonsia, Malsia, Ilhas Christmas, Austrlia, frica, Caribe, Amrica do Sul

    Tecoma stans Amarelinho Bignoniaceae Amrica Central

    Brasil, Ilhas do Oceano Pacfico e ndico, frica do Sul, Austrlia, Argentina, Madagascar, ndia e Paquisto, Panam, Ilhas Marquesas,

    Terminalia catappa Castanheira, sombreiro

    Combretaceae Malsia Brasil, Hava, Ilhas Mariana, Ilhas Manu, Ilhas Cook e Arquiplago de Galpagos

    Thespesia populnea Tespesia Malvaceae Provavelmente nativa da ndia na sia, mas pode ser originria tambm da frica Tropical e Ilhas do Pacfico

    Brasil, Estados Unidos da Amrica (Flrida)

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    Verificao de potencial invasor Ao se definir que espcies utilizar, seja em projetos paisagsticos, seja em negociaes de

    compra e venda, solicita-se aos usurios de plantas ornamentais que verifiquem pelo menos as

    seguintes informaes acerca das mesmas:

    a) origem ou rea de distribuio natural a forma mais prtica de encontrar essa

    informao usar a ferramenta de busca do Google (www.google.com) colocando o

    nome cientfico da espcie + native range.

    b) Presena em listas de espcies exticas invasoras, disponvel no website

    www.institutohorus.org.br, mantenedor da base de dados nacional de espcies exticas

    invasoras no Brasil.

    c) Meno de ocorrncia como espcie extica invasora em outra parte, seja no Brasil ou

    em outros pases. Boas alternativas so os websites www.hear.org, que contm uma

    relao grande de espcies invasoras tropicais e o Global Compendium of Weeds

    http://www.hear.org/gcw/.

    Caso a espcie esteja citada em algumas das referncias indicadas acima, deve-se evitar a sua

    produo, comercializao e utilizao, pois o risco da espcie se disseminar e desenvolver um

    processo de invaso biolgica alto e deve ser evitado, em virtude do princpio da precauo e

    do histrico de impactos dessas espcies em outros ambientes.

    Experincias concretas

    Prefeitura Municipal de Curitiba, Projeto Biocidade

    O projeto Biocidade tem como foco a identificao, o estudo e a produo de espcies da flora

    nativa da regio com potencial ornamental e a utilizao destas plantas em parques, praas,

    jardins pblicos e privados, bem como o incentivo populao para uso dessas espcies em

    substituio a espcies exticas. As principais aes que compem este projeto esto

    relacionadas a seguir (CDB, 2007):

    realizao de estudos e pesquisas de identificao de espcies potenciais; criao, junto ao Museu e ao Jardim Botnico, de uma estufa para promover a

    produo de espcies nativas;

    criao de um jardim demonstrativo, concebido para comprovar a possibilidade da utilizao de espcies nativas para fins ornamentais;

    capacitao, treinamento e formao do pblico interessado em ampliar e utilizar espcies da flora nativa em projetos paisagsticos;

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    engajamento da populao visando incentivar aes desenvolvidas pela iniciativa privada e populao em geral na adoo de espcies nativas em espaos privados,

    criando nichos de utilizao de nativas e de atrao de fauna regional;

    criao de mecanismos de reintroduo e preservao da avifauna regional, incrementando o potencial de atrao de fauna em reas naturais protegidas.

    Uma das realizaes desse projeto que merece destaque a construo de um jardim de

    espcies nativas dentro do Jardim Botnico Municipal para abrigar apenas plantas nativas da

    regio com potencial ornamental, incentivando a populao a adotar o uso destas plantas e

    iniciando um processo de conscientizao pblica.

    O plano diretor do Municpio, j impulsionado pelo exemplo do projeto Biocidade, estabelece

    que plantas da arborizao viria que so consideradas inadequadas (incluindo espcies

    exticas invasoras) devem ser substitudas por plantas nativas da regio. As aes do plano

    diretor incluem a realizao de um diagnstico, a substituio de plantios antigos e

    inadequados e trabalhos de educao ambiental com a comunidade (CDB, 2007).

    Prefeitura Municipal de Campinas

    A vegetao remanescente do municpio de Campinas (SP) corresponde a 2,55% da rea

    municipal (SANTIN, 1999), representada por remanescentes da Floresta Estacional

    Semidecidual, Savanas e Formaes Pioneiras de Influncia Fluvial (Veloso et al, 1991 Os

    fragmentos de vegetao nativa esto isolados e distantes entre si, em diferentes estados de

    conservao, predominando (62%) estados entre muito e extremamente perturbados (SANTIN,

    1999). Alguns destes remanescentes esto localizados nos 13 parques urbanos existentes na

    cidade, conhecidos como bosques.

    A maior parte desses bosques est localizada em pores extremamente urbanizadas de

    Campinas, atuando como amenizadores da paisagem, da poluio sonora e do ar, e de

    temperatura, alm de abrigarem os ltimos indivduos de fauna e flora representantes da

    biodiversidade regional. A proximidade de centros urbanos, entretanto, tambm traz alguns

    efeitos deletrios aos ecossistemas existentes dentro desses remanescentes. Esses efeitos

    podem ser diretos e de curto prazo, como a poluio de cursos dgua existentes dentro dessas

    reas, ou indiretos e de longo prazo, como a descaracterizao da regenerao natural pela

    entrada de espcies exticas invasoras e pelo isolamento das populaes de plantas e animais

    existentes.

    Historicamente, desde sua criao, o manejo utilizado no gerenciamento dessas reas foi o

    mesmo que o utilizado em praas e outras reas verdes artificiais do municpio. Sendo assim,

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    prticas como a roada do sub-bosque dos remanescentes para a introduo de espcies

    arbustivas e herbceas ornamentais exticas em reas prximas passagem de pessoas, ou

    ainda, a ao errnea de enriquecimento dos fragmentos com espcies arbreas exticas com

    potencial invasor foram continuamente utilizadas.

    Alm das introdues ocorridas propositadamente, o plantio de espcies exticas com potencial

    invasor dispersas pelo vento e pela avifauna, tanto na arborizao urbana quanto em

    paisagismo de propriedades particulares, levaram chegada destas espcies e dominncia das

    mesmas em reas naturais.

    Diante do exposto e com base em avaliaes e diagnsticos rpidos realizados, a Prefeitura de

    Campinas iniciou a implementao de um programa de manejo das reas verdes naturais do

    municpio, composto pelas seguintes aes: (1) formao de corredores de biodiversidade,

    por meio da restaurao de reas de preservao permanente (margens de cursos dgua,

    principalmente), visando a conectividade das reas naturais remanescentes; (2) adequao do

    viveiro municipal produo de mudas de espcies nativas; (3) implementao de um

    programa municipal de coleta de sementes de espcies nativas por meio da capacitao de

    funcionrios e de formao de uma equipe permanente; e (4) manejo da vegetao em reas

    verdes naturais.

    Nas reas de preservao permanente, em sua maior parte dominadas por gramneas

    africanas, tais como braquiria (Brachiaria spp.) e capim colonio (Panicum maximum), foi

    efetuado o controle por roadas dessas invasoras, acompanhado do plantio de espcies

    regionais nativas. As manutenes ocorreram aps o treinamento da equipe executora, no

    sentido de eliminar as invasoras e conduzir a regenerao natural, pela permanncia de

    espcies ruderais como o assapeixe (Baccharis sp.) e o fumo-bravo (Solanum erianthum).

    O emprego da regenerao natural bastante interessante, uma vez que a rea restaurada

    naturalmente, com menor interferncia humana, e um processo simples e barato, uma vez

    que s exige o corte peridico das gramneas. Entretanto, importante ressaltar que se deve

    avaliar onde se pode aplicar tal mtodo, uma vez que reas localizadas na malha urbana, no

    meio do centro da cidade, por exemplo, apresentam baixa resilincia.

    J nos bosques municipais, o trabalho ocorreu pela remoo de espcies exticas invasoras

    existentes no sub-bosque dos remanescentes de vegetao nativa, ali plantadas com fins

    ornamentais. Indivduos de espada-de-so-jorge (Sansevieria trisfasciata), hibisco (Malvaviscus

    rosa-sinensis) e trapoeraba (Tradescantia zebrina), dentre outras, foram retiradas manualmente

    por funcionrios treinados de quatro bosques do municpio. Alm destas, plntulas e indivduos

    jovens de espcies arbreas exticas invasoras, como uva-do-japo (Hovenia dulcis) e leucena

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    (Leucaena leucocephala), tambm foram retiradas com o objetivo de criar condies para o

    processo de regenerao natural, pela formao do sub-bosque composto por espcies

    nativas.

    Cdigos de conduta voluntrios

    A partir de um levantamento nacional de espcies exticas invasoras em ambientes terrestres,

    realizado pela The Nature Conservancy e pelo Instituto Hrus para o Ministrio do Meio

    Ambiente, verificou-se que a principal causa de introduo intencional de espcies exticas

    invasoras no pas o uso ornamental (22%). Reconhecendo o volume de material biolgico que

    isso representa, um grupo de instituies elaborou um cdigo de conduta voluntrio para criar o

    conceito de responsabilidade ambiental no paisagismo e na horticultura ornamental, trazendo

    ao conhecimento da sociedade a importncia do cuidado na escolha de plantas ornamentais e

    buscando criar um elo entre o paisagismo e o uso de plantas ornamentais com a conservao

    da natureza.

    Os cdigos de conduta voluntrios so um conjunto de regras e recomendaes que visam

    orientar usurios sobre prticas ticas e responsveis a serem seguidas para evitar impactos

    ambientais e promover o conhecimento do assunto. O intuito valorizar o trabalho daqueles

    indivduos ou empresas que se preocupam em desempenhar seu trabalho, respeitando

    preceitos sociais e ambientais e levando em conta benefcios econmicos. Os cdigos de

    conduta voluntrios so propostos de forma aberta e aceitos com base no grau de preocupao

    dos representantes do setor com questes relacionadas ao bem-estar comum como fator

    adicional preocupao do bem-estar individual.

    Um dos principais objetivos do cdigo de conduta voluntrio criar uma barreira introduo e

    distribuio de plantas reconhecidamente ou potencialmente invasoras. A avaliao do

    potencial invasor dessas plantas feita atravs de anlise de risco, que constitui um estudo

    realizado previamente introduo ou adoo para uso da espcie que determina o grau de

    risco da mesma se tornar invasora. A verificao do potencial invasor com base em seu

    histrico de uso no mundo uma simplificao da anlise de risco e pode ajudar como uma

    pr-anlise. Embora no deva ser considerada conclusiva, sem dvida um indicador

    importante e deve ser considerada com ateno.

    O cdigo de conduta voluntrio especfico para o setor de plantas ornamentais, porm

    diferente para cada grupo participante. As necessidades e premissas de cada ramo do setor de

    ornamentais so diferentes e estas diferenas precisam ser respeitadas. Os cdigos de conduta

    voluntrios se dirigem a (Anexo I):

  • 13

    agncias governamentais ligadas ao setor de plantas ornamentais; produtores e comerciantes de plantas ornamentais; jardineiros e entusiastas da jardinagem; paisagistas e decoradores; jardins botnicos e arboretos; associaes envolvidas com a horticultura; e organizaes interessadas na horticultura ornamental sustentvel.

    As instituies e profissionais que participam da iniciativa (Anexo II), aes em andamento e

    propostas de trabalho podem ser encontradas no site www.institutohorus.org.br. Todos os

    interessados em contribuir com esse trabalho podem aderir iniciativa.

    Em paralelo aplicao dos cdigos de conduta voluntrios, o grupo est trabalhando na

    elaborao de listas de espcies alternativas que tm caractersticas comuns s invasoras,

    especialmente o porte e o tipo de ambiente, como sugestes de substituio. As espcies

    podem ser distintas na cor da florao ou forma de folhas, porm serviriam ao mesmo tipo de

    uso ornamental sem causarem impactos a ambientes naturais.

    CONCLUSES

    A substituio das espcies exticas invasoras referenciadas neste trabalho por outras

    espcies, preferencialmente nativas, ou ao menos no invasoras, tem grande potencial de

    trazer benefcios conservao da diversidade biolgica brasileira.

    Da mesma forma como as reas urbanas servem como fonte de propgulos para a disperso

    de espcies exticas invasoras que trazem impactos diversidade biolgica, tambm podem

    ter efeito benfico atravs do plantio de espcies nativas da regio.

    O histrico comum no Brasil de extrao seletiva de espcies de alto valor madeireiro levou, em

    inmeras reas, depleo do estoque de populaes naturais de espcies que compem as

    florestas maduras. A regenerao natural dessas reas a estgios florestais avanados

    comumente inviabilizada pela falta de propgulos em escala regional, pois a supresso de

    populaes dessas espcies muitas vezes as levou praticamente extino local ou

    permanncia de raros indivduos sobreviventes, localizados em reas remotas e em nmero

    insuficiente para promover o repovoamento de remanescentes naturais.

    A utilizao de espcies que compem a flora nativa dessas reas, mesmo no permetro

    urbano, especialmente quando disseminadas por aves, tem potencial para contribuir para a

    restaurao da resilincia dessas reas naturais e a melhoria da riqueza de espcies e da

    diversidade biolgica em escala regional. Sendo assim, a implementao de atividades que

  • 14

    levem formao de corredores de biodiversidade pelo plantio de espcies nativas regionais

    em reas de preservao permanente e na arborizao uma importante ferramenta de gesto

    ambiental urbana, pois pode promover o reestabelecimento da conectividade entre reas

    verdes isoladas.

    Recomenda-se que paisagistas, produtores de plantas, viveiristas, gestores de reas urbanas e

    de reas naturais busquem informaes sobre as espcies selecionadas para produo, cultivo

    e plantio antes que as indiquem para quaisquer fins, aproveitando as informaes

    disponibilizadas neste trabalho e nos websites indicados. A introduo de espcies exticas

    que hoje so invasoras na grande parte feita de maneira voluntria (ROMAIS et al., 2005),

    justamente pela falta de anlise anterior. A simples verificao do potencial de risco de

    espcies atravs de seu histrico de invaso em outras partes do pas ou do mundo, pode

    mudar essa tendncia e diminuir a presso de invases biolgicas sobre ambientes naturais no

    futuro.

    Recomenda-se a adoo dos cdigos de conduta disponveis nos anexos deste trabalho pelos

    diferentes setores do pblico interessado, para o qu fica disposio o contato por correio

    eletrnico [email protected].

    AGRADECIMENTOS

    A

    Christina Whiteman, Mdica Veterinria, Belm PA e

    Jos Beethoven Figueiredo Barbosa, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista,

    pela contribuio de informaes sobre espcies utilizadas na arborizao urbana.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    COMMITTEE ON THE SCIENTIFIC BASIS FOR PREDICTING THE INVASIVE POTENCIAL OF NONINDIGENOUS PLANTS AND PLANT PESTS IN THE UNITED STATES. Predicting invasions of nonindigenous plants and plant pests. Washington, DC: National Academy Press, 2002. 194 p.

    CONVENO SOBRE DIVERSIDADE BIOLGICA, Deciso VI/23, 2002. http://www.cbd.int/convention/cop-6-dec.shtml?m=COP-06&id=7197&lg=0 Acessado em 17 de julho de 2007.

    CONVENO SOBRE DIVERSIDADE BIOLGICA. Cidades e biodiversidade - Atingindo as metas de biodiversidade para 2010. Curitiba, 2007. 7p. Disponvel em: http://www.red-de-autoridades.org/biodivurbana/contenidos/curitiba/ciudadesybiodiversidad_2010_port.pdf. Acessado em 23 de julho de 2007.

    COPEL. Guia de arborizao para os municpios. Disponvel em: http://www.copel.com/manual_arborizacao/index.htm. Acessado em 18 julho 2007.

  • 15

    GONALVES, Elzimar de Oliveira; PAIVA, Haroldo N. de; GONALVES, Wantuelfer;

    JACOVINE, Larcio A. G. Avaliao qualitativa de mudas destinadas arborizao urbana no

    estado de Minas Gerais. Revista rvore, Viosa, v.28, n.4, p.479-486, 2004.

    GROVES, Richard H.; PANETTA, J. Dane; VIRTUE, John Garry. Weed Risk Assessment. Collingwood, Australia: CSIRO, 2001. 244p.

    IUCN. IUCN Guidelines for the prevention of biodiversity loss caused by alien invasive species. 51st Meeting of Council, February 2000.

    MCNEELY, Jeffrey A.; MOONEY, Harold A.; NEVILLE, Laurie E.; SCHEI, Peter Johan; WAAGE, Jeffrey K. Global Strategy on Invasive Alien Species. Gland, Switzerland: IUCN, 2001. 50p.

    ROMAIS, Danielle Kioshima; NETO, Joachim Graf; ZENNI, Rafael Dudeque; RIBEIRO, Rodrigo Chaves; ZILLER Slvia Renate. Resultados Preliminares do Informe Nacional de Espcies Exticas Invasoras. In: SIMPSIO BRASILEIRO SOBRE ESPCIES EXTICAS INVASORAS, I, 2005, Braslia. Anais. Disponvel em http://www.mma.gov.br/invasoras/capa/docs/paineis/veg_danielle_romais.pdf. Acessado em 23 de julho de 2007.

    SANTIN, D. A. 1999. A vegetao remanescente do municpio de Campinas (SP): mapeamento, caracterizao fisionmica e florstica, visando conservao. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP).

    - VELOSO, H.P., RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C. 1991. Classificao da vegetao brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). 124p.

    WITTENBERG, Rdiger; COCK, Matthew J. W. (eds.). Invasive Alien Species: A Toolkit of Best Prevention and Management Practices. Wallingford, UK: CAB International, 2001. 228p.

  • 16

    ANEXO I CDIGOS DE CONDUTA VOLUNTARIOS

    Para rgos e Setores do Governo

    1. Exigir anlise de risco para introdues de plantas conduzidas ou financiadas pelo governo visando garantir que nenhuma nova espcie de planta que represente ameaa seja introduzida, intencionalmente ou acidentalmente.

    2. No distribuir propgulos existentes de espcies de plantas invasoras para reas onde elas podem potencialmente causar prejuzos; Eliminar estes propgulos ou manter propgulos novos ou existentes utilizando protees/barreiras adequadas.

    3. Coordenar e facilitar a colaborao entre bancos de dados, sistemas de deteco precoce, monitoramentos e outros meios de preveno de impactos causados por plantas exticas invasoras.

    4. Liderar e financiar o desenvolvimento de mecanismos ecologicamente corretos para o controle de plantas exticas invasoras. Buscar manejar e controlar estas espcies em reas pblicas (por exemplo, unidades de conservao e faixas de domnio) e promover ou fomentar o controle em reas privadas adjacentes.

    5. Desenvolver e promover o uso de plantas no invasoras dentro das unidades governamentais e para o pblico.

    6. Facilitar, liderar, coordenar e avaliar conscientizao pblica e educao sobre plantas exticas invasoras prejudiciais.

    7. Encorajar funcionrios pblicos e diretores a participar em contnuos programas de treinamento e conscientizao sobre espcies exticas invasoras.

    8. Promover cooperao internacional para minimizar o risco de importao e exportao de plantas potencialmente invasoras.

    9. Desenvolver parcerias com programas de incentivo que diminuam o impacto de plantas exticas invasoras e que provem recursos de restaurao ambiental.

    10. Reforar a legislao sobre plantas exticas invasoras em todos os nveis. Para Produtores de Plantas Ornamentais 1. Antes de qualquer solicitao de importe ou introduo de espcies, verificar o potencial

    invasor de cada espcie de forma a garantir que somente se realize o processo de importao se no houver risco ambiental. O potencial invasor deve ser analisado pelo introdutor ou por especialistas qualificados utilizando mtodos de anlise de risco desenvolvidos que consideram as caractersticas da espcie e observaes prvias ou experincias com a planta em outros locais do mundo. Discernimentos adicionais devem ser ganhos atravs de monitoramentos extensivos nos viveiros anteriormente distribuio. A comprovao de baixo risco de cada espcie utilizada deve fazer parte do processo de documentao da empresa.

    2. Trabalhar com especialistas regionais e apoiadores para determinar quais espcies j so ou se tornaro invasoras em sua regio. Identificar plantas que poderiam ser alternativas apropriadas sua regio.

    3. Desenvolver e promover plantas no invasoras alternativas atravs de seleo e reproduo.

    4. Onde o consenso for alcanado entre associaes de produtores, governo, academia, e organizaes ambientalistas, haver diminuio gradual do estoque existente de espcies invasoras especificamente nas regies onde elas so consideradas ameaa.

    5. Seguir todas as leis de importao e quarentena de material vegetal para alm das fronteiras polticas.

  • 17

    6. Estimular e encorajar consumidores a usar, e publicaes sobre jardinagem e paisagismo a promover, plantas no invasoras.

    Para Paisagistas 1. Buscar educao e informao em questes sobre espcies exticas invasoras:

    a. Trabalhar com ecologistas, horticultores, viveiros, jardins botnicos, organizaes conservacionistas e outras que trabalhem com plantas nativas para determinar que espcies so invasoras ou possuem caractersticas agressivas na sua regio. Investigar espcies que podem representar ameaa de invaso biolgica. b. Aumentar a interao com outros profissionais e amadores para identificar plantas alternativas e outras solues para problemas causados por plantas invasoras prejudiciais. c. Aproveitar oportunidades de educar e aprender mais sobre questes relacionadas com espcies exticas invasoras.

    2. Identificar e recomendar espcies no invasoras que sejam alternativas desejveis esteticamente e comercialmente s espcies exticas invasoras em sua regio.

    3. Eliminar recomendaes de espcies que sejam invasoras em sua regio. 4. Esteja precavido de potenciais impactos ambientais por trs de reas planejadas e

    manejadas (por exemplo, plantas se disseminando para reas naturais ou plantaes agrcolas adjacentes).

    5. Encorajar viveiros e outros fornecedores a proverem os paisagistas e o pblico com plantas no invasoras.

    6. Colaborar com outros especialistas regionais e agncias no desenvolvimento e na reviso de zoneamentos da paisagem. Promover a incluso de questes relacionadas s espcies exticas invasoras nestas regulamentaes.

  • 18

    ANEXO II INSTITUIES E PROFISSIONAIS PARTICIPANTES DA INICIATIVA DO

    CDIGO DE CONDUTA VOLUNTRIO

    A Prima Plantarum - Heloiza Rodrigues, Curitiba - PR Associao Alphaville Graciosa Residencial, Curitiba - PR Associao Paranaense de Paisagismo e Jardinagem, Curitiba - PR Centro de Jardinagem e Arte Floral do Paran, Curitiba - PR Instituto Hrus de Desenvolvimento e Conservao Ambiental, Florianpolis - SC Jardim Botnico Municipal e Museu Botnico de Curitiba - PR Juliana Stein, Jornalista, Curitiba - PR Laboratrio Neotropical de Controle Biolgico de Plantas, UFPR Luciana Leal, Curitiba - PR Maria Elena Zingoni de Bar Paisagista, Florianpolis SC Mariana Benghi Paisagismo, Curitiba - PR Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais, Curitiba - PR Paulo Luciano da Silva, Emater, Curitiba - PR Prefeitura Municipal de Araucria - PR PROFLOR Consultoria Florestal, Curitiba - PR Renata Charvet Inckot, Curitiba - PR Sementes & Saberes, Curitiba - PR Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educao Ambiental - Projeto Condomnio

    da Biodiversidade, Curitiba - PR

    The Nature Conservancy Programa de Espcies Exticas Invasoras para a Amrica do Sul

    Toque Natural Paisagismo - Rosangela F. C. Sabbag, Curitiba - PR Universidade Federal do Paran - Laboratrio de Paisagismo, Curitiba - PR