Esquema de Literatura Brasileira II

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ESQUEMA DE LITERATURA BRASILEIRA II REALISMO NATURALISMO (1881 1902) Linguagem realista: Objetivismo Descrição e adjetivação objetivas, tentando captar o real como ele é. Linguagem culta e direta. Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades. Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais. Casamento como instituição falida; contrato de interesses e conveniências. Herói problemático (anti-herói), cheio de fraquezas, manias e incertezas. Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico Personagens trabalhadas psicologicamente. Universalismo. MACHADO DE ASSIS A sua prosa divide-se em duas fases: romântica e realista: a)Obras românticas: Helena, A mão e a luva, Iaiá Garcia e Ressurreição (romances); Contos fluminenses b) Obras realistas: (contos) Relíquias da Casa Velha, Papéis avulsos; (romances) Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Fase realista Conversa com o leitor Metalinguagem Ruptura com a narrativa linear Psicologismo nas personagens Personagens complexas Capítulos curtos Universalismo nos temas Envolvimento com fatos históricos, contemporâneos ou não Ironia, humor negro Linguagem enxuta Grandes arquétipos linguagem naturalista: Linguagem simples Clareza, equilíbrio e harmonia na composição

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ESQUEMA DE LITERATURA BRASILEIRA II

REALISMO – NATURALISMO

(1881 – 1902)

Linguagem realista:

Objetivismo

Descrição e adjetivação objetivas, tentando captar o real como ele é.

Linguagem culta e direta.

Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades.

Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais.

Casamento como instituição falida; contrato de interesses e conveniências.

Herói problemático (anti-herói), cheio de fraquezas, manias e incertezas.

Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico

Personagens trabalhadas psicologicamente.

Universalismo.

MACHADO DE ASSIS

A sua prosa divide-se em duas fases: romântica e realista:

a)Obras românticas: Helena, A mão e a luva, Iaiá Garcia e Ressurreição (romances);

Contos fluminenses

b) Obras realistas: (contos) – Relíquias da Casa Velha, Papéis avulsos; (romances) –

Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e

Memorial de Aires.

Fase realista

Conversa com o leitor

Metalinguagem

Ruptura com a narrativa linear

Psicologismo nas personagens

Personagens complexas

Capítulos curtos

Universalismo nos temas

Envolvimento com fatos históricos, contemporâneos ou não

Ironia, humor negro

Linguagem enxuta

Grandes arquétipos

linguagem naturalista:

Linguagem simples

Clareza, equilíbrio e harmonia na composição

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Preocupação com minúcias

Presença de palavras regionais

Descrição e narrativas lentas

Impessoalidade

Determinismo

Objetivismo científico

Temas de patologia social

Observação e análise da realidade

Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual

Despreocupação com a moral

PRINCIPAIS PROSADORES REALISTAS E NATURALISTAS

ALUÍSIO AZEVEDO

Literatura engajada

Em O mulato e Casa de pensão, ainda temos influências românticas (apenas em

O cortiço é que o autor alcança a totalidade naturalista)

Outros prosadores naturalistas: Adolfo Caminha (Bom-crioulo); Raul Pompéia (O

Ateneu), Inglês de Sousa (A normalista e O missionário), Domingos Olímpio (Luzia-

Homem) e Rodolfo Teófilo (A fome)

Outros prosadores realistas: Rui Barbosa (O papa e o Concílio; Cartas da

Inglaterra), Joaquim Nabuco (O Abolicionismo; Balmaceda) e Coelho Neto (A

conquista)

PARNASIANISMO E SIMBOLISMO - ENTRE O EQUILÍBRIO E A LOUCURA

Busca Da Perfeição Formal

Vocabulário Culto

Gosto Pelo Soneto

Rimas Raras, Chaves De Ouro

Gosto Pelas Descrições

Objetivismo

Racionalismo

Universalismo

Apego À Tradição Clássica

Presença Da Mitologia Greco-Latina

Arte Pela Arte

PRINCIPAIS POETAS

ALBERTO DE OLIVEIRA

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a) o mais atado aos rigorosismos do Parnasianismo;

b) poemas que reproduzem mecanicamente a natureza e objetos decorativos;

c) poesia morta e aberta apenas para a apreciação do objeto.

RAIMUNDO CORREIA a) fase romântica (Primeiros sonhos – 1879): influências de Casimiro de

Abreu e Fagundes Varela; b) fase parnasiana (Sinfonias – 1883; Versos e versões – 1887): poesia

filosófica, negativa (influenciada por Schopenhauer) c) fase pré-simbolista: pessimismo que busca refúgio na metafísica e na

religião. Poesias com pesquisa de musicalidade e sinestesia.

OLAVO BILAC

a) o mais inovador do Parnasianismo; b) metalinguagem (poética da perfeição);

c) lirismo amoroso e textos históricos (sem passionalidade); d) escritor parnasiano, mas um homem nacionalista ufanista.

SIMBOLISMO

Subjetivismo

Linguagem Vaga, Imprecisa (Para Trasmitir Sugestões)

Abundância De Figuras De Linguagem

Musicalidade (Sugestiva)

Soneto E Outras Formas Poéticas

Antimaterialismo E Anti-Racionalismo

Misticismo E Religiosidade

Interesse Pelas Zonas Profundas Da Mente Humana E Pela Loucura

Pessimismo, Dor De Existir

Interesse Pelo Noturno

Retomada De Elementos Da Tradição Romântica

Principais Poetas

CRUZ E SOUSA

a) herança do Romantismo: culto da noite, certo satanismo, pessimismo e

morte;

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b) preocupação formal para gerar musicalidade (forte presença de

aliterações e assonânicas); c) emprego de palavras com iniciais maísculas ( para dar um valor

absoluto a certos termos); d) obsessão pela cor branca, brilhos, forte conflito entre matéria e

espírito.

ALPHONSUS DE GUIMARAENS

a) é constante (ou Constança) o tema da morte; b) atmosfera litúrgica e mística;

c) adotou o uso das Redondilhas (o que não era comum no final do século XIX)

PRÉ-MODERNISMO

(1902 – 1922)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Denúncia da realidade brasileira

Tipos humanos marginalizados

Regionalismo

Preocupação com problemas sócio-político-econômicos contemporâneos aos

autores

Tendência de uma linguagem coloquial

PRINCIPAIS ESCRITORES

a) EUCLIDES DA CUNHA

Autor de Os sertões – 1902 - (obra dividida em três partes: “A terra”, “O

homem” e “A luta”)

Obra documental (Guerra de Canudos), de ficção e científica (influências

deterministas)

b) LIMA BARRETO

Contos e romances autobiográficos (alter-egos)

Personagens colocadas em contrapontos

Narra o subúrbio do RJ

Denuncia a hipocrisia, preconceitos, discriminações, burocracias etc. presentes

em nosso país

Considerado pela crítica de sua época como um autor desleixado em sua

linguagem.

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c) MONTEIRO LOBATO

Apesar de ser mais conhecido como escritor infanto-juvenil, ele escreveu três

livros de contos adultos: Urupês, Cidades Mortas e Negrinha.

Nacionalista

Responsável indireto pela realização da Semana de Arte Moderna

Denuncia a oligarquia café-com-leite.

d) GRAÇA ARANHA

Autor de Canaã (1902)

A obra fala da imigração alemã no Brasil no começo do século XX

Milkau x Lentz (dialética)

Canaã é o próprio Brasil metaforizado

VANGUARDAS EUROPÉIAS

Futurismo (1909)

Lançado por Marinetti no manifesto “Le Futurisme”, 1909.

Surge entre o Simbolismo e a 1ª Guerra Mundial.

Exalta a vida moderna.

Destruição do passado e do academicismo

Liberdade de expressão.

Versão dinâmica da realidade;

Verso livre

'Imaginação sem fios' - palavra em liberdade;

Valorização da máquina, da velocidade, dos símbolos;

Destruição da sintaxe;

Abolição dos adjetivos, advérbios, pontuação, conjunções.

Cubismo (1907) Decomposição da realidade em figuras geométricas.

Manifesta-se a partir de 1917, na literatura.

Seu divulgador foi Appolinaire.

Decomposição da imagem em diferentes planos.

Desintegração da realidade gerando uma poesia ausente de lógica.

Linguagem caótica.

Pablo Picasso - seu maior representante na pintura;

Imagens fracionadas em planos superpostos;

Estrutura nominal, invenção de palavras;

Ilogismo;

Subjetivismo;

Humor através de uma linguagem mais ou menos caótica.

Expressionismo (1910) Paralelo ao Futurismo e Cubismo.

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Surge em 1910 pela revista “Der Sturn”.

A arte brota da vida interior; do íntimo do ser.

A obscuridade do ser é transportada para a expressão.

As telas retratam o patético, os vícios, os horrores, a guerra.

Protesta contra a violência e usa cores explosivas.

Reflete a crise de consciência gerada pela guerra.

Pintura: Van Gogh;

Expressão das emoções e do mundo interior do homem usando a distorção

violenta, a cor forte, o traço exagerado;

Anita Malfatti (exposição em 1917)

Percepção;

Artista não descreve, acumula vivências;

Dadaísmo (1916) Surge em 1916, em Zurique.

Promove um certo terrorismo cultural.

Contraria todos os valores vigentes até então.

Valoriza o niilismo (descrença absoluta)

Mundo ilógico.

Cultua a realidade mágica da infância.

Seu principal divulgador foi Tristan Tzara.

Apologia ao absurdo e ao incoerente;

Propõe a destruição do ambiente;

Ausência do equilíbrio, irreverência;

Linguagem improvisada;

Explora o uso de neologismo;

Aproximação com o mundo dos loucos.

Surrealismo (1924) Surge em 1924 com o Manifesto Surrealista de André Breton.

Propõe que o homem se liberte da razão, da crítica, da lógica.

Adere à filosofia de Sigmund Freud.

Expressa o interior humano investigando o inconsciente.

Uso de personificações em textos surrealistas;

Clima de sonho (onírico)

1ª FASE MODERNISTA

(1922 – 1930)

Liberdade De Expressão

Incorporação Do Cotidiano

Linguagem Coloquial

Inovações Técnicas

O Verso Livre

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A Destruição Dos Nexos

A Enumeração Caótica

O Fluxo De Consciência

A Colagem E Montagem Cinematográfica

A Eliminação Dos Sinais De Pontuação

Ambigüidade

Paródia

MANUEL BANDEIRA Considerado um dos melhores poetas brasileiros.

Simplicidade.

Presença de lirismo: intimismo e introspecção. Espontaneidade emocional.

Liberdade e formalismo convivem em vários momentos de sua poesia.

Recebeu influência parnaso-simbolista (1ª fase).

Humorismo.

Pessimismo: temática constante da morte e da doença. Um "tísico

profissional".

Seus principais temas foram morte, a doença, a infância, a evasão, a solidão, a

melancolia, o amor (erótico), o tédio.

MÁRIO DE ANDRADE

Considerado o "Pai do Modernismo" ou "papa do novo credo".

Um dos melhores escritores brasileiros.

Escreveu poesias, romances, contos, crônicas e crítica literária.

Apresenta renovação formal e lingüística.

Presença de coloquialismos e neologismos.

Sua obra mostra fortes críticas à burguesia paulistana.

Tendência ao psicologismo freudiano.

Nacionalismo e brasilidade: valorização da língua, cultura e temáticas

populares.

OSWALD DE ANDRADE

Renovador, rebelde e sarcástico.

Sua obra é marcada pela extrema criatividade: poema-piada, poema-paródia,

poema-minuto, romances caleidoscópicos.

Humorismo e irreverência. Dessacraliza a poesia e a prosa.

Foi um genial criador de idéias e movimentos. Lançou os manifestos Pau-Brasil

e Antropofagia.

Empregou neologismos, coloquialismos e oralidade.

Estilo telegráfico. Dinamismo.

2ª FASE MODERNISTA

(1930 – 1945)

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CARACTERÍSTICAS (POESIA)

Iniciou com o livro Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.

Aprofundou os ideais e propostas da 1ª fase, além de buscar aspectos literários

antes de 1922.

Questionamento da Realidade.

Busca o “eu-indivíduo” e o seu “estar no mundo”.

Investigação do papel do artista.

Metalinguagem.

Corrente mais intimista e espiritualizada.

Evidencia-se a fragilidade do Eu.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A) Eu maior que o mundo

Poesia de não-envolvimento;

Aspectos da poesia de 22 ainda estão em vigor (poema-pílula, poema-piada

etc);

Fase gauche (azarado, de não identificação com o mundo)

B) Eu menor que o mundo Poesia de engajamento sócio-político;

Poemas mais desenvolvidos;

Predomínio da 1ª pessoa do plural (nós);

Características marxistas

Fase social

C) Eu igual ao mundo (fase do não) C1) fase metafísica

Poesia reflexiva

Mais negativa do que a fase gauche

Uso de sonetos e métricas clássicas (muito comum)

C2) fase nominal Poemas nominais

Neologismos

Textos lúdicos

MURILO MENDES

Poesia católica (neo-barroco) com aspectos surrealistas;

Sagrado x Profano

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Precursor da poesia concretista

JORGE DE LIMA

Poeta mutante e “lunático”;

Bastante influenciado pela cultura nordestina e pela poesia católica de Murilo

Mendes;

VINÍCIUS DE MORAES

Transcendental e místico numa 1ª fase.

Versos mais longos e melancólicos.

Proximidade com o mundo material; 2ª fase.

Versos mais curtos; sonetos; às vezes um modelo de Camões; versos

decassílabos e alexandrinos.

Antíteses e paradoxos.

Letras de músicas e criação de histórias infantis.

CECÍLIA MEIRELES Escreve obras em poesia, prosa e também traduções.

Influência simbolista (neo-simbolismo).

Uso de lirismo.

Ceticismo e melancolia.

Musicalidade como apoio para seus lamentos.

Versos curtos e com ritmo.

Jogo de imagens, sons e cores.

Subjetivismo.

Corrente espiritualista do Modernismo.

CARACTERÍSTICAS (PROSA)

No Nordeste

Vinculado aos problemas sociais e climáticos

Enfoque para o ciclo da seca e do cangaço

Enfoque para o ciclo da cana-de-açúcar, envolvendo questões do sul da Bahia e

do latifúndio

Na região do sul da Bahia a temática se volta para a monocultura do cacau,

envolvendo as lutas para posse de terra, o coronelismo, os jagunços, os

trabalhos rurais etc., principalmente na obra de Jorge Amado e Adonias Filho.

No Sul Valorização das tradições na região sul

Trajetória épica – Aspectos históricos da formação da região, em especial dos

pampas.

Enfoque para a natureza e para os sentimentos da homem dos pampas e sua

ligação com a terra natal e as tradições. Destaque para a obra de Érico

Veríssimo

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ÉRICO VERÍSSIMO

ROMANCES URBANOS - Problemas da classe média numa cidade grande que pode

ter como exemplo principal Porto Alegre. Clarissa, Música ao longe, Caminhos

Cruzados, Um lugar ao sol, Saga.

ROMANCES ÉPICOS - A história de sua terra e de sua gente através da obra

monumental O Tempo e o Vento. É um enorme painel em que o autor procurou

reviver uma bela e brava epopéia: a de sua terra e do seu povo. No primeiro volume –

O Continente – há maior tensão épica associada a uma passagem misteriosa e

impressionante do tempo e do vento. Nos outros dois volumes (O Retrato e o

Arquipélago) decai o elemento épico pela sobrecarga de história, de sociologia, de

psicologia...

ROMANCES UNIVERSAIS - Os grandes problemas do homem, em

qualquer lugar: racismo, guerra, sexo em O Senhor Embaixador e O Prisioneiro.

Érico Veríssimo é um escritor preocupado com o papel do escritor no mundo de hoje.

O escritor deve ser participante, tomar posição, mas como escritor, não como político

ou outra coisa qualquer.

RACHEL DE QUEIROZ

Valorização do universo regional.

Ideologia modernizadora que acompanha a "pré-consciência do

subdesenvolvimento"

A ênfase nos aspectos sociológicos da realidade.

Falou do Ceará; da seca; do povo que lá vive; da terra.

O Quinze, 1930: o tema é a grande seca de 1915; aspecto social junto com

aspecto psicológico.

JOSÉ LINS DO REGO

• CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR: Menino de engenho, Doidinho, Bangüe,

Usina, Fogo Morto

• CICLO DO CANGAÇO: Pedra bonita e cangaceiros;

• CICLO DAS OBRAS INDEPENDENTES: O moleque Ricardo, Riacho Doce,

Água-mãe, Eurídice etc.

• Obras que analisam a transição da queda dos engenhos e a ascensão das usinas

(entre os séculos 19 e 20);

• Obras com tom memorialista, valorizando o ritmo oral dos

contadores de histórias.

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JORGE AMADO

ROMANCES PROLETÁRIOS - retratam a vida urbana em Salvador, com forte

coloração social, como é o caso de Suor, O País do Carnaval e Capitães de areia.

CICLO DO CACAU - seus temas são as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, a

exploração do trabalhador rural e os exportadores a nova força econômica da região.

Cacau, Terras do sem-fim e São Jorge dos Ilhéus pertencem a esse ciclo. O próprio

autor afirma: "A luta do cacau tornou-me um romancista".

DEPOIMENTOS LÍRICOS E CRÔNICAS DE COSTUMES - essa fase, iniciada com

Jubiabá e Mar morto, se consolidaria com Gabriela, cravo e canela (que, apesar de

apresentar a zona cacaueira como cenário, é uma crônica de costumes), estendendo-se

às últimas produções do autor.

GRACILIANO RAMOS

ROMANCES NARRADOS EM PRIMEIRA PESSOA (Caetés, São Bernardo e

Angústia), nos quais se evidencia a pesquisa progressiva da alma humana, ao lado do

retrato e da análise social.

ROMANCE NARRADO EM TERCEIRA PESSOA (Vidas secas), no qual se enfocam

os modos de ser e as condições de existência, segundo uma visão distanciada da

realidade.

AUTOBIOGRAFIAS (Infância e Memórias do cárcere), em que o autor se coloca como

problema e como caso humano; nelas transparece uma irresistível necessidade de

depor.

GERAÇÃO DE 45

CONTEXTO HISTÓRICO (CRONOLOGIA)

• 1945 - Término da Segunda Guerra Mundial. (primeira reunião da ONU).

• 1953 – Morte de Stálin.

• 1957 – Sputnik, lançamento do satélite Soviético.

• 1945 – Deposição de Getúlio Vargas.

• 1946 – Eleição de Eurico Gaspar Dutra, redemocratização do país. Fundam-se

novas companhias siderúrgicas e grandes fábricas de alumínio.

• 1950 – Eleição de Getúlio para presidência da República.

• 1954 – Suicídio de Getúlio. Café Filho o substitui.

• 1955 – Eleição de Juscelino Kubitschek.

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• 1956 – Início da construção de Brasília.

• 1958 – Conquista do primeiro campeonato mundial de futebol.

• 1960 – Inauguração de Brasília. Eleição de Jânio da Silva Quadros para a

presidência da República. Depois da renúncia de Jânio, em 1961, o país ficaria

mais de vinte e cinco anos sem escolher seu presidente.

CARACTERÍSTICAS MODERNISTAS ESPECÍFICAS

• A poesia renova-se.

• Surge a poesia concreta, a poesia social e a poesia práxis.

• Na prosa temos o romance e o conto em grande desenvolvimento.

• Estilo mais objetivo e maior densidade.

• Pesquisas e inovações lingüísticas.

• Complexidade psicológica.

• Tensões entre o indivíduo e a sociedade.

• Realismo fantástico.

• Regionalismo universal.

CLARICE LISPECTOR

• Sondagem psicológica – análise das angústias e dos dramas existenciais do

indivíduo.

• Ruptura com a linearidade da narrativa - não segue ordem cronológica.

• Monólogo interior – a introspecção dos personagens.

• Aproxima-se de James Joyce, Virginia Woolf e Faulkner.

• Fluxo de consciência compondo com o enredo factual.

• Momento interior é o tema mais importante.

• Subjetividade.

• Amostras do mundo de forma metafísica.

• A exploração do eu.

• Um novo sentido de liberdade a partir da sua leitura do mundo.

• Esquema:

• A personagem está diante de uma situação do cotidiano.

• Acontece um evento.

• O evento lhe “ilumina” a vida: aprendizado, descoberta.

• Ocorre o desfecho: situação da vida do personagem após o evento.

GUIMARÃES ROSA

• Aproveitamento da fala regionalista com seus arcaísmos.

• Neologismos.

• Recorrência ao grego e latim.

• Processo fonético na criação escrita.

• Além da experimentação formal, temos uma visão profunda do ser humano e

suas experiências.

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• Cenário: o sertão brasileiro.

• Regionalismo universalizante: a problemática atinge o homem em qualquer

lugar.

• Questionamentos sobre Deus e Diabo; significado da vida e da morte; o

destino.

JOÃO CABRAL DE MELLO NETO

• Linguagem objetiva e seca

• Simplicidade.

• Temas sociais do Nordeste em algumas obras.

• Poesia sintética; objetiva; escreve como um engenheiro.

• Atitude objetiva, racional diante da realidade.

• Rejeição da inspiração (sentimentalismo), em substituição pela lógica (

racional).

• Denúncia Social (principal razão pela qual ele também se afasta dos clássicos

parnasianos).

Nelson Rodrigues

(1912-1980)

Nelson Falcão Rodrigues nasceu em Recife no ano de 1912. Mudou-se em 1916

para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal "A Manhã", de

propriedade de seu pai. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou

uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira

peça foi A Mulher sem Pecado que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do

cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de

teatro, uma renovação nunca vista em nossos palcos. A consagração se seguiria com

vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral

do seu tempo, apesar de suas peças serem taxadas muitas vezes como obscenas e

imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer

toda a sua paixão por futebol. Veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

O Modernismo nos trouxe Nelson Rodrigues, que revolucionou de tal forma os

palcos brasileiros que se pode denominá-lo como um verdadeiro divisor de águas

dentro de nossa tradição teatral. Com suas técnicas inusitadas de corte de cenas e

ritmos, o dramaturgo brinca com o tempo e o espaço, invertendo as ordens e as mais

variadas ações dos personagens. Seu interesse maior está em mostrar a classe média

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suburbana carioca, que esteve tão presente em toda a sua vida de jornalista e de

homem comum que convivia de perto com a realidade crua ali presente. Suas peças

são uma verdadeira denúncia em relação à hipocrisia e a falsidade que estavam por

trás das belezas dessa classe média. Seu ponto de princípio é sempre o sexo reprimido

e deformado por uma gama de costumes morais, sociais e religiosos, que fazem com

que seus personagens, tipos criados a partir da realidade das grandes cidades, se

tornem alienados ou conturbados a ponto de tornar seus desejos ou fobias em

verdadeiras obsessões que levam a suicídios, adultérios ou incestos, e, é claro, muitas

vezes à neurose à loucura. É o caos da cidade grande agindo juntamente com os

conflitos psicológicos dentro do homem moderno, vítima de suas próprias, ações, leis e

preconceitos morais. A crueza e a obscenidade estão sempre presentes para dar ao

leitor ou à platéia a verdadeira e honesta dimensão da mente humana.

Suas peças podem ser divididas em três grupos temáticos: (i) Peças psicológicas, em

que se destacam os problemas do homem enquanto homem e enquanto membro de

uma sociedade hipócrita que o criou e que é deformada por ele; (ii) Peças míticas, cujo

enredo sempre gira em torno dos instintos humanos, da busca pelas raízes dessas

ações e sentimentos; (iii) Tragédias cariocas, em que o mundo moderno aparece para

ser desmascarado, com toda a seu egoísmo, mesquinhez e futilidade.

Uma de suas peças mais importantes, escrita em 1943, é Vestido de Noiva [ver

Antologia], que melhor se encaixa dentro de suas peças psicológicas. Apresentada em

três planos, o da memória, da alucinação e da realidade, Nelson Rodrigues conta a

história do casamento e da morte de Alaíde de uma forma inusitada e revolucionária.

Através de colagens e variação temporais e espaciais, vários lances de sua vida são

relatados e descritos, muitas vezes fundidos com outras histórias, oriundas de outros

personagens, num verdadeiro malabarismo de imagens e fatos.

PRINCIPAIS OBRAS

Teatro

A Mulher Sem Pecado (1941); Vestido de Noiva (1943); Álbum de Família (1945); Anjo

Negro (1946); Dorotéia (1947); Valsa n.6 (1951); A Falecida (1953); Senhora dos

Afogados (1954); Viúva, Porém Honesta (1957); Os Sete Gatinhos (1958); Beijo nos

Asfalto (1960); Toda Nudez Será Castigada (1965); Otto Lara Rezende ou Bonitinha,

Mas Ordinária (1967); A Serpente; Boca de Ouro; Perdoa-me por me Traíres; Anti-

Nelson Rodrigues (1973).

TROPICALISMO, CONCRETISMO, POESIA-PRÁXIS e

POESIA MARGINAL

O Tropicalismo

Page 15: Esquema de Literatura Brasileira II

Movimento cultural que buscava traduzir a realidade brasileira através do humor e

da irreverência, muitas vezes buscando inspiração em Oswald de Andrade. - As

contradições do país (como rock e viola, luxo e lixo, enxada e avião) eram denunciadas de forma irônica e crítica.

Propostas tropicalistas foram rejeitadas na época por não serem bem entendidas. Grande choque causado pelo uso de elementos da cultura industrial na música

brasileira. O nacionalismo exacerbado dominante, que privilegiava o violão e o

cavaquinho, sentiu-se ferido pelo som estridente das guitarras elétricas. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Torquato Neto, entre outros, cantaram

os indícios do Pós-Modernismo. Nos anos 70, o Ato Institucional n.º 5 censurou as manifestações artísticas, exilando

os cantores e compositores da época.

Mas foi durante esse período que a Indústria Cultural Brasileira (livros, discos, filmes e revistas) se consolidou. A televisão também se fortaleceu, incentivando a

produção "não engajada" e censurando a produção "engajada". Tropicália

Sobre a cabeça os aviões

sob os meus pés os caminhões aponta contra os chapadões meu nariz

Eu organizo o movimento eu oriento o carnaval

eu inauguro o monumento no planalto central do país

Viva a bossa sa sa viva a palhoça ça ça ça ça

o monumento é de papel crepom e prata os olhos verdes da mulata a cabeleira esconde atrás da verde mata

o luar do sertão o monumento não tem porta

a entrada é uma rua antiga estreita e torta e no joelho uma criança sorridente feia e morta estende a mão

viva a mata ta ta viva a mulata ta ta ta ta

no pátio interno há uma piscina com água azul de amaralina coqueiro fala e brisa nordestina e faróis

Na mão direita tem uma roseira autenticando eterna primavera

Page 16: Esquema de Literatura Brasileira II

e nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira

entre os girassóis viva maria iá iá

viva a bahia iá iá iá iá no pulso esquerdo o bang-bang em suas veias corre muito pouco sangue

mas seu coração balança a um samba de tamborim emite acordes dissonantes

pelos cinco mil alto-falantes senhoras e senhores ele põe os olhos grandes sobre mim

viva iracema ma ma viva ipanema ma ma ma ma

domingo é o fino da bossa segunda-feira está na fossa terça-feira vai à roça

porém o monumento é bem moderno

não disse nada do modelo do meu terno que tudo mais vá pro inferno meu bem

viva a banda da da carmem miranda da da da da

O Concretismo

Surgiu em 1956, através da revista Noigrandes.

Também chamado de Poesia Concreta, o Concretismo é uma referência muito importante para o Tropicalismo, que se inspirou em muitas de suas propostas, e é um dos marcos do surgimento do Pós-Modernismo brasileiro.

O movimento reflete, tanto na forma quanto no conteúdo, as mudanças ocasionadas pela acelerada industrialização.

A poesia lírica e intimista seria substituída pela concretude das palavras no seu aspecto semântico, sonoro e visual, transformando-se em um objeto que torna presente a realidade em si do poeta, ao invés de representar sentimentos e emoções.

O capitalismo e a sociedade de consumo são criticados indiretamente pelo Concretismo, que visa captar e transmitir a realidade urbana.

Até hoje o Concretismo exerce influência na poesia brasileira. Seus criadores foram os poetas paulistas Décio Pignatari e os irmãos Haroldo e

Augusto de Campos.

Page 17: Esquema de Literatura Brasileira II

VVVVVVVVVV VVVVVVVVVE VVVVVVVVEL

VVVVVVVELO VVVVVVELOC

VVVVVELOCI VVVVELOCID VVVELOCIDA

VVELOCIDAD VELOCIDADE

BEBA COCA COLA

BABE COLA BEBA COCA

BABE COLA CACO CACO COLA

CLOACA

QUIS MUDAR TUDO

MUDEI TUDO AGORAPÓSTUDO

EXTUDO MUDO

A Poesia-práxis

Além do Concretismo, outros movimentos poéticos e artísticos também surgiram,

como a poesia-práxis (1962). A poesia-práxis é uma das mais significativas desses movimentos. Uma poesia

dinâmica, que pode ser transformada pela interferência ou manipulação do leitor. É retomada a importância do conteúdo, que fora suplantado pela valorização da

forma pelos concretistas.

Mário Chamie e Cassiano Ricardo lideraram o movimento da poesia-práxis. –

Jardim de Academus

palavras carcomidas

Page 18: Esquema de Literatura Brasileira II

graças às traças

minhas caras baratas

estão fartas de metáforas

dublagem

sós ias eu

ao lado de mim

mal viste que quando éramos íamos imagens

de um negando o outro.

(os dois poemas são de Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães)

Poesia marginal

Surge na década de 70.

Poemas muito próximos da prosa, com temas relacionados ao cotidiano. Os poetas “marginais” preocupam-se muito mais com a expressão, ao contrário dos

concretistas que davam mais valor à construção do poema. Denuncia a realidade da ditadura militar do Brasil

Lar Doce Lar p/Maurício Maestro

Minha pátria é minha infância: Por isso vivo no exílio.

Publicado no livro Na corda bamba: poesia (1978).

Os jovens gostam de Rock e são loucos, mas os adultos constroem bombas e são normais.

(frase pichada , mas anônima – anos 70)

QUESTÕES PARA SEMI-EXTENSIVO (TEORIA

LITERÁRIA)

Page 19: Esquema de Literatura Brasileira II

1. (FEI-SP) Leia atentamente:

I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia

positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolítico -econômico-filosófico-

científico em que se desenvolveu a estética realista."

II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na intuição e nos

sentimentos."

III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis, Aluísio

Azevedo e Raul Pompéia."

IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e a visão

fantasiosa da sociedade."

Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas):

a. apenas I e II.

b. apenas I e III.

c. apenas II e IV.

d. apenas II e III.

e. apenas III e IV.

2. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:

a. se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação.

b. pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.

c. defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.

d. analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.

e. estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das

personagens.

3. (UnB-DF) De Machado de Assis pode-se afirmar que:

a. em sua prosa, o homem quase desaparece e sobreleva a descrição das personagens.

b. seu romance Ressurreição, de 1872, inicia a segunda fase do autor, a qual se caracteriza pela dimensão

intimista.

c. na trilogia Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, o autor explora o tema

do adultério, elaborando uma teia de suspeitas que se sustentam na dissimulação feminina.

d. como ficcionista inicia-se como romântico e evolui para o Realismo.

e. como poeta seus primeiros livros são de caráter simbolista.

f. em seus primeiros livros de versos, vêem-se influências de Gonçalves Dias, Lamartine e Baudelaire.

g. sua prosa romântica caracteriza-se pelo transbordamento sentimental

h. reproduz nos diálogos de suas personagens a linguagem popular.

4. (UFGO) Com relação a Machado de Assis, podem-se fazer as seguintes afirmações:

a. literariamente, sua obra inclui contos, poesias e romances.

b. os seus romances da fase realis ta incluem Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas, Helena e

Quincas Borba.

c. Machado de Assis dá muita importância à paisagem natural da cidade do Rio de Janeiro, onde suas

narrativas transcorrem, descrevendo-a com colorido e detalhe.

d. Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado o livro-marco na obra machadiana, a partir do qual

inicia sua fase mais profunda e madura.

e. a visão de mundo de Machado, como se depreende da leitura de seus romances e contos, é irônica,

pessimista e crítica.

f. com respeito ao estilo, Machado de Assis introduz um elemento pouco comum na literatura de sua época,

que é a conversa que o autor/narrador mantém a todo momento com o leitor.

5. (FUVEST)

"Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Page 20: Esquema de Literatura Brasileira II

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito."

A concepção de poema como peça de ourivesaria, como objeto estético harmonioso e perfeito, expressa nos

versos acima, é característica fundamental do:

a. Romantismo

b. Trovadorismo

c. Movimento Antropofágico

d. Arcadismo

e. Parnasianismo.

6. (UF-ES) O ideal parnasiano do culto da "arte pela arte" significa que o objetivo do poeta é criar obras que

expressem:

a. um conteúdo social, de interesse universal.

b. a noção do progresso da sua época.

c. uma mensagem educativa, de natureza moral.

d. uma lição de cunho religioso.

e. Belo, criado pelo perfeito uso dos recursos estilísticos.

7. (UFPR) Considere estes versos de Raimundo Correia:

"Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face:

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!"

Assinale a alternativa que exprime a oposição fundamental desses versos:

a. corpo versus espírito.

b. essência do ser versus aparência.

c. gente feliz versus gente infeliz.

d. piedade versus falsidade.

e. dor versus falsidade.

8. (VUNESP) Assinale a alternativa em que se caracteriza a estética simbolista.

a. Culto do contraste, que opõe elementos como amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa tentativa

de conciliar pólos antagônicos.

b. Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos greco-romanos, através, sobretudo, de uma linguagem

simples, porém nobre.

c. Culto do sentimento nativista, que faz do homem primitivo e sua civilização um símbolo de

independência espiritual, política, social e literária.

d. Exploração de ecos, assonância, aliterações, numa tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem,

aproximando-a da música.

e. Preocupação com a perfeição formal, sobretudo com o vocabulário carregado de termos científicos, o que

revela a objetividade do poeta.

9- (Fatec-SP) Assinale a alternativa incorreta.

a) Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades,

abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares -

comuns herdados de autores anteriores.

b) Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de

seu tempo.

c) A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter

polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação

literária precária.

Page 21: Esquema de Literatura Brasileira II

d) O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita

durante o período pré-modernista.

e) Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos

anteriores à Semana de Arte Moderna, interveio em favor da renovação artística a que se propunham os

escritores modernistas.

10- (UFRGS-RS) Considere as seguintes afirmações sobre Os Sertões, de Euclides da Cunha.

I – Nas duas primeiras partes do livro, o autor descreve, respectivamente, o homem e o meio ambiente que

constituíam o sertão baiano, valendo-se, para tanto, das teorias científicas desenvolvidas na época.

II – Ao descrever os sertanejos, o autor idealiza suas qualidades morais e físicas e conclui que seu heroísmo

era resultado da fé nos ensinamentos religiosos do líder Antônio Conselheiro.

III – O autor descreve, na terceira parte do livro, as várias etapas da guerra de Canudos e denuncia o massacre

dos sertanejos pelas tropas do exército brasileiro, revelando a miséria e o subdesenvolvimento da região.

Quais estão corretas?

a) apenas I.

b) apenas II.

c) apenas III.

d) apenas I e III.

e) I, II e III.

11- (UFPB-PB) Leia o seguinte trecho do poema “Tristezas de um quarto-minguante”, de Augusto dos

Anjos:

“Do observatório em que eu estou situado

A lua magra, quando a noite cresce,

Vista, através do vidro azul, parece

Um paralelepípedo quebrado!

O sono esmaga o encéfalo do povo.

Tenho trezentos quilos no epigastro...

Dói-me a cabeça. Agora a cara do astro

Lembra a metade de uma casca de ovo.

Diabo! Não ser mais tempo de milagre!

Para que esta opressão desapareça

Vou amarrar um pano na cabeça,

Molhar a minha fronte com vinagre.”

A partir desse trecho, é possível dizer-se que:

a) a referência confessional e sentimental vincula o poeta ao estilo romântico.

b) a referência a partes do corpo configura um determinismo que inclui o poeta na escola parnasiana.

c) a incidência de vocábulos sonoros e sublimes vincula o poeta à corrente simbolista.

d) o teor prosaico e coloquial discurso sugere que o poeta antecipa a nossa modernidade poética.

e) o rigor descritivo e o gosto pelo detalhe filiam o poeta ao estilo clássico.

12- (FMU-SP) O tema da pátria distante foi retomado por muitos poetas. Um deles, Oswald de Andrade, do

Modernismo.

São características do Modernismo:

a) Linguagem coloquial; valorização do nacional; tom irônico; liberação absoluta da forma.

b) Nacionalismo; tom irônico; linguagem retórica; liberdade de composição.

c) Saudosismo; crítica social; verde-amarelismo; regras rígidas de composição.

d) Linguagem retórica; saudosismo; nacionalismo; regras rígidas de composição.

Page 22: Esquema de Literatura Brasileira II

e) Linguagem retórica; liberdade de composição; cientificismo; tom irônico.

13 - (FIUbe-MG) A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928):

a) Utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambíguo que apreenda estados de espíritos subjetivos e

indefiníveis.

b) Faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista.

c) Incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores.

d) Enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clássica.

e) Confere ao nível coloquial da fala brasileira e categoria de valor literário.

14 - (UNEB-BA) Atente para o seguinte poema de Manuel Bandeira:

O último poema

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as mais simples e intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

(Libertinagem, 1930)

Considere as seguintes afirmações sobre o poema:

I. Com o Modernismo, a lírica de Bandeira não amadureceu a forma do verso livre como também atingiu um

ponto de depuração dos sentimentos, como o indicam as expressões “menos intencionais”, “soluço sem

lágrimas”, “flores quase sem perfume”, entre outras.

II. Definitivamente desencantado em seu livro Libertinagem, o poeta já não quer senão a morte, incapaz de

ainda fruir algum instante mágico do cotidiano.

III. Abdicando dos ideais modernistas, Bandeira aqui retorna a uma poesia de forma convencional, na qual

outra vez freqüenta o verso de medida clássica, da preferência de um neoparnasiano.

A leitura do poema permite afirmar que é verdadeiro apenas o que está em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

15 - (ITA-SP) Dadas as informações:

I – A poesia de Carlos Drummond de Andrade, de caráter fundamentalmente regionalista e preocupada com o

cotidiano, restringe-se a um inventário das emoções mineiras do poeta.

II – A poesia de Manuel Bandeira, de inspiração jornalística e de caráter confidencial e autobiográfico,

exprime-se tanto pelo verso livre quanto pelo tradicional.

III – A obra lírica de Cecília Meireles, marcada por constantes formais – como o mar, o espaço, a solidão, o

sentimento do efêmero, é essencialmente descritiva, voltada para a natureza brasileira e nossos vultos

históricos.

Est(á)(ão) correta(s):

a) Nenhuma.

b) Apenas I.

c) Apenas II.

d) Apenas III.

Page 23: Esquema de Literatura Brasileira II

e) Todas.

16– Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou

para a tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na

história.

De acordo com o poema acima, analise os itens que se seguem:

a- ( ) No poema “Quadrilha” percebemos Carlos Drummond preocupado em mostrar os encontros e

desencontros da vida.

b- ( ) Podemos entender como “Quadrilha” um tipo de festa popular brasileira, muito comum no mês de

junho.

c- ( ) J. Pinto Fernandes nos remete a uma interpretação de status e riqueza, em contradição a Lili, que se

reduz a um mero apelido.

d- ( ) O poema é marcado por ritmos que acompanham os encontros e desencontros das personagens.

17 - (F.C. Chagas-SP) A obra de Jorge Amado, em sua fase inicial, aborda o problema da:

a) Seca periódica que devasta a região da pecuária do Piauí.

b) Decadência da aristocracia da cana-de-açúcar diante do aparecimento das usinas.

c) Luta pela posse de terras na região cacaueira de Ilhéus.

d) Vida nas salinas, que destrói paulatinamente os trabalhadores.

e) Aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência com a crise de 29.

18 - (OSEC-SP) Suas obras traduzem a opressão que o meio natural e as estruturas sociais exercem sobre o

homem, apresentando a mais alta tensão entre o eu e o social. Luís da Silva torna-se um assassino, Fabiano,

um retirante e Paulo Honório, totalmente desprovido de sensibilidade.

A afirmação acima refere-se à obra de:

a) Machado de Assis.

b) Lima Barreto.

c) José Lins do Rego.

d) Graciliano Ramos e) Jorge Amado.

19. (PONTA GROSSA-PR) Um grande escritor brasileiro, realiza uma obra de ficção, que é ,

modernamente, um depoimento sociológico e econômico da região latifundiária do nordeste: a Zona da Mata e da Lavoura açucareira. Trata-se de:

a) Érico Veríssimo.

b) Graciliano Ramos.

c) Marques Rebelo.

d) José Lins do Rego. e) n. d. a.

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20. (UFRGS) O romance de Clarice Lispector:

a) Filia-se à ficção romântica do século XIX, ao criar heroínas idealizadas e mitificar a figura da mulher.

b) Define-se como literatura feminista por excelência, ao propor uma visão da mulher oprimida num universo

masculino.

c) Prende-se à crítica de costumes, ao analisar com grande senso de humor uma sociedade urbana em

transformação.

d) Explora até as últimas conseqüências, utilizando embora a temática urbana, a linha do romance

neonaturalista da geração de 30.

e) Renova, define e intensifica a tendência introspectiva de determinada corrente de ficção da segunda

geração Moderna

21. (STA. CASA) Transcreve-se um poema de José Lino Grünewald:

Forma

Reforma

Disforma

Transforma

Conforma

Informa Forma

Este é um poema escrito dentro dos princípios do Concretismo, movimento poético brasileiro da década de

50, neste século XX.

Escrevemos a seguir, que no Concretismo:

I - A poesia não fica apenas no âmbito do consumo auditivo.

II - À noção de poesia incorpora um novo elemento: o visual.

III - O apelo à comunicação não-verbal exerce papel fundamental.

Escreveu-se corretamente em:

a) I e II apenas

b) I e III apenas

c) II e III apenas

d) I, II e III e) nenhuma das frases

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