Esquemas Para Texto Dissertativo

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    Esquema para texto dissertativo

    ESQUEMA PARA DISSERTAO

    A dissertao possui trs partes fundamentais: Introduo, Desenvolvimento e Concluso.INTRODUO:Pargrafo em que se apresenta o assunto a ser desenvolvido ao longo do texto. Na introduo, no

    se deve entrar em detalhes, isso ser feito no desenvolvimento.Na Introduo, sua primeira providncia elaborar perguntas que estejam relacionadas a essetema que vai ser tratado no texto. Voc deve refletir, procurando respostas para as questesformuladas. Dificilmente ter problemas nesse momento de reflexo. Certamente voc j leu ou pelomenos tem conhecimento do tema a ser abordado.Essas respostas colaboram na argumentao, j que, para defender uma ideia, voc precisaargumentar sobre ela com o leitor, na tentativa de convenc-lo do seu ponto de vista. O ideal quevoc, a partir do tema, reflita e consiga as respostas (argumentos) para elaborar a primeira parte dadissertao A INTRODUOExemplo: suponhamos que o assunto seja "desemprego", do qual extramos o seguinte tema :"As principais consequncias do desemprego no Brasil se agravam a cada dia,principalmente nos grandes centros urbanos.".Elaborando a pergunta, teramos: "Quais seriam as principais consequncias do desempregoe por que se agravam a cada dia?".Como respostas, poderamos apresentar os seguintes argumentos:

    1. o nmero excessivo de pessoas que vive em condies precrias;2. a expanso de favelas nesses grandes centros;3. o aumento da criminalidade.

    Outros argumentos podem ser apontados. O importante que cada argumento encontrado estejarelacionado com o assunto em questo.Diante das respostas acima, indicamos um modelo para sua introduo. claro que existem vriaspossibilidades.As principais consequncias do desemprego no Brasil se agravam a cada dia,principalmente nos grandes centros urbanos onde frequente o grande nmero de

    pessoas que vive em pssimas condies: alimentao insuficiente, moradia precria,sem falar nos problemas com a sade pblica. Alm disso, a expanso de favelas nessesgrandes centros tem gerado o aumento da criminalidade.Observe que, nessa primeira parte, os argumentos so apenas citados. Foi estabelecido o assunto,

    j delimitado, ou seja, o tema a ser tratado, e os argumentos, os quais sero desenvolvidos nospargrafos seguintes. Observe a expresso alm disso usada para incluir mais um argumento.Terminada essa etapa, passamos para o Desenvolvimento, parte em cada um dos argumentos j

    mencionados sero trabalhados.Desse modo, para cada um dos trs argumentos apresentados, teramos um pargrafo para cadaargumento:Movidas pela ideia de que, nos grandes centros, o ser humano conta com melhorescondies para a sua subsistncia, populaes inteiras saem do interior. O sonho termina

    logo que chegam e comeam a procurar emprego. So inmeros os problemas com osquais se deparam e a resposta sempre a mesma: "No h vaga", ou ainda "A vaga j foipreenchida".Sem terem para onde ir, essas pessoas acabam se alojando em favelas, aumentando-asem sua extenso territorial, ou formam outras que crescem do mesmo modo, vivendo demaneira degradante. A luta agora outra -- com a fome, a total misria. O pouco queconseguem mal d para a sua sobrevivncia e a de suas crianas. Isso tudo explica aexistncia de tantos meninos que tentam vender balas, chocolates e outras pequenasmercadorias aos motoristas que param a espera do sinal abrir. Junto com a misria e afome, surgem doenas, muitas vezes sem a possibilidade da cura, pois se conseguematendimento mdico gratuito, no tm como comprar os remdios.Diante dessa condio subumana, pode-se acrescentar mais um: o da criminalidade.

    Bastaria citar a grave situao desencadeada nas favelas entre os denominadostraficantes que l se instalam e os policiais. Todavia, esse apenas um dos mais graves

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    ESQUEMA DISSERTATIVOSUGESTO DE PRODUO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMAS

    ESQUEMA BSICO DA DISSERTAO:1 pargrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3

    2 pargrafo : desenvolvimento do argumento 1

    3 pargrafo: desenvolvimento do argumento 2

    4 pargrafo: desenvolvimento do argumento 3

    5 pargrafo: expresso inicial + reafirmao do tema + observao final.Tema: A pena de morte: contra ou a favor?

    a) contra, no resolve.

    b) 1. direito vida -- religio2. outros pases -- EUA3. erro judicirio4. classes baixas5. tradio.

    c) ineficaz: soluo: erradicao da pobreza.

    Feito o esquema, segui-lo passo a passo, transformando as palavras em frases, dando forma redao.No exemplo dado, na introduo voc se declararia contrrio (a) pena de morte porque ela noresolve o problema do crescente aumento da criminalidade no pas.No desenvolvimento, voc utilizaria os argumentos de que todas as pessoas tm direito vida,consagrado pelas religies; de que nos pases em que ela existe, citando os Estados Unidos comoexemplo, no fez baixar a criminalidade; de que sempre possvel haver um erro judicial que leve amatar um inocente; de que, no caso brasileiro, ela seria aplicada somente s classes mais baixas; queno podem pagar bons advogados; e, finalmente, de que a tradio jurdica brasileira consagra o direito vida e repudia a pena de morte.Como concluso, retomaria a tese insistindo na ineficcia desse tipo de pena e indicando outras

    solues para resolver o problema da criminalidade, como a erradicao da misria.TEMA:Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver graves problemas quepreocupam a todos.. 1: Existem populaes imersas em completa misria.. 2:A paz interrompida frequentemente por conflitos internacionais.. 3: O meio ambiente encontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.TEMA: O adolescente, hoje, precisa de limites?" 1: Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estomoldando

    valores que os faro indivduos ntegros,com carter.2: Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda no tm

    total discernimento para distinguir tudo que certo e errado, segundo um modelo de vida sadio e

    com respeito moral. 3 Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber lidar comregras, ter disciplina para enfrentar todo tipo de situao, e isso se constri ao longo da vida,principalmente, quando se jovem.CONCLUSO:a) Uma sugesto para os pais: mostrando uma maneira de impor limites apropriadapara a gerao de adolescentes atual. b) Uma sugesto para os prprios adolescentes: mostrandouma maneira de entender a imposio de limites como algo positivo.

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    Texto Dissertativo / Argumentativosobre Redao por Noely [email protected]...

    Publicidade

    Dissertar o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o textodissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentaocientfica, o relatrio, o texto didtico, o artigo enciclopdico. Em princpio, o texto dissertativo noest preocupado com a persuaso e sim, com a transmisso de conhecimento, sendo, portanto,um texto informativo.

    Os textos argumentativos, ao contrrio, tm por finalidade principal persuadir o leitor sobre oponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, alm de explicar, tambm persuade

    o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por trs partesessenciais.

    Introduo

    Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma teseou a ideia principal do texto.

    Teatro e escola, em princpio, parecem ser espaos distintos, que desenvolvem atividadescomplementares diferentes. Em contraposio ao ambiente normalmente fechado da sala de aula eaos seus assuntos pretensamente "srios" , o teatro se configura como um espao de lazer e

    diverso. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grcia antiga, veremos queteatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)

    Desenvolvimento

    Formado pelos pargrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada pargrafo, apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relaes de causa eefeito ou comparaes entre situaes, pocas e lugares diferentes, pode tambm se apoiar emdepoimentos ou citaes de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatsticos,pesquisas, aluses histricas.

    O teatro grego apresentava uma funo eminentemente pedaggica. Com sua tragdias,Sfocles e Eurpides no visavam apenas diverso da plateia mas tambm, e sobretudo, pr em

    discusso certos temas que dividiam a opinio pblica naquele momento de transformao dasociedade grega. Poderia um filho desposar a prpria me, depois de ter assassinado o pai de formainvoluntria (tema de dipo Rei)? Poderia uma me assassinar os filhos e depois matar-se por causade um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel meamericana que, h alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?

    Naquela sociedade, que vivia a transio dos valores msticos, baseados na tradio religiosa, paraos valores da polis, isto , aqueles resultantes da formao do Estado e suas leis, o teatro cumpriaum papel poltico e pedaggico, medida que punha em xeque e em choque essas duas ordensde valores e apontava novos caminhos para a civilizao grega. "Ir ao teatro", para os gregos, noera apenas uma diverso, mas uma forma de refletir sobre o destino da prpria comunidade em quese vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.

    Deixando de lado as diferenas obviamente existentes em torno dos gneros teatrais (tragdia,

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    mailto:[email protected]://www.algosobre.com.br/pdf/redacao/texto-dissertativo-argumentativo.pdfhttp://www.algosobre.com.br/redacao/texto-dissertativo-argumentativo/imprimir.htmlmailto:[email protected]
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    comdia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenes, diferia do teatro moderno? ParaBertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a funo doteatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peas tiveram um papel essencialpedaggico voltadas para a conscientizao de trabalhadores e para a resistncia poltica naAlemanha nazista dos anos 30 do sculo XX.

    O teatro, ao representar situaes de nossa prpria vida - sejam elas engraadas, trgicas, polticas,sentimentais, etc. - pe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez nainstantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representao,a vida humana recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro escola. uma forma de vidade fico que ilumina com seus holofotes a vida real, muito alm dos palcos e doscamarins.

    Concluso

    Que geralmente retoma a tese, sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo solues para oproblema discutido. Mais raramente, a concluso pode vir na forma de interrogao ou representadapor um elemento-surpresa. No caso da interrogao, ela meramente retrica e deve j ter sidorespondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citao cientfica,filosfica ou literria, em uma formulao irnica ou em uma ideia reveladora que surpreenda oleitor e, ao mesmo tempo, d novos significados ao texto.

    Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, inegvel. A escolasempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem

    prpria, complementa o trabalho de geraes de educadores, preocupados com a formao plena doser humano. (concluso)

    Quisera as aulas tambm pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenrios, ocuidado com os figurinos, o envolvimento da msica, o brilho da iluminao, a perfeiodo texto e a vibrao do pblico. Vamos ao teatro!(elemento-supresa)

    (Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Portugus).

    Ateno: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma serimpessoal, objetiva edenotativa. Mais raramente, entretanto, h a combinao da objetividade com recursos poticos,

    como metforas e alegorias. Predominam formas verbais nopresente do indicativo e emprega-seopadro culto e formal da lngua.

    O PargrafoAlm da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, importante conhecer a estrutura deuma de suas unidades bsicas: o pargrafo.

    Pargrafo uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-ncleo, que desenvolvidapor ideias secundrias. O pargrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanhovarivel. No texto dissertativo-argumentativo, os pargrafos devem estar todos relacionados com atese ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introduo.

    Embora existam diferentes formas de organizao de pargrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gneros jornalsticos apresentam uma estrutura-padro. Essa estruturaconsiste em trs partes: a ideia-ncleo, as ideias secundrias (que desenvolvem a ideia-ncleo),a concluso. Em pargrafos curtos, raro haver concluso.

    A seguir, apresentarei um espelho de correo de redao. A faixa de valores dos itens analisadossofre alterao a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais so variveis namaneira como so expostos. No entanto, os espelhos no fogem ao padro pr-determinado.

    ESPELHO DA AVALIAO DA PROVA DISCURSIVA - MODELO CESPE/UnB

    Aspectos macroestruturaisnotaobtida

    faixa devalores

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    APRESENTAO TEXTUAL Legibilidade (0,00 a 2,00)Respeito s margens e indicao de pargrafos (0,00 a 2,00)ESTRUTURA TEXTUAL (dissertativa) Introduo adequada ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)Desenvolvimento (0,00 a 4,00)Fechamento do texto de forma coerente (0,00 a 4,00)

    DESENVOLVIMENTO DO TEMA Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos (0,00 a 4,00)Objetividade de argumentao frente ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)Estabelecimento de uma progressividade textual em relao sequncialgica do pensamento

    (0,00 a 4,0

    Tipo de erro

    PontuaoConstruo do perodoEmprego de conectoresConcordncia nominalConcordncia verbal

    Regncia nominalRegncia verbalGrafia/acentuaoRepetio/omisso vocabularOutros

    Nota no contedo (NC) NC = 5 : 28 x (soma das notas dos quesitos)

    Nmero de linhas efetivamente ocupadas (TL)Nmero de erros (NE)NOTA DA PROVA DISCURSIVA (NPD): NPD=NC - 3 x NE : TL

    A seguir, apresentarei a estrutura textual dissertativa, a partir dos dados do espelho de correo daprova discursiva, seguindo a orientao do professor Fernando Moura (Nas Linhas e Entrelinhas).

    ESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA

    1. Bases Conceituais

    PARTE I - O contedo da redao

    a) Apresentao Textual

    Legibilidade e erro: escreva sempre com letralegvel. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensapoder ser usada desde que se distinga bem as iniciais maisculas e minsculas. No caso de erro,risque com um trao simples, o trecho ou o sinal grfico e escreva o respectivo substituto.

    Ateno: no use parnteses para esse fim.

    - Respeito s margens e indicao dos pargrafos;

    Para dar incio aos pargrafos, o espao de mais ou menos dois centmetros suficiente. Observe asmargens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. No crie outras. No deixe "buracos" notexto. Na translineao, obedea s regras de diviso silbica.

    - Limite mximo de linhas;

    Alm de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite mximo de linhasdestinadas a cada parte da prova, conforme orientao da banca. As linhas que ultrapassarem olimite mximo sero desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extenso mxima sertotalmente desconsiderado.

    -Eliminao do candidato;

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    Seu texto poder ser desconsiderado nas seguintes situaes:

    - ultrapassagem do limite mximo de linhas.

    - ausncia de texto: quando o candidato no faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO DEFINITIVO.

    - fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto emconformidade com as orientaes explicitadas no caderno da prova discursiva.

    - registros indevidos: anotaes do tipo "fim" , "the end", "O senhor meu pastor, nada me

    faltar" ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.

    b) Estrutura Textual Dissertativa

    No d ttulo ao texto, comea na linha 1 da folha definitiva o seu pargrafo de introduo.

    Estrutura clssica do texto dissertativo

    b.1) Introduo adequada ao tema / posicionamento

    Apresenta a ideia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe introduo situar o leitor arespeito da postura ideolgica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tesee as generalidades que sero aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante que a sua introduo seja completa e esteja em consonncia com os critrios de paragrafao. Nomisture ideias.

    b.2) Desenvolvimento

    Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as ideias eexemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento emfavor da tese. Cada pargrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:

    - Estabelecimento das relaes de causa e efeito: motivos, razes, fundamentos, alicerces, osporqus/ consequncias, efeitos, repercusses, reflexos;

    - Estabelecimento de comparaes e contrastes: diferenas e semelhanas entre elementos - deum lado, de outro lado,em contraste, ao contrrio;

    - Enumeraes e exemplificaes: indicao de fatores, funes ou elementos que esclarecemou reforam uma afirmao.

    b.3) Fechamento do texto de forma coerente

    Retoma ou reafirma todas as ideias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando umaposio acerca do problema, da tese. tambm um momento de expanso, desde que se mantenhauma conexo lgica entre as ideias.

    c) Desenvolvimento do Tema

    c.1) Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos.

    Apresentao dos argumentos de forma ordenada, com anlise detida das ideias e

    exemplificao de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexesentre perodos, pargrafos e argumentos, empregar os elementos responsveis pela coerncia eunicidade, tais como operadores de sequenciao, conectores, pronomes. Procurar garantir aunidade temtica.

    c.2) Objetividade de argumentao frente ao tema / posicionamento

    O texto precisa ser articulado com base nas informaes essenciais que desenvolvero o temaproposto. Dispensar as ideias excessivas e perifricas. Planejar previamente a redao definindoantecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de ideias um passo importante. Listaras ideias que lhe vier cabea sobre o tema.. Estabelecer a tese que ser defendida. Selecionarcuidadosamente entre as ideias listadas, aquelas que delimitaro o tema e defendero oseu posicionamento.

    c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relao sequncia lgica do

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    pensamento.

    O texto deve apresentar coerncia sequencial satisfatria. Quando se proceder seleo dosargumentos no banco de ideias, deve-se classific-los segundo a fora para convencer o leitor,partindo dos menos fortes parta os mais fortes.

    Carssimos, possvel (e bem mais tranquilo) desenvolver um texto dissertativo a partir daelaborao de esquemas. Por mais simples que lhes parea, a redao elaborada a partir deesquema permite-lhes desenvolver o texto com sequncia lgica, de acordo com os critrios

    exigidos no comando da questo (nmero de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectosmencionados no espelho de avaliao. A professora Branca Granatic oferece-nos a seguinte sugestode esquema:

    SUGESTO DE PRODUO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMASESQUEMA BSICO DA DISSERTAO

    1 pargrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 32 pargrafo :desenvolvimento do argumento 13 pargrafo: desenvolvimento do argumento 24 pargrafo: desenvolvimento do argumento 35 pargrafo: expresso inicial + reafirmao do tema + observao final.

    EXEMPLO:

    TEMA:Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver graves problemas quepreocupam a todos.

    POR QU?*arg. 1: Existem populaes imersas em completa misria.*arg. 2:A paz interrompida frequentemente por conflitos internacionais.*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Texto definitivo

    Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver os graves problemasque preocupam a todos, pois existem populaes imersas em completa misria, a paz

    interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, alm do mais, o meio ambienteencontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Embora o planeta disponha de riquezas incalculveis - estas, mal distribudas, quer entre Estados,quer entre indivduos - encontramos legies de famintos em pontos especficos da Terra. Nospases do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regies da frica, vemos com tristeza, a falncia dasolidariedade humana e da colaborao entre as naes.

    Alm disso, nesta ltimas dcadas, temos assistido, com certa preocupao, aos conflitosinternacionais que se sucedem. Muitos trazem na memria a triste lembrana das guerras doVietn e da Coria, as quais provocaram grande extermnio. Em nossos dias, testemunhamosconflitos na antiga Iugoslvia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, semfalar da Guerra do Golfo, que tanta apreenso nos causou.

    Outra preocupao constante o desequilbrio ecolgico, provocado pela ambio desmedida dealguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as guas dos rios. Tais atitudescontribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agresses, acabe por se transformarem local inabitvel.

    Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem est muito longe desolucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade eindiretamente a qualquer pessoa consciente e solidria. desejo de todos ns que algo seja feito nosentido de conter essas foras ameaadoras, para podermos suportar as adversidades e construirum mundo que, por ser justo e pacfico, ser mais facilmente habitado pelas geraes vindouras.

    Se vocs seguirem a orientao dada pelo esquema, desde o 1 pargrafo, vero que no h comose perder na redao, nem fazer a introduo maior que o desenvolvimento, j que a introduo

    apresenta, de forma embrionria, o que ser desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a

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    concluso sempre retoma a ideia apresentada na introduo, reafirmando-a, apresentandopropostas, solues para o caso apresentado. Com essa noo clara, de estrutura de texto, tambm possvel melhorar o seu desempenho nas provas de compreenso e interpretao de texto

    A unidade bsica do texto: estrutura do

    pargrafosobre Redao por Noely LandarinCarssimos, minha proposta nesse artigo afastar o fantasma que se cria em torno da produo detextos, mais especificamente da prova de redao dissertativa.

    Tenho verificado, nos encontros de redao, certa deficincia por parte dos candidatos naestruturao dos textos dissertativo-argumentativos; o produtor do texto domina o contedo

    terico (nas provas discursivas), tem conhecimento do tema, do contedo a ser discutido, todaviadesconhece a forma de estrutur-lo, enfim de dar sentido s sua ideias com sequncia lgica, comcoeso.

    Com o intuito de auxili-los nessa rdua e dolorosa tarefa, passarei algumas dicas que lhes podero

    ser teis na produo do seu texto, numa situao de concurso, por exemplo. As questesdiscursivas (referentes a disciplinas especficas) tambm seguem a orientao dos textosdissertativos, considerando-se que a estrutura introduo, desenvolvimento concluso - estpresente na articulao de todos os textos.

    Antes de pensarmos na estruturao global do texto dissertativo-argumentativo, devemos conhecera estrutura de uma de suas unidades bsicas: o pargrafo.

    O PargrafoO pargrafo organizado em torno de uma ideia-ncleo,que desenvolvida por ideiassecundrias. O pargrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho varivel.

    No texto dissertativo-argumentativo, os pargrafos devem estar todos relacionados com a tese ouideia principal do texto, geralmente apresentada na introduo.

    Embora existam diferentes formas de organizao de pargrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gneros jornalsticos apresentam uma estrutura-padro. Essa estruturaconsiste em trs partes: a ideia-ncleo, as ideias secundrias (que desenvolvem a ideia-ncleo)e aconcluso ( que reafirma a ideia-bsica). Em pargrafos curtos, raro haver concluso.

    Conhea a estrutura-padro a seguir, observando sua organizao interna.

    (ideia-ncleo) A poluio que se verifica principalmente nas capitais do pas um problemarelevante, para cujasoluo necessria uma ao conjunta de toda asociedade.(ideia secundria) O governo, por exemplo, deve rever sua legislao de proteo ao meioambiente, ou fazer valer as leis em vigor; o empresrio pode dar sua contribuio, instalando filtro

    de controle dos gases e lquidos expelidos, e a populao, utilizando menos o transporte individual eaderindo aos programas de rodzio de automveis e caminhes, como j ocorre em So Paulo.(concluso) Medidas que venham a excluir qualquer um desses trs setores da sociedade tendem aser incuas no combate poluio e apenas onerar as contas pblicas.

    Observe que a ideia-ncleo apresentou palavras-chave ( poluio / soluo / ao conjunta /sociedade)que vo nortear o restante do pargrafo. O perodo subsequente ideia secundria vaidesenvolver o que foi citado anteriormente: ao conjunta do governo, do empresrio e dapopulao. O ltimo perodo retoma as ideias anteriores, posicionando-se frente ao tema.

    Em suma, note que todo o pargrafo se organiza em torno do primeiro perodo, que expe o pontode vista do autor sobre como combater a poluio. O segundo perodo desenvolve e fundamenta aideia-ncleo, apontando como cada um dos setores envolvidos pode contribuir. O ltimo perodo

    conclui o pargrafo, reforando a ideia-ncleo.

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    Outro aspecto que merece especial ateno so os elementos relacionadores, isto , osconectores ou conetivos. Eles so responsveis pela coeso do texto e tornam a leitura mais fluente;visam a estabelecer um encadeamento lgico entre as ideias e servem de elo entre o pargrafo,ou no interior do perodo, e o tpico que o antecede. Saber us-los com preciso, tanto no interiorda frase, quanto ao passar de um enunciado para outro, uma exigncia tambm para a clareza dotexto. Sem esses conectores pronomes relativos, conjunes, advrbios, preposies , palavrasdenotativas as ideias no fluem, muitas vezes o pensamento no se completa, e o texto torna-seobscuro, sem coerncia.

    Os elementos relacionadores no so, todavia, obrigatrios; geralmente esto presentes a partir dosegundo pargrafo. No exemplo a seguir, o pargrafo demonstrativo certamente no constitui o 1pargrafo de uma redao.

    Exemplo de um pargrafo e suas divises

    Nesse contexto, um grave erro a liberao da maconha. Provocar de imediato violenta elevaodo consumo. O Estado perder o precrio controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrpicas enossas instituies de recuperao de viciados no tero estrutura suficiente para atender demanda. Enfim, viveremos o caos.(Alberto Corazza, Isto , com adaptaes)

    Elemento relacionador : Nesse contexto.Tpico frasal: um grave erro a liberao da maconha.Desenvolvimento: Provocar de imediato violenta elevao do consumo. O Estado perder oprecrio controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrpicas e nossas instituies derecuperao de viciados no tero estrutura suficiente para atender demanda.Concluso: Enfim, viveremos o caos.

    (Obra consultada: MOURA, Fernando. Nas Linhas e Entrelinhas, 6 edio, 2004. Ed.Vestcon)

    Como construir um texto dissertativosobre Redao por Eraldo Cunegundes

    Procedimentos Bsicos

    01. Interpretao do tema

    Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga total a este implica zerar a provade redao;

    02. Levantamento de ideias

    A melhor maneira de levantar ideias sobre o tema a auto-indagao;

    03. Construo do rascunho

    Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta etapa, o contedo;

    04. Pequeno intervalo

    Suspenda a atividade redacional por alguns instantes e ocupe-se com outras provas, para que possadesviar um pouco a ateno do texto; evitando, assim, que determinados erros passem

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    despercebidos;

    05. Reviso e acabamento

    Faa uma cuidadosa reviso do rascunho e as devidas correes;

    06. Verso definitiva

    Agora passe a limpo para a verso definitiva, com calma e muito cuidado!

    07. Elaborao do ttulo

    O ttulo deve ser urna frase curta condizente com a essncia do tema.

    Orientao para Elaborar uma Dissertao Seu texto deve apresentar tese, desenvolvimento (exposio/argumentao) e concluso. No se inclua na redao, no cite fatos de sua vida particular, nem utilize o ainda na 1

    pessoa do plural.

    Seu texto pode ser expositivo ou argumentativo (ou ainda expositivo e argumentativo). Asideias-ncleo devem ser bem desenvolvidas, bem fundamentadas.

    Redija na 1 pessoa do singular ou do plural, ou fundamentadas. Evite que seu textoexpositivo ou argumentativo seja urna sequncia de afirmaes vagas, sem justificativa,evidncias ou exemplificao..

    Atente para as expresses vagas ou significado amplo e sua adequada contextualizao. Ex.:conceitos como certo, errado, democracia, justia, liberdade, felicidade etc.

    Evite expresses como belo, bom, mau, incrvel, pssimo, triste,pobre, rico etc.;so juzos de valor sem carga informativa, imprecisos esubjetivos.

    Fuja do lugar-comum, frases feitas e expresses cristalizadas: a pureza das crianas, asabedoria dos velhos. A palavra coisa, grias e vcios da linguagem oral devem ser evitados,

    bem como o uso de etc. e as abreviaes. No se usam entre aspas palavras estrangeiras com correspondncia na lngua portuguesa:

    hippie, status, dark, punk, laser, chips etc. No construa frases embromatrias. Verifique se as palavras empregadas so fundamentais e

    informativas. Observe se no h repetio de ideias, falta de clareza, construes sem nexo (conjunes

    mal empregadas), falta de concatenao de ideias nas frases e nos pargrafos entre si,divagao ou fuga ao tema proposto.

    Caso voc tenha feito uma pergunta na tese ou no corpo do texto, verifique se aargumentao responde pergunta. Se voc eventualmente encerrar o texto com umainterrogao, esta pode estar corretamente empregada desde que a argumentao responda questo. Se o texto for vago, a interrogao ser retrica e vazia.

    Verifique se os argumentos so convincentes: fatos notrios ou histricos, conhecimentosgeogrficos, cifras aproximadas, pesquisas e informaes adquiridas atravs de leituras efontes culturais diversas.

    Se considerarmos que a redao apresenta entre 20 e 30 linhas, cada pargrafo pode serdesenvolvido entre 3 e 6 linhas. Voc deve ser flexvel nesse nmero, em razo do tamanhoda letra ou da continuidade de raciocnio elaborado. Observe no seu texto os pargrafosprolixos ou muito curtos, bem corno os perodos muito fragmentados, que resultam numaconstruo primria.

    Seguem alguns modelosTEMA: DENNCIAS, ESCNDALOS, CASOS ILCITOS NA ADMINISTRAO PBLICA, CORRUPO EIMPUNIDADE... ISSO O QUE OCORRE NO BRASIL HOJE.

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    Uma nova ordem

    Nunca foi to importante no Pas uma cruzada pela moralidade. As denncias que se sucedem, osescndalos que se multiplicam, os casos ilcitos que ocorrem em diversos nveis da administraopblica exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o Pas.

    O povo se afasta cada vez mais dos polticos, como se estes fossem smbolos de todos os males. Asinstituies normativas, que fundamentam o sistema democrtico, caem em descrdito. Osgovernantes, eleitos pela expresso do voto, tambm engrossam a caldeira da descrena e, frgeis,

    acabam comprometendo seus programas de gesto.Para complicar, ainda estamos no meio de uma recesso que tem jogado milhares de trabalhadoresna rua, ampliando os bolses de insatisfao e amargura.

    No de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vem e sentem,procurem manifestar sua posio com o voto nulo, a absteno ou o voto em branco. Convenhamos,nenhuma democracia floresce dessa maneira.

    A atitude de inrcia e apatia dos homens que tm responsabilidade pblica os condenar ao castigoda histria. possvel fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama deesperana.

    O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da f e da crena, da esperana e do futuro

    necessita, urgentemente da ao solidria, tanto das autoridades quanto do cidado comum, parainstaurar uma nova ordem na tica e na moral.

    Carlos Apolinrio, adaptado

    Comentrio:

    O primeiro pargrafo constitui a introduo do texto (tese).Os pargrafos segundo, terceiro e quarto constituem o desenvolvimento (argumentao exemplificao com anlise e crtica).O ltimo pargrafo a concluso (perspectiva de soluo).

    TEMA:Tudo vale a penaSe a alma no pequena(Fernando Pessoa)Sonhar preciso

    Ns somos do tamanho dos nossos sonhos. H, em cada ser humano, um sebastianista louco,vislumbrando o Quinto Imprio; um navegador ancorado no cais, a idealizar mares nunca dantesnavegados; e um obscuro D. Quixote de alma grande que, mesmo amesquinhado pelo atrito dahora spera do presente, investe contra seus inimigos intemporais: o derrotismo, a indiferena e otdio.

    Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do po-nosso-de-cada-dia, h em

    cada homem um sentido pico da existncia, que se recusa a morrer, mesmo banalizado,manipulado pelos veculos de massa e domesticado pela vida moderna.

    preciso agora resgatar esse idealista que ocultamente somos, mesmo que D. Sebastio no volte,ainda que nossos barcos no cheguem a parte alguma, apesar de no existirem sequer moinhos devento.

    Seno teremos matado definitivamente o santo e o louco que so o melhor de ns mesmos; senoteremos abdicado dos sonhos da infncia e do fogo da juventude; seno teremos demitido nossasesperanas.

    O homem livre num universo sem fronteiras. O nordeste brasileiro verde e pequenos nordestinos, risonhos e saudveis, soletrando o abecedrio. Um passeio a p pela cidade calma. Pequenos judeus,rabes e cristos, brincando de roda em Beirute ou na Palestina.

    E os vestibulandos, todos, de um pas chamado Brasil, convocados a darem o melhor de si no curso

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    superior que escolheram.

    Utopias? Talvez sonhos irrealizveis de algum poeta menor, mas convicto de que nada vale a pena,se a alma mesquinha e pequena.

    Comentrio:

    A introduo encontra-se no 1 pargrafo, que faz uma espcie de sntese do texto, funcionandocomo uma espcie de ndice das ideias e elementos que aparecero no desenvolvimento(sebastianista, o navegador, o D. Quixote).

    O desenvolvimento est nos cinco pargrafos seguintes, que retomam e explicam cada uma dasideias e elementos apresentados no inicio.

    A concluso realiza-se no ltimo pargrafo, reafirmando a tese de que somos do tamanho de nossossonhos e de nossas lutas por nossos ideais, sem os quais a alma seria mesquinha e pequena (e avida no valeria a pena).

    TEMA: busca do Brasil de nossos sonhos, travar-se- uma longa jornada.

    Em busca do Brasil de nossos sonhos

    Utopia, talvez seja este o termo que resuma os anseios de um povo que, h mais de quatro sculos,

    alimenta esperanas de ver seu pas constituir-se em um Estado forte e humanitrio.Transformaes drsticas e rpidas no correspondem ao caminho a se seguir que ser rduo epenoso, entretanto os jbilos alcanados sero to doces e temos que tero valido cada gota desangue e suor derramado.

    Muitos so os problemas (corrupo, injustia, desigualdades...) e suas solues existem, s nofazem parte do plano poltico-econmico e social a ser seguido, pois este no h. Generalizar chegaa ser infantil e prematuro, mas atualmente no se tem tido conhecimento sobre uma reformaconcreta e sria que vise melhoria de vida da populao e que no esteja engavetada, ainda em

    processo de viabilizao, tal como as reformas agrria e tributria, por exemplo. A justia noBrasil, alm de paradoxal, vem a ser ilusria.

    Diversidade de solos, climas, costumes, gente, vrios povos misturados em um s, tantos mritos e

    nenhuma vitria que no tenha sido mais do que temporria. O amor ptria a cada dia fica maisfrgil quando deveria se fortalecer, ento o que fazer?

    Lutar, no travando guerras ou impondo violncia. Reivindicar direitos e estipular deveres requersabedoria, a liberdade de expresso foi conquistada com muito esforo e perseverana porbrasileiros que queriam gritar e no se calar diante da destruio lenta e contnua de seu pas.

    Valorizas o nosso e melhorar o Brasil depende no da vontade de cada um, isoladamente, mas simdo desejo de todos, afinal so mais de cento e trinta milhes de pessoas com interesses diversosocupando um mesmo pas, e muitas querem v-lo progredir, no entanto como isso ser possvel?Optando por um nacionalismo extremado? Talvez. Para haver mudanas preciso que se queiramudar, um Estado politicamente organizado, quem sabe, este Estado: o Brasil.

    Tatiana R. Batista

    Como melhorar o Brasil

    E nas terras copiosas, que lhes denegavam as promessas visionadas, goravam seus sonhos deredeno. Com estas palavras Jos Amrico de Almeida, em seu livro A Bagaceira, conseguiucaracterizar um Brasil que, h quinhentos anos, mantm-se o mesmo: injusto e desigual.

    Fome e misria em meio fartura e pujana, descontentamento e inrcia presentes em um mesmopovo. Tantas contradies advm de um processo histrico embasado em inserir o Brasil no contextoscio-econmico mundial como um Estado dependente economicamente, subdesenvolvidotecnologicamente, sendo por isso frgil perante a soberania de um sem-nmero de pases que desdesempre deteve o controle supremo de o qu, e como tudo deve ser direcionado.

    De colnia repblica, sendo monarquia ou no, a aristocracia se mantm presente, forte e

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    imponente, segura habilidosamente as rdeas deste carro desgovernado chamado,anteriormente, de Terra brasilis. estranho pensar que um vasto territrio, em que se afirmavigorar o governo de todos e para todos pertena na realidade a um restrito grupo que no desejaalteraes de qualquer tipo, por considerar a atual situao do Brasil ideal. O ideal seriadesconsiderar tais argumentos, sendo estes invlidos e inadmissveis, uma vez que altos nveis dedesemprego, corrupo, carncia nos diversos setores pblicos..., no correspondem ao que seespera para haver uma elevao no padro de desenvolvimento de um pas.

    A globalizao, to comentada em todo o mundo, s ratifica ainda mais um processo que, aos olhosde todos, parece inevitvel: a colonizao do mundo, a preponderncia de uns poucos Estadospoliticamente organizados sobre o resto do planeta. O Brasil virando colnia, principalmente, dosEstados Unidos da Amrica. A submisso completa.

    Deste ponto de vista (que pode ser o nico), a situao se apresenta de forma grave. Alarmante,porm a falta de solues.

    Pior, talvez seja a falta de interesse em mudanas. J foram privatizadas a (Companhia Vale do RioDoce, a Siderrgica Nacional, logo em breve a Petrobrs e o Banco do Brasil, smbolos da soberanianacional. Vivemos em um mesmo espao o qual cada vez mais deixa de nos pertencer, estamosenfraquecidos, o nacionalismo se enfraquece se a nao nica deixa de existir. No se pode afirmarque uma atitude revolucionria seja o melhor caminho ou o caminho certo, no entanto a passividadeneurastnica da populao jamais resolver nada. O exerccio da cidadania necessria para

    implantar a verdadeira cidadania. Conscincia poltica e senso de justia o pior obstculo a sercontornado a alienao, consequncia da ignorncia que cerca a maior parte da populao, semacesso cultura.

    O primeiro passo j foi dado: conhecer os problemas e, mesmo que superficialmente, pensar arespeito. Ufanismo, utopia, sonho, perseverana e luta. A coragem precisa de esperana, o homemprecisa de ambas para sobreviver e lutar. Se o povo brasileiro naturalmente corajoso, lutemosagora para seguir em frente e firmar este pas como soberano e forte que .

    Tatiana R. Batista

    A corrupo no Brasil

    Durante todo o processo de formao cultural do povo brasileiro, o trabalho nunca foi consideradouma atividade digna, a riqueza, mesmo ilcita era a grande nobreza e a comprovao dasuperioridade.

    No perodo colonial, o trabalho para o portugus recm-chegado toma-se um ato ignbil, explorar obugre e o negro a maneira de se viver numa terra nova, onde a esperteza de sempre tirar lucrose ganhar, mesmo atravs da trapaa, considerada uma virtude.No imprio e na repblica oligrquica, a histria se repete e sempre est a favor de umaaristocracia, que desrespeita a condio humana, com suas atitudes nepticas e de extremafraternalidade entre os iguais mineiros e paulistas.

    Nos perodos seguintes, a rede de corruptos se mostra e toma contorno urbanos, onde a populaoadquire maior intelectualidade e passa a exigir um maior respeito e que pelo menos se disfarcem os

    roubos contra nossa populao de miserveis e condicionados.J cansada pelos quinhentos anos de falcatruas justificadas e pela exploso de novas bombas, acada dia a populao apercebe-se. em fim, do maquiavelismo poltico e rejeita as solues prontas ematernais da ptria me gentil.

    Esperamos que, nos prximos anos, a poltica brasileira tome-se mais sria, rejeite o ditomaquiavlico e trate o trabalho como um meio de ascenso e de dignificao do homem e no comoum ato oprobriante.

    Tiago Barbosa

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    Texto Dissertativo / Argumentativosobre Redao por Noely [email protected]...

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    Dissertar o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o textodissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentaocientfica, o relatrio, o texto didtico, o artigo enciclopdico. Em princpio, o texto dissertativo noest preocupado com a persuaso e sim, com a transmisso de conhecimento, sendo, portanto,um texto informativo.

    Os textos argumentativos, ao contrrio, tm por finalidade principal persuadir o leitor sobre oponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, alm de explicar, tambm persuadeo interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

    O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por trs partesessenciais.

    Introduo

    Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma teseou a ideia principal do texto.

    Teatro e escola, em princpio, parecem ser espaos distintos, que desenvolvem atividadescomplementares diferentes. Em contraposio ao ambiente normalmente fechado da sala de aula eaos seus assuntos pretensamente "srios" , o teatro se configura como um espao de lazer ediverso. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grcia antiga, veremos que

    teatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)

    Desenvolvimento

    Formado pelos pargrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada pargrafo, apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relaes de causa eefeito ou comparaes entre situaes, pocas e lugares diferentes, pode tambm se apoiar emdepoimentos ou citaes de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatsticos,pesquisas, aluses histricas.

    O teatro grego apresentava uma funo eminentemente pedaggica. Com sua tragdias,Sfocles e Eurpides no visavam apenas diverso da plateia mas tambm, e sobretudo, pr emdiscusso certos temas que dividiam a opinio pblica naquele momento de transformao da

    sociedade grega. Poderia um filho desposar a prpria me, depois de ter assassinado o pai de formainvoluntria (tema de dipo Rei)? Poderia uma me assassinar os filhos e depois matar-se por causade um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel meamericana que, h alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?

    Naquela sociedade, que vivia a transio dos valores msticos, baseados na tradio religiosa, paraos valores da polis, isto , aqueles resultantes da formao do Estado e suas leis, o teatro cumpriaum papel poltico e pedaggico, medida que punha em xeque e em choque essas duas ordensde valores e apontava novos caminhos para a civilizao grega. "Ir ao teatro", para os gregos, noera apenas uma diverso, mas uma forma de refletir sobre o destino da prpria comunidade em quese vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.

    Deixando de lado as diferenas obviamente existentes em torno dos gneros teatrais (tragdia,

    comdia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenes, diferia do teatro moderno? Para

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    mailto:[email protected]://www.algosobre.com.br/pdf/redacao/texto-dissertativo-argumentativo.pdfhttp://www.algosobre.com.br/redacao/texto-dissertativo-argumentativo/imprimir.htmlmailto:[email protected]
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    Bertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a funo doteatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peas tiveram um papel essencialpedaggico voltadas para a conscientizao de trabalhadores e para a resistncia poltica naAlemanha nazista dos anos 30 do sculo XX.

    O teatro, ao representar situaes de nossa prpria vida - sejam elas engraadas, trgicas, polticas,sentimentais, etc. - pe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez nainstantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representao,a vida humana recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro escola. uma forma de vidade fico que ilumina com seus holofotes a vida real, muito alm dos palcos e doscamarins.

    Concluso

    Que geralmente retoma a tese, sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo solues para oproblema discutido. Mais raramente, a concluso pode vir na forma de interrogao ou representadapor um elemento-surpresa. No caso da interrogao, ela meramente retrica e deve j ter sidorespondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citao cientfica,filosfica ou literria, em uma formulao irnica ou em uma ideia reveladora que surpreenda oleitor e, ao mesmo tempo, d novos significados ao texto.

    Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, inegvel. A escolasempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagemprpria, complementa o trabalho de geraes de educadores, preocupados com a formao plena doser humano. (concluso)

    Quisera as aulas tambm pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenrios, ocuidado com os figurinos, o envolvimento da msica, o brilho da iluminao, a perfeiodo texto e a vibrao do pblico. Vamos ao teatro!(elemento-supresa)

    (Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Portugus).

    Ateno: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma serimpessoal, objetiva edenotativa. Mais raramente, entretanto, h a combinao da objetividade com recursos poticos,como metforas e alegorias. Predominam formas verbais nopresente do indicativo e emprega-se

    opadro culto e formal da lngua.

    O PargrafoAlm da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, importante conhecer a estrutura deuma de suas unidades bsicas: o pargrafo.

    Pargrafo uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-ncleo, que desenvolvidapor ideias secundrias. O pargrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanhovarivel. No texto dissertativo-argumentativo, os pargrafos devem estar todos relacionados com atese ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introduo.

    Embora existam diferentes formas de organizao de pargrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gneros jornalsticos apresentam uma estrutura-padro. Essa estruturaconsiste em trs partes: a ideia-ncleo, as ideias secundrias (que desenvolvem a ideia-ncleo),a concluso. Em pargrafos curtos, raro haver concluso.

    A seguir, apresentarei um espelho de correo de redao. A faixa de valores dos itens analisadossofre alterao a cada concurso, os aspectos macroestruturais e microestruturais so variveis namaneira como so expostos. No entanto, os espelhos no fogem ao padro pr-determinado.

    ESPELHO DA AVALIAO DA PROVA DISCURSIVA - MODELO CESPE/UnB

    Aspectos macroestruturais notaobtida

    faixa devalores

    APRESENTAO TEXTUAL

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    Legibilidade (0,00 a 2,00)Respeito s margens e indicao de pargrafos (0,00 a 2,00)ESTRUTURA TEXTUAL (dissertativa) Introduo adequada ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)Desenvolvimento (0,00 a 4,00)Fechamento do texto de forma coerente (0,00 a 4,00)

    DESENVOLVIMENTO DO TEMA Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos (0,00 a 4,00)Objetividade de argumentao frente ao tema/posicionamento (0,00 a 4,00)Estabelecimento de uma progressividade textual em relao sequncialgica do pensamento

    (0,00 a 4,0

    Tipo de erro

    PontuaoConstruo do perodoEmprego de conectoresConcordncia nominalConcordncia verbalRegncia nominal

    Regncia verbalGrafia/acentuaoRepetio/omisso vocabularOutros

    Nota no contedo (NC) NC = 5 : 28 x (soma das notas dos quesitos)

    Nmero de linhas efetivamente ocupadas (TL)Nmero de erros (NE)NOTA DA PROVA DISCURSIVA (NPD): NPD=NC - 3 x NE : TL

    A seguir, apresentarei a estrutura textual dissertativa, a partir dos dados do espelho de correo daprova discursiva, seguindo a orientao do professor Fernando Moura (Nas Linhas e Entrelinhas).

    ESTRUTURA TEXTUAL DISSERTATIVA

    1. Bases Conceituais

    PARTE I - O contedo da redao

    a) Apresentao Textual

    Legibilidade e erro: escreva sempre com letralegvel. Prefira a letra cursiva. A letra de imprensapoder ser usada desde que se distinga bem as iniciais maisculas e minsculas. No caso de erro,risque com um trao simples, o trecho ou o sinal grfico e escreva o respectivo substituto.

    Ateno: no use parnteses para esse fim.

    - Respeito s margens e indicao dos pargrafos;

    Para dar incio aos pargrafos, o espao de mais ou menos dois centmetros suficiente. Observe asmargens esquerda e direita na folha para o texto definitivo. No crie outras. No deixe "buracos" notexto. Na translineao, obedea s regras de diviso silbica.

    - Limite mximo de linhas;

    Alm de escrever seu texto em local devido (folha definitiva), respeite o limite mximo de linhasdestinadas a cada parte da prova, conforme orientao da banca. As linhas que ultrapassarem olimite mximo sero desconsideradas ou qualquer texto que ultrapassar a extenso mxima sertotalmente desconsiderado.

    -Eliminao do candidato;

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    Seu texto poder ser desconsiderado nas seguintes situaes:

    - ultrapassagem do limite mximo de linhas.

    - ausncia de texto: quando o candidato no faz seu texto na FOLHA PARA O TEXTO DEFINITIVO.

    - fuga total ao tema: analise cuidadosamente a proposta apresentada. Estruture seu texto emconformidade com as orientaes explicitadas no caderno da prova discursiva.

    - registros indevidos: anotaes do tipo "fim" , "the end", "O senhor meu pastor, nada me

    faltar" ou recados ao examinador, rubricas e desenhos.

    b) Estrutura Textual Dissertativa

    No d ttulo ao texto, comea na linha 1 da folha definitiva o seu pargrafo de introduo.

    Estrutura clssica do texto dissertativo

    b.1) Introduo adequada ao tema / posicionamento

    Apresenta a ideia que vai ser discutida, a tese a ser defendida. Cabe introduo situar o leitor arespeito da postura ideolgica de quem o redige acerca de determinado assunto. Deve conter a tesee as generalidades que sero aprofundadas ao longo do desenvolvimento do texto. O importante que a sua introduo seja completa e esteja em consonncia com os critrios de paragrafao. Nomisture ideias.

    b.2) Desenvolvimento

    Apresenta cada um dos argumentos ordenadamente, analisando detidamente as ideias eexemplificando de maneira rica e suficiente o pensamento. Nele, organizamos o pensamento emfavor da tese. Cada pargrafo (e o texto) pode ser organizado de diferentes maneiras:

    - Estabelecimento das relaes de causa e efeito: motivos, razes, fundamentos, alicerces, osporqus/ consequncias, efeitos, repercusses, reflexos;

    - Estabelecimento de comparaes e contrastes: diferenas e semelhanas entre elementos - deum lado, de outro lado,em contraste, ao contrrio;

    - Enumeraes e exemplificaes: indicao de fatores, funes ou elementos que esclarecemou reforam uma afirmao.

    b.3) Fechamento do texto de forma coerente

    Retoma ou reafirma todas as ideias apresentadas e discutidas no desenvolvimento, tomando umaposio acerca do problema, da tese. tambm um momento de expanso, desde que se mantenhauma conexo lgica entre as ideias.

    c) Desenvolvimento do Tema

    c.1) Estabelecimento de conexes lgicas entre os argumentos.

    Apresentao dos argumentos de forma ordenada, com anlise detida das ideias e

    exemplificao de maneira rica e suficiente do pensamento. Para garantir as devidas conexesentre perodos, pargrafos e argumentos, empregar os elementos responsveis pela coerncia eunicidade, tais como operadores de sequenciao, conectores, pronomes. Procurar garantir aunidade temtica.

    c.2) Objetividade de argumentao frente ao tema / posicionamento

    O texto precisa ser articulado com base nas informaes essenciais que desenvolvero o temaproposto. Dispensar as ideias excessivas e perifricas. Planejar previamente a redao definindoantecipadamente o que deve ser feito. Recorrer ao banco de ideias um passo importante. Listaras ideias que lhe vier cabea sobre o tema.. Estabelecer a tese que ser defendida. Selecionarcuidadosamente entre as ideias listadas, aquelas que delimitaro o tema e defendero oseu posicionamento.

    c.3) Estabelecimento de uma progressividade textual em relao sequncia lgica do

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    pensamento.

    O texto deve apresentar coerncia sequencial satisfatria. Quando se proceder seleo dosargumentos no banco de ideias, deve-se classific-los segundo a fora para convencer o leitor,partindo dos menos fortes parta os mais fortes.

    Carssimos, possvel (e bem mais tranquilo) desenvolver um texto dissertativo a partir daelaborao de esquemas. Por mais simples que lhes parea, a redao elaborada a partir deesquema permite-lhes desenvolver o texto com sequncia lgica, de acordo com os critrios

    exigidos no comando da questo (nmero de linhas, por exemplo), atendendo aos aspectosmencionados no espelho de avaliao. A professora Branca Granatic oferece-nos a seguinte sugestode esquema:

    SUGESTO DE PRODUO DE TEXTO COM BASE EM ESQUEMASESQUEMA BSICO DA DISSERTAO

    1 pargrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 32 pargrafo :desenvolvimento do argumento 13 pargrafo: desenvolvimento do argumento 24 pargrafo: desenvolvimento do argumento 35 pargrafo: expresso inicial + reafirmao do tema + observao final.

    EXEMPLO:

    TEMA:Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver graves problemas quepreocupam a todos.

    POR QU?*arg. 1: Existem populaes imersas em completa misria.*arg. 2:A paz interrompida frequentemente por conflitos internacionais.*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Texto definitivo

    Chegando ao terceiro milnio, o homem ainda no conseguiu resolver os graves problemasque preocupam a todos, pois existem populaes imersas em completa misria, a paz

    interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, alm do mais, o meio ambienteencontra-se ameaado por srio desequilbrio ecolgico.

    Embora o planeta disponha de riquezas incalculveis - estas, mal distribudas, quer entre Estados,quer entre indivduos - encontramos legies de famintos em pontos especficos da Terra. Nospases do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regies da frica, vemos com tristeza, a falncia dasolidariedade humana e da colaborao entre as naes.

    Alm disso, nesta ltimas dcadas, temos assistido, com certa preocupao, aos conflitosinternacionais que se sucedem. Muitos trazem na memria a triste lembrana das guerras doVietn e da Coria, as quais provocaram grande extermnio. Em nossos dias, testemunhamosconflitos na antiga Iugoslvia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, semfalar da Guerra do Golfo, que tanta apreenso nos causou.

    Outra preocupao constante o desequilbrio ecolgico, provocado pela ambio desmedida dealguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as guas dos rios. Tais atitudescontribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agresses, acabe por se transformarem local inabitvel.

    Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem est muito longe desolucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade eindiretamente a qualquer pessoa consciente e solidria. desejo de todos ns que algo seja feito nosentido de conter essas foras ameaadoras, para podermos suportar as adversidades e construirum mundo que, por ser justo e pacfico, ser mais facilmente habitado pelas geraes vindouras.

    Se vocs seguirem a orientao dada pelo esquema, desde o 1 pargrafo, vero que no h comose perder na redao, nem fazer a introduo maior que o desenvolvimento, j que a introduo

    apresenta, de forma embrionria, o que ser desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a

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    concluso sempre retoma a ideia apresentada na introduo, reafirmando-a, apresentandopropostas, solues para o caso apresentado. Com essa noo clara, de estrutura de texto, tambm possvel melhorar o seu desempenho nas provas de compreenso e interpretao de textos.

    Tipologia Textualsobre Redao por Eraldo CunegundesTIPOLOGIA TEXTUAL

    1. texto Literrio: expressa a opinio pessoal do autor que tambm transmitida atravs defiguras, impregnado de subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia...

    2. texto no-literrio: preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetivapossvel. Ex: uma notcia de jornal, uma bula de medicamento.

    TEXTO LITERRIO TEXTO NO-LITERRIO

    Conotao Figurado, subjetivo Pessoal Denotao Claro, objetivo Informativo

    TIPOS DE COMPOSIO

    1. Descrio: descrever representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante aindicao de aspectos caractersticos, de pormenores individualizantes. Requer observaocuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundvel. No se trata deenumerar uma srie de elementos, mas de captar os traos capazes de transmitir uma impressoautntica. Descrever mais que apontar, muito mais que fotografar. pintar, criar. Por isso,

    impe-se o uso de palavras especficas, exatas.2. Narrao: um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginrios. So seus elementosconstitutivos: personagens, circunstncias, ao; o seu ncleo o incidente, o episdio, e o que adistingue da descrio a presena de personagens atuantes, que esto quase sempre em conflito.

    A Narrao envolve:I. Quem? Personagem;II. Qu? Fatos, enredo;III. Quando? A poca em que ocorreram os acontecimentos;IV. Onde? O lugar da ocorrncia;V. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;VI. Por qu? A causa dos acontecimentos;

    3. Dissertao: dissertar apresentar ideias, analis-las, estabelecer um ponto de vista baseadoem argumentos lgicos; estabelecer relaes de causa e efeito. Aqui no basta expor, narrar oudescrever, necessrio explanar e explicar. O raciocnio que deve imperar neste tipo decomposio, e quanto maior a fundamentao argumentativa, mais brilhante ser o desempenho.

    Gnero Textual e Tipologia Textualsobre Gramtica por Slvio Ribeiro da Silva

    A diferena entre Gnero Textual e Tipologia Textual , no meu entender, importante para

    direcionar o trabalho do professor de lngua na leitura, compreenso e produo de textos1. O que

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    pretendemos neste pequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero Textual eTipologia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia(2002), que faz apontamentos questionveis para o termo Tipologia Textual. No final, apresentominhas consideraes a respeito de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia.

    Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreenso e a produo escrita emLngua Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades quefaam com que ele tenha capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua paraproduzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especfica de interao humana.

    Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na escola a partir da abordagem doGnero Textual2. Marcuschi no demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual,uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vezque no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificarvrios textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes gneros quepossuem diferenas especficas.

    Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG) defendem o trabalho com aTipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferentes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com osdiferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da competncia comunicativa. Deacordo com as ideias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica.

    Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos paraatuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros.Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de levantamento de quais tipos seriam maisnecessrios para os alunos, para, a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios.

    Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivocada, o termo tipo de texto. Naverdade, para ele, no se trata de tipo de texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Eleatesta que a carta pessoal um Gnero Textual.

    O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmognero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, ecomenta que ela pode apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e

    argumentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero de heterogeneidadetipolgica.

    Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmente so encontrados tipospuros. Realmente raro um tipo puro. Num texto como a bula de remdio, por exemplo, que paraFvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como adescrio, a injuno e a predio4. Travaglia afirma que um texto se define como de um tipo poruma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocuo que se pretende estabelecer e quese estabelece, e no em funo do espao ocupado por um tipo na constituio desse texto.

    Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gnero mas ter sido construdo emoutro, Marcuschi d o nome de intertextualidade intergneros. Ele explica dizendo que issoacontece porque ocorreu no texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza

    altamente hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro.Travaglia no fala de intertextualidade intergneros, mas fala de um intercmbio de tipos.Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando determinadosefeitos de sentido impossveis, na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele falade descries e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao.

    Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao terica:

    a) intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro b) heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de vrios tipos

    Travaglia mostra o seguinte:

    a) conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos b) intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro

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    Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os gneros no so entidadesnaturais, mas artefatos culturais construdos historicamente pelo ser humano. Um gnero, para ele,pode no ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Paraexemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta no tenhaassinado o nome no final, ela continuar sendo carta, graas as suas propriedades necessrias esuficientes5.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista deprodutos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao de produtos, estimulando acompra por parte de clientes ou usurios daquele produto.

    Para Marcuschi, Tipologia Textual um termo que deve ser usado para designar uma espcie desequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de sua composio. Em geral, os tipostextuais abrangem as categorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno (Swales,1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999).Segundo ele, o termo Tipologia Textual usadoparadesignar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de suacomposio (aspectos lexicais, sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22).

    Gnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para os textos materializadosencontrados no dia a dia e que apresentam caractersticas scio-comunicativas definidas peloscontedos, propriedades funcionais, estilo e composio caracterstica.

    Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interao, umamaneira de interlocuo, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem,

    segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto aofazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempo e/ou no espao. Pode serpossvel a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor comoalgum que concorda ou no com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quandoo produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se o produtor vir o receptor comoalgum que concorda com ele, surge o discurso da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio deTravaglia, uma perspectiva em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesmaforma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de comprometimento ouno. Resumindo, cada uma das perspectivas apresentadas pelo autor gerar um tipo de texto.Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos descrio, dissertao, injuno e narrao. Asegunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativostricto sensu6 e noargumentativostricto sensu. A perspectiva da antecipao faz surgir o tipo preditivo. A do

    comprometimento d origem a textos do mundo comentado (comprometimento) e do mundonarrado (no comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriamenquadrados, de maneira geral, no tipo narrao. J os do mundo comentado ficariam no tipodissertao.

    Travaglia diz que o Gnero Textual se caracteriza por exercer uma funo social especfica. Paraele, estas funes sociais so pressentidas e vivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que,intuitivamente, sabemos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordo com afuno social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentarcaractersticas que faro com que ele funcione de maneira diferente. Assim, escrever um e-mailpara um amigo no o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindoinformaes sobre um concurso pblico, por exemplo.

    Observamos que Travaglia d ao gnero uma funo social. Parece que ele diferencia TipologiaTextual de GneroTextual a partir dessa qualidade que o gnero possui. Mas todo texto,independente de seu gnero ou tipo, no exerce uma funo social qualquer?

    Marcuschi apresenta alguns exemplos de gneros, mas no ressalta sua funo social. Os exemplosque ele traz so telefonema, sermo, romance, bilhete, aula expositiva, reunio de condomnio, etc.

    J Travaglia, no s traz alguns exemplos de gneros como mostra o que, na sua opinio, seria afuno social bsica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informao, informe, citao(todos com a funo social de dar conhecimento de algo a algum). Certamente a carta e o e-mailentrariam nessa lista, levando em considerao que o aviso pode ser dado sob a forma de umacarta, e-mail ou ofcio. Ele continua exemplificando apresentando a petio, o memorial, orequerimento, o abaixo assinado (com a funo social de pedir, solicitar). Continuo colocando a

    carta, o e-mail e o ofcio aqui. Nota promissria, termo de compromisso e voto so exemplos com afuno de prometer. Para mim o voto no teria essa funo de prometer. Mas a funo de confirmar

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    a promessa de dar o voto a algum. Quando algum vota, no promete nada, confirma a promessade votar que pode ter sido feita a um candidato.

    Ele apresenta outros exemplos, mas por questo de espao no colocarei todos. bom notar que osexemplos dados por ele, mesmo os que no foram mostrados aqui, apresentam funo socialformal, rgida. Ele no apresenta exemplos de gneros que tenham uma funo social menos rgida,como o bilhete.

    Uma discusso vista em Travaglia e no encontrada em Marcuschi7 a de Espcie. Para ele,

    Espcie se define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfcie lingustica e/ouaspectos de contedo. Ele exemplifica Espcie dizendo que existem duas pertencentes ao tiponarrativo: a histria e a no-histria. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as Espcies narrativaem prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra as Espcies distintas objetivaxsubjetiva, estticaxdinmica e comentadoraxnarradora. Mudando para gnero, ele apresenta acorrespondncia com as Espcies carta, telegrama, bilhete, ofcio, etc. No gnero romance, elemostra as Espcies romance histrico, regionalista, fantstico, de fico cientfica, policial, ertico,etc. No sei at que ponto a Espcie daria conta de todos os Gneros Textuais existentes. Serque possvel especificar todas elas? Talvez seja difcil at mesmo porque no fcil dizer quantos equais so os gneros textuais existentes.

    Se em Travaglia nota-se uma discusso terica no percebida em Marcuschi, o oposto tambmacontece. Este autor discute o conceito de Domnio Discursivo. Ele diz que os domnios discursivos

    so as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa,esses domnios no seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muitoespecficos. Constituiriam prticas discursivas dentro das quais seria possvel a identificao de umconjunto de gneros que s vezes lhes so prprios como prticas ou rotinas comunicativasinstitucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalstico, discurso jurdico e discursoreligioso. Cada uma dessas atividades, jornalstica, jurdica e religiosa, no abrange gneros emparticular, mas origina vrios deles.

    Travaglia at fala do discurso jurdico e religioso, mas no como Marcuschi. Ele cita esses discursosquando discute o que para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citadosmostrando que as tipologias de discurso usaro critrios ligados s condies de produo dosdiscursos e s diversas formaes discursivas em que podem estar inseridos (Koch & Fvero, 1987,p. 3). Citando Koch & Fvero, o autor fala que uma tipologia de discurso usaria critrios ligados referncia (institucional (discurso poltico, religioso, jurdico), ideolgica (discurso petista, de direita,de esquerda, cristo, etc), a domnios de saber (discurso mdico, lingustico, filosfico, etc), inter-relao entre elementos da exterioridade (discurso autoritrio, polmico, ldico)). Marcuschi no fazaluso a uma tipologia do discurso.

    Semelhante opinio entre os dois autores citados notada quando falam que texto e discurso nodevem ser encarados como iguais. Marcuschi considera o textocomo uma entidade concretarealizada materialmente e corporificada em algum Gnero Textual[grifo meu] (p. 24). Discursopara ele aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instncia discursiva. O discursose realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o discursocomo a prpria atividade comunicativa,a prpria atividade produtora de sentidos para a interao comunicativa, regulada por umaexterioridade scio-histrica-ideolgica (p. 03). Texto o resultado dessa atividade comunicativa. O

    texto, para ele, visto comouma unidade lingustica concreta que tomada pelos usurios da lngua em uma situao deinterao comunicativa especfica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma funocomunicativa reconhecvel e reconhecida, independentemente de sua extenso (p. 03).

    Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que sua preocupao com atipologia de textos, e no de discursos. Marcuschi afirma que a definio que traz de texto ediscurso muito mais operacional do que formal.

    Travaglia faz uma tipologizao dos termos Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie. Elechama esses elementos de Tipelementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que oselementos tipolgicos (Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie) so bsicos na construodas tipologias e talvez dos textos, numa espcie de analogia com os elementos qumicos que

    compem as substncias encontradas na natureza.

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    Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discusses feitas por Marcuschi, em defesada abordagem textual a partir dos Gneros Textuais, esto diretamente ligadas ao ensino. Eleafirma que o trabalho com o gnero uma grande oportunidade de se lidar com a lngua em seusmais diversos usos autnticos no dia a dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a ideia bsica deque um maior conhecimento do funcionamento dos Gneros Textuais importante para aproduo e para a compreenso de textos. Travaglia no faz abordagens especficas ligadas questo do ensino no seu tratamento Tipologia Textual.

    O que Travaglia mostra uma extrema preferncia pelo uso da Tipologia Textual, independente deestar ligada ao ensino. Sua abordagem parece ser mais taxionmica. Ele chega a afirmar que so ostipos que entram na composio da grande maioria dos textos. Para ele, a questo dos elementostipolgicos e suas implicaes com o ensino/aprendizagem merece maiores discusses.

    Marcuschi diz que no acredita na existncia de Gneros Textuais ideais para o ensino de lngua.Ele afirma que possvel a identificao de gneros com dificuldades progressivas, do nvel menosformal ao mais formal, do mais privado ao mais pblico e assim por diante. Os gneros devempassar por um processo de progresso, conforme sugerem Schneuwly & Dolz (2004).

    Travaglia, como afirmei, no faz consideraes sobre o trabalho com a Tipologia Textual e oensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria que, no mnimo, levar em conta a questo decom quais tipos de texto deve-se trabalhar na escola, a quais ser dada maior ateno e com quaisser feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a ideia de

    Travaglia, deve levar em conta uma srie de fatores, porm dois so mais pertinentes:a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composio de quaisqueroutros textos (no sei ao certo se isso possvel. Pode ser que o trabalho apenas com otipo narrativo no d ao aluno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que pra de estudar na 5 srie e no volta mais escola teriaconvivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa srie.Ser que ele estaria preparado para produzir, quando necessrio, outros tipos textuais?Ao lidar somente com o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, no deixade trabalhar com os outros tipos?);

    b) A utilizao prtica que o aluno far de cada tipo em sua vida.

    Acho que vale a pena dizer que sou favorvel ao trabalho com o Gnero Textual na escola, emborasaiba que todo gnero realiza necessariamente uma ou mais sequncias tipolgicas e que todos ostipos inserem-se em algum gnero textual.

    At recentemente, o ensino de produo de textos (ou de redao) era feito como um procedimentonico e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e no apresentassem determinadasdificuldades e, por isso, no exigissem aprendizagens especficas. A frmula de ensino de redao,ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras que consiste fundamentalmente na trilogianarrao, descrio e dissertao tem por base uma concepo voltada essencialmente para duasfinalidades: a formao de escritores literrios (caso o aluno se aprimore nas duas primeirasmodalidades textuais) ou a formao de cientistas (caso da terceira modalidade) (Antunes, 2004).Alm disso, essa concepo guarda em si uma viso equivocada de que narrar e descrever seriam

    aes mais fceis do que dissertar, ou mais adequadas faixa etria, razo pela qual esta ltimatenha sido reservada s sries terminais - tanto no ensino fundamental quanto no ensino mdio.

    O ensino-aprendizagem de leitura, compreenso e produo de texto pela perspectiva dos gnerosreposiciona o verdadeiro papel do professor de Lngua Materna hoje, no mais visto aqui como umespecialista em textos literrios ou cientficos, distantes da realidade e da prtica textual do aluno,mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social.Assim, o espao da sala de aula transformado numa verdadeira oficina de textos de ao social, oque viabilizado e concretizado pela adoo de algumas estratgias, como enviar uma carta paraum aluno de outra classe, fazer um carto e ofertar a algum, enviar uma carta de solicitao a umsecretrio da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, alm de diversificar econcretizar os leitores das produes (que agora deixam de ser apenas leitores visuais), permitemtambm a participao direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de

    suas relaes familiares e sociais. A avaliao dessas produes abandona os critrios quase que

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    exclusivamente literrios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto no aquele que apresenta, ou s apresenta, caractersticas literrias, mas aquele que adequado situao comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do gnero, se a estrutura, ocontedo, o estilo e o nvel de lngua esto adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidadedo texto.

    Acredito que abordando os gneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriardevidamente de diferentes Gneros Textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se nodia a dia da interao humana, percebendo que o exerccio da linguagem ser o lugar da suaconstituio como sujeito. A atividade com a lngua, assim, favoreceria o exerccio da interaohumana, da participao social dentro de uma sociedade letrada.

    1 - Penso que quando o professor no opta pelo trabalho com o gnero ou com o tipo ele acaba notendo uma maneira muito clara para selecionar os textos com os quais trabalhar.2 - Outra discusso poderia ser feita se se optasse por tratar um pouco a diferena entre GneroTextual e Gnero Discursivo.3 -Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ouinjuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. Acho meio difcil algum conseguir escrever um texto,caracterizado como carta, apenas com descries, ou apenas com injunes. Por outro lado, meioque contrariando o que acabara de afirmar, ele diz desconhecer um gnero necessariamentedescritivo.

    4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem previso, como o boletimmeteorolgico e o horscopo.5 - Necessrias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma carta.6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu o que faz argumentao explcita.7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.

    Referncias

    ADAM, J. M. (1990). lements de linguistique textuelle. Theorie et pratique de lanalyse. Lige,Mardaga.ANTUNES, I. (2004).Aula de portugus: encontros e interao. So Paulo: Parbola.

    BRONCKART, J.-P. (1999).Atividades de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo scio-discursivo. So Paulo: Editora da PUC/SP.FVERO, L. L. & KOCH, I. V. (1987). Contribuio a uma tipologia textual. In Letras & Letras. Vol.03, n 01. Uberlndia: Editora da Universidade Federal de Uberlndia. pp. 3-10.MARCUSCHI, L. A. (2002). Gneros textuais: definio e funcionalidade In DIONSIO, . et al.Gneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna.SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (2004). Gneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de LetrasSWALES, J. M. (1990). Genre analysis. English in academic and research settings. Cambridge:Cambridge University Press.TRAVAGLIA, L. C. (1991). Um estudo textual-discursivo do verbo no portugus. Campinas, Tese deDoutorado / IEL / UNICAMP, 1991. 330 + 124 pp.

    ___ (2002). Tipelementos e a construo de uma teoria tipolgica geral de textos. Mimeo.WEIRINCH, H. (1968). Estrutura e funcin de los tiempos em el lenguaje. Madrid: Gredos.

    Dicas de Redaosobre Redao por Adilson [email protected]...

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    mailto:[email protected]://www.algosobre.com.br/redacao/dicas-de-redacao.html?format=pdfhttp://www.algosobre.com.br/redacao/dicas-de-redacao/imprimir.htmlmailto:[email protected]
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    Publicidade

    Vamos ver o que os examinadores alertam aos vestibulandos quanto a parte redacional:

    Avaliao, classificao e seleo

    "... O sistema de vestibular da Universidade de Braslia utiliza, alm da Prova de Redao em LnguaPortuguesa, de carter discursivo... ser corrigida por uma banca de examinadores..."

    Para tirar as dvidas quanto a aplicao da Tcnica de Redao: DISSERTAO.

    REDAO EM LNGUA PORTUGUESA

    A Prova de Redao em Lngua Portuguesa tem o objetivo de avaliar a capacidade de expresso namodalidade escrita da Lngua Portuguesa. O candidato dever produzir texto dissertativo, comextenso mnima de 30 linhas e mxima de 60 linhas, legvel, caracterizado pela coerncia e coeso,com base em um tema formulado pela banca examinadora. Com a funo de motivar o candidatopara a redao, despertando ideias e propiciando o enriquecimento de informaes, poder haver,na prova, textos e outros elementos correlacionados ao assunto em questo.

    Os critrios de avaliao mais abrangentes referem-se ao desenvolvimento do tema, observnciada apresentao e da estrutura textual e ao domnio da expresso escrita. Em termos restritos,estabelecem-se critrios especficos ligados a cada item.

    Lembrete:

    No se esquea de responder ao questionrio socio-cultural para o CESPE.

    Cuidado com letras maisculas fora da lgica dos Perodos construdos no texto!

    A LETRA

    A letra pode mostrar a sua personalidade. Existe uma cincia que trata disto a GRAFOLOGIA.

    Para ns o que interessa na Redao a Esttica da escrita e a aplicao da tcnica de dissertao:

    - Nada de n parecido com r;- Nada de s parecido com j;- Nada de j com cara de s ou vice-versa;

    - Nada de y com cara de g e vice-versa;- Nada de m com cara de n;- Nada de sc com cara de x e vice-versa;- Nada de t com cara de f;- Nada de com cara de ss;- Nada de bolinha nos is;- Nada de h com cara de m maisculo;- Nada de letra maiscula onde deveria ser minscula exceto se a norma pedir;- Nada de rr com cara de m ou vice-versa;- Procure fazer uma letra manuscrita, a de forma confunde muito, ocupa espao e no se podedistinguir a CAIXA ALTA da BAIXA;- No se perca em detalhes mas escreva com boa grafia (normalmente as moas prezam mais pela

    boa letra mas podem perder tempo enfeitando muito);- No escreva palavras com dvida de grafia;- No acelere o ritmo para acabar logo nem demore demais para no perder tempo;- No exceda em reticncias, ponto e vrgula, dois pontos e vrgula sem necessidade;- No ultrapasse as margens do papel tanto nas laterais quanto no topo e no fim da pauta. Para istoexistem as faixas de limite do papel;

    O mais importante: Letra com firmeza e segurana, bem ntida, bem clara, mdia, com ritmotranquilo e sem correria e bastante esttica na redao para facilitar a leitura e a compreenso daestrutura de seus pensamentos e opinio pessoal ou dentro da sugesto do texto apresentado.

    Resumindo as ltimas dicas, podemos dizer que o ato de escrever exige:

    - Um plano articulado e voc j aprendeu como faz-lo;

    - Meditao e concentrao na formao de ideias. Isto depende do quanto escreveu, atualizou e de

    Elaborado pelo Professor Ernane Duarte Nunes PginaElaborado pelo Professor Ernane Duarte Nunes Pgina 2626 dede 3131

  • 7/28/2019 Esquemas Para Texto Dissertativo

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    sua segurana na dissertao;

    - Esquematiz