Esta é a hora de ser um pai presente

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Ex-Vereador do Município de Gavião – Mandato 2013 a 2017 Paulo José Estrela Vitoriano de Matos 18 de julho de 2016 Página 1 de 3 Esta é a hora de ser um pai presente e embevecido. Esta é a hora de ser um neto agradecido à avó materna, que tudo deu para me criar, e está nos seus últimos anos de vida, pelo que merece todo o carinho que eu possa presentear em tempo de vida. Esta é a hora de voltar a contribuir efetivamente com o meu suor, no cultivo da “terra” que sempre foi o rosto da família simples a que pertenço, mas e em simultâneo sempre foi reconhecida por todos como honestamente trabalhadora. Esta é a hora de empenhar tudo e o infinito na vida profissional, quiçá até em terras distantes de Maputo (Moçambique). Esta é a hora de voltar a ser um cidadão entre outros. Durante 7 anos, servi a causa pública da minha autarquia pois foi esse o mandato que o povo me delegou, e pelo qual sou eternamente agradecido. Durante 7 anos, fiz sacrifícios pessoais dos quais, apesar de tudo me orgulho… como utilizar os meus dias de férias (em vez de os gozar) para estar presente em reuniões de câmara, sem prejudicar a minha entidade empregadora. Durante 7 anos, lutei contra uma maioria socialista que não consegue evoluir, e aplica uma receita de políticas públicas abrutalhada e que serve apenas a destruição de dinheiros públicos. Nada mais são que políticas estéreis, em que o investimento não gera retorno, só despesa futura para a câmara. Acredito, sem qualquer dúvida, que dentro de duas a três 3 décadas, e não sendo invertidas estas politicas, o resultado surgirá sem surpresas, e de forma esmagadora, no desmantelamento do concelho de Gavião. Todos os anos a autarquia Socialista de Gavião gasta mais de MEIO MILHÃO DE EUROS só em festas, almoços, jantares, participações de eventos, EMBEBEDANDO deliberadamente um povo que nunca teve muita riqueza, mas que com esta receita de entorpecimento, mais pobre fica a cada dia, financeiramente e espiritualmente. Foram, portanto, 7 anos desperdiçados em que lutei contra uma maioria que desaproveitou tempo e dinheiro numa batalha perdida para a inépcia e ingerência. O resultado que já nesta hora em que deixo as funções públicas podemos constatar chama-se agravamento do processo de “DESERTIFICAÇÃO”. O concelho de Gavião, tem

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Ex-Vereador do Município de Gavião – Mandato 2013 a 2017 Paulo José Estrela Vitoriano de Matos

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Esta é a hora de ser um pai presente e embevecido.

Esta é a hora de ser um neto agradecido à avó materna, que tudo deu para me criar, e

está nos seus últimos anos de vida, pelo que merece todo o carinho que eu possa

presentear em tempo de vida.

Esta é a hora de voltar a contribuir efetivamente com o meu suor, no cultivo da “terra”

que sempre foi o rosto da família simples a que pertenço, mas e em simultâneo

sempre foi reconhecida por todos como honestamente trabalhadora.

Esta é a hora de empenhar tudo e o infinito na vida profissional, quiçá até em terras

distantes de Maputo (Moçambique).

Esta é a hora de voltar a ser um cidadão entre outros.

Durante 7 anos, servi a causa pública da minha autarquia pois foi esse o mandato que

o povo me delegou, e pelo qual sou eternamente agradecido.

Durante 7 anos, fiz sacrifícios pessoais dos quais, apesar de tudo me orgulho… como

utilizar os meus dias de férias (em vez de os gozar) para estar presente em reuniões de

câmara, sem prejudicar a minha entidade empregadora.

Durante 7 anos, lutei contra uma maioria socialista que não consegue evoluir, e aplica

uma receita de políticas públicas abrutalhada e que serve apenas a destruição de

dinheiros públicos. Nada mais são que políticas estéreis, em que o investimento não

gera retorno, só despesa futura para a câmara.

Acredito, sem qualquer dúvida, que dentro de duas a três 3 décadas, e não sendo

invertidas estas politicas, o resultado surgirá sem surpresas, e de forma esmagadora,

no desmantelamento do concelho de Gavião. Todos os anos a autarquia Socialista de

Gavião gasta mais de MEIO MILHÃO DE EUROS só em festas, almoços, jantares,

participações de eventos, EMBEBEDANDO deliberadamente um povo que nunca teve

muita riqueza, mas que com esta receita de entorpecimento, mais pobre fica a cada

dia, financeiramente e espiritualmente.

Foram, portanto, 7 anos desperdiçados em que lutei contra uma maioria que

desaproveitou tempo e dinheiro numa batalha perdida para a inépcia e ingerência.

O resultado que já nesta hora em que deixo as funções públicas podemos constatar

chama-se agravamento do processo de “DESERTIFICAÇÃO”. O concelho de Gavião, tem

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das freguesias mais envelhecidas de todo o Portugal e mesmo da Europa. Custa tanto

ver ruas e ruas sem uma única casa habitada. Se em 2001 a população gavionense

compreendia perto de 5.000 cidadãos, agora ronda um pouco mais de 3.000.

Durante 7 anos, fui continuamente enxovalhado, ridicularizado na integridade pessoal

tanto pelo Ex-Presidente Jorge Martins, como em particular, no último ano com o atual

Presidente José Pio. Façam o favor de ler as atas, e apesar de terem sido suavizados os

termos, as ofensas estão lá.

E porquê?

Porque o projeto que defendi e tive o orgulho liderar queria revolucionar o modo de

pensar e fazer política local. Queria, queríamos sempre duas coisas, democratizar o

acesso à função pública, acabando as “cunhas” conhecidas de todos, e iriamos fazer

uma aposta na captação de empresas, séria e inovadora na região, e saísse ela

vencedora ou não, pelo menos o concelho de Gavião poderia dizer a todos que, ao

menos, tentou.

Acredito que este esquema feudal que obriga cidadãos a mendigar às escondidas de

outros uma possibilidade de trabalho aqui ou ali, acabará, seja por via da justiça que se

torne mais eficaz ou porque o concelho de Gavião poderá ficará sem poder político

local, ficando apenas com uma junta de serviços públicos.

Ah… a juventude, essa é cada vez a mais afetada com este sistema corrompido.

Não saio triste, porque dei tudo o que podia e quem me conhece sabe que sim. Não

saio pontapeado pela lei, como outros, saio pelo meu pé porque este é o meu

momento, porque fui para a vida pública para servir e nunca, em momento algum quis

o poder pelo poder.

Por último, queria agradecer a todos os cidadãos que me ajudaram nas duas

candidaturas que protagonizei (2009-2013, 2013-2017), sendo que peço

humildemente desculpa onde lhes falhei, mas e se puderem na vossa amnistia,

considerem-me também como humano, e sendo humano, também eu erro.

Apesar de existir um núcleo “duro” de sociais-democratas no concelho de Gavião,

tenho o dever moral de agradecer a uma pessoa em particular e que dá pelo nome de

Saúl Pereira.

Foste um pai na política social-democrata gavionense para mim.

Sofreste pessoalmente e profissionalmente desde muito novo ao enfrentares este

ambiente socialista gavionense hostil. Mas mesmo assim, no dia em que um miúdo de

24 anos (com sangue na guelra e alguma imprudência) te bateu à porta, te pediu

apoio, experiencia e principalmente contactos, não fugiste à responsabilidade e

ajudaste-me.

Mesmo, sendo um ex-candidato a presidente de câmara, não te importaste de me

apoiar sendo candidato (2009) à junta de freguesia da qual partilhamos residência –

Gavião… mesmo sabendo que o nosso modo gavionense nem sempre perde a

oportunidade de mandar uma laracha e dizer que tinhas descido de “cavalo para

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burro”. Mesmo sendo um ex-candidato a presidente de câmara na segunda

candidatura (2013), não te importaste em me apoiar sendo o meu número 2 para o

que desse e viesse.

Um número 2 que na verdade foi sempre o número 1 ao conhecer todos os cidadãos

deste concelho, todas as casas e ruelas e azinhagas e lugares deste concelho, todas as

dificuldades deste concelho, todas as histórias felizes e infelizes dos nossos

cocidadãos.

Obrigado, GRANDE SOCIAL DEMOCRATA e amigo Saúl.

Ao sucessor na lista do PSD Gavião, agora legalmente constituído com a minha

demissão, e que dá pelo nome de Eduardo Pereira, acredito que será um sucessor

condigno por vários motivos, mas por um principalmente por dois:

Não é comum ou usual, um funcionário público ter a coragem de sair do

comodismo profissional e enveredar pela cidadania ativa, sabendo de

antemão, que saindo perdedor do combate autárquico, era perdedor na

“casa” do seu próprio “patrão”.

A freguesia donde é originário, Belver é só aquela onde o caciquismo politico

está mais enraizado! Onde ser diferente (PSD) é um ato de coragem enorme,

que pode colocar em risco até a convivência da sua própria família com a

comunidade.

…Está no campo das impossibilidades, ser narrador em causa própria e confesso que

não sei como serei recordado em terras gavionenses, mas sei como recordarei estes 7

anos… e como alguém um dia disse

“Não me despeço, não vou estar por aqui, mas vou andar por aí”

Obrigado

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