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6ª Edição - Outubro de 2016 - Associação dos Tripulantes da TAM Curta nossa página no Associação dos Tripulantes da TAM Capa Líderes de Engenharia de Operações e DOV; Manutenção de Linha e Controle de Voo comentam a atuação desses setores para a segurança e eficiência da aviação ESPECIAL DIA DO AVIADOR Depoimentos Ex-presidentes da ATT deixam recados para o Dia do Aviador CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA CELEBRAR O DIA 23 DE OUTUBRO E mais: Associados que empreendem, eventos da ATT e matérias sobre nutrição e tecnologia Foto capa: Ricardo Beccari Siga a ATT no Instagram attoficial

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Associação dos Tripulantes da TAM

CapaLíderes de Engenharia de Operações e DOV; Manutenção de Linha e Controle de Voo comentam a atuação desses setores para a segurança e eficiência da aviação

ESPECIAL DIA DO AvIADOr

DepoimentosEx-presidentes da ATT deixam recados para o Dia do Aviador

COnTEúDO ExCLusiVO pArA CELEbrAr O DiA 23 DE OuTubrO

E mais:Associados que empreendem, eventos da ATT e matérias sobre nutrição e tecnologia

Foto capa: Ricardo Beccari

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E X P E D I E N T E

Editor Chefe- Rafael JubeliniJornalista - Rafael Jubelini - MTB 0078813/SP

Produção Gráfica - Thiago AlexandreDiagramação - Thiago Alexandre

Fotos: Rafael Jubelini, Thiago Alexandre, Freepik, Divulgação e acervos pessoais de entrevistados

Rua Baronesa de Bela Vista, 384 - Vila Congonhas - São Paulo - SPCEP 04612-001 - Tel.: (11) 5533-8150

Os artigos e matérias publicadas na Revista ATT são de responsabilidade exclusiva dos(as) autores(as). Seu conteúdo pode não expressar a opinião da Associação

dos Tripulantes da TAM.

Redação

Sede da Associação dos Tripulantes da TAM

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EditorialCaro leitor, Esta edição especial da Revista ATT foi feita para ce-lebrar mais um Dia do Aviador, comemorado em 23 de outubro. Esta é uma homenagem, um presente preparado a todos que escolheram a profissão e que trabalham todos os dias para transportar pessoas e sonhos. A Revista ATT aborda em sua reportagem de capa os três setores essenciais para que a aviação seja possí-vel: Engenharia Operacional e DOV; Manutenção de Linha e Controle de Voo. Entrevistamos lideranças e profissionais que trabalham no dia a dia na estratégia e no operacional, com o intuito de garantir que os voos ocorram com eficiência e segurança, da deco-lagem ao pouso.Eles comentaram a importância de cada área em um sistema cada vez mais integrado. Trouxemos também mensagens exclusivas de 12 ex--presidentes da ATT. Esses aviadores, que lideraram a associação desde o início dos anos 1980, comenta-ram a experiência obtida, como era a ATT e a aviação na época e deixaram seus votos de felicidades nesta data importante para toda a categoria. A edição traz também matérias sobre saúde e ali-mentação, com a participação da nutricionista Deni-se Godoy Perone; empreendedorismo, com associa-dos relatando a experiência de possuir um negócio paralelo às atividades na aviação; eventos, com o 1º Encontro de Gestantes na ATT e tecnologia, com ma-téria sobre o início do Movimento Maker no Brasil. Vocês também poderão conferir as empresas que fe-charam vantagens exclusivas para associados e de-pendentes da ATT no último mês, além de relembrar todos os benefícios nas áreas de saúde, educação, lazer, estética e serviços.

Boa leitura a todos.

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MENSAgEM Do PrESIDENTECaros associados, Celebramos neste mês

de outubro mais um Dia do Aviador, uma data im-

portante para todos nós e para a própria ATT. A nossa associação surgiu e foi mantida, em seus mais de 36 anos de existên-cia, com o esforço desses milhares de profissio-nais que por aqui passaram. Eles acreditaram e acreditam na importância de possuirmos uma entidade forte, representativa e social, promo-vendo sempre a união da categoria. A bela história da ATT, que auxilia seus asso-ciados em todos os âmbitos e meios de atua-ção possíveis, é fruto do trabalho de cada um de nós. A associação é nossa, passada por ge-rações, e cabe a todos nós a responsabilidade de mantê-la para os futuros aviadores e tripu-lantes de cabine. A nossa diretoria atua para resgatar o orgulho de compor a ATT e ser parte de uma associa-ção criada pelos tripulantes, para benefício dos próprios tripulantes e da aviação como um todo. Hoje a nossa entidade trabalha com transparência, prestação de serviço, respon-sabilidade financeira, organização e respeito às pessoas que estão conosco no objetivo de manter esse sonho vivo e forte.

Assim como fizemos em maio, com uma Re-vista ATT dedicada a agradecer e homenage-ar os tripulantes de cabine, esta edição é uma forma de presentear os aviadores. O dia 23 de outubro é uma data importante de reflexão, para agradecer por sermos parte de um ramo de atuação tão bonito. Nós somos peça funda-mental em uma engrenagem responsável por aproximar pessoas, encurtar distâncias e trans-portar sonhos com segurança, acima de tudo, e eficiência. Neste Dia do Aviador, desejo que todos nós possamos reforçar esse orgulho de fazer par-te dessa profissão, mesmo com um cenário de dificuldades que reflete o atual momento de nosso país. Vamos recordar nossas origens, o sentimento que nos fez optar por sermos avia-dores, resgatar a união da categoria e superar os desafios. Momentos ruins são passageiros, o amor pela aviação presente em todos nós é eterno. Parabéns a todos os aviadores e agradeço mais uma vez por fazerem parte da ATT. Um abraço a todos.

Cmte. Max Peres, presidente da ATT.

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*As tarifas e disponibilidades estão sujeitas a alteração sem prévio aviso.

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Nutricionista Denise Godoy Pero-ne dá dicas de alimentação e co-menta as dietas da moda pág 6

Associados empreendedores co-mentam como criar e trabalhar em um negócio paralelo pág 42

ATT realiza 1º Encontro de Gestan-tes com a participação de associa-das e empresas parceiras pág 10

Conheça o Movimento Maker cha-mado de a 4ª Revolução Industrial pág 45

Ex-presidentes da ATT deixam seus recados para o Dia do Avia-dor pág 37

Veja os novos benefícios da ATT e relembre todos os nossos parcei-ros pág 46

ÍND

ICE

Marcus Jorge, Rafael Klos e Coronel Sanches comentam a atuação de setores fundamentais para a segurança das operações pág 16

CAPA

Saúde

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Nutrição: aspectos, dicas e as conhecidas dietas da moda

“A busca por um corpo saudável e bonito pas-sa diretamente por uma alimentação correta”. Essa é a definição utilizada pela Dra. Denise Godoy Perone, dona da Tecnvtri Assessoria e Nutrição, nova parceria da ATT. A associa-ção fechou um acordo com a empresa para oferecer até 70% de desconto em consultas e exames para associados e dependentes, que desejam uma melhor qualidade de vida. Durante visita à sede da associação no fim de setembro, a profissional concedeu uma entre-

vista exclusiva sobre os perigos de uma nu-trição ruim para os tripulantes e as chamadas dietas da moda.

Carreira e criação da TecnvtriA carreira da profissional na área teve início há mais de vinte anos: “eu era bailarina profissio-nal e não entendia a alimentação exigida pe-los meus instrutores, decidi estudar para en-tender e vi que eles estavam completamente

Dra. Denise Godoy Perone, nutricionista parceira da associação, comenta a

importância de uma alimentação mais saudável

Dra. Denise na sede da ATT, em São Paulo

SeguroSaúde

errados”. Depois de formada, ela realizou es-pecialização em fisiologia do exercício e nu-trição na antiga Escola Paulista de Medicina (hoje UNIFESP) e especialização em doenças crônico degenerativas e câncer no Hospital Albert Einstein, com mestrado nessa área em seguida. Ela já trabalhou em grandes empre-sas, como Nextel, Unilever e Nestlé.

Atualmente, Denise é dona na Tecnvtri há qua-se cinco anos e cursa especialização em bio-química da nutrição na FAPES (Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área de Saúde). “Eu criei a Tecnvtri para ajudar as pessoas e as empresas, pois muitas companhias possuem funcionários doentes devido a uma alimenta-ção ruim. Esse fator afeta a produtividade e a qualidade do ambiente no trabalho”, explica. “A pessoa saudável tem mais concentração, produtividade e desempenho”.

A importância da nutriçãoA maioria das doenças crônicas, como diabe-tes, pressão alta e até câncer, são causadas por alimentação ruim, de acordo com Denise. Geralmente, esses problemas de saúde consi-derados sérios e que podem resultar no afas-

tamento do tripulante de suas atividades, são provenientes de anos de consumo de alimen-tos ricos em açúcar, sal, sódio e gorduras sa-turadas. “A pessoa pode comer o que quiser, mas ela precisa entender que a ‘conta’ dessa falta de cuidados será cobrada no futuro, com toda a certeza”, explica.

Após mais de vinte anos de atuação na área, a nutricionista já ouviu todos os tipos de argu-mentos de seus pacientes para não seguirem uma alimentação correta. A principal na área da aviação é a “falta de tempo”. A profissional afirma que é possível seguir uma dieta saudá-vel, mesmo no caso dos tripulantes, que pos-suem uma rotina diferente. “Tudo é costume, há receitas nutritivas e rápidas, comer uma fruta também não demanda tanto tempo. O que falta é disciplina e força de vontade para mudar os hábitos alimentares”, resume.

Outro ponto apontado pelos pacientes é a falta de dinheiro para alimentos saudáveis. A doutora concorda que muitos produtos que fazem bem à saúde têm preços elevados, fa-tor que pode desencorajar alguns consumi-dores. No entanto, Denise garante que vale o esforço: “melhor gastar um pouco mais do

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que pagar a conta do médico no futuro, com tratamentos que custam uma fortuna”.

Dietas da modaAs chamadas “dietas da moda”, encontradas em sites de busca, revistas e blogs que abor-dam alimentação, é um dos grandes perigos os quais o tripulante deve evitar.

Veja a seguir algumas das dietas da moda mais famosas:

- Dieta da Proteína- Dieta Beverly Hills- Dieta da Sopa- Dieta da Lua- Dieta da Sonda- Dieta Detox- Dieta da Luz- Low Carb- Sem glúten e sem glicose

Todas as dietas acima têm um fator em co-mum: prometem uma alta e rápida perda de peso. O problema, segundo a doutora Deni-

se, é que todas têm um balanço nutricio-nal ruim e a pessoa recupera o peso após interromper o processo. “Quan-do você restringe demais certos ali-mentos e depois volta a consumir,

seu corpo sentirá o impacto e vol-tará a ganhar peso, sem contar a

alta incidência de problemas, como anemia”, ressalta.

Outro fator comum é seguir dietas de famosos, com cor-

pos considerados esculturais. A doutora explicou que as die-

tas precisam ser personalizadas e respeitar as características de cada indivíduo. “Não existe fórmula má-gica, a dieta que serviu para uma amiga provavelmente não servirá

para você. O que realmente resolve é um acompanhamento profissional

sério, disciplina e mudança de hábi-tos”, informa Denise.

Ela também ressaltou que alimentos com glúten ou lactose podem ser cortados

da dieta apenas em casos de intolerância.

Saúde

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“Muitas dessas dietas da moda aconselham interromper o consumo, mas quando você faz isso por um bom tempo o seu corpo pode ad-quirir intolerância no futuro”.

Presença na ATTA Dra. Denise estará na sede da ATT em diver-sos dias até o fim de 2016, realizando atendi-mento, avaliação física e realização de exames, como bioimpedância. O desconto para asso-

ciados e dependentes é de até 70%. “Estou muito feliz com a parceria e tenho certeza que renderá bons frutos para ambas as partes.”

Para realizar uma consulta na ATT, basta com-parecer em um desses dias. Você pode acom-panhar a programação até o fim deste ano em nosso site: www.att.org.br. É possível, tam-bém, realizar os procedimentos na Tecnvtri, o endereço é Rua Voluntários da Pátria, 654, Sala 218, Edifício Ícone Santana, Santana (SP).

Descasque mais e desembale menos;

Quanto maior o período de validade do alimento, pior ele fará para a sua saúde;

Consuma muita água, verduras, fru-tas e alimentos ricos em fibras;

Não existe dieta para todos, ela pre-cisa ser personalizada respeitando as características de cada pessoa;

Fuja do Google e dos blogs, procure informação com um profissional da área;

Os remédios para emagrecer preju-dicam o funcionamento correto da tireóide em longo prazo e a pessoa voltará a engordar após interromper o consumo;

✓✓

Não faça jejum intermitente, ele força o seu corpo a consumir massa magra e abre todos os receptores de gordura;

Contar calorias não é recomendado, porque você ingere alimentos que nem sempre são saudáveis;

Dietas são exclusividade do nutricionis-ta. Médicos endocrinologistas e coach em nutrição NÃO são profissionais ha-bilitados a prescrever dieta;

Fuja de profissionais que prometem re-sultados relâmpagos, porque você vol-ta a ganhar peso como um meteoro;

Escolha qual a sua prioridade: ser feliz momentaneamente comendo tudo na quantidade que deseja ou ser feliz co-mendo de tudo um pouco, sem exage-ros, com saúde e jovialidade.

Dicas da Dra. Denise

Veja alguns conselhos importantes da profissional para iniciar agora uma alimentação mais saudável:

SeguroSaúde

Eventos

ATT realiza o 1º Encontro de Gestantes

Com o intuito de trazer informação e prestação de serviço para uma das fases mais importan-tes da vida, a ATT realizou o seu 1º Encontro de Gestantes no fim de setembro, em sua sede. O evento reuniu diversas marcas parceiras para a realização de palestras e workshops, além da entrega gratuita de brindes e sorteio de kits às associadas presentes. Entre os temas abor-

dados estavam nutrição das mamães e bebês, cuidado com a boca e os dentes, a importância de estímulos multissensoriais, suplementação de Ômega 3 e probióticos, entre outros.

Veja no quadro a seguir as empresas parcei-ras, os palestrantes e os assuntos abordados durante o 1º Encontro de Gestantes ATT:

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Evento reuniu associados e grandes empresas, que realizaram apresentações sobre temas

importantes para a saúde de mães e bebês

Participantes puderam aprender sobre assuntos como estímulos multissensoriais e suplementação

Eventos

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Palestrante Empresa parceira Especialização/Cargo

Tema da apresentação

Ana Rosa Scheibe

Gerente de atendimento

Leitos e estrutura da maternidade do Hospital Vitória

Izabel Pellicciari Pediatra Programa de Gestante e Criança

Geysa Silva Lopes

Enfermeira obstetra

Curso de gestantes: orientações e cuidados com o bebê

Gláucia B. Leme Gestora de demanda

Estímulos multissensoriais no desenvolvimento do bebê

Keici Correia Representante de vendas

Suplementação de Ômega 3 e probióticos durante a gestação

Denise Godoy Perone Nutricionista Nutrição durante a gestação

Glenda Nahás Bergamasco Deuzzo

Odontopediatra Importância do estímulo oral desde cedo e cuidados

Luciene Soares e Lecy Swarg

Consultório de psicologia Psicologia

Distúrbios psicológicos comuns durante e após a gravidez

Renata Honda Representante Importância da amamentação materna

Cláudia RepresentanteColeta e armazenamento de células-tronco do sangue do cordão umbilical

Tatiana Villa Proprietária Realização de fotos durante o evento

Amanda Ribeiro Proprietária Organização de festas típicas e enxovais

Monica Palheta Proprietária Cedeu o almoço para todos os participantes

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O evento foi considerado um sucesso pela ATT, associados participantes e parceiros. A comissária Elizandra Martim foi uma das gestantes presentes e elogiou a iniciativa da associação. “Eu adorei, foi muito produtivo e abordou diversos aspectos da gravidez”, ex-plica. “Tirei várias dúvidas que eu tinha sobre a maternidade do Hospital Vitória, estou es-colhendo onde terei o meu bebê”. Para Eli-zandra, o evento poderia ser realizado de seis

em seis meses. “Acrescenta demais, é uma prestação de serviço que toda a associada grávida precisa ter”.

A Cmra. Joyce Zambone, grávida de sete me-ses, também elogiou a organização do evento. “Incrível, eu não mudaria nada, todos os pa-lestrantes foram ótimos, com apresentações bastante didáticas”, resume a associada. Ela também ressaltou a interatividade. “Pudemos fazer perguntas, conversar, foi um bate-papo muito instrutivo e informal”.

A gestora de comissários da ATT, Marguit Andrea Donat, agradeceu às empresas par-ceiras: “sem elas o evento seria impossível, foram muito além de brindes e sorteios, trou-xeram informação de qualidade e profissio-nais qualificados”. Segundo a profissional, o sucesso do evento fez com que a associação já começasse a pensar em sua segunda edi-ção. “Estamos planejando a próxima para fe-vereiro de 2017, mas ainda não temos nada confirmado”, conclui.

Eventos

Cmra. Elizandra Martim

Cmra. Joyce Zambone (terceira da esq. para a dir.) e colegas durante o evento

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Eventos

Associados em licença não remunerada podem ingressar

como sócio contribuinteA crise econômica levou a empresa a oferecer a opção de afastamento por licença não re-munerada (LNR) a alguns tripulantes. Muitos estão nessa situação atualmente e a ATT foi procurada por associados com a seguinte dú-vida: eu continuo associado e preciso pagar as mensalidades e demais benefícios? Com o intuito de esclarecer essas questões aos associados em LNR, a ATT esclarece os seguintes pontos:

- O tripulante em licença não realiza nenhum tipo de pagamento à ATT, como mensalidade, CAM I e passivo do CAM II;

- Seu status de sócio ativo permanecerá “con-gelado” até a licença não remunerada terminar, voltando automaticamente após esse período;

- O tripulante em LNR que queira manter to-dos os benefícios da ATT, exceto o CAM I, po-derá se tornar sócio contribuinte neste perío-do, o valor mensal é de uma diária (R$ 67,93);

- O tripulante que retornar da LNR não terá nenhuma carência em relação ao CAM I e a Mongeral Aegon, mas será necessário o pre-

enchimento de uma nova ficha médica para análise da seguradora.

Com a exceção do CAM I, a inclusão como só-cio contribuinte da ATT garante todos os be-nefícios da associação, como plano de saúde Bradesco ou CNU (Central Nacional UNIMED), descontos em medicamentos (Droga Raia e Panvel), acesso ao seguro Mongeral Aegon em PCNH (Perda de CMA e falecimento), en-tre outros, pelos valores praticados atualmen-te. Veja na página 46 todos os nossos parcei-ros e confira as vantagens de ser associado ou sócio contribuinte.

A medida de oferecer a opção dos tripulan-tes em LNR se tornarem sócios contribuintes segue o artigo “28, b” do estatuto da ATT: “To-dos aqueles que perderem as condições de associado efetivo por afastamento voluntário e/ou por aposentadoria e/ou por incapacida-de para o voo e desejarem permanecer filia-dos, sujeitos a aprovação da Diretoria”.

Em caso de dúvidas, o tripulante pode entrar em contato com a ATT por meio do telefone 11-5533.8150 ramal 109 ou através do e-mail [email protected].

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Serviços

Aeronautas participam de reunião anual do FAST

No início de outubro foi realizada a reunião anual do grupo de usuários do software de gerenciamento de fadiga SAFTE-FAST, na ci-dade de Atlanta, EUA. O evento, patrocinado pela Delta Airlines, foi organizado pelo IBR (Institutes for Behavior Resources) e contou com a participação de operadores de diver-sas partes do mundo, além de representantes de sindicatos e associações.

Aeronautas brasileiros participaram das dis-cussões e apresentaram um estudo feito por meio da parceria entre SNA, ATT, ABRAPAC e ASAGOL. O levantamento se referiu, prin-

Evento foi realizado em Atlanta, nos EUA, e reuniu representantes do SNA e associações

cipalmente, às propostas enviadas à ANAC para os limites prescritivos a serem adotados por operadores que realizem o gerenciamen-to do risco da fadiga.

O evento representou uma oportunidade para os aeronautas apresentarem as bases científicas que sustentaram os critérios, reco-mendações e limites propostos. Segundo os representantes brasileiros que participaram do evento, o reconhecimento da comunidade aeronáutica internacional deixou claro que o trabalho realizado pelas entidades em conjun-to está no caminho correto.

Safety

SCREEN

Ingresso Cinemark r$ na ATT13,00

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As equipes de suporte que atestam a segurança da nossa aviação

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Na reportagem especial de Dia do Aviador, a Revista ATT conversou com lideranças e colaboradores de três diferentes áreas, responsáveis diretos pela segurança das operações: Engenharia de Operações e DOV, Ma-nutenção de Linha e o órgão governamental SRPV-SP (Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo). Sem o trabalho realizado por esses setores, a aviação hoje não seria possível.

Rafael Klos, Gerente da Engenharia de Operações e DOV, comentou o trabalho e responsabilidades dos dois setores, que voltaram a ser integrados a partir de fevereiro deste ano. O profissional relatou todos os procedimentos realizados pelos colaboradores para garantir uma operação com segurança e eficiência, desde o planejamento do combustível de um voo até a distribuição de peso em uma aeronave.

O Gerente Sênior de Manutenção Marcus Rogério Vian-na Jorge descreveu o trabalho realizado diariamente por sua equipe de 300 mecânicos durante o trânsito e pernoite, na região sudeste das operações da LATAM Brasil. Ele é responsável pela coordenação da manu-tenção das aeronaves nos aeroportos de Congonhas, São José do Rio Preto, Bauru, Ribeirão Preto, Confins, Uberlândia e Vitória.

Para finalizar, temos a entrevista com o Coronel Aviador Eduardo Wanderley Mano Sanches, chefe do SRPV-SP. Ele explicou como é a atuação da equipe de controle de voo, sua trajetória pessoal e o planejamento reali-zado para atender à alta demanda das Olimpíadas e Paralimpíadas realizadas no Rio de Janeiro.

veja a seguir a sessão de reportagens especiais com os três especialistas:

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Estratégia e planejamento: um setor em busca da

segurança e excelência

Planejamento de combustível; definição da rota a ser voada; cálculos de performance; distribuição de pesos na aeronave; comuni-cação com aeroportos; disponibilização dos documentos necessários para a execução e autorização do voo; análise de informações meteorológicas e monitoramento constante durante o trajeto. Essas são algumas das res-

Rafael Klos, Gerente da Engenharia de Operações e DOV, comenta a importância da atuação

dessa área para a LATAM Brasil

ponsabilidades do Despachante Operacional de Voo (DOV), profissional que realiza o plane-jamento de todos os voos da empresa aérea. “O DOV é quem define como será cada etapa voada pelo piloto, ele oferece todas as con-dições necessárias para o tripulante técnico voar com segurança e eficiência, possuindo responsabilidade compartilhada pelo voo”,

Capa

Rafael Klos em hangar de operações da empresa

resume o Gerente de Engenharia de Opera-ções e DOV da LATAM Brasil, Rafael Klos.

Desde fevereiro deste ano o setor de DOV da empresa foi unificado com a Engenharia de Operações, setor responsável por criar os pa-râmetros de referência e administrar os siste-mas de despacho de voos. “Atualmente essas duas áreas trabalham em conjunto, uma deci-são que faz completo sentido, já que ambas as áreas se completam”, explica. Klos foi o geren-te escolhido para comandar as duas áreas inte-gradas e comentou, nesta entrevista exclusiva à Revista ATT, a responsabilidade do cargo, sua trajetória pessoal e a atuação dos 120 DOVs que compõem a LATAM Brasil atualmente.

veja a seguir a entrevista na íntegra:

ATT - Como foi a sua trajetória profissional até o cargo de Gerente de Engenharia de Operações e DOv rafael Klos - Sou formado em Ciências Aero-náuticas, com extensão em Gestão de Proje-tos e pós-graduação em Gestão Empresarial. Também sou formado piloto comercial e ASV (Agente de Segurança de Voo). Comecei a carreira como piloto na aviação executiva an-tes de entrar em uma companhia aérea, pas-sando para Engenharia de Operações em se-guida. Em pouco mais de dez anos de TAM e LATAM, atuei como analista, consultor da En-genharia de Operações, coordenador sênior da área e, recentemente, surgiu o desafio de assumir a gerência de Engenharia de Opera-ções e DOV. Como pude trabalhar com per-formance de aeronaves e com a implantação de sistemas de despacho anteriormente, eu já tinha a experiência em ambas as áreas antes de assumir essa responsabilidade. ATT – você sempre teve o objetivo de atuar na área estratégica da aviação? rafael Klos - Não, no início o meu desejo era ser piloto mesmo. Aceitei o convite para in-gressar na TAM Linhas Aéreas como analista de Engenharia de Operações com o objetivo de, uma vez dentro da empresa, conquistar uma

vaga como copiloto. No entanto, após come-çar a trabalhar nessa área estratégica, eu me in-teressei bastante e decidi seguir minha carreira nesse setor, com muito estudo e dedicação. Hoje estou satisfeito e realizado nessa área. ATT - Qual a maior responsabilidade de ge-renciar o setor de DOv? rafael Klos - A responsabilidade é grande, pois desde fevereiro deste ano o comando das áreas de Engenharia de Operações e de DOV foi unificado. Anteriormente eram duas gerências para liderar cada área, hoje passou a ser apenas uma e eu tenho a responsabilida-de de gerir esse novo setor unificado. É preci-so trabalhar para que as duas equipes estejam sempre integradas, em constante comunica-ção, operando como um time. Além disso, é uma área de extrema importância para a em-presa dentro de todos os níveis organizacio-nais: estratégico, tático e operacional. ATT - Como é a atuação do DOv? Quais ta-refas eles realizam no dia a dia? rafael Klos – O DOV atua no planejamento do voo, ou seja, prepara toda a documentação de voo para o piloto. Isso significa calcular os pe-sos máximos de decolagem e pouso, analisar a meteorologia dos aeroportos e do trecho, definir a melhor rota em termos de trajetória, nível de voo e vento, calcular o combustível necessário, efetuar a distribuição de pesos na aeronave para definição do centro de gravida-

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de, garantir a comunicação com aeroportos, apresentar o plano de voo para as autorida-des aeronáuticas, acompanhar o transcorrer dos voos, entre outras responsabilidades. É importante destacar que o DOV sempre atua de acordo com as guias da segurança, nossa prioridade absoluta, da eficiência, garantindo economia (seja de combustível ou taxas de sobrevoo), e do ser atencioso (cuidando dos nossos clientes internos e externos). ATT – Após a decolagem o DOv permanece acompanhando o voo? rafael Klos - Depois de todo o planejamento executado pelo DOV e a decolagem da aero-nave, o voo migra para uma estação que de-nominamos “flight watch”, onde o DOV efetua o monitoramento da progressão do voo. Caso o piloto passe por uma circunstância fora do planejado, como algum desvio muito signifi-cativo, ele entra em contato com o DOV por telefone via satélite ou mensagem de texto e os cálculos de combustível e da rota são refei-tos. Por exemplo, às vezes o controle de tráfe-go aéreo não autoriza o piloto a subir para um determinado nível que havíamos determina-do. Ele voando mais baixo, a resistência do ar é maior e, normalmente, o consumo de com-bustível também.

Faz parte do trabalho do DOV acompanhar e monitorar as informações aeronáuticas, re-ceber dados do controle de trafego aéreo e das autoridades e checar constantemente se todos os processos poderão ser seguidos conforme o planejado. O acompanhamento é constante, desde a chegada do piloto no aeroporto até o pouso no destino. O DOV é quem define como será cada etapa voada pelo piloto. ATT – O DOv precisa realizar diversos cál-culos para garantir segurança e efetividade de toda a operação? rafael Klos - Com certeza, para ser um DOV precisa gostar muito de cálculos e números. O profissional da área realiza análises de per-formance para definição do peso máximo de decolagem e pouso, além de calcular o com-bustível para a execução do voo. Também ve-rifica o peso da aeronave com os passageiros e define como será distribuída a carga para tudo ficar dentro dos limites de segurança e eficiência. Todos os procedimentos são feitos utilizando cálculos complexos e precisos, que precisam ser refeitos caso ocorra alguma cir-cunstância fora do normal, como o fechamen-to de um aeroporto, redução do comprimen-to de alguma pista, fechamento de espaço aéreo, restrição de aeronave etc. ATT - O que é preciso para se tornar um DOv? rafael Klos - Os interessados precisam ter pelo menos 21 anos de idade, formação no ensino médio e completar o curso específico de Despachante Operacional de Voos em uma escola credenciada. Na sequência, precisam ser aprovados em uma prova de conhecimen-tos aplicada em uma banca da ANAC. Depois, ainda é obrigatório cumprir um estágio em empresa aérea, no qual devem ser efetuados 40 despachos. E, por último, ainda precisam passar no cheque, que é uma espécie de pro-va final (prática) aplicada por um examinador credenciado na ANAC. Assim como o piloto tem a sua habilitação, o DOV também precisa de uma licença específica emitida de acordo

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"O DOV é o coração pulsante da empresa"

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com o RBAC 121 (Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil). Como eu disse, é fundamen-tal gostar de números, pois atuará com con-versão de medidas, cálculos de combustível, peso e balanceamento, entre outros. São cál-culos complexos sem espaços para erros, pois lidamos diretamente com a segurança. ATT – O trabalho do DOv é considerado es-sencial para a segurança de toda a opera-ção, correto? rafael Klos - Sim, o trabalho do DOV está di-retamente relacionado com a segurança do voo, pois o DOV efetua o planejamento de toda a operação, o qual precisa estar sempre correto, respeitando os parâmetros criados pelas áreas de Engenharia de Operações, Fli-ght Standards e Flight Safety, além de seguir as regras da autoridade brasileira (ANAC) e dos órgãos internacionais. Vale lembrar que hoje um DOV demora, em média, 20 minutos para preparar um plane-jamento e apresentar o plano de voo para a autoridade aeronáutica. Sem esse trabalho e sem bons sistemas de despacho, é impossível um avião levantar voo com segurança.

ATT – Atualmente, quantos profissionais compõem o setor de DOv da LATAM? rafael Klos – Atualmente, são 120 profissio-nais no setor DOV garantindo a segurança e eficiência de 500 a 700 voos realizados pela LATAM Brasil todos os dias. A quantidade de voos varia muito em função da malha. Cada DOV prepara uma média de 18 voos por tur-no, incluindo os processos que eu destaquei anteriormente, cálculo de combustível, análi-se e distribuição de pesos, rotas, meteorolo-gia, entre outros. Hoje o modelo de negócio apresenta a ten-dência da centralização, logo, a equipe DOV trabalha no que chamamos de Central DOV, aqui no hangar 2 em Congonhas. ATT - Em sua opinião, o DOv é o responsá-vel pela parte mais estratégica de toda a operação de voo? rafael Klos - Todas as partes são estratégicas e funcionam em conjunto. Sem o departamen-to de Engenharia de Operações, que estabe-lece os parâmetros de referência, e a Coorde-nação de Voos, responsável pela gestão da

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Departamento de DOV da LATAM Brasil, em São Paulo

malha, seria impossível o DOV atuar. Temos também a área de Planejamento de Malha e Frota, que trabalha próximo ao comercial da empresa em busca de novas rotas de atuação. Resumindo, todas as áreas atuam em con-junto e são estratégicas, mas eu considero o DOV o coração pulsante da LATAM Brasil. To-dos os voos da empresa só podem decolar com a documentação e autorização obtida por essa área. ATT – Como funciona a interatividade en-tre o DOv e piloto e qual a sua importância para a operação? rafael Klos - É importante, pois o piloto pre-cisa do trabalho desses profissionais para executar o voo. O DOV prepara o “briefing package” com todas as informações neces-sárias para o comandante, como rota, pesos, combustível, distribuição de carga e centro de gravidade, plano de voo, entre outros dados. Se você analisar a legislação brasileira verá que a responsabilidade de todo voo é com-partilhada entre o piloto em comando e o DOV, que prepara todo o processo para o piloto executar. É uma sinergia grande e ne-cessária sim, apesar de que, atualmente, as tecnologias alcançaram um ponto em que a

comunicação direta entre eles se faz necessá-ria apenas em situações específicas, que fu-jam do plano original de voo, ou em caso de dúvidas. Antigamente, a comunicação direta era mais necessária e constante. No entanto, é claro que mesmo hoje estamos sempre à dis-posição dos pilotos caso precisem de alguma informação ou orientação. ATT – você teria algum recado aos tripulan-tes técnicos pelo Dia do Aviador? rafael Klos - Sim, destaco que a Central DOV está sempre de portas abertas para nossos pi-lotos e que somos um time. Trabalhamos jun-tos, seguindo as guias de cultura da LATAM, nos esforçando todos os dias para garantir a segurança, buscar a eficiência e dar toda a atenção necessária para levar os sonhos dos nossos passageiros aos seus destinos. Os pi-lotos são os nossos principais clientes e faze-mos tudo para tornar o trabalho de pilotar e administrar o voo muito mais fácil. Podem con-tar conosco, pois atuamos com o objetivo de fazer o voo sair no horário correto, com a me-lhor rota possível, sem turbulência, chegando ao seu destino com segurança. Gostaríamos de dar os nossos sinceros parabéns a todos os nossos tripulantes por essa data importan-te para a aviação e, obviamente, desejar bons voos a todos!

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Entrevista foi realizada no Hangar 2 da empresa, no Aeroporto de Congonhas

Veja a seguir o depoimento de profissionais que compõem a área de Engenharia Opera-cional e DOV da empresa. Eles descreveram suas experiências, o trabalho realizado e a res-ponsabilidade do setor no dia a dia das ope-rações da LATAM Brasil. Luis Corazza, Coordenador Sênior de Enge-nharia de Operações

“Farei 12 anos de TAM, agora LATAM e, nos úl-timos oito anos de casa, atuo em Engenharia de Operações. Inicialmente trabalhei como DOV, mas decidi migrar para essa área após o convite de um amigo. Eu atuei com enge-nharia de operações em outras experiências, antes de entrar na TAM, e vi com bons olhos o retorno ao setor. É um trabalho ainda mais técnico, com projetos e estratégias de atuação com uma abrangência ainda maior. O DOV é focado nas operações do dia a dia, enquanto o nosso setor atua na criação dos parâmetros de referência e administra os sistemas de des-pacho de voos utilizadas por eles. Os DOVs e os pilotos são nossos clientes di-retos, trabalhamos para facilitar a atuação de-les em suas operações diárias. Dessa forma, o contato com essas áreas é constante para

trocarmos informações e entendermos por-que algo não saiu exatamente da maneira que planejamos. Atuamos em conjunto, visando a integração dos sistemas. Atualmente são dez pessoas trabalhando co-migo nesse setor, com a gerência do Rafael Klos. São profissionais da área de engenharia e projetos, com atuação também na parte de tecnologia da informação, para fazermos a ponte entre os fornecedores e clientes diretos, como o DOV. Apesar da enorme responsabi-lidade, nós temos confiança total na equipe, são profissionais experientes e gabaritados, um grupo apaixonado pela aviação e pelo que faz. Conversamos o tempo todo sobre o setor, dentro e fora do nosso expediente. Nossa área é essencial para que toda a ope-ração ocorra no tempo programado, com se-gurança e logística, e atua em conjunto com o DOV.” Daniel Almeida, Despachante Operacional de voo (DOv) Atuo como DOV há dez anos, desde quando entrei na TAM Linhas Aéreas. Antes eu havia trabalhado na aviação por cerca de seis anos, três como mecânico na Varig, em Porto Alegre (RS), e três como auxiliar de DOV em Florianó-polis (SC) para uma companhia aérea Argenti-na. Eu decidi seguir essa carreira tendo como exemplo alguns amigos que atuavam como DOV na Varig. O objetivo a princípio era ficar como engenheiro de manutenção, sou forma-do em engenharia elétrica e completei o cur-so de mecânico de voo, mas algumas circuns-tâncias mudaram e a gente precisa se adaptar. Como eu tinha também o curso de DOV e de flight surgiu uma oportunidade na TAM e me convidaram para compor a equipe. É um trabalho importante, pois atua direta-mente com segurança de voo e eficiência. Nós realizamos o cálculo de combustível, por exemplo, que envolve a segurança da opera-ção e economia para a empresa. Sempre con-sideramos esses dois aspectos buscando um equilíbrio entre ambos. São vários parâmetros

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Engenheiro Luis Corazza

que passam pelo nosso trabalho, então é bem dinâmico ser um DOV. Atualmente, não temos tanto contato com os pilotos devido às tecnologias, mas considero essencial fortalecermos sempre essa relação. É importante para explicarmos os processos realizados e tirarmos dúvidas dos pilotos de uma forma direta e sem intermediários.

Magno Nunes, Despachante Operacional de voo (DOv)

Sou DOV da empresa há 18 anos, completa-dos neste mês de outubro. Fiz o curso de DOV por uma escola que atendia somente a TAM e a nossa turma foi efetivada em seguida. Des-de então estou na companhia, atuando nes-sa área. Antes, fui projetista de máquinas e equipamentos, até visualizar um anúncio no jornal, guardado até hoje por minha esposa, com esse curso de preparação de DOV para a TAM. Na época, era mais interessante com-parado ao meu emprego e decidi seguir por esse rumo. Não me arrependi, logo me apai-xonei pela aviação e pela função.

O DOV é um técnico, mas também atua na área de humanas, pois apesar de fazer cálcu-los avançados todos os dias, os clientes finais são as pessoas: os tripulantes da aeronave e os clientes. Nós lidamos com vidas, é muito gratificante.

Durante a maior parte da minha carreira eu tra-balhei no Aeroporto de Congonhas junto aos pilotos e pude conviver com eles diariamente. Sempre foi um privilégio servi-los com o meu trabalho e fico lisonjeado com o reconheci-mento que recebo. Era uma época diferente, a tecnologia não permitia um despacho remo-to, como é feito hoje, portanto o contato dire-to do DOV com o tripulante era mais comum. Conversávamos pessoalmente antes do voo no D.O. e no balcão de briefing. Atualmente nos encontramos pelos corredores, durante os periódicos que fazemos na academia, para conversar e trocas experiências.

Parabenizo todos os aviadores pela data co-memorativa e ressalto que todos nós os admi-ramos muito. Eles são merecedores de todas as homenagens e é um privilégio servi-los.

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24Daniel Almeida

Magno Nunes

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Manutenção de linha, o setor que atesta a integridade da aeronave

A LATAM Brasil conta com cerca de 1.300 me-cânicos para realizar a manutenção de todas as aeronaves da companhia. Eles são os res-ponsáveis por corrigir qualquer eventualida-de e atestar a segurança de cada operação. O trabalho desses profissionais garante a in-tegridade da aeronave, do piloto e dos pas-sageiros em mais de 500 voos realizados pela empresa todos os dias.

Marcus Jorge, Gerente Sênior de Manutenção da região sudeste, comenta como é o trabalho de 300 mecânicos durante o trânsito e pernoite para garantir que os voos decolem com segurança

Uma diretoria específica da LATAM Brasil faz o gerenciamento dos setores envolvidos nes-se trabalho, cada qual com a sua função. A área responsável por checar as condições das aeronaves e realizar os reparos nos períodos de trânsito e pernoite é a Manutenção de Li-nha, atualmente dividida em cinco regiões de atuação: Sudeste, Guarulhos, Centro Oeste/Norte, Sul e Rio de Janeiro/Nordeste.

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Marcus Jorge e os líderes de manutenção Luciano Travalon e Marcelo Dinis

O Gerente Sênior de Manutenção Marcus Ro-gério Vianna Jorge é o responsável por liderar essa atuação na região sudeste, que conta com as bases Congonhas, São José do Rio Preto, Bauru, Ribeirão Preto, Confins, Uberlândia e Vi-tória. “Temos cerca de 300 mecânicos em nos-sa equipe, 200 deles apenas em Congonhas, maior centro de atividade da minha regional”, explica o profissional. Formado em engenha-ria mecânica e com experiência em diferentes ramos da indústria, Marcus Jorge aceitou o desafio de gerenciar o setor há três anos, sua primeira experiência na aviação. “É uma área que encanta pelo seu glamour e responsabi-lidade técnica, estou muito satisfeito e espero continuar agregando e aprendendo”, explica. Nesta entrevista, Marcus Jorge comentou a atuação do setor de manutenção de linha e sua importância para a segurança de toda a operação diária da empresa. Além disso, o profissional explicou como esse trabalho é re-alizado, a estrutura do processo, as áreas que atuam em conjunto e sua trajetória pessoal. ATT - Como foram as suas experiências an-teriores e o convite para o cargo atual?

Marcus Jorge - Eu sou engenheiro mecânico, minha experiência começou na indústria. An-tes de ingressar na aviação, eu atuei nas áreas de petróleo, indústria química e mineração. Em 2013 surgiu o convite da empresa para

assumir este cargo e eu aceitei o desafio de trabalhar em um setor novo. Apesar de não ter formação específica em aviação, minha graduação em engenharia mecânica tem aju-dado muito na compreensão da parte técni-ca, sendo que o objetivo principal está foca-do no aprimoramento da gestão na estrutura de manutenção. ATT - você está gostando dessa nova área?

Marcus Jorge - Sim, bastante. O pessoal co-mentou no início que rapidamente eu seria “picado pelo mosquito da aviação” e me apai-xonaria pela área. Foi exatamente o que acon-teceu, é um setor que atrai e contagia pelo seu glamour e responsabilidade técnica, prio-rizando sempre a segurança. A LATAM como um todo tem um porte técnico excelente, o que tem possibilitado a contratação de gesto-res que não necessariamente são oriundos da área de aviação, contribuindo para o avanço na gestão sem perder a qualidade e confiabi-lidade técnica. Além disso, as minhas experiências anterio-res eram na indústria de base, eu não tinha contato com o cliente final. Na aviação sen-timos de maneira imediata o contentamento ou descontentamento dos usuários. É mais dinâmico, pois temos prazos curtos e somos cobrados para atender ao nosso cliente com agilidade e eficiência.

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Escritório do departamento, próximo a pista do Aeroporto de Congonhas

ATT - Como é a responsabilidade de liderar um setor importante para a segurança das operações?

Marcus Jorge – A aviação é uma área extre-mamente regulamentada, com ações pré--determinadas. Os procedimentos devem respeitar a regulamentação e diretrizes dos fabricantes, pois lidamos diretamente com a segurança de centenas de vidas por voo. Não há espaço para dúvidas, portanto a responsa-bilidade e rigor nos processos são enormes. Também faz parte da nossa atuação o proces-so de liberação de uma aeronave durante o trânsito. Analisar se está apta e segue todos os requisitos necessários, pois há determina-das ocorrências, as quais chamamos de “No Go”, que impossibilitam uma operação com 100% de segurança. Caso se verifique esse tipo de ocorrência, é nosso trabalho realizar o reparo no menor tempo possível para que a aeronave volte a operar. ATT – Quais procedimentos são utilizados pelo setor?

Marcus Jorge – Temos todos os manuais ló-gicos das aeronaves e seguimos os procedi-mentos regidos nesses documentos na manu-tenção preventiva e corretiva. Cada processo de análise é bastante detalhado, com um pas-so a passo para cada ocorrência. Há também um contato direto com o fabricante, que pode nos orientar em determinadas circunstâncias. Todos os processos são seguidos e documen-tados. Além disso, passamos regularmente por auditorias, que verificam se a execução de nossas atividades está de acordo com os pro-cedimentos exigidos. Elas são realizadas tanto internamente, na LATAM, quanto externamen-te por órgãos reguladores, como a ANAC. ATT – A demanda diária de manutenção é alta no seu setor?

Marcus Jorge – Sim. Falando especificamente de Congonhas, que é uma das principais ba-ses da LATAM, a média diária é de 100 a 115 voos. Nós executamos o atendimento de trân-

sito de todos eles e garantimos a integridade dessas aeronaves. São três turnos de trabalho, cada um com uma média de 35 a 40 voos. O aeroporto fecha das 23h00 às 06h00, horário de pernoite em que realizamos manutenções preventivas e corretivas. Portanto, o setor ope-ra 24 horas, todos os dias. Lembrando ainda que há outra diretoria, cha-mada MRO, para atender as ocorrências de “Heavy Maintenance”. Ela fica em São Carlos (SP) e possui uma estrutura dedicada à reali-zação de revisões mais complexas e que de-mandam um tempo de parada prolongado das aeronaves. ATT - Como funciona o atendimento às ae-ronaves?

Marcus Jorge – A partir do momento em que a aeronave pousa, nós já temos um mecâni-co aguardando. Ele realiza o primeiro contato com o comandante, que pode reportar algu-ma pane no sistema. Nesse caso, o mecânico prontamente analisa a falha e encaminha para o procedimento pré-estabelecido, de acor-do com a ocorrência. Caso seja um proble-ma classificado como “No Go”, nossa equipe realiza o reparo o quanto antes, pois a aero-nave não poderá voar enquanto não solucio-narmos. Ela permanecerá indisponível para a malha e, quanto mais tempo permanecer em solo, pior será para as atividades da compa-nhia. Trabalhamos para reduzir cada vez mais esse tempo de indisponibilidade.

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"Apenas em Congonhas temos uma demanda de 115 voos ao dia"

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Após o primeiro contato com o piloto, o me-cânico também realiza o que chamamos de “Walk Around”, uma volta ao redor de toda a aeronave inspecionando cada região. Caso identifique possíveis panes, ele entra em con-tato com a nossa central e avisa o comandan-te que realizará o próximo voo com o avião. O mecânico participa também do abastecimen-to da aeronave, de acordo com as orientações documentadas pelo DOV. ATT - O setor de manutenção é fundamen-tal para as operações diárias da LATAM?

Marcus Jorge – Com certeza, a manutenção é a sustentabilidade da condição operacional. Uma aeronave hoje voando com um plano de manutenção vencido, por exemplo, é inacei-tável perante os conceitos de segurança e ór-gãos reguladores. Temos um rigor no contro-le feito pela área de planejamento central. Ela é responsável por controlar os planos de ma-nutenção preventiva a serem executados em toda a frota de 169 aeronaves (entre Narrow Body e Wide Body) assim como as manuten-ções corretivas que são identificadas durante os voos, trânsitos e pernoites. ATT – Há outros setores que atuam em con-junto com vocês para prevenir as falhas de segurança?

Marcus Jorge - Sim, nós temos o Safety, que está sempre em contato conosco. Há um pro-tocolo de atuação conjunto também com ou-tros setores para garantirmos a segurança de

toda a operação. Temos os meios de ações proativas, como a ASR (Aviation Safety Re-port), que possibilita ao colaborador indicar alguma situação de risco presenciado duran-te as operações. O conteúdo é enviado ao Sa-fety, que cria as medidas necessárias e planos de ações para melhorias em conjunto com o nosso setor. As auditorias internas e externas também contribuem nesse processo. ATT – Cada setor depende da atuação de outras áreas para ser efetivo?

Marcus Jorge – É um sistema integrado, a manutenção depende de vários setores. Te-mos outros departamentos que atuam dire-tamente conosco, como o MCC (Centro de Controle de Manutenção), a Engenharia, que nos dá suporte documental e de tratamento de panes e o Planejamento Central, atuando no controle e disparo de todas as programa-ções preventivas e corretivas. Há também o TS (Troubleshooting), um setor que atua dentro do MCC realizando o monitoramen-to de aeronaves durante o voo. Nós temos como parceiros, também, o DOV, o Safety e a equipe de rampa, nosso braço direito, principalmente nos trânsitos dos aviões. São inúmeras áreas, como Segurança do Traba-lho, Diretoria de Operações, Suprimentos e AOG Desk, com o fornecimento das peças de substituição. ATT – O que é necessário para um profissio-nal trabalhar na área de manutenção?

Marcus Jorge – Ele precisa concluir a forma-

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Marcus Jorge destacou a integração do setor com diferentes áreas de atuação

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ção em mecânico de manutenção de aero-naves, com pelo menos um curso específico completo em até três áreas: GMP, especializa-do em grupo moto propulsor; Célula, espe-cializado na estrutura da aeronave e sistemas diversos (hidráulicos, pneus, trens de pouso etc) e Aviônica, focada nos elementos instru-mentados e eletrônicos da aeronave. Ao final da formação o profissional estará apto a reali-zar a prova teórica da ANAC para obter a CCT (Certificado de Conhecimento Teórico). Sendo aprovado, poderá iniciar a sua jornada de treinamento prático de três anos e, somen-te após esse período, o mecânico poderá re-alizar a prova prática e final para obter a CHT (Carteira de Habilitação Técnica), emitida pela ANAC. Com isso, o profissional poderá atuar e ser responsável pelas intervenções. Porém, para que ele entre em uma lista interna de técnicos autorizados para liberação de uma aeronave, precisará comprovar experiência de mais quatro anos, além da realização de outros cursos específicos. ATT - Quantos mecânicos fazem parte da equipe?

Marcus Jorge - Na LATAM Brasil temos cerca de 1.300 mecânicos, sendo a maioria com a CHT e os cursos internos da empresa para a liberação de um voo. Na minha regional te-mos 300 profissionais, com diferentes níveis de experiência: júnior, pleno, sênior e líder. Apenas em Congonhas são 200 mecânicos. Nessa estrutura, temos uma divisão em que metade atende aos trânsitos durante o dia e os demais atuam nas manutenções realizadas no pernoite. ATT – Como é a relação da manutenção com os pilotos?

Marcus Jorge – É uma relação positiva, pois ambos se ajudam. A manutenção é, de certa forma, um porto seguro para eles, pois garan-timos a segurança operacional e a tranquili-dade para operar. Já os pilotos nos auxiliam, pois, apesar de termos uma tecnologia avan-çada que nos comunica qualquer eventuali-

dade, a avaliação deles é muito importante. O piloto sente a aeronave e pode detalhar ainda mais qualquer ocorrência. A relação é sempre muito boa, há alguns casos em que debate-mos, mas é saudável, pois um lado faz o ou-tro refletir e alcançar sempre um nível ainda maior. Essa sintonia é importante, temos um respeito e admiração mútuos. ATT – Qual a sua mensagem para os pilotos no Dia do Aviador?

Marcus Jorge – Reafirmo que é um enorme orgulho e responsabilidade oferecer suporte para os comandantes operarem com seguran-ça. É uma honra representar uma parte desta equipe de “anjos da guarda” e continuar sen-do o porto seguro para eles. Estaremos sem-pre presentes nas vidas dos pilotos e eles nas nossas, porque um depende do outro para trabalhar e transportar os sonhos dos passa-geiros. Desejo parabéns a todos eles, que são os protagonistas desse lindo ramo de ativida-de que é a aviação. veja a seguir o depoimento de dois líderes da manutenção de linha:

Marcelo Diniz, 24 anos de empresa

Eu entrei como estagiário e fui efetivado em seguida para o cargo de técnico. Recebi pro-

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moções com o tempo e hoje sou um dos lí-deres do setor. Como preparação para exer-cer a minha carreira, eu me formei em pro-cessos gerenciais, na faculdade, e completei o colégio técnico como mecânico industrial. Também fiz cursos de hidráulica, pneumática, entre outros desse meio, para me especializar cada vez mais na profissão que escolhi anos antes. Eu tinha contato com alguns colegas que se formaram antes na escola técnica e estagiavam aqui na TAM. Eles falavam como era trabalhar com avião e despertou bastan-te o meu interesse em seguir também nessa área. Tem um status bacana, as pessoas se im-pressionam quando falamos que somos me-cânicos de aeronaves, mas precisamos nos esforçar muito para chegar até aqui. O nosso trabalho é bem corrido, pois lideramos uma equipe com mais de 30 mecânicos e técnicos. Temos entre dois e três líderes por turno em cada período. Trabalhamos com escala e re-alizamos a parte técnica, damos suporte aos outros mecânicos, programamos os cursos, férias e toda a parte gerencial da equipe. Nos-sa maior responsabilidade diária é a nossa se-gurança, dos trabalhadores e do equipamen-to, pois qualquer erro humano um dia pode acontecer, mas temos procedimentos pré-de-finidos que nos resguardam e ajudam. A nos-sa relação com os pilotos é muito boa, temos uma parceria ótima e é gratificante para nós, pois nos sentimos confiantes sabendo que confiam no nosso trabalho. Desejo parabéns a todos os aviadores, que fazem as aerona-ves efetivamente voarem e representam uma bela profissão. Luciano Travalon, 19 anos de empresa

Ingressei na companhia bem jovem, como auxiliar de mecânico, em novembro de 1996. Estar na empresa por quase vinte anos é a realização de um sonho, lembro até hoje de quando surgiu esse objetivo de trabalhar na aviação. Um vizinho era mecânico aviônico na Transbrasil, na época, e sempre conversá-vamos a respeito do setor. Os bates-papos despertaram o meu interesse em saber como era atuar na área e ele me incentivou bastante a fazer o curso, que antigamente se chama-

va escolinha da aviação. Mandei currículos para várias empresas e a TAM foi a única a me dar uma oportunidade e sou muito gra-to. Com o passar do tempo, me especializei, possuo formação em engenharia elétrica e fui progredindo com promoções até alcançar o cargo atual. Atualmente, nós trabalhamos em conjunto com as lideranças, em um proces-so bem esquematizado. Os líderes de cada turno passam as informações para os seguin-tes, assim o trabalho continua exatamente de onde parou. No dia a dia, fazemos as manu-tenções preventivas e corretivas, a pista é a nossa prioridade, pois os passageiros muitas vezes têm horários e qualquer atraso prejudi-ca bastante. Nosso dever é fazer com que a aeronave esteja com as condições necessá-rias o quanto antes para ficar o menor tempo possível em solo. Mas a nossa maior respon-sabilidade é a segurança, para que tudo ocor-ra corretamente e que todos possam chegar em casa tranquilos, com a sensação de dever cumprido. Incluindo os pilotos, que precisam confiar no nosso trabalho para exercerem o deles. Aproveito para destacar que a equipe de manutenção estará sempre dando todo o suporte necessário para os pilotos exercerem suas atividades, podem contar conosco.

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A atuação do SrPv-SP no controle do tráfego aéreo

Um setor que realiza o controle de tráfego aéreo e garante a segurança de cerca de um milhão de voos por ano, em uma região que concentra, aproximadamente, 50% de todas as operações aéreas do Brasil. Esse é o Servi-ço Regional de Proteção ao Voo de São Pau-lo (SRPV-SP), que conta com mais de 1.200 pessoas em seus destacamentos para realizar esse trabalho com eficiência, incluindo o mo-nitoramento de meteorologia, plano de voo, cartas de aproximação, cartas visuais, proce-dimentos, operacional do sistema e adminis-tração dos processos.

Como é feito o trabalho desses profissionais no dia a dia para garantir a organização e segurança da região com maior número de voos no país

A entidade é responsável pelo controle de tráfego aéreo da grande São Paulo, Rio de Ja-neiro e toda a região que liga esses dois pon-tos, incluindo os dois aeroportos com maior número de voos no país: Congonhas e Gua-rulhos. “Comparado a outros órgãos de con-trole nós temos uma área menor, mas com um volume de operações muito superior”, explica Eduardo Wanderley Mano Sanches, Coronel Aviador chefe do SRPV-SP. O Coronel Sanches foi escolhido para lide-rar o setor no período de dezembro de 2015

Coronel Sanches no escritório do SRPV-SP, no aeroporto de Congonhas

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ao mesmo mês de 2017. Em quase um ano à frente do SRPV-SP, ele comandou duas opera-ções entre as maiores já realizadas no Brasil: os Jogos Olímpicos e as Paralimpíadas. “Foi desafiador, mas executamos o planejamento de forma profissional e eficaz, garantindo que nenhum acidente ou incidente aéreo fossem registrados durante esses eventos”, exalta. Nesta entrevista, o Coronel Sanches explica o trabalho do SRPV-SP no controle do tráfego aéreo, o novo sistema já implantado denomi-nado Sagitário (Sistema Avançado de Geren-ciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional), como foi o planejamento para garantir a segurança do espaço aéreo durante as Olimpíadas e Pa-ralimpíadas, sua trajetória profissional na FAB e outros pontos. veja a seguir a entrevista na íntegra: ATT - Há quanto tempo você lidera as ope-rações no SrPv-SP?

Coronel Sanches - Estou há dez meses no co-mando do SRPV-SP, assumi no dia 18 de de-zembro de 2015.

ATT - Como foi a sua carreira até assumir o cargo de chefe do SrPv-SP?

Coronel Sanches - Eu entrei em 1989 na aca-demia militar e, após quatro anos, segui para o Centro de Treinamento localizado em Natal (RN). Realizei especialização em aviação de transporte e fui transferido para o município de Canoas, onde passei sete anos no esquadrão de transporte aéreo. Em 1999, optei por fazer minha graduação em engenharia eletrônica no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP). Terminei o curso superior em 2004, como engenheiro aviador, e segui para o DECEA, justamente para atuar nessa área técnica. Passei cinco anos no Rio de Janeiro e migrei para o setor de pesquisa até 2012, em seguida, realizei o Curso de Estado--Maior. Em 2014 passei a trabalhar no SRPV-SP, sendo convidado no fim do ano seguinte para ser chefe do setor até o término de 2017.

ATT - você sempre teve o desejo de seguir carreira militar?

Coronel Sanches - Sim, o meu objetivo sem-pre foi o de me tornar um aviador na FAB (For-ça Aérea Brasileira). Na época eu não conhecia

Coronel Sanches destacou a responsabilidade de gerir a área com a maior média de voos

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esse trabalho mais estratégico de controle de espaço aéreo e segurança para manter a nos-sa soberania. Tive a oportunidade de conhecer apenas durante o curso superior realizado no ITA e foi uma área que despertou o meu inte-resse de imediato. Ainda voo, mas com menor frequência, pois a minha carreira tomou esse rumo voltado ao planejamento e estratégia. ATT - Quais as áreas de atuação do SrPv-SP?

Coronel Sanches - Nós somos responsáveis pelo controle de tráfego aéreo da grande São Paulo, Rio de Janeiro e a área que liga esses dois pontos. Comparado com outros órgãos de controle, nós temos uma área relativamen-te pequena, mas é a principal em número de voos, pois concentra praticamente 50% de todo o movimento aéreo no país. Temos por volta de um milhão de voos por ano para re-alizar o controle de tráfego, um volume con-siderável. Os principais aeroportos do Brasil estão sob nossa responsabilidade: Guarulhos, maior aeroporto internacional do Brasil, Con-gonhas, com maior movimento, Santos Du-mont e Galeão, onde fizemos toda a operação de grande porte de voos internacionais du-rante as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016. ATT - Como é a responsabilidade de liderar esse setor, principalmente durante um ano em que tivemos dois grandes eventos?Coronel Sanches - É um desafio muito gra-tificante. Como eu disse, foram eventos de grande porte e tenho certeza que fizemos um bom trabalho. Nós contamos com uma ótima estrutura e não registramos nenhum incidente ou acidente aéreo nesses dois períodos, o que demonstra o resultado positivo de um traba-lho longo de preparação, organização e treina-mento. Todo o mérito do êxito vem desse pla-nejamento da área técnica e operacional do SRPV-SP, executado da melhor forma durante os eventos. A responsabilidade é imensa, mas temos uma equipe preparada, profissional, e um efetivo suficiente para cumprir essa missão.

ATT - Como vocês se prepararam para reali-zar o controle de tráfego nas Olimpíadas e Paralimpíadas?

Coronel Sanches - Nós participamos do con-trole de voo em eventos realizados no país nos últimos anos, que nos ajudaram nessa prepa-ração e trouxeram ainda mais experiência à nossa equipe. Alguns exemplos são a Copa das Confederações, a vinda do Papa Francis-co, a Copa do Mundo e a Jornada Mundial da Juventude. Vale ressaltar que a preparação como um todo foi iniciada a partir de 2009, quando soubemos que o Brasil sediaria as Olimpíadas e Paralimpíadas. O SRPV-SP en-viou uma equipe para os jogos de Londres, em 2012, para vivenciar as operações durante o maior evento esportivo do mundo. O objeti-vo sempre foi o de manter a segurança e fazer com que a nossa sociedade não sentisse um impacto negativo em seu dia a dia. ATT - Como é feito o trabalho da SrPv-SP no dia a dia?

Coronel Sanches - A nossa missão é prover to-dos os serviços de controle do espaço aéreo, incluindo meteorologia, plano de voo, cartas de aproximação, cartas visuais, procedimen-tos, operacional do sistema e administração dos processos. Todos esses setores oferecem suporte, como uma engrenagem, executando cada ação necessária para que uma aeronave voe com segurança, desde a decolagem ao pouso. A função é controlar todo esse espa-ço, utilizando os procedimentos contidos nas

Coronel mostra os números do setor

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cartas de navegação nas quais, por exemplo, estão previstas as altitudes sugeridas para cada tipo de aeronave. Qualquer alteração é realizada pelo controlador de tráfego aéreo, sempre com o intuito de garantir a separação dessas aeronaves de forma eficiente e segura. Na área de pátio nós também temos atuação, orientando, inclusive, o estacionamento. As autorizações são feitas por nós, garantindo sempre o seguimento das regras, horários e procedimentos de navegação aérea. ATT - Como é a rotina de vocês durante as operações?Coronel Sanches - É bastante dinâmica. Nós temos o Controle de Aproximação de São Pau-lo (APP-SP) e o Controle de Aproximação do Rio de Janeiro (APP-RJ). O primeiro recebe to-dos os aviões com destino aos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, enquanto o segundo é responsável pelos voos para Galeão e San-tos Dumont. O movimento é sempre intenso, enquanto as pessoas descansam entre dezem-bro e janeiro nós estamos trabalhando para atender o período de alta temporada. Cada dia nós temos novos desafios, mas toda a equi-pe do SRPV-SP trabalha arduamente para dar segurança a todos os usuários do sistema.

ATT - Como é a distribuição da equipe do SrPv-SP? É formada apenas por militares?

Coronel Sanches - A maioria é militar. Nós te-mos três grandes áreas: administração, opera-cional e técnica. Temos os civis graduados na

área técnica e no grupo de oficiais que geren-ciam o setor, assim como no operacional. Te-mos cerca de 10% de civis atualmente, que in-gressam por meio de concursos públicos. Rea-lizamos também um curso de formação tempo-rário para esses convocados. Os profissionais já vêm com a qualificação exigida de algumas áreas de apoio, como por exemplo, relações públicas e advocacia, que não são o foco da ati-vidade na FAB. Eles permanecem convocados por um tempo de até oito anos para prestar serviço de apoio a todo esse sistema. ATT – Quais requisitos são exigidos para um colaborador atuar no controle de voo?

Coronel Sanches - É necessária a formação em um curso técnico. Hoje a grande porta de entrada é a Escola de Especialistas de Guara-tinguetá (SP), onde o aspirante a controlador aprende por dois anos as funcionalidades bá-sicas, regras e legislação do setor. Depois, eles realizam um curso em São José dos Campos, no ICEA (Instituto de Controle do Espaço Aé-reo), onde atuam nos simuladores de última geração e seguem para os grandes centros com o intuito de adquirirem o treinamento específico do operacional para aquela região, de acordo com as suas particularidades. Cada setor, localização e função desempe-nhadas exigem diversas etapas, com fichas de instrução, para se tornarem profissionais de ponta na linha. Não é necessário ser um militar, temos controladores civis inclusive na Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). São eles que realizam hoje o operacional das torres dos aeroportos de Guarulhos e Santos Dumont. ATT - Quais aparelhos vocês utilizam para realizar esse controle?

Coronel Sanches – O SRPV-SP possui apa-relhos de alta tecnologia para realizar todos os processos exigidos. Recentemente, foi im-plantado um novo sistema de tratamento de visualização de dados chamado Sagitário. Ele é o principal equipamento para controle de espaço aéreo no mundo.

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SeguroCapa

Foram feitos estudos em dois grandes centros internacionais, na americana FAA (Federation Aviation Administration) e na europeia Euro-control, para que esse sistema de visualização de dados pudesse ser desenvolvido em nos-so país com tecnologia brasileira, em uma em-presa nacional. Essa ferramenta está presente em praticamente todos os centros de controle e o SRPV-SP, devido à grande complexidade, foi um dos últimos a recebe-la. Dessa forma, pudemos adquirir experiência para implantar o Sagitário corretamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, a tempo de utilizarmos durante as Olimpíadas e Paralimpíadas ATT - Como é o contato diário dos controla-dores de voo com os pilotos?

Coronel Sanches - Esse contato é realizado com maior frequência na parte tática, no ope-racional. Nós temos um contato mais institu-cional com as associações de aviação e com as empresas comerciais, que representam esses pilotos e nos apresentam suas deman-das e sugestões para debatermos. Realizamos também workshops quando vamos alterar al-gum procedimento, para a instrução devida desses profissionais. O contato é muito gran-de e importante e pode ser realizado também pelo nosso SAC. ATT - Quais setores atuam diretamente com o SrPv-SP?

Coronel Sanches - Aqui no aeroporto nós te-mos contato com diversos setores, como Po-lícia Federal, Polícia Civil, Infraero, Receita Fe-deral, ANAC, SAC (Secretaria de Aviação Civil) entre outros, que fazem esse sistema funcio-nar. Há também os profissionais de solo dos aeroportos, que cuidam de check-in, baga-gem, entre outras atividades. A nossa função é fazer o controle do espaço aéreo, mas há muitos outros "players" na execução de todas as atividades e é necessária uma coordenação muito grande para que tudo funcione correta-mente. A comunicação precisa ser constante e bem integrada, pois todos nós trabalhamos em prol do mesmo setor. É uma interdepen-dência, se atrasar a entrega de mala no aero-

porto, por exemplo, teremos uma reação em cadeia, com atraso na decolagem, no pouso e em todos os demais procedimentos. As empresas também são importantes nesse processo, realizamos o contato direto com as maiores companhias do Brasil para tratamen-to das demandas de forma colaborativa, por meio do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea), no Rio de Janeiro. ATT - Qual a importância desse trabalho do SrPv-SP para as operações?

Coronel Sanches - Sem o controle de voo não seria possível uma aviação segura. O setor é responsável por organizar toda a operação aérea e em pista para que não ocorram aci-dentes. As empresas têm conhecimento de suas próprias operações, o SRPV-SP tem uma visão mais ampla, geral, para coordenar todas as atividades sem conflitos. Atualmente, a tendência mundial é partirmos para um trabalho cada vez mais automatiza-do, com menor fator humano. Quanto mais automatizada, mais clara é a ordem para os pilotos, sem possibilidades de ruídos de co-municação. Cada vez mais ferramentas tecno-lógicas e projetos têm surgido no Brasil e no exterior com esse objetivo. Mas, de uma for-ma ou de outra, sempre será necessária a atu-ação de um controle de tráfego aéreo preciso

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para garantir a eficiência e segurança de todo esse sistema. É um setor indispensável. ATT - Qual mensagem você gostaria de dei-xar para o Dia do Aviador?

Coronel Sanches - Vocês podem contar com o SRPV-SP. Nós temos pilotos trabalhando co-nosco, eu mesmo sou um deles, e atuamos com muito profissionalismo com o objetivo de oferecer segurança a todos os usuários. Nosso intuito é fazer com todos possam chegar bem a seus destinos, retornarem para as suas ca-sas e para as suas famílias com tranquilidade. Nós também somos usuários desse sistema em nosso cotidiano e todo o planejamento e novas tecnologias serão implantados tendo a segurança operacional como prioridade. veja a seguir o depoimento do 2° Sargento Controlador de Tráfego Aéreo Felipe Gus-tavo Gajewski Souza “Eu atuo há dez anos na área de controle do tráfego aéreo. Entrei no final de 2005 no SRPV-SP, vindo do treinamento direto para as

operações. Lembro que na época foram apre-sentadas algumas opções de especialidades e eu escolhi trabalhar nessa área devido à identificação inicial que eu tive, por ter uma relação direta com a aviação e com a segu-rança das pessoas. É uma oportunidade de fazer um trabalho em equipe nesse setor, que eu sempre gostei, somado à prestação de serviço. Hoje estou no setor responsável pela maioria das operações realizadas no Brasil e todos os dias temos um desafio a superar. São muitos voos, um volume considerável, e muitas coordenações devem ser feitas para assegurar a qualidade do trabalho. A nossa relação com os pilotos, em geral, é muito boa. É um relacionamento de cooperação, onde cada um precisa tentar entender sem-pre o lado do outro. Eles colaboram bastante com o nosso trabalho, quando precisamos dar novas orientações como redução de ve-locidade, por exemplo. Desejo os parabéns para todos que atuam nessa profissão boni-ta, que cuida de vidas e requer um preparo grande. Ressalto que podem contar com o nosso auxílio para que o voo ocorra sempre da melhor forma possível.”

2º Sarg. Controlador Gajewski durante a atividade no SRPV-SP

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Dia do Aviador: ex-presidentes da ATT deixam seus recados

A ATT completou 36 anos de existência em 2016, sempre com o objetivo de defender e cuidar de seus associados, apresentar suas demandas à empresa e buscar benefícios im-portantes. Nesse período, centenas de pesso-as foram ajudadas pelo CAM I, complemento de salário para tripulantes afastados tempora-riamente, e pelo CAM II, benefício por perda de CMA ou falecimento, hoje substituído pelo seguro oferecido pela parceria com a Monge-ral Aegon.

Diversos comandantes passaram pela presi-dência da associação e deixaram um legado

Os comandantes que lideraram a associação durante seus 36 anos de existência comentam suas histórias e deixam uma mensagem comemorativa

de trabalho e dedicação. A ATT tornou-se uma das maiores associações do setor na Améri-ca Latina devido, também, ao trabalho desses profissionais, que dedicaram um período de suas carreiras em serviço de seu crescimento.

Em comemoração ao Dia do Aviador, a Revis-ta ATT buscou esses ilustres aviadores para contarem um pouco de suas histórias à fren-te da associação e deixar uma mensagem em comemoração a essa data.

veja a seguir os depoimentos de ex-presi-dentes da ATT:

Breno Domingues, Cmte. BrenoPresidente da ATT entre 1982 e 1983

Eu participei das primeiras reuniões para criar a ATT, no final dos anos de 1970. Outras empresas aéreas maiores, como a Varig, a Vasp e a Transbrasil, já possuíam uma associação e nós sentimos essa necessi-dade também. Todas auxiliaram e apoiaram a criação da ATT, ceden-do, inclusive, os estatutos para usarmos como referência. A primeira sala, alugada pela ATT, foi cedida pela APT (Associação de Pilotos da Transbrasil). A TAM era uma empresa pequena, assim como a ATT, que

em minha época de presidente possuía pouco mais de 100 associados, o que significava 100% dos tripulantes que trabalhavam para a empresa.

A associação cresceu junto com a TAM, ela acompanhou a rápida expansão registrada pela companhia, principalmente com a vinda do Fokker-100 no iní-

cio dos anos 1990. Na minha gestão era tudo muito diferente e confesso que eu não senti o tama-nho da responsabilidade de liderar a ATT. Eu não imaginava que a entidade cresceria tanto, teria milhares de associados e mais de 36 anos de história. Senti um peso maior anos depois, sendo vice-presidente da gestão do Cmte. Hugo Schaffel, quando a ATT era a maior associação do setor na América Latina. É triste, neste mês em que comemoramos o Dia do Aviador, vermos tantos tri-pulantes deixando a empresa. Mesmo assim, é importante que todos compreendam a importância de permanecermos sempre unidos.

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Especial

Especial

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Irineu Soares Costa, Cmte. IrineuPresidente da ATT entre 1983 e 1984

Tive o prazer de ser convidado, no início dos anos 1980, para ser o quarto presidente da história da ATT. Era uma época muito diferen-

te, a empresa ainda era pequena e a associação tinha pouquíssi-mos associados. O grupo decidiu criar essa associação para cres-cer junto com a TAM, manter os tripulantes unidos, organizar as demandas, leva-las ao Cmte. Rolim, ter representatividade. Sem-pre com o objetivo de ajudar, contribuir e não bater de frente. Naquela época tínhamos uma sala alugada, poucos benefícios e organizávamos bingos e rifas para manter a ATT. Pedíamos a

ajuda dos colegas para levantar dinheiro e o próprio Cmte. Rolim, com o tempo, começou a ajudar, dando passagens e outros benefí-

cios. Eu criava reuniões para debater a criação do estatuto e ninguém aparecia, até que decidi trazer um barril de chopp e lotou. Com o tem-

po conseguimos trazer benefícios, como aulas de inglês, muito importante para os comandantes, plano odontológico, entre outras coisas, com isso a ATT foi despertando o interesse dos tripulantes. Como mensagem para o Dia do Aviador, digo a todos que valorizem esse momento, essa profissão apaixonante, as paisagens incríveis vistas da cabine da aeronave, a relação com o avião e tudo o que envolve voar. Parabéns a todos!

Noélio de Souza Franco, Cmte. NoélioPresidente da ATT em 1985

A ATT tinha apenas uma sala alugada para realizar suas operações. Na minha gestão, decidimos subir a contribuição de 0,5% do salário para 1%, com o intuito de conseguir a renda necessária para com-prar um local fixo. E conseguimos. A sala ficava na Washington Luiz, onde hoje é o SNA, foi a primeira sede em que a associa-ção era dona. Tínhamos por volta de 400 associados apenas, foi bem no início de sua história. Fui eleito com mais de 70% dos votos para assumir essa enorme responsabilidade, pois gerir o dinheiro alheio requer honestidade, trabalho e muita seriedade para administrar corretamente. Iniciei uma série de reestruturações para respeitar o que recebíamos dos associa-dos todos os meses, comecei a registrar os gastos, justifica-los e demonstrar como eram revertidos em benefício dos tripulantes. Apesar de pequena, a ATT já era muito importante, tinha o total apoio do Cmte. Rolim, que desejava uma associação, com um líder, para facili-tar o diálogo e as negociações com os funcionários. Quero dizer a todos os aviadores que resistam às adversidades e valorizem sempre o grupo, a categoria como um todo, pois os interesses indivi-duais sempre caem. A união é o mais importante.

Especial

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geraldo Silva Costa, Cmte. SilvaPresidente da ATT eleito por duas vezes, nas décadas de 1980 e 1990

Tenho 34 anos de associado e fui presidente bem no início da ATT. Era uma época difícil, pois a associação estava sendo criada e sua necessidade

teve que ser comprovada em diversas oportunidades. O seu início incomodou algumas partes, foi uma quebra de paradigmas que

precisou de muito debate e conversa. Tivemos brigas, discussões e problemas, mas com o tempo nós mostramos que a associação estava sendo criada para somar, agregar. O próprio Cmte. Ro-lim nos ajudou nesse processo, tornou-se o sócio número 1 e foi fundamental. Com o tempo, a associação se estabeleceu, cres-ceu, conseguimos sair de uma sala alugada para três compradas. Criamos o CAM I na minha gestão, que ajudou milhares de tripu-

lantes nesses anos. A ATT foi fundamental na representatividade, na organização das demandas, intermediação do diálogo com a

empresa e até hoje existe para servir o seu associado. É uma entidade que desde o seu começo cuida do tripulante, procura atender e trazer o

que ele precisa e é muito importante. Nesse Dia do Aviador, quero destacar que todas as crises são passageiras, para que os tripulantes permaneçam firmes e vislumbrem um amanhã melhor.

otávio de Paschoal Filho, Cmte. otávioPresidente da ATT de 1989 a 1991

Apesar de pequena, a associação já tinha muito respeito e ligação com a TAM naquela época e participava ativamente das reuni-ões. Um ponto de destaque foi a chegada do Fokker-100, que coincidiu com o período em que presidi a ATT. A partir desse ponto a empresa começou a crescer abruptamente e o Cmte. Rolim começou a trazer profissionais para atuarem como co-mandantes. Esse fator deixou os copilotos chateados, pois eles queriam uma oportunidade de crescer na carreira. A ATT levou essa demanda à empresa e conseguimos minimizar a questão, alcançando um ponto de equilíbrio entre contratações e promo-ções. A função da ATT nunca foi a de bater de frente com a com-panhia, essa é uma obrigação do sindicato. A associação foi criada com uma visão social, de unir o grupo, realizar eventos, reunir e apre-sentar as demandas e necessidades dos tripulantes. Em uma oportuni-dade, organizamos uma enquete para entender porque alguns profissionais estavam deixando a TAM, reunimos os principais pontos e apresentamos ao Cmte. Rolim. Foi uma forma de contribuir para ambas as partes, sempre com diálogo e respeito. Hoje o cenário é outro, mas destaco que, apesar da crise, nós devemos continuar focados e deixar os problemas fora da cabine de voo. Atuar com segurança e profissionalismo.

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Nicolau Moraes Barros, Cmte. NicolauPresidente da ATT entre 2001 e 2003

A oportunidade de ser presidente da ATT marcou a minha trajetória. Foi a fase mais importante da minha vida dentro da TAM, não apenas como tri-pulante, mas como funcionário, pois abriu os meus horizontes e me trou-xe aprendizado. No entanto, apesar de ser uma experiência positiva em minha carreira, foi uma fase complicada. Era uma época de retração na economia, que nos trouxe diversas adversidades. Um dos acontecimen-

tos mais marcantes foi a morte do Cmte. Rolim, que dava completo apoio aos nossos projetos. Esse fato iniciou um período confuso e de transições

para todos. Assim como a fusão com a Varig, que acompanhamos desde o início participando das negociações e lidando com uma enorme pressão. Mesmo

com esses fatores, nossa diretoria trabalhou para realizar uma gestão de bom senso, que soubes-se entender as demandas e apresenta-las com diálogo e respeito. Acredito que fizemos um bom trabalho, com membros do nosso grupo exercendo hoje cargos de liderança na empresa, como o Cmte. Giannini, Piloto Chefe, que foi meu vice-presidente. Para finalizar, reforço aos aviadores para que não se esqueçam de suas raízes e inspirações. Por mais modernos que sejam os aviões, não podemos esquecer o nosso passado, de onde viemos. Agradeço por tudo o que a ATT e a TAM fizeram por mim.

Celso Alexandre giannini oliveira, Cmte. gianniniPresidente da ATT entre 2003 e 2004

Liderar a ATT foi uma experiência muito positiva, especialmente no estreita-mento de relacionamento entre a associação e a gestão da TAM Linhas Aé-reas. Fui encarregado de substituir o Cmte. Nicolau, presidente na época, que deixou a empresa na oportunidade. A ATT representava um grupo de tripulantes coeso e buscava sempre um relacionamento harmonioso com a gestão, no que dizia respeito às demandas do grupo. Atualmente, em minha visão, a ATT segue representando os associados de maneira positiva, sempre apresentando propostas e buscando boas soluções para o negócio como um todo. Além disso, a entidade complementa com apoio e seguran-ça financeira aos associados afastados por problemas de saúde, com os auxílios do CAM. Deve ser um “porto seguro” nestes casos. Como mensagem de Dia do Aviador, quero ressaltar a todos que contemplem o AMOR pela profissão e pelo prazer em voar, com sabedoria, segurança e bom humor. Voem felizes!

Hugo Fratin Junior, Cmte. HugoPresidente da ATT entre 2004 e 2006

Sou associado ATT desde o seu surgimento, em 1986. Tive o prazer de li-derar a associação por dois anos tendo o apoio do meu vice-presidente e amigo, Cmte. Stuppiello. Juntos, formamos uma dupla que conquistou bons resultados nesse período, com muito trabalho e dedicação para atender às solicitações dos associados. Era uma época de ouro, na qual o Brasil crescia, a empresa crescia e a ATT acompanhava esse ritmo, trazen-

do constantemente novos associados ao seu quadro. Nessa mesma época o executivo Marco Antônio Bologna assumiu a presidência da empresa e foi

bastante solicito às demandas da ATT. Ele tinha uma visão de valorizar bastan-te a opinião dos funcionários, tinha o desejo de fazer com que a TAM figurasse

entre as dez empresas que mais despertavam o interesse das pessoas em trabalhar. Foi uma fase ótima e fácil, pois tudo dava certo. Atualmente o desafio é muito maior, a diretoria atual tem a mi-nha admiração por enfrentar esses tempos complicados com coragem e determinação.

Especial

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Hugo Schaffel Júnior, Cmte. Hugo SchaffelPresidente da ATT entre 2006 e 2008

Foi gratificante ter tido a honra de comandar a ATT por dois anos. Por ou-tro lado, também foi bastante trabalhoso e desafiador, pois na época

a TAM Linhas Aéreas passava por um enorme crescimento, acompa-nhado pela própria associação. A empresa precisou de uma ATT forte e atuante, que também se beneficiou da ótima fase vivida pela companhia. Durante o tempo em que estive à frente da enti-dade, passamos de pouco mais de mil associados para cerca de 2.400. Além disso, tivemos que modernizar a ATT para atender às demandas e expectativas desses novos associados, alguns re-cém-contratados pela empresa. O presidente da TAM na época, Marco Antônio Bologna, nos recebia uma vez por semana, falava

conosco todos os dias, tínhamos as portas abertas e muito res-paldo para defender as demandas do grupo. Hoje os tempos mu-

daram, a empresa se transformou em LATAM e o acesso não é mais tão simples, mas a associação permanece importante em sua atuação

e com os benefícios de CAM I, seguro para perda de carteira, plano de saúde, entre outros. Como mensagem aos aviadores, ressalto a importância

de permanecermos firmes, em busca dos nossos objetivos, desempenhando a função com res-ponsabilidade e segurança sempre.

Didacio Milhomens Barros, Cmte. MilhomensPresidente da ATT entre 2012 e 2013

De uma forma geral, eu acredito que conseguimos, nesse breve pe-ríodo comandando a ATT, realizar uma gestão positiva, com trans-parência, organização e responsabilidade nos gastos. Esse sem-pre foi o nosso objetivo, desde a oficialização da candidatura da nossa chapa, e eu tenho plena convicção que tais parâmetros devem ser os principais conceitos a serem respeitados por qualquer grupo que venha a compor a diretoria da associação. Quanto à missão da ATT eu vejo como social, com seus diver-sos benefícios e ajuda permanente aos seus associados. É uma entidade que nasceu para fazer o bem, esse é o seu sentido e motivo de criação. Quando o tripulante perde a carteira ele tem a parceria do seguro com a Mongeral Aegon, tem o CAM I para afastamento temporário e muitos outros. É importante que nós possamos prestar sempre o nosso apoio, pois a ATT tem um papel fundamental na vida social do tripulante da LATAM e deve permanecer unida e forte, independente de qualquer coisa.

Especial

Como é a vida de um tripulante que empreende?

Cmte. Petri e Cmro. Anderson Costa, associados ATT, contam suas experiências e desafios como

donos de negócios paralelos à aviação

O empreendedorismo pode representar um meio de ganhar a vida fazendo o que se gos-ta. Em uma época de crise econômica e au-mento de preços, alguns tripulantes têm bus-cado soluções para somarem uma renda pa-ralela ao orçamento e adquirirem experiência em outros setores de atuação. Esse é o caso de Armando Petri Júnior, o Cmte. Petri, e de Anderson da Silva Costa, o Cmro. Anderson Costa, ambos associados ATT há mais de dez anos. Eles iniciaram negócios próprios recen-temente e garantem: é possível empreender mesmo com a falta de tempo enfrentada pe-los profissionais da aviação.

Os dois tripulantes iniciaram empreendimen-tos seguindo suas paixões, o Cmro. Anderson Costa pela degustação de cervejas e o Cmte. Petri por corridas de kart. “Sempre corri, des-de moleque, e fui convidado para compor uma equipe em 2008, na qual chegamos a reunir 75 integrantes, sendo 60 deles pilotos da aviação”, explica. Dois anos depois, devido a problemas de horário e logística, o Cmte. Petri decidiu criar sua própria equipe, a MPK (Malucos por Kart), com organização de cam-peonatos itinerantes em diversas cidades de São Paulo. “Foi o segundo maior campeona-to indoor do interior do estado, com etapas em Paulínia, Granja Viana, Nova Odessa, Al-deia da Serra e na própria capital”.

A partir de 2013, a organização de campeo-natos de kart indoor e profissional pela sua equipe passou a se concentrar no Kartódro-mo Internacional San Marino, em Paulínia. Pe-tri alugou um box e montou a própria estru-tura na região. “Mantivemos as competições

Empreendedorismo

com regularidade, onde concentramos cerca de 70 pilotos”, complementa.

Neste ano, a empresa do Cmte. Petri passou a se chamar MPK Kart Team, uma reestruturação que prevê novos projetos e áreas de atuação. A partir de 2017, o empreendimento passará a oferecer escola de kart para crianças e adul-tos, venda de acessórios e equipamentos, pacotes de turismo de velocidade em gran-des eventos internacionais e realização dos campeonatos para profissionais e amadores. “Teremos também coaching para pilotos, mi-nistrado pelo grande nome do kart brasileiro na atualidade, Alain Sisdeli”, reforça.

A paixão por empreenderDe acordo com o Cmte. Petri, o lado empre-endedor sempre esteve presente em sua vida, assim como o amor pela aviação. “Desde os quatro anos eu sou fissurado por aviões, aos 15 já estava pesquisando o que precisaria para seguir nessa carreira”, lembra. Apesar de ter decidido cedo o que faria profissionalmen-te, o comandante teve outras atividades antes de se estabelecer na TAM Linhas Aéreas, em 2001. “Eu tive várias empresas em ramos di-ferentes, interrompi esse lado empreendedor após a entrada na empresa, mas a paixão pelo kart e por criar meus próprios negócios me fez voltar”.

Possuir uma segunda atividade e fonte de renda , principalmente em tempos de crise, é fundamental na visão do Cmte. Petri: “nunca sabemos o que virá no futuro, é bom termos alternativas, mas é preciso estudar o mercado

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e ter cuidado antes de investir em algo”. Além disso, ele recomenda que o tripulante gos-te de sua possível segunda atividade, pois as dificuldades geradas por dois empregos são grandes. “Nós passamos por problemas financeiros comuns no início de um novo ne-gócio, falta de tempo com a família e muito cansaço. Precisa ser um apaixonado pelo o que faz”, finaliza.

Anderson Costa, comissário e mestre cervejeiroApós uma crise em sua antiga área de traba-lho, na qual atuava como técnico químico, An-derson Costa decidiu mudar de ramo e atuar como comissário. “Eu trabalhava em terra na Transbrasil naquela oportunidade e me en-cantei pelo ofício dos tripulantes de cabine,

decidi fazer o curso e trocar de carreira”, lem-bra. Após ingressar na área, Costa começou a viajar e conhecer cervejas de diversas regiões do mundo, diferentes das que são encontra-das no mercado interno brasileiro. “Percebi que existiam inúmeras variedades e fui me in-teressando cada dia mais.”

Com o intuito de não depender das viagens para consumir cervejas diferentes, o comissá-rio começou a estudar e fabricar a sua bebida em casa. Ele criou a sua própria receita e rece-beu a aprovação dos amigos, que começaram a recomendar e realizar encomendas para eventos. A partir disso, a cerveja que seria para consumo próprio se tornou um produto. “Os pedidos eram tantos que decidi empreender, pois tínhamos uma demanda e um reconheci-mento crescentes no mercado”, explica.

SeguroEmpreendedorismo

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Cmte. Petri em autódromo

O associado pilotando kart durante competição

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Após a decisão de transformar seu hobby em um negócio, o Cmro. Anderson Costa criou a Cervejaria Pilgrim, em 2014. Ele mantém atu-almente um laboratório e decidiu terceirizar todo o processo de fabricação para atender à demanda. “Eu mesmo fazia todos os pedidos nesse laboratório, mas começou a acumular, tive de fechar uma parceria na qual eles pro-duzem para mim, seguindo a minha receita”, resume o empreendedor, que espera, no fu-turo, adquirir a estrutura necessária para uma produção própria.

Atualmente, a cerveja criada pelo Cmro. An-derson Costa está nos principais centros de comércio da cidade de Guararema, Santa Isabel e região. “Estamos chegando a Mogi das Cruzes e negociando a entrada na capital paulista, vamos lançar em breve o nosso pri-meiro rótulo e, até metade de 2017, teremos três produtos diferentes”.

O desafio dos dois trabalhosConseguir tempo para atender à escala e ge-rir o próprio negócio é o principal desafio na visão do comissário, pois o tripulante não tem horários fixos. Ele ressaltou que os profissio-nais do setor que quiserem empreender de-

vem ter a consciência de que não terão des-canso. “Eu trabalho na minha folga, chego ao per noite e fico atento ao celular, notebook, mídias sociais, e-mail e todos os outros conta-tos”, ressalta.

Um novo negócio exige dedicação dos aspirantes a empreendedores e, na maio-ria das vezes, um retorno financeiro pode demorar. “É provável que você não tenha lucro nos primeiros seis meses ou até um ano, nesse tempo você trabalha para criar uma marca, fazer o seu produto acontecer,

ser reconhecido e cair no gosto do consumi-dor”, detalha. Mesmo com as dificuldades co-

muns nesse tipo de desafio, Costa aconselha os interessados a começarem seus próprios negócios. “São tempos difíceis, temos que ter outros meios de atuação, algo que mantenha o padrão de vida e nos dê uma alternativa para a aposentadoria”.

você sabia?Com o intuito de auxiliar os seus associados que atuam também em um negócio paralelo, a ATT começou a realizar os eventos “Associa-dos Desapego” e “Associados Empreendedo-res”. A associação abre sua sede para a venda de produtos com desconto, realizada pelos próprios associados em dias pré-determina-dos. Os próximos eventos ocorrerão nos dias 7, 8, 17 e 18 de novembro. Para saber mais e participar, entre em contato no e-mail: ges-tã[email protected]

Empreendedorismo

Anderson Costa (à dir.) com o jogador de futebol Valdívia

O comissário (à esq.) na cervejaria

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SeguroTecnologia

A quarta revolução industrial, conheça o Movimento MakerJosé Michel, dono da empresa brasileira Engenho Maker, explica o trabalho dos MakerSpaces, oficinas de alta tecnologia para criação de objetosCom o ingresso de novas tecnologias cada vez mais avançadas, como a impressora 3D, um novo movimento internacional de criação teve início no mundo, os MakerSpaces. Esses espaços de convivência reúnem pessoas inte-ressadas em aprender a criar objetos com as próprias mãos, utilizando essas ferramentas em um novo conceito de oficina. “É possível consertar, transformar ou construir qualquer tipo de coisa que se possa imaginar, como um móvel, drone, robô ou brinquedo para os fi-lhos”, resume José Michel, um dos donos do Engenho Maker, criada em julho de 2016.

A empresa brasileira segue o conceito interna-cional de MakerSpaces, no qual os clientes pa-gam uma taxa para terem acesso às ferramen-tas e instruções de profissionais, denominados como “Personal Makers”. “Empreendimentos do tipo estão sendo inaugurados em diversos países, representando uma nova tendência conhecida como Movimento Maker”, explica Michel. Para especialistas, como o empreen-dedor americano Chris Anderson, a novidade representa a quarta revolução industrial da história. No livro “Makers: The New Industrial Revolution”, um sucesso de vendas, ele explica a atuação dessas novas ferramentas tecnológi-cas no processo de produção mundial.

O Engenho Maker é uma das empresas pio-neiras nesse tipo de serviço no Brasil. O local de trabalho é próximo ao Parque Ibirapue-ra, em São Paulo, em meio a um bosque de 12.000 metros quadrados. Os equipamentos,

segundo Michel, também são de última gera-ção. “Temos máquinas CNC para construção digital, impressoras 3D, máquinas de corte a laser, entre outros”, descreve.

O espaço oferece programação e cursos para adultos, além de oficinas de robótica e eletrô-nica para crianças a partir de nove anos de ida-de. Há planos mensais, por dia e por hora, com flexibilidade de horários para atender também o tripulante. “Sabemos que é uma profissão com uma rotina bastante atribulada, queremos oferecer possibilidades para eles também par-ticiparem e criarem conosco”, diz Michel, que oferece descontos para associados ATT e seus dependentes em todos os pacotes oferecidos pelo Engenho Maker.

Os interessados em conhecer o trabalho da empresa podem acessar o site www.enge-nhomaker.com.br ou curtir a página Engenho Maker no Facebook.

Oficina do Engenho Maker

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Benefícios

ATT supera a marca de 170 parcerias para

auxiliar seus associadosVeja a descrição das últimas empresas que

fecharam benefícios e o logo de todas as demais que compõem o time da associação

Além da representatividade, apresentação das demandas para a empresa e atuação em prol da categoria, a ATT possui um forte papel social. Uma parte importante de sua atuação é o setor de benefícios, que trabalha para oferecer cada vez mais vantagens, como descontos em planos de saúde, universida-des, clínicas de estética, escolas de idiomas, estacionamentos, medicamentos, cinemas, parques de diversão, viagens, entre outros. Recentemente, a ATT superou a marca de 170 parceiros, inclusos nesses diferentes ra-mos de atuação. Veja a seguir os dados das empresas que fe-charam benefícios para nossos associados e seus dependentes recentemente, além do logo de todas as demais.

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SeguroBenefícios

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0800-642-9001 e www.panvel.com.br

Educa Mais – São Paulo (SP)

Oferece preços especiais, com descontos de 5% a 15% para serviços de formação de con-dutores aos associados e seus dependentes, 1ª habilitação de carro e moto, renovação de CNH, entre outros.

Rua Eça de Queiroz, 49 - Vila Mariana - São Paulo – SP

(11) 5549-1234 e www.autoescolaeducamais.com.br

CI Intercâmbio e viagem - Ponta Grossa (rS)

- Cursos de idiomas no exterior (taxa de ins-crição para duas semanas ou mais) - 20% de desconto;- Intercâmbio teen (entre 9 – 17 anos) - US$ 50 de desconto;- High School (ensino médio exterior) - US$ 100 de desconto;- Mochilão US$ 30 de desconto;- Seguro de saúde internacional (15 dias ou mais) - 10% de desconto.

Os pacotes são em grupo e incluem um “Lí-der CI” acompanhando todo o programa, in-cluindo o estudo de idioma e passeios para adolescentes entre 9 e 17 anos;

Av. General Carlos Cavalcante, 2879 - Loja 10 - Uvaranas - Ponta Grossa.

(42) 3323-5009, www.ci.com.br/pontagrossa e [email protected]

Karper Aluguel de veículos – Brasília (DF)

Oferece aplicação da tarifa site a qualquer momento desejado, sem a necessidade de antecedência mínima de 48 horas para reser-va, exigida para todos os demais clientes.

- Diária de 26 horas (duas horas de cortesia na devolução do veículo)- Condutor adicional cortesia. Poderá cadas-trar até dois condutores por veículo sem custo adicional.- Isenção da taxa de serviço cobrado nas re-servas no valor de 10%.

SMAS - trecho 03, bloco D – sala 002, The Union

0800-600-6678 e www.karpercar.com.br/

Stop Park Estacionamentos – Porto Alegre (rS)

Área segurada pela Allianz. Oferece serviços de vans 24 horas, o usuário pode levar a chave.

Valor da mensalidade R$121,50 (apresentar carteira do associado no aplicativo ATT).

Av. das Indústrias, 1387 - São João - Porto Ale-gre - RS (em frente ao Hotel Ibis Aeroporto)

(51) 3337-2417, www.stoppark.com.br e [email protected]

Benefícios

Aviação

Professor Francisco Antonio

de Mesquita

Educação

Escola de Idiomas

Pro-DensDr. Wender

Donato ribeiro - Cirurgião Dentista

Odontologia

48

Psicologia

Dra. Adriana Bandeira - SP

Psicologia

Blumentritt Consultoria em Psicologia - SP e

Porto Alegre

Psicologia

Dra. Luciene Soares da Silva e Dra. Lecy Alves

Zwarg

Psicologia

Dra. Simara Casagrande vasconcelos

Psicologia

Dra. Laura Antunes

Psicologia

Dra. Sônia Maria Lopes vaz - SP

Psicologia

Dra. Mariana Todeschini - Porto

Alegre - rS

Ótica Planet vision Óptica Biju

SeguroBenefícios

Saúde

Local Hair

Beleza / Estética

Academia / Esporte

Lazer

49

Art Mobile Planejados - SP

Clinica Aeroporto rZ Sapataria e Costura

Moema Serviços em Autos Ltda

Alimentação

Check In Bar e restaurante Ltda

Jet Lag Pub

Hospedagem

Grande Hotel Canela

Canela – rS

Solaris Praia Hotel

Porto seguro - Bahia

Benefícios

Outros

50

AcademiasDepto.Social

Depto.JurídicoEventos

Faça parte daAssociação dos Tripulantes da TAM

EducaçãoSaúde

rua Baronesa de Bela vista, 384vila Congonhas - São Paulo - SP - 04612-001www.att.org.br - 11 5533-8150

Lazer

Diversos benefícios, descontos e parcerias!