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ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER
REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO
AUTOR.
ÉTICA E SERVIÇO
SOCIAL:
Elementos para uma breve
reflexão e debate.
Perspectiva de Análise
Teoria Social Crítica (Marx e alguns
marxistas) – a analise da realidade;
Marilda Vilela Iamamoto, José Paulo Netto e
outros - o arcabouço explicativo da
profissão.
Esta abordagem inscreve-se num caldo
sócio-cultural posto com o processo de
renovação profissional na vertente de
intenção de ruptura.
Ética e Serviço Social: exercício
do pensamento crítico ...
Em tempos de crise, de muitas
contradições e de acirrados conflitos
sociais, temos que fazer questionamentos
fortes para obtermos, também, respostas
fortes!
Como interpretar a ÉTICA PROFISSIONAL
DO ASSITENTE SOCIAL na órbita da
relação Capital/Trabalho no Estado
Capitalista de orientação neoliberal?
Como circunscrever o Estado e sua dinâmica de intervenção? O Estado se re-configura mais nunca sai de cena!
Como interpretamos a centralidade que é conferida ao Estado no contexto contemporâneo desse jovem século XXI? O Estado é intervencionista! Sua intervenção se dá nos processos de ajuste do Capital e da radicalização democrática! Como pensar bem estar no cenário de extremo mal estar?
Por que o Serviço Social traz para sua zona de
compreensão, investigação e intervenção a
ÉTICA?
Qual é a lógica do sistema Capitalista?
MERCADORIA (tudo vira mercadoria);
CONSUMO (consumo exacerbado) e
INDIVIDUALISMO (por que pensar no coletivo se
a zona de conforto individual é tão boa?). Qual é o
ciclo do Capital? PRODUÇÃO – MERCADO:
CIRCULAÇÃO DO PRODUTO - CONSUMO!
Ética e Serviço Social
O título dessa temática nos remete basicamente ao debate:
- Ético político;
- Jurídico;
- Técnico-científico.
Onde:
Um não exclui o outro;
Um não se sobrepõe ao outro;
Um não surge em detrimento do outro.
Pensar sobre Ética e Serviço Social: implica...
Numa reflexão crítica sobre as bases da estrutura
ECONÔMICA, POLÍTICA, JURÍDICA, CULTURAL E
SOCIAL da Civilização do Capital (capitalismo não
pode ser compreendido somente como expressão de
um determinado modo de produção);
Pensar sobre Ética e Serviço Social implica:
Numa reflexão crítica sobre as bases das RELAÇÕES
SOCIAIS tensionadas pela economia de orientação
neoliberal. E na relação Capital/Trabalho, o econômico
sufoca/constrange o social).
Qual é a concepção de ÉTICA numa
perspectiva contemporânea?
Ética e moral:
A ética, de origem grega, refere-se ao ethos, a realidade da convivência humana; costumes; hábito, disposição permanente para agir de acordo com uma ordenação interior.
A moral, de origem latina, refere-se a mores, que quer dizer costumes; designa, por um lado, a área das normas, dos princípios, do permitido e do proibido, e, por outro lado, o sentimento de obrigação como face subjetiva da relação de um sujeito com as normas.
Em suma:
• A ética refere-se, pois, ao esforço racional
do humano em compreender a esfera da sua
convivência com outros indivíduos;
• é a reflexão sobre o modo de ser constituído
do homem como sujeito ético, ou seja, sujeito
racional, capaz de escolher valores e ações
que o conduzam à liberdade, entendida
como um bem.
Ética profissional: reflexão ética
no Serviço Social
expressão do sujeito profissional;
que não se dissocia do contexto sócio-cultural e, das reflexões que lhe correspondem;
torna visível para a sociedade os valores e princípios que dirigem o exercício profissional;
expressa a concepção de homem e de sociedade que norteia o fazer profissional.
O que é Serviço Social numa
perspectiva contemporânea?
Como esta concepção contemporânea da
profissão relaciona Serviço Social com Ética?
Serviço Social é trabalho
especializado na divisão
social e técnica do trabalho.
Serviço Social como Trabalho
• tem uma matéria-prima, um objeto de intervenção,
• faz uso de meios e instrumentos para sua execução;
• é executado por um sujeito na sua dimensão individual e coletiva (o Assistente Social/ a Categoria Profissional) com trajetória, formação anterior, portador de valores, origem de classe, corte de gênero, etc.;
• é executado em condições objetivas, na relação de
assalariamento, com rebatimentos em sua autonomia profissional (autonomia relativa); e
• produz resultados, é útil, atende a necessidades sociais, tem
valor de uso.
Serviço Social
• tem sua base de institucionalização e legitimidade nas
diferentes expressões da Questão Social.
• Sua legitimidade histórica é a convocação para atuar nas
expressões da Questão Social por meio do Estado,
executando políticas públicas de recorte social, planos,
programas, benefícios, serviços sociais (expressões concretas
dos direitos sociais);
• A MATÉRIA PRIMA, O OBJETO DA
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL SÃO AS
DIFERENTES EXPRESSÕES DA QUESTÃO
SOCIAL.
Questão Social
Expressão da contradição Capital x Trabalho.
Sua raiz está no fato
do trabalho ser produzido de forma coletiva (pela imensa maioria da população); e
dos meios de produção, do excedente não pago do trabalho e da riqueza socialmente produzida ser apropriada de forma privada (ficando nas mãos de uma minoria que concentra renda e poder, que explora e domina).
É a Questão Social que demanda a intervenção do Estado. O Estado intervém mediante políticas sociais que incidem sobre o conjunto dos trabalhadores, por meio de diferentes mecanismos e profissões, entre os quais o Serviço Social.
Desigualdade Social
Concentração de renda e de poder na mão de poucos e a
maioria vivendo em precárias condições de vida, sem acesso
a bens e serviços.
Relatório da UNESCO em 2007 que considerou 172 países,
coloca o Brasil na posição de nº. 79 no ranking de igualdade
social sendo a Irlanda o país com maior igualdade social (1º
lugar) e o Haiti na posição nº. 172 (país com menor
igualdade social)
Pobreza e Desigualdade Social
A concepção de pobreza e desigualdade social
passa por um determinado modo de ver o
mundo, onde a aparência não coincide
com a essência das coisas.
A Declaração de 1948
Separa a civilização da barbárie!
Somos uma civilização porque temos a
concepção de direitos humanos!
É preciso moralizar o mundo!
Os DH não são um dado, mas um
construído!
Direitos Humanos
São direitos que pertencem à pessoa
humana, independentemente de leis, estes:
vida, liberdade, igualdade e segurança
pessoal. São direitos universais e
indivisíveis.
Direitos Humanos na
Civilização do Capital:
Quem tem direitos?
Por que tem direitos?
Quais direitos?
A título e Conclusão...
A preocupação do Serviço Social com a ÉTICA tem sido um constante desafio desde os seus primórdios nos idos anos de 1930.
Com suas bases na filantropia, passando por momentos de apadrinhamento e clientelismo ao executar as ações de política pública formulada pelo Estado, viveu momentos de reflexão até propor um rompimento com suas origens, assumindo um compromisso ético e político de construção de uma nova ordem societária, onde imperem a justiça, a dignidade e a democracia.
Num momento em que a questão social se
complexifica e apresenta contornos mais difíceis de
serem identificados em todas as suas
manifestações, com tendências de análise
parcializada e funcional, é importante que nosso
olhar se volte para o estudo das modificações em
curso, inseridas na totalidade histórica:sua
produção ocorre a partir das relações sociais em
nossa sociedade capitalista, de orientação
neoliberal.
De um lado, o assustador aumento da
pobreza e da miséria e de outro, a
minimização das funções do Estado,
transferindo sua responsabilidade de
garantia de mínimos sociais a toda a
população para a sociedade civil,
transformam a prática do Serviço Social num
desafio de imensas proporções.
Sem a aura messiânica de salvador da sociedade e tampouco sem a inércia do fatalismo, o momento é de resistência às estratégias de desmonte de direitos, mas não uma resistência ingênua ou tecnicista: é fundamental garantir a continuidade do aprofundamento teórico da análise da realidade de modo crítico, e agora, não mais somente no esmero da crítica e da leitura das contradições, mas também na busca do novo, da possibilidade e de como direcionar a ação em acordo com nossos princípios.
A título de conclusão ...
Não podemos nos dar ao luxo de nos sentarmos e olharmos a sociedade, vislumbrando seus desacertos e nos conformando com nossa impotência para mudá-la. Nossa responsabilidade continua, e é preciso estudar e estudar, para melhor interpretarmos o que não deu certo, identificar onde estão as dificuldades e, treinar nosso olhar para investigar possibilidades.
A título de conclusão ...
E então, propor ações que possam conduzir
essas possibilidades para nosso objetivo de
transformação social. Porque a identificação
das possibilidades, por si só, não garante
sua utilização e muito menos o seu rumo.