ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E...

28
ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Transcript of ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E...

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

2

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

PEQUENAS BARRAGENS DE TERRA

As barragens de terra apresentam um elevado número de finalidades, e é comum

justificar suas construções com base em uma ou mais finalidades.

• obtenção de energia elétrica;

• controle de cheias e regulação de vazões;

• navegação;

• abastecimento doméstico;

• bebedouro para animais;

• piscicultura;

• recreação, e outros.

3

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

PEQUENAS BARRAGENS DE TERRA

Em virtude do aumento da produtividade agrícola, o aumento da quantidade de

proteína animal na dieta humana e o incentivo dos órgãos competentes, a

construção de pequenas barragens de terra nas propriedades agrícolas tem se

tornado cada vez mais comuns.

O número de barragens construídas nos últimos anos atingiu valores muitos

elevados, seja em grandes obras do Governo ou em pequenas construções pela

iniciativa privada.

4

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

CLASSIFICAÇÃO DE PEQUENAS BARRAGENS DE TERRA

Baseando-se nas

características do material

disponível, nos métodos de

construção e na natureza da

fundação, as pequenas

barragens de terra podem ser

classificadas em:

SIMPLES

de corpo homogêneo

de corpo heterogêneo

COM NÚCLEO OU DIAFRAGMA

central

externo

misto

5

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BARRAGENS SIMPLES

Barragem de terra simples com corpo homogêneo

6

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BARRAGENS SIMPLES

Barragem de terra simples com corpo heterogêneo

7

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BARRAGENS COM NÚCLEO OU DIAFRAGMA

Barragem de terra simples com núcleo central

8

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BARRAGENS COM NÚCLEO OU DIAFRAGMA

Barragem de terra simples com núcleo externo

9

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BARRAGENS COM NÚCLEO OU DIAFRAGMA

Barragem de terra simples com núcleo misto

10

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM DE TERRA

Dentre os fatores que afetam o projeto de uma pequena barragem de terra, serão

discutidos nesta aula somente os mais importantes:

• Bacia de contribuição;

• Regime do corpo d’água;

• Escolha do local;

• Volume de água a armazenar e altura da barragem;

• Perfil da barragem.

11

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

BACIA DE CONTRIBUIÇÃO

É o conjunto de áreas com declividade tais que toda precipitação pluviométrica

tombada sobre elas é drenada para uma seção do curso de água.

Bacia de contribuição

Bacia de acumulação

12

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

REGIME DO CORPO D’ÁGUA

As chuvas tombadas sobre uma bacia seguem diferentes caminhos, constituindo

dessa maneira, diferentes tipos de escoamento:

• Escoamento superficial;

• Escoamento hipodérmico;

• Escoamento subterrâneo.

Quando a superfície do solo está muito seca, a água que cai aí infiltra totalmente,

exceto quando a chuva cai numa intensidade que ultrapassa a capacidade

máxima de infiltração do solo.

Importante: a infiltração de água no solo não cessa com o início do escoamento

superficial.

13

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

REGIME DO CORPO D’ÁGUA

Os cursos d’água são classificados em perenes, intermitentes e efêmeros.

• Perenes: as fontes ou nascentes mantém durante todo o ano, o curso d’água.

• Intermitentes: as fontes ou nascentes, neste caso, são insuficientes para manter

o curso de água durante o ano todo. O nível do lençol freático varia conforme a

estação climática.

• Efêmeros: o escoamento superficial, que ocorre durante ou imediatamente após

os períodos de precipitação, é que mantém estes cursos d’água. Cessado o

escoamento superficial, cessa também o curso d’água.

14

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

ESCOLHA DO LOCAL

Deve haver uma conjugação de ponderações, de maneira tal que o local

selecionado satisfaça, do melhor modo possível, à barragem, à represa e ao

ladrão (extravasor) gramado.

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

15

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

ESCOLHA DO LOCAL

As principais características do local para o assentamento de uma barragem, são:

• possuir solo estável;

• não apresentar afloramentos rochosos;

• ser um estreitamento ou garganta do curso d’água;

• possuir pequena declividade a montante;

• ter a montante mais espraiada possível;

• não possuir nascentes;

• não possuir estratificações salinas no leito da represa;

• possibilitar o uso da água por gravidade;

• estar próximo do ponto do solo a ser utilizado no aterro

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

16

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

ESCOLHA DO LOCAL

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

17

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

VOLUME DE ÁGUA A ARMAZENAR E ALTURA DA BARRAGEM

O volume de água a armazenar depende das necessidades a serem atendidas

com o volume acumulado.

Qualquer modificação posterior na barragem, visando aumentar a represa, ou

melhor, o volume de água acumulado, é muito difícil ou mesmo impossível de ser

executada.

As barragens podem ser executadas para reter toda a água que atravessa

determinada seção do corpo d’água ou para reter somente parte do volume que

ali passa.

• Reter toda a água: é usado quando a fonte abastecedora apresenta vazões

muito pequenas durante todo o ano, em geral acumula-se água durante a noite

para utilizar durante o dia;

• Reter parte do volume: é usado geralmente como reforço na hora de utilização

máxima do recurso hídrico

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

18

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

VOLUME DE ÁGUA A ARMAZENAR E ALTURA DA BARRAGEM

O volume de água que anualmente atravessa a seção de um rio pode ser

calculado usando-se as expressões:

V= a.AH

Ou

V= AH – Ah

V= volume anual (m³/ano);

A= área da bacia de contribuição (m²)

H= precipitação média anual (m)

h= evaporação média anual (m)

a= módulo da bacia (relação entre a água que anualmente atravessa determinada

seção de um rio e a tombada na bacia durante esse mesmo período)

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

19

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

VOLUME DE ÁGUA A ARMAZENAR E ALTURA DA BARRAGEM

Natureza da bacia Módulo (a)

Campos baixos 0,05 – 0,12

Planícies 0,12 – 0,15

Colinas 0,15 – 0,30

Montanhas com vegetação 0,30 – 0,40

Montanhas sem vegetação 0,30 – 0,50

Tabela 1. Módulo da bacia usado na determinação do volume anual

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

20

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

VOLUME DE ÁGUA A ARMAZENAR E ALTURA DA BARRAGEM

Exemplo: Qual o volume anual, proveniente do escoamento superficial, que

atravessa a seção de um rio que drena uma bacia hidrográfica de 3km² de área,

constituída de colinas e situada numa região que apresenta precipitação média

anual de 1300mm?

Solução:

V= a.AH

V= 0,225 x 3.106 x 1300.10-3 = 877500 m³/ano

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

21

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

VOLUME DE ÁGUA A ARMAZENAR E ALTURA DA BARRAGEM

A altura da barragem resulta da soma das alturas da lâmina de água normal, da

lâmina de água dentro do ladrão gramado e da folga, que é a diferença de nível

entre a crista da barragem e o nível de água por ocasião de vazão máxima

provocada por enchentes.

H=Hn + Hl + f

H= altura da barragem (m)

Hn= altura da lâmina d’água normal (m)

Hl= altura da lâmina d’água dentro do ladrão gramado (m)

f= folga (m)

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

22

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Em se tratando de material homogêneo de boa qualidade, podem ser adotadas as

dimensões mostradas na figura a seguir:

c

H 2:1 3:1

b1 b2

b

f

Hl

Hn

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

23

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Em se tratando de material homogêneo de boa qualidade, podem ser adotadas as

dimensões mostradas na figura a seguir:

c

H 2:1 3:1

b1 b2

b

f

Hl

Hn

A largura da crista, c, nunca deve ser inferior a 3m e

quanto mais larga, maior será o volume do aterro e,

consequentemente, a estabilidade da barragem

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

24

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Em se tratando de material homogêneo de boa qualidade, podem ser adotadas as

dimensões mostradas na figura a seguir:

Altura (H) 4,0 6,0 8,0 10,0 ≥12,0

Largura (c) 3,0 3,5 4,0 5,0 6,0

Tabela 2. Largura da crista (c) em função da altura da barragem (H).

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

25

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Em se tratando de material homogêneo de boa qualidade, podem ser adotadas as

dimensões mostradas na figura a seguir:

c

H 2:1 3:1

b1 b2

b

f

Hl

Hn

O talude de montante deve ser menos inclinado que o da jusante para permitir

maior estabilidade ao aterro.

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

26

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Em se tratando de material homogêneo de boa qualidade, podem ser adotadas as

dimensões mostradas na figura a seguir:

c

H 2:1 3:1

b1 b2

b

f

Hl

Hn

Adota-se como mínimo o valor de 0,50 a 1,00m, geralmente usado para pequenas barragens.

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

27

Aula 6 – PROJETO DE UMA PEQUENA BARRAGEM

Profª Camila Regina Eberle

PERFIL DA BARRAGEM

Exemplo: Dimensionar uma barragem de terra com as seguintes características:

a) Altura da barragem igual a 8,50m;

b) Taludes de acordo com a figura apresentada anteriormente;

c) Largura da crista, de acordo com a tabela 2

|Introdução | Classificação | Projeto de uma pequena barragem |

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL